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 A nossa interpretação muitas vezes é influenciada pelo contexto

- Para o Direito, ter muitas interpretações é um problema, uma vez que gera
insegurança jurídica

- O objetivo da hermenêutica é eliminar as divergências na interpretação

- Intérprete = aquele que fica entre as partes

- Fazer o “meio de campo” entre a lei e os destinatários

Interpretação Jurídica

“A interpretação do direito é a operação intelectiva por meio da qual a partir da


linguagem vertida em disposições (enunciados), com força normativa, o operador do
direto chega a determinado e específico conteúdo”

 “O legislador deseja fixar preceito para o futuro” e para isso, ele se vale de
experiências passadas

Constituição aberta

 Sociedade plural e Constituição eclética.


- A nossa constituição é eclética, ou seja, procura conciliar diversas ideologias no
mesmo texto.

 As normas como “janelas abertas para o futuro”

Interpretação Jurídica
 A linguagem não é um bom veículo para transportar o pensamento (o Direito
vele-se da linguagem humana, diferente da matemática, por exemplo)
- O bom de se utilizar da linguagem humana é que aumenta o alcance.

 Termos jurídicos indeterminados (ex: “interesse público”, “justa indenização”)

 Em concreto não há regra clara, há norma que parece ser clara. Como não
há regra clara, a interpretação é imprescindível.

“O que é dito” x “o que é comunicado”

 Indexicais
São expressões de não possuem um sentido claro, a interpretação varia de acordo
com o contexto

 Quantificadores
São expressões linguísticas que modificam uma referência em termos quantitativos

Imprecisões da linguagem

 Ambiguidade
Palavra com mais de um significado
Ex: manga, sanção

 Vagueza (ou vaguidade)


Imprecisão está relacionada ao alcance do significado
Zonas de certeza positiva, zonas de certeza negativa e zonas de incerteza
Ex: notável saber jurídico; amigo íntimo

Interpretação jurídica
 Inexistência da valência falso ou verdadeiro e mutação da própria
interpretação.

Nem sempre a interpretação se dá da forma que o legislador esperava

 O aspecto onomasiológico da palavra: uso corrente para a designação


Interpretada pelo senso comum

 Aspecto semasiológico da palavra: significação normativa


Interpretada pelo senso normativo

MÉTODOS CLÁSSICOS DE INTERPRETAÇÃO JURÍDICA

 Interpretação gramatical ou literal


 Interpretação histórica
 Interpretação racional ou lógica
 Interpretação sistemática
 Interpretação teleológica

Nenhum método deve ser considerado absoluto

1. Gramatical ou literal:

- O texto como ponto de partida (os significados que a palavra tem). Vale
destacar que o texto não é o ponto de chegada.
- Necessidade da leitura: em regra é utilizada a linguagem escrita.
- O intérprete deve buscar precisar a significação dos vocábulos.
- É uma interpretação “baseada nos dicionários”.

2. Histórica:

- É aquela que indaga as condições de meio e o momento de elaboração do


enunciado normativo
Ex: imunidade tributária do livro eletrônico; inviolabilidade de correspondência e e-
mails.

3. Racional ou lógica:

- O resultado da interpretação não nos pode conduzir a resultados absurdos.

4. Sistemática:

- O enunciado deve ser situado dentro do “sistema jurídico”, ou seja, a parte


deve ser vista dentro do todo

5. Teleológica

- Procura revelar o fim da norma, o valor ou bem jurídico visado pelo


ordenamento com a edição de dado enunciado normativo
Ex: “é proibida a entrada de animais domésticos no prédio”
(interpretação extensiva e restritiva)

PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

 requer um maior cuidado pois a interpretação da constituição é a


interpretação de todo o ordenamento jurídico

- Princípio da Supremacia da Constituição: a superioridade jurídica da


Constituição sobre as demais normas.

- Controle de constitucionalidade (judicial review), feito pelo poder judiciário,


para que não existam leis que vão contra a constituição, sendo necessário
fazer alguns ajustes na interpretação da lei ou remove-la do ordenamento
jurídico.
- Devemos interpretar as leis e atos normativos de acordo com a constituição.
Em alguns casos, devemos interpretar a Constituição de acordo com as leis
(leis essas que estão de acordo com a Constituição) Ex: consumidor, a lei
explica o que é o “consumidor” presente no texto constitucional.

UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO

- Tem como suporte a interpretação sistemática


- A Constituição deve ser interpretada de forma una, sem que ocorra
contradição entre suas normas.
- Inexistência de hierarquia entre normas constitucionais
- Não há inconstitucionalidade de normas originárias (existem exceções, como
pena de morte em caso de guerra, que vai contra o direito à vida, mas não a
viola por justamente ser uma exceção).

SIMETRIA CONSTITUCIONAL

- Tratamento idêntico entre os entes da federação o caso não haja norma


específica sobre a matéria
- Contraponto: autonomia dos entes da Federação
CNJ sobre o horário de funcionamento de atendimento ao público das 9 às 18, mas
cada um decide o horário de acordo com suas limitações (12 às 18)
Princípio da moralidade, impessoalidade e isonomia

PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE

devemos presumir que as leis são constitucionais


- Presunção juris tantum ou relativa (cabe prova em contrário, ou seja, você
pode provar que a lei é inconstitucional entrando com um processo)

- Antes da manifestação do Poder Judiciário - órgão competente


- D

FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO


- Até o séc. XX a Constituição era despida de força jurídica. Hoje ela deve ser
vista como uma norma e tem que ser cumprida

MÁXIMA EFETIVIDADE

- Interpretação efetiva
- A uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que mais lhe dê
eficácia
Reduzir o máximo dos riscos por exemplo, em relação ao meio de trabalho seguro
(art. 7º, XXII, CF)

CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO

- Deve-se buscar a conformação das diversas normas que se extraem do texto


constitucional que estejam em confrontação, de forma que se evite a
necessidade de exclusão (sacrifício) total de uma ou algumas delas
- Ponderação de bens no caso concreto (técnica da ponderação)

INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO

- Uma lei ou ato normativo não deve ser declarada inconstitucional quando
seja possível.

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

- A aplicabilidade está relacionada à eficácia jurídica

Ex:
Art. 7°, XVIII, CF ---> 120 dias (não são 4 meses, não se converte data)
XIX, ---> ?

A norma de licença maternidade já é aplicada de imediato, já a de paternidade precisa de


uma lei que irá determinar.
 A classificação mais aceita e utilizada (existem também outras classificações)
Dividido em três:

 Normas de eficácia plena: (autoexecutável) (aplica-se por si só) (para os casos que
fogem da regra geral iremos usar a legislação, e isso não a faz a norma deixar de ser
plena)
- Art. 7°, XVIII, CF (licença maternidade)

 Normas de eficácia contida: (autoexecutável, mas restringível) (a própria


constituição autoriza o legislador a restringi-la)
- Art. 5°, XIII, CF (a lei 8.906/1994 determina requisitos para poder ser advogado)
- Art. 5°, LVIII, CF

 Normas de eficácia limitada: (não é autoexecutável) (não se executam por si só e


precisam que uma lei venha e complemente o que a constituição não determinou)
- Art. 7°, XIX, CF (licença paternidade)
- Art. 7°, XI, CF

o Subdivisão de normas de eficácia limitada:


- Normas obrigatórias: o legislador tem a obrigação de complementar (Art. 7°, XIX, CF;
Art. 7°, XI, CF)
Mandado de junção* serve para viabilizar o direito que está sendo perdido por conta da
ausência de uma norma regulamentadora
- Normas facultativas: é facultativo. O legislador pode criar ou não, por exemplo, a
justiça militar estadual art. 125, § 3°, CF (justiça militar estadual)

EVOLUÇÃO DO ESTADO E DA DEMOCRACIA

 Pré-história
Ausência de registros (escrita)
 Antiguidade
Grécia antiga – polis (cidade-Estado grega); politeia (embrião da Constituição, não
assegurava direitos fundamentais)
Direitos políticos não universais
 Medievo
Dispersão da autoridade entre inúmeros centros de poder
“Magna Charta” - primeira declaração de direitos
 Modernidade
Absolutismo – baseado no teocentrismo
Ausência de direitos fundamentais
“O estado sou eu” – Luís XIV
“O rei nunca erra”
 Contemporaneidade
Marco é a revolução francesa (é uma revolução burguesa, os direitos a partir daí
foram pensados pelos burgueses)
Influência iluminista / razão / antropocentrismo
Início do constitucionalismo
Constituição americana é a primeira: Organiza o estado e assegura os direitos
fundamentais
- Estado Liberal
Revolução francesa
Direitos fundamentais de 1º geração: direitos individuais (vida, liberdade, direitos
oponíveis em relação ao Estado), direitos políticos (participação nas decisões do
Estado – voto, se candidatar, fiscalizar, liberdade de reunião / protesto)
Os direitos fundamentais de primeira dimensão são os ligados ao valor liberdade, são os direitos civis
e políticos. São direitos individuais com caráter negativo por exigirem diretamente uma abstenção do
Estado, seu principal destinatário.

