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Perícias Criminais → lei 12.

030, 17 de setembro de 2009

No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurado autonomia técnica, científica e
funcional, exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de
perito oficial.

Em razão do exercício das atividades de perícia oficial de natureza criminal, os peritos de natureza criminal
estão sujeitos a regime especial de trabalho, observada a legislação específica de cada ente a que se
encontrem vinculados

(...) são peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médicos-legistas e peritos
odontolegistas com formação superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade
de cada órgão e por área de atuação profissional

Objetivo→ formar a convicção do juiz sobre elementos necessários para a decisão da causa

O Art. 155. (CPP) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando


se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) 
I - violência doméstica e familiar contra mulher;
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

A FALTA OU OMISSÃO DO EXAME DE CORPO DE DELITO LEVA A NULIDADE DO PROCESSO

art. 184 do Código de Processo Penal “Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.”

Desta maneira, “o exame de corpo de delito, uma vez requerido por qualquer dos envolvidos, não poderá ser
negado”.

Corpo de delito direto→ quando realizado por peritos sobre os sobre os vestígios de infração existentes

Corpo de delito indireto→ quando, não existindo esses vestígios materiais, a prova é suprida pela
informação testemunhal

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.

Parágrafo único.  Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando
não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da
morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.

OBS: Em regra a necropsia é obrigatória em caso de morte violenta

Art. 167 (CPP). Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento
do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.

§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
deficiência ou retificá-lo.

§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal,
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.

§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.

Art. 169. (CPP).  Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade
providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos

Art. 176.  A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.

Art. 180.  Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará
um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por
outros peritos.

Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou


contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o
laudo.

Parágrafo único.  A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros
peritos, se julgar conveniente.

Art. 182.  O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art. 159.  O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.             

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o


encargo. 

Perito oficial = sem número

Perito não oficial = 2 pessoas

§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado,
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
técnico.   

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que
examinarem, e responderão aos quesitos formulados.

Parágrafo único.  O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.   

Art. 275.  O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

Art. 276.  As partes não intervirão na nomeação do perito.

Art. 277.  O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob
pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

Parágrafo único.  Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:

a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;

b) não comparecer no dia e local designados para o exame;

c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.

Art. 279.  Não poderão ser peritos:

I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada no art 47, I e II e 92, I e II do
cp

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos 

 I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;

 II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público

Art. 92 - São também efeitos da condenação:

 I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:


 II - a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos
sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar,
contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;

II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o


objeto da perícia;

III - os analfabetos e os menores de 18 anos.

Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a
sua condução.

DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Art. 112.  O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e


os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade
ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a
incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo
estabelecido para a exceção de suspeição.

Art. 280 - É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.

SUSPEIÇÃO

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;

IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.

 Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito.

IMPEDIMENTOS

 Os impedimentos têm caráter objetivo e possuem presunção legal absoluta


 Implica nulidade absoluta do processo por falta de exame de corpo de delito a participação nesse
exame de perito suspeito.

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Exame necroscópico é um conjunto de operações que tem como meta fundamental evidenciar a causa mortis.

A necropsia médico-legal determina a morte violenta ou morte suspeita, o tempo estimado da morte
(cronotanatodiagnose), a identificação do morto.

-"De acordo com o artigo 182 do Código de Processo Penal: “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
" Tal prerrogativa lhe dá o direito, de ofício, de determinar a realização de uma nova prova, desde que a
primeira não tenha lhe conferido as informações necessárias para esclarecimento da matéria ou que ele julgue
a perícia sem condições probantes por omissão, incoerência ou falta de sustentação e clareza nas afirmações
do perito. Esta faculdade também está exposta no Código de Processo Civil: “O juiz poderá determinar, de
ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer
suficientemente esclarecida.
" Este ato pode ser proferido antes ou no curso da audiência de instrução e julgamento, mesmo depois
dos esclarecimentos do perito e dos assistentes técnicos. A segunda perícia rege-se pelas disposições
estabelecidas para a primeira, porém não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de
ambas. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre o que recaiu a primeira e destina-se a
corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu. FRANÇA, Genival Veloso de.
Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p.59

CRIMES PERITO
Crime de Falsa Perícia

 ARTIGO 342 CP: "Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor,
contador ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral:"

Pena - Reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.

