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AÇÃO PENAL
- Conceito de Direito Processual Penal
- Sistemas Processuais Penais: a) inquisitivo; b)acusatório; c) misto
- Sistema Processual Penal adotado no Brasil
- Lei Processual Penal no Espaço – art. 1º CPP
- Exceções à incidência do Código de Processo Penal previstas em seu art. 1º:
INCISOS I, II, III, IV, V.
- Extraterritorialidade da lei penal e territorialidade da lei processual penal
- Lei Processual no Tempo: art. 2º
- Princípios:
a) Legalidade; h) Publicidade
b) Verdade Real; i) Economia Processual
c) Imparcialidade do Juiz; j) Estado de Inocência
d) Contraditório; l) Favor Rei
e) Ampla defesa; m) Devido Processo Legal
f) Do impulso Oficial;
g) Da motivação das Decisões judiciais
- Conceito de Inquérito Policial;
- Diferença entre Inquérito Policial e Termo Circunstanciado;
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
A propósito:
“Inexiste nulidade do interrogatório policial por ausência do acompanhamento do paciente
por um advogado, sendo que esta Corte acumula julgados no sentido da prescindibilidade
da presença de um defensor por ocasião do interrogatório havido na esfera policial, por se
tratar o inquérito de procedimento administrativo, de cunho eminentemente inquisitivo,
distinto dos atos processuais praticados em juízo. (HC 162.149/MG, Rel. Min. Joel Ilan
Paciornik, 5ª Turma, julgado em 24.04.2018, DJe 10.05.2018)” (STJ — HC 446.977/SP —
5ª Turma — Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca — julgado em 22.05.2018 — DJe
30.05.2018).
Apesar do caráter inquisitivo, que torna desnecessário à
autoridade policial intimar o investigado das provas produzidas para
que possa rebatê-las, é possível que ele proponha diligências à
autoridade ou apresente documentos que entenda pertinentes,
cabendo à autoridade decidir acerca da realização da diligência
solicitada ou juntada do documento. A lei faculta, ainda, a
apresentação durante a investigação, por parte do advogado do
investigado, de quesitos relacionados à realização de prova pericial
(art. 7º, XXI, a, da Lei n. 8.906/94).
A própria vítima da infração penal também possui esse direito de
requerer diligências. Com efeito, estabelece o art. 14 do Código de
Processo Penal que “o ofendido, ou seu representante, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade”. Em caso de indeferimento, a parte poderá
posteriormente requerer a providência ao juiz ou ao promotor de
justiça, uma vez que a autoridade policial é obrigada a cumprir as
determinações dessas autoridades lançadas nos autos.
Justamente por não abrigar o contraditório é que o inquérito não
pode constituir fonte única para a condenação, sendo sempre
necessária alguma prova produzida em juízo para embasar a
procedência da ação penal. Tal entendimento, que se encontrava
pacificado na jurisprudência, consagrou-se legalmente com o
advento da Lei n. 11.690/2008 que conferiu nova redação ao art.
155, caput, do Código de Processo Penal estabelecendo que “o juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas”.
É evidente que o caráter inquisitivo do inquérito não torna
possível à autoridade policial realizar diligências ilegais, como
escutas telefônicas clandestinas, torturas para a obtenção de provas
ou confissões, ou outras similares, sob pena de responsabilização
criminal e nulidade da prova obtida de forma ilícita.
Provas cautelares.
São provas que, uma vez produzidas, não podem ser novamente coletadas. Elas não
demandam autorização judicial. Além disso, estão sujeitas ao contraditório diferido.
A diferença entre as provas cautelares e as provas não repetíveis consiste na
necessidade de autorização judicial. Inclusive, existem várias provas que geram
polêmica na doutrina e que apresentam dificuldade na diferenciação se são provas
cautelares ou não repetíveis.
Vale mencionar que o Código de processo penal apresenta as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas, porém, o Código não define cada conceito.
Ex.: exame de corpo de delito. Supondo que a vítima sofreu agressões de seu
marido no âmbito da Lei Maria da Penha. Essa vítima precisa ser encaminhada
imediatamente ao IML para que seja realizado o exame de corpo de delito. Se a
vítima não for levada imediatamente, pode ser que a lesão não esteja mais aparente.
Para fixar: as provas cautelares e não repetíveis são colhidas na
investigação. Elas são provas porque poderão ser
utilizadas na ação penal. Apesar de elas terem sido
produzidas na fase inquisitorial, elas serão consideradas
provas, pois estarão sujeitas ao contraditório diferido.
Provas Antecipadas.
- A provas não repetíveis são aquelas que quando produzidas não tem como
serem produzidas novamente, o exemplo mais citado é o exame de corpo de
delito, não dependem de autorização judicial e seu contraditório também é
diferido.