Você está na página 1de 3

Direito Processual Penal

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS


PENAIS

Na interpretação – pressupõe existência de lei.

Na integração – não existe lei, há lacuna.

Art. 3 CPP

CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO:

1. Quanto ao sujeito que a realiza (quem efetua a interpretação):

AUTÊNTICA/CONTEXTUAL– é a realizada pelo próprio texto legal.

DOUTRINÁRIA/CIENTÍFICA – realizada pelos estudiosos do direito, que


emitem suas opiniões pessoais sobre o significado de determinado instituto;

JUDICIAL/JURISPRUDENCIAL – realizada pelos aplicadores do direito.


Restringe-se à interpretação feita dentro do processo. Ex.: edição de Sumula
Vinculante (editada pelo STF – art. 103-A CF/88).

2. Quanto aos meios interpretativos empregados (caminho):

LITERAL (OU GRAMATICAL)– o intérprete se preocupa somente com o sentido


real e efetivo das palavras.

TELEOLÓGICA – o intérprete busca alcançar a finalidade da lei, aquilo ao qual


ela se destinou regular. Qual era o objetivo quando se criou a lei. D

SISTEMÁTICA (OU SISTÊMICA)– o intérprete analisa o dispositivo legal no


sistema no qual ele está contido, e não de forma isolada.

HISTÓRICA– o intérprete volta ao passado, ao tempo em que foi editado o


diploma que se quer interpretar, buscando os fundamentos de sua criação, o
momento pelo qual atravessava a sociedade, com vistas a entender o motivo
pelo qual houve a necessidade de modificação do ordenamento jurídico. Ex.:
Código Penal (1940).
Direito Processual Penal

Quanto A Interpretação Analógica:

O que justifica a interpretação analógica é a impossibilidade de o legislador prever


todas as situações possíveis, similares àquelas situações já enumeradas, de maneira a
demonstrar sua relevância para o direito posto.
Na interpretação analógica surge primeiro uma fórmula casuística, que servirá de
norte ao intérprete, e depois segue-se uma fórmula genérica. A primeira fórmula
atende ao princípio da legalidade, detalhando todas as situações que quer o código
regular e a segunda, por sua vez, permite que tudo aquilo que a elas sejam
semelhantes possa também ser abrangido pelo mesmo artigo.

Pode Ser A Favor Ou Contra O Réu.

3. Quanto aos resultados (conclusão):

DECLARATÓRIA – dá à lei o seu sentido literal, sem extensão, nem restrição.

EXTENSIVA – para que se possa conhecer a amplitude da lei o intérprete


necessita alargar o seu alcance, haja vista ter aquela lei dito menos do que
efetivamente pretendia. (STJ proíbe essa interpretação em direito penal, em
razão do principio da estrita legalidade)

RESTRITIVA – o intérprete diminui, restringe o alcance da lei, uma vez que esta,
à primeira vista, disse mais do que efetivamente pretendia dizer, buscando
apreender seu verdadeiro sentido.

PROGRESSIVA - são consideradas adaptativas ou evolutivas, sendo aquela que


objetiva ajustar a lei às transformações sociais, jurídicas, científicas e até mesmo
morais que se sucedem no tempo e que interferem na efetividade que buscou
o legislador com a edição da norma processual penal. Ex. art. 5º,§2º, do CPP.
(CHEFE DE POLÍCIA – SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA)

INTEGRAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL:

Integrar significa tornar inteiro, complementar. Este dispositivo é de grande


importância na lei processual penal, pois existem lacunas na lei que influem
diretamente na aplicação desta.
Nos casos em que não houver lei para julgar, o Juiz poderá se valer de alguns
instrumentos, tais como a aplicação de analogia, dos costumes e dos princípios gerais
Direito Processual Penal

do direito.

Analogia
Ao se deparar com um caso que não possui previsão legal, o juiz atuará de forma a
adaptar uma norma já existente, referente a um caso semelhante, à nova realidade
que surge, sem esperar que haja a necessidade de se esperar uma nova
regulamentação para o fato. SÓ É PERMITIDA A FAVOR DO RÉU (IN BONAM
PARTEM), PORQUE INEXISTE LEI.

*APLICAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

Você também pode gostar