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RODRIGO BERNARDO

rodrigobernardo.jus@gmail.com

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

RODRIGO BERNARDO SOARES

CARDERNO DIGITADO
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO
ESTADO - DIRA79

Docente: Carlos Eduardo Behrmann Ratis Martins


Período 2016.2

Salvador, 2017
RODRIGO BERNARDO
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AULA 1 – 28/11/16
PODER CONSTITUINTE E PODER REFORMADOR

a) Conceito de Poder Constituinte


Poder constituinte é o poder de criação, de construção, de elaboração de
uma nova Constituição. Está-se diante de uma ruptura, de uma força política
transformadora, que revela uma nova ordem constitucional. Quando é exercido,
a Constituição anterior é revogada, e seus efeitos são relevantes para todo o
ordenamento. Exemplo da CF de 05/10/1988, em que todas as normas
incompatíveis com o texto constitucional foram revogadas e as normas
compatíveis foram imediatamente recepcionadas.

O fenômeno da recepção constitucional é relevante porque garante a


manutenção da vigência de normas compatíveis com a Constituição. No
Brasil, é como se já tivesse ultrapassado por oito vezes o poder constituinte
(1824 – Constituição Imperial, 1891 – 1ª republicana, 1934 – de Getúlio Vargas,
1937 – Constituição Polaca, 1946 – pós 2ª Guerra Mundial, 1967, 1969 e 1988).
O poder constituinte teve como primeiro autor um abade chamado Emanuel
Joseph Sieyés, em 1789, que foi determinante para a construção da Declaração
dos Direitos do Cidadão, desde aquela época já se falava em poder constituinte
e poderes constituídos, a distingui-los. Para ele, o poder constituinte é o poder
político de criar uma lei fundamental, e é em seu exercício que o texto determina
quais são as atribuições dos poderes constituídos (poderes executivo, legislativo
e judiciário. Desde 1747, Montesquieu já trabalhava com a separação dos
poderes, mas é Sieyés quem é considerado o precursor da teoria do poder
constituinte.

b) Titularidade
O poder constituinte é titularizado pelo detentor do poder político, que nem
sempre será o povo. Logo, têm-se como titulares do poder constituinte vários
atores, como um déspota, um grupo revolucionário, uma junta militar, uma
oligarquia etc. A Constituição de 1988, em seu art. 1º, parágrafo único, diz que
“todo poder emana do povo, que o exercerá através de seus representantes” (o
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poder constituinte). Em um Estado Democrático, o titular do poder


constituinte é o povo.

c) Modalidades
A doutrina divide o poder constituinte em graus (Rátis não concorda com esta
divisão):

➢ Poder Constituinte originário ou de 1º grau


É um poder incondicionado, ilimitado e insubordinado. “É aquele que tudo
pode”.
➢ Poder Constituinte secundário ou de 2º grau
É um poder condicionado, limitado e subordinado (ao próprio 1º grau).
Este é o poder reformador, que está dentro da Constituição, ele tem o poder
de alterar e de reformar a Constituição. No Brasil, o poder reformador ocorre
de duas formas:

1) possibilidade de Proposta de Emenda Constitucional, que pode ser


objeto de discussão desde 05/10;
2) através de Revisão Constitucional, que se traduz em uma atualização
da Constituição, que deveria ocorrer periodicamente, mas nossa Constituição
só preconizou uma hipótese de Revisão Constitucional (que está no art. 3º
do ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
Nossa Constituição já sofreu 93 EC e 6 EC de Revisão, ou seja, 99 modificações.

O panda adverte:
A revisão constitucional corresponde a um período de atualização sistemático, e
nosso texto constitucional só previu uma hipótese, prevista no art. 3º do ADCT.

Esse poder constituinte de 2º grau também abrange o poder decorrente, que é


o poder exercido pelos estados-membros na elaboração de suas Constituições.
Os municípios brasileiros apresentam lei orgânica, a lei fundamental do
município, mas que não se equipara a uma Constituição, porque ela tem que
respeitar tanto a Constituição Federal quanto a Constituição Estadual (é como
se fosse o poder decorrente-decorrente). Os municípios não exercem o poder
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decorrente. O Distrito Federal, por sua vez, não tem Constituição própria, mas
apresenta lei orgânica (a lei fundamental do DF é a lei orgânica), acumulando
competências estaduais e municipais. Consequentemente, o DF exerce o poder
decorrente em partes, na medida em que esse poder corresponderia à parte
relativa aos estados. O poder decorrente é típico de um Estado federado, onde
os estados exercem as competências remanescentes.
Mas esta classificação é considerada equivocada (Paulo Bonavides, Jorge
Miranda etc.), porque dividir o poder constituinte em graus é atentar contra a
própria essência do assunto (Paulo Bonavides). Do poder constituinte nasce
o poder reformador e o poder decorrente. (PROVA)

O panda adverte:
O poder constituinte sempre será de 1º grau, de criar uma nova ordem.
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LIMITES AO PODER REFORMADOR

• Limites Materiais
• Limites Formais/Procedimentais
• Limites Circunstanciais
• Limites Temporais

1. Quanto a iniciativa
Quem pode propor uma PEC?
1/3 da câmara dos deputados ou 1/3 do senado federal ou o presidente da
república. Além desses, quem ainda pode propor PEC são as assembleias
legislativas dos estados devendo conter mais da metade, ou maioria relativa,
maioria simples.
A casa iniciadora é quem começa, quem inicia, o projeto de emenda
constitucional, a casa revisora é quem por lógica, revisa.

Princípio da simetria ou paralelismo:


Neste princípio, o nível estadual se espelha ao nível federal, desse modo, quem
pode alterar ou criar projeto de emenda constitucional estadual são as mesmas
proporções de líderes trazidos a nível federal.
O panda adverte:
Existe uma PEC ainda em curso que propõe que Iniciativa popular art. 61 p. 2 da
CF altere ou emende projeto a constituição. Mas cabe observar que iniciativa
popular NÃO tem poder de propor PEC.

2. Quanto a discussão, deliberação e promulgação


Art. 60º, parágrafo. 2, 3 e 5
“2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos
dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.”
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Após iniciado a PEC deverá ser discutida e aprovada, para isso deverá ser
aprovado por 3/5 da câmara dos deputados e 3/5 do senado federal e ainda ser
votado 2x em cada casa.
Se não atingir o quórum de votação ela e arquivada, se qualquer parte do texto
for modificado ela volta para a casa revisora, apenas a parte alterada, para
análise.
Se a matéria do PEC, foi discutida e não for aprovada, ela só poderá voltar à
discussão na próxima sessão legislativa, cada sessão legislativa equivale a um
ano civil.

3. Limites do poder reformador (Questão de prova)

• Limites Circunstanciais
Art. 60, p.1
§ 1º “A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.”
Corresponde a intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.
Em circunstâncias perturbadas como as a cima, não seria razovavel permitir o
congresso alterar a constituição. As limitações circunstanciais corresponderiam
aos períodos de instabilidade política e durante os quais a constituição não
poderia ser objeto de alteração.