Caso Agnès Blanco (1873) (responsabilidade do Estado) (primeira vez que o estado
foi responsabilizado judicialmente, condenação à uma indenização de reparo civil)
Propriedade é sagrada, intocável.

- Estado Social
Estado do Bem-Estar Social
Se preocupa com o bem-estar da pessoa
As primeiras que vão falar disso são as constituições do México de 1917 e a alemã de 1919
(Wiemar)

Direitos fundamentais da 2º geração/dimensão:


Direitos sociais lato sensu (direitos sociais stricto sensu, direitos econômicos e direitos
culturais) (direitos prestacionais)
Educação pública, saúde pública, lazer, cultura
Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda dimensão são os direitos sociais, econômicos e
culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado.

Esses direitos demandam um Aumento do tamanho do Estado. Na medida em que exigimos


mais do Estado, ele precisa aumentar de tamanho. Quanto mais direitos as pessoas tem,
mais custos o Estado tem.

A crise do Estado Social - “o estado social como vítima do seu próprio sucesso”
O Estado prefere reduzir de tamanho por conta dos custos de expandir os direitos

- Estado Democrático de Direito (Estado Neoliberal)


Direitos fundamentais de 3º geração / dimensão:
Direitos da coletividade

 Direitos difusos: tem como titularidade pessoas indeterminadas (direito ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado por exemplo)
 Direitos coletivos: direitos de uma categoria, classe ou grupos de pessoas (assentos
pra idoso) (greve)
 Direitos individuais homogêneos: precisamos de uma proteção que seja coletiva,
para o direito ser individual
Os direitos fundamentais de terceira geração, ligados ao valor fraternidade ou solidariedade, são os relacionados ao
desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como ao direito de
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação. São direitos transindividuais,
em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero humano.

Ação popular, ação civil pública e TAC


Direitos fundamentais de 4º, 5º, ..., nº geração / dimensão (novos direitos) (direito à
proteção de dados, direito espacial, direitos do embrião

Por fim, introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, os direitos de quarta geração compreendem os
direitos à democracia, informação e pluralismo.

 Jean-Jacques Rousseau
Vontade geral

 Montesquieu
Limitação do poder

Vontade da maioria com limitação de poder

DIREITOS FUNDAMENTAIS
Fundamentalidade e Restrições

 Relatividade dos direitos fundamentais


 Não são absolutos

Conceitos:
 Prof. Antonio Enrique (definição material)
É um conjunto de direitos que, em cada momento histórico, concretizam as
exigências da dignidade, da liberdade e da igualdade humana, as quais devem ser
reconhecidas positivamente pelo ordenamento jurídico e devem gozar de uma tutela
reforçada.
- Está preocupado com a historicidade, é marcada por um determinado
momento histórico.
- Os direitos fundamentais devem estar previstos em algum documento
(constituição) (Reconhecido positivamente pelo ordenamento)
 Prof. Joaquim Salgado (preocupado com a dimensão mais formal, esses
direitos servem de fundamento para os demais direitos)
Matrizes de todos os demais direitos, dando–lhes fundamento, e sem eles não
podemos exercer muitos outros.

Características:
 Necessidade de seu respeito (eles são direitos, e não favores que alguém ou
que o Estado nos faz)
 Justiciabilidade (capacidade de podermos recorrer ao judiciário em caso de
descumprimento desses direitos)
 Indivisibilidade (são indivisíveis, ou seja, não posso por exemplo, fornecer um
direito fundamental a uma pessoa e não fornecer a outras (subjetiva). Se eu
nego 1 direito fundamental, acarreta na negativa de demais direitos
fundamentais (objetiva). (intersubjetiva) se tem um grupo de pessoas
famintas eu não tenho garantia de que eu também vou ter comida, por
exemplo, ou seja, quando não assegura os direitos para um grupo, não está
se assegurando a ninguém).
Não dá para se assegurar um direito parcialmente
 Universalidade (falar em direitos no mundo todo não faz sentido porque não
temos uma constituição planetária. Então falamos de Direitos humanos
(direitos fundamentais plasmados na Constituição), que devem ser
universais. Nem tudo que é considerado fundamental em um país vai ser
considerado fundamental para outros.
O que existe é um consenso de universalidade relativa. Devemos proteger a saúde,
mas não significa que em todos os países o acesso a saúde vai ser o mesmo, mas
deve ser protegido.

