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INQUÉRITO POLICIAL

Professor Gilson Miguel Gomes da Silva


Da Investigação Preparatória:

Vimos que a pretensão punitiva estatal, em nosso ordenamento,


exige a aplicação de diversos princípios e garantias asseguradoras
dos direitos fundamentais, dentre estes o devido processo legal, para
se alcançar a legítima punição, sempre através do processo.

Assim, o Estado-Administração precisa levar a notícia daquele fato


ao Estado-Juiz, a fim de que possa decidir a procedência ou não da
pretensão estatal.
Da Investigação Preparatória:

Para tanto, o Estado pratica intensa atividade denominada


“persecutio criminis”, inicialmente, através da Polícia Judiciária
(Polícia Civil/Federal, segundo a CF), que subsidia informações ao
Ministério Público, órgãos que personificam o interesse da sociedade
na repressão às infrações penais.

Portanto, incumbe ao MP levar ao Juiz, o suposto fato delituoso,


mediante a peça de ingresso chamada denúncia, mas é a Polícia Civil
que informa o órgão de acusação.
Polícia:

Significado: Visto do sentido mais amplo, polícia pode ser


compreendida com o conjunto de normas impostas pela autoridade
pública aos cidadãos, seja no conjunto da vida normal diária, seja no
exercício de atividade específica. Pode ser denominada também
como conjunto de atos e execução dos regulamentos assim feitos,
bem como das leis, mediante ações preventivas e repreensivas.
Por fim, o termo “polícia” é o nome reservado às forças públicas
encarregadas da fiscalização das leis e regulamentos, ou seja, aos
agentes públicos, ao pessoal, de cuja atividade resulta a ordem
pública.
Polícia:

Divisão:

a. Quanto ao lugar que desenvolve sua atividade: aérea, marítima e


terrestre;
b. Exteriorização: ostensiva e secreta;
c. Quanto à organização: ser leiga ou de carreira;
d. Objeto: Administrativa, Segurança e Judiciária.
Polícia:

Administrativa: visa a limitar bens jurídicos individuais, para


assegurar o completo “êxito da administração”. Ex.: Polícia
Aduaneira; Policia Rodoviária e Polícia Ferroviária Federal.

Polícia de Segurança: Objetiva a manutenção da ordem jurídica,


mediante aplicação de medidas preventivas, com poderes mais ou
menos amplos, em relação a poder discricionário, que não se
confunde com arbitrário.
Polícia:
Polícia Civil:

CF - Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de


todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.

CPP - Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:


I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.

CPP – Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.
Parágrafo único. A competência definida nesse artigo não excluíra a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Polícia:

Quanto ao objeto, a polícia pode ser administrativa (preventiva) ou


judiciária (repressiva). A polícia judiciária tem a função de auxiliar a
justiça, apurando as infrações penais e suas respectivas autorias.

O artigo 4.º, caput, do Código de Processo Penal usava


inadequadamente o termo “jurisdição”. O termo jurisdição designa a
atividade por meio da qual o Estado, em substituição às partes,
declara a preexistente vontade da lei ao caso concreto.

A Lei n. 9.043, de 9.5.1995, trocou o termo “jurisdição” por


“circunscrição” (limites territoriais dentro dos quais a polícia realiza
suas funções).
Polícia:

O parágrafo único do citado artigo também contém uma impropriedade.


Ao dispor que “a competência definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma
função”, o legislador foi infeliz, pois a autoridade policial não tem
competência, mas sim atribuições. O termo competência aqui empregado
deve ser entendido como poder conferido a alguém para conhecer
determinados assuntos, não se confundindo com competência
jurisdicional, que é a medida concreta do Poder Jurisdicional.

Salvo algumas exceções, a atribuição para presidir o inquérito policial é


conferida aos Delegados de Polícia (artigo 144, §§ 1.º e 4.º, da
Constituição Federal de 1988), conforme as normas de organização
policial dos Estados. A atribuição pode ser fixada, quer pelo lugar da
consumação da infração (ratione loci), quer pela natureza da mesma
(ratione materiae).
Polícia:

A autoridade policial, em regra, não poderá praticar qualquer ato fora dos
limites de sua circunscrição, sendo necessário:
se for em outro país: carta rogatória;
se for em outra comarca: carta precatória;

Se for no Distrito Federal ou em circunscrição diferente dentro da mesma


comarca, a autoridade poderá ordenar diligências independente de
precatórias ou requisições (artigo 22 do Código de Processo Penal). O
flagrante deve ser lavrado no local em que se efetivou a prisão, mas se
neste não houver Delegado de Polícia, deverá o preso ser apresentado à
circunscrição mais próxima (artigos 290 e 308, ambos do Código de
Processo Penal). Concluído o flagrante, devem os atos subsequentes ser
praticados pela autoridade do local em que o crime se consumou.
Polícia:

Observação: tem-se entendido que a falta de atribuição da autoridade


policial não invalida os seus atos, ainda que se trate de prisão em
flagrante, pois a Polícia, por não exercer atividade jurisdicional, não
se submete à competência jurisdicional ratione loci. Conforme já
decidiu o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça,
o inquérito policial é peça meramente informativa, cujos vícios não
contaminam a ação penal.

