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AV2
Petição Inicial: Art. 319, CPC
1. A forma da petição inicia que deve ser, então, escrita, datada e assinada, em regra,
ressalvadas as hipóteses de postulação oral (como na Lei 9.099/1999);
2. A assinatura de quem tenha capacidade para o ato;
(4) Pode haver, ainda, requisitos particulares, conforme a natureza da ação. É o caso, por
exemplo, da ação rescisória, cujos requisitos, além dos previstos no art. 319, NCPC, estão
dispostos no art. 968, Novo CPC.
(5) Cabe ressaltar, por fim, a hipótese de inépcia da petição inicial. Quando a peça inicial
deixar de atender aos requisitos do art. 319, NCPC, então, poderá ser indeferida, nos
moldes do art. 321, parágrafo único, NCPC.
Parágrafo 01
(6) O parágrafo 1º do art. 319, Novo CPC, dispõe acerca da hipótese de não serem
encontrados todos os dados de qualificação das partes, nos moldes do inciso II do caput.
Nesses casos, então, o autor poderá, na própria petição inicial, requerer ao juízo as
diligências necessárias à sua obtenção.
(7) O mesmo se aplica à qualificação das testemunhas. Nesse sentido, dispõe, então, o
Enunciado 519 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC):
519. (art. 450; art. 319, §1º; art. 6º) Em caso de impossibilidade
de obtenção ou de desconhecimento das informações relativas à
qualificação da testemunha, a parte poderá requerer ao juiz
providências necessárias para a sua obtenção, salvo em casos de
inadmissibilidade da prova ou de abuso de direito. (Grupo: Direito
probatório)
Parágrafo 02
(8) Como vislumbrado no art. 319, caput, inciso II, e parágrafo 1º, NCPC, a qualificação das
partes é um dos requisitos da petição inicial. E a sua ausência ou incompletude pode
ensejar o indeferimento da inicial. Contudo, se a falta, ainda assim, não impedir que a
citação seja realizados, e respeitados os demais requisitos, a inicial não será indeferida.
Parágrafo 03
(9) O parágrafo 3º do art. 319, Novo CPC, enfim, dispõe que a petição inicial não será
indeferida, apesar da falta na qualificação das partes, se obtenção das informações
restantes forem de complexidade tal que torne o acesso à justiça impossível ou
excessivamente oneroso.
(11) A previsão é repetida, então, no Enunciado 145 do FPPC. Assim, ele dispõe:
Contestação
1. Endereçamento
Na prática, a qualificação das partes é algo que já não faz parte da contestação porque o
autor e o réu já foram qualificados na petição inicial. Assim, otimiza-se o tempo. Todavia,
saber que a qualificação das partes também consta da estrutura da contestação e como
proceder nesse ponto é importante.
Dessa forma, o que há para se saber é que na contestação, a primeira qualificação
apresentada é a do réu, por ser ele o apresentante da contestação. Depois, vem a
qualificação do autor, que é contra quem a contestação está sendo apresentada.
3. Síntese do processo
Essa parte é dedicada à descrição dos principais fatos sucedidos desde a petição inicial até
a apresentação da contestação.
A dica para elaborar uma boa síntese é resumir os fatos alegados pelo autor na petição
inicial e fazer o mesmo com os fundamentos jurídicos e os pedidos. Até porque não há
necessidade de repetir tudo o que consta na petição inicial. Somente o que for mais
importante deve migrar para o texto da contestação. A síntese serve a apenas relembrar
ao Juiz o que consta na petição inicial. Um cuidado importante é não apenas repetir os
fundamentos jurídicos levantados pelo autor para não correr o risco de colaborar para que
ele ganhe a causa.
Na síntese, a estratégia de defesa pode começar a tomar forma.
4. Realidade dos fatos
Esse não é um tópico que deve fazer parte obrigatoriamente da contestação. O profissional
que a redigir pode decidir se quer ou não que a realidade dos fatos estejam na estrutura da
contestação. É uma questão de estratégia de defesa.
Na petição inicial, o autor apresentou a versão dele dos fatos. Esse dispositivo permite ao
réu apresentar a sua realidade, fazendo a correção da apresentação dos fatos. Com isso, o
réu estabelece que a verdade é outra e coloca o Juiz em dúvida a respeito dos fatos
relatados pelo autor.
5. Preliminares
As questões que afetam diretamente o mérito da demanda podem constar nas defesas
prejudiciais de mérito. Por exemplo, a prescrição e a decadência, que são de natureza
material.
