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HERMENÊUTICA

INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO: decifrar o verdadeiro alcance das


normas constitucionais para saber também a abrangência das normas
infraconstitucionais.

INTÉRPRETE (HERMENEUTA): sempre que houver dúvida sobre o sentido da


norma constitucional ou diante de antinomia (aparente conflito de normas), há a
necessidade de interpretar, levando em consideração a história, as ideologias,
as realidades sociais, econômicas e políticas do Estado. A INTERPRETAÇÃO
DEVE SER SISTEMÁTICA, ORIENTADA POR PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS.

OBS: quando a norma constitucional é objetiva, EX: ART. 18§1º, não há espaço
para um trabalho hermenêutico.
Quando o SENTIDO da norma constitucional interpretada se mostrar
inadequado, pode-se ALTERAR a Constituição, por meio de REFORMA
CONSTITUCIONAL (PODER CONSTITUINTE DERIVADO – no
aspecto formal) ou por MUTAÇÕES CONSTITUICIONAIS (informal)

HIATO CONSTITUCIONAL = choque entre o conteúdo da


Constituição Política, jurídica e a realidade social.

O que pode acontecer:


#Convocação da Assembleia Nacional Constituinte – nova Constituição
#Mutação Constitucional – interpretação dá um novo sentido às
normas constitucionais, para adequá-las à sociedade
#Reforma – emendas constitucionais
#Hiato Autoritário – outorga de uma nova Constituição, edição de
atos institucionais autoritários
Mutação Constitucional – não é uma mudança formal, física
na Constituição, mas uma interpretação que dá um novo
sentido às normas constitucionais, para adequá-las à
sociedade.
Luís Roberto Barroso: “Para que seja legítima, a mutação
precisa ter lastro democrático, isto é, deve corresponder a
uma demanda social efetiva por parte da coletividade,
estando respaldada, portanto, pela soberania popular”

Ex: anencefalia, união homoafetiva, não cabimento de


prisão civil do depositário infiel, imunidades parlamentares
MECANISMOS DE MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

1- INTERPRETAÇÃO JUDICIAL
2- INTERPRETAÇÃO ADMINISTRATIVA
3- POR VIA DE COSTUMES CONSTITUCIONAIS
4- ATUAÇÃO DO LEGISLADOR
1- INTERPRETAÇÃO JUDICIAL: evolução da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

2- INTERPRETAÇÃO ADMINISTRATIVA:
evolução interpretativa no âmbito da
administração pública – Ex: nepotismo (Res.
7/CNJ)
3- POR VIA DE COSTUMES CONSTITUCIONAIS:
apesar de não ser pacífica a existência de costumes em
países de Constituição escrita e rígida, podemos citar
como exemplo a POSSIBILIDADE DE O CHEFE DO
EXECUTIVO NEGAR APLICAÇÃO DE LEI
MANIFESTAMENTE INCONSTITUCIONAL;
AMPLIAÇÃO DE PODERES DA CPI, AUTORIZANDO
QUEBRA DE SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL.

4- ATUAÇÃO DO LEGISLADOR: por meio de lei ou de


emenda constitucional, procura-se alterar o sentido da
NA MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL OU NA NOVA INTERPRETAÇÃO, NÃO SE PODE ALTERAR
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA CONSTITUIÇÃO

PRINCÍPIOS E REGRAS
NORMAS: são gêneros dos quais os princípios e
a regras são espécies.
Não há hierarquia entre princípios e regras
constitucionais, levando em conta a UNIDADE
da Constituição.
O ordenamento jurídico é “um sistema normativo
aberto de regras e princípios” – Canotilho.
DIFERENÇA ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS –

CRITÉRIOS - CANOTILHO

1- GRAU DE ABSTRAÇÃO: princípios possuem grau de abstração elevado; regras possuem grau de
abstração reduzido.

2- GRAU DE DETERMINABILIDADE NA APLICAÇÃO DO CASO CONCRETO: por serem vagos,


indeterminados, os princípios necessitam da autuação do legislador, do juiz para serem aplicados ao caso
concreto; regras possuem aplicação direta.

3- CARÁTER DE FUNDAMENTALIDADE NO SISTEMA DAS FONTES DE DIREITO: princípios são


normas de caráter fundamental e estrutural do Estado.

4- PROXIMIDADE DA IDEIA DE DIREITO: princípios são “standards” vinculados às exigências de


justiça (DWORKIN) ou na “ideia de direito” (LARENZ); regras são normas vinculativas com um conteúdo
meramente funcional.

5- NATUREZA NORMOGENÉTICA: princípios são fundamentos de regras, ou seja, estão na base,


desempenhando uma função normogenética fundamentante.
DIFERENÇA ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS –

LUÍS ROBERTO BARROSO

1- REGRAS: relatos descritivos de condutas a partir dos quais,


mediante subsunção, havendo enquadramento do fato à previsão
abstrata, chega-se à conclusão. Se houver conflito entre regras,
apenas uma prevalece (tudo ou nada).