 (Im)possibiidade de direitos fundamentais / humanos universais


 L

Titularidade
 Direitos individuais
 Direitos políticos
Alistamento eleitoral, título de eleitor, maior de 16 anos, não pode ser estrangeiro.
Condenados também não podem
 Direitos sociais
Direitos de todos, qualquer pessoa (o direito à saúde no Brasil vale para qualquer
pessoa, mesmo estrangeiros)
 Direitos metaindividuais
Direitos da coletividade (direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado)
 Novos direitos

Restrições
 Limites internos ao próprio direito
 Restrições legislativas (normas constitucionais de eficácia contida, a norma
que traz o direito fundamental permite que a lei a restrinja)
 Colisão (completar com o slide)

o fronteiras definidas pela própria Constituição (restrição)

Ex.
Art. 5º, XVI, CRFB
Art. 41.1 CRP

Art. 17, CRFB

o Normas constitucionais de eficácia contida (ou restringível)


Ex: liberdade de trabalho, atendidas as características estabelecidas por lei
(restrições para atuar como advogado)

o Limites para o legislador


- Conteúdo essencial
- Proporcionalidade (respeitar adequação, necessidade e proporcionalidade)

o Colisão de direitos fundamentais

(ex. Direito a vida x liberdade religiosa) (vida privada x direito a informação)


(In)existência de hierarquia de direitos fundamentais
- Hierarquia axiológica (vai depender do caso concreto, pode-se ter, no caso
concreto, algo mais valoroso que outro)
- Hierarquia normativa (não há uma hierarquia normativa)

JUSTIÇA CONSTITUCIONAL

Uma das características dos direitos fundamentais é a justiciabilidade.

Precisamos de um sistema de fiscalização e de guarda da constituição. Esse


sistema é a justiça constitucional. Esse controle de constitucionalidade pode ser
exigido por outros orgãos sem ser pelo judiciário
Esse controle de constitucionalidade é feito principalmente pelo STF, por outros
juízes, e feitos por órgãos políticos

 Controle de Constitucionalidade

- Vimos que A constituição é suprema (supremacia da constituição).


A decisão do supremo é importante porque nenhum juiz pode decidir diferente do
que foi estabelecido pelo STF. É uma decisão que se dá a partir da constituição e
irradia para as demais leis

- Rigidez constitucional
Significa que é difícil de alterar. Precisamos de um procedimento diferenciado, a
emenda (fala de coisas diferentes do que a constituição fala)

- Fundamento de validade de normas jurídicas


Dá um fundamento material (se a CF fala que devemos proteger a vida, não pode
ter uma lei que fale o contrário) (o conteúdo da lei não pode violar o que está
estabelecido na Constituição)
Fundamento formal (forma da lei, como a lei é feita) (esse procedimento está na
constituição, ela fala do procedimento para aprovar a lei)
Então se eu fizer uma lei, falando que se uma pessoa faltar a aula ela vai sofrer
pena de morte, essa lei é inconstitucional, porque fere a matéria, fere em seu
conteúdo a constituição, é um erro, um vício material.
Se juntarmos a sala e juntos estabelecermos uma lei falando que realizar maus
tratos a animais é crime e for para a câmara, o conteúdo não fere a constituição,
mas o procedimento observado não está de acordo, temos um vício de
constitucionalidade formal. O conteúdo da lei está de acordo com a constituição,
mas o procedimento não está de acordo, a formalidade exigida pela CF não foi
cumprida.

OBS: Projeto de lei que acarrete um aumento de despesa não pode ser
apresentada por deputados, pode ser proposta apenas pelo chefe do executivo
(vício formal)

 Espécies de controle
Sistemas de controle (classificação quanto à natureza do órgão controlador)

- Controle político
Realizado por um órgão político, como o parlamento.

