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Inquérito policial

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uma visão mundial do assunto. Saiba mais

O inquérito policial é um procedimento


policial administrativo, criado pelo
decreto imperial 4.824/1871, e previsto
no Código de Processo Penal
Brasileiro como fundamental
procedimento investigativo da polícia
judiciária brasileira. Ele apura (averígua)
certo crime e precede a ação penal,
sendo usualmente considerado como
pré-processual, apesar de possuir
atividade em unidade com o processo
penal. O inquérito policial é um
procedimento escrito que é presidido
pela autoridade policial, que é o delegado
de polícia. É composto de provas de
autoria e materialidade de crime, as
quais, comumente, são produzidas pela
autoridade policial e pelos agentes da
autoridade policial (investigadores de
polícia, peritos criminais, agentes de
polícia, escrivães de polícia,
papiloscopistas policiais).

Definição
O inquérito policial é o procedimento de
polícia judiciária destinado a apurar a
verdade real de um fato supostamente
criminoso. Destina-se a reunir os
elementos necessários (provas) à
apuração da prática de uma infração
penal e sua autoria (autoria e
materialidade).[1] Previsto nos artigos 4º
a 23 do CPP, é o instrumento formal de
investigações, compreendendo o
conjunto de diligências realizadas por
agentes da autoridade policial e também
por ela mesma (delegado de polícia)
para apurar o fato criminoso e descobrir
sua autoria ou a atipicidade ou alguma
causa excludente de ilicitude ou de
culpabilidade. Em suma, é a
documentação das diligências efetuadas
pela polícia judiciária, conjunto ordenado
cronologicamente e autuado das peças
que registram as investigações.

Iniciado o inquérito policial, é dever da


autoridade policial proceder a tomada de
algumas providências hábeis a apurar a
infração penal. Conforme os incisos do
artigo 6º do CPP, são estas as
providências:

1. dirigir-se ao local, providenciando


para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais;
2. apreender os objetos que tiverem
relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais;
3. colher todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
4. ouvir o ofendido;
5. ouvir o indiciado, com observância,
no que for aplicável, do disposto no
Capítulo III do Título VII, deste Livro,
devendo o respectivo termo ser
assinado por duas testemunhas
que lhe tenham ouvido a leitura;
6. proceder a reconhecimento de
pessoas e coisas e a acareações;
7. determinar, se for caso, que se
proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
8. ordenar a identificação do indiciado
pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar, aos autos,
sua folha de antecedentes;
9. averiguar a vida pregressa do
indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes e depois do
crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu
temperamento e caráter.

Ressalte-se que não há ordem a ser


seguida quando da realização das
diligências, sendo que a previsão legal é
apenas um rol exemplificativo. Estas
diligências são discricionárias, ou seja,
dependem das peculiaridades do caso
concreto. No entanto, tal
discricionariedade não é absoluta, pois
há diligências cuja realização é
obrigatória, a exemplo do exame de
corpo de delito nas infrações que
deixarem vestígios (art. 158, Código de
Processo Penal).

Além do inquérito policial, elaborado pela


polícia judiciária, há outras modalidades
de inquérito de caráter penal e civil,
existentes no ordenamento brasileiro. Os
inquéritos extrapoliciais são aqueles
procedimentos não elaborados pela
polícia judiciária, quais sejam:[2]

o inquérito policial militar, presidido


por militares com o fito de apurar
exclusivamente crimes militares;
o inquérito judicial nos crimes
falimentares, presidido pelo juiz, mas
que não existe mais devido à alteração
na lei de falências.
o inquérito policial de expulsão,
procedimento administrativo e com
ampla defesa realizado pela Polícia
Federal do Brasil visando a colher
provas e subsídios para que o Ministro
da Justiça do Brasil decida pela
expulsão ou não do país de
estrangeiro que tenha cometido ilícito
penal em território nacional.
o inquérito civil, que visa a colher
elementos para a proposição da ação
civil pública por danos causados ao
patrimônio público e social, ao meio
ambiente e a outros interesses difusos
e coletivos, presidido por membro do
Ministério Público no Brasil.