• Limites Temporais
Não houve limitações temporais quanto a emendas constitucionais, apenas na
constituição imperial de 1824.
Sobre limitações temporais o art. 3 do ADCT diz que:
Art. 3º “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral. ”
Atualmente não existe revisão constitucional. A menos que exista uma PEC que
venha possibilitar.
O panda adverte:
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Só existe limite temporal para revisão constitucional. Exigindo-se um mínimo de


5 anos após a data da promulgação, para que se faça a revisão constitucional.

• Limites materiais (é a limitação mais importante)


Correspondem às chamadas cláusulas pétreas (o adjetivo pétreo não significa
intangível, mas sim os valores mais relevantes no texto constitucional), que se
traduzem no núcleo duro do direito constitucional. Elas podem ser objeto de
redimensionamento. Por exemplo a forma de sistema presidencialista não é
clausula pétrea, o voto obrigatório também não. Uma questão se atenta ao inciso
IV, quando diz “direitos e garantias individuais”, a doutrina majoritária delega no
sentido de dizer que deveria compor a palavra “fundamentais” ao invés de
“individuais”, tendo em vista que “direitos e garantias individuais” é um tipo de
direito dos presentes no rol dos direitos fundamentais.
O § 4º do art. 60 diz que PEC não pode abolir cláusula pétrea, mas pode restringi-
la.
Art. 60, § 4º da CF/88
“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
(a PEC)
I – a forma federativa do Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico (o voto obrigatório, por
exemplo, não é cláusula pétrea);
III – a separação dos poderes;
IV – os direitos e garantias individuais. ”

• Limites formais/procedimentais:
Diz respeito como as PECs são postas. Quem pode propor PEC:
O chefe do executivo, 1/3 da câmara e do senado, 3/5 das assembleias
legislativas manifestando cada uma delas maioria relativa dos seus membros.

O panda adverte:
Não cabe PEC por iniciativa popular.
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• Limites ao Poder constituinte


Em boa hora, não exista limites jurídicos, há limites metajurídicos e
supranacionais. O poder constituinte formal que o poder constituinte material são
limitados pelas estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais dominantes
da sociedade (fatores reais de poder – Lassale) bem como pelos valores
ideológicos de que são portadores.

I. Limites supranacionais
Correspondem as normas previstas nos acordos internacionais que o Brasil,
esteja como pais signatario; especialmente aquelas relativas a direitos humanos.
II. Limites metajurídicos
Seriam traduzidos, nas limitações impostas pelos costumes, tradições, língua, e
a história do próprio povo, na elaboração de uma nova constituição.

• Usurpação do Poder Constituinte

O caso da CF 88
Será que o poder constituinte é sempre exercido por aqueles que tem
legitimidade de o faze-lo?
O caso exposto como exemplo é o da Constituição Federal de 1988. A carta de
67 sofreu inúmeras emendas, e a última tratou como seria o processo de
discussão da próxima Constituição Federal, foi dito que seria eleita uma
assembleia constituinte dos deputados constituintes para propor uma emenda à
constituição federal. Mas, em 05/10/2003 o ministro Nelson Jobim, declarou que
25 artigos da atual Constituição não seguiu o rito da emenda 26. Simplesmente
o texto foi encaminhado e promulgado, sem discussão. Por exemplo, o artigo
que diz que os 3 poderes são harmônicos e independente entre si, o artigo que
fala que poderá o sujeito ser candidato a vereador a partir dos 18 anos, nenhum
deles teve seu rito para compor a constituição respeitado.
Desse modo, a usurpação do poder constituinte ocorreu no momento que
terceiros exerceram o poder constituinte sem autorização e legitimidade,
usurpando o poder.
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A solução para o caso foi dada pelo Min. Marco Aurélio de Mello, dizendo que o
poder constituinte é redimensionado e recriado a todo instante, por esse fato os
deputados constituintes, mesmo tendo uma regra a seguir; como eles tinham
conhecimento do texto em mãos e não se opuseram, não apresentaram
questionamento nem impugnaram, esse texto acabou tendo validade pois o que
houve foi aceitação das normas postas pelo texto constitucional, principalmente
pela sociedade.
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PARTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

I. Preâmbulo

Faz referência a primeira parte, o inicio de tudo. No caso da Constituição o


preâmbulo tem um objetivo próprio. Para o supremo o preâmbulo serve para
resolução de conflitos para as normas Constitucionais, pois é nela que será
encontrada os valores supremos da Constituição. No início do texto é dada uma
satisfação, qual objetivo da reunião e quais os princípios propostos.
Preâmbulo não é norma de repetição obrigatória. Ou seja, as constituições
estaduais não precisam repetir o texto preambular, pode estar presente ou não,
e se houver não precisa ser igual à da constituição federal.
Sobre a menção a Deus: duas constituições não trouxeram a menção a Deus,
foi a de 1891 onde o positivismo estava em alta e a de 1937 por conta do ateísmo
de Varga, além dela ter um estilo de uma carta de Getúlio Vargas para o povo,
e foi essa constituição que instaurou a ditadura do estado novo.

PROVA*
Sobre a menção de Deus no texto preambular, ele ali está por que reflete o
momento histórico, onde a maioria dos deputados constituintes eram católicos,
e ali expressa o espirito do momento da formação/aprovação do texto
constitucional.
Mas, os constituintes tiveram o cuidado de deixar expresso um artigo onde põe
o Brasil como um estado laico. E ainda prever respeito as demais religiões
resguardado a escusa de objeção de consciência que corresponde ao direito
fundamental de se desobrigar de uma implicação obrigatória por motivo de
religioso; no entanto o sujeito é obrigado a cumprir obrigações alternativas, ou
em dias alternativos aqueles que a sua religião o impede.

O panda adverte muito:


O Preâmbulo TEM a intenção de resolver conflito, NÃO serve para fins de
controle de constitucionalidade. Os valores que estão no preambulo servirão de
auxílio para resolução de conflito.
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II. Parte Dogmática

*A topografia da constituição valoriza os direitos fundamentais*


Compreende 250 artigos e é dividida em nove títulos, são eles:

Título 1 - dos princípios fundamentais


Título 2 - dos direitos e garantias fundamentais
Título 3 - organização do estado
Título 4 - da organização dos poderes
Título 5 - da defesa do estado e das instituições democráticas
Título 6 - da tributação e do orçamento
Título 7 - da ordem econômica e financeira
Título 8 - da ordem social
Título 9 - das disposições constitucionais gerais

Não existe hierarquia formal, mas sim material, pois os direitos e garantias
fundamentais estão ao início da constituição

III. ADCT - Ato Das Disposições Constitucionais Transitória

A finalidade do ADCT é estabelecer regras de transição entre o antigo


ordenamento jurídico e o novo, instituído pela manifestação do poder constituinte
originário, providenciando a acomodação e a transição do antigo e do novo
direito edificado.
Segundo Barroso, “destinam-se as normas dessa natureza a auxiliar na
transição de uma ordem jurídica para outra, procurando neutralizar os efeitos
nocivos desse confronto, no tempo, entre regras de igual hierarquia —
Constituição nova versus Constituição velha — e de hierarquia diversa —
Constituição nova versus ordem ordinária preexistente”, interligando-se,
portanto, nesse sentido, com o instituto da recepção
(Luís Roberto Barroso, Disposições constitucionais transitórias..., p. 491, in: CLÈVE, C. M.; BARROSO, L. R. (Org.).
Doutrinas essenciais direito constitucional, RT, 2011. v. 1, p. 489-505).

