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MODELO DE PETIÇÃO

ENDEREÇAMENTO

TIPO DE AÇÃO OU PEÇA

PREÂMBULO /QUALIFICAÇÃO

1. DOS FATOS
2. DO DIREITO
3. DO PEDIDO
4. ENCERRAMENTO

MODELO DE PETIÇÃO

ENDEREÇAMENTO
TIPO DE AÇÃO OU PEÇA
PREÂMBULO /QUALIFICAÇÃO
DOS FATOS
DO DIREITO
DO PEDIDO
ENCERRAMENTO

Art. 282. A petição inicial indicará:


I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão,
domicílio e residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar
a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
Art. 283. A petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação.
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não
preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o
autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez)
dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Art. 285. Estando em termos a petição inicial, o juiz
a despachará, ordenando a citação do réu, para
responder; do mandado constará que, não sendo
contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu,
como verdadeiros, os fatos articulados pelo
autor. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for
unicamente de direito e no juízo já houver sido
proferida sentença de total improcedência em outros
casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e
proferida sentença, reproduzindo-se o teor da
anteriormente prolatada. (Incluído pela Lei nº 11.277,
de 2006)
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no
prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e
determinar o prosseguimento da ação. (Incluído pela
Lei nº 11.277, de 2006)
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a
citação do réu para responder ao recurso. (Incluído
pela Lei nº 11.277, de 2006)
Art. 285-B. Nos litígios que tenham por objeto
obrigações decorrentes de empréstimo, financiamento
ou arrendamento mercantil, o autor deverá discriminar
na petição inicial, dentre as obrigações contratuais,
aquelas que pretende controverter, quantificando o
valor incontroverso. (Incluído pela Lei nº 12.810, de
2013)
§ 1º O valor incontroverso deverá continuar sendo
pago no tempo e modo contratados. (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 12.873, de 2013)
§ 2o O devedor ou arrendatário não se exime da
obrigação de pagamento dos tributos, multas e taxas
incidentes sobre os bens vinculados e de outros
encargos previstos em contrato, exceto se a obrigação
de pagar não for de sua responsabilidade, conforme
contrato, ou for objeto de suspensão em medida
liminar, em medida cautelar ou antecipação dos
efeitos da tutela. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

ENDEREÇAMENTO

AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP

TIPO DE AÇÃO OU PEÇA

xxx

PREÂMBULO /QUALIFICAÇÃO....

em face da empresa REDE PÃO DE SAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ (qualificação), em fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:

1. DOS FATOS
.....
2. DO DIREITO

Atenção: não se trata da simples transcrição de artigos. Você deverá evidenciar seu
raciocínio jurídico e argumentação

3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se que Vossa Excelência: a) b) c)...

4. ENCERRAMENTO

Dá-se à causa o valor de R$ xx por questões meramente legais.

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data.

_________________________
Nome e assinatura

O termo jurídico “petição inicial” é nome dado à peça que inicia


o processo judicial no âmbito cível. As regras e requisitos para
que a petição inicial seja aceita pelo juiz estão descritas nos
artigos 319 e seguintes do Código de Processo Civil.

Para ajuizar uma petição inicial, a parte precisa ter capacidade


civil plena, ou seja, ser maior de 18 anos, e, na maioria dos
casos, há necessidade de um advogado.

Os que a Lei considera como relativamente incapazes (pessoas


entre 16 e 18 anos, os pródigos, os dependentes de álcool ou
químicos, ou os que por algum tipo de enfermidade não podem
exprimir sua vontade) devem ser assistidos por seus
responsáveis. Já os totalmente incapazes (menores de 16 anos)
devem ser representados.
Apenas em casos excepcionalíssimos a lei permite a
substituição processual, ou seja, que terceiro possa apresentar
em juízo direito de outro (exemplo: sindicatos e associações).

Nos casos de competência dos juizados especiais ou de


pequenas causas, regulados pela Lei 9.099/95, as ações com
valor inferior a 20 salários mínimos podem ser ajuizadas sem o
acompanhamento de um advogado.

Cabe ressaltar que, no caso do processo penal, o início do


processo se dá com o oferecimento da peça chamada denúncia,
feita pelo Ministério Público, ou, no caso de ação privada, pelo
ajuizamento, por advogado, da peça denominada queixa-crime.

Veja o que diz a lei:


Código de Processo Civil - Lei no 13.105, de 16 de março de
2015.
DA PETIÇÃO INICIAL

Seção I
Dos Requisitos da Petição Inicial
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do
réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade
dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de
conciliação ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II,
poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências
necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta
de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação
do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento
ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais
informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o
acesso à justiça.
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche
os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende
ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido
ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz
indeferirá a petição inicial.