Sua finalidade é, através dos elementos


investigatórios que o integram, fornecer,
ao órgão da acusação, os elementos
necessários para formar a suspeita do
crime, a justa causa que necessita
aquele órgão para propor a ação penal.
Com os demais elementos probatórios,
ele orientará a acusação na colheita de
provas que se realizará durante a
instrução processual.

O inquérito policial tem natureza


administrativa. São seus caracteres: ser
escrito (artigo 9° do CPP); sigiloso, não
sendo a regra estendida para juiz,
membros do Ministério Público e
advogado (Súmula Vinculante nº 14),
sendo ainda exceção ao princípio da
publicidade (artigo 20 do CPP) e
inquisitivo, já que, nele, não há o
contraditório e ampla defesa;
indisponível (art. 17), vez que não cabe, à
autoridade policial, determinar, de ofício,
o término do inquérito policial. É verdade
que o inciso LV do artigo 5° da CF dispõe
que "aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acusados em
geral, são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos
a ele inerentes". Nem por isso se pode
dizer que seja o inquérito contraditório.
Primeiro, porque, no inquérito, não há
acusado; segundo, porque não é
processo, é procedimento. A expressão
"processo administrativo" tem outro
sentido, mesmo porque, no inquérito, não
há litigante, e a Magna Carta fala dos
"litigantes em processo judicial ou
administrativo".[3]

Ao advogado, é assegurada a consulta


aos autos, mas não é permitido
acompanhar os atos.

Outra finalidade do inquérito policial é


fornecer elementos probatórios ao juiz,
já que este aprecia, de forma livre e
fundamentada, as provas, mesmo
aquelas colhidas sem o contraditório
judicial. Também, de maneira a permitir a
decretação da prisão cautelar, seja ela
temporária, no curso do inquérito policial,
de acordo com a Lei n. 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, seja ela prisão
preventiva, no curso do inquérito ou da
instrução criminal, de acordo com o
artigo 312 do Código de Processo Penal.

Definição Garantista (moderna) do


Inquérito Policial

Esta corrente, capitaneada pelo


professor Henrique Hoffmann,
baseando-se na ótica garantista da
proteção dos direitos fundamentais
prescrita pela Constituição Federal de
1988, em consonância com a Lei
12.830/2013, define o Inquérito Policial
como processo administrativo presidido
pelo delegado de polícia natural,
apuratório, informativo e probatório,
indispensável, preparatório e
preservador[4]. Os argumentos das
mencionadas características são:

Processo administrativo e não um


procedimento[4]: apesar de não
vislumbrar litígio formal com a
acusação, entende-se que se trata de
um processo administrativo sui
generis, em vista da possibilidade de
restrições de direitos fundamentais do
suspeito vinculado aos juízos de
prognose e diagnose realizados pelo
delegado de polícia nesta fase pré-
denúncia;
Presidido por delegado de polícia
natural[4]: à luz do art. 2°, §§4° e 5° da
Lei 12.830/2013, o delegado a
coordenar os atos de determinado
inquérito policial só pode ser aquele
definido por regras pré-estabelecidas,
vedando-se a avocação e
redistribuição arbitrárias.
Apuratório e não inquisitivo: a
definição de inquisitivo[5] limita-se ao
interrogatório arbitrário, o qual
desconsidera o livre-arbítrio e o direito
ao silêncio do suspeito. Termo este
incompatível com o inquérito policial
contemporâneo submisso às diretrizes
constitucionais. O termo apuratório[6] é
mais apropriado uma vez que
incorpora investigação, exame,
seleção, contagem e outros termos
que se adequam melhor à atividade
investigativa deste processo;
Informativo e probatório[4]: além do
caráter informativo referente aos
elementos de informação que
dependem de validação judicial
(contraditório e ampla defesa)
posterior, existem as provas
elaboradas nesta fase pré-denúncia
que são irrepetíveis e antecipadas;
Indispensável[4]: A indispensabilidade
é a regra, a dispensabilidade é a
exceção. O código de processo
penal[7] e a jurisprudência[8]
claramente estabelecem que o
inquérito policial só será dispensável
quando a denúncia ou queixa constar
elementos suficientes para o
oferecimento da denuncia, o que na
pratica pouco ocorre.
Preservador e preparatório e não
apenas preparatório[4]: O inquérito
policial não possui compromisso
exclusivo com a preparação da peça
acusatória, vai muito além, serve de
verdadeiro filtro evitando acusações
temerárias e imputações infundadas.
Além disso os elementos probatórios e
informativos servem tanto para a
acusação quanto à defesa, uma vez
que a investigação tem por finalidade
precípua a busca pela verdade. A
polícia judiciária como órgão imparcial
não possui vínculo hierárquico com o
Ministério Público mas de
progressividade funcional[4].