Para que serve o ADCT? A finalidade do ADCT é estabelecer regras de transição


entre o antigo ordenamento jurídico e o novo...
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SENTIDOS DE UMA CONSTITUIÇÃO

Sentido de uma constituição? Seria dizer qual a importância de uma constituição


para um determinado povo.

• Sentido sociológico – Ferdinand Lassale


Lassale dizia que a constituição é a soma dos fatores reais do poder.
Lassale dizia que quanto maior a distância entre a constituição escrita e a
constituição social, mais propenso o estado estava para o exercício do poder
constituinte.
Lassale traz um pensamento que a constituição é o terceiro estamento, que é
aquilo que as pessoas querem, e não aquilo que é imposto. Desse modo para a
constituição ser validada necessita da aceitação popular.

• Sentido político – Carl Schimitt


A constituição seria a decisão política fundamental de um povo. Por que a
constituição representaria um projeto de futuro do próprio estado. Foi ele que
trouxe a conceituação de normas materiais e normas formais, a ideia é que
dentro da constituição nos deparamos com normas que não são relevantes para
o estado e ao lado delas teriam as normas formais, cujo o assunto diz respeito a
matérias relevantes ao estado, como a organização dos poderes, do estado e
direitos e garantias fundamentais.
Ele foi defensor do sentido político por que a constituição seria a decisão
política fundamental de um povo

• Sentido Jurídico – Hans Kelsen


O sentido da constituição para Kelsen, é que a constituição é o fundamento de
validade para todo o ordenamento jurídico, então as normas incompatíveis com
a constituição deveriam ser colocadas de lado.

O panda adverte:
Declarar uma lei inconstitucional é esvaziar os seus efeitos, e não propor sua
revogação
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• Sentido Ideal – Paulo Bonavides


Para Bonavides o sentido ideal é a junção dos demais sentidos. O sentido
deve ser sociológico, político e jurídico ao mesmo tempo, onde o povo deve viver
a constituição. Mas, não podemos admitir o uso abusivo do poder reformador. A
força normativa da constituição é o respeito do povo pela constituição. O
pensamento é pela contenção do uso exagerado do poder reformador, então a
constituição deve ser reconhecida e protegida pelo próprio povo, viver em uma
cultura constitucional é a ideia de Bonavides.
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APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Thomas Cooley, fez a distinção entre as self-executing ou normas auto


executáveis e as not self-executing ou normas não auto executáveis

As self-executing ou auto executáveis não precisariam de outras normas para


que produzisse efeitos.
Já as NÃO auto executáveis seriam aquelas que necessitariam de outras normas
para produzir seus efeitos.

No Brasil, Rui Barbosa se tomou dessa classificação de Thomas Cooley e adotou


para a constituição de 1891 essas classificações.
Após a segunda guerra mundial havia grande expectativa nas normas que
assegurasse garantias fundamentais, mas o Estado passa a assegurar que
existiriam normas constitucionais programáticas e normas constitucionais
coagentes. Na linha que a normas programáticas é a ideia que caso fosse
possível o estado poderia atendê-las, contra esse movimento surge um grupo de
autores italianos que influencia Jose Afonso da silva, onde este traz uma
classificação para normas constitucionais de aplicabilidade mediata, imediata,
contida, plena e limitada.

A classificação a seguir veio ao Brasil por intermédio de José Afonso da silva.

• Aplicabilidade

I. Mediata
As normas constitucionais de aplicabilidade mediata, necessitam de regramento
posterior para produzir efeitos. Seriam as denominadas, normas constitucionais,
não auto executáveis pela classificação de Thomas Cooley.

II. Imediata
As normas constitucionais de aplicabilidade imediata são aquelas que operam
efeitos independentemente de regramento posterior, seriam as normas
constitucionais auto executáveis, aplicando a classificação de Thomas Cooley
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• Eficácia
A eficácia de uma norma é a aptidão, a possibilidade, dessa produzir efeitos
jurídicos. A eficácia poderá ser jurídica ou social.
Jurídica: Possibilidade implicações jurídicas no ordenamento
Social: Gera implicações jurídicas de fato. A norma produz seus efeitos
imediatamente e também quando uma norma regula casos concretos ou pelo
menos possui meios judiciais de consegui-lo, como é o caso dos direitos e
garantias fundamentais.

I. Plena/Imediata
Seriam aquelas de aplicabilidade imediata de efeitos integrais que podem sofrer
restrições, por outras normas constitucionais. Mas, não dependem de lei
posterior; produzem efeitos desde a entrada em vigor da Constituição; não
necessitam de regulamentação e não podem ser contidas pelo legislador
ordinário.

Exemplo o art. 5 incisos IV da CF88


“Art. 5º IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”
Além disso: art. 1o, parágrafo único, art. 5º, IX, XX, art. 14, § 2o, art. 15, art. 17, § 4o, arts.19 a 22, 24
a 28, caput, arts. 29 e 30, art. 37, III, art. 44, parágrafo único, art. 45, caput, art. 46, § 1o, arts. 48, 49, 51,
52, art. 60, § 3o, arts. 69, 70, 71, 76, 84, 101, 102, 103, 104, 105, 145, 153, 155, 156, art. 226, § 1o.

II. Eficácia contida ou contível [redutível, prospectiva ou plena


restringível]
“As normas de eficácia contida preveem um direito que já pode ser, de logo,
exercido – assim como as normas de eficácia plena. A diferença é que nas
normas de eficácia contida o legislador constituinte prevê o direito que já pode
ser aplicado, mas também prevê a possibilidade de subtração de parte desse
direito com o surgimento de lei posterior. Em outras palavras, desde o
surgimento da Constituição o direito nela previsto já pode ser aplicado, mas
posteriormente poderá surgir uma lei diminuindo o exercício desse direito
constitucional. O surgimento dessa lei posterior está previsto no próprio texto
constitucional. ” OLIVEIRA, Bruna Helena Alvarez de Faria e. Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais
RODRIGO BERNARDO
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programáticas. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVII, n. 121, fev 2014. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14492>. Acesso em jan 2017.

Art. 5 XIII - “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas


as qualificações profissionais que a lei estabelecer”
O exame de ordem é um exemplo, a pessoa pode ter à vontade tácita de advogar
e atender ao pré-requisito que é ser bacharel em Direito, mas ela será contida
por norma que expressa a necessidade de se submeter a exame de ordem.

