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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: aglutinadas em um texto solene, mas baseadas em

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São costumes, convenções, jurisprudência e leis


Paulo: Editora Atlas S.A.. 2005 esparsas. Percebe-se que a Constituição escrita é o
mais alto grau de estatuto jurídico de determinada
O presente resumo aborda o primeiro capítulo da sociedade.
obra “Direito Constitucional” escrita por
Alexandre de Moraes. Nela, explica que a gênese Além disso, há a classificação das Constituições
do constitucionalismo está relacionada às quanto ao modo de elaboração. Que podem ser
Constituições dos Estados Unidos da América constituições dogmáticas e constituições
(1787) e da França (1791). Apresenta traços históricas. As dogmáticas são o produto escrito e
marcantes, como a organização do Estado, bem reunido num corpo de doutrina por um órgão
como a limitação do poder estatal, atrvés da constituinte. Já as históricas são resultados de uma
prevenção de direitos e garantias fundamentais. lenta e contínua reunião da história e da tradição
Além disso o autor define o Direito Constitucional de determinada comunidade. Há também o
como um ramo Público do Direito, e com aspecto da origem das constituições, que podem
destaque por ser essencial à organização e ser promulgadas e outorgadas. As constituições
funcionamento do Estado, à articulação dos promulgadas são democráticas ou populares. E as
elementos primários do Estado e ao constituições outorgadas são elaboradas sem a
estabelecimento das bases da estrutura política. participação popular.
Também, fala-se do objeto da constituição política
do Estado, que é estabelecer organização de suas Outro tipo de aspecto que o autor classifica a
instituições, além de prever diversos direitos. constituição é quanto à estabilidade, que podem
Enfim, a Constituição exerce uma dupla função: ser constituições imutáveis, rígidas, flexíveis e
garantir o que já existe, e programar, traçar uma semirrígidas. As constituições imutáveis são
linha de direção para o futuro. aquelas em que se veda qualquer alteração. Já as
constituições rígidas são aquelas que podem ser
Ademais, Alexandre discorre que juridicamente, a alteradas, mas para que isso ocorra, se faz
Constituição deve ser entendida como lei necessário um processo legislativo mais solene e
fundamental e suprema de um Estado, que possui dificultoso do que o existente para edição das
normas que se referem à forma de governo e demais espécies normativas. Enquanto as
aquisição do poder de governar, à formação dos constituições flexíveis via de regra não são
poderes públicos, além de distribuição de escritas, e excepcionalmente são escritas, podem
competências, direitos, garantias e deveres ao ser alteradas pelo processo legislativo ordinário. E
cidadão. Também é de responsabilidade da por fim, as constituições semi-flexíveis são
Constituição individualizar órgãos. Os órgãos aquelas em que algumas regras podem ser
competentes para edição de normas jurídicas, alteradas pelo processo legislativo ordinário,
legislativas e administrativas. enquanto outras regras podem ser alteradas por
um processo legislativo especial, mais dificultoso.
Seguindo a temática da Constituição, o autor
aborda classificações das Constituições. Essas Também há a classificação das constituições sob o
classificações são divididas sob vários aspectos. ponto de vista da sua extensão e finalidade. Há as
Um deles é quanto ao conteúdo da Constituição. E constituições analíticas e as sintéticas. As
nesse aspecto do conteúdo há dois tipos – constituições sintéticas preveem apenas os
constituições materiais ou substanciais que princípios e as normas gerais de regência do
consistem no conjunto de regra materialmente Estado, organizando-o e limitando o seu poder,
constitucionais, que sejam ou não codificadas, e através da estipulação de direitos e garantias
há também as constituições formais que são fundamentais. E as constituições analíticas
consubstanciadas de forma escrita. examenam e regulam todos os assuntos que
entendam importantes à formação, destinação e
Há também o aspecto da classificação da funcionamento do Estado. Então, diante essas
Constituição sob o ponto de vista da forma. classificações das constituições, Alexandre de
Existem as Constituições escritas que são Moraes apresentou que a Constituição Federal de
conjuntos de regras codificado e organizado em 1988 apresenta estas classificações: formal,
um único documento, e as Constituições não escrita, legal, dogmática, promulgada, rígida,
escritas, que são conjuntos de regras não analítica.
pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao
Ademais, o autor fala a respeito da aplicabilidade racismo; cooperação entre os povos para o
das normas constitucionais. Que podem ser de progresso da humanidade; concessão de asilo
eficácia plena, contida e limitada. As normas político.
constitucional de eficácia plena são aquelas que
coma entrada em vigor tem a possibilidade de https://www.studocu.com/pt-
produzir ou produzem todos os efeitos essenciais, br/document/universidade-estadual-do-
enquanto que nas normas constitucionais de piaui/direito-constitucional/resumo-direito-
eficácia contida o legislador regulou de forma constitucional-alexandre-de-moraes/4445819
suficiente os interesses relativos, no entanto
deixou margem à atuação restritiva por parte da
competência ilimitada do poder público. Já as
normas constitucionais de eficácia limitada
apresentam aplicabilidade indireta, mediata e
reduzida.

O autor fala sobre normas programáticas, e cita


Tercio Sampaio Ferraz Júnior que diz que eficácia
técnica é limitada. E diz também que a eficácia
social depende da própria evolução da sociedade,
ou seja das situações de fato. Por isso, possui-se
uma aplicabilidade dependente. Além disso,
Alexandre fala sobre a interpretação das normas
constitucionais, desse tema ele relata que no caso
de normas com várias significações possíveis,
deverá ser buscada a significação que esteja
conforme as normas constitucionais, evitando
assim sua declaração de inconstitucionalidade e
consequentemente ser retirada do ordenamento
jurídico.

Retomando o tema da Constituição Federal de


1988, Alexandre fala sobre o preâmbulo
constitucional que pode ser definido como
documento de intenções do diploma. Além disso,
o autor aborda os fundamentos da República
Federativa do Brasil, que consistem em: a
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político. Alexandre fala
também dos fundamentos da República Federativa
do Brasil, que consiste em: construir uma
sociedade livre, justa e solidária; garantir o
desenvolvimento social; erradicar a pobreza e
marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais; promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Por fim, o autor aborda os princípios de regência


das relações internacionais da República
Federativa do Brasil que são: independência
nacional; prevalência dos direitos humanos;
autodeterminação dos povos; não-intervenção;
igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução

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