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DISCIPLINA: Direito Constitucional

PROFESSOR: Bernardo Fernandes


MATÉRIA: Poder Judiciário

Indicações bibliográficas:
• Curso de Direito Constitucional, Bernardo Gonçalves Fernandes

Leis e artigos importantes:


• Art. 29 da CRFB
• Art. 105, inc. I, “a” da CRFB
Palavras-chave:
• Funções e Garantias
• Conselho Nacional de Justiça

TEMA: Poder Judiciário

PROFESSOR: Bernardo Fernandes

Governador Prefeito

STJ TJ
(art. 105, inc. I, “a” da CRFB) (art. 29 da CRFB)

O STF entendia até 2015 (informativo Crime eleitoral – TRE


774) que as Constituições Estaduais
poderiam estabelecer a necessidade TRF - Desvio de verba sujeita
de autorização da Assembleia à prestação de contas perante
Legislativa para que os governadores órgão federal (Súmula 208 do
Órgão responsável fossem processados penalmente pelo STJ)
pelo julgamento dos STJ.
crimes comuns O STF mudou de entendimento em TJ - Desvio de verba
maio de 2017 (informativo 863 – transferida e incorporada ao
maio/2017) patrimônio da municipalidade.
Houve uma mudança de (Súmula 209 do STJ)
entendimento. O STF vai dizer que
não há necessidade da autorização
2/3 da Assembleia Legislativa para
que o STJ possa iniciar a ação penal
contra o Governador.

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Admissibilidade na Assembleia Crime de responsabilidade
Legislativa próprio ou stricto sensu,
previstos no art. 4º do Decreto
Crime de – Lei nº 201/67
Responsabilidade
Crime de responsabilidade
impróprio é o crime comum

Tribunal Especial – Lei nº 1.079/50 Câmara de Vereadores


Composto por 5 desembargadores, 5
deputados estaduais sob a presidência Sanção:
do Presidente do TJ. O corão para 1) Perda do cargo
condenação é de 2/3 desse tribunal.
Órgão competente
para julgar o Crime de Sanções:
Responsabilidade 1) Perda do cargo;
2) Inabilitação para funções
públicas por até 5 anos.
(ADI 1.628 – Constituição de
Santa Catarina)

SÚMULA 703
A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos
crimes previstos no art. 1º do Dl. 201/67.

SÚMULA N. 164
O prefeito municipal, após a extinção do mandato, continua sujeito a processo por crime
previsto no art. 1º do Decreto-Lei n. 201, de 27.02.1967.

Poder Judiciário

• Funções

O Poder Judiciário tem como função típica a função jurisdicional, ou seja, a função de
interpretar e aplicar as normas para resolver casos concretos com caráter de definitividade.
Assim como o Poder Executivo e o Poder Legislativo, o Poder Judiciário também realiza
funções atípicas. São exemplos de funções atípicas do judiciário: a função administrativa (art. 96,
I, “b”, “c”, “d”, “e”, “f” da CRFB) e a função legislativa (art. 96, I, “a” da CRFB).

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• Garantias

a) Institucionais:

Com base na autonomia administrativa e funcional (auto-organização), os próprios


Tribunais vão eleger seus órgãos diretivos. Sem dúvida há um autogoverno, na medida
em que eles irão elaborar seus respectivos regimentos internos, bem como organizar
suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correcional respectiva; prover, na forma prevista
nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; prover, por
concurso público de provas, ou de provas e títulos, conforme a Constituição, os cargos
necessários a administração da justiça; propor a criação de novas varas judiciárias;
conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e
servidores que lhes forem imediatamente vinculados.

No que tange à autonomia financeira, temos que incumbirá aos Tribunais elaborarem
suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados, conjuntamente com os
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

Na sequência da análise sobre a autonomia financeira, se os órgãos do Poder


Judiciário descritos anteriormente não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias, no prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do art. 99 §1º da CR/88.

Se as propostas orçamentárias de que trata esse artigo forem encaminhadas em


desacordo com os limites estipulados na forma desse referido artigo, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária
anual.

Certo é que, também por diretriz constitucional, durante a execução orçamentária do


exercício, não poderá haver a realização de despesas ou assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou
especiais.