III. Eficácia Limitada/reduzida


São as normas constitucionais que dependem de atuação posterior do poder
público para regular o direito previsto de forma mediata, diferida, ainda limitada.
“A norma de eficácia limitada possui aplicabilidade indireta e mediata. Em outras
palavras, o legislador constituinte previu um direito na Constituição, mas esse
direito não pode ser exercido enquanto não surgir uma lei. O direito constitucional
só terá aplicabilidade quando a lei prevista na própria Constituição Federal surgir.
Em outras palavras, a aplicabilidade da norma está limitada ao
aparecimento de uma norma infraconstitucional posterior. Aqui o legislador
constituinte não normatizou a matéria a ponto de ensejar a necessidade de
complemento e explicação do direito constitucional através de uma lei. O
eminente professor José Afonso da Silva, divide a norma de eficácia limitada em
duas: normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo e normas
definidoras de princípio programático. ” OLIVEIRA, Bruna Helena Alvarez de Faria e. Eficácia e

aplicabilidade das normas constitucionais programáticas. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVII, n. 121, fev 2014. Grifo
nosso. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14492>. Acesso
em jan 2017.

I. Institutivas/Organizativas
“Normas constitucionais de princípio institutivo aquelas através das quais o
legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de
órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em
definitivo, mediante lei” SILVA – José Afonso; Aplicabilidade das Normas Constitucionais;
Ed. Malheiros; 8ª edição; 2012
Essas são as normas que abrangem as normas relativas a organização do
estado, e a organização dos poderes, como no exemplo o art. 93 inciso XIII
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Art. 93 XIII “O número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva


demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)”

II. Programática
As normas programáticas, seriam aquelas que dizem respeito a uma agenda de
tarefas a serem adotas pela administração pública, exemplo: art. 3 da CF88.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

A professora Regina Maria Macedo Nery Ferrari afirma:


“As normas programáticas impõem ao Estado o cumprimento de certos fins, a
consecução de certas tarefas de forma a realizar certos princípios ou objetivos,
fazendo surgir, por conseqüência, a necessária proteção dos interesses
subjetivos que daí dimanam, proteção esta que pode ocorrer ora de modo direto,
quando o interesse geral coletivo fica em segundo plano; ora indiretamente,
quando o interesse coletivo encontra-se em primeiro plano, e o individual só será
protegido reflexamente, em decorrência da promoção do interesse geral.”
FERRARI, Regina Maria Macedo Nery. Normas Constitucionais Programáticas – Normatividade,
Operatividade. Ed. Revista dos Tribunais. 1ª edição.

A crítica da doutrina é que José Afonso da Silva encaixou as normas de eficácia


programáticas, como normas de aplicabilidade mediata. Enquanto a doutrina
majoritária vai na contramão, falando que é norma de aplicabilidade imediata.
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Assuntos da 2º unidade

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

• Princípio da supremacia da ordem constitucional

Caberia controle de constitucionalidade em relação as normas


constitucionais?

O supremo não admite o controle das normas constitucionais originárias, ele vai
admitir das normas que foram introduzidas pelo poder reformador, sabendo isso,
o supremo não admite a tese Bachofiana, oriunda do doutrinador Otto Bachof.

Não se deve confundir controle de constitucionalidade com controle de


legalidade.

Se determinado gestor aplicou lei A ao invés da B isso é ilegal e não


inconstitucional. O controle de constitucionalidade ocorre quando a constituição
é o parâmetro, para fins de controle. Com isso todos os tratados que o Brasil é
signatário, por exemplo, terão status de constituição, desde que tenham
matérias que tratam sobre os direitos humanos.

O bloco de constitucionalidade: São normas que estão ao lado e integram a


constituição em uma perspectiva material, mas não tem força e não integram a
constituição formal.

O panda adverte:
Tenha em vista que a constituição não se esgota em seus artigos e ADCT. A
constituição não acaba no seu texto.

Então, para que serve o controle de constitucionalidade? Este controle que


não é exclusivo do judiciário serve para assegurar a segurança jurídica, ou seja,
as normas incompatíveis com a constituição devem ser afastadas. Ao afastar
uma norma da constituição rebaixando ela ao status de inconstitucional, o que
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se faz é esvaziar essa determinada norma, fazendo com que ela exista, mas não
tenha qualquer vigor, ou seja, potência de agir.

Reiterando, é possível o controle de constitucionalidade das normas


constitucionais? Sim, se essas foram introduzidas pelo o poder reformador de
emenda ou de revisão, poderá haver o controle de constitucionalidade, mas se
forem normas oriundas do poder constituinte originário, não!

• Presunção da constitucionalidade das leis

O princípio da presunção da constitucionalidade das leis é um princípio basilar,


ou seja, se cogita que as leis quando elaboradas já foram feitas respeitando a
constituição e a hierarquização devida, dentro do ordenamento jurídico. Tendo
isso em mente, o controle de constitucionalidade deve (ou deveria) servir para
casos excepcionais; em decorrência da presunção da constitucionalidade das
normas. Ei, lembre-se que; declarar inconstitucional é diferente de revogar
norma.

O panda adverte²:
Tornar uma lei inconstitucional é manter ela no ordenamento e esvaziar sua
eficácia jurídica.

• Efeitos do controle de constitucionalidade


o Ex tunc
o Ex nunc

Ex tunc:
É relativa a teoria das nulidades, significa dizer que tudo o que aconteceu com
base naquela norma terá que ser desfeita, desde declarada incostitucional.
Desse modo decisão ex tunc é a decisão que terá retroatividade. Desde a
origem tudo será desfeito.

Ex nunc:
Uma decisão ex nunc será aquela que terá efeitos dali para frente. Desse modo,
da data da decisão para a frente a lei terá efeitos, o que já foi disciplinado
anteriormente por ela não sofrerá modificação.
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Exemplo: Existe uma lei A e ela é declarada inconstitucional, no entanto essa lei
já tem 5 anos em vigência, ela terá seus efeitos mantidos durante esses 5 anos
que esteve em vigência, mas da data decisão [que tornou ela inconstitucional]
para frente nunca mais [ex nunc] ela terá.

• Controle de constitucionalidade no brasil

Em regra geral:

No brasil o controle preventivo é feito pelo poder legislativo e executivo, mas


poderá ser feito pelo judiciário.

Já o controle repressivo é feito pelo judiciário, mas poderá ser feito pelo
executivo e legislativo.

No Brasil o controle de constitucionalidade será exercido pelas comissões


constitucionais. A comissão de constituição e justiça por exemplo é uma
comissão constitucional, estas servem como filtros para a constituição, elas que
elaboram as diversas normas que irão, por ventura, compor, efetivamente, a
constituição.

