Ariane da Silva (28315813) |

UNG – Direito

PROCESSO DE CONHECIMENTO (Professor Jackson)

Os Conceitos do Artigo 319 do Código de processo civil:

Segue o texto completo do Artigo 319 do Código de Processo Civil (Lei nº

13.105/2015), que trata das informações que devem constar na petição inicial de
uma ação judicial:

"Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,

o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de

mediação.

Parágrafo único. Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá
o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção."

O Artigo 319 estabelece critérios e informações fundamentais que devem constar na

petição inicial de uma ação judicial, a fim de garantir a correta instrução do processo
e a adequada prestação jurisdicional. Essas informações vão desde dados básicos
das partes até a demonstração dos fundamentos jurídicos do pedido, passando pela
indicação do valor da causa, das provas a serem apresentadas e da opção pela
conciliação ou mediação. Além disso, o parágrafo único prevê a possibilidade de o
autor solicitar ao juiz diligências para obtenção de informações adicionais caso não
as tenha no momento da inicial.Segundo o doutrinador Fernando Augusto de Vita
Borges Sales, a petição inicial é a peça processual que inaugura uma ação.

Quais são os requisitos da petição inicial?

A estrutura da petição inicial deve ser seguida à risca como determina o artigo 319
do NCPC. Caso contrário, o juiz determinará emenda a inicial e isso é algo que os
advogados devem evitar sempre que possível.
Os requisitos da petição inicial são os seguintes:
1. o juízo a que se destina;
2. a qualificação das partes;
3. a causa de pedir, ou seja, os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido;
4. o pedido;
5. o valor da causa;
6. as provas que pretende produzir;
7. a opção pela realização – ou não – da audiência de conciliação ou mediação;
8. e a apresentação dos documentos indispensáveis à apresentação de seu
pedido.

Art. 319 do CPC comentado :

I - o juízo a que é dirigida;

A petição inicial deve conter a identificação do juízo para o qual está sendo
apresentada, ou seja, qual é o órgão jurisdicional competente para apreciar o caso,
respeitando as regras de competência previstas nos artigos 42 a 53 do Novo CPC.

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,

o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

Neste inciso, são exigidas informações detalhadas sobre as partes envolvidas na

ação, incluindo dados pessoais, profissionais e de contato, a fim de permitir a
correta identificação das partes. É importante qualificar corretamente para poder
individualizar as partes e evitar a ocorrência de homônimos. Entretanto, caso o autor
não disponha de todos os dados, poderá requerer ao juiz diligências para obter os
dados faltantes (art. 319, § 1º, CPC).

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

Deve-se apresentar de forma clara e objetiva os fatos que fundamentam o pedido

feito pelo autor, bem como os fundamentos jurídicos que sustentam a pretensão. A
causa de pedir pode ser divida em dois: causa de pedir próxima e causa de pedir
remota.
A causa de pedir próxima se refere aos fatos e a causa de pedir remota se refere
aos fundamentos jurídicos da lide.
Um ponto interessante é que pelo princípio da congruência ou da correlação, a
causa de pedir vincula o juiz (art. 141 do CPC), sendo um elemento objetivo da
demanda.

IV - o pedido com as suas especificações;

Aqui, o autor deve formular o pedido de forma precisa e detalhada, indicando

claramente o que está sendo solicitado ao juízo. Assim como a causa de pedir, o
pedido também é um elemento objetivo e serve como identificador. O pedido tem o
poder de vincular o juiz da mesma forma (art. 492 CPC) em que este não pode
decidir de modo diverso do requerido.
O pedido se divide em dois: pedido imediato e pedido mediato.
O pedido imediato é a prestação jurisdicional que o autor busca com o processo. Já
o pedido mediato é o bem da vida que o autor pretende com aquela demanda.

V - o valor da causa;

O autor deve indicar o valor econômico atribuído à causa, ou seja, o montante

financeiro relacionado ao pedido formulado na ação.

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

Deve-se informar quais são as provas que serão apresentadas para comprovar os
fatos alegados na petição inicial, de modo a embasar a pretensão do autor.

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de

mediação.

O autor deve indicar se deseja ou não a realização de audiência de conciliação ou

mediação, conforme a opção disponível para resolução consensual de conflitos.
Segundo o autor Fernando Augusto de Vita Borges Sales, a manifestação do autor
de que não tem interesse na audiência de conciliação deve ser feita expressamente
na petição inicial.