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CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO

Para o STF não há uma única forma de se perceber e interpretar a Constituição.

1 - Sociológica (Ferdinand Lasale – Essência da Constituição) - um somatório dos


fatores reais do poder.

Não dá importância ao texto expresso. Tá aí sua falha.

Expressão “fato”

2 - Política (Carl Shimitt – Teoria da Constituição) -> A constituição como uma


decisão política fundamental. Será Constituição aquilo que versar sobre a estrutura do
Estado. Todas as normas que não versem sobre a decisão política fundamental são
consideradas um conjunto de leis formalmente constitucionais.

Constituição é também cultura, história que também possuem o mesmo valor


que as normas oriundas da decisão política fundamental.

3 - Jurídico/Positiva/Normativa (Hans Kelsen – Teoria Pura do Direito) -> É


fruto da vontade racional do homem, do “dever ser”. É uma norma pura desprovida
de conteúdo valorativo, seja social, cultura, etc.

4 – Culturalista total (Meirelles)-> Seria uma formação objetiva de cultura,


encerrando elementos históricos, sociais, racionais.

A importância do papel da vontade humana na formação da constituição.

6 – Constituição Aberta (canotilho) -> É aquela que caminha com a sociedade, e


muda de acordo com a necessidade de mudança da sociedade. Há um dialogo com a
sociedade.

Normas Formalmente Constitucionais -> Normas que estão postas na CF/88, mas
que não aborda matéria típica constitucional. Ex: Art. 242, §2º que fala do Colégio
Pedro Segundo.

Normas Materialmente Constitucionais -> Normas que tratam de matérias típicas de


constituição, mas que não estão na carta magna.

Constituição Formal -> É o conjunto de normas formalmente constitucionais. É o que


se tem na CF/88.

Constituição Material -> É o conjunto de normas materialmente constitucionais,


estejam ou não na CF. É ficção, pois não tem manifestação física.

Também pode ser chamada de bloco de constitucionalidade, de origem francesa,


que traz esse traço, mas com fito de controle de constitucionalidade.

Ampliação de Parametricidade Constitucional

Consequência da aceitação do bloco de constitucionalidade, é uma tendência de


alargamento do parâmetro de constitucionalidade para além da carta magna.

O principal fundamento para essa teoria no Brasil – Tratados sobre DH – Ingresso no


ordenamento.

MODELOS DE CONSTITUIÇÃO

PROCEDIMENTAL -> Para os procedimentalistas, a Constituição é uma moldura de


direitos que deve regular apenas o processo deliberativo da sociedade, ou seja, deve
preservar os canais democráticos de formação da vontade, de modo que a própria
sociedade deve escolher sobre a implementação dos direitos previstos na Constituição.
Democracia Deliberativa. De toda sorte, os procedimentalistas pensam a
constituição autocontida, devendo se limitar a definir as regras do jogo político.
Não tem muita preocupação com os direitos fundamentais.

SUBSTANCIAL -> (Canotilho) Constituição Dirigente, em um sistema onde o Poder


Judiciário exerce amplo papel de consolidação dos direitos fundamentais,
implementando direitos sociais sem freios.

Na vertente substancialista, é legítimo que os Juízes determinem a realização de políticas


públicas, bastando a inércia do Poder Executivo.

LIBERAL -> Teve início com as revoluções liberais Francesa e Americana, onde se
buscava a garantia de liberdades individuais a partir da suplantação do autoritarismo do
Estado.

ABERTA DOS INTÉRPRETES DA CONSTITUIÇÃO -> ¹a ampliação do círculo de


intérpretes da Constituição, não sendo tarefa exclusiva do Judiciário; ²a
interpretação deve ser um processo aberto e público, onde se vislumbra na figura
do amicus curie e da realização das audiências públicas; ³e a CF deve estar conectada
a realidade, que se afigura pelo fenômeno da mutação constitucional, que é instrumento
de conectar a CF à realidade.

CLASSIFICAÇÃO/TIPOLOGIA

1 – Quanto a origem

Promulgadas: Também chamadas de democráticas ou populares, e são aquelas


oriundas da vontade do povo.

 Constituição participativa/colaborativa da Islândia de 2012. É uma


constituição produzida diretamente pelo povo, o que traz uma forte
densidade democrática a este tipo de carta magna.

Cesarista: Oriunda da outorga, mas sujeita ao crivo popular. Venezuela

Outorgadas: São impostas unilateralmente.

Pactuada: decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo mais de um


titular do poder constituinte. Um exemplo é a Carta Magna de 1215, que decorreu de
um acordo entre o rei e a nobreza.

2 – Quanto a forma

Escritas

Não escritas - > Embora possa haver documentos escritos, estes não estão reunidos em
um único códex. É o caso da Inglaterra, Israel.

3 – Quanto a sua extensão

Sintética/Concisa/Breve -> Preocupa-se com normas essencialmente constitucionais


que caracterizam o estado. Exemplo da Constituição dos Estados Unidos.

Constituição Analítica/prolixa -> Possuem vários artigos, e além de traçar normas


essencialmente constitucionais, traz conteúdo programático de políticas sociais.

4 – Quanto ao seu conteúdo

Materiais -> Normalmente não escritas.


Formais -> Normalmente escritas.

5 – Quanto ao modo de elaboração

Dogmática/Sistemática -> Respira o momento em que foi criada. Mais instáveis.

Histórica -> Não guarda relação com o momento do Estado. São mais estáveis.

6 – Quanto a alterabilidade/estabilidade

Flexíveis -> São alteradas de forma mais simples por meio de processo legislativo
comum.

Semi Rígida -> É hibrida no que atine sua alteração, exigindo para determinadas
mudanças uma sabatina maior, cheia de requisitos específicos, e para outras a alteração
se dava de forma mais simples. É o exemplo da Constituição Imperial de 1824.

Fixa -> Só pode ser alterada por uma nova manifestação do poder constituinte
originário.

Rígida -> São aquelas que só podem ser alteradas por processo legislativo mais
solene e rigoroso que o processo para elaboração das demais leis. É a do Brasil.

Super Rígida -> Por comportar cláusulas pétreas, a CF/88 poderia ser considerada como
sendo super rígida. É o entendimento de Alexandre de Moraes.

7 – Quanto à finalidade

Dirigentes/Programáticas -> São constituições, em regra, analíticas. Estabelecem


metas a serem cumpridas por parte do Estado, repleta de direitos sociais.

Garantias/Negativas/Liberais -> São, via de regra, sintéticas. Tem preocupação em


legitimar e limitar a atuação do Estado.

9 – Correspondência ou não com a realidade (critério ontológico)

Normativa -> É aquela que conseguiu regular no texto constitucional à realidade do


país. Há uma integração no que diz o texto e o que vive a comunidade.

Nominativa -> É aquela feita para atender aos anseios da realidade, mas por
determinados motivos, ainda não conseguiu ser efetiva. Ainda não saiu do plano
ideal.

Semântica -> Não é feita com compromisso da realidade do Estado, sua finalidade é
tão-somente para reforçar o poder do governante.

Para a maioria da Doutrina, a nossa Constituição Federal seria normativa. É o


entendimento de Pedro Lenza.

OBJETO DA CONSTITUIÇÃO

Normas tipicamente constitucionais:

Poder político e divisão do exercício

Direitos Fundamentais e garantias.

A todo direito corresponde uma garantia que o assegura. E a toda garantia


corresponde um remédio constitucional que a torna eficaz.

Normas Constitucionais
Vigência: É igual a existência. Se dá a partir da sanção ou veto.

Diferença entre revogação e declaração de inconstitucionalidade?

A norma declarada inconstitucional é tida por falta de validade. O controle de


constitucionalidade não afeta a vigência da norma.

Já a revogação é um ataque á vigência por norma posterior de igual ou superior


hierarquia.

Durante a vacatio legis a norma tem vigência e presunção relativa de validade, mas
não tem eficácia.

Eficácia Social -> É a qualidade da norma que é efetivamente cumprida pelo meio
social.

Elementos de Constituição

Orgânicos: Estrutura

Limitativos: Direitos de 1ª Geração

Socio ideológicos: 2º Geração

Estabilização: Solução de conflitos atípicos -> Controle de const. e intervenção federal

Formais de aplicabilidade: Preâmbulo

Sobre o preâmbulo:

Teoria Jurídica: É peça pertencente à CF/88.

Teoria Política: (A. Morais) Não é peça de direito, mas política.

STF entende que não possui eficácia jurídica, servindo apenas de base para
interpretação.

EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Thomas Colley, defendia uma visão bipartida/clássica. Dividia em normas self-


executing e not self executing provisions. Na mesma linha Pontes de Miranda.

 Teoria Tripartida de JOSÉ AFONSO DA SILVA

Plenas: Exemplo das normas que tratam dos remédios constitucionais.

Contidas: Também não dependem de atuação futura do poder público para produzir
seus principais efeitos, mas podem sofrer restrições do Poder Público. Tem
incidência, direta e não é integral.

Não gera omisso inconstitucional, haja vista que o legislador infraconstitucional goza de
faculdade na atividade de condicionar o direito consagrado na CF.

Limitada: Dependem da atuação do Poder Público.

Em resposta aos que entendem que as normas de eficácia limitada tem eficácia
negativa, vale dizer que todas as normas constitucionais produzem efeitos
jurídicos, no mínimo três, posto que ¹se prestam a parâmetro de controle de
constitucionalidade, ² parâmetro para recepção ou não de norma pré-
constitucional e ³de fonte para interpretação das normas.