Quem faz o controle de constitucionalidade do executivo é o chefe do poder


executivo [o presidente]. Este tem o poder de veto, em todo ou em parte, e
deverá ser realizado em até 15 úteis. Caso o executivo concretize o veto o texto
retornará para o legislativo e este poderá votar novamente para que o projeto
passe da forma da mesma forma [sem atender as correções as quais fez o
presidente o vetar], desse modo seria aprovado a contragosto do executivo, e
caberia dizer que isso é o controle do controle.

O veto do executivo pode ser por interesse público ou por inconstitucionalidade.

É possível o judiciário fazer a retaliação antes mesmo da publicação?


Claro que sim, um caso recente foi o das dez medidas contra a corrupção. Mas
a ideia é que isso seja feito em caráter excepcionalíssimos, ou seja, deverá ser
feito sempre que houver inequívoco desrespeito ao devido processo legal.
RODRIGO BERNARDO
rodrigobernardo.jus@gmail.com

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL


PART. 2

No brasil o ocorre tanto o controle difuso quanto o controle concentrado.

• Difuso
O controle difuso é aquele que é realizado por qualquer juiz ou tribunal,
qualquer juiz que integre o poder judiciário. Quando feito pelos tribunais deve
ser observado a maioria absoluta de seus membros.
O controle difuso quando qualquer indivíduo que ingresse com uma ação tendo
em vista uma lei abusiva; por esse motivo se fala que o controle é difuso,
concreto e indireto.
No controle de constitucionalidade difuso, a ação de tornar uma lei
inconstitucional atinge apenas aquele caso em que o juiz está decidido, então só
terá efeito entre as partes, efeito inter partes.

O Senado tem capacidade de invalidar a decisão do supremo no caso deste tipo


de controle, conforme traz o artigo 52 da Constituição.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

• Concentrado
O controle de constitucionalidade concentrado é feito somente pelo supremo. O
resultado do controle feito pelo supremo terá efeitos vinculantes. No controle
concentrado, a decisão é de sentido erga omnes onde a decisão tomada pela
inconstitucionalidade da norma irá reverberar para todo o ordenamento e
esvaziará a eficácia daquela norma para todos os casos.

O panda adverte:
Tanto no controle concentrado quanto na difuso a decisão será ex tunc, onde a
lei tem seus efeitos esvaziados desde a origem.
RODRIGO BERNARDO
rodrigobernardo.jus@gmail.com

O quórum para decisoes ex tunc é de maioria absoluta. O supremo pode propor


decisoes com efeitos pro tempore ou diferido: essa decisão não retroage e nem
produz efeitos na data de sua promulgação. [Ver o caso da cidade de luiz
eduardo magalhaes]
As decisoes ex nunc necessitam de quórum com 2/3 e necessita de razão como
segurança jurídica ou de excepcional interesse social
RODRIGO BERNARDO
rodrigobernardo.jus@gmail.com

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
PARTE HISTÓRICA

No mundo:

• 1803 EUA, caso Marbury vs. Madison

O controle de constitucionalidade surge em 1803 nos Estados Unidos por meio


do caso Marbury vs. Madison. Este caso foi na corte suprema americana,
Marbury foi nomeado a juiz no governo Thomas Jefferson, e antes que ele
tomasse posse um novo presidente entrou, e este novo presidente não o
empossou, mesmo ele tendo sido nomeado. Marbury então, entrou na suprema
corte com um mandado de segurança, exigindo que fosse empoçado já que
houvera sido nomeado. Quando ele faz isso a suprema corte analisa seu pedido
dizendo que ele está certo, que ele atinge todos os requisitos necessários, mas
ele requereu uma lei infraconstitucional para resolução do caso. A suprema corte
chega a conclusão então que aquela lei invocada traz um rol de hipóteses, de
casos, e a constituição outros, logo a lei por ser infraconstitucional seria colocada
em status de inconstitucional.

Em regra, tenha sempre em vista que: Norma superior derroga norma inferior.

O juiz John Marshall chega a conclusão que por se tratar de conflitos de normas
a constituição prevalecerá por ser ela potencialmente e hierarquicamente
superior a quaisquer normas.

• 1920 Áustria – controle concentrado, principal ou direto,


Kelseniano/europeu

A ideia de Kelsen é que apenas um único juiz possa declarar a


inconstitucionalidade de uma norma. Mas que se deve aplicar sim este controle,
a solução dada foi criar uma norma que tenha legitimidade democrática e que
seja maior do que a dos juízes para fazer o controle de constitucionalidade.
RODRIGO BERNARDO
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É assim que Kelsen cria a corte constitucional cujo objetivo genuíno é fazer o
controle de constitucionalidade. Nesta corte os outros poderes poderiam indicar
quem iria fazer parte da corte e não somente o judiciário como no Brasil.
Desse modo, o controle austríaco é um controle concentrado na figura da
corte constitucional. Esta corte tem um aspecto rotativo, os ministros da corte
possuem um mandato.
Esta forma de controle é erga omnes

O panda adverte:
No Brasil o STF acumula as funções, sendo Suprema Corte e Corte de
Constitucionalidade ao mesmo tempo. No entanto, teóricos dizem que o STF não
é uma corte constitucional pois não segue os ritos clássicos para se enquadrar
como uma, assim como, o aspecto democrático.

No Brasil:

• Constituição de 1824 - Brasil

No Brasil o controle de constitucionalidade não existiu junto com a criação da


primeira constituição. Uma das razões era a existência do poder moderador.
Uma segunda razão é o princípio da separação dos poderes que teve influência
francesa e é a mais radical. A terceira razão era a existência do Dogma da
Supremacia do Parlamento (inglesa) que colocava o legislativo em posição de
superioridade e não dava ao poder judiciário autonomia para que fosse adotado
o controle de constitucionalidade.

O professor Dirley da Cunha vai dizer que:

“A Constituição Política do Império do Brasil de 25 de março de 1824 não adotou


nenhum sistema de controle da constitucionalidade dos atos ou omissões do
poder público. Isso se deveu, certamente, à decisiva influência que o direito
brasileiro sofreu da concepção inglesa da supremacia do Parlamento e do
dogma francês da rígida separação de Poderes. Dita influência resultava
cristalina da redação do art. 15, incisos VIII e IX da Carta Imperial, que assegurou
ao Poder Legislativo a atribuição de "fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e
RODRIGO BERNARDO
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revogá-las': bem assim de "velar na guarda da Constituição". Tal disposição


cuidou de assegurar o dogma da supremacia do Parlamento. ”.
p. 305. JÚNIOR, Dirley da Cunha. Curso de Direito Constitucional, cap. VII Controle de Constitucionalidade. 6ª edição.
Salvador, Bahia. Editora Juspodivm.

A implementação de fato do controle de constitucionalidade só vai surgir no


Brasil com a constituição de 1891, por conta da influência da doutrina americana.

No Brasil, foi aplicado o Controle Difuso de constitucionalidade, onde a


competência se encontra espalhada em toda e qualquer órgão do judiciário.