Seção II
Do Pedido
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários
advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da
postulação e observará o princípio da boa-fé.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de
obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas
incluídas no pedido, independentemente de declaração
expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto
durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar
de pagá-las ou de consigná-las.
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens
demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as
consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da
condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um
modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha
couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a
prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha
formulado pedido alternativo.
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem
subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando
não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido,
alternativamente, para que o juiz acolha um deles.
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o
mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja
conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de
procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de
procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar
o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos
especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que
não forem incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos
de que trata o art. 326 .
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores,
aquele que não participou do processo receberá sua parte,
deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a
causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o
contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste
no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento
de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à
reconvenção e à respectiva causa de pedir.

Seção III
Do Indeferimento da Petição Inicial
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais
em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação
decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de
bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que
pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso
do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar
a ser pago no tempo e modo contratados.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar,
facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para
responder ao recurso.
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a
contestação começará a correr da intimação do retorno dos
autos, observado o disposto no art. 334 .
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito
em julgado da sentença.

CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do
Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito
local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou
de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito
em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco)
dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento
do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação,
determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no
prazo de 15 (quinze) dias.

Código Penal - Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940.


Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou
expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio
- inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de
informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem
o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não


constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018)
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se
o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido
relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança
ou humilhação. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 8ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DE CARIRI DO OESTE – ESTADO DE ALAGOAS
Processo: 0004321-76.2022.8.26.888

CLEBER DE FREITAS, devidamente qualificado nos autos dos Embargos à


Execução em andamento perante este digno Juízo, movidos em face de AM EXPRESSO
TRANSPORTE DE BENS, também qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado
[Nome do Advogado], inscrito na OAB sob o número [Número da OAB], vem respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, manifestar seu inconformismo com a r. sentença proferida e
interpor RECURSO DE APELAÇÃO nos termos do art. 1.009 e seguintes do Código de
Processo Civil, pelos fundamentos a seguir apresentados.

Requer sejam as razões de apelação que seguem anexas recebidas e encaminhadas para
a devida apreciação pelo Egrégio Tribunal de Justiça, nos termos da lei.

Além disso, informa que não possui condições de arcar com os custos do preparo sem
prejuízo de seu próprio sustento, conforme comprovam os extratos anexos. Portanto, requer a
concessão da gratuidade de justiça nos moldes do art. 98, VIII e seguintes do Código de
Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

[Local], [Data]

[Assinatura do Advogado]
[Nome do Advogado] - OAB/ [Número da OAB]

RAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTE: CLEBER DE FREITAS.


APELADO: AM EXPRESSO TRANSPORTE DE BENS.
ORIGEM: 8ª Vara Cível da Comarca de Cariri do Oeste – AL.
EGRÉGIO TRIBUNAL,
ILUSTRES DESEMBARGADORES

I. SÍNTESE DOS FATOS

A embargada AM Expresso Transporte de Bens ajuizou execução de título extrajudicial,


relacionada a quatro cheques no valor de R$ 10.000,00 cada, distribuída à 8ª Vara Cível de
Cariri do Oeste/AL, sob o nº 0001234-56.2022.8.26.888, em face de Trem Bão – Pães de
Queijos e Cia, na qualidade de emitente dos cheques, e do embargante, na qualidade de avalista.
O apelante percebe um salário no valor de R$ 1.500,00, e teve todo o seu salário
bloqueado, afetando drasticamente seu sustento.
Inconformado com a sentença proferida no Juízo a quo, o apelante apresenta este
recurso de apelação em busca de sua reforma, conforme as razões que serão apresentadas a
seguir.
II. DA IMPENHORABILIDADE DA VERBA SALARIAL

Cumpre destacar que o salário integral do apelante foi penhorado na ação de execução,
o que contraria o disposto no art. 833, IV do Código de Processo Civil, que estabelece a
impenhorabilidade dos salários, exceto em casos específicos:

Art. 833. São impenhoráveis: [...].


IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como
as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, ressalvado o § 2º; [...].

A proteção da verba salarial tem o objetivo de garantir condições dignas de


sobrevivência ao trabalhador, e sua penhora compromete severamente sua subsistência.

Ao contrário do entendimento do Juízo a quo, o apelante apresentou provas


substanciais, incluindo extratos bancários, carteira de trabalho e declaração de hipossuficiência,
demonstrando que ele não possui nenhuma outra fonte de renda além do salário que teve
penhorado.

III. DO PEDIDO

Diante do exposto, o apelante roga a este Egrégio Tribunal que conheça e dê


provimento ao presente recurso, reformando a sentença proferida no Juízo a quo e
determinando a desconstituição da penhora realizada sobre seu salário.
Termos em que,
Pede deferimento.

