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No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurado autonomia técnica, científica e
funcional, exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de
perito oficial.
Em razão do exercício das atividades de perícia oficial de natureza criminal, os peritos de natureza criminal
estão sujeitos a regime especial de trabalho, observada a legislação específica de cada ente a que se
encontrem vinculados
(...) são peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médicos-legistas e peritos
odontolegistas com formação superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade
de cada órgão e por área de atuação profissional
Objetivo→ formar a convicção do juiz sobre elementos necessários para a decisão da causa
O Art. 155. (CPP) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.
art. 184 do Código de Processo Penal “Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.”
Desta maneira, “o exame de corpo de delito, uma vez requerido por qualquer dos envolvidos, não poderá ser
negado”.
Corpo de delito direto→ quando realizado por peritos sobre os sobre os vestígios de infração existentes
Corpo de delito indireto→ quando, não existindo esses vestígios materiais, a prova é suprida pela
informação testemunhal
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando
não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da
morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
Art. 167 (CPP). Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento
do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal,
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
Art. 169. (CPP). Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade
providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará
um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por
outros peritos.
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros
peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado,
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
técnico.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que
examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob
pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada no art 47, I e II e 92, I e II do
cp
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a
sua condução.
Art. 280 - É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
SUSPEIÇÃO
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito.
IMPEDIMENTOS
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Exame necroscópico é um conjunto de operações que tem como meta fundamental evidenciar a causa mortis.
A necropsia médico-legal determina a morte violenta ou morte suspeita, o tempo estimado da morte
(cronotanatodiagnose), a identificação do morto.
-"De acordo com o artigo 182 do Código de Processo Penal: “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
" Tal prerrogativa lhe dá o direito, de ofício, de determinar a realização de uma nova prova, desde que a
primeira não tenha lhe conferido as informações necessárias para esclarecimento da matéria ou que ele julgue
a perícia sem condições probantes por omissão, incoerência ou falta de sustentação e clareza nas afirmações
do perito. Esta faculdade também está exposta no Código de Processo Civil: “O juiz poderá determinar, de
ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer
suficientemente esclarecida.
" Este ato pode ser proferido antes ou no curso da audiência de instrução e julgamento, mesmo depois
dos esclarecimentos do perito e dos assistentes técnicos. A segunda perícia rege-se pelas disposições
estabelecidas para a primeira, porém não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de
ambas. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre o que recaiu a primeira e destina-se a
corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu. FRANÇA, Genival Veloso de.
Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p.59
CRIMES PERITO
Crime de Falsa Perícia
ARTIGO 342 CP: "Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor,
contador ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral:"
"considera-se falsa perícia quando o perito distorce a verdade, com objetivo específico de favorecer alguém
e influir sobre a decisão judicial, enganando a autoridade julgadora, ainda que não atinja o fim desejado. "
(Genival Veloso de França, 2017)
Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado
pessoalmente o exame.
Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual
tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.
Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro
médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o
relatório.
Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de
dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios.
Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando
na função de perito ou de auditor.
Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos
propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou
iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.
Atenção deve ser dada ao fato da diferença entre exame médico legal (OUTRA PESSOA QUE NÃO O
MÉDICO LEGISTA, PODE FAZER) e identificação médico legal (SOMENTE O MÉDICO LEGISTA).
Segundo o CPP: 159, §1º do CPP: Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Recomendo analisar tal questão cobrada pela
cebraspe em 2016:
Quanto a finalidade:
Protocolo
Prontuários: constitui-se não apenas no registro da anamnese do paciente, mas em todo o acervo
documental padronizado, organizado e conciso, referente ao registro dos cuidados médicos prestados,
assim como dos documentos pertinentes a essa assistência.
Parecer: Consiste em resposta técnica dada à consulta médico-legal. É um documento particular
que tem como finalidade o esclarecimento de uma dúvida médico-forense, podendo ser analisado
por vários especialistas; (No parecer não tem DESCRIÇÃO)
São expostas convicções científicas, doutrinárias
A discussão e a conclusão passam a ser os pontos de maior relevo desse documento
#NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS,
▶ PREÂMBULO - Constam dessa parte a hora, data e local exatos em que o exame é feito. Nome da
autoridade que requereu e daquela que determinou a perícia. Nome, títulos e residências dos peritos.
Qualificação do examinado.
▶ QUESITOS
São perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao processo.
Os quesitos oficiais variam conforme o tipo de perícia.
▶ HISTÓRICO OU COMEMORATIVO - Consiste no registro dos fatos mais significativos que motivam o
pedido da perícia ou que possam esclarecer e orientar a ação do legisperito, ou seja, informações colhidas do
interessado e de terceiros vinculados ao caso.
