Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIDADE I
1.Considerações preliminares
Persecução penal – praticado um fato definido como infração penal, surge para o Estado o jus puniendi, que só pode ser
concretizado pelo processo penal. Para que se proponha a ação penal é necessário que o Estado disponha de um mínimo de
elementos probatórios que indiquem a ocorrência de uma infração penal e de sua autoria (autoria + materialidade).
A persecução penal: só pode ser concretizada através de um processo penal, todavia, para propor este processo penal é necessário
que o estado disponha de um mínimo de elementos probatórios que indiquem a ocorrência de uma infração penal e de sua autoria.
Em suma: elementos de autoria e materialidade
Ex: - Quem é o autor do crime? (autoria)
- Qual foi o crime praticado? (materialidade)
Meio adequado – o meio mais comum, embora não exclusivo, para a colheita desses elementos é o inquérito policial.
De que forma o estado consegue os elementos probatórios? = Através do IP
Objeto do inquérito policial – tem este por objeto a apuração de fato que configure infração penal e a respectiva autoria, para
servir de base à ação penal ou às providências cautelares.
Ex: - Busca e apreensão
- Decretação de prisão preventiva e/ou temporária
O objeto do IP: É a colheita de elementos probatórios (autoria e materialidade) que irão embasar uma futura ação penal,
que por sua vez irão embasar um futuro processo penal
INQUÉRITO POLICIAL
Conceito de inquérito policial – trata-se de um procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo, conduzido
pela polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de uma infração penal e sua autoria. Seu
objetivo precípuo é a formação da convicção do representante do Ministério Público, mas também a colheita de provas urgentes,
que podem desaparecer, após o cometimento do crime, bem como a composição das indispensáveis provas pré-constituídas que
servem de base à vítima, em determinados casos, para a propositura da ação privada. Em suma, inquérito policial é todo
procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria.
Como dito anteriormente o inquérito se destina a colher os elementos de autoria e materialidade, porém, é importante ressaltar que
o inquérito policial NÃO É um processo, e sim um PROCEDIMENTO administrativo (ou seja, vem antes da ação penal e/ou do
processo penal)
O IP não serve apenas para colher elementos de auto. e mat. é utilizado também para embasar a convicção do
ministério público, visto que, é através das provas colhidas no IP que o ministério público vai se basear para oferecer a denúncia e
por sua vez iniciar o processo penal
Quanto as informações trazidas pelo IP, não somente o ministério público irá desfrutar destas para propositura da ação penal, a
vítima (em caso de ação penal privada) pode se utilizar dos elementos colhidos no IP para oferecimento de ação penal através da
queixa crime
Em suma, pode ser utilizada por:
- Ministério público (parte acusadora da ação penal pública)
- Vítima (parte acusadora da ação penal privada)
Trata-se de uma instrução provisória, preparatória e informativa em que se colhem elementos, por vezes difíceis de obter na
instrução judicial, como o auto de flagrante, exames periciais etc.
É uma instrução:
- Provisória
- Preparatória
- Informativa
Competência – art. 4º, CPP – cabe à polícia judiciária, exercida por autoridades policiais, a atividade destinada à apuração das
infrações penais e da autoria por meio preliminar ou preparatória à ação penal.
É competente para instaurar e presidir IP o delegado de polícia (polícia civil), então é o delegado de policia que irá: a) instaurar;
b) presidir; e c) desenvolver este IP
Competência não exclusiva – os atos de investigação destinados à elucidação dos crimes não são exclusivos da polícia
judiciária, ressalvando, expressamente a lei, a atribuição concedida legalmente a outras autoridades administrativas (art. 4º,
parágrafo único, CPP).
Significa que atos de investigação não são destinados exclusivamente a polícia judiciária (delegado de polícia e polícia civil), pois
é previsto em lei a possibilidade de outras autoridades administrativas realizarem a dita investigação.
Em suma a competência não exclusiva é a possibilidade de uma investigação realizada por outras autoridades que não o
delegado de polícia, todavia, se refere a outros tipos de inquérito. Ex: I administrativos; I civis.
OBS: O IP só poderá ser, presidido; instaurado e desenvolvido, por DELEGADO DE POLÍCIA juntamente com seus
investigadores e subordinados
Visto que no momento da sentença irá este utilizar-se não somente das provas produzidas na fase de IP, mas também das provas
produzidas na fase de processo penal (ação penal)
Se o inquérito se destina a fornecer ao autor da ação penal os elementos necessários para o seu exercício e também a
dar embasamento probatório suficiente para que a ação penal tenha justa causa é evidente que obedece a forma escrita.
