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Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Ciências Humanas- Campus IV- Jacobina

Componente Curricular: Direito Processual Civil

Docente: Rodrigo Guerra

Discente: Lariza dos Santos Silva

FICHAMENTO

Gonçalves, Marcus Vinicius Rios

Direito processual civil / Marcus Vinicius Rios Gonçalves. Coord. Pedro Lenza. 12
ed. - São Paulo: Saraiva Educação, 2021. ( coleção esquematizado).

DO PROCEDIMENTO COMUM

1. INTRODUÇÃO

“Os procedimentos podem ser comuns ou especiais. O comum segue sempre o mesmo
padrão; os especiais o são cada um a sua maneira. O CPC, no Livro I, Título I, da
Parte Especial, cuida do procedimento comum. No mesmo livro, Título III, cuida dos
numerosos procedimentos especiais, estabelecendo o que cada qual tem de peculiar.”
( pág 694)

O CPC trata do procedimento comum a partir do art. 319, dividindo-o em quatro


fases: a postulatória, na qual o autor formula sua pretensão por meio da petição inicial
e o réu apresenta a sua resposta; a ordinatória, em que o juiz saneia o processo e
aprecia os requerimentos de provas formulados pelas partes; a instrutória, em que são
produzidas as provas necessárias ao convencimento do juiz; e a decisória. (pág 694)

FASE POSTULATÓRIA

PETIÇÃO INICIAL

É o ato que dá início ao processo, e define os contornos subjetivo e objetivo da lide,


dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será possível apurar os
elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. ( pág 697)
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Vêm enumerados nos arts. 319 e 320 do CPC. O primeiro indica quais são os
requisitos intrínsecos da própria petição inicial; o segundo diz respeito a eventuais
documentos que devam necessariamente acompanhá-la. De acordo com o art. 319, a
petição inicial deverá indicar: o juízo a que é dirigida, Os nomes, prenomes, estado
civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o
domicílio e residência do autor e do réu. ( pág 698)

CAUSA DE PEDIR

O autor deve indicar quais são os fatos e os fundamentos jurídicos em que se embasa
o pedido, a causa de pedir. Esse é um dos requisitos de maior importância da petição
inicial.( Pág 698)

É preciso que o autor indique com clareza o pedido imediato, o tipo de provimento
jurisdicional (condenatório, constitutivo, declaratório) e o mediato (bem da vida
almejado). Ambos vincularão o juiz, já que servem para identificar a ação. O julgador
não poderá conceder nem um provimento jurisdicional, nem um bem da vida,
distintos daqueles postulados na inicial.( pág 699)

O juiz poderá determinar a redução equitativa do valor da causa, se verificar que,


fixada em montante excessivo, pode prejudicar o exercício de alguma faculdade
processual pelo réu, que depende do recolhimento de custas calculadas com base no
seu valor

O valor da causa não repercute sobre os limites objetivos da lide. Se o autor postula
um montante e atribui valor à causa menor, ainda que isso passe despercebido e o
valor seja mantido, o juiz na sentença não ficará limitado a este, mas ao que foi
pedido. ( pág 701)

AS PROVAS COM QUE O AUTOR PRETENDE DEMONSTRAR A


VERDADE DOS

FATOS ALEGADOS

Como na petição inicial o autor ainda não tem condições de saber o que será
controvertido pelo réu, há certa tolerância quanto a este requisito da inicial. Entende-
se que a sua omissão não é razão para indeferi-la, nem impede que oportunamente
sejam requeridas provas pelo autor. (pág 702)

O art. 320 do CPC estabelece que a petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação. Os que não o forem podem ser juntados a
qualquer tempo, na forma do art. 435 do CPC. Mas os indispensáveis devem ser
juntados desde logo.(pág 703)

Ao verificar que a inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, ou
que apresenta defeitos ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, o juiz determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de quinze
dias, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.( pág 703)

PEDIDO: INTRODUÇÃO

O pedido é um dos requisitos da petição inicial, mencionado no art. 319 do CPC. É

tal a sua importância que o CPC dedica uma seção especial a ele, que inclui os arts.

322 a 329. ( pág 704)

O art. 327 do CPC autoriza a cumulação de pedidos, em um único processo. É a


chamada cumulação objetiva, que se distingue da subjetiva, em que há mais de um
autor ou de um réu (litisconsórcio). Há controvérsia doutrinária a respeito do cúmulo
objetivo, que para uns implica verdadeira cumulação de ações em um único processo
e para outros constitui apenas cumulação de vários pedidos ou pretensões, em uma
única ação e processo. (pág 706)

INDEFERIMENTO DA INICIAL

A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade da petição inicial.


Haverá três alternativas: pode encontrá-la em termos, caso em que determinará o
prosseguimento com a citação do réu (ou até com o julgamento imediato, nas
hipóteses do art. 332); pode constatar a necessidade de algum esclarecimento, ou a
solução de algum defeito ou omissão, caso em que concederá prazo ao autor para
emendá-la, indicando o que precisa ser completado ou corrigido; pode verificar que
há um vício insanável, ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que lhe foi
concedido, caso em que proferirá sentença de indeferimento da inicial. (pág 711)
No curso do processo, e a qualquer tempo, o juiz pode, constatada a existência de
alguma das hipóteses do art. 485, extinguir o processo sem resolução de mérito. Mas a
expressão “indeferimento de inicial” deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe
fim ao processo antes de determinar que o réu seja citado, no momento em que faz os
primeiros exames de admissibilidade. ( pág 711)

As hipóteses do art. 330, de indeferimento da inicial, resultam todas na extinção do


processo sem resolução de mérito. As hipóteses são as seguintes:Inépcia: é a inaptidão
da inicial para produzir os resultados almejados, seja por falta de pedidos seja por
falta de fundamentação, Quando a parte for manifestamente ilegítima, Quando,
postulando em causa própria, o advogado não cumprir as determinações do art. 106, e
quando o autor não emendar a inicial, na forma do art. 321.( pág 712)

Quando o juiz verificar que a inicial preenche todos os requisitos, determinará a


citação do réu, para que este possa ser integrado ao processo.( pág 713)

A IMPROCEDÊNCIA LIMINAR (ART. 332)

Em mais um esforço dirigido à efetividade do processo, a Lei n. 11.277/2006


acrescentou ao CPC de 1973 o art. 285-A, que assim estabelecia: “Quando a matéria
controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de
total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e
proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada”.( pág 713)

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