O inciso LIII do artigo 5.º da Constituição Federal não se aplica às


autoridades policiais, pois estas não processam (promotor natural)
nem sentenciam (juiz natural). Assim, não foi adotado pelo referido
dispositivo constitucional o princípio do “Delegado Natural”.
Do inquérito policial:

Conceito: É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária


para a apuração de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o
titular da ação penal possa ingressar em juízo (artigo 4.º do Código de
Processo Penal).

Natureza Jurídica: O inquérito policial é procedimento persecutório de


caráter administrativo e natureza inquisitiva instaurado pela autoridade
policial.
É um procedimento, pois é uma sequência de atos voltados a uma
finalidade.
Persecutório porque persegue a satisfação do jus puniendi.
Persecução é a atividade estatal por meio da qual se busca a punição e
se inicia, oficialmente, com a instauração do inquérito policial, também
conhecido como informatio delicti.
Do inquérito policial:

Finalidade: Conforme dispõe os artigos 4.º e 12 do Código de


Processo Penal, o inquérito visa a apuração da existência de infração
penal e a respectiva autoria, a fim de fornecer ao titular da ação penal
elementos mínimos para que ele possa ingressar em juízo.

A apuração da infração penal consiste em colher informações a


respeito do fato criminoso. Apurar a autoria consiste na autoridade
policial desenvolver a necessária atividade, visando descobrir o
verdadeiro autor da infração penal.
Inquéritos extrapoliciais:

CPP – Art. 4º. Parágrafo único. A competência definida neste


artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei
seja cometida a mesma função.

Em regra, os inquéritos policiais são presididos por Delegado de


Polícia de Carreira (artigo 144, § 4.º, da Constituição Federal), mas o
parágrafo único do artigo 4.º do Código de Processo Penal deixa
claro que o inquérito realizado pela polícia judiciária não é a única
forma de investigação criminal.
Inquéritos extrapoliciais:
Excepcionalmente, portanto, há casos em que são presididos por outras autoridades e não
pelo Delegado de Polícia, tais como:

Inquérito judicial para apuração de infrações falimentares (presidido pelo juiz da vara
onde tramita a falência).
Comissões Parlamentares de Inquérito (artigo 58, § 3.º, da Constituição Federal).
Crime cometido nas dependências da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal
(Súmula n. 397 do Supremo Tribunal Federal – “O poder de polícia da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências,
compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização
do inquérito”).
Inquérito civil (instaurado pelo Ministério Público, para proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
conforme dispõe o artigo 129, inciso III, da Carta Magna).
Inquérito policial militar.
Magistrado (o delegado deve remeter os autos ao tribunal ou a órgão especial
competente para o julgamento).
Membro do Ministério Público (os autos devem ser remetidos ao Procurador-Geral
de Justiça).
Valor probatório:

O inquérito policial tem conteúdo informativo; visa apenas


fornecer elementos necessários para a propositura da ação penal.

Tem valor probatório relativo, pois os elementos de informação


não são colhidos sob a égide do contraditório e da ampla defesa,
tampouco na presença do Juiz de Direito.
Dispensabilidade:

O inquérito policial é uma peça útil, porém não imprescindível. Não


é fase obrigatória da persecução penal. Poderá ser dispensado sempre
que o Ministério Público ou o ofendido (no caso da ação penal
privada) tiver elementos suficientes para promover a ação penal
(artigo 12 do Código de Processo Penal).

O artigo 27 do Código de Processo Penal dispõe que qualquer pessoa


do povo poderá fornecer, por escrito, informações sobre o fato e a
autoria, indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção,
demonstrando que quando as informações forem suficientes não é
necessário o inquérito policial.
Dispensabilidade:

Segundo o artigo 39, § 5.º, do Código de Processo Penal, o órgão do


Ministério Público dispensará o inquérito se com a representação
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal.