Art. 9º, CPP – “todas as peças do inquérito policial serão num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e
neste caso, rubricadas para autoridade”.
Pode ser manuscrito? – não há vedação, sim, pode.
Exceções ao sigilo: visto que o sigilo não é absoluto – (a regra é que haja sigilo)
A Lei n. 8.906, de 04/07/1994 (Estatuto da OAB), estabeleceu no seu art. 7º, XIV, ser direito do advogado “examinar, em
qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em
meio físico ou digital” (Redação dada pela Lei n. 13.245, de 2016) (Súmula Vinculante 14 do STF).
Significa que, o advogado, ainda que sem procuração, pode ter acesso aos atos do IP, trata-se de um direito garantido pelo estatuto
da OAB (que é uma lei federal)
Aqui, a lei permite que o autor do delito, por intermédio de seu advogado, acompanhe o regular andamento do processo,
tomando conhecimento das diligências já consumadas. O investigado também tem acesso aos autos do IP
Não obriga a autoridade policial antecipar ou tornar públicas as diligências em curso, muito menos a presença do
advogado no interrogatório, na oitiva da vítima e das testemunhas, na acareação, na reconstituição etc. Isso não ofende o
princípio do contraditório e da ampla defesa, pois esses devem ser observados na fase processual, se iniciada a ação
penal.
Advogado
Tem acesso aos autos do IP, porém, só tomarão conhecimento dos autos do IP depois de realizadas as diligencias
Investigado
Inquisitiva
No IP não se observa o contraditório e/ou a ampla defesa – pois, o indiciado não é um sujeito de direito, mas um objeto de
investigação. Não há acusações ao investigado de forma oficial, a referida acusação só ocorrera DEPOIS de iniciado o processo,
através da denúncia ou da queixa-crime
Não há preocupação com o mérito, mas colher elementos necessários para a autoria e a materialidade.
Embora inquisitivo, nada impede que a vítima ou o indiciado requeiram a realização de uma diligência (ainda que não seja um
sujeito de direito, o investigado e a vítima podem requerer a realização de determinadas diligências) que julguem ser necessária
para resguardar algum direito. Contudo, a realização dela dependerá do juízo de valor a ser feito por autoridade policial, tendo em
vista o poder discricionário que lhe é concedido (pode ou não o delegado de polícia deferir está diligência) (art. 14, CPP).
Valor probatório: As provas produzidas no IP tem o mesmo valor probatório que as demais apresentadas Ex: pericial;
testemunhal; documental; etc.
Como instrução provisória de caráter inquisitivo, o IP tem valor informativo para instauração da competente ação penal.
Nele se realizam certas provas periciais que embora praticadas sem a participação do indiciado, contêm em si maior dose de
veracidade, visto que nelas preponderam fatores de ordem técnica que são difíceis de serem deturpados.
Têm essas provas valor idêntico ao das provas colhidas em juízo.
As provas produzidas em sede de inquérito policial contêm elementos necessários para a propositura da ação penal e podem
influenciar no julgamento da causa.
O inquérito policial serve para colheita de dados circunstanciais que podem ser comprovados para prova judicial e para
reforçar o que foi apurado em juízo.
Não se pode, porém, fundamentar uma decisão condenatória apoiada exclusivamente no inquérito policial, o que
contaria o princípio do contraditório.
Vício: Se apresentado qualquer vício em sede de IP, estes não afetarão, ação penal futura. Eventualmente os vícios praticados na
fase de IP simplesmente, afetarão o próprio ato em si. Por Exemplo, se o flagrante foi viciado, esta prisão em flagrante deverá ser
relaxada, porém, não impede que seja proposta uma ação penal no futuro, apenas que o investigado não poderá mais ficar preso.
Em suma, estes vícios irão ensejar a anulação do ato do IP, mas não prejudica futura ação penal
Sendo o inquérito policial mero procedimento administrativo/informativo e não ato de jurisdição, os vícios nele acaso existentes
não afetam a ação penal a que deu origem.
A desobediência a formalidades legais pode acarretar a ineficácia do ato em si (prisão em flagrante, por exemplo), mas não
influi na ação já iniciada, com denúncia recebida.
Em certas circunstâncias, eventuais irregularidades podem e devem diminuir o valor dos atos a que se refiram,
contudo, não geram nulidades suficientes para invalidar a própria ação penal subsequente.