PODER CONSTITUINTE
Poder Constituinte Derivado (art. 11 do ADCT) -> É o responsável por respaldar as
alterações do texto constitucional (poder reformador), e também legitimar a criação das
constituições estaduais (poder decorrente). Poder de 2º grau.

 Estados unitários não possuem estados membros, portanto não há se falar


nestes casos de poder constituinte derivado decorrente.

O titular deste poder é o povo.

O exercício deste poder pode ser direto ou indireto.

1 - Características do Poder Constituinte Originário

a) Possui liberdade jurídica

b) Inicial

c) Incondicional -> Não está ligado a uma forma. Pode ser até por meio de um
golpe.

d) Ilimitado ->

d.’ -> Jurídica: Está ligado à matéria, posto ser ilimitado que a nova
constituição não tem compromisso jurídico com o que existia no texto da
constituição anterior.

d’’ -> Metajurídica -> Enfrenta limitação de ordem metajurídica previstas


no direito natural (vida, igualdade, dignidade), posto que com este
guarda compromisso.

e) **Permanente -> Para alguns autores, Gilmar Mendes se inclui, o poder


constituinte não se esgota, não se esvai quando da criação da constituição, mas
vive até que vida tenha sua constituição.

As características do Poder Constituinte derivado é a contramão do que se viu acima.

PODER CONSTITUINTE DIFUSO (GEORGE BURDEAU) -> Ele embasa o processo de


reforma informal da constituição, conhecido como mutação constitucional.

Municípios e DF possuem leis orgânicas.

O PODER REFORMADOR

O núcleo do poder reformador se encontra no artigo 60, mas já esteve também


concentrado no art. 3º do ADCT na figura da revisão constitucional prevista a ser
feita após 05 anos da promulgação da CF/88.

A proposta de emenda pode partir de:

1/3 dos membros da Câmara ou do Senado;

PR

+ da metade das assembleias do país, com manifestação de maioria relativa.

Legitimidade concorrente.

A CF não pode ser emendada na vigência de Intervenção, Estado de Sítio e de


Defesa.

Aprovação será -> 2 (casas), 2 turnos, 3/5.

A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Via de regra, no processo legislativo ordinário ou complementar segue para sanção ou
veto do Presidente da República, no caso da PEC, esta será promulgada pelas mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Não há sanção ou veto
presidencial. Insatisfeito o Presidente, caberá ADIN.

O entendimento do STF é de que a partir da promulgação, a norma já pode ser


atacada por meio de controle repressivo de constitucionalidade.

De outro lado a revisão do art. 3º do ADCT não possui limites e tem data pré-
determinada, em sessão unicameral, único turno e por maioria absoluta.

Limitações ao Poder Reformador

Temporais -> Dias Tofoli entende que entra aqui aquela situação da PEC rejeitada ou
prejudicada não poder ser votada na mesma sessão legislativa. A maioria entende ser
limitação formal.

Circunstanciais -> Os “estados” e a intervenção.

Tal limitação diz respeito apenas a possibilidade de votação, promulgação e


publicação da emenda, sendo possível a sua apresentação e discussão (comissões
temáticas, CCJ’s). É entendimento majoritário a contrario sensu ao § 1º do art. 60
da CF.

Formais -> Não há iniciativa popular para proposta de EC.

Materiais

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

A jurisprudência do STF passou a entender que caso provocada por parlamentar,


poderá exercer controle de constitucionalidade preventivo em garantia do
direito líquido e certo do parlamentar participar de processo legislativo
condizente com a CF/88.

Vide MS 32033 e informativo 711 -> O controle preventivo judicial é excepcional que
se dará por meio de MS impetrado por parlamentar.

Tal controle se dará nas PEC´s em seu caráter formal e material (caso viole cláusula
pétrea, inteligência do art. 60, §4º da CF).

Já os projetos de lei em geral, só poderão ser alvo de controle preventivo deflagrado a


partir de MS impetrado por parlamentar, sob o aspecto formal.

 Em sede de Emenda Constitucional a iniciativa será sempre concorrente,


independentemente de no plano ordinário a iniciativa for privativa ou exclusiva de
determinado poder ou autoridade.

Cláusulas Pétreas

O que o STF tem entendido ser ou não ser:

Imunidade tributária recíproca


O princípio da anterioridade tributária, como sendo proteção ao contribuinte,
por entendimento manifestado pelo STF na ADI 939, é cláusula pétrea na
condição de direitos e garantias individuais.

“STF entende que cláusula pétrea protege todo e qualquer direito fundamental”.

EC 69/2012 tirou da União a competência por instituir e organizar a defensoria pública do


DF.

Nos processos de cassação de membros do parlamento o voto é aberto.


Não é possível emenda constitucional abolir ou restringir as imunidades conferidas pela
CF, posto que isso violaria o princípio da separação de poderes.

ADI 939 -> Associação dos Magistrados disse também que a criação CNJ feria o princípio
da separação dos poderes, oportunidade em que o STF salientou que o CNJ não exerce
atividade típica jurisdicional, mas tão somente fiscalização administrativa e
financeira de todos os órgãos do Judiciário, EXCETO O STF.

Licença Maternidade foi considerada pelo STF.

Mudança da maioridade penal, segundo o STF é inconstitucional por esbarrar em


direitos e garantias fundamentais da criança e do adolescente.

LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR IMPLICÍTOS

A forma republicana e presidencialista, pois já que não foi mudada em 93 na revisão


programada...

É também preservada a sua imutabilidade que tenda a facilitar o processo de aprovação


da emenda constitucional.

Doutrina majoritária e jurisprudência do STF, entende ser inviável a dupla revisão


da Constituição, que significa fazer com duas emendas o trabalho que uma só não seria
possível. “A EC 1 abriria porta, facilitaria, a viabilidade jurídica da EC 2”.

Há ainda que se ter em mente sobre o fato de que EC tendente a abolir é vedada, mas se
for para agregar...duas correntes:

Minoritária: Permite apenas acréscimos.

Majoritária: Permite mudanças de menor escala que não atente contra o núcleo
essencial do direito fundamental.

STF admitiu flexibilização dos direitos sociais desde que mantido o núcleo.

Direitos sociais também estão abrangidos pela proteção à imutabilidade


(posição majoritária e do STF)

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

É a reforma informal da CF com mudança de contexto sem mudança de texto. Ex:


União Estável entre pessoas de mesmo sexo.

Não é prerrogativa apenas do poder judiciário.

Exemplos importantes

i - Cancelamento da súmula 394 do STF, reinterpretando o art. 53, § 1º.

Art. 53 - § 1º  -  Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Foi cancelada em 1999, vigorando a regra da atualidade do mandato, onde se vigente
tem prerrogativa, do contrário ausente a prerrogativa de foro funcional dos
parlamentares. O STF não é responsável pelo julgamento de EX-
PARLAMENTARES.

Sobre o tema, em 2018 o STF reduziu o foro por prerrogativa de função dos deputados e
senadores, somente sendo julgados pelo STF em processos criminais oriundos de
fatos imputados no decorrer do mandato e em função do cargo.

Caso contrário (fatos anteriores) devem ser julgados em primeira instância como
qualquer cidadão.

NOVIDADE!! Uma vez encerrada a instrução, com a publicação do despacho de


intimação para apresentação das alegações finais (artigo 11 da Lei 8.038/90),
haverá perpetuação da jurisdição, ou seja, ainda que o parlamentar renuncie, seja
cassado ou não se reeleja, o processo continuará no STF. 

ii - Fidelidade partidária -> No julgamento do MS 26603 e da ADI 399, o STF


entendeu reinterpretar o art. 14, § 3º da CF, como sendo a fidelidade partidária
necessária a condição de elegibilidade, embora a CF trate apenas da filiação
partidária.

iii – Súmula Vinculante nº. 25, que alterou o sentido do art. 5º. LXVII, entendeu
não haver mais prisão civil por dívida em caso de depositário infiel.

iv – ADI 4277 que altera o sentido do art. 226, § 3º da CF/88, à luz de uma série
de princípios e das mudanças sociais, o STF entendeu ser possível a união estável entre
pessoas do mesmo sexo.

V – Possibilidade de progressão de regime nos crimes hediondos.

HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

Antes disso há que se falar na interpretação constitucional que carrega pelo menos
04 caracterísiticas:

Superioridade Hierárquica

Caráter Político – O STF é um tribunal político

Conteúdo Específico -> Existem matérias típicas de Constituição

Natureza da Linguagem -> Grau de abertura alto e densidade baixa.

Retomando...

LITERAL/GRAMATICAL -> A interpretação era restrita a exposição engessada da


lei.

Ex’: art. 58, §3º da CF/88. STF tem entendimento pacífico, que à luz do princípio da
separação de poderes e na defesa dos princípios e garantias fundamentais, não
cabe a CPI decretar interceptações telefônicas, promover a constrição de bens, violação
de domicílio, expedir mandado de prisão.

A Lei em si garante poderes próprios de autoridades judiciais, mas o STF mitiga o que
está escrito.

