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DISCIPLINA: Direito Constitucional

PROFESSOR: Bernardo Fernandes


MATÉRIA: Poder Constitucional

Indicações bibliográficas:

Leis e artigos importantes:


• Art.1º da CRFB/88
• Art. 5º inc. VIII e inc. XIII da CRFB/88
• Art. 37 inc. I da CRFB/88
• Art. 44 da CRFB/88
• Art. 46 da CRFB/88

Palavras-chave:
• Constituição
• Aplicabilidade

TEMA: Poder Constitucional

PROFESSOR: Bernardo Fernandes

Classificações das Constituições (continuação)

11) Classificação Ontológica das Constituições ou Ontológica das Constituições:


Essa classificação é derivada do autor Karl Löewenstein. A classificação ontológica é uma
análise pela essência das constituições, ou seja, onde se possa diferenciar o objeto de tudo
quanto mais na natureza.
Conceito: é a técnica de classificação que visa analisar a relação do texto da constituição
com a realidade social vivenciada pelo texto.
Pela classificação ontológica existem três tipos de constituição:
1. Constituição Normativa: é aquela em que existe uma adequação entre o texto
constitucional e a realidade social. Ex. Constituição Norte-Americana 1787 e a
Constituição Francesa de 1958.
2. Constituição Nominal: é aquela em que não há uma adequação do texto com a
realidade social.
3. Constituição Semântica: é aquela que trai o significado da palavra constituição, pois,
ao invés de limitar o poder ela legitima o poder autoritário. Ex.: a Constituição
Brasileira de 1937 e a de 1967.

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12) Heteroconstituição: é a constituição que é elaborada e decretada fora do Estado em
que ela vai reger. Ex. a Constituição da Albânia no começo do séc. XX.
Autoconstituição/ Homoconstituição: são aquelas constituições elaboradas e decretadas
dentro do Estado que elas irão reger.

13) Constituição Ductil: essa classificação vem de: Gustavo Zagrebezsky. Essa
constituição ao invés de pré determinar uma forma ou concepção de vida ela cria condições para
que nós possamos exercer os mais variados projetos e concepções de vida digna.
É uma constituição aberta, plural, típica daquilo que Haberman chamaria de Estado
Democrático de Direito.

Observação:
Quanto ao conteúdo: formal
Quanto ao processo de reforma: rígida
Quanto à forma: escrita
Quanto ao modelo de elaboração: dogmática
Quanto a origem: promulgada
Quanto a extensão: analítica
Quanto a ideologia/dogmática: eclética
Quanto a unidade documental: orgânica
Quanto ao sistema: principiológica
Quanto a finalidade: dirigente
Quanto a ontologia: nominal
Autoconstituição
Constituição dotada de ductibilidade

14) Constituição Simbólica:


Simbólico é o tipo de fenômeno em que o sentido conotativo é mais forte do que o sentido
denotativo, ou seja, é aquele fenômeno em que o sentido expresso é mais fraco que o latente.

Observação: Toda legislação é dotada de uma forma política simbólica. O problema vai ocorrer
quando há uma hipertrofia da força política simbólica sobre a força normativa jurídica. A hipertrofia
vai ser identificada através de uma tipologia da legislação simbólica. Os tipos de legislação
simbólica são:
1) Fórmula do compromisso dilatório: ocorre quando uma legislação é feita não para
resolver o problema, mas para ganhar tempo para que em melhores condições sociais a
questão seja resolvida,
2) A confirmação de valores sociais de um grupo em detrimento dos outros: neste caso, a
legislação não é para resolver o problema, mas para afirmar que valores sociais de um
grupo são melhores do que os do outro.
3) Legislação álibi: ocorre em situações de um público social aflito e o Estado age para
acalmar a sociedade produzindo leis que sabidamente não vão resolver o problema.
Ex.: Direito Penal Brasileiro.