7. Defesas de mérito
São as defesas que afetam diretamente o Direito que está sendo discutido na causa. Então,
sendo a ação por indenização de danos morais, é neste momento da defesa que o réu deve
alegar, por exemplo, que não estão presentes os requisitos que configuram a
responsabilidade civil, que o dano material e o dano moral pedidos pelo autor estão acima
dos patamares, que não há prova da existência dos danos e todas as demais questões que
afetam diretamente o Direito material discutido na demanda.
A defesa de mérito se diferencia das preliminares pelo objeto da defesa. Nas defesas
preliminares, alega-se o defeito no processo. Já nas defesas de mérito, a alegação é
referente a problemas na prova ou na constituição do Direito material que é objeto do
processo.
Uma recomendação para apresentar a defesa é partir da sustentação da defesa mais forte e
importante que para a de menos peso e importância.
8. Pedidos e requerimentos
O principal pedido de uma contestação é de que a ação seja julgada improcedente. No caso
de uma defesa preliminar ser a inépcia da petição inicial, o pedido é para que o processo
seja extinto sem a análise do mérito.
9. Data e assinatura
A data e a assinatura são parte da estrutura da contestação e não podem ser esquecidas.
A contestação é a principal forma de defesa do réu, aquela por meio da qual ele
exerce a sua defesa típica no processo.
Trata-se de um ato escrito (o art. 335 do CPC exige que seja apresentado “por
petição”), informal (não há forma prevista em lei), público (em regra) e no idioma
nacional.
(a) o princípio da eventualidade, que determina que o réu deve concentrar toda a
matéria de defesa na contestação, ainda que eventualmente haja alegações incompatíveis
entre si. Nesse sentido, o art. 336 do CPC dispõe que “incumbe ao réu alegar, na
contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que
impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”;
Não obtida a conciliação, o réu tinha que oferecer, na própria audiência, resposta escrita
ou oral, acompanhada de documentos, rol de testemunhas e eventual prova pericial. No
procedimento sumário também não eram admissíveis ação declaratória incidental e a
intervenção de terceiros (salvo a assistência), o recurso de terceiro prejudicado e a
intervenção fundada em contrato de seguro.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
Não poderá o juiz conceder nada a mais (ultra petita) ou diferente do que foi pedido
(extra petita).
Assim, como não poderá fundamentar-se em causa de pedir diferente da narrada pelo
autor; caso não seja observado esse princípio a sentença será considerada nula.
1) Pedidos implícitos: o magistrado poderá conceder o que não foi demando pelo autor.
3) Demandas cujo objetivo é uma obrigação de fazer ou não fazer: o magistrado poderá
conceder tutela diversa.
Indo além…
Fundamentação:
Ele não precisa ser magistrado e nem mesmo funcionário do judiciário brasileiro. Basta ser
plenamente capaz, estar cursando graduação reconhecida pelo MEC (no mínimo) e fazer o
curso de capacitação. Esse curso é oferecido pelos próprios tribunais e por
instituições credenciadas, segundo parâmetros estabelecidos na forma da Resolução CNJ n.
125/2010.
Ao contrário do conciliador, o mediador é uma figura mais passiva, que não sugere nem
direciona as partes para qualquer solução específica. Sua função é aplicar técnicas que
facilitam o diálogo, para que elas possam, de forma autônoma, chegar a uma resposta para
o conflito.
Todo indivíduo capaz, graduado em curso superior reconhecido pelo MEC há pelo menos
dois anos e capacitado para o exercício da função pode ser mediador.
Segundo prescreve o art. 334, após receber e acolher a petição inicial, o juiz designará uma
audiência de conciliação ou de mediação. Esta somente não será obrigatória nos casos em
que o direito em causa não admite autocomposição ou, ainda, em que ambas as partes
exprimem desinteresse.
O autor deve expressar desinteresse por meio da petição inicial. Já o réu, em resposta à sua
citação, também por meio de petição, a qual deve ser apresentada com, no mínimo, dez
dias de antecedência em relação à data da audiência.
De acordo com o novo CPC, a publicação da sentença pode se dar em dois momentos
distintos: na própria audiência de instrução, após o encerramento dos debates ou depois
de oferecidas as razões finais; ou no prazo de trinta dias, após o encerramento da fase
probatória. Quando proferida em audiência, as partes e os respectivos advogados serão
cientificados no mesmo ato. Quando prolatada em momento posterior, a intimação da
sentença será, preferencialmente, realizada por meio eletrônico. Não sendo o caso, será
publicada no órgão oficial (art. 272, CPC/2015).