HISTÓRICA -> Alguns doutrinadores defendem a interpretação histórico-evolutiva, que


pregam a análise da constituição de acordo com institutos históricos com espeque na
realidade atual e seu devido emprego.
SISTEMÁTICA -> Dá-se a partir de uma interpretação ampla da Constituição em
conjunto, a partir de suas normas (da CF), princípios constitucionais, o que só reforça a
força dos seus dispositivos legais.

TELEOLÓGICA -> É a busca pela vontade do legislador, a busca pela essência da


norma.

Até a 2ª Guerra -> Positivismo, sem espaço para lucubrações com aplicações de
princípios, estruturas abertas das normas capitais, etc.

HERMENEUTICA E SEUS PRINCÍPIOS

O princípio mor da hermenêutica, é de longe o da Supremacia da Constituição, onde


não se admite interpretação em desacordo com os ditames da Constituição.

Após ele temos outros:

a) Unidade Constitucional -> A Constituição deve ser interpretada como uma


unidade, de forma a afastar aparentes antinomias entre suas normas. Por
tal princípio, não hierarquia entre os princípios. É estático.

b) Concordância prática -> Havendo conflito entre princípios, vela que o intérprete
sopese os princípios, mas sem esvaziar o núcleo de nenhum direito em
conflito, fazendo opção por um direito (princípio), mas deixando clara a
importância do outro. É dinâmico.

c) Princípio do efeito integrador ou da eficácia integradora -> Reforça a


importância da integração social e política.

d) Princípio da Justeza ou da Conformidade Funcional -> Serve como limite a


atividade do intérprete, não podendo este colocar em risco princípios de
organização importantíssimos. Ex: Federativo, Separação de Poderes, Forma
Republicana, Presidencialismo. Decorre do princípio da separação dos
poderes.

e) Princípio da Máxima Efetividade das Normas Constitucionais -> Cabe ao


intérprete retirar da norma todo o efeito jurídico que esta se encontra
capaz de disseminar.

f) Presunção de Constitucionalidade das Leis -> (ADI 815) As normas


constitucionais originárias são presumidas absolutamente constitucionais. O
Supremo não adota a teoria do jurista alemão, Otto Bachof que admite controle
sobre as normas originárias.

g) Princípio da Interpretação Conforme a Constituição (Técnica de decisão) -


> É um princípio da hermenêutica, mas também uma técnica de decisão
do STF no controle de constitucionalidade. Isso ocorre quando a lei é
plurissignificativa, e uma das formas de interpretar esta norma estiver
em harmonia com a constituição, cabe ao intérprete interpretar deste
modo, descartando as demais interpretações.

De mãos dadas com esse princípio/técnica de decisão temos a Declaração Parcial


Inconstitucional SEM Redução de Texto. Ambas tem em comum uma norma
plurissignificativa, e o desejo de manter a validade da norma, afastando sentidos que
dela emanem e sejam contrários à CF/88 sistematicamente analisada.

I – Interpretação Conforme à CF/88


(1) São técnicas aplicadas no caso de normas polissêmicas ou
plurissignificativas, ou seja, dispositivos que têm mais de um significado
possível.

(2) Ocorre uma redução do âmbito de aplicação do dispositivo.

(3) Ausência de alteração de texto, o que muda é a interpretação.

IC pode ser utilizada tanto no controle difuso incidental quanto no controle


abstrato. A IC pode ser utilizada como técnica de decisão judicial (equivalente a
DNSRT), mas pode ser utilizada como princípio interpretativo.

Na IC haverá apenas um modo de entender a norma.

II – Declaração Parcial Inconstitucional SEM Redução de Texto

(1) São técnicas aplicadas no caso de normas polissêmicas ou


plurissignificativas, ou seja, dispositivos que têm mais de um significado
possível.

(2) Ocorre uma redução do âmbito de aplicação do dispositivo.

(3) Ausência de alteração de texto, o que muda é a interpretação.

DNSRT só pode ser usada no controle abstrato.

DNSRT afasta um sentido inconstitucional e permite os demais.

Na DNSRT haverá mais de um modo constitucional de entender a norma.

h) Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade -> Não se encontram


escritos no nosso ordenamento, cada um guardando a sua identidade, sendo
distintos.

1 - Razoabilidade -> Tem ¹origem no direito estadunidense (século 18), fruto do


devido processo legal substantivo, que aproxima o direito da justiça, ²trazendo ideia
de harmonia entre meios e fins.

2 - Proporcionalidade -> ¹Tem origem nas decisões do Tribunal Alemão no momento


pós-guerra. ²É por sua vez dividida em subprincípios da adequação, necessidade e
proporcionalidade em sentido estrito (dá ideia de justiça). Tríade

São consideráveis fungíveis, naquilo que guardam em comum.

Segundo o STF ambos princípios derivam do Devido Processo Legal.

 São muito utilizados para dirimir antinomia jurídica entre princípios e no controle
de constitucionalidade.

A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, obra literária do jurista e


filósofo Peter Häberle, tem como base três princípios basilares, a saber: ¹a ampliação
do círculo de intérpretes da Constituição, não sendo tarefa exclusiva do Judiciário;
²a interpretação deve ser um processo aberto e público, onde se vislumbra na
figura do amicus curie e da realização das audiências públicas; ³e a CF deve estar
conectada a realidade, que se afigura pelo fenômeno da mutação constitucional, que é
instrumento de conectar a CF à realidade.

MÉTODOS DA NOVA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL


a) Tópico problemático -> É aquele por meio do qual o interprete começa a analisar o
caso a partir do caso concreto levado ao Judiciário, e em segundo momento o intérprete
analisará a norma que será aplicada para resolver o conflito.

b) Concretizador -> Inicia-se pela análise da norma, e em um segundo momento se


observará o conflito.

c) Científico Espiritual -> Defende uma interpretação aberta as influências sociais,


políticas, em suma, às influências externas, utilizando a interpretação da norma em
afinidade com a sociedade.

d) Normativo Estruturante -> Defende que a cada conflito surge uma norma a partir
de uma interpretação constitucional, sendo a norma produto da interpretação.

e) Comparação constitucional -> Defende que todos os métodos anteriores


contribuem para uma interpretação de qualidade.

DIREITOS FUNDAMENTAIS

1 – Status de Jellinek – Relação entre o Estado e o Cidadão.

2 – Classificação do Caso Lüth – Relação entre particulares.

Quem é titular: Pessoa nacional ou estrangeira.

Campo de Aplicação

Horizontal -> Aplicação dos direitos fundamentais em relação entre particulares. O


Estado não é parte no processo.

EUA, caso em que se tratou da liberdade religiosa. “STATE ACTION”.

Por essa razão é possível opor HABEAS CORPUS contra particular.

Vertical -> Estado e particulares.

Aplicação DIAGONAL -> É hipótese de aplicação horizontal onde uma das partes é
hipossuficiente, vulnerável. Ex: Relações consumeristas, Ação Trabalhista.

Há direitos fundamentais fora da CF/88. O rol do art. 5º é exemplificativo. Há


direitos fundamentais em outros artigos da CF/88.

Proteção aos Direitos Constitucionais

a) Normativa: Decorre da própria norma, como a limitação material implícita.


b) Institucional: Judiciário, Funções Essenciais à Justiça, Tribunal de Contas.
c) Processual: Remédios Constitucionais.

AÇÕES AFIRMATIVAS

Políticas ou Programas, público ou privados, de concessões de benefícios a grupos que


fora ou são discriminados.

Meios -> Sistema de Cotas.

Fim -> Acesso ao ensino superior e obtenção de empregos.

Sua constitucionalidade nunca foi avaliada pelo STF.

As ações afirmativas, para assim serem, precisam ser parciais e temporárias.

PRINCÍPIO DA ALTERIDADE
Direito Penal -> (ROXIN) Ninguém pode ser punido por causar mal a si mesmo.

Direito Constitucional -> Sob o enfoque das transformações sociais, está fixado na
ideia da capacidade de se colocar no lugar de outrem, em razão daquele contexto
social específico.

Enfoque principal na dignidade da pessoa humana.

Direito Fundamental -> Âmbito Doméstico

Direitos Humanos -> Plano Internacional

DEOLHONAJURIS

É constitucional lei que autorize as autoridades e os agentes fiscais tributários


examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, quando
houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso, se
tais exames forem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente. (STF)

As garantias podem ser:

Gerais: São formadas pelos princípios. Ampla defesa e contraditório, devido processo
legal, vedação a criação de tribunal de exceção.

Específicas: Manifestadas pelos remédios constitucionais.

TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS

I – Incorporação dos Tratados sobre Direitos Humanos

Assim, necessário a votação em dois turnos em cada casa do congresso com no


mínimo 3/5 dos votos dos respectivos membros para aprovação dos tratados desta
natureza que terão status de emenda constitucional.

Lembrar da supralegalidade -> Tratados antigos, sobre direitos humanos, aprovados


sem o rito das emendas.

TEORIA DO BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE

Embora não seja adotado pelo STF, é fundada no art. 5º, § 1º, 2º e 4º, II, que sustenta
uma tese monista de que o direito é um só, seja interno ou não, onde ambos se
unem para a defesa do individuo.

Para seus defensores, a assinatura do presidente já produziria efeito no país como se


Constituição fosse, independente de qualquer processo de incorporação.

Assim, para esta teoria, havendo conflito entre norma de direito interno e internacional,
prevalecerá a norma mais benéfica.

O STF decidiu que a exclusão de sócio de cooperativa privada, deve vir precedida de
ampla defesa e contraditório.

GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

1ª No fazere

2ª Prestação Positiva do Estado: Inauguram o constitucionalismo social


3ª Se inaugura após o fim da segunda guerra mundial, que se pauta no caráter
fraternal e solidário daquele momento mundial, onde a preocupação aqui são
com os direitos difusos (que pertencem a várias coletividades).

Ex: Direito ao desenvolvimento, meio ambiente, patrimônio histórico e cultural.

4ª Geração -> Manipulação do Material Genético

5ª Geração -> Paulo Bonavides, direito à PAZ.

6ª Geração -> Direito à água potável.

CARACTERÍSTICAS DO NÚCLEO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

a) Relatividade -> Para o STF não há direito fundamental de natureza absoluta,


caso concreto.

* Há vedações que são absolutas, por exemplo, à escravidão, servidão, tortura,


tratamento desumano ou degradante.

b) Universalidade -> Pode ser analisada sob dois ângulos.

i - Destinatários: Os direitos pertencem ao indivíduo, sem discriminação, pois se trata


de um direito de todos. Jus Cogens.

‘ii – Geografia: Deriva do momento pós-guerra, que se inicializa o processo de


internacionalização dos direitos humanos, por força de uma preocupação internacional da
defesa dos direitos humanos.

c) Imprescritibilidade -> Os direitos não se sujeitam ao decurso do tempo.

d) Irrenunciabilidade -> Não se renuncia ao núcleo de um direito fundamental,


cabendo muitas vezes ao estado nos defender de nós mesmos.

e) Indisponíveis -> Não se vende ou compra o núcleo de um direito fundamental.

f) Complementariedade -> Os direitos devem ser garantidos e analisados em


conjunto.

g) Historicidade -> Decorre da formação histórica, surgindo e se solidificando conforme


a evolução da sociedade. Isso revela o caráter expansionista dos direitos humanos. É
a base para o estudo das dimensões. Tem correlação com a vedação ao retrocesso.

Alguns defendem que os direitos fundamentais tem aplicação imediata.

#OUSESABER: A dimensão objetiva1 contrapõe-se à dimensão subjetiva dos direitos


fundamentais. A dimensão subjetiva é a perspectiva clássica em que há um
sujeito, titular de direitos, que demanda a do Estado a tutela de seu interesse.
Logo, nota-se uma relação bilateral de demanda, em que um sujeito exige do outro uma
contrapartida. A dimensão objetiva, por sua vez, desprende-se desse caráter
pessoal/individual. A dimensão objetiva cria deveres aprioristicos de proteção
dos direitos fundamentais pelo Estado. Há um caráter preventivo. O Estado
passa a ter deveres independentemente de um titular que esteja demandando a
proteção.

#OUSESABER: No âmbito das políticas públicas, o que é reserva de consistência?


a intervenção da jurisdição constitucional depende da reunião de argumentos e elementos
suficientes para demonstrar o acerto do resultado que se pretende alcançar. É assim mais um
elemento de controle da intervenção do Judiciário sobre as políticas públicas.
1
O referido tema foi alvo de questão na primeira fase da DPE/PR – 2017.
DIREITO À VIDA

Segundo o STF há proteção legal à vida intrauterina.

Abate de aeronave no espaço aéreo nacional – fica claro que não há ofensa ao
direito à vida, se a aeronave for militar, porque é evidente que poderá atacar o país
colocando em risco outras vidas. O problema surge com as aeronaves civis.

ADPF 54. Fetos anencéfalos. A antecipação terapêutica do parto não é mais


considerada crime. Em termos jurídicos, não haveria uma vida humana a ser protegida,
por não haver possibilidade de vida extrauterina.

Lei 11.105/05. ADI 3510 disse que era constitucional. Pesquisa com células-tronco é
constitucional.

A eutanásia, de modo geral, é crime no Brasil. No plano internacional já há países


admitindo.

DIREITO À INTEGRIDADE

Dano Existencial

É espécie de dano imaterial. Comumente aplicado nas relações trabalhistas, em


situações de trabalho excessivos que detonam a qualidade de vida do ser humano.

*#DIREITODIRETONOBLOG: DANO EXISTENCIAL: Segundo a doutrina, assim como o dano


moral, o dano existencial também constitui espécie de dano imaterial, acarretando à vítima,
parcial ou totalmente, a impossibilidade de conviver em sociedade por meio de relações
afetivas, culturais, recreativas, espirituais, dentre outras.

DIREITO À IGUALDADE

Igualdade jurídica (ou formal, civil, perante a lei).

Igualdade fática (ou material, substancial, real, perante os bens da


vida).

Objetiva (proteção sob o ponto de vista da comunidade, no sentido de impedir


determinados tipos de privilégios, mesmo que não afete o direito subjetivo de ninguém).

Subjetiva (direito individual de ser tratado de forma isonômica a outras). Isso


já foi cobrado até em concursos.
Vamos fazer uma distinção também entre dois tipos de igualdade mencionados pelo
STF:

Igualdade perante a lei. Aqui igualdade perante a lei não é aquele sinônimo de
igualdade formal ou jurídica. Igualdade perante a lei consiste na observância do princípio da
igualdade na aplicação da lei. Ou seja, essa igualdade perante a lei é dirigida aos poderes
responsáveis pela aplicação das leis (ao Executivo e ao Judiciário). A lei deve ser aplicada de
forma isonômica a todos. Esse sentido não afeta o Legislativo e vigorou até a década de 50,
enquanto prevaleceu a concepção europeia de que o Legislador não ficava vinculado aos
dispositivos dos direitos fundamentais e, consequentemente, nem à igualdade.

Igualdade na lei. A partir da década de 50 ganha força a ideia de igualdade na


lei, que consiste na observância do princípio da igualdade tanto na aplicação como na
elaboração das leis. É uma igualdade em sentido mais amplo, vinculando também o Legislador
na hora de elaborar a lei.
Súmula 683 STF - O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face
do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido.

A Súmula 683 fala só em idade, mas vale para os outros critérios. A súmula também não
fala da exigência de previsão legal, mas a jurisprudência do STF tem exigido.
PARA SER ELIMINATÓRIO, É NECESSÁRIO QUE O TESTE ESTEJA PREVISTO NA LEI ESPECÍFICA
DA CARREIRA?
Teste Físico SIM
Teste Psicotécnico SIM
Exames médicos NÃO

#OUSESABER: O STF, no julgamento da ADI 3.541/DF, deixou assente a


constitucionalidade da lei que veda o exercício de advocacia pelos integrantes da carreira
policial.

#OLHAOGANCHO: A Teoria do Impacto Desproporcional – ou “discriminação indireta”


(igualdade que discrimina) uma das vertentes do princípio da igualdade. A teoria foi
construída para justificar que uma prática aparentemente neutra, ou seja, não
intencionalmente discriminatória, deve ser condenada por violação da igualdade material se,
em consequência de sua aplicação, resultarem efeitos nocivos de incidência especialmente
desproporcional sobre certas categorias de pessoas. Ex na jurisprudência do STF: ADI 1946 – o
Supremo decidiu que o salário-maternidade não se sujeita ao teto dos benefícios do Regime
Geral, pois tal sujeição acabaria por limitar o acesso da mulher ao mercado de trabalho, pois os
empregadores não iriam querer arcar com a diferença salarial entre o teto e o salário da
gestante.

DIREITO À PRIVACIDADE

#OUSESABER: A súmula n º 403 do STJ afirma que “independe de prova do prejuízo a


indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou
comerciais”. Contudo, recentemente foi veiculada notícia no site do STJ sobre acórdão no qual a
aplicação da súmula foi afastada no caso de divulgação de fotografia não autorizada de uma
pessoa captada durante uma manifestação ocorrida em local público e utilizada como ilustração
de matéria de um jornal de grande divulgação. O STJ realizou distinguish entre a súmula e o caso
concreto afastando a indenização por danos morais já que a fotografia não foi utilizada para fins
econômicos ou comerciais, mas com o fulcro de informar a população. A súmula nº 403 do STJ
continua válida, mas não deve ser aplicada quando a utilização da imagem não autorizada
destinar-se a informar o grande público em respeito ao direito à informação e a liberdade de
imprensa.

O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é inexigível a autorização de pessoa


biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais bem como desnecessária
a autorização de pessoas nelas retratadas como coadjuvantes. A Súmula 403/STJ é inaplicável
às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra biográfica
audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. STJ. 3ª Turma. REsp
1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
12/12/2017 (Info 621).

A) Interceptação ambiental: consiste na captação de uma conversa ou imagem no


ambiente em que ela ocorre, sem o conhecimento de ao menos um dos interlocutores. Em
princípio é admitida (padaria, condomínio). Haverá ilicitude apenas nos casos de violação à
expectativa de privacidade (dentro da casa de uma pessoa) ou à confiança decorrente de
relações pessoais ou profissionais. Conversa de advogado com cliente.
B) Gravação clandestina ambiental: consiste na gravação de uma conversa
telefônica pessoal ou ambiental feita por um dos interlocutores sem o conhecimento dos
demais. Em princípio, qualquer um pode gravar as suas conversas. O que não pode é a
utilização indevida dessa gravação, que só deve ser utilizada se houver uma devida
justificativa. As gravações dos atos dos agentes públicos são admitidas como provas no
processo, pois devem obediência ao princípio da publicidade.
Na interceptação telefônica ilícita, a gravação deve ser feita por terceiro, de forma clandestina,
sem conhecimento de nenhum dos interlocutores. Dessa forma, é considerada válida a gravação
realizada por uma pessoa que vem sendo ameaçada de morte por telefone.
#IMPORTANTE #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
O STF tem decisão (MS 23.452) dizendo que a CPI pode no relatório final divulgar os dados
sigilosos, quando seja de interesse público. Nem o juiz, nem o MP podem fazer isso. É um caso
atípico de poder da CPI maior do que o poder do magistrado.