Hipóteses de Desnecessidade
do Inquérito Policial
Considerando que "o inquérito policial é
um procedimento de caráter
administrativo, conduzido pela polícia
judiciária e voltado à colheita preliminar
de provas para apurar a prática de uma
infração penal e sua autoria",[9] conclui-
se que, nos casos em que o titular da
ação penal – Ministério Público ou
ofendido – dispõe, independentemente
da atuação da polícia judiciária, de
elementos suficientes para o
oferecimento da peça acusatória, o
inquérito policial é dispensável.

Assim, as hipóteses, previstas pelo


Código de Processo Penal, em que o
inquérito policial é um procedimento
dispensável são as que seguem[10]:

1. Artigo 12: “O inquérito policial


acompanhará a denúncia ou queixa,
sempre que servir de base a uma ou
outra.” A partir do teor do artigo,
portanto, pode-se acertadamente
concluir que, nas hipóteses em que o
inquérito não assume a feição de
embasamento à denúncia ou à queixa, é
o mesmo desnecessário ao
procedimento investigatório.

2. Artigo 27: “Qualquer pessoa do povo


poderá provocar a iniciativa do Ministério
Público, nos casos em que caiba a ação
pública, fornecendo-lhe, por escrito,
informações sobre o fato e a autoria e
indicando o tempo, o lugar e os
elementos da convicção.”

Assim, tendo a pessoa do povo prestado


ao órgão do Ministério Público
informações suficientes ao oferecimento
da denúncia, dispensável se faz o
inquérito policial.

3. Artigo 39, § 5º: "O órgão do Ministério


Público dispensará o inquérito, se com a
representação forem oferecidos
elementos que o habilitem a promover a
ação penal e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de 15 (quinze) dias."
A clareza do artigo aponta que, havendo,
na representação, suficiência de
elementos para o oferecimento de
denúncia, será o inquérito dispensado
pelo órgão do Ministério Público.

4. Artigo 46, § 1º: "Quando o Ministério


Público dispensar o inquérito policial, o
prazo para o oferecimento da denúncia
contar-se-á da data em que tiver
recebido as peças de informações ou a
representação."

O artigo encimado, portanto, disciplina o


prazo dentro do qual deve ser oferecida a
denúncia, nos casos de dispensa do
inquérito policial em virtude da
abastância dos elementos contidos nas
informações prestadas por pessoa do
povo ou na representação. O prazo para
tanto, conforme disposto no artigo, é de
quinze dias.

A Constituição da República Federativa


do Brasil prevê, também, no parágrafo 3º
do artigo 58, outra hipótese de
desnecessidade do inquérito policial.
Neste sentido, destaca-se seu texto, nos
termos a seguir transcritos:

As comissões parlamentares
de inquérito, que terão
poderes de investigação
próprios das autoridades
judiciais, além de outros
previstos nos regimentos das
respectivas casas, serão
criadas pela Câmara dos
Deputados do Brasil e pelo
Senado Federal do Brasil, em
conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um
terço de seus membros, para a
apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a
responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.

O conteúdo do parágrafo supracitado


evidencia que, nos casos de incidência
da atuação das comissões
parlamentares de inquérito, cabe, a
estas, os poderes de investigação, com
eventual remessa posterior ao ministério
público, sem a necessidade de
instauração do inquérito policial para a
colheita de informações a embasarem a
peça acusatória.

A Lei nº 9.099/95, em seus artigos 69 e


77, caput e parágrafo 1º, também dispõe
sobre casos de dispensa do inquérito
policial, conforme abaixo se verifica:

Artigo 69. A autoridade


policial que tomar
conhecimento da ocorrência
lavrará termo
circunstanciado e o
encaminhará imediatamente
ao Juizado, com o autor do
fato e a vítima,
providenciando-se as
requisições dos exames
periciais necessários.