Interatividade
A Lei n. 13.245/2016 alterou o art. 7º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), que garante ao advogado do investigado o direito de
assistir a seus clientes durante a apuração de infrações penais. Com efeito, Anderson, advogado de José, impugnou a oitiva de
duas testemunhas em fase de inquérito policial, alegando que não recebeu notificação informando dia e hora da oitiva das
referidas testemunhas em sede policial. Diante da temática apresentada, assinale a seguir a alternativa correta:
a) O sigilo do inquérito policial impede que o advogado tenha acesso aos atos já documentados em inquérito policial.
b) A referida lei impôs o dever à autoridade policial de intimar previamente o advogado constituído para os atos de investigação,
em homenagem ao contraditório e à ampla defesa.
c) A referida lei instituiu a obrigatoriedade do inquérito policial ainda que já haja provas devidamente constituídas.
d) A referida lei não impôs um dever à autoridade policial de intimar previamente o advogado constituído para os atos de
investigação.
e) A inquisitorialidade do procedimento investigatório policial é o que impede que o advogado tenha acesso aos atos já
documentados em inquérito policial.
O IP irá variar sua forma de instauração de acordo com o tipo de penal, que pode ser:
- Ação Penal Pública Incondicionada (APPI)
- Ação Penal Pública Condicionada a representação ou a requisição do ministro da justiça (APPC)
- Ação Penal Privada (APP)
OBS: As formas de instauração equivalente a todas as ações penais), mas varia de uma à outra (5,4,2)
Retratação:
A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia (art. 25, do CPP).
Prazos: - Até o oferecimento da denúncia é possível a retratação
- Após o oferecimento da denúncia é impossibilitada a vítima de se retratar
Forma:
A representação pode ser feita diretamente à autoridade policial ou à autoridade judiciária, ou ao MP, tanto oralmente quanto
por escrito (art. 39, CPP). Se feita oralmente será reduzida a termo (escrito).
Peças de instauração:
Por requerimento do ofendido ou de quem legalmente o represente;
Auto de prisão em flagrante delito.
Prazo para o requerimento: a lei não diz, porém, para a queixa, a lei é taxativa seis meses, contados do descobrimento da
autoria. Dessa forma, para a instauração do IP por requerimento do ofendido, deve observar o prazo decadencial para a queixa
crime, para que o IP esteja concluído antes que ele se esgote. Conhecimento de autoria 6 meses
(para que não ocorra a extinção a punibilidade)
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Iniciado o IP, com a realização das diligências necessárias (autoria e materialidade) à investigação da infração penal e da sua
autoria indicadas no artigo 6º, do CPP, sem prejuízo de outras que o caso recomendar, a autoridade policial concluirá o IP com um
relatório (peça que encerra o IP).
Endereçamento
Artigo 10, §1º, do CPP.
O relatório é o ato final do IP, endereçado ao juiz. Com ele, a autoridade dá por concluída a sua função de polícia judiciária.
Ao elaborá-lo, a autoridade não poderá fazer qualquer juízo de valor sobre a culpabilidade e a antijuricidade e nem deve fazer
consideração sobre o fato em si. (só poderá o del. dizer quais as diligências realizadas; quais não puderam ser realizadas e/ou estão
pendentes, entretanto JAMAIS poderá dizer que “foi o investigado autor do crime” ou “não foi o investigado o autor do crime”)
Obrigatoriedade do relatório.
Embora previsto no artigo 10, §1º, do CPP, o relatório não é indispensável, pois, mesmo sem ele, a ação penal pode ser
proposta. A falta de relatório não atinge a ação penal. Não é causa de nulidade, constitui apenas irregularidade
administrativa.
Conteúdo do relatório
Não passa de peça escrita e expositiva, na qual a autoridade policial explicita o porquê o IP foi instaurado;
Quais foram as diligências determinadas e efetivamente cumpridas com a indicação dos autos em que se encontram
descartadas;
Quais diligências deixaram de ser cumpridas e quais os motivos para tanto;
Que explicite horário, mês, ano, dia, local que ocorreu a infração;
Que distinga as pessoas ou vidas com a devida anotação de sua qualificação: vítima, testemunha, indiciado, perito etc.;
Que indique as provas periciais realizadas na reprodução simulada;
Que mencione todas as provas obtidas, tais como: fotografia, retrato falado, acareação etc.;
Que diligência está em curso, com o protesto de remessa a juízo.
Prazos especiais: esse prazo deixará de ser observado se houver previsão legal de outro prazo em legislações extravagantes
(especiais) que determinam prazos diferenciados.
Lei de Drogas – art. 51 – o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias se o indiciado estiver preso, e de 90
(noventa) dias, quando solto.
Justiça Federal – já a Lei n. 5.010/66 (que organiza a Justiça Federal de primeira instância), em seu art. 66, determina que o
prazo para a conclusão do inquérito policial será de 15 dias para o indiciado preso, prorrogáveis por mais 15, desde que
fundamentado. Quanto ao indiciado solto, a lei é silente, aplicando-se o art. 10, do CPP.
