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Caderno constitucional

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#Constituição: conceito, origem, classificação


1 – Conceito
Direito constitucional é o direito publico fundamental por referir-se
diretamente à organização e fundamento do estado.
“Organização jurídica e política de um estado. Lei máxima.”

2 - Classificações
2.1 Quanto a origem - significa com o nascimento da constituição que, se
dá por democracia, outorgada, cesarista e pactuadas ou dualistas.
Promulgadas, democráticas, votadas ou populares é aquele fruto de uma
assembleia nacional constituinte, eleita diretamente pelo povo que é a
constituição federal de 1988, depois de passar por um período militar
autoritário.
Outorgadas são aquelas impostas por um agente revolucionário que não
recebeu do povo a legitimidade para, em nome dele, atuar.
Cesaristas ou bonapartistas são aquelas que não são propriamente
outorgadas, nem democráticas, ainda sim criadas com a participação
popular, vez que, essa visa apenas ratifica a vontade do detentor do poder.
Pactuadas ou dualistas são aquelas que nascem através de um pacto entre
as classes dominantes e oposição.
2.2 – Quanto a forma
As constituições podem ser classificadas como escritas(instrumentais) ou
costumeiras (não escritas).
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2.3 Quanto a extensão
Quanto a extensão, é classificada de duas formas, que são elas:
2.3.1 Básicas, sucintas, sintéticas, breves e sumarias, aquelas constituições
que preveem somente princípios e normas gerais, organizando e limitando
o poder do estado apenas com diretrizes gerais mínimas, não firmando
detalhes.
2.3.2 são as constituições analíticas, amplas, extensas, largas, prolixas
desenvolvidas, volumosas e inchadas, aquelas que abrangem todos os
assuntos relevantes, como a constituição de 1988.
2.4 – Quanto o conteúdo
Quanto o conteúdo é dividido em material e formal.
Matéria quer dizer que está previsto na constituição apenas matéria de
valor constitucional, referente a estrutura do estado, organização do
poder, bem como direitos fundamentais e garantias, inseridas ou não
no texto escrito.
Já a constituição formal, que é a de 1988, está previsto conjunto de normas
escritas inseridas no bojo na constituição, tendo essas normas valor
constitucional ou não.
Ex: artigo 242, parágrafo 2º da Cf.
“Valor constitucional diz respeito (estrutura do estado, organização do
poder, bem como direitos fundamentais e garantias, inseridas ou não
no texto escrito)” que, nas constituições
2.5 – Quanto a elaboração
Dogmáticas que são as constituições escritas, elaboradas por um órgão
designado para esse fim, assembleia legislativa
Históricas que são constituições consuetudinárias, fruto de uma lenta e
continua síntese da história de um povo.
2.6 – Quanto a estabilidade ou alterabilidade
A constituição brasileira é classificada como rígida, que é aquela que
possui um processo legislativo mais dificultoso para sua alteração. (por
nossa constituição federal ter no seu corpo cláusulas pétreas, há quem diga
que pode se tratar de constituição super rígida).
2.7 - Quanto à dogmática
Ortodoxa são aquelas constituições formadas por apenas uma ideologia.
Ecléticas são aquelas formadas por ideologias diversas.
“No que tange ideologia, pode-se entender doutrinas diversas”
2. 8 - Quanto ao critério ontológico
A constituição é normativa
“Constituição federal de 1988 é uma constituição normativa, que, segundo
a doutrina é aquelas cujos limites ao poder político, estabelecidos em seu
texto, são de fatos respeitados.”
Classificação da constituição: Formal, rígida, escrita,
dogmática, promulgada, analítica, dirigente, normativa e
eclética.
3 – Teoria da norma constitucional
3.1 – Constituição: um sistema aberto de normas
A constituição é entendida como um sistema aberto de normas, isso porque
ela interage com a realidade político-social de onde ela advém, e apta a
acompanhar a evolução e adaptar-se às transformações sociais.
3.2– Aplicabilidade ou eficácia das normas constitucionais
3.1.1 normas constitucionais de eficácia plena são normas que, desde sua
promulgação e entrada em vigor, irradiam imediatamente todos os seus
efeitos, sem precisar da atuação do legislador.
Ex: diretos e garantias fundamentais, as normas de competência dos entes
federativos, dentre outras. Artigo 5, caput.
3.1.2 – Normas de eficácia contida
São normas que também desde sua promulgação tem eficácia imediata,
porém, pode haver normas constitucionais que limite seus efeitos.
Ex: artigo 5, VII e XIII da constituição.
3.1.3 – Normas de eficácia limitada
Normas de eficácia limitada, por sua vez, são normas que precisão desde
sua promulgação e entrada em vigor a ação do legislador para
complementá-las. Sendo consideradas normas de aplicabilidade indireta,
mediata e reduzida. Artigo 131 da constituição
4 – Preambulo da constituição
É definido por jurisprudência que o preâmbulo da constituição não possui
caráter obrigatório, não criando direitos nem obrigações.
5 – Hermenêutica constitucional
5.1 - Mutações e reformas constitucionais
5.1.1 - Reforma constitucional deve ser entendida como a modificação do
texto tradicional, por meio de emendas constitucionais, tendo por finalidade
a alteração, supressão ou acréscimos de dispositivos do texto
constitucional.
5.1.2 - Mutação constitucional é a forma informal de se alterar a
constituição, sendo essa alteração apenas no sentido da norma
constitucional(interpretação) e não no texto da lei. Sendo o STF, o
principal responsável por fazer as mutações constitucionais.
EX, de mutação constitucional: O exemplo clássico de mutação no
Direito Constitucional envolve a expressão "casa", prevista no
artigo 5º, XI da CF, que possui o seguinte texto: "a casa é asilo
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial".