Artigo 77. Na ação penal de


iniciativa pública, quando não
houver aplicação de pena,
pela ausência do autor do
fato, ou pela não ocorrência
da hipótese prevista no artigo
76 desta lei, o Ministério
Público oferecerá ao Juiz, de
imediato, denúncia oral, se
não houver necessidade de
diligências imprescindíveis. §
1º Para o oferecimento da
denúncia, que será elaborada
com base no termo de
ocorrência referido no artigo
69 desta Lei, com dispensa do
inquérito policial, prescindir-
se-á do exame do corpo de
delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por
boletim médico ou prova
equivalente.

Conclui-se, assim, que, nos Juizados


Especiais Criminais, regidos pela Lei nº
9.099/95, o inquérito policial é
dispensável em favor do termo
circunstanciado. Acerca deste, merece
destaque a lição que segue:

Deve a autoridade policial


lavrar um termo
circunstanciado da
ocorrência, ou seja, elaborar
um relato do fato tido como
infração penal de menor
potencial ofensivo. Esse termo
de ocorrência não exige
requisitos formalísticos, mas
deve conter os elementos
necessários para que se
demonstre a existência de um
ilícito penal, de suas
circunstâncias e da autoria,
citando-se, de forma sumária,
o que chegou ao
conhecimento da autoridade
pela palavra da vítima, do
suposto autor, de
testemunhas, de policiais etc.
Em resumo, devem ser
respondidas as tradicionais
questões: Quem? Que meios?
O quê? Por quê? Onde? E
quando? Nada impede que o
termo de ocorrência seja
elaborado com o
preenchimento dos espaços
em branco de formulários
impressos, o que, aliás,
facilita sua feitura e previne
omissões. Pode e deve a
autoridade policial fazer
constar dos autos, sempre de
forma resumida, eventuais
versões diferentes do autor do
fato e da vítima e também de
testemunhas. Deve também
conter o relato de eventuais
investigações sumárias e
diligências já realizadas
(apreensão dos instrumentos,
do produto do crime e de
outros bens), bem como
eventual croqui do local do
crime, em especial nos delitos
de trânsito, a notícia da
determinação de exames
periciais etc. Devem ser
juntados, ao termo, os
documentos relacionados com
a ocorrência, dados sobre os
antecedentes do autor do fato
para os fins do artigo 76, § 2.º,
I e II etc. Assim, ao contrário
do que ocorre com o boletim
de ocorrência, o termo
circunstanciado, com os
elementos que o
acompanham, constitui a
própria informatio delicti, ou
seja, o instrumento necessário
destinado a fornecer os
elementos para que o titular
da ação penal (o Ministério
Público na ação penal pública
e o ofendido na ação penal
privada) possa exercer o seu
direito.[11]

Natureza Inquisitiva do
Inquérito Policial
A doutrina afirma que o inquérito policial
tem natureza inquisitiva, sendo
caracterizado como processo
investigatório em que não vigora direito
ao contraditório. Embora o contraditório
seja assegurado como direito expresso
na Constituição Federal, conforme o
artigo 5º, inciso LV da Constituição
brasileira de 1988, não se pode aplicá-lo
no inquérito, pois este não se trata de
processo e nele não figura o personagem
acusado. "A finalidade do inquérito não é
punitiva, mas investigatória, para trazer
informações consistentes que permitam,
ao titular da ação penal, exercer o jus
persequendi in judicio."[12]

Nas palavras de Capez, "caracteriza-se


como inquisitivo o procedimento em que
as atividades persecutórias concentram-
se nas mãos de uma única autoridade, a
qual, por isso, prescinde, para a sua
atuação, da provocação de quem quer
que seja, podendo e devendo agir de
ofício, empreendendo, com
discricionariedade, as atividades
necessárias ao esclarecimento do crime
e da sua autoria."[13] Capez menciona,
ainda, que "o único inquérito que admite
o contraditório é o instaurado pela
Polícia Federal, a pedido do ministro da
justiça, visando à expulsão de
estrangeiro (Lei n. 6.815/80, artigo 70). O
contraditório, aliás, neste caso, é
obrigatório. Não há mais falar em
contraditório em inquérito judicial para
apuração de crimes falimentares (artigo.
106 da antiga Lei de Falências), uma vez
que a nova Lei de Falências e de
Recuperação de Empresas (Lei n.
11.101/2005) aboliu o inquérito judicial
falimentar e, por conseguinte, o
contraditório nesse caso."[14] Tourinho
Filho afirma que "embora o inquérito seja
um procedimento administrativo, não
tem caráter punitivo. Assim, a expressão
'acusados em geral' não se estende aos
'indiciados'".[15]