"considera-se falsa perícia quando o perito distorce a verdade, com objetivo específico de favorecer alguém
e influir sobre a decisão judicial, enganando a autoridade julgadora, ainda que não atinja o fim desejado. "
(Genival Veloso de França, 2017)

VEDAÇÕES DO CFM AO MÉDICO


É vedado ao médico:

Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado
pessoalmente o exame. 

Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual
tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. 

Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro
médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o
relatório.  

 
Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de
dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios. 

Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando
na função de perito ou de auditor.

Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos
propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou
iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.

Exumação sempre terá o Médico legista

Necroscópico sempre será por médico legista

toxicológico- É exame LABORATORIAL 

exame clínico de embriaguez  - é feito por médico legista

lesão corporal- é feito por médico legista

biológico-  outro exame laboratorial

local de morte violenta- Perito criminal

Atenção deve ser dada ao fato da diferença entre exame médico legal (OUTRA PESSOA QUE NÃO O
MÉDICO LEGISTA, PODE FAZER) e identificação médico legal (SOMENTE O MÉDICO LEGISTA).

Segundo o CPP: 159, §1º do CPP: Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Recomendo analisar tal questão cobrada pela
cebraspe em 2016:

Por outro lado, a identificação médico legal requer a atuação de um legista.

A identificação médico-legal é feita apenas por legistas.

A identificação judiciária (ou policial) é que independe de conhecimentos médicos. 

O Relatório médico-legal é a descrição minuciosa de perícia médica e responde à requisição do delegado de


polícia ou do juiz para fins de subsidiar o inquérito policial ou o processo penal. O relatório pode ser um laudo
ou um auto.

ATESTADO = CERTIFICADO MÉDICO→ afirmação de um fato médico e suas consequências;


PRONTUÁRIO→ todo o acervo documental do paciente
NOTIFICAÇÃO→ comunicação compulsória feita pelo médico às autoridades
RELATÓRIO MÉDICO LEGAL→ descrição minuciosa de uma perícia médico legal
CONSULTA MÉDICO-LEGAL→ documento no qual a autoridade ou outro perito requer o esclarecimento
de pontos controvertidos do relatório
PARECER DO LEGISTA→ Consiste na resposta técnica dada à consulta médico-legal.
PARECER TÉCNICO→ Encomendados pelas partes, aos assistentes técnicos, para tese reforçar uma
NOVA PERÍCIA→ solicitada pelo juiz para corrigir eventual omissão ou inexatidão
LAUDO COMPLEMENTAR: Durante o curso do processo, podem as partes requerer a oitiva dos peritos
para esclarecer a prova ou responder os quesitos

PROTOCOLO→parte objetiva do auto do exame cadavérico


  Atestados: Afirmação de um fato médico e suas consequências; NUNCA servirá como laudo
pericial. Deve-se evitar diagnóstico.

Quanto a finalidade:

 Administrativo- serve ao interesse do serviço ou do servidor público


 Judiciário – por solicitação da administração da justiça- interesse médico legal
 Oficioso- dado ao interesse das pessoas físicas ou jurídica de direito privado

Quanto ao conteúdo ou veracidade:

 Idôneo- verdadeiro, serve ao propósito


 Gracioso- complacente, de favor- para agradar o paciente
 Imprudente- dado de maneira inconsequente, intempestivo, quase sempre em favor de
terceiro, tendo apenas o credito da palavra de quem solicita
 Falso-quando dado para ser usado indevido, tendo caráter doloso Art. 302 CP. Dar o
médico, no exercício da profissão, atestado falso
 Piedoso- suavizar diagnóstico mais grave