Atenção: o titular da ação penal pode abrir mão do inquérito policial,


mas não pode eximir-se de demonstrar a verossimilhança da
acusação, ou seja, não se concebe que a acusação careça de um
mínimo de elementos de convicção.
Dispensabilidade – Juizados Especiais:

De acordo com o disposto nos artigos 69 e 77, § 1.º, da Lei n.


9.099/95, o inquérito policial é substituído por um simples boletim
de ocorrência circunstanciado, lavrado pela autoridade policial,
chamado de termo circunstanciado, no qual constará uma narração
sucinta dos fatos, bem como a indicação da vítima, do autor do fato e
das testemunhas, em número máximo de três, seguindo em anexo um
boletim médico ou prova equivalente, quando necessário para
comprovar a materialidade delitiva (dispensa-se o laudo de exame
de corpo de delito). Lavrado o termo, este será encaminhado ao
Juizado Especial Criminal.
Características:

Procedimento escrito: conforme determina o artigo 9.º do Código de


Processo Penal.

Procedimento sigiloso (artigo 20 do Código de Processo Penal): o


sigilo busca salvaguardar a intimidade do indiciado,
resguardando-se, assim, seu estado de inocência. O sigilo não se
estende ao representante do Ministério Público, nem à autoridade
judiciária. Advogado pode consultar os autos de inquérito, mas, caso
seja decretado judicialmente o sigilo, não poderá acompanhar a
realização de atos procedimentais (Lei n. 8.906/94, artigo 7.º, incisos
XIII a XV, e § 1.º).
Características:

Procedimento inquisitivo: todas as atividades concentram-se nas


mãos de uma única autoridade, que pode agir de ofício e
discricionariamente para esclarecer o crime e sua autoria. Não há
acusação nem defesa, logo não há contraditório (exceções: há
contraditório no inquérito judicial e no inquérito para expulsão de
estrangeiro). Não pode ser argüida suspeição da autoridade policial
(artigo 107 do Código de Processo Penal). O artigo 14 do Código de
Processo Penal dispõe que a autoridade policial poderá indeferir
pedido de diligência, exceto o exame de corpo de delito (artigo 184
do Código de Processo Penal).

Legalidade: o inquérito policial não pode ser arbitrário, ou seja, deve


obedecer à lei.
Características:

Oficiosidade: esse princípio se funda no princípio da obrigatoriedade ou


legalidade. Sendo um crime de ação penal pública incondicionada, a
autoridade tem o dever de instaurar o inquérito policial de ofício (artigo 5.
º, inciso I, do Código de Processo Penal).

Oficialidade: o inquérito policial é dirigido por órgãos públicos oficiais,


no caso, a autoridade policial. É uma atividade investigatória feita por
órgãos oficiais.

Indisponibilidade: uma vez instaurado, o inquérito policial não pode ser


arquivado pela autoridade policial (artigo 17 do Código de Processo
Penal).

Autoritariedade: é presidido por uma autoridade pública. Trata-se de


exigência constitucional (artigo 144, § 4.º).
Incomunicabilidade:

Destinada a impedir que a comunicação do preso com terceiros


venha a prejudicar o desenvolvimento da investigação.

Mediante despacho fundamentado do juiz a partir de requerimento


da autoridade policial ou do Ministério Público, respeitadas as
prerrogativas do advogado, poderá ser decretada a
incomunicabilidade do indiciado pelo prazo de até três dias, por
conveniência da investigação ou interesse da sociedade (artigo 21 do
Código de Processo Penal).
Incomunicabilidade:

Entendemos que a incomunicabilidade não foi recepcionada pela


nova ordem constitucional. A Constituição Federal, em seu artigo
136, § 3.º, inciso IV, proíbe a incomunicabilidade durante o estado
de defesa. Assim, se é vedada em situações excepcionais, com mais
razão deve ser vedada em situações de normalidade. Em sentido
contrário, o Professor Damásio de Jesus entende que a proibição está
relacionada com crimes políticos ocorridos durante o estado de
defesa.

A incomunicabilidade, de qualquer forma, não se estende ao


advogado (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, artigo 7.º,
inciso III).
Notitia Criminis:

Conceito: É o conhecimento, espontâneo ou provocado, de um fato


aparentemente delituoso pela autoridade policial.

Espécies:

“Notitia Criminis” de cognição direta, imediata, espontânea ou


inqualificada: ocorre quando a autoridade policial toma
conhecimento direto da infração penal por meio de suas atividades
rotineiras.