SELIGANAJURIS
O STF entende que a apreensão do disco rígido do computador no qual estão armazenados os
e-mails recebidos pelo investigado não viola o sigilo das comunicações de dados. Isso porque,
nesse caso, não há quebra do sigilo das Comunicações de dados (interceptação das
comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se encontram os dados. 

É inviolável o sigilo das correspondências e das comunicações telegráficas. Nem com ordem
judicial. A exceção se dá no Estado de Defesa e de Sítio.

A regra:
*#DEOLHONAJURIS #STF: Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico
e fiscal devem ser mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não
pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão
parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
26/4/2018 (Info 899).

SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições
financeiras?

POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial.

MP NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC


160.646/SP, DJe 19/09/2011).
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério
Público de informações bancárias de contas
de titularidade de órgãos e entidades
públicas, com o fim de proteger o patrimônio
público, não se podendo falar em quebra de
sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE,
j. em 20/10/2015).
NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS
22934/DF, DJe de 9/5/2012).
Exceção: O envio de informações ao TCU
TCU relativas a operações de crédito originárias de
recursos públicos não é coberto pelo sigilo
bancário (STF. MS 33340/DF, j. em
26/5/2015).
SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O
repasse das informações dos bancos para o
RECEITA FEDERAL
Fisco não pode ser definido como sendo
“quebra de sigilo bancário”.
SIM, desde que regulamentem, no âmbito de
suas esferas de competência, o art. 6º da LC
FISCO ESTADUAL, DISTRITAL E MUNICIPAL
105/2001, de forma análoga ao Decreto
Federal 3.724/2001.
SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art.
CPI 4º, §1º da LC 105/2001). Prevalece que CPI
municipal não pode.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ #STF


DIREITOS FUNDAMENTAIS. QUEBRA DE SIGILO: As autoridades e os agentes fiscais tributários
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios podem requisitar diretamente das
instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes.
Esta possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada
constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se caracteriza como "quebra" de sigilo
bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco.
#OBS: Inq. 2424 – Questões de ordem (2). Pode a interceptação ser utilizada contra o servidor
em processo disciplinar? E pode servir de prova contra outros servidos em PAD que não estavam
na ação criminal. A interceptação telefônica realizada para fins de investigação criminal pode ser
utilizada em um PAD contra o servidor investigado e também contra outros servidores.

DIREITO À INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO

O entendimento majoritário na doutrina é no sentido de que, em regra, o


cumprimento do mandato iniciado durante o dia não pode se prolongar durante o período
noturno, salvo quando frustrar a diligência.

#OBS: Autoexecutoriedade. Fiscal da receita federal pode violar domicílio sem autorização
judicial? HC 103.325-MC. STF – a autoridade administrativa não pode se valer da
autoexecutoriedade para violar domicílio sem autorização judicial. Uma vez permitida a entrada
do fiscal, ele não pode ser restringido a algumas áreas.

DIREITOS DE LIBERDADE

Liberdade de informação jornalística (art. 220 e seus parágrafos): compreende o


direito de informar que salvaguarda a imprensa, bem como o do cidadão de ser
devidamente informado, que salvaguarda a coletividade .

Em um conceito preciso, o "perp walk" consiste na exposição midiática da pessoa


aprisionada, antes mesmo de qualquer julgamento ou acusação formal,
normalmente algemada e sob forte escolta policial.

#OUSESABER #OLHAOGANCHO: A veiculação de matéria jornalística informando a investigação


de determinada pessoa gera direito à indenização? Segundo o STJ, em regra, o jornal não tem o
dever de indenizar a pessoa noticiada como investigada, ainda que ela venha a ser absolvida no
processo criminal.

Liberdade de Catédra

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições


públicas e privadas de ensino;

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF #STJ #IMPORTANTE


É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA.
"Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado
ou sem aviso de sua classificação. O Estado não pode determinar que os programas somente
possam ser exibidos em determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo
texto constitucional por configurar censura. O Poder Público pode apenas recomendar os
horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória). STF.
Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837).
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a
autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso
de pessoas falecidas ou ausentes” (STF). Caso o biografado ou qualquer outra
pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação,
terá direito à reparação.

#IMPORTANTE: A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus


seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de
expressão. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli,
julgado em 6/3/2018 (Info 893). Atenção. Compare com RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849).

#OLHAOGANCHO: A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com
reconhecido excesso na conduta caracteriza dano moral in re ipsa. Durante uma discussão no
condomínio, um morador, que é policial, algemou e prendeu seu vizinho, após ser por ele
ofendido verbalmente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.675.015-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
12/9/2017 (Info 612).

IMPORTANTE: A liberdade de associação é o agrupamento de pessoas, organizado e


permanente, para fins lícitos. Distingue-se do direito de reunião por seu caráter de
permanência. A liberdade de associação abrange o direito de associar-se a outras
pessoas para a formação de uma entidade, o de aderir a uma associação já formada, o
de desligar-se da associação, bem como o de autodissolução das associações.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: São compatíveis com a Constituição Federal


os dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que extinguiram a
obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu pagamento à prévia e
expressa autorização dos filiados. Sob o ângulo material, o STF afirmou que a
Constituição assegura a livre associação profissional ou sindical, de modo que
ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: A legitimidade dos sindicatos para representação de


determinada categoria depende do devido registro no Ministério do Trabalho em obediência
ao princípio constitucional da unicidade sindical (art. 8º, II, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE 740434
AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931).

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Os Defensores Públicos NÃO precisam de inscrição


na OAB para exerceram suas atribuições. Interpretação conforme à Constituição.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: São inconstitucionais os atos judiciais ou


administrativos que determinem ou promovam: • o ingresso de agentes públicos em
universidades públicas e privadas; • o recolhimento de documentos (ex: panfletos); • a
interrupção de aulas, debates ou manifestações de docentes e discentes universitários; • a
realização de atividade disciplinar docente e discente e a coleta irregular de depoimentos desses
cidadãos pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento nos
ambientes universitários ou em equipamentos sob a administração de universidades públicas e
privadas. STF. Plenário. ADPF 548 MC-Ref/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 31/10/2018
(Info 922).

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CULTO

Os templos gozam de imunidade tributária.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Análise de possível colisão entre as liberdades de expressão e religiosa e o repúdio ao racismo:
Determinado padre escreveu um livro, voltado ao público da Igreja Católica, no qual ele faz
críticas ao espiritismo e a religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. No caso
concreto, o STF entendeu que não houve o crime. liberdade religiosa é o direito que o indivíduo
possui de não apenas escolher qual religião irá seguir, mas também o de fazer proselitismo
religioso. Proselitismo religioso significa empreender esforços para convencer outras pessoas a
também se converterem à sua religião.
O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional. Informativo
879

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF #IMPORTANTE: É constitucional a lei de proteção


animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em
cultos de religiões de matriz africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935).

Art. 143, parágrafo primeiro.


§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em
tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal
o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de caráter essencialmente militar. 

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

DIREITO DE PROPRIEDADE
Desapropriação e requisição: art. 5ª, XXIV. Não existe desapropriação sem
indenização, mesmo quando for sanção – é diferente de confisco. Essa sanção
sempre será justa e prévia (os títulos são entregues antes da desapropriação) e, em regra,
em dinheiro.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:


I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;
II - a propriedade produtiva. “PODE SER GRANDE”
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas
para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

#OUSESABER: Na data de 17/05/17, o julgamento do Recurso Extraordinário n.º 638491 findou


com a aprovação da seguinte tese de repercussão geral: “É possível o confisco de todo e
qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas, sem a
necessidade de se perquirir habitualidade, reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua
modificação para dificultar a descoberta do local ou do acondicionamento da droga, ou
qualquer outro requisito, além daqueles previstos expressamente no artigo 243, parágrafo
único, da Constituição Federal”.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A Lei 9.069/95 (Lei do Plano Real) estabeleceu, em


seu art. 21, que os índices de correção monetária previstos nos contratos de locação
comercial que já existiam antes mesmo da sua vigência deveriam ser alterados. Essa
medida não violou direito adquirido nem ato jurídico perfeito. Segundo a jurisprudência
do STF, nas situações de natureza contratual, a lei nova pode incidir
imediatamente sobre as cláusulas presentes no contrato, desde que as normas
legais sejam de natureza cogente, ou seja, aquelas cujo conteúdo foge do
domínio da vontade dos contratantes.

Na esfera judicial, é dispensável a prévia oitiva do investigado para que seja


quebrado seu sigilo bancário, sendo viável a impugnação da referida
determinação judicial por intermédio do habeas corpus.

PEGADINHA2 – Os tratados internacionais sobre direitos e garantias


fundamentais, dos quais a república federativa do brasil seja parte são
materialmente constitucionais, inclusive quando aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em turno único, por maioria simples dos votos dos respectivos
membros, presente a maioria absoluta deles.

