O documento discute os conceitos e métodos de interpretação da lei penal. Apresenta as formas de interpretação quanto ao sujeito, modo e resultados, incluindo interpretação autêntica, doutrinária, jurisprudencial, gramatica, teleológica e outras. Também aborda a interpretação conforme a Constituição e os usos da interpretação extensiva e analógica na lei penal.
O documento discute os conceitos e métodos de interpretação da lei penal. Apresenta as formas de interpretação quanto ao sujeito, modo e resultados, incluindo interpretação autêntica, doutrinária, jurisprudencial, gramatica, teleológica e outras. Também aborda a interpretação conforme a Constituição e os usos da interpretação extensiva e analógica na lei penal.
O documento discute os conceitos e métodos de interpretação da lei penal. Apresenta as formas de interpretação quanto ao sujeito, modo e resultados, incluindo interpretação autêntica, doutrinária, jurisprudencial, gramatica, teleológica e outras. Também aborda a interpretação conforme a Constituição e os usos da interpretação extensiva e analógica na lei penal.
Introdução • Interpretar => buscar o preciso significado de um texto, palavra ou expressão, com o intuito de estabelecer o alcance da lei (possibilita sua correta aplicação). • Transparência => mesmo as leis mais claras precisam ser interpretadas. • O ato de interpretar é realizado por um sujeito, o qual emprega um modo para chegar a um resultado. Introdução • Formas de interpretação: a) Quanto ao sujeito (origem), a interpretação pode ser dividida em autêntica (legislativa), doutrinária (científica) e jurisprudencial. ➢ Autêntica: fornecida pela própria lei. A interpretação autêntica vincula os demais intérpretes. Exemplo: artigo 327 do CP (conceito de funcionário público). Introdução • A interpretação autêntica é subdividida em: ❖ Contextual: editada conjuntamente com a norma penal que conceitua. ❖ Posterior: lei distinta e posterior conceitua o objeto da interpretação. ➢Doutrinária (communis opinio doctorum): interpretação feita pelos estudiosos, pelos jurisconsultos. Não vincula os demais intérpretes. Introdução • Exposição de Motivos (auxilia a interpretação das normas contidas no CP): trata-se de interpretação doutrinária (elaborada pelos estudiosos que participaram da confecção do CP). ➢ Jurisprudencial (judiciária ou judicial): significado dado às leis pelos tribunais, quando exigida a análise do caso concreto. Hoje, a interpretação judicial pode adquirir caráter vinculante, uma vez que o STF pode editar “súmulas vinculantes” (EC 45/2004 – artigo 103-A da CF). Introdução b) Quanto ao modo: ➢ Gramatical (filológica ou literal): interpretação baseada no sentido literal das palavras (etimologia). ➢ Teleológica: busca a vontade ou intenção (finalidade) objetivada na lei (volunta legis). ➢ Histórica: busca a origem da lei (fundamentos da sua criação). Introdução ➢ Sistemática (sistêmica): busca interpretar a lei em conjunto com as demais leis e com os princípios gerais que integram o mesmo sistema (coerência da interpretação observando “o todo”). ➢ Progressiva (evolutiva): busca do significado legal de acordo com o progresso da ciência. ➢ Lógica: baseada na razão (métodos dedutivos, indutivos, utilização da dialética) para buscar o sentido da lei. Introdução c) Quanto aos resultados: ➢ Declarativa (declaratória): a letra da lei corresponde exatamente ao que o legislador quis dizer (não acresce e nem diminui o significado). ➢ Restritiva: reduz o alcance das palavras da lei para adequar à vontade do texto. ➢ Extensiva: amplia o alcance das palavras da lei para adequar à vontade do texto. Introdução • Interpretação sui generis: ➢ Exofórica: o significado da norma interpretada não está no ordenamento normativo. Exemplo: artigo 20 do CP (o significado da palavra “tipo” é extraído da doutrina). ➢ Endofórica: o texto normativo interpretado obtém o sentido a partir de outros textos do ordenamento jurídico (ainda que fora da mesma lei). Introdução • Interpretação conforme a Constituição: extremamente relevante no contexto de um Estado Democrático de Direito. A Constituição informa e conforma as normas hierarquicamente inferiores (confronto entre a norma legal e a Constituição para aferir a validade daquela – perspectiva garantista). Funciona como um filtro, ao qual resistem apenas os dispositivos que coadunam com os direitos e garantias esculpidos na Constituição. Introdução • Interpretação objetiva (volunta legis) e subjetiva (volunta legislatoris). Classificação ultrapassada, não mais utilizada pela doutrina. Interpretação Extensiva • O alcance da norma pode ser ampliado, ainda que em desfavor do réu? • Divergência doutrinária. REsp 476.315 do STJ – estreita legalidade. Zaffaroni e Pierangeli – limite semântico. A questão do uso de arma de brinquedo e o crime de roubo majorado pelo emprego de arma. Interpretação Analógica • Interpretação Analógica (intra legem): baseada no princípio da legalidade, a lei detalha todas as situações que deseja regular e, posteriormente, permite que aquilo que seja semelhante para ser abrangido pelo dispositivo. Exemplo: artigo 121, § 2º, III, do CP. Utilização de fórmula casuística (genérica) utilizada pelo legislador. Analogia: Interpretação da Lei Penal • Forma de autointegração do sistema, consistente na aplicação de uma lei a um caso semelhante não previsto em lei. • O uso da analogia, em regra, é vedado no Direito Penal, mas a doutrina é uníssona ao permitir sua utilização, desde que observados dois requisitos: certeza de que a aplicação será favorável ao réu e existência de efetiva lacuna a ser preenchida. • Analogia in bonam partem e analogia in malam partem.