[Local], [Data]

[Assinatura do Advogado]
[Nome do Advogado] - OAB/[Número da OAB]

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO


CRIMINAL DE PORTO ALEGRE/RS
Processo nº [Inserir nú mero do processo]

MARCOS, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado infra-


assinado, regularmente constituído nos autos, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, no prazo fatal, apresentar a presente.

IMPUGNAÇÃO À DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO DE LIVRAMENTO


CONDICIONAL

I - DOS FATOS

O Requerente foi condenado à pena privativa de liberdade de 6 anos e 6


meses de reclusã o, em regime inicial semiaberto, pela prá tica do delito de
homicídio descrito no artigo 121, §1º e § 2º, inciso IV, na forma do artigo 14, inciso
II, todos do Có digo Penal, com os fatos ocorridos em 25/01/2019. O início do
cumprimento da pena deu-se em 11/01/2021. Apó s progredir para o regime
aberto em 14/03/2022, o Requerente lamentavelmente empreendeu fuga em
25/03/2022, sendo recapturado somente em 05/04/2022.

Em razã o da falta grave praticada, o Juiz da Vara de Execuçã o de Porto


Alegre/RS decidiu pela regressã o do regime prisional, determinando o retorno do
Requerente ao regime semiaberto.
O Requerente contratou os serviços de advocacia em fevereiro de 2023 e, no
dia 09/04/2023, protocolou um pedido de livramento condicional, sustentando
que o mesmo preenche os requisitos legais para a concessã o do benefício,
conforme atestado de conduta carcerá ria favorá vel emitido pelo Diretor da
unidade prisional.

Entretanto, em resposta ao pedido, o Juiz proferiu decisã o indeferindo o


pedido de livramento condicional, alegando, dentre outros argumentos, que o
requisito temporal nã o estaria preenchido e que a contagem do prazo deveria
observar a nova data-base a partir da falta grave, a qual teria interrompido o prazo
para futuros benefícios, incluindo o livramento condicional. Além disso, afirmou
que o Requerente deveria cumprir pena em regime aberto antes de ser elegível
para o livramento condicional.

O advogado do Requerente foi intimado da decisão em 17/04/2023.

II - DA IMPUGNAÇÃO

2.1. Quanto ao Requisito Temporal

O Juiz a quo indeferiu o pedido de livramento condicional com base no


entendimento de que o requisito temporal nã o estaria preenchido. Contudo, tal
entendimento nã o se coaduna com a legislaçã o penal vigente. O artigo 83, inciso V,
do Có digo Penal, estabelece que o livramento condicional pode ser concedido
quando o apenado tiver cumprido mais de 1/3 (um terço) da pena, se nã o for
reincidente em crime doloso.

O Requerente, que é primá rio, iniciou o cumprimento da pena em 11/01/2021 e já


ultrapassou esse limite temporal, visto que se passaram mais de 2 anos desde o
início do cumprimento da pena, preenchendo, portanto, o requisito temporal
previsto em lei.

2.2. Interrupção da Contagem do Prazo

A decisã o do Juiz a quo, ao considerar que a falta grave interrompeu o prazo


para futuros benefícios, incluindo o livramento condicional, está em desacordo
com a jurisprudência e a Sú mula 441 do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Conforme estabelecido pela mencionada Sú mula 441 do STJ: "A falta grave nã o
interrompe o prazo para a progressã o de regime de cumprimento de pena."
Portanto, a interrupçã o do prazo para o livramento condicional nã o encontra
amparo legal.

2.3. Cumprimento de Pena em Regime Aberto

O Juiz a quo afirmou que o Requerente deveria cumprir pena em regime


aberto antes de ser elegível para o livramento condicional, com base na Sú mula
491 do STJ, que veda a progressã o per saltum, ou seja, a passagem direta de um
regime mais gravoso para um mais benéfico.

Entretanto, a situaçã o do Requerente nã o se enquadra nesse cená rio. A


regressã o do regime prisional do semiaberto para o aberto nã o configura
progressã o per saltum, uma vez que o Requerente já havia cumprido parte de sua
pena em regime aberto antes de sua regressã o ao semiaberto. A Sú mula 491 do STJ
nã o se aplica a este caso específico.

III - DOS PEDIDOS


Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência que reconsidere a decisã o
que indeferiu o pedido de livramento condicional em favor de MARCOS. O apenado
preenche todos os requisitos legais para a concessã o do benefício, e a decisã o
proferida nã o se encontra em conformidade com o ordenamento jurídico vigente.

Por fim, requer-se a concessã o do benefício do livramento condicional, com


expediçã o de alvará de soltura, para que o Requerente possa reintegrar-se à
sociedade de forma digna e produtiva.

Nestes termos, pede deferimento.


[Local e data]

[Assinatura do Advogado]

[Nome do Advogado]

[OAB/UF nº [Inserir nú mero da OAB]]

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