O controle de constitucionalidade americano é difuso, não existe lá o controle


concentrado. No Brasil o controle ele é concentrado e difuso e sempre será
ex tunc, pois o STF decidiu que mesmo tendo institutos europeus; a nossa
tradição é oriunda da doutrina americana e eles colocam como decisão ex tunc
aquelas normas cassadas pelo controle de constitucionalidade.

No brasil surgiu o caso de Marbury vs. Madison brasileiro [ver este caso]

• Constituição de 1891

O professor Dirley ilumina sobre este período dizendo que:

“Por influência da doutrina da judicial review norte-americana, a Constituição da


República dos Estados Unidos do Brasil de 24 de fevereiro de 1891 previu o
controle judicial da constitucionalidade das leis. Aliás, esse controle já aparecia
nítido desde a Constituição Provisória de 22 de junho de 1890. (Decreto n Q 510,
art. 58, § l Q, alínea b) e no Decreto n Q 848 de 11 de outubro de 1890, que
organizou a Justiça Federal (art. 9ª, parágrafo único, alíneas a e c).
Reproduzindo esses dispositivos, a Constituição de 1891 facultou recurso para
o Supremo Tribunal Federal, "quando se questionar sobre a validade ou a
aplicação de tratados e leis federais, e a decisão do tribunal do Estado for contra
ela" (art. 59, § l Q, alínea a). [...]

Em suma, no Brasil, somente a partir da Constituição de 1891 é que o Poder


Judiciário passou a titularizar a competência para exercer um controle de
constitucionalidade das leis e atos normativos do poder público, porém sob o
influxo do modelo "americano" da fiscalização difusa, incidental (por via de
RODRIGO BERNARDO
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exceção ou de defesa) e sucessiva da constitucionalidade dos atos normativos


em geral do poder público, que perdurou nas Constituições posteriores até a
vigente. No entanto, sem embargo desse grande avanço, o sistema, como
originalmente moldado, apresentava deficiências, pela possibilidade de existirem
decisões conflitantes entre os vários órgãos judiciários competentes para o
controle de constitucionalidade, circunstância que propiciava um estado de
incerteza no direito e uma pletora de demandas judiciais, que congestionavam
as vias judiciais ordinárias, já que as decisões sobre a constitucionalidade das
leis proferidas pelos juízes e tribunais operavam efeitos somente inter partes. Tal
situação agravava-se em face de inexistir, no Estado brasileiro, tradicionalmente
vinculado ao sistema da civil law de derivação romano-germânica, o princípio do
stare decisis, típico do sistema da common law, como já tivemos a oportunidade
de registrar acima. ” p. 306-307.

• Constituição de 1934 - Participação do Senado

Stare decisis é uma expressão em latim que se traduz como "respeitar as coisas
decididas e não mexer no que está estabelecido

Toda vez que o STF declara uma norma inconstitucional, ele declara um ofício
comunicando ao senado e o senado reconhecendo a competência do STF passa
a transpassar essa decisão ao ordenamento.

(Art. 52, X, CF88) sofreu uma mutação constitucional onde o seu entendimento
é mudado embora a redação permaneça.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

O senado, em 1934 é responsável de criar a cláusula de reserva de plenária. A


decisão de inconstitucionalidade por um tribunal necessitará do voto da maioria
absoluta do plenário ou do órgão especial.

Súmula vinculante n 10. Ainda que não haja declaração de inconstitucionalidade,


se a norma for afastada deverá ser respeitada a cláusula de reserva de plenária.
Dito de outro modo: O que ela significou foi que o STF não declarava a
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inconstitucionalidade por que ela teria que ser submetida ao congresso o que
acontecia era que o afastamento da norma para o dado caso.

Além disso, uma vez declarado a inconstitucionalidade, a turma não deveria se


submeter aquela questão uma outra vez.

Representação interventiva: a união não pode intervir no estado, pois são


esferas distintas. E o estado também não pode intervir no município. Porém
existem princípios sensíveis que a constituição intende que a intervenção é
necessária.

O professor Dirley trata:

A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 16 de julho de


1934 manteve o controle judicial difuso, incidental e sucessivo da
constitucionalidade das leis e atos normativos do poder público (art. 76, III, b e
c), introduzindo no sistema, contudo, relevantes inovações, "de sorte que, aos
poucos, o sistema se afastara do puro critério difuso com a adoção de aspectos
do método concentrado, sem, no entanto, aproximar-se do europeu" [...] Essa
ação direta interventiva representou o primeiro passo para o desenvolvimento,
entre nós, do controle "europeu" ou "concentrado" de constitucionalidade.” p.
308.

• Constituição de 1937 - Polaca

Vargas cria a possibilidade que através do voto dois terços, cada casa no
congresso, a norma declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal, tivesse a
constitucionalidade confirmada.

Neste mesmo ano, houve a participação do senado e com a representação


interventiva.

Dirley, por sua vez diz:

“A Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 10 de novembro de 1937,


autoritariamente imposta ao povo brasileiro, manteve, no essencial, o modelo de
controle da constitucionalidade inaugurado em 1891 (art. 101, III, alíneas b e c,
da CF/37). Por outro lado, trouxe um retrocesso, ao pretender enfraquecer a
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supremacia do Poder Judiciário no exercício do controle da constitucionalidade


das leis, possibilitando ao Poder Executivo tornar sem efeito a decisão de
inconstitucionalidade proferida pelo Tribunal, quando a lei declarada
inconstitucional, por iniciativa do Presidente da República, fosse confirmada pelo
voto de dois terços de cada uma das Casas Legislativas (art. 96, parágrafo
único). Ora, como na época não funcionava o Poder Legislativo, que não foi
convocado, cabia ao próprio Presidente da República exercer, mediante simples
decreto-lei, essa faculdade ”. p. 308-309.

• Constituição de 1946

Acaba com o autoritarismo da polaca de 1937 e retorna ao sistema que existia


em 1934. Não existe aqui uma inovação, mas é no bojo dessa constituição
que surge o controle de constitucionalidade concentrado, por meio da
emenda 16/1965. A partir dessa emenda, dizemos que ele é misto por que
contamos com as duas modalidades, o controle misto e concentrado. Porém
apenas o procurador geral da republica poderia propor Controle.

Mais uma vez nos dizeres de Dirley:

“A Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 18 de setembro de 1946


restaura a pureza da doutrina norte-americana da supremacia do Poder
Judiciário em matéria de controle de constitucionalidade. Efetivamente,
recuperada a democracia usurpada pelo regime anterior, caiu a arbitrária norma
do art. 96, parágrafo único, da Constituição anterior. Foi mantido o modelo
difuso-incidental de 1891 (art. 101, III) e reinseridas as inovações trazidas pela
Constituição de 1934 e suprimidas pelo regime de 37 (representação interventiva
e suspensão pelo Senado Federal da execução da lei declarada inconstitucional
pelo Judiciário). O Poder Judiciário reconquistou sua supremacia, cabendo a ele
a última palavra em questões de natureza constitucional [...]