Protocolo

 Prontuários: constitui-se não apenas no registro da anamnese do paciente, mas em todo o acervo
documental padronizado, organizado e conciso, referente ao registro dos cuidados médicos prestados,
assim como dos documentos pertinentes a essa assistência.
 Parecer: Consiste em resposta técnica dada à consulta médico-legal. É um documento particular
que tem como finalidade o esclarecimento de uma dúvida médico-forense, podendo ser analisado
por vários especialistas; (No parecer não tem DESCRIÇÃO)
São expostas convicções científicas, doutrinárias
A discussão e a conclusão passam a ser os pontos de maior relevo desse documento

 Notificações: São comunicações compulsórias às autoridades competentes sobre um fato médico,


sobre alguma moléstia infectocontagiosas e doenças do trabalho. Em caso de omissão o médico
responde pelo delito previsto no artigo 269 do Código Penal – Omissão de notificação de doença.
 Relatórios: trata-se da descrição mais minuciosa de uma perícia médica a fim de responder à
solicitação da autoridade policial ou judiciária frente ao inquérito.

a) Se o relatório é realizado pelos peritos, chama-se laudo.;


b) Quando o exame é ditado diretamente a um escrivão e diante de testemunhas, dá-se-
lhe o nome de auto (atenção, pois isso cai bastante em concurso).

> Depoimentos Orais: esclarecimento oral feito pelo perito em audiência para esclarecimento de algum


laudo;

#NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS,

 Comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes.


 São comunicações obrigatórias que devem ser expedidas, comunicar às autoridades competentes por
razões sociais ou sanitárias.

 #RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS (AUTOS E LAUDOS): É a Peritia Percipiendi.

É o documento médico-legal minucioso de uma perícia médica (responde à solicitação da autoridade policial


ou judiciária).

 Auto: relatório ditado ao escrivão/escrevente 


 Laudo: elaborado pelo próprio médico
Partes de um relatório: PARA QUEM VEIO HOJE DEDICO RESPOSTA ASSIM

▶ PREÂMBULO - Constam dessa parte a hora, data e local exatos em que o exame é feito. Nome da
autoridade que requereu e daquela que determinou a perícia. Nome, títulos e residências dos peritos.
Qualificação do examinado.

▶ QUESITOS

 São perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao processo.
 Os quesitos oficiais variam conforme o tipo de perícia.

▶ HISTÓRICO OU COMEMORATIVO - Consiste no registro dos fatos mais significativos que motivam o
pedido da perícia ou que possam esclarecer e orientar a ação do legisperito, ou seja, informações colhidas do
interessado e de terceiros vinculados ao caso.

▶ DESCRIÇÃO - é a parte mais importante do relatório médico-legal.

 Visum et repertum
 Sua função é reproduzir fiel, metódica e objetivamente, com exposição minuciosa dos exames e
técnicas empregadas e de tudo o que for observado pelos peritos.
o A descrição deve ser completa, minuciosa, metódica e objetiva, não chegando jamais ao
terreno das hipóteses

▶ DISCUSSÃO - Nesta fase, serão postas em discussão as várias hipóteses, afastando-se o máximo das
conjecturas pessoais, podendo-se inclusive citar autoridades recomendadas sobre o assunto. O termo
discussão não quer dizer conflito entre as opiniões dos peritos, mas um diagnóstico lógico a partir de
justificativas racionais.

▶ CONCLUSÃO - Compreende-se nesta parte a síntese diagnóstica redigida com clareza, disposta
ordenadamente, deduzida pela descrição e pela discussão. É a análise sumária daquilo que os peritos
puderam concluir após o exame minucioso.

▶ RESPOSTAS AOS QUESITOS - Ao encerrarem o relatório, respondem os peritos de forma sintética e
convincente, afirmando ou negando, não deixando escapar nenhum quesito sem resposta.