Exemplo: policiamento, imprensa, pelo encontro do corpo de delito


ou até pela delação anônima. A delação anônima (apócrifa) é
chamada notitia criminis inqualificada.
Notitia Criminis:

Espécies:

“Notitia Criminis” de cognição indireta, mediata, provocada ou


qualificada: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento
do delito por meio de algum ato jurídico de comunicação formal,
como por exemplo a delatio criminis (comunicação de um crime
feito pela vítima ou por qualquer um do povo), a requisição do
Ministério Público ou autoridade judiciária e a representação do
ofendido.
Notitia Criminis:

Espécies:

“Notitia Criminis” de cognição coercitiva: ocorre no caso de prisão


em flagrante, em que a notícia se dá com a apresentação do autor do
fato.

Observação: se for crime de ação pública condicionada ou de


iniciativa privada, o auto de prisão em flagrante somente poderá ser
lavrado se forem observados os requisitos dos §§ 4.º e 5.º do artigo 5.
º do Código de Processo Penal.
Início do Inquérito Policial:

Nos crimes de Ação Pública Incondicionada:

De ofício: a autoridade tem a obrigação de instaurar o inquérito


policial, independente de provocação, sempre que tomar
conhecimento imediato e direto do fato, por meio de delação verbal
ou por escrito, feito por qualquer pessoa do povo (delatio criminis
simples), notícia anônima (notitia criminis inqualificada), por meio
de sua atividade rotineira (cognição imediata), ou no caso de prisão
em flagrante. O ato de instauração é a portaria.
Início do Inquérito Policial:

Nos crimes de Ação Pública Incondicionada:

Por requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público:


não obstante a hipótese prevista no artigo 40 do Código de Processo
Penal, se não estiverem presentes os elementos indispensáveis ao
oferecimento da denúncia, a autoridade judiciária poderá requisitar a
instauração de inquérito policial para a elucidação dos fatos. A
autoridade policial não pode se recusar a instaurar o inquérito, pois a
requisição tem natureza de determinação, de ordem, muito embora
inexista subordinação hierárquica.
Início do Inquérito Policial:

Nos crimes de Ação Pública Incondicionada:

Delatio criminis: é a comunicação de um crime feita pela vítima ou por


qualquer um do povo. Caso a autoridade policial indefira a instauração de
inquérito, caberá recurso ao Secretário de Estado dos Negócios da
Segurança Pública ou ao Delegado-Geral de Polícia (artigo 5.º, § 2.º, do
Código de Processo Penal). A delatio criminis pode ser simples (mera
comunicação) ou postulatória (comunica e pede a instauração da
persecução penal). Trata-se de faculdade conferida ao cidadão de
colaborar com a atividade repressiva do Estado. Contudo, há algumas
pessoas que, em razão do seu cargo ou função, estão obrigadas a noticiar a
ocorrência de crimes de que tenham tomado conhecimento no desempenho
de suas atividades (artigo 66, incisos I e II, da Lei das Contravenções
Penais; artigo 45 da Lei n. 6.538/78; artigo 269 do Código Penal; artigos
104 e 105 da Lei de Falências).
Início do Inquérito Policial:

Nos crimes de Ação Pública Condicionada:

Mediante representação do ofendido ou de seu representante legal: a


representação é simples manifestação de vontade da vítima ou de seu
representante legal, não havendo exigência formal para a sua
elaboração.

Mediante requisição do Ministro da Justiça: deve ser encaminhada


ao chefe do Ministério Público o qual poderá, desde logo, oferecer a
denúncia ou requisitar diligências à polícia.
Início do Inquérito Policial:

Nos crimes de Ação Privada:

Nesses casos a instauração do inquérito policial depende de


requerimento do ofendido, de seu representante legal ou sucessores,
conforme disposto no artigo 5.º, § 5.º, combinado com os artigos 30
e 31, todos do Código de Processo Penal.

O artigo 35 do Código de Processo Penal não foi recepcionado pela


Constituição Federal, por força do artigo 226, § 5.º, podendo a
mulher casada requerer a instauração do inquérito policial
independentemente de outorga marital. Nada obstante, a Lei n.
9.520, de 27.11.1997, revogou expressamente a norma contida no
artigo 35 do Código de Processo Penal.
Início do Inquérito Policial:

Observações:

O inquérito policial também pode começar mediante auto de prisão em


flagrante nos três casos (ação penal pública incondicionada, condicionada
e ação penal privada). Nos crimes de ação pública condicionada e de ação
privada, o ofendido deverá ratificar o flagrante até a entrega da nota de
culpa (24h).

A autoridade policial não poderá instaurar o inquérito policial se não


houver justa causa (se o fato for atípico ou se estiver extinta a
punibilidade). Porém, o desconhecimento da autoria ou a possibilidade do
sujeito ter agido sob a proteção de alguma excludente da ilicitude não
impede a instauração do inquérito.

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