Os participantes da reunião não poderão portar armas. Porém, se algum dos


manifestantes, isoladamente, estiver portando arma, esse fato não
autoriza a dissolução da reunião pelo Poder Público.

O instrumento jurídico adequado para a tutela da liberdade de reunião, caso


ocorra lesão ou ameaça de lesão, ocasionada por ilegalidade ou
arbitrariedade, é Mandado de Segurança e não o HC.

DIREITOS SOCIAIS

“A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança, por universidades


públicas, de mensalidades em cursos de especialização”. STF RE 597854

*#DEOLHONAJURISPRUÊNCIA #STF: Não viola a Constituição Federal a cobrança de contribuição


obrigatória dos alunos matriculados nos Colégios Militares do Exército Brasileiro. Os Colégios
Militares apresentam peculiaridades que fazem com que eles sejam instituições diferentes dos
estabelecimentos oficiais de ensino, por razões éticas, fiscais, legais e institucionais. Podem,
assim, ser qualificados como instituições educacionais sui generis. A quota mensal escolar
exigida nos Colégios Militares não representa ofensa à regra constitucional de gratuidade do
2
#JÁCAIU: Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: MPE-CE Prova: Promotor de Justiça;
ensino público, uma vez que não há violação ao núcleo de intangibilidade do direito
fundamental à educação. Por fim, deve-se esclarecer que esse valor cobrado dos alunos para o
custeio das atividades do Sistema Colégio Militar do Brasil não possui natureza tributária (não é
tributo). Logo, é válida a sua instituição por meio de atos infralegais. Portanto, são válidos os
arts. 82 e 83, da Portaria 42/2008 do Comandante do Exército, que disciplinam essa cobrança.
STF. Plenário. ADI 5082/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/10/2018 (Info 921).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: São constitucionais a exigência de idade


mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação infantil e no
ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que
referidas idades estejam completas. STF. Plenário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 1º/8/2018 (Info 909).

"É constitucional a regra que veda, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, a internação em
acomodações superiores, bem como o atendimento diferenciado por médico do próprio SUS, ou
por médico conveniado, mediante o pagamento da diferença dos valores correspondentes."
STF. Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral)
(Info 810).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ
Não há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o fornecimento de leite
especial necessário à sobrevivência de menor ao fundamento de que o produto serve para
lactentes e o impetrante perdeu essa qualidade em razão do tempo decorrido para a solução da
controvérsia. Como se trata de direito fundamental da pessoa e dever do Poder Público garantir
a saúde e a vida, não há que se falar que o pleito se tornou infrutífero pelo simples fato de a
solução da demanda ter demorado. A necessidade ou não do fornecimento de leite especial
para a criança deverá ser apurada em fase de execução. Se ficar realmente comprovada a
impossibilidade de se acolher o pedido principal, em virtude da longa discussão judicial acerca
do tema, nada impede que a parte requeira a conversão em perdas e danos. STJ. 1ª Turma. AgRg
no RMS 26.647-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 2/2/2017 (Info 601).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: A concessão dos medicamentos não incorporados em atos


normativos do SUS exige a presença cumulativa dos seguintes requisitos: (I) comprovação, por
meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o
paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia,
para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; (II) incapacidade financeira de
arcar com o custo do medicamento prescrito; e (III) existência de registro na ANVISA do
medicamento, observados os usos autorizados pela agência. STJ. 1ª Seção. REsp 1.657.156-RJ,
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 625).

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A Lei nº 8.899/94 previu que as pessoas com


deficiência possuem direito à gratuidade no transporte coletivo interestadual. Esta Lei foi
regulamentada pela Portaria Interministerial nº 003/2001, que, no entanto, afirmou que apenas
as empresas de transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário teriam o dever de oferecer essa
gratuidade. Houve, assim, uma omissão quanto ao transporte aéreo. O MP propôs ação civil
pública na qual pretendia garantir a gratuidade também no transporte aéreo. Ao julgar um
recurso neste processo, o STJ afirmou que não poderia conceder o pedido. Isso porque: O STJ
não possui competência constitucional para ampliar os modais de transporte interestadual
submetidos ao regime da gratuidade prevista na Lei nº 8.899/94 e nos atos normativos
secundários que a regulamentam. STJ. 4ª Turma. REsp 1.155.590-DF, Rel. Min. Marco Buzzi,
julgado em 27/11/2018 (Info 640).

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo


para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do
Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens, abrangendo eventuais custos
relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de
utilização dos terminais. STJ. 1ª Turma. REsp 1.543.465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, julgado em 13/12/2018 (Info 641).

RESERVA DO POSSÍVEL

Uma tese que surgiu no Tribunal Federal Constitucional Alemão em 72. Caso
chamado de “numerusclausus”. As pessoas queriam que todos que quisessem tivessem
vaga na universidade, para que pudessem, tendo acesso à universidade, escolher uma
profissão. Embora algumas demandas, no plano ideal, devessem ser atendidas pelo

Estado, em razão das limitações orçamentárias, nem sempre elas podem ser atendidas. Há

dimensões:

Possibilidade fática: está relacionada à disponibilidade de


recursos necessários à satisfação do direito prestacional. Aqui há
diferença entre um Estado que tem mais dinheiro e outro que tem menos.
Possibilidade jurídica: está relacionada à existência de autorização orçamentária para cobrir as
despesas.

Razoabilidade da exigência: razoabilidade de universalização da


prestação exigida, considerando os recursos efetivamente existentes.

MÍNIMO EXISTENCIAL

Não está expressamente consagrado no texto constitucional, mas é extraído de alguns


princípios, a partir da conjugação de princípios como o da dignidade da pessoa humana, da
liberdade e do estado social.
Na visão de Ingo Sarlet o mínimo existencial não se submete a reserva do
possível. Essa visão foi adotada por Celso de Melo no RE 482611-SC.

DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO. EFEITO CLIQUET

Não há previsão na Constituição Federal de vedação ao retrocesso, mas há um conjunto


de princípios dos quais essa vedação é abstraída. São eles: segurança jurídica (as
relações sociais tem que ter estabilidade), dignidade da pessoa humana, princípio da
máxima efetividade (art. 5º, §1º), princípio do Estado Democrático e Social de Direito
(art. 1º).

Por esse princípio, direitos sociais conquistados não podem ser omitidos em nova
Carta Constitucional.

DA NACIONALIDADE

*Português equiparado -> Pode pleitear a equiparação a brasileiro naturalizado, e feito


isso e preenchido os requisitos do art. 17 3927/2001 e se tornar eleitor.

Neste caso, se o português equiparado se alistar, ao receber o titulo de eleitor, é o único


estrangeiro cidadão no Brasil. Cidadão estrangeiro. Embora tenha direitos idênticos
aos naturalizados, não se trata de brasileiro, mas sim de equiparado.

O ius sanguini é adotado pelos países da Europa, onde será nacional todo o
descendente de nacional independente de seu local de nascimento.

 No Brasil não se adota o ius matrimoni, ou seja, a nacionalidade não decorre


do casamento. É o posicionamento do STF visto na Extradição 1121.
Ademais, pela ausência de previsão legal.

 #ATENÇÃO: o brasil não adota o casamento como critério de atribuição da


nacionalidade secundária. Entretanto, o estrangeiro casado com cônjuge brasileiro
pode fazer jus à redução do prazo mínimo de residência no brasil para obter a
naturalização, que pode passar de 4 para apenas 1 ano ou, no caso de cônjuges de
diplomatas, para apenas 30 dias de permanência no país.

A norma infraconstitucional não pode ampliar as distinções entre brasileiros


natos e naturalizados, haja vista que tal função é adstrita à CF.

Os JUÍZES FEDERAIS são competentes para processar e julgar as causas


referentes à NACIONALIDADE. Eventuais recursos deverão ser apreciados pelos TRFs.
A distinção válida pode ser:

Quanto aos cargos:

Art. 12, § 3º da CF

As grandes preocupações esta relacionada ao cargo de presidente da republica e altos


cargos afim da segurança nacional.

 A única autoridade apta a suceder o presidente é o vice-presidente. Para fins


de substituição existem outros legitimados.

Quanto à função:

Art. 89 da CF.

Nem todo membro do Conselho da República precisa ser nato, onde a preocupação da
CF/88 diz respeito a participação direta do povo no Conselho que precisa se dar
por meio de membro brasileiro nato.

#ATENÇÃO: pode haver deputados ou senadores naturalizados, somente o presidente da CD/SF


que não pode ser. No caso do STF, todos os Ministros do STF devem ser natos, não só o
presidente! Existe um rodízio na presidência do STF, ou seja, qualquer ministro pode assumir a
presidência do STF, e, logo, a Presidência da República.

Obs.: O Presidente do CNJ, como é o Presidente do STF (mesma pessoa), também não
pode ser naturalizado.

#ATENÇÃO: O único Ministro de Estado que tem que ser nato é o da Defesa.

Quanto à extradição (passiva):

Brasileiro nato não pode ser extraditado, independente de qualquer crime que
tenha cometido. O naturalizado pode ser extraditado em caso de envolvimento com
¹crime de tráfico (antes ou depois da naturalização) ou ² ter cometido crime
comum antes da naturalização.

 A dupla nacionalidade não afasta a regra, desde que uma das nacionalidades
seja a brasileira.