No mesmo sentido, Alencar e Távora nos


trazem que "o inquérito é inquisitivo: as
atividades persecutórias ficam
concentradas nas mãos de uma única
autoridade e não há oportunidade para o
exercício do contraditório ou da ampla
defesa. Na fase pré-processual, não
existem partes, apenas uma autoridade
investigando e o suposto autor da
infração, normalmente na condição de
indiciado. A inquisitoriedade permite
agilidade nas investigações, otimizando
a atuação da autoridade policial.
Contudo, como não houve a participação
do indiciado ou suspeito no transcorrer
do procedimento, defendendo-se e
exercendo contraditório, não poderá o
magistrado, na fase processual, valer-se
apenas do inquérito para proferir
sentença condenatória, pois incorreria
em clara violação ao texto
constitucional."[16] O Superior Tribunal de
Justiça adota posição no mesmo
sentido:

Os princípios do contraditório
e da ampla defesa não se
aplicam ao inquérito policial,
que é mero procedimento
administrativo de
investigação inquisitorial"
— STJ, 5ª T., rel. Min. Gilson Dipp,
j. 27-5-2003, DJ, 4 ago. 2003, p.

327.

Importante frisar que, tendo em vista a


não aplicação do contraditório durante o
inquérito, não poderá, o juiz, condenar o
acusado apenas tomando esta peça por
base, mas é necessária a produção de
provas em juízo, para embasar a
procedência da ação penal, não
podendo, portanto, o inquérito ser fonte
única de convencimento. Esta é a
previsão do artigo 155, caput, do Código
de Processo Penal (Título VII - Da Prova,
Capitulo I - Disposições Gerais), o qual
estabelece que o juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos
informativos, colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas.

Elementos migratórios no
processo penal
Os elementos migratórios no processo
penal são aqueles que servirão como
argumento à sustentação da sentença
penal condenatória, extraídos a partir do
inquérito policial ou durante o seu
prosseguimento.

No Brasil, são três os elementos


migratórios:

1. Provas cautelares: são aquelas


produzidas antecipadamente em
função da necessidade ou urgência,
como exemplo interceptação
telefônica;
2. Provas irrepetíveis: são provas nas
quais não há possibilidade de
reprodução posterior, como no
exemplo de embriaguez relatada no
inquérito policial;
3. Prova produzida antecipadamente:
também conhecida como prova
antecipada, é aquela solicitada pelo
juiz mesmo durante a fase do
inquérito policial, como exemplo a
oitiva de testemunha da qual se
receia a sua saída do país ou a sua
morte iminente.

Encerramento do Inquérito
Policial
Após o término das investigações
criminais, para proceder ao
encerramento do inquérito, caberá, ao
delegado, realizar um relatório contendo
descrição minuciosa das diligências
realizadas, bem como das testemunhas
ouvidas e a indicação das pessoas que
não foram ouvidas mas possuem
importância ao inquérito. Segundo
Mirabete, não cabe, à autoridade, na sua
exposição, emitir qualquer juízo de valor,
expender opiniões ou julgamento, mas
apenas prestar todas as informações
colhidas durante as investigações e as
diligências realizadas. Pode, porém,
exprimir impressões deixadas pelas
pessoas que intervieram no inquérito.
Entende-se que, se há provas tanto a
favor quanto contra o indiciado, deve, a
autoridade, em fundamentação, proceder
ao indiciamento, haja visto o princípio do
in dubeo pro societate ("na dúvida, julgar
a favor da sociedade").

Juntamente com este relatório os autos


do inquérito são remetidos ao juiz
acompanhados dos instrumentos e
objetos relacionados à investigação,
conforme parágrafos 1º e 2ºdo artigo 10
e artigo 11 do CPP.