CPP Militar – no Código Processual Penal Militar, o prazo de conclusão do inquérito policial é de 20 dias no caso de indiciado
preso e de 40 dias em caso de indiciado solto, permitindo-se a prorrogação, neste caso, por mais 20 dias.
Crime hediondo – no caso de crime hediondo, o prazo da prisão é de 30 dias, prorrogável por igual prazo em caso de extrema e
comprovada necessidade (Lei n. 8.072/90, art. 2º, §4º). Nesse caso, entende-se que o prazo para finalizar o inquérito não deve
ultrapassar os possíveis 60 dias.
O Inquérito Policial é:
1. Instaurado
2. Desenvolvido
3. Concluído com relatório
4. Arquivado
Mudanças pelo pacote anticrime: o arquivamento do inquérito policial ou de outras peças informativas como, por exemplo, o
procedimento investigatório criminal (PIC), promovido pelo Ministério Público, não mais enfrenta a análise do juiz, que, no caso,
seria o magistrado das garantias. A análise será feita pelo órgão superior do Ministério Público, como o Conselho Superior ou
Câmaras criadas especialmente para tal finalidade. Portanto, o promotor ou procurador da República, ao propor o arquivamento,
automaticamente, encaminhará os autos à instância revisora ministerial para homologação.
Interatividade
Ao chegar a um “local de fato”, ainda não sabendo que se trata de um local de crime, de acordo com o art. 6º, do CPP, a primeira
providência da autoridade policial deve ser a de:
a) Apreender objetos que tiverem relação com o fato, evitando a perda de objetos potencialmente importantes.
b) Ouvir o indiciado, a fim de decidir sobre a necessidade de sua detenção imediata.
c) Prender o suspeito, a fim de evitar sua fuga.
d) Preservar o local.
e) Ouvir o ofendido, para que se defina a área a ser isolada.
UNIDADE II
1. AÇÃO PENAL
A) Incondicionada
Quem a promove é o MP (art. 100, §1º, do CP; e art. 24, do CPP);
O MP a propõe sem que haja manifestação da vontade de quem quer que seja, sendo, inclusive, irrelevante a contrária
manifestação de quem quer que seja.
Quais os crimes que dão lugar à APPI?
R.: Essa modalidade constitui regra. Quando os crimes se submetem a essa modalidade de ação, a lei silencia quanto a qualquer
condição (p. ex.: representação ou requisição do Ministério da Justiça).
OBS: estes princípios se aplicam a ação penal incondicionada ou condicionada, EXCERO o princípio da oficialidade que não se
aplica a ação penal pública condicionada ou a ação penal privada
B) Condicionada
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição.
Essa condição é a manifestação de vontade no sentido de proceder, externada pelo ofendido ou por quem legalmente o
represente, ou é a requisição do Ministro da Justiça.
Quem promove a ação penal nesses casos? R.: O MP (art. 24, do CPP).
Quais são os crimes cuja ação penal depende de representação?
R.: São poucos. Exemplos: art. 130, §2º; art. 145, § único; art. 174, § único; art.151, § 4º; art. 152, § único; art.153, § único; art.
154, § único; art. 156, § 1º; art. 176, § único; art. 182, art. 184, §3º; art.196, §2º e art. 225, § 2º, todos do CP. Lei n. 9.99/95, art.
88 – crimes de lesão corporal leve e culposa são de APPC.
Representação – é feita pelo ofendido ou por seu representante legal – art. 24, do CPP.
Morte do ofendido – o direito de representação passa para o cônjuge, ascendente, descendente e irmão (CADI) (art. 24, §1º, do
CPP). Retratação – pode haver retratação de quem fez a representação?
R.: Art. 102, do CP, “a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia”.
1.5 Ação penal privada: Distinção entre ação penal pública e ação penal privada
É única e exclusivamente na legitimidade de agir.
Na APP é o ofendido através de seu advogado (pois este adv. Tem capacidade postulatória) – queixa crime
Mesmo sendo privada, o direito de punir continua pertencendo ao Estado.
Na ação pública, é o MP quem tem legitimidade para promovê-la. Já na privada, a iniciativa cabe ao ofendido ou seu
representante legal.