Neste caso, a palavra "casa" é interpretada não apenas como


"residência", mas também compreende o local de trabalho, norma
construída a partir da interpretação usualmente feita pelos nossos
aplicadores do Direito no Brasil.

5.1.3 interpretação conforme a constituição


Diante de diversas interpretações para determinada norma, a mais
compatível socialmente e constitucionalmente será a mais adequada.

5.1.4 - Repristinação – quando uma lei volta a vigorar, depois que a lei
que a revogou é revogada. Porém é necessário estar expresso em lei, não
havendo repristinação automática.

5.2– Conflito entre princípios


- Regra adota o conceito de tudo ou nada, é valido ou não.
- Já os princípios adotam o peso ou importância.

Só é determinado o grau de determinado princípio no caso concreto.


Sendo determinado o grau de determinado princípio, é adotada a
metodologia de ponderação de princípios de Robert Alexy, dividida em
três partes.

1ª adequação – o juiz quando na decisão do caso deve indagar se a


medida adotada pelo poder publico promove o fim almejado, ou, ao
menos, mostre- se capaz de incentivá-lo.

2ª Necessidade – dentre todos os meios entendidos como eficazes, deve-


se buscar o menos invasivo.

3ª Proporcionalidade em sentido estrito – deve-se aferir a relação custo-


benefício.

5. 3 – Correntes interpretativas e não interpretativas

5.3.1 - Métodos de interpretação

Método jurídico-

6 - Poder constituinte

Poder constituinte é o responsável pela criação, elaboração, reforma e


mutação das constituições.
Poder constituinte originário ou 1º grau – é o poder que cria
constituição.
Histórico - porque institui pela primeira vez, um determinado estado.
Revolucionário – mudança de ordem estatal, criação de outra constituição.

6.1 - Características
Soberano – ponto de partida de todo regramento do estado, exercida de
poder soberano.
Autônomo – é feita de forma autônoma, estruturada como o Poder
originário determinar
Inicial – que inicia um estado, inicial.
Incondicionado – não está vinculada a ordem jurídica anterior, não
encontra limitações em outros textos constitucionais.
Ilimitado juridicamente
Poder político

Poder constituinte derivado ou 2º grau


O poder constituinte derivado é: secundário, dependente, limitado,
condicionado e poder jurídico.

É condicionado aos limites impostos ao poder constituinte originário.


Tendo esse poder de modificar a constituição federal por meios
estabelecidos em lei e, criar constituições estaduais.

Decorrente – poder jurídico limitado pelo poder originário. Poder


decorrente cria e modifica constituições estaduais. Artigo 25, artigo 34,
VII, da CF.
Reformador – alterar a constituição por meio de emendas constitucionais,
respeitando as limitações feitas pelo poder constituinte originário
Revisador – vinculado aos termos estabelecidos pelo poder originário,
sendo possível revisar somente após 5 anos.
Ativismo judicial é a tentativa do poder judiciário de ter um poder mais
amplo e intenso na concretização de fins constitucionais. Tendo ele, o
poder judiciário, interferência significativa, é uma maneira de dizer que o
estado democrático de direito não está sendo respeitado.
#Direitos fundamentais

1. Introdução
Direitos humanos é diferente de direitos fundamentais
O primeiro é matéria de proteção internacional que, vale-se para os seres
humanos sendo aplicados pela jurisdição competente. Enquanto direitos
fundamentais é visto como a proteção interna dos indivíduos, pelo estado.

Características dos Direitos fundamentais


Historicidade: os DF são construções históricas, e tendem a variar
conforme a sociedade, por isso, nada está garantido.