Prevê o artigo 10 do CPP que o inquérito


se encerra em dez dias caso o acusado
esteja preso ou em trinta dias se o
acusado encontrar-se solto (regra
geral).O prazo de 30 dias estando o
indiciado solto, começa a fluir da data
em que a autoridade policial receber a
requisição, o requerimento, ou, então, do
dia em que tiver conhecimento do fato.

Nos casos de crimes contra a economia


popular (lei 1.521/51), o prazo para
concluir o inquérito será de dez dias,
estando o acusado preso ou solto,
conforme o parágrafo 1º do artigo 10 da
referida lei. Quando o fato for de difícil
elucidação e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer, ao Juiz, a
dilação do prazo. O juiz, então, após
ouvir o Ministério Público, ou o
querelante, se for o caso, determinará a
devolução dos autos, marcando novo
prazo para a sua conclusão. O titular da
ação penal, lendo os autos inconclusos,
poderá chegar à conclusão de que já
possui elementos suficientes para a sua
propositura e, então, a promoverá.
Poderá, no entanto, concordando com a
devolução, sugerir esta ou aquela
diligência. Fernando da Costa Tourinho
faz a seguinte observação:

A lei fala em devolução à


Polícia, para ulteriores
diligências, quando o fato for
de difícil elucidação. Todavia,
já constitui lugar comum o
pedido de dilação de prazo
mesmo em casos banais,
como lesão leve de autoria
certa, cujo inquérito poderia
ser concluído em 24 horas... E
as dilações de prazo são
concedidas, porquanto aos
Juízes e Promotores
reconhecem que nas
Delegacias não existe apenas
um inquérito em andamento,
e, ademais, outras funções são
também cometidas às
Autoridades Policiais.[17]

Em relação aos crimes previstos na Lei


das Drogas, o prazo para conclusão será
de 30 (trinta dias) para o acusado preso
e 90 dias para o acusado solto, conforme
o artigo 51 da lei 11.343/06.
Somente nos casos de acusados soltos
poderá o delegado pedir prorrogação do
prazo para concluir o inquérito, sendo
que o novo prazo concedido será
estipulado pelo juiz, conforme o
parágrafo 3º do artigo 10 do CPP.
Deferido o pedido de dilação de prazo,
cumpre ao Juiz fixar outro, dentro do
qual deverá o inquérito estar concluído.
Evidentemente que esse novo prazo não
poderá exceder àquele que normalmente
se concede à Autoridade Policial para a
conclusão dos inquéritos (30 dias). Nota-
se que os pedidos de dilação de prazo
somente poderão ser formulados na
hipótese do parágrafo 3º do artigo 10 do
CPP. Em outros casos, embora outro
remédio não haja se não deferir o pedido,
bem poderá o juiz ou o órgão do
Ministério Público levar o fato ao
conhecimento do Secretário da
Segurança Pública, pelos caminhos
normais, ou ao Delegado Seccional, para
as providências disciplinares cabíveis. E,
dependendo do caso concreto, poderá a
autoridade ser responsabilizada por
prevaricação.

Inquéritos que correm pela polícia


federal, estando o acusado preso,
possuem prazo para a sua conclusão de
15 (dias), que pode ser prorrogado uma
única vez pelo mesmo prazo, conforme a
lei 5.010/66. Se o indiciado houver sido
preso em flagrante e se continuar preso,
deverá a Autoridade Policial concluir o
inquérito dentro do prazo de 10 dias, a
partir da data em que se verificou a
prisão. A lei neste momento não permite
a dilação. Não sendo o inquérito
concluído dentro do termo fixado em lei,
além daquelas medidas em que se
podem tomar contra a autoridade
desidiosa, o indiciado ou alguém por ele
poderá impetrar ordem de habeas corpus,
com fundamento no artigo 648, II do
CPP.

Tratando-se de indiciado preso


preventivamente (CPP, arts. 311 a 316), o
inquérito deverá estar concluído dentro
de 10 dias, a partir da data em que se
executar a ordem de prisão. Sendo
assim, se for instaurado inquérito no dia
1º de abril, e no dia 16 do mesmo mês o
Juiz decretar prisão preventiva do
indiciado e a ordem de prisão for
cumprida no dia 18, o inquérito que
deveria estar concluído no dia 30, sê-lo-á
até o dia 27 de abril, pois a conclusão,
nesse caso, dar-se-á no prazo de 10 dias,
a partir da data em que se cumpriu a
ordem de prisão.