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Porém, a situação é ainda mais grave quando estamos diante da Constituição Simbólica,
pois, neste caso não estamos diante de legislações esparsas. A Constituição Simbólica
fundamento a validade de todas as leis, logo todo o ordenamento está corrompido.
Neste sentido, a constituição pode se tornar um simulado da realidade, portanto, a
Constituição Simbólica é uma distorção que indica a sobreposição do sistema político sobre
sistema jurídico.

15) Bloco de Constitucionalidade: São duas as correntes:


➢ Teoria Extensiva: (Conceito amplo): Bloco de Constitucionalidade é o conjunto de
normas materialmente constitucionais fora da constituição formal mais a constituição
formal. BC=CNMCFCF+CF. Exemplo de normas materialmente constitucionais:
ECA, Estatuto do Idoso, normas supralegais, jurisprudência constitucional, costume
jurídico constitucional. Para criar um costume jurídico temos dois elementos:
✓ objetivo: repetição habitual
✓ subjetivo: a prática é repetida tantas vezes que passa a ser produzida com
convicção de juridicidade. Ex.: a eleição do Presidente do STF.
Essa teoria é adotada na França pelo Conselho Constitucional. Para o Conselho
Constitucional Francês, em uma decisão ocorrida em 16/07/1971, integra o Bloco de
Constitucionalidade Francês; a Constituição de 1958, o Preâmbulo da Constituição
de 1958, o Preâmbulo da Constituição 1946 (já revogada, que traz Direitos Sociais e
Econômicos), a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789
e as Leis da República. O principal autor francês sobre o tema é Louis Favoreau.
➢ Teoria Restritiva: (Conceito restrito) Bloco de Constitucionalidade é a Constituição
Formal e suas normas expressas ou implícitas. É equiparado ao parâmetro de
controle de constitucionalidade.

O Supremo Tribunal Federal adota o conceito restrita de Bloco, para o Supremo


Tribunal Federal parâmetro de controle de constitucionalidade é só a Constituição.

Aplicabilidade das Normas Constitucionais


Classificação das Normas Constitucionais quanto a aplicabilidade/eficácia.

• Teoria Brasileira da aplicabilidade das Normas Constitucionais (José A. da Silva 1967)


O pressuposto da aplicabilidade das Normas Constitucionais é que todas as normas
constitucionais são dotadas de aplicabilidade. Elas trazem consigo no mínimo dois efeitos:
Efeito Positivo (proativo, impositivo de revogar tudo no ordenamento anterior contrário a
elas, portanto, as normas contrárias a constituição tem seus conteúdos não recepcionados)
e o Efeito Negativo (negar ao legislador ordinário a possibilidade de produzir normas
contrárias as normas constitucionais), podendo trazer mais efeitos. As normas
constitucionais tem vários graus de aplicabilidade:
➢ Normas Constitucionais de Eficácia Plena: São aquelas que reúnem todos os
elementos para a produção de todos os efeitos jurídicos. Tem uma aplicabilidade
direita e imediata. Ex.: art. 1º, art. 44 e art.46 da CRFB/88.
➢ Normas Constitucionais de Eficácia Contida: São aquelas que nascem com eficácia
plena, ou seja, elas reúnem todos os elementos para a produção de todos os efeitos,
mas, terão seu âmbito de validade restringido, reduzido ou contido pelo legislador

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infraconstitucional. Tem uma aplicabilidade direita e imediata. Ex.: art. 5º inc. VIII e
inc. XIII, art. 37 inc. I da CRFB/88.
➢ Normas Constitucionais de Eficácia Limitada: São aquelas que não são bastantes
em si, pois, não reúnem todos os elementos para a produção de todos os efeitos e
em virtude disso necessitam de complementação de regulamentação para tal. Ou
seja, elas necessitam de uma atuação do Poder Público. São dotadas de uma
aplicabilidade indireta ou mediata. Existem dois tipos de Normas de Eficácia
Limitada.
❖ Princípios Institutivos:
❖ Princípios Programáticos:

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