2- PRINCÍPIOS: relatos mais abstratos, sem determinar a conduta


correta. Cada caso concreto deve ser analisado pelo intérprete, que
dará mais peso a um princípio, no caso de colisão (choque) entre dois
ou mais princípios. Técnica da PONDERAÇÃO e do
BALANCEAMENTO dos princípios envolvidos. PRINCÍPIOS SÃO
VALORATIVOS ou FINALÍSTICOS
ROBERT ALEXY – afasta da teoria de Dworkin e caracteriza
princípios como MANDAMENTOS ou MANDADOS DE
OTIMIZAÇÃO

1- REGRAS: são normas satisfeitas ou não satisfeitas. Contêm


determinações daquilo que é possível fática ou juridicamente. Há
uma DISTINÇÃO QUALITATIVA e não uma distinção de grau.

2- PRINCÍPIOS: são normas que ordenam que algo seja realizado


na maior medida possível dentro das possibilidades fáticas e
jurídicas. São MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO,
caracterizados por poderem ser satisfeitos em graus variados.

“PRINCÍPIOS se aplicam por PONDERAÇÃO; REGRAS por


SUBSUNÇÃO”
No MÉTODO JURÍDICO ou
HERMENÊUTICO CLÁSSICO
GOVERNO, é dada grande
importância ao texto da norma
porque o intérprete busca
descobrir o verdadeiro significado
da norma, o seu sentido.
MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO:
parte do caso concreto para a norma.

MÉTODO HERMENÊUTICO-
CONCRETIZADOR: parte da
Constituição para o problema.
PRESSUPOSTOS INTERPRETATIVOS DO MÉTODO
HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR:
a) subjetivos: intérprete vale-se de suas pré-
compreensões sobre o tema para obter o sentido
da norma;
b) objetivos: intérprete atua como mediador entre a
norma e a situação concreta, tendo como pano de
fundo a realidade social;
c) círculo hermenêutico: é o “movimento de ir e vir”
do subjetivo para o objetivo até chegar à
compreensão da norma.
EXERCÍCIO DE
FIXAÇÃO
Partidos acionam STF contra a Lei de Segurança Nacional
O PTB e o PSB argumentam que dispositivos da norma não foram recepcionados pela Constituição de 1988 e atentam
contra a liberdade de expressão.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para
questionar a constitucionalidade de dispositivos da Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983). Na arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 797, distribuída ao ministro Gilmar Mendes, o PTB sustenta a
incompatibilidade da norma com o Estado Democrático de Direito. Na ADPF 799, o PSB adota o mesmo argumento, mas afirma
que há dispositivos compatíveis com a Constituição que devem ser mantidos, para não prejudicar a defesa da ordem
democrática pelo Poder Judiciário, especialmente no momento em que sofre “graves ataques”.
Prisões arbitrárias
Segundo o PTB, a lei é incompatível com a nova ordem constitucional instaurada a partir de 1988, pois o texto constitucional
sequer menciona a existência de crime contra a segurança nacional, limitando-se a penalizar ações de grupos armados contra a
ordem constitucional e que tenham como objetivo alterar à força a atual configuração do Estado. Para o partido, não se pode
confundir essa situação com atuações individuais, que têm como único instrumento a palavra. Para o partido, a lei tem vocação
autoritária, incompatível com o regime democrático, e tem sido invocada e aplicada em diversas ocasiões que, a seu ver,
resultam na violação da liberdade de expressão, de manifestação e de imprensa e em prisões arbitrárias.
Tabu
Para o PSB, alguns dispositivos da lei ameaçam a liberdade de expressão, na medida em que podem permitir a perseguição de
opositores e críticos do governo. O partido afirma que, até pouco tempo, a LSN não era muito utilizada porque, após a
redemocratização, havia “um certo tabu na invocação da norma, tamanha a sua associação ao regime de exceção, que a
sociedade justamente repudiava”. A legenda argumenta que é importante preservar a vigência e a eficácia de normas que
criminalizem graves comportamentos que ameacem a democracia, especialmente no atual contexto que o país atravessa.Por
essa razão, não impugnou todos os dispositivos da LSN, abstendo-se de atacar normas penais que, a seu ver, protegem o regime
democrático.

http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=461753&ori=1
PEC EMERGENCIAL

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2272137

STF: Moraes vota a favor de congelamento de salários de servidores


Plenário virtual decide se lei aprovada em 2020, que impediu aumento de remunerações do funcionalismo até o
final de 2021, deve ser mantida
Thayná Schuquel
05/03/2021 18:34,atualizado 05/03/2021 18:36

https://www.metropoles.com/brasil/justica/stf-moraes-vota-a-favor-de-congelamento-de-salarios-de-
servidores

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