“Ninguém será extraditado por crime político ou de opinião”

O q pode ocorrer é a entrega de um brasileiro nato ao TPI, isto é, a pedido da corte
internacional. 
Entrega=> é a entrega de uma pessoa por um Estado ao Tribunal,
Extradição=>a entrega de uma pessoa por um Estado a outro Estado.

Vale lembrar que os institutos da expulsão e da deportação não se aplicam a


brasileiros, sejam natos ou naturalizados. Aplica-se tão somente a estrangeiros.

Quanto à propriedade (mídia):


A preocupação está relacionada a mídia, emissoras de TV, radiodifusão, sendo
necessário ao naturalizado preencher o requisito de 10 anos de naturalização
para que possa ser proprietário deste ramo de atuação.

HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS DE AQUISIÇÃO DE NACIONALIDADE


ORIGINÁRIA

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

É chamada de NACIONALIDADE POTESTATIVA.

Sobre a alínea “a”: Embora a CF se refira a “estes”, a doutrina entendem necessário que
apenas um esteja a serviço. É o ministro de Estado, o Diplomata, Embaixador,
Cônsul, etc.

A manifestação da vontade se dá por meio de ação de jurisdição voluntária perante a


justiça federal. O titular da ação é o próprio filho de brasileiro que vai confirmar a
vontade de ser nacional. Dito isto, vale dizer que os pais que ingressam no país
com filho menor não podem ingressar na justiça para representar e pleitear a
nacionalidade do filho menor. Este terá apenas um título de brasileiro nato provisório,
e quando atingir a maioridade poderá ingressar com a ação para confirmar a
nacionalidade.

Enquanto não manifestada a confirmação da nacionalidade após a maioridade,


fica suspensa a nacionalidade. Os efeitos da confirmação da nacionalidade são
retroativos.

 Não há prazo para o exercício da opção confirmativa.

Serão considerados nascidos no Brasil os nascidos em navios de bandeira brasileira somente


quando trafeguem por espaços neutros, e não onde quer que se encontrem, pois se estiverem
no espaço soberano de outro Estado, terão então a nacionalidade deste local.

#DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes destaca que o texto constitucional não cuidou das
questões atinentes à nacionalidade nos espaços hídricos, aéreos ou terrestres não submetidos
à soberania de um Estado. Assim, adota-se a posição de Pontes de Miranda que considera
brasileiros natos os nascidos a bordo de navios ou aeronave de bandeira brasileira quando
estiverem em espaço neutro.
HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS DE AQUISIÇÃO DE NACIONALIDADE DERIVADA.
BRASILEIRO NATURALIZADOS

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade


brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)

§ 1º  Aos portugueses com residência permanente


no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 3, de 1994)

Naturalização Ordinária não é direito público subjetivo, cabendo ao Ministro da Justiça


deliberar se concede a cidadania brasileira ou não.

Naturalização extraordinária (a dos 15 anos) é direito público subjetivo do


estrangeiro ter garantida sua naturalização.

 RE 264.848: O requerimento da naturalização extraordinária, desde que


preenchidos os requisitos da aliena “b”, é suficiente para tomar posse de
concurso público reservado a brasileiro, posto que na visão do STF a portaria
que confirma a nacionalidade é meramente declaratória (direito público
subjetivo de aquisição de nacionalidade derivada), e ademais retroage a
data do requerimento.

- A formulação de pedido de naturalização impede a deportação do estrangeiro


com visto de permanência vencido quando o exame do pedido de obtenção da
nacionalidade secundária brasileira estiver atrasado.

#AJUDAMARCINHO #PONTODEDESTAQUE: Conforme a nova Lei de Migração, para ocorrer a


naturalização ordinária, é necessário que o estrangeiro tenha residência no Brasil pelo prazo
mínimo de 4 anos. A Lei prevê, contudo, que esse prazo mínimo poderá ser reduzido para 1 ano,
se o naturalizando: II - tiver filho brasileiro; III - tiver cônjuge ou companheiro brasileiro e não
estiver dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização; IV -
tiver prestado ou puder prestar serviço relevante ao Brasil; ou V - tiver destacada capacidade
profissional, científica ou artística que recomende a redução.
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA: É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado
envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88). STF. 1ª Turma. Ext 1244/República
Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834)

SITUAÇÃO IMPEDE A...


O indivíduo requer a naturalização após a prática de um Extradição
delito no exterior
O indivíduo requer a naturalização, cujo exame está Deportação
atrasado, e seu visto de permanência vence
Extradição não admitida pela lei brasileira Deportação e Explusão
Reconhecimento da condição de refugiado Extradição
Estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho Apenas a expulsão
brasileiro, dependente da economia paterna

PERDA DA NACIONALIDADE

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

A decisão tem efeitos ex nunc, de modo que não alcança os familiares da ex-
brasileira.

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda


Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela


Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

Essas hipóteses são taxativas.

Somente por meio de ação rescisória, poderá se recuperar a nacionalidade.

A perda da nacionalidade por ser via judicial, não pode ser revista
administrativamente. É decisão do STF de agosto de 2013.

PERDA DE NACIONALIDADE DO BRASILEIRO NATO

Quando o brasileiro decide voluntariamente adquirir outra nacionalidade, ele abre


mão automaticamente da nacionalidade brasileira. Aplica-se tanto ao brasileiro
nato quanto ao naturalizado.

É a chamada perda mudança, e se dá na via administrativa com efeitos EX NUNC,


mediante a formalização de um documento assinado pelo brasileiro.

É uma via de mão dupla, haja vista que o brasileiro pode reaver a nacionalidade
perdida.
EXCEÇÕES – HIPÓTESES DE DUPLA NACIONALIDADE

a) Quando há reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira.

b) Quando a naturalização é imposta como condição de permanência em


território estrangeiro. Também ocorre por motivos de trabalho (jogadores de
futebol), casamento.

O Brasil não estabelece um número limite de reconhecimento de nacionalidades


originárias.

DIREITOS POLÍTICOS

Nosso modelo democrático é o participativo sem intermediação dos seus representantes


quando da formação da vontade nacional, mas daqueles precisam para tornar concreta a
sua vontade.

É a democracia semi-direta.

Sufrágio censitário -> Havia discriminação em razão da renda. CF de 1981. Impedia,


por exemplo, que mendigos votassem.

Sufrágio capacitário -> Era pautado na capacidade intelectual, onde a mulher restava
afastada da possibilidade de votar. A mulher só pode votar a partir de 1934. Os
analfabetos só puderam votar a partir de 1985.

Nem todo estrangeiro é inalistável, pois temos a exceção do português equiparado


que pode se alistar e exercer cargos de brasileiros naturalizados.

MANIFESTAÇÕES DE DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS ATIVOS

INICIATIVA POPULAR – Os cidadãos podem apresentar projetos de lei desde que


satisfeitos uma série de requisitos trazido na CF.

O projeto deve ser apresentado à Câmara dos Deputados. Macete do “1503”.

 O projeto de lei não pode ser rejeitado por vício de forma. A


desorganização não é motivo suficiente para se arquivar um projeto de lei
popular.

 Só pode versar sobre um assunto por projeto.

O art. 29, XIII, no que tange ao projeto de lei popular no âmbito municipal traz apenas o
requisito da exigência de 5% do eleitorado municipal.

PLEBISCITO E REFERENDO

É de competência exclusiva do Congresso Nacional que se dá por meio de decreto


legislativo.

AÇÃO POPULAR

Pode propor cidadão nacional.

MANIFESTAÇÕES DE DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS PASSIVOS

ELEGIBILIDADE
O domicílio eleitoral na circunscrição deve ser fixado um ano antes pelo menos do
pleito eleitoral.

O requisito de idade é exigido na data da posse e não do registro de


candidatura, salvo no caso de vereador que deverá contar com pelo menos 18
anos na data do registro.

A filiação partidária que é de suma importância, haja vista não se admitir


candidatura avulsa no país. Ademais, há que se observar, por força de decisão do STF
e do TSE a questão da fidelidade partidária, onde o parlamentar que troca de partido
sem justificativa plausível perde o cargo para o partido que deverá nomear seu sucessor.

Vale lembrar que a perda do mandato em razão de mudança de partido somente


se aplica para os cargos eletivos proporcionais (Vereadores e Deputados). STF.
Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/5/2015 (Info 787).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
As contribuições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e partidos políticos são
inconstitucionais. As contribuições de pessoas físicas são válidas e regulam-se de acordo com a
lei em vigor. STF. Plenário. ADI 4650/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16 e 17/9/2015 (Info
799).

DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS

Qual é o "órgão competente" para julgar as contas do Prefeito?

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Qual das correntes foi acolhida pelo STF? A segunda. O STF, ao apreciar o tema, fixou a seguinte
tese em sede de repercussão geral: Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei
Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito, tanto as de governo quanto as de
gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas
competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços
dos vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).

DEMORA DA CÂMARA MUNICIPAL PARA APRECIAR O PARECER DO TRIBUNAL DE


CONTAS EXARADO PELA REJEIÇÃO.