Destarte, já aqui se encontrava perfeitamente definido um modelo misto ou


eclético de controle judicial de constitucionalidade, que combinava os sistemas
difuso-incidental, de competência de todos os juízes e tribunais nos casos
concretos sujeitos às suas apreciações, e concentrado-principal, de competência
RODRIGO BERNARDO
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exclusivamente do Supremo Tribunal Federal das leis e atos normativos


estaduais e federais em face da Constituição Federal, e dos Tribunais de Justiça
das leis e atos normativos municipais em face das Constituições Estaduais. O
sistema concentrado-principal, no entanto, encontrava-se até então limitado às
ações diretas de inconstitucionalidade por ação (representação genérica) e de
inconstitucionalidade interventiva (representação interventiva). ” p. 309-310.

• Constituição de 1988 – vigente

Promove a quebra do Monopólio da ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade -


é o instituto que possibilitou a socialização do controle de constitucionalidade
para todos e não mais, apenas, para a PGR – Procuradoria Geral da República
-.

Por fim, evocando mais uma vez a fala do professor Dirley, é dito:

“A Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de outubro de 1988


aperfeiçoou o sistema judicial de controle da constitucionalidade, mantendo a
combinação dos métodos difuso-incidental e concentrado-principal. Pelo método
difuso-incidental, todo e qualquer juiz ou tribunal pode exercer, por ocasião de
uma demanda judicial concreta, o controle da constitucionalidade dos atos e das
omissões do poder público, sobretudo em face da surpreendente criação, entre
nós, de ação especial de controle das omissões inconstitucionais do poder
público, isto é, do mandado de injunção, circunstância que não nega, porém, o
controle destas omissões, segundo defendemos, através de qualquer ação
judicial comum dirigida a qualquer juiz ou tribunal. Pelo método concentrado-
principal, por sua vez, só o Supremo Tribunal Federal pode exercer, em sede de
ação direta, e em abstrato, o controle da constitucionalidade dos atos normativos
federais ou estaduais em face da Constituição Federal e somente os Tribunais
de Justiça dos Estados e do Distrito Federal podem exercer, também diante de
uma ação direta, o controle da constitucionalidade dos atos normativos estaduais
ou municipais em face da Constituição Estadual. ” E ainda:

A Constituição de 1988 ampliou o modelo concentrado-principal da


constitucionalidade, com a instituição: a) da ação direta de inconstitucionalidade
por omissão, ao lado da já existente ação direta de inconstitucionalidade por
ação, ampliando a legitimidade ativa para a propositura destas ações e
RODRIGO BERNARDO
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quebrando o monopólio outorgado ao Procurador-Geral da República


(atualmente, o processo e o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade
perante o STF estão disciplinados na Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999);
b) da ação declaratória de constitucionalidade, com a previsão de efeito
vinculante das decisões de mérito, em face da EC nº 03/93 (igualmente, o
processo e o julgamento da ação declaratória de constitucionalidade perante o
STF estão disciplinados na Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999), e c) da
argüição de descumprimento de preceito fundamental (hoje disciplinada pela Lei
nº 9.882, de 03 de dezembro de 1999), d) mantendo, ademais, a ação direta de
inconstitucionalidade interventiva. ” p. 311-312.
RODRIGO BERNARDO
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ADI - AÇÃO DIRETA DE INCOSTITUCIONALIDADE

• Legitimidade Ativa
Quem tem legitimidade para fazer o controle concentrado de
constitucionalidade?
O executivo e legislativo da união e dos estados.

Existem dois tipos de legitimados; os universais e os especiais.


Os legitimados universais ingressam com a ADI, pode ingressar no judiciário
para tratar sobre quaisquer assuntos. Já os legitimados especiais devem
demonstrar interesse de agir, e que aquela demanda afeta a sua realidade.

São Legitimados Universais:


1. Presidente da República
2. Mesa do SFT
3. Mesa da CF
4. Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara do DF
5. Governador de Estado ou do DF
6. PGR – Procuradoria Geral da República
7. Conselho Federal da OAB
8. Partido político com representação no Congresso Nacional
9. Confederação Sindical ou Entidade de Classe do âmbito maioral

As exceções são:
1. Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara do DF
2. Governador de Estado ou do DF
3. Confederação Sindical ou Entidade de Classe do âmbito maioral

Então, por razões históricas. A constituição legitimou a OAB como único


conselho profissional de um conselho especial a ser legitimado universal. Isso
por que a OAB representa não só a classe dos advogados, mas assuntos que
são do interesse de uma gama de pessoas, como empresários advogados e
estagiários. Isso dá a OAB, uma responsabilidade no questionamento e na
RODRIGO BERNARDO
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manutenção do estado democrático de direito, ingressando com inúmeras ADIs


sobre questões que afetam a coletividade como um todo.

O panda adverte:
A OAB é único conselho profissional de um conselho especial a ser legitimado
universal.

• Modalidade
Quanto a modalidade:

o A ADI genérica,
Tem como finalidade declarar a inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo,
em face a inconstitucionalidade material ou formal. Essa ADI, serve para afastar
a lei do ordenamento, esvaziando seu poder de eficácia normativa.

o ADI para Omissão – art. 103, p. 2 da CF88


A omissão poderá ser ADM e/ou Legislativa. Existe prazo quanto a omissão
ADM, mas não legislativa, e isso não existe por conta do princípio da separação
dos poderes. “Em relação a omissão adm., o poder judiciário determinara que
ela venha a ser superada no prazo de 30 dias. Já em relação as omissões
legislativas, o poder judiciário, poderá reconhece-las, mas não estabelecer
quaisquer prazos obrigando ao poder legislativo que venha a legislar. ” RATIS,
Carlos.
Em síntese; se existe lei que obrigue que uma autarquia federal a dispor a uma
dada situação, e este não a faz, caberia uma ADI, por conta de uma omissão
ADM, mas se caso houvesse uma lei que obrigasse um ente da legislação a
fazer ou deixar de fazer algo, e este não fizesse; não caberia uma ADI, pois seria
contraposição dos poderes, ferindo o disposto no art. 64 sobre a separação de
poderes.
Desse modo, o grande objetivo da ADI por omissão é a função de exercer
pressão política.
RODRIGO BERNARDO
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o ADI interativa ou para representação


Só poderá ser proposta pelo MP, tanto da república quanto do estado. Mas, esta
via, passa a ser pouca utilizada, isso se dá pelo próprio processo dos
procuradores gerais de justiça.
“A ADI interventiva, tem como objetivo; declarar inconstitucional lei ou ato
normativo incompatível com a CF, dando início a processo de intervenção no
estado pela união, e no município pelo estado. A ADI interventiva, poderá ser
ajuizada quando os princípios constitucionais sensíveis forem violados, estes
princípios estão no artigo 37, XVII CF/88” RATIS, Carlos.
Se for a constituição quem faz é o supremo, se for pela constituição estadual
será o STJ

Os princípios constitucionais sensíveis compreendem o disposto abaixo:


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
RODRIGO BERNARDO
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ADC/ADCON (Ação declaratória de constitucionalidade)

• Legitimidade Ativa

A Ação Direta de Constitucionalidade é chamada de anti Ação Direta de


Inconstitucionalidade, ou ADI em sentido negativo, pois ela vai confirmar o que
já é constitucional.