Visum et repertum
Sua função é reproduzir fiel, metódica e objetivamente, com exposição minuciosa dos exames e
técnicas empregadas e de tudo o que for observado pelos peritos.
o A descrição deve ser completa, minuciosa, metódica e objetiva, não chegando jamais ao
terreno das hipóteses
▶ DISCUSSÃO - Nesta fase, serão postas em discussão as várias hipóteses, afastando-se o máximo das
conjecturas pessoais, podendo-se inclusive citar autoridades recomendadas sobre o assunto. O termo
discussão não quer dizer conflito entre as opiniões dos peritos, mas um diagnóstico lógico a partir de
justificativas racionais.
▶ CONCLUSÃO - Compreende-se nesta parte a síntese diagnóstica redigida com clareza, disposta
ordenadamente, deduzida pela descrição e pela discussão. É a análise sumária daquilo que os peritos
puderam concluir após o exame minucioso.
▶ RESPOSTAS AOS QUESITOS - Ao encerrarem o relatório, respondem os peritos de forma sintética e
convincente, afirmando ou negando, não deixando escapar nenhum quesito sem resposta.
É certo que, na Medicina Legal, que é ciência de vastas proporções e de extraordinária diversificação, em que
a certeza é às vezes relativa, nem sempre podem os peritos concluir afirmativa ou negativamente. Não há
nenhum demérito se, em certas ocasiões, eles responderem “sem elementos de convicção”, se, por
motivo justo, não se puder ser categórico. Ou “Prejudicado”
Exemplo:
Preambulo → Aos 3 dias do mês de janeiro de 1997, O Perito XXXX, designado pelo MM Juiz de Direito da 2ª
Vara Cível da Comarca de Goiânia, para proceder ao exame pericial em JOSÉ DA SILVA, nos autos do
processo N.º: 205.004.0012-5, onde consta como Réu BRADESCO SEGUROS, descrevendo como verdade e
com todas as circunstâncias, o que vir, descobrir e observar, bem como responder aos quesitos das partes.
Em consequência, passa ao exame pericial solicitado, as investigações que julgou necessárias, ao quais
findas, passa a declarar:
Houve morte?
Qual a causa da morte?
Qual instrumento ou meio produziu a morte?
A morte foi produzida com com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou que pedia resultar perigo comum?
Histórico→ O examinado conta que, após desentendimento com estranhos em um bar, acabou levando
socos e pontapés.
Descrição→ O paciente ao exame é um homem branco, que deu entrada caminhando por seus próprios
meios e sem auxílio de aparelhos; está em bom estado físico, om estado de nutrição e apresenta uma idade
física compatível com a idade cronológica.
Está lúcido e orientado no tempo e no espaço, o pensamento tem forma, curso e conteúdo normal, a memória
está presente e preservada, o humor igualmente presente e adequado às situações propostas. Não notamos a
presença de delírios ou alucinações.
Discussão→ No momento, não encontramos do ponto de vista pericial, qualquer restrição, à prática do
trabalho genérico uma vez que a LER/DORT que acomete os membros superiores é uma doença que
restringe o trabalho em que possa haver atividade que necessita do uso dos membros superiores em
movimento repetidos
Assim na idade do autor e com seu grau de instrução, não há impedimento à prática de outras formas de
trabalho e portanto, do ponto de vista estritamente pericial não há invalidez.
A fratura do osso maxilar encontrada na vítima é considerada uma ferida contusa, causada por agente
contundente.
Conclusão→O autor exclusivamente do ponto de vista pericial, pode exercer função laborativa desde que
esta função não exija movimentos repetidos dos membros superiores.
Resposta aos Quesitos→ Qual a atividade que um trabalhador doente, aposentado por invalidez, e que
durante toda sua vida se dedicou a uma profissão, pode exercer sem a utilização dos membros superiores?
R: Toda e qualquer profissão que não exija movimentos repetitivos, por exemplo: comprador, vendedor,
motorista, porteiro, radialista, vigia, zelador, empresário e muitas outras.
Assinatura→ xxx
A perícia possui:
O perito não pode ser questionado a respeito da ocorrência de negligência, imprudência e imperícia pois
não é atribuição dele constatar essas questões.
"Faz parte da função de perito verificar a existência do dano; por outro lado, somente à justiça cabe
finalizar um processo, decidir se o dano foi causado e, em caso positivo, se o foi por imprudência,
imperícia ou negligência."
E nos casos em que ainda haja alguma dúvida acerca do relatório médico-legal (controvérsias) qual
documento pertinente?
NOVA PERÍCIA:
Q934018. Em caso de lesão corporal dolosa não seguida de morte, a classificação jurídica da lesão em leve,
grave ou gravíssima não será de competência do perito médico-legista. (C)
O perito médico-legista não classifica juridicamente ele dá a causa clínica do diagnóstico do tipo
de lesão.
Logo, se o perito dissesse que houve imprudência, negligência ou imperícia, no fim das contas ele estaria
determinando a causa jurídica de um possível crime, o que é vedado ao perito, por se tratar de critério de
julgamento, cabível apenas aos profissionais do Direito.
O que podem fazer? Ouvir testemunhas, solicitar documentos e obter informações. Ele tem 10 dias para
entregar seu laudo em até 10 após o laudo do perito