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Emendas Constitucionais

As emendas Constitucionais são formas de alterar dispositivos constitucionais,


como previsto no Art. 60 da Constituição Federal:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou


do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da


Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.

As Emendas constitucionais são resultado do poder constituinte derivado


reformador, pelo qual, é possível modificar, acrescentar ou suspender normas
criadas pelo poder constituinte originário.

Levando em consideração que a nossa constituição é rígida, o poder


constituinte derivado tem suas limitações previstas no artigo citado acima,
sendo elas:

Limitações Formais

As limitações formais são referentes ao processo legislativo de criação das


propostas de emendas constitucionais. É importante destacar que tais
propostas só podem ser apresentadas pelos órgãos competentes que devem
respeitar os procedimentos constantes na constituição.

De acordo com CF/88, o texto constitucional só poderá ser emendado


mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, do Presidente da república, e mais da
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

A proposta de Emenda Constitucional deverá ser discutida e votada em cada


casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

Limitações Circunstanciais
São limitações que tendem a evitar que sejam feitas modificações
constitucionais em ocasiões excepcionais de instabilidade política, nas quais a
livre manifestação do poder derivado reformador possa estar ameaçada. Dessa
forma, durante a vigência do estado de sítio, Estado de defesa ou Intervenção
Federal não haverá a possibilidade de alteração constitucional.

Limitações Materiais

As chamadas Cláusulas Pétreas.

Leis Ordinárias
Lei ordinária é a espécie normativa mais comum prevista na Constituição
Federal e que edita normas de forma geral e abstrata.

As leis ordinárias podem dispor sob qualquer matéria, com exceção das que
estão reservadas às leis complementares e aos assuntos internos do
Congresso Nacional, que devem ser regulados por decretos e resoluções.

Jorge Miranda, diz que: “A lei ordinária caracteriza-se como ato da função
legislativa, ato normativo da função política subordinada à Constituição, sendo
lei em sentido formal contendo as principais especificações típicas da atividade
parlamentar”.

O processo de elaboração de uma lei ordinária é conhecido como processo


legislativo ordinário e compreende três etapas; Fase introdutória, fase
constitutiva e fase complementar.

A fase introdutória é onde ocorre a apresentação do projeto de lei ao poder


legislativo.

Na fase Constitutiva decorre a discussão e votação parlamentar. É nessa fase


que o Poder Executivo também se manifesta com a sanção ou veto.

Por fim, a fase Complementar, onde acontece a promulgação e publicação da


lei.

Leis Complementares
A Lei complementar são normas jurídicas de natureza infraconstitucional e são
exigidas em matérias específicas na Constituição. Seu principal objetivo é
complementar e explicar de forma mais detalhada alguma norma prevista na
Constituição Federal. O Art 59 da CF traz as leis complementares como
espécie normativa diferenciada, tanto em seu processo legislativo quanto em
sua matéria.

As leis complementares existem por tratarem de matérias que não poderiam


estar na constituição para não serem engessadas e de difícil modificação, mas
também não poderiam sofrer constantes alterações como as leis simples
(Ordinárias), pois poderiam causar instabilidade jurídica.

O objetivo do legislador constituinte foi proteger certos assuntos de natureza


infraconstitucional contra mudanças arbitrárias e frequentes, sem, no entanto,
exigir uma rigidez que impedisse sua alteração quando necessário.

As leis complementares seguem as mesmas etapas da Lei Ordinária. Porém,


há duas diferenças entre elas, que são a material, onde só poderá ser objeto
de lei complementar a matéria prevista na constituição (As demais matérias
deveram ser objeto de leis ordinárias). E a Formal, que diz respeito ao
processo legislativo, na fase de votação.

O quórum para aprovação de lei ordinária é de maioria simples e o quórum de


aprovação da lei complementar é de maioria absoluta.

Leis Delegadas

A Lei Delegada é uma espécie normativa com força de Lei Ordinária que está
prevista no art. 68 da Constituição. Ela é editada pelo Presidente da República
no exercício de sua função legislativa atípica.

O Presidente da República solicita concessão especial ao Congresso, ou seja,


uma delegação do Legislativo para poder elaborar a lei. 

No entanto, atos de competência exclusiva do Congresso, da Câmara e do


Senado não podem ser objetos de lei delegada, nem temas relacionados à
organização do Judiciário e do Ministério Público. Além disso, assuntos como
nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos, eleitorais, planos
plurianuais e orçamentos não podem ser vistos pela lei delegada.

Medida Provisória
A Medida Provisória, prevista no artigo 62 da constituição federal, é um recurso
com força de lei, utilizado pelo presidente da República em caso de relevância
e urgência, sendo um ato monocrático e sem a participação do legislativo. A
MP tem impacto imediato, o que significa que já tem validade enquanto está
em tramitação no Congresso, porém, necessita de aprovação da Câmara e do
Senado para ser definitivamente transformada em lei.

A medida provisória permanecerá em vigor pelo prazo de 60 dias, podendo ser


prorrogado pelo mesmo prazo. Caso não haja votação em até 120 dias pelas
duas casas do congresso, ela perderá a eficácia desde a sua edição.

Observação: Governadores e prefeitos podem editar medidas provisórias,


desde que as constituições estaduais e as leis de organização municipal lhes
atribuam essa competência e obedeçam aos preceitos básicos da CF/88.

Decretos Legislativos

Decreto legislativo é a espécie normativa destinada a veicular as matérias de


competência exclusiva do congresso nacional, prevista no artigo 49 da
constituição federal.

Além das matérias do artigo citado acima, o congresso nacional deverá


regulamentar por meio de Decretos legislativos, os efeitos das medidas
provisórias não convertidas em lei.

Os decretos legislativos serão, instruídos, discutidos e votados pelas duas


casas legislativas. Sua aprovação se dá pela votação da maioria simples. Se
aprovadas, serão promulgadas pelo presidente do senado federal.

Não haverá participação do presidente da republica por se tratarem de matéria


exclusiva do legislativo, sendo assim, não haverá possibilidade de veto ou
sanção.

Resoluções

Resoluções são atos jurídicos que regulamentam matérias de competência


privativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, Previstos nos Art. 51 e 52 da CF/88.

Em regra, as resoluções produzem efeitos internos, mas excepcionalmente


também produzirá efeitos externos, como no caso das delegações legislativas.

Não é estabelecido em nossa Constituição como deve ser feito o processo


legislativo para elaboração da resolução. Por esse motivo, cabe a cada uma
das casas ou do congresso nacional discipliná-lo.
A aprovação das resoluções é feita pela votação de maioria simples. Uma vez
aprovada ela será promulgada pelo presidente da casa do Senado ou da
Câmara dos Deputados. No caso de resolução do congresso, a promulgação
será feita pelo presidente do Senado federal.

Além das matérias descritas nos artigos 51 e 52 da Constituição, há outras


hipóteses constitucionais nos artigos: 62,§ 2º, 155 §1º e 2º, para serem feitas
por meio de Resoluções.

Assim como os Decretos Legislativos que também tratam de matéria de


competência exclusiva do legislativo, nas resoluções não haverá a participação
do Poder executivo, sem a possibilidade de sanção o veto.

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