O panda
O Brasil é o único país que apresenta ADC e surge por meio de emenda
constitucional é ela a emenda EC, n 03/93 depois foi criado a ADC n 01/DF pra
confirmar a legitimidade e legalidade dessa norma [criou-se um monstro].

• Cabimento

Quem poderia criar a ADC era a PGR, PRES. DA REP. MESA DA CAM. MESA
DO SENADO, no entanto, quem mais usava era o presidente da república.

Ela foi criada pois antes haviam criado muitas medidas provisórias, e havia a
ansiedade de buscar um instrumento que viabilizasse uma pacificação entre os
tribunais. O STF era convocado para gerir essas medidas excessivas, e assim
surge a ADC, pela lei 9.969/99 no artigo 14 onde diz que para a ADC ser
admitida/viabilizada no STF e imprescindível que a parte autora se enquadre na
chamada “existência de controvérsia judicial relevante”.

Na pratica, isso significa a junção de determinadas leis distintas. Ou seja, a parte


autora deveria juntar o que cada tribunal no Brasil julgou sobre aquela lei
especifica. Só assim, o STF admitiria a ADC, mostrando que essas decisões
proferidas pelos diversos tribunais foram desarmônicas entre elas.

Em relação ao número de ADC e ADIs o número de ADIs são muito maiores.


Pois as normas elas já são presumidamente constitucionais.

Somente em 2004, existe uma mudança, onde as mesmas pessoas que podem
propor a ADI podem propor a ADC, são eles:

10. Presidente da República


11. Mesa do SFT
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12. Mesa da CF
13. Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara do DF
14. Governador de Estado ou do DF
15. PGR – Procuradoria Geral da República
16. Conselho Federal da OAB
17. Partido político com representação no Congresso Nacional
18. Confederação Sindical ou Entidade de Classe do âmbito maioral

O panda adverte
Só cabe ADC em atos e leis federais

• Efeitos Da Medida Liminar

Lei 9868/98 artigo 91 vem falar sobre os efeitos que antecede a medida final
“concedida a medida cautelar, todos os processos que estiverem julgando a
aplicação daquela lei ficaram suspensos”

A suspensão de todos os processos que estão sendo discutidos sobre aquela lei
feral sobre o prazo de 180 dias sob pena de perda da sua eficácia. Se esse prazo
for ultrapassado os processos deveriam correr o seu rito processual, o que não
ocorre na pratica.

ADF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental)

• Legitimidade ativa- Os ? Legitimados do ADI

A ADPF se apresenta em vários países do mundo, com diferentes


nomenclaturas, mas com o objetivo semelhante. Por que importamos a ADPF?
Por que o legislador viu a necessidade de que qualquer pessoa da sociedade
pudesse fazer o controle de constitucionalidade concentrado. Lei da ADPF é a
lei 9.882/99, art. II.

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato


normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide
ADIN 2.231-8, de 2000)

II – (VETADO)
RODRIGO BERNARDO
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A Possibilidade de qualquer pessoa fazer o controle concentrado de


constitucionalidade foi vetado, o argumento foi que o legislativo e judiciário
seriam inundados por pedidos de controle de constitucionalidade.

• Cabimento

O que sobrou foi que a ADPF seria um ADI mais focada, neste caso com o
objetivo de querer preservar os preceitos fundamentais. Segundo Carlos. Rátis:
“Os preceitos fundamentais corresponderiam as normas constitucionais
materiais, ou seja, aquelas que tratam sobre a organização dos poderes, a
organização do estado, os direitos e garantias fundamentais. ” Desse modo, nem
toda e qualquer norma constitucional corresponderia a preceito fundamental.

• Princípio da Subsidiariedade

Seria a ideia que só seria possível se admitir a ação se caso não houvesse outra
via. A ADPF será admitida em duas hipóteses; em relação as leis estudais,
federais e municipais anteriores a constituição e quando lei municipal estiver
confrontando a constituição.

O panda adverte
Se for possível ADI, não será possível ADPF
RODRIGO BERNARDO
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ORGANIZAÇAO DO ESTADO

• Organização Político-Administrativo do Estado Brasileiro

O sistema federativo brasileiro é chamado de federativo de 3 voltas, pois


possuem a união os estados membros e os municípios. O DF é um ente
suigeneres.

A forma de organização político administrativo é o federalismo, onde não se é


admitido hierarquia entre o estes federativos. A união por exemplo, não tem
maior poder sobre os demais, o que ela faz é estabelecer a base sobre os demais
seres. Por esse motivo, os estados membros passam a exercer uma
competência remanescente, onde as principais competências ficam com a união
e as demais são distribuídas para os respectivos estados membros.

No Brasil, a partir de 88 é que os municípios são concebidos como estendes


federativos, antes eram concedidos como entidades administrativas do estado.
Os entes federativos devem apresentar autonomia legislativa, administrativa e
autonomia financeira, dentre outras. Com isso, cada ente federativo tem seu
próprio órgão legislativo, se auto legislando através de suas câmaras de
vereadores. Na autonomia administrativa é apresentado um conjunto de órgãos
próprios, como diversas autarquias e fundações municipais e a autonomia
financeira, o que no plano pratico não é uma autonomia, pois estes ficam a mercê
da união, pois sua receita é tangencialmente menor do que a da união.

• Território – art. 18. p. 2, c/ com o art. 33 (art. 18 e 19)

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado
ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar

Os entes federativos são autônomos, mas não soberanos, os entes não podem
atentar contra a soberania interna ou externa do pais.
RODRIGO BERNARDO
rodrigobernardo.jus@gmail.com

Território não é ente federativo, e atualmente não existe no Brasil, se existissem


poderiam ser divididos em municipios.

• Estados

Titulo III Das organizacoes dos estados - art. 18. p. 3

18§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para


se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.

Requisitos:

Quem trata sobre a região metropolitana é assembleia legislativa do estado e


não dos municípios, pois isso afetaria uma série de outros municípios, portanto
o interesse é compartilhado entre vários municípios, desse modo é o estado
quem faz o controle e gerenciamento dessa região metropolitana

• Municípios

“O art. 18, p 4 da CF deve ser estudado em dois períodos:

a) De 5 de outubro de 88 até a promulgação da emenda constitucional 15


de 12/09/1996 quando eram exigidos apenas dois requisitos para a
criação de novos municipios. Quais sejam: a realização de plebiscito com
a população interessada e a aprovação de lei estadual. ” Milhares de
munícios foram criados com isso.
b) Da emenda 15 aos dias atuais foram trazidos 3 requisitos, são eles: lei
complementar federal estabelecendo prazo para criação, aprovação
mediante plebiscito, estudo de viabilidade municipal.

• Território Federal

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