É certo que, na Medicina Legal, que é ciência de vastas proporções e de extraordinária diversificação, em que
a certeza é às vezes relativa, nem sempre podem os peritos concluir afirmativa ou negativamente. Não há
nenhum demérito se, em certas ocasiões, eles responderem “sem elementos de convicção”, se, por
motivo justo, não se puder ser categórico. Ou “Prejudicado”

▶ ASSINATURA - do perito que realizou a perícia.

Exemplo:

Laudo médico legal

Preambulo → Aos 3 dias do mês de janeiro de 1997, O Perito XXXX, designado pelo MM Juiz de Direito da 2ª
Vara Cível da Comarca de Goiânia, para proceder ao exame pericial em JOSÉ DA SILVA, nos autos do
processo N.º: 205.004.0012-5, onde consta como Réu BRADESCO SEGUROS, descrevendo como verdade e
com todas as circunstâncias, o que vir, descobrir e observar, bem como responder aos quesitos das partes.
Em consequência, passa ao exame pericial solicitado, as investigações que julgou necessárias, ao quais
findas, passa a declarar:

Quesitos → Houve ofensa à integridade ou à saúde do examinado?

Quesitos oficiais de homicídio:

 Houve morte?
 Qual a causa da morte?
 Qual instrumento ou meio produziu a morte?
 A morte foi produzida com com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou que pedia resultar perigo comum?

Histórico→ O examinado conta que, após desentendimento com estranhos em um bar, acabou levando
socos e pontapés.

Descrição→ O paciente ao exame é um homem branco, que deu entrada caminhando por seus próprios
meios e sem auxílio de aparelhos; está em bom estado físico, om estado de nutrição e apresenta uma idade
física compatível com a idade cronológica.

Está lúcido e orientado no tempo e no espaço, o pensamento tem forma, curso e conteúdo normal, a memória
está presente e preservada, o humor igualmente presente e adequado às situações propostas. Não notamos a
presença de delírios ou alucinações.

Ao exame físico direcionado demonstrou:

a) Dores à mobilização dos membros superiores


b) Solução de continuidade da epiderme de formato circular com bordas lisas, invertidas e regulares com
1 cm de diâmetro, localizada na região paraesternal esquerda, na altura do 5° espaço intercostal.

Discussão→ No momento, não encontramos do ponto de vista pericial, qualquer restrição, à prática do
trabalho genérico uma vez que a LER/DORT que acomete os membros superiores é uma doença que
restringe o trabalho em que possa haver atividade que necessita do uso dos membros superiores em
movimento repetidos

Assim na idade do autor e com seu grau de instrução, não há impedimento à prática de outras formas de
trabalho e portanto, do ponto de vista estritamente pericial não há invalidez.

A fratura do osso maxilar encontrada na vítima é considerada uma ferida contusa, causada por agente
contundente.

Conclusão→O autor exclusivamente do ponto de vista pericial, pode exercer função laborativa desde que
esta função não exija movimentos repetidos dos membros superiores.

Exclusivamente do ponto de vista pericial não há invalidez para o trabalho genérico.

Do observado e exposto, é possível afirmar que não houve lesão corporal.

Resposta aos Quesitos→ Qual a atividade que um trabalhador doente, aposentado por invalidez, e que
durante toda sua vida se dedicou a uma profissão, pode exercer sem a utilização dos membros superiores?

R: Toda e qualquer profissão que não exija movimentos repetitivos, por exemplo: comprador, vendedor,
motorista, porteiro, radialista, vigia, zelador, empresário e muitas outras.

