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PETIÇÃO INICIAL

Considerações sobre a peça:

Art. 282 do CPC - A petição inicial indicará:


I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 319 do novo CPC. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se
refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente
oneroso o acesso à justiça.
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura
da ação.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319
e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete,
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

1- ENDEREÇAMENTO

É a indicação do órgão judiciário que apreciará a petição inicial, ou seja, o juiz ou tribunal.
É aqui que o autor estabelece a competência.

2- QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Parte é quem pede (autor) e contra quem se pede (réu) determinada providência
jurisdicional. Mais do que uma exigência formal, as partes determinam a legitimidade,
requisito condicionante da ação.

Atenção: Incapazes – qualifica o representante legal (pais, tutor ou curador); Pessoas


Jurídicas – qualifica o representante legal / administrador da empresa; Espólio – qualifica o
inventariante.

3- FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Da mesma forma que compete ao magistrado fundamentar as decisões judiciais, deverá o


autor deduzir os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido em que se baseia sua
pretensão.
PETIÇÃO INICIAL

Os fatos são formados obrigatoriamente por: RELAÇÃO, relação jurídica ou fática mantida
entre as partes, da qual derivou o conflito; EVENTO, fato que deu origem ao conflito; e
CONCLUSÃO, consequência lógica e jurídica da união entre ‘relação’ e ‘evento’, o que
conduzirá aos objetivos que o autor pretende atingir com a ação.
A fundamentação legal é a indicação dos artigos da lei material ou processual que incidem
sobre a hipótese fática e dão fundamento, justamente, à consequência jurídica exposta na
‘conclusão’ acima citada.

4- PEDIDO

O pedido é o objeto da petição inicial. É a indicação da prestação jurisdicional pretendida


pelo autor. O pedido deverá ser certo ou determinado, conforme Art. 286 do CPC e 322
do novo CPC. Pedido ‘certo’ é aquele explícito, delimitado, que descreve com exatidão o
bem jurídico pretendido, e ‘determinado’ representa a extensão do pedido certo, a
individuação do seu gênero e de sua quantidade.

5- VALOR DA CAUSA

Os Arts. 259 e 260 do CPC e 291 a 293 do novo CPC estabelecem os critérios para a
fixação do valor da causa.
Se a causa não tiver valor pecuniário apreciável, ainda assim, será necessário lhe atribuir
um valor. Essa fixação tem por escopo, também, a determinação do procedimento a ser
utilizado.

6- PROVAS

Nos termos do Art. 283 do CPC e 320 do novo CPC, as provas documentais devem ser
apresentadas desde já na petição inicial. Todas as demais são protestadas para produção
posterior, ex. testemunhal, pericial.

Atenção: Não há pedido de provas em:


Mandado de Segurança (prova pré-constituída); Ação de Execução (já existe título
executivo); e Ação Monitória (a parte já está munida da prova escrita).

PEÇA PRÁTICA

João da Silva celebrou com a Seguradora Vita Ltda. um contrato padrão denominado
‘Seguro Saúde’, através do qual teria o direito a cobertura médico-hospitalar completa em
caso de cirurgia de qualquer espécie. Após dois anos da assinatura do contrato, João foi
diagnosticado com grave enfermidade cardíaca, para a qual o transplante era a única
solução. Tão logo surgiu um órgão compatível, João foi internado e submetido ao
transplante, cujo resultado foi exitoso. A seguradora, no entanto, se negou a reembolsar as
despesas médico-hospitalares, alegando que a doença de João era preexistente à
assinatura do contrato e que fora por ele omitida quando da contratação.

QUESTÃO

Sabendo-se que João é domiciliado em Serra Talhada, que a seguradora tem sede em
São Paulo – SP e filial em Recife, onde foi celebrado o contrato, e que o hospital onde foi
realizada a cirurgia está localizado em Caruaru; sabendo-se ainda que as despesas de
João com a cirurgia, incluindo os gastos hospitalares e os honorários médicos, somam um
valor de R$100.000,00 (cem mil reais), proponha a ação cabível.

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