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DISCIPLINA: Direito Constitucional

PROFESSOR: Bernardo Fernandes


MATÉRIA: Processos Legislativos Especiais

Indicações bibliográficas:
• Curso de Direito Constitucional, Bernardo Gonçalves Fernandes

Leis e artigos importantes:


• Art. 42 da CRFB/88
• Art. 62 da CRFB/88
• Art. 68 da CRFB/88

Palavras-chave:
• Lei Delegada
• Medida Provisória

TEMA: Processos Legislativos Especiais

PROFESSOR: Bernardo Fernandes

Lei Delegada é uma espécie normativa primária elaborada pelo Presidente da República
em virtude de autorização do Poder Legislativo nos limites postos pelo Poder Legislativo.

Processo Legislativo
1) A iniciativa parte do Presidente da República e essa iniciativa é chamada de iniciativa
solicitadora.
2) O Congresso Nacional vai apreciar o pedido do Presidente. As matérias que não podem
ser delegadas ao Presidente estão no art. 68 §1º da CRFB/88.
3) O quórum de aprovação de uma Lei Delegada é de maioria simples. Aprovação da Lei
Delgada vem sob uma forma de resolução do Congresso Nacional, art. 68 §2º da
CRFB/88.
4) Existem dois tipos de delegação: a) Delegação Própria (Delegação Branco): é aquela
em que o Congresso Nacional mediante resolução delega ao Presidente para elaborar o
projeto de Lei Delegada e posteriormente promulgar e publicar a lei. b) Delegação
imprópria: é aquela em que o Congresso Nacional mediante resolução autoriza o
Presidente a elaborar o projeto de Lei Delegada que posteriormente será enviado para
o Congresso Nacional para apreciação em votação única e vedada a apresentação de
emendas nos termos do art. 68 §3º da CRFB/88.

Art. 68 da CRFB/88 As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

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§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso
Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso


Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a


fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Observações:
• O Congresso Nacional pode fazer leis sobre a matéria que foi delegada ao
Presidente da República.
• A delegação pode ser retirada do Presidente da República a qualquer momento.
• Existe controle político sobre a Lei Delegada pelo Congresso Nacional. Os
efeitos da sustação da Lei Delegada é ex. nunc. A sustação vem por meio de um
decreto legislativo.

Art. 49 da CRFB/88 - É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Medidas Provisórias é uma espécie normativa elaborada e editada pelo Presidente da


Republica com força de lei sob o fundamento de relevância e urgência e deve ser apreciada pelo
Poder Legislativo em um prazo de 60 dias prorrogados por mais 60 dias.

Medidas Provisórias De 1988 a 2001 2001 em diante


Prazo 30 dias 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias
Reedição de MP O STF permitia a reedição Proibida reedição, art. 62 §10 da CF
Prazo de tramitação Não era suspenso É suspenso
no recesso
Regime de urgência Não havia Há, art. 62 §6º da CF
Apreciação da MP Votação única pelo Congresso Separada.
Primeiro na Câmara dos Deputados
e, sendo aprovada vai para o
Senado

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Informativo 870 do STF – A corte deu interpretação conforme o §6ª do art. 62 da CFRB/88,
na redação resultante da Emenda Constitucional 32/2001, para sem redução de texto,
restringir-lhe a exegese. Assim, afastada qualquer outra possibilidade interpretativa, fixou-
se entendimento de que o regime de urgência previsto no referido dispositivo constitucional
– que impõem o sobrestamento das deliberações legislativas das Casas do Congresso
Nacional – refere-se apenas às matérias passíveis de regramento por medida provisória.
Excluem-se do bloqueio, em consequência, as propostas de emenda à Constituição e os
projetos de lei complementar, de decreto legislativo, de resoluções e, até mesmo, de lei
ordinária, desde que veiculem temas pré-excluídos do âmbito de incidência das medidas
provisórias (CR, art. 62 §1º, I, II e IV)

Processo Legislativo das Medidas Provisórias

• MP aprovada sem emendas


O Presidente elabora e publica a MP. A MP é enviada para a Mesa do Congresso. A
Mesa designa uma Comissão Mista Temporária (12 deputados e 12 senadores).
Caberá a essa Comissão Mista elaborar um parecer que versará sobre: a relevância
e urgência, adequação financeira e o mérito da MP (conteúdo). Posteriormente, a
MP será enviada para a deliberação da Câmara, a saber: haverá a análise dos
requisitos formais (relevância e urgência, e do mérito da MP e o quórum de votação
será de maioria simples. Aprovada a MP na Câmara, ela será encaminhada para a
deliberação no Senado, a saber: também no Senado haverá a análise dos requisitos
formais (relevância e urgência) e do mérito da MP e o quórum de votação será o de
maioria simples. Aprovada a MP no Senado, o Presidente do Congresso Nacional
(que é o Presidente do Senado) irá promulgar e o Presidente da República irá
publicar a lei (Lei ordinária).

• MP aprovada com emendas


Presidente elabora e publica a MP. MP é enviada para a Mesa do Congresso. Mesa
designa uma Comissão Mista Temporária (12 deputados e 12 senadores). A
Comissão Mista terá a função de elaborar o parecer sobre a MP. Porém, aqui há
uma observação: Existirá um prazo de 6 dias, contados da data da publicação
da MP, para que sejam apresentadas emendas à MP. Então, deputados e
senadores, tem esse prazo para apresentar as emendas a MP. Na sequência, a MP
com emendas é encaminhada para apreciação na CD. Aprovada a MP com
emendas, é encaminhada para apreciação no Senado. Aprovada com emendas no
Senado, a MP será convertida em um projeto de lei. Nesse sentido, isso ocorrerá
porque o legislativo mudou a MP elaborada pelo Presidente da República e, com
isso, tem que lhe ser dada a oportunidade de manifestar sobre essas modificações.
Assim, sendo, temos duas possibilidades: se o Presidente da República sanciona
o PLO, esse vira Lei, e o Presidente irá promulgar e publicar a nova Lei Ordinária
que acaba de surgir no ordenamento. Porém, se o Presidente veta o PLO, o veto é
enviado para a apreciação do Congresso Nacional com base no art. 66 da CRFB/88.

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• Rejeição das MPs

➢ Rejeição expressa das MPs vai ocorrer dentro do prazo dos 60 dias
prorrogáveis por mais 60 dias. Seja pela Câmara dos Deputados o pelo
Senado.
➢ Rejeição tácita das MPs vai ocorrer após a tramitação da MP, ou seja, após
o prazo de 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias.
➢ O efeito de rejeição da MPs é ex tunc, nos termos do art. 62 §3º da
CRFB/88.

Art. 62 § 11 da CRFB/88. Não editado o decreto legislativo a que se refere o §


3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas

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