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Conceito: perícia é espécie de prova realizada por pessoas com conhecimento técnico
científico relacionado a uma determinada situação.
Regras Gerais
a) Perito Oficial: o perito oficial é um servidor público concursado que irá realizar os
exames periciais. Atualmente basta um perito oficial para realização dos exames não
mais tendo aplicação a súmula 361 do STF.
Súmula 361
No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se
impedido o que tiver funcionado, anteriormente, na diligência de apreensão.
b) Peritos Extraoficiais: nas comarcas nas quais não houver perito oficial, o juiz
nomeará duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior,
preferencialmente, relacionado com a espécie de exame, para realizar a perícia.
c) Assistentes Técnicos: O artigo 159, §§3º e 4º, do CPP autoriza as partes contratarem
assistentes técnicos, que são pessoas com conhecimento científico que irão analisar o
laudo elaborado pelo perito.
Exame de corpo de delito: é a perícia realizada nos vestígios deixados por um crime,
nos crimes não transeuntes (deixa vestígio), o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, é um ato obrigatório, sob pena de nulidade. Não podendo ser suprido nem pela
confissão do acusado, conforme artigo 158, do CPP.
Exame complementar
Nas hipóteses em que o exame de corpo de delito tiver sido incompleto, é possível se
fazer um segundo exame chamado de complementar. Existe uma hipótese em que o
exame complementar é obrigatório. Isso ocorrer nos casos do artigo 129, §1º, inciso I,
do CP, lesão corporal de natureza grave por afastamento das ocupações habituais por
mais de 30 dias, conforme se observa no artigo 168 e parágrafos, do CPP.
CPP, Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-
se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada,
acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
deprecante.
JECRIM
O exame de corpo de delito, via de regra, é um ato obrigatório para os crimes que
deixam vestígios, sob pena de nulidade. Entretanto nas infrações de menor potencial
ofensivo, o exame de corpo de delito poderá ser substituído pelo BAM (Boletim de
Atendimento Médico), conforme artigo 77, §1º da Lei 9.099/95.
Exame Grafotécnico
O artigo 174, do CPP, regula o exame grafotécnico, que é aquele realizado para fazer
comparação de letras em documentos escritos. O juiz poderá requisitar documentos
públicos ou apreender documentos privados para fazer a comparação, se não existirem
documentos da lavra do investigado, o artigo 174 autoriza o juiz fazer um ditado para
que o investigado redija palavras. Alguns autores entendem que o investigado está
obrigado a redigir as palavras ditadas pelo juiz, sob pena de responder por crime de
desobediência, porém predomina o entendimento de que o investigado não está
obrigado a redigir as palavras ditadas. Conforme Art. 8º, 2, G do Decreto 678/92.
ARTIGO 8
Garantias Judiciais
Direito ao Silêncio
O artigo 5º, inciso LXIII da CRFB/88 e o artigo 186 do CPP garante aos acusados o
direito de permanecer calados. A bem da verdade, o réu pode confessar, ficar calado ou
pode mentir. O réu não presta o compromisso de falar a verdade, o réu mente em estado
de necessidade. Nos EUA, há o crime de perjúrio, ele não pode mentir.
Obs.: O artigo 186, §único do CPP estabelece que o silêncio não importará em
confissão nem poderá ser utilizado contra o réu. Processo Penal: quem nada fala, nada
diz.
##Atenção: O art. 198 do CPP, que dispõe: "O silêncio do acusado não importará confissão,
mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz", na sua parte final
não foi recepcionado pela CF/88, em razão do princípio da ampla defesa (calar-se é um meio de
defesa,
por vezes, de importância ímpar) e do princípio da presunção de inocência (que tem como
desdobramento a garantia da não autoincriminação, que poderá ocorrer se o réu resolver se
manifestar sem segurança no que irá dizer ou sem tese a seu favor)
a) Interrogatório Extorquido
O interrogatório feito negando-se ao réu o direito de permanecer calado. Configura
prova ilícita.
Confissão
A confissão é o reconhecimento da veracidade dos FATOS narrados na denúncia ou
queixa, não necessariamente do DIREITO.
Não confundir confissão com reconhecimento do pedido.
Obs.: O artigo 200 do CPP estabelece que a confissão é retratável porque o réu pode se
desdizer e divisível porque o réu pode confessar os fatos no todo ou em partes.
Explicação: Divisível, pois o juiz pode entender devidamente demonstrada apenas parte dos
fatos confessados pelo acusado. Retratável, porque o acusado ode confessar e depois voltar
atrás.
Momento Procedimental
O interrogatório ocorre na AIJ e, via de regra, é o último ato da instrução criminal. Ele
ocorre antes das alegações finais das partes. Garante ao réu se defender de forma mais
eficaz, exercer sua autodefesa.
a) Tribunal do Júri
O procedimento do Tribunal de Júri é um procedimento escalonado que se desenvolve
em duas fases. A primeira fase chama-se judicium accusationis e a segunda fase,
judicium causae. Ao final de cada fase, ocorre uma AIJ, portanto no procedimento do
tribunal do júri ocorrerão dois interrogatórios, um no final da primeira fase e o outro no
final da segunda fase.
Necessidade
O interrogatório com o réu presente é um ato obrigatório sob pena de nulidade. Sendo
certo que se o réu estiver foragido, ele terá o direito de ser ouvido no momento em que
aparecer no processo.
Conteúdo
O interrogatório conforme se observa do artigo 187, do CPP deve ser realizado em duas
partes. Na primeira parte, formulam-se perguntas sobre a pessoa do acusado
(qualificação); na segunda parte, serão formuladas perguntas sobre o fato delituoso.
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 1º.12.2003)
Obs.: Alguns autores entendem que o acusado tem o direito de permanecer calado nas
duas partes do interrogatório porque a Constituição no artigo 5º, inciso LXIII e o CPP
no artigo 186 ao conferirem o direito de permanecer calado não diferenciaram as partes
do interrogatório. Entretanto predomina o entendimento de que o direito ao silêncio
existe na segunda parte do interrogatório, pois é nesta que poderá ocorrer a
autoincriminação resguardada pelo artigo 8º, 2, G, do Decreto 678/92.
Forma de Realização
O interrogatório do acusado preferencialmente será feito no fórum, durante a AIJ, na
sala de audiências, conforma artigo 185, caput, do CPP. Se o réu estiver preso, o juiz, o
promotor ou o defensor poderão se dirigir ao estabelecimento prisional para fazer o
interrogatório, conforme artigo 185, §1º do CPP. Excepcionalmente, poderá ser feito
interrogatório por vídeo conferência, nas hipóteses previstas no artigo 185, §2º, do CPP.
Chamada de Corréu
O artigo 190 do CPP prevê a possibilidade do réu ao confessar apontar outras pessoas
que com ele tenham praticado o crime.
CPP, Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os
motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para
a infração, e quais sejam. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
Súmula 231, STJ A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução
da pena abaixo do mínimo legal.
Declarações do Ofendido
As declarações do ofendido consistem na oitiva da vítima, via de regra, é o primeiro ato
da AIJ.
Obs.: alguns autores entendem que o juiz deveria ouvir a vítima com reservas porque
ela teria interesse na condenação do réu. Porém, predomina o entendimento que a
declaração do ofendido tem o mesmo valor das demais provas dos autos.