Prepondera entendimento na doutrina e


jurisprudência que a contagem do prazo
do inquérito segue as regras
processuais, ou seja, exclui o primeiro
dia e inclui o último conforme o
parágrafo 1º do artigo 798 do CPP.

Arquivamento do Inquérito
Policial
Encerrada a investigação criminal, em se
tratando de delito cuja ação penal é de
iniciativa privada, os autos de inquérito
deverão ser encaminhados para o juízo
competente e, de acordo com Lopes
(2010 p.291/292):

[...] ficando à disposição do


ofendido, ou mesmo entregues
mediante traslado. Poderá o
MP solicitar vista do IP para
avaliar se não existe algum
delito de ação penal pública e,
se for o caso, oferecer a
denúncia com base nesses
elementos ou solicitar novas
diligências, desde que
destinadas a apurar um delito
de ação penal pública.[..] o
ofendido deverá exercer a
queixa ou desde logo
renunciar expressamente ao
exercício da ação penal. [...]
Contudo, não é necessário que
o ofendido solicite o
arquivamento, bastando
deixar fluir o prazo
decadencial.
Como nos ensina Aury Lopes Jr, quando
se tratar de delitos que ensejam ação
penal pública, cabe, à autoridade policial,
após encerrado o inquérito policial,
encaminhar os autos para o Ministério
Público, juntamente com os
instrumentos utilizados para cometer o
delito e todos os demais objetos que
possam servir para a instrução definitiva
e para o julgamento. Em caso de
prevenção, serão os autos
encaminhados ao Juiz correspondente,
que, após dar vista, remeterá ao
Ministério Público. O Código de
Processo Penal fixa, em seu artigo 17,
que a autoridade policial não pode
arquivar autos de inquérito, não podendo
também o juiz determiná-lo de ofício.

Destacando o entendimento de Lima


(2009, p.107):

Assim, em primeiro lugar, se


verifica que somente o
promotor de justiça pode
requerer o arquivamento,
uma vez que lhe é privativa a
promoção da ação penal
pública, e, da mesma forma,
lhe caberá a abstenção desta
promoção, nos casos em que
esta não for cabível.
Recebido o inquérito policial, o promotor
terá três opções:

a) poderá realizar ou requisitar novas


diligências, indispensáveis, a seu juízo,
ao ajuizamento da ação penal;

b) solicitar o arquivamento do inquérito:


neste caso, o promotor conclui pela
inexistência de elementos mínimos que
possam lastrear o processo;

c) oferecer a denúncia, quando o


promotor concluir como presentes os
elementos quanto à autoria e
materialidade delitiva. (artigo 46 CPP).
No caso de o promotor optar pelo
arquivamento do inquérito, deverá
solicitá-lo ao juiz correspondente, que,
diante de tal requerimento, terá duas
opções:

a) concordar com o pedido do Ministério


Público e determinar, mediante
despacho, o arquivamento direto dos
autos. Neste caso, segundo Eugênio
Pacelli de Oliveira (2010, p.68), só pode o
mesmo ser reaberto a partir do
surgimento de novas provas; (súmula
524 STF)

b) Não concordando o juiz com o


arquivamento, caberá a ele aplicar o
disposto no artigo 28 do Código de
Processo Penal, que é o
encaminhamento dos autos para
procurador-geral, para que este ofereça a
denúncia, designando outro órgão do
Ministério Público para apresentá-la, ou
ratifique o pedido de arquivamento, ao
qual o juiz estará vinculado a atender.