Universalidade: a titularidade dos DF é reconhecida a todos os indivíduos,


de fato ou potencialmente, sem distinções arbitrárias. Em geral, pela mera
condição de indivíduo.
Limitabilidade e relatividade: os DF podem ser restringidos, desde que
para promoção de outro DF, ou de objetivos do Estado reconduzíeis ao
bem-estar da sociedade. Roberty Alexy: Pode-se restringir uma
propriedade detrimento de um plano estatal que é reconduzível a
sociedade brasileira.
Concorrência: os DF concorrem entre si, isto é, inevitavelmente entram em
colisão.
Irrenunciabilidade: DF, em princípio, são indisponíveis. Não podem ser
dispostos livremente, salvo em caso de patrimônio (direito patrimonial).
Lei nº 8.809: Impenhoridade do bem de família, único imóvel em que a
família reside não pode ser dado em garantia. Caso ocorra, a cláusula é
nula. Restringe a propriedade, pois ela assegura outros direitos
fundamentais
Inalienabilidade: veda a transferência da titularidade dos direitos
fundamentais a terceiros. Não é exercido por outrem, não podem ser
praticados em nome de outra pessoa. (Ex. de exceção: procuração)
Imprescritibilidade: prevê que a possibilidade de exercício de um direito
fundamental não se extingue pela sua não utilização. A titularidade nunca
cairá em desuso.
Direito Fundamental ≠ Garantia Fundamental
Não há hierarquia entre direitos e garantias fundamentais, ambas estão
no mesmo patamar presente na CF.
Não há uma diferenciação precisa entre direitos e garantias, mas, uma
diferenciação possível é de que os direitos têm natureza material enquanto
as garantias têm uma natureza instrumental,
os direitos têm uma natureza material, protegendo o bem da vida.
Nesse sentido, se fala direito à vida, à liberdade, à saúde etc.
A garantia tem natureza instrumental ou assecuratória, na medida em
que sua função é assegurar a proteção ou efetividade de um direito. A
garantia tem como finalidade a proteção/exercício do direito, por isso a
garantia tem uma natureza instrumental, pois é na realidade um instrumento
para a proteção do exercício do direito.
É como se o direito tivesse uma existência autônoma, já a garantia tem
que ter um direito para proteger.
Dentro de garantias há algumas delas que são especiais, são chamadas
de remédios constitucionais como: Habeas Corpus, Mandado de
segurança e Habeas Data.
O Habeas Corpus protege o direito fundamental de liberdade, a
liberdade de locomoção.
O mandado de injunção é um mandado para garantir o exercício
individual de um direito fundamental de um direito não regulamentado.
O Habeas Data serve para obter informações pessoais em posse da
administração pública.

2. Os quatro status de Jellinek


1 - Antes do reconhecimento dos direitos humanos, os indivíduos tinham
consigo o status passivo que, se encontravam na posição de subordinado
do estado. Apenas dever
2 – No status passivo o indivíduo deixa de ser súdito do estado e passa a
ter personalidade. Estado não intervém nas decisões dos indivíduos.
Oposição ao estado
Direitos de defesa: propriedade, religião.
3 – Status positivo o indivíduo se torna sujeito de direitos. Direitos
prestacionais e sociais.
O indivíduo passa a ter direito de exigir do estado uma atuação positiva em
seu favor, oferecendo serviços e bens.
4 – Status ativo o indivíduo como cidadão, sujeito de direito e participe da
formação estatal. – Direitos políticos
EVOLUÇÃO: indivíduo deixa a condição de súdito – quando tinha apenas
deveres – e passa a ser reconhecido como cidadão.

3. Dimensões dos direitos fundamentais


1 – Primeira dimensão – os direitos de primeira geração são os direitos
civis e às liberdades individuais.
Protege a pessoa por ser pessoa
Direitos civis e políticos.
“direitos de resistência ou de oposição perante o estado”.
2 – Segunda dimensão – os direitos de segunda dimensão dizem respeito
aos direitos sociais, culturais e econômicos.
Foco nas relações sociais
Direitos de igualdade
3 – Terceira dimensão – diz respeito a direitos transindividuais, tendo
como objeto principal a proteção da coletividade.
Proteção do meio ambiente
Proteção do consumidor
Direitos de solidariedade
4 – Quarta dimensão – a quarta dimensão dos direitos fundamentais está
relacionada com a engenharia genética, mudança de sexo e questões
similares. Trazendo assim uma nova fase de reconhecimento de direitos
fundamentais.
5 - Quinta dimensão – Na quinta dimensão diz respeito do direito a paz.
Resolução de conflitos no âmbito internacional

Atrairia a proteção internacional para além das jurisdições nacionais.

4. Tutela constitucional das liberdades

Organização dos estados

1 – Organização político-administrativa
O estado brasileiro é forma federativa de estado e forma republicana de
governo. Todos os entes são dotados de autonomia, que são eles: união,
estados-membros, distrito federal e municípios.

2 – Intervenção federal

3 – Imunidades parlamentares

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