“A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.”
Interpretar uma norma significa buscar seu alcance e real significado.
Espécies: Quanto ao sujeito que elabora:
Autêntica ou legislativa: feita pelo próprio órgão encarregado da
elaboração da lei. Pode ser: contextual: feita pelo próprio texto interpretado; posterior: feita após a entrada em vigor da lei.
Doutrinária ou científica: feita pelos estudiosos e doutores do
Direito. Observação: as exposições de motivos constituem forma de interpretação doutrinária, uma vez que não são leis.
Judicial: feita pelos órgãos jurisdicionais.
Espécies: Quanto aos meios empregados:
Gramatical, literal ou sintática: leva-se em conta o sentido literal
das palavras.
Lógica ou teleológica: busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos
seus fins e à sua posição dentro do ordenamento jurídico Espécies: Quanto ao resultado:
Declarativa: há perfeita correspondência entre a palavra da lei e sua
vontade.
Restritiva: a interpretação vai restringir o seu significado, pois a lei
disse mais do que queria.
Extensiva: a interpretação vai ampliar o seu significado, pois a lei
disse menos do que queria. Interpretação da Norma Processual Penal:
A lei processual admite interpretação extensiva, pois não contém
dispositivo versando sobre direito de punir.
Exceções: tratando-se de dispositivos restritivos da liberdade
pessoal (prisão em flagrante, por exemplo), o texto deverá ser rigorosamente interpretado. O mesmo quando se tratar de regras de natureza mista. Formas de Procedimento Interpretativo:
Equidade: correspondência ética e jurídica da circunscrição – norma
ao caso concreto;
Doutrina: estudos, investigações e reflexões teóricas dos cultores do
direito;
Jurisprudência: repetição constante de decisões no mesmo sentido
em casos semelhantes. Analogia:
Consiste em aplicar a uma hipótese não regulada por lei disposição
relativa a um caso semelhante.
Fundamento: Ubi eadem ratio, ibi eadem jus (onde há a mesma
razão, aplica-se o mesmo Direito).
Natureza Jurídica: Forma de auto-integração da lei, ou seja, forma
de supressão de lacunas. Analogia. Distinção:
Analogia: inexiste norma reguladora para o caso concreto, devendo
ser aplicada norma que trata de hipótese semelhante.
Interpretação extensiva: existe norma reguladora do caso concreto,
mas esta não menciona expressamente sua eficácia.
Interpretação analógica: a norma, após uma enumeração casuística,
traz uma formulação genérica. A norma regula o caso de modo expresso, embora genericamente (exemplo: artigo 121, § 2.º, inciso III e IV do Código Penal).
Observação: não confundir interpretação analógica com aplicação
analógica. Aquela é forma de interpretação e esta forma de auto-integração. Espécies de Analogia:
In bonam partem – em benefício do agente.
In malam partem – em prejuízo do agente.
Fontes do Direito Processual Penal:
Conceito: É de onde provém o Direito.
Fontes do Direito Processual Penal. Espécies:
Material ou de produção: aquela que cria o Direito; é o Estado.
Formal ou de cognição: aquela que revela o Direito. Pode ser:
imediata: lei; mediata: costumes e princípios gerais do direito (costume é o conjunto de normas de comportamento a que as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante, pela convicção de sua obrigatoriedade jurídica. Princípios gerais do direito são postulados gerais que se fundam em premissas éticas extraídas do material legislativo).
Caderno Revisto em 10022015 - Aula 01 e 02 - 26012015 e 02022015 - Fredie Didier - Introdução Ao Processo Civil Contemporâneo e Neoprocessualismo - Processo Civil