- Controle judicial (judicial review)


Em outros lugares do mundo ele é realizado pelo judiciário. No brasil o controle é
classificado como judicial, apesar de per uma pequena parcela de controle político

- Controle misto
Realizado por um controle judiciário e político

 Formas de controle:
- Se o controle é feito antes da lei entrar em vigor, ele é preventivo. (controle
preventivo)
Comissão pode falar que o projeto de lei é inconstitucional. Controle feita na
comissão de controle e justiça
Controle feito pelo chefe do executivo, pode sancionar ou vetar um projeto de lei.
Ele pode fazer isso quando entende que o projeto de lei é contrário ao interesse
público, ou quando entende que o projeto de lei é inconstitucional.

- Se o controle é feito após a lei entrar em vigor, o controle é repressivo.


(controle repressivo)
Pode ser feito por um órgão político (após a lei entrar em vigor). Ex. Medida
provisória, que só sabemos dela após entrar em vigor. O Congresso pode ver
derrubar quando a medida provisória não tem urgência (apresenta um vício formal)

Matrizes formadoras:
O nosso modelo de constitucionalidade é inspirado no modelo norte-americano e no
austríaco.

 Modelo norte-americano
Qualquer juiz pode interpretar a constituição e aplica-la

 Modelo austríaco (ou europeu continental)


É atribuído à Hans Kelsen
Um único tribunal que vai fazer o controle da constitucionalidade. Os outros juízes
apenas aplicam o que é interpretado pelo tribunal

No Brasil (modelo híbrido):Enquanto o tribunal supremo não se pronuncia, qualquer


juiz pode interpretar da forma eu quiser, e após o supremo se pronunciar, os juízes
tem que aplicar o que é interpretado pelo supremo.
Adotamos um modelo difuso e concentrado, por isso falamos que é híbrido

- Controle difuso:
Controle realizado por qualquer juiz competente; pedido incidental; situação
concreta; legitimidade (pessoa com direito lesado); eficácia apenas entre as partes
do processo; não há efeito vinculante.
Ex: Detran cobra uma pessoa a pagar 50% de ipva. Pagar um ipva de 50% todo ano
é inconstitucional, pois fere o direito à propriedade. Então precisamos recorrer ao
judiciário. A ação não é para que declare a lei inconstitucional, é apenas para
resolver a sua situação (declarar que o pagamento é inconstitucional e que que a
dívida seja igual à do ano passado, de 2%. O Objetivo vai ser pagar um tributo justo.
O juiz competente vai analisar o processo tributário. O juiz fundamenta a decisão
falando da inconstitucionalidade da lei tributária e aplica a lei antiga (no caso a de
2%), ele reconhece que a lei é inconstitucional e só vai valer a inconstitucionalidade
para aquele processo em específico, a decisão só vai valer para aquelas partes em
específico e naquele caso.
O controle difuso é só para o caso específico para aquela ação proposta, para as
partes do processo.
Quem pode propor é quem teve o direito lesado

O controle difuso pode gerar uma perca na segurança jurídica, pois cada juiz pode
decidir de uma forma diferente.

- Controle concentrado
É realizado pelo STF; pedido principal; situação abstrata; legitimidade (artigo 103);
eficácia “erga omnes”; efeito vinculante; modulação dos efeitos da decisão (ex-tunc,
ex-tunc, pro fututo)
É abstrato (não estamos preocupados se apenas uma pessoa está sendo
prejudicada). A lei por si só, se violar a constituição já é realizada o controle sobre
ela, não é preciso ter casos concretos para análise.
O pedido principal é que a lei seja declarada incompetente pelo STF.
Quem pode entrar com a ação é são os que estão no artigo 103.
Quando ela chega ao supremo e o supremo julga, a decisão vale para todos nós
(eficácia erga-omnes)
A decisão vincula todo o poder judiciário. O juiz não pode decidir diferente da forma
como que supremo decidiu.
O supremo, ao declarar que uma lei é inconstitucional, imaginamos que a lei não
pode ser mais aplicada. Os efeitos da decisão podem retroagir desde que a lei
entrou em vigor, os efeitos falamos que são “ex-tunc”, e se a decisão vale para
daquele momento em diante, os efeitos são “ex-nunc”. A decisão pode ser para o
futuro (ela é declarada inconstitucional, mas deixa de valer daqui a dois anos, por
exemplo).

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