Interatividade
Guliver, servidor público municipal, foi vítima de crime de injúria em razão de suas funções. Em decorrência desse fato, foi
instaurado inquérito policial para investigar a notícia crime, sendo identificado o acusado. Analisando esse fato narrado e de
acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) Guliver poderá optar por ofertar a queixa-crime assistido por um advogado ou oferecer representação ao Ministério Público,
para que seja analisada a possibilidade de oferecimento de denúncia.
b) Caberá exclusivamente a Guliver dar prosseguimento à ação, assistido por um advogado, mediante queixa-crime.
c) Caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente da representação de Guliver.
d) Caberá ao Ministério Público oferecer denúncia após a representação da pretensa vítima, mas Guliver não poderá optar por
oferecer queixa-crime.
e) Guliver deverá apresentar perante o juízo processante a representação, o que pode ser feito sem a necessidade de advogado,
externando seu desejo de dar prosseguimento ao feito.
1.6 Denúncia
Nos termos do art. 24, do CPP, a ação penal pública (condicionada ou incondicionada) se inicia por meio da denúncia.
Com o oferecimento da denúncia é que se formaliza o direito de ação.
Obs.: em qualquer caso, se o promotor deixar de oferecer a denúncia no prazo legal e se a vítima ou quem legalmente a represente
não vier a suprir a sua inércia com o oferecimento da queixa, o MP, a todo tempo, enquanto não estiver extinta a punibilidade,
poderá ofertar denúncia, sujeitando-se, contudo, às sanções disciplinares.
Extinção da punibilidade – recebendo os autos do IP, pode o promotor entender que já se extinguiu a punibilidade, por
prescrição ou por qualquer outra causa. Nesse caso, cumpre-lhe requerer ao juiz que seja proferida decisão nesse sentido.
Guarda em cartório – pode acontecer que o IP verse sobre crime de exclusiva ação penal privada. Assim, recebendo os autos
do IP, deve o promotor de justiça, nos termos do art. 19, do CPP, requerer que os autos do IP permaneçam em cartório,
aguardando a iniciativa da vítima ou de quem de direito para o início da ação penal privada.
Recebimento e rejeição da denúncia – art. 395, do CPP. Além das hipóteses ali elencadas, a denúncia pode ser rejeitada:
A) Por falta dos requisitos essenciais e de natureza formal (exposição do fato criminoso, qualificação do acusado etc.) – art.
41, do CPP. 1. Ação penal
B) Por ausência de qualquer das condições genéricas da ação – possibilidade jurídica do pedido, legitimidade e interesse de
agir.
C) Por falta dos pressupostos processuais de existência e de validade – órgão investido de jurisdição, o pedido e as partes, juiz
impedido, coisa julgada ou litispendência etc.
Rejeitada a denúncia, dependendo do fundamento, poderá ou não ser intentada outra no lugar. Ex.: impossibilidade jurídica do
pedido.
Recurso da decisão que recebe a denúncia: não há recurso específico ao acusado para combater essa decisão. Contudo, se
ausente na inicial qualquer dos requisitos formais e essenciais das condições genéricas ou específicas, poderá impetrar HC, em
face ao constrangimento ilegal.
Recurso da decisão que rejeita a denúncia: RESE – art. 581, I, do CPP, e apelação no Jecrim, Lei n. 9099/95 (art. 82).
Aditamento de denúncia
Pode ocorrer a qualquer momento do processo, antes da sentença para o fim de suprir suas omissões como: data do crime, local,
instrumento utilizado, nome da vítima, nome do réu etc. (art. 569, do CPP).
O mesmo já não se pode dizer quanto aos elementos essenciais, a tipicidade, causas de aumento, qualificadora. Aqui há
inegável inovação na pretensão punitiva. O fato como descrito na denúncia não as alcançava e o acusado delas não tomou sequer
ciência, sofrendo inegável prejuízo à defesa.
Contudo, o aditamento da inicial não fica impedido. O que se exige é, dependendo do caso concreto, que a instrução seja refeita
e que a defesa seja ouvida (art. 384, do CPP – mutatio libelli).
Interatividade
Jorge foi preso em flagrante pela prática do delito de roubo. Durante as investigações, descobriram-se mais vítimas dessa prática
criminosa, angariando-se mais documentação que comprovariam esses demais delitos praticados por Jorge. Como se sabe, esses
autos são enviados ao Ministério Público, que é quem tem, por lei, a função privativa de promover a ação penal pública. Em
relação à ação penal, assinale a alternativa correta.
a) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério
Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
b) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 10 dias, contado da data em que o órgão do Ministério
Público receber os autos do inquérito policial, e de 20 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. Interatividade
c) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério
Público receber os autos do inquérito policial, e de 20 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
d) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 10 dias, contado da data em que o órgão do Ministério
Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
e) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 15 dias, contado da data em que o órgão do Ministério
Público receber os autos do inquérito policial, e de 30 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.