Assinatura→ xxx

A perícia possui:

 Uma parte objetiva (relacionada às alterações visíveis encontradas nas lesões e serão destacadas


na "descrição").
 Uma parte subjetiva (valorização da parte objetiva. Aqui podem surgir divergências e serão
destacadas na parte "discussão")

O perito não pode ser questionado a respeito da ocorrência de negligência, imprudência e imperícia pois
não é atribuição dele constatar essas questões.
"Faz parte da função de perito verificar a existência do dano; por outro lado, somente à justiça cabe
finalizar um processo, decidir se o dano foi causado e, em caso positivo, se o foi por imprudência,
imperícia ou negligência."

E nos casos em que ainda haja alguma dúvida acerca do relatório médico-legal (controvérsias) qual
documento pertinente?

CONSULTA MÉDICO-LEGAL→ documento realizado em caso de dúvidas e controvérsias


e novos quesitos, acerca do relatório médico-legal.

O documento no qual a autoridade ou outro perito requer o esclarecimento de pontos controvertidos do


relatório, podendo, inclusive, expor novos quesitos (quesitos complementares).

Um esclarecimento prestado em consequência de dúvidas ou omissões de ordem médica é um


documento do tipo parecer? (ERRADO, OMISSOES = NOVA PERÍCIA)

 Esclarecimento de dúvidas => parecer


 Esclarecimento de omissões => Nova Pericia e um Novo Laudo
 Ordem médica (Qual ordem?) ATESTADOS; NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS; RELATÓRIOS
MÉDICO-LEGAIS 

PARECERES (TÉCNICO OU DO LEGISTA): É A Pericia Deducendi

 É o documento médico-legal, de natureza subjetiva, que expressa a opinião, mesmo que


fundamentada, de um profissional.
 Podem ser meramente oficiosos (particulares) e encomendados pelas partes para reforçar uma tese e,
por isto, devem ser analisados com cautela e raramente se sobrepõem aos exames oficiais.
 Expedido com o objetivo de dirimir dúvidas interpretativas relacionados a LAUDOS PERICIAIS. 
 O Art. 159, 5, II, do CPP (É um parecer): Quando determina que durante o curso do processo judicial
é permitido às partes, quanto à perícia, indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres
em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

NOVA PERÍCIA:

 Designação de nova perícia pelo juiz para corrigir eventual omissão ou inexatidão.


 Art.480, CPC: que o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova
perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
 § 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se
a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

LAUDO COMPLEMENTAR: Durante o curso do processo, podem as partes requerer a oitiva


dos peritos para esclarecer a prova ou responder os quesitos. Desde que o mandado de intimação
e os quesitos ou questões a serem esclarecidos sejam mandados com antecedência mínima de 10
dias, podendo apresentar as respostas EM LAUDO COMPLEMENTAR. ART. 159,§5º,I, DO CPP)

O perito responde aos quesitos, mas a classificação jurídica é feita pelos OPERADORES DO


DIREITO (DELEGADO, JUIZ E MEMBROR DO MP). Inclusive, eles não estão vinculados ao laudo pericial.
Podem rejeitar ou discordar do laudo, desde que motivadamente.

Q934018. Em caso de lesão corporal dolosa não seguida de morte, a classificação jurídica da lesão em leve,
grave ou gravíssima não será de competência do perito médico-legista. (C)
 O perito médico-legista não classifica juridicamente ele dá a causa clínica do diagnóstico do tipo
de lesão.

Logo, se o perito dissesse que houve imprudência, negligência ou imperícia, no fim das contas ele estaria
determinando a causa jurídica de um possível crime, o que é vedado ao perito, por se tratar de critério de
julgamento, cabível apenas aos profissionais do Direito.

ASSITENTE TECNICO → é um profissional contratado pelas partes, especializado em determinadas áreas,


para auxiliar na elaboração de prova pericial

O que podem fazer? Ouvir testemunhas, solicitar documentos e obter informações. Ele tem 10 dias para
entregar seu laudo em até 10 após o laudo do perito

É facultado ao MP, assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante, ao acusado a formulação de quesitos


e indicação de assistente técnico

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