Uma vez publicada a sentença (ou apenas proferida, no caso de ter sido prolatada em
audiência), pouco importa a sua natureza, incide o princípio da inalterabilidade da
decisão judicial, que se aplica também aos acórdãos e, de forma mitigada, até às decisões
interlocutórias.
A rigor, constitui erro procedimental a alteração, fora dos casos previstos em lei, de
qualquer decisão judicial. O próprio CPC, no entanto, prevê os casos em que se admite
alteração da sentença ou do acórdão.
Um deles é para correção de inexatidões materiais ou retificação de erro de cálculo
(art. 494, inciso I, CPC/2015). Por inexatidão material entende-se o erro, perceptível sem
maior exame, que traduz desacordo entre a vontade do julgador e a expressa na decisão.
Omitiu-se, por exemplo, o nome de uma das partes. Erro de cálculo passível de correção é
o que resulta de equívocos aritméticos, por exemplo, inclusão de parcela devida e não
constante do cálculo por equívoco.
Em caso de inexatidão ou erro, a correção pode ser feita por despacho retificador (que
não altera a substância do julgado e, portanto, não tem qualquer reflexo sobre o prazo
recursal), a qualquer tempo, mesmo depois de transitada em julgado a sentença. Ressalte-
se, no entanto, que os critérios de cálculo e os seus elementos não podem ser alterados
após o trânsito em julgado. Nesse sentido: STF, AI 851.363/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz
Fux, DJe 20.04.2012).
A alteração também pode ocorrer, de acordo com o inciso II do art. 494, CPC/2015, em
virtude de interposição de embargos de declaração, quando a sentença ou acórdão
contiver obscuridade, contradição ou for omissa com relação a questão suscitada pelas
partes.
Os embargos de declaração, espécie de recurso dirigido ao próprio juiz ou órgão prolator
da decisão, e por ele julgado, são opostos no prazo de cinco dias, interrompendo-se o
prazo para interposição de outros recursos (arts. 1.022 e seguintes do CPC/2015).
O acolhimento dos embargos é feito com a prolação de decisão complementar, de
natureza idêntica à decisão embargada, e que a esta se integra.
Efeitos da sentença
A tutela jurisdicional concedida pela sentença guarda relação com o pedido formulado na
petição inicial, ou mesmo pelo réu, quando este apresentar reconvenção ou pedido
contraposto, ou quando se tratar de ação dúplice. No processo de conhecimento, a
sentença será sempre declaratória, seja para conferir certeza à relação jurídica afirmada
pelas partes ou negar a existência dessa relação.
Tais efeitos são denominados principais porque visados pelos litigantes, tanto que se
manifestam em razão do pedido; também denominados formais, porquanto constam
expressamente do dispositivo da sentença; finalmente, denominam-se efeitos materiais
em razão da sua influência que podem criar sobre a situação jurídica dos litigantes.
A sentença que decreta a separação judicial ou divórcio, bem como a que anula o
casamento, além do efeito constitutivo ou declaratório visado pelas partes e deferido pelo
juiz, automaticamente, põe fim ao regime de comunhão de bens (arts. 1.571, II, III e IV,
e 1.576 do CC).
A hipoteca judiciária, conforme previsto no art. 495 constitui efeito secundário de toda
sentença que condenar o réu ao pagamento de prestação em dinheiro e que determinar a
conversão de prestação de fazer, não fazer ou dar coisa certa em prestação pecuniária. [1]
No Código de 1973, a hipoteca judiciária, que está prevista no art. 466, não assegura ao
credor qualquer direito de preferência quanto ao recebimento dos créditos estabelecidos
na sentença. Ela apenas figura como meio preventivo para se evitar a alienação dos bens
em fraude à execução. O credor dispõe, então, apenas do direito de sequela, isto é, da
prerrogativa de perseguir os bens hipotecados onde quer que eles se encontrem. A
preferência leva em consideração apenas o registro da penhora ou do arresto, segundo
posição dominante do STJ.
Conforme redação do art. 495, § 4º, do novo Código, “a hipoteca judiciária, uma vez
constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao
pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro”. Isso quer
dizer que, nas hipóteses em que houver mais de um credor, o crédito daquele que fizer o
registro da sentença perante o cartório de registro imobiliário terá preferência em
relação aos demais. Ressalte-se que essa regra é processual e, portanto, não se sobrepõe
às preferências estabelecidas nas regras de direito material.