Obs.: A Emenda nº45/04 reforçou a autonomia do Poder Judiciário, explicitando que as


custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos
às atividades específicas da Justiça.

b) Membros:

1) Vitaliciedade: pode ser entendida como a possibilidade de o magistrado só perder o


cargo por decisão judicial transitada em julgado.

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1ª Obs.: No 1º grau da magistratura a vitaliciedade é adquirida após 2 anos de
efetivo exercício da atividade.

2ª Obs.: Nos Tribunais a vitaliciedade será adquirida no ato da posse.

3ª Obs.: Exceção – Ministros do STF

Art. 52 da CF: Compete privativamente ao Senado Federal:

II - Processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros


do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

2) Inamovibilidade (art. 103, b, §4º, III, e art. 93, VIII, da CR/88)

Art. 93, VIII da CR/88: o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por


interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Obs.: MS 27.958/DF Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julg. Em 17.05.2012

3) Irredutibilidade de subsídios – A corrente majoritária adota a irredutibilidade


nominal ou jurídica.

Irredutibilidade Real: é aquela que diz respeito a adequação da remuneração a


possíveis perdas inflacionárias (correção monetária automática).

Irredutibilidade Nominal ou Jurídica: o subsidio não pode ser reduzido do


contracheque.

Obs.: outras garantias (vedações)

Art. 95 Parágrafo único da CR/88: Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas


físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO

Art. 92 da CR/88: São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de


2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais


Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o


território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Observações:

• O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores,


têm sede na Capital Federal;

• O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território


nacional. Nesse sentido, são intitulados pela doutrina de órgãos (ou centros) de
convergência.

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• Podemos classificar o STF e o STJ não só como órgão de convergência, conforme já
visto, mas também, como órgãos de superposição. Isso porque, embora não pertençam
a qualquer justiça, as suas decisões se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos
inferiores das Justiças comum e especial. As decisões do STJ se sobrepõem àquelas da
Justiça Federal comum, da Estadual e daquela do Distrito Federal e Territórios, ao passo
que as decisões do STF se sobrepõem a todas as Justiças e Tribunais.

• A estrutura dos órgãos do Poder Judiciário é definida à luz da Constituição e legislação


infraconstitucional. Além dos órgãos de convergência (Tribunais Superiores: STF, STJ,
TST, TSE e STM), temos ainda os Tribunais de 2ª instância (2ª grau de jurisdição) (TRFs,
TJs, TRTs, TREs e TJMs) e os juízes de 1ª instância (1º grau de jurisdição), além dos
Juizados Especiais (Federal e Estaduais) compostos por juízes de 1ª instância (inclusive
em suas turmas recursais).

• A justiça comum envolve:

a) Justiça Federal (TRFs e Juízes Federais e os Juizados Especiais Federais)


b) Justiça Comum do Distrito Federal e Territórios (Tribunal de Justiça e Juízes de
Direito do DF e Territórios, organizados e mantidos pela União);
c) Justiça Estadual Comum (TJs e Juízes de Direito, incluindo aí os Juizados
Especiais).

• Já a justiça especial será formada:

a) Pela Justiça Eleitoral (TSE, TREs, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais


b) Pela Justiça do Trabalho (TST, Tribunais Regionais do do Trabalho e Juízes do
Trabalho);
c) Pela Justiça Militar da União (Superior Tribunal Militar e Conselhos de Justiça,
especial e permanente, nas respectivas sedes das auditorias militares. Ver Lei nº
13.774/2018; (Julga membros do Exército, Marinha, Aeronáutica e civis que
praticarem crimes militares).
d) Pela Justiça Militar dos Estados, do Distrito Federal e Territórios (Tribunal de Justiça
Militar ou Tribunal de Justiça, Juízes de Direito togados (Juiz-auditor) e Conselhos
de Justiça, com sede nas auditorias militares). (Julga Policial Militar e membros do
Corpo de Bombeiro Militar, não tem competência para julgar civis.)

Art. 125 da CR/88: Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça


Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por
Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte
mil integrantes.

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Conselho Nacional de Justiça

O Conselho Nacional de Justiça, apesar de estar incluído no texto constitucional como


órgão do Poder Judiciário não dotado de função jurisdicional. Assim sendo, o CNJ instituído
pela Emenda nº 45 de 2004, tem por função exercer o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário, bem como fiscalizar os juízes no cumprimento dos seus deveres
funcionais.

Art. 103-B § 4º da CR/88: Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e


financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura:

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