Conforme Lima (2009, p.109):

Em vista do fato de só
restarem as opções ao juiz de
decidir conforme o
requerimento do parquet, ou,
no máximo, encaminhar os
autos à chefia do Ministério
Público, a quem caberá a
palavra final, que, caso seja
pelo arquivamento, este se
dará obrigatoriamente, resta
evidente que o magistrado,
aqui, só efetiva um controle,
de forma a possibilitar o
reexame da matéria pela
Administração Superior do
Ministério Público. Assim,
podemos afirmar que, na
verdade, em última análise, o
arquivamento é determinado
pelo Ministério Público, sendo
o crivo judicial somente de
controle intermediário entre o
promotor e o Procurador-
Geral, para melhor aferição
do princípio da
obrigatoriedade da ação
penal pública, e a decisão de
arquivamento, por outro lado,
se constitui em mera
determinação de se 'enviar os
autos ao arquivo'.[...]

Importante ressaltar que o requerimento


do Ministério Público a respeito do
pedido de arquivamento deve obedecer,
além dos requisitos contidos no artigo
395 do Código de Processo penal, os
elementos que afastem a inépcia da
inicial e os dados que possam identificar
o agente.

Aury Lopes Jr, bem como Marcellus


Polastri Lima, nos ensinam que o
arquivamento do inquérito policial não
faz coisa julgada, de acordo com a
súmula 524 do Supremo Tribunal
Federal, que, acertadamente, preconiza
que o inquérito, depois de arquivado, só
poderá ser desarquivado, e ser oferecida
à denúncia, com o surgimento de novas
provas. Isso porque, mesmo depois de
arquivado o inquérito, de acordo com o
artigo 18 do Código de Processo Penal
brasileiro, a autoridade policial pode
continuar investigando, efetuando,
portanto, novas pesquisas, o que poderá
acarretar o surgimento de novas provas
e, consequentemente, a solicitação do
desarquivamento ao Ministério Público,
pois é este que dera a última palavra
acerca do arquivamento, logo, cabendo-
lhe decidir sobre possível
desarquivamento.

Marcellus Polastri Lima, em seu Manual


de Processo Penal, alerta ainda para a
controversa figura do arquivamento
implícito, ou tácito, que ocorreria
naquelas hipóteses em que o Ministério
Público deixa de incluir, na denúncia,
algum fato ou algum(s) indiciado(s), sem
expressa fundamentação, e o juiz, ao
arquivar, também não se pronuncia.
Nesse caso, presentes a omissão do
Ministério Público e a inércia do juiz,
consolida-se o arquivamento tácito, ou
implícito. Entretanto, a doutrina
majoritária, em que se situa o autor
citado acima, e a recente posição
adotada pelos tribunais estaduais, bem
como o Superior Tribunal de Justiça, vêm
rejeitando a possibilidade do
arquivamento implícito, sustentando que
tanto os artigos 28 e 18 do Código Penal
brasileiro de 1940, como a súmula 524
do Supremo Tribunal Federal, só
preveem e aplicam o chamado
arquivamento explícito, ou direto, ou seja,
aquele devidamente requerido pelo
parquet com expressa fundamentação, e
deferido pelo juiz.

Os tribunais se manifestam no mesmo


sentido: sem o requerimento expresso e
fundamentado pelo promotor, não se
configura o arquivamento no direito
brasileiro. Assim, Marcellus Polastri
Lima, em seu Manual de Processo Penal,
destacou, na página 131, o entendimento
do Superior Tribunal de Justiça acerca
do tema:

O silêncio do Ministério
Público em relação a
acusados cujos nomes só
aparecem depois em
aditamento à denúncia não
implica arquivamento quanto
a eles. Só se considera
arquivado o processo com o
despacho da autoridade
judiciária (CPP, art.18) (RT
691/360).[18]

Bibliografia
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Processo Penal. 3ª Edição, Editora
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lei nº 3698/41, art. 12
8. STF (21 de junho de 2006). «Habeas
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9. NUCCI, Guilherme de Souza. Código
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10. 2 LIMA, Renato Brasileiro de. Curso
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11. 3 MIRABETE, Júlio Fabbrini. Juizados
especiais criminais: comentários,
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12. TOURINHO FILHO, Fernando da
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13. CAPEZ, Fernando. Curso de
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14. CAPEZ, Fernando. Curso de
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15. TOURINHO FILHO, Fernando da
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ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 116.
16. ALENCAR, Rosmar Rodrigues;
TÁVORA, Nestor. Curso de Direito
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17. TOURINHO, Fernando. Direito
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18. LIMA, 2009, p.131.

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