Ocorre que, muitas vezes, o Tribunal de Contas emite o parecer reprovando as contas do
Prefeito e o encaminha à Câmara Municipal, mas esta não julga as contas. Nesse caso,
então, chega o período eleitoral e o Prefeito solicita o registro de sua candidatura, seja
para a reeleição, seja para outro cargo (ex: Deputado Estadual). Ele poderá concorrer
mesmo havendo um parecer do Tribunal de Contas rejeitando as suas contas? O parecer
do Tribunal de Contas produz efeitos enquanto não for rejeitado expressamente pela
Câmara Municipal?

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Qual foi a corrente adotada pelo STF? A segunda. O STF, ao apreciar o tema, fixou a seguinte
tese em sede de repercussão geral: Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem
natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o
julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento
ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: STF. CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. ART. 28, § 12, DA LEI
FEDERAL 9.504/97 (LEI DAS ELEIÇÕES). PRESTAÇÃO DE CONTAS. DOAÇÕES DE PARTIDOS PARA
CANDIDATOS. DISPENSA DA IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICULARES RESPONSÁVEIS PELA DOAÇÃO
AO PARTIDO. MEDIDA ANTAGÔNICA À POLÍTICA PÚBLICA DE TRANSPARÊNCIA. APARENTE
AFRONTA AO BLOCO DE PRINCÍPIOS DE SUSTENTAÇÃO DO SISTEMA DEMOCRÁTICO DE
REPRESENTAÇÃO POPULAR. CAUTELAR CONCEDIDA.
1. Os dados relativos aos doadores de campanha interessa não apenas às instâncias estatais de
controle da regularidade do processo eleitoral, mas à sociedade como um todo, e sua divulgação
é indispensável para habilitar o eleitor a fazer uma prognose mais realista da
confiabilidade das promessas de campanha de candidatos e partidos.

INELÉGÍVEIS

Absolutas: São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

São hipóteses taxativas.

O § 9º do art. 14 que diz que lei complementar poderá ampliar o rol de


inelegíveis, mas isso se refere apenas aos inelegíveis relativos.

Essa lei já existe e é a lei 64/90.

Relativas:

1 - A reeleição por mais de uma vez para membros do executivo, é causa de


inelegibilidade relativa.

Seja para a mesma função desempenhada, seja para o cargo de vice, posto que o vice é
o grande sucessor do titular.

O vice, caso tenha passado todo o período anterior na condição de SUCESSOR do


presidente, pode sim concorrer para o cargo principal da chapa, podendo se reeleger
nesta condição.

 No entanto se o vice se efetivar na condição de titular do cargo no curso do


mandato, poderá se candidatar, mas para apenas mais um mandato.

O individuo só pode assumir a titularidade do cargo por eleição ou sucessão.

§ 6º Desincompatibilização -> Os chefes do executivo para concorrerem a outro cargo


eletivo, deve apresentar a renuncia 06 meses antes do pleito.
A desincompatibilização é exigida somente para os membros da chefia do
executivo, não sendo necessária tal renuncia para os membros do legislativo.

Aqui não é o titular do cargo de chefia do executivo que se torna inelegível, mas sim
os seus familiares, e busca vedar o paternalismo eleitoral.

A inelegibilidade reflexa do governador afeta também a cargos federais oriundo do


seu estado, o que engloba o senado e a Câmara Federal. Só a efeito de ratificação,
também vedado a candidatura a deputado estadual.

Por família entende-se o conjuge, companheiro (art. 226, § 3º da CF) pode ser do
mesmo sexo), pais, avós, filhos e netos (parentesco consanguíneos em linha
reta), além dos irmãos (consanguíneos colaterais).

 A Lei também fala da inelegibilidade do parentesco por afinidade. Aqui se


afetam sogro, nora ou genro, cunhados.

A Súmula vinculante nº. 18 trata do tema:

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não


afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

Em caso de desmembramento de estado ou município, é vedado que a família do


prefeito ou governador do estado ou município mãe concorram a cargo eletivo
no estado novo. Visa limitar a temporariedade do governante no poder.

A titularidade em cargo do legislativo/parlamento, não prejudica a candidatura dos


familiares.

 A renúncia afasta a inelegibilidade reflexa, respeitada as seguintes


nuances:

Se feita no primeiro mandato, todos os familiares podem concorrer a cargos eletivos,


inclusive o anteriormente ocupado por aquele que renunciou, mas apenas para
mais um mandato, posto que o TSE entende ser vedado a titularidade de três
mandatos consecutivos pelo mesmo político ou pela mesma família no poder.

Se feita no segundo mandato, afasta a inelegibilidade reflexa, exceto para o mesmo


cargo antes ocupado pelo renunciante. Tal sistemática vem a atender a vedação a
três mandatos consecutivos pelo governantes ou por sua família.

Inelegibilidade Reflexa

O cônjuge, parentes e afins até o 2º grau


Não poderão candidatar-se a...
do...
Vereador e/ou prefeito do mesmo
PREFEITO
3
município .
GOVERNADOR Qualquer cargo no mesmo Estado, ou seja:
• vereador ou prefeito de qualquer
município do respectivo Estado;
• deputado estadual e governador do

3
Foi considerada correta a seguinte alternativa na prova do TRF4/2016: “O cidadão que exerce dois
mandatos consecutivos como Prefeito de determinado Município fica inelegível para o cargo de
mesma natureza em qualquer outro Município da Federação, para o período subsequente”.
mesmo Estado;
• deputado federal e senador nas vagas do
próprio Estado;
Qualquer cargo eletivo no país (municipal,
PRESIDENTE
estadual ou federal).

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

I – É hipótese de perda de direitos políticos. Só por meio de ação rescisória se poderá


recuperar a nacionalidade, recuperando assim seus direitos políticos.

O resto é hipótese de suspensão.

A hipótese IV, somente para José Afonso de Souza é caso de perda...para todo resto
suspensão.

A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos não


impede a suspensão dos direitos políticos. A “racio” é de que não é o
recolhimento do condenado a prisão que justifica a suspensão dos direitos
políticos, mas o juízo de reprovabilidade expresso na condenação. É o
entendimento do STF.

V – Deve ser combinado com art. 37, § 4º, onde segundo o texto da CF, gera a
suspensão dos direitos políticos desde que a decisão transite em julgado.

Princípio da anterioridade eleitoral esposado no art. 16 da CF, foi considerado


pelo STF como cláusula pétrea.

O STF decidiu em 2003, por maioria de votos, que parentes podem concorrer nas
eleições, desde que o titular do cargo tenha o direito à reeleição e não concorra
na disputa. Entendimento aplicado ao RE344.882-BA.

PODER EXECUTIVO

O modelo republicano presidencialista é princípio fundamental e sensível, constituindo


limitação material implícita do poder reformador.

 Não é possível eleição autônoma...TEM QUE TER um vice. Tem que haver
filiação a algum partido político.

Substitutos do Presidente: Vários

Sucessor: Apenas o Vice.

INTERESSANTE: O vice-presidente, eleito conjuntamente com o presidente não tem


nenhuma atribuição específica delineada pela Constituição.
Sistema Majoritário

No que atine aos prefeitos, em caso de municípios com mais de 200.000 eleitores,
utilizar-se-á o sistema majoritário e em dois turnos.

Empate: Maior idade.

Se houver vacância do cargo de presidente e vice-presidente nos dois últimos


anos do mandato (segundo biênio), as eleições serão indiretas por meio do
Congresso Nacional nos termos do artigo 81, § 1º 30 dias após aberta a última
vaga.

Se nos dois anos iniciais, eleições diretas, 90 dias após abertura da última vaga.

IMPORTANTE!! A previsão do artigo 81, (vacância no segundo biênio) não é de


observância obrigatória dos estados.

PERDA DO CARGO

a) Passados 10 dias da data fixada para posse, se nem o presidente ou o vice


assumirem, o cargo será declarado vago.

b) Viagem para fora do país, por período superior a 15 dias sem licença do
congresso nacional. Vale para presidente e vice. É de observância obrigatória no
plano estadual e municipal, em atenção ao princípio da separação dos poderes.

#OUSESABER: Pode a Constituição Estadual exigir autorização da Assembleia Legislativa para


que o Governador do Estado ou Vice possam se ausentar do país? Depende!

 Se o prazo de ausência for superior a 15 dias, PODE!

 Já se o prazo for inferior/igual a 15 dias, NÃO PODE! Isso já foi cobrado em prova objetiva,
pois já foi objeto de analisa pelo STF (ADI 775/RS e ADI 2453/PR).

Função Atípica

Jurisdicional: Quando julga processo administrativo. Decisões proferidas em processo


administrativo não formam coisa julgada material.

Imunidades dos chefes do Poder Executivo (são irrenunciáveis)

 Não tem imunidade material.

Não pode conversar lorota.

Só há imunidade de cunho formal, que são: Regra geral, inexiste prisão criminal,
até que sobrevenha sentença transitada em julgado condenando o presidente.

I – Em relação ao processo (prerrogativa de chefe de governo): É referente a


autorização, que deve ser dada pela Câmara dos Deputados por 2/3 de seus membros
para que o presidente possa ser processado, seja por crime comum(CP, Lei de
Contravenções e Crimes Eleitorais), onde o órgão julgador será o STF, ou por crime de
responsabilidade no Senado Federal.

LEMBRAR DAS TRÊS CHANCES DADA PARA O PRESIDENTE


SAIR IMPUNE
A ampla defesa e o contraditório devem ser analisados não só na instrução processual,
mas também durante o processamento do juízo de admissibilidade. Deve ser
oportunizado defesa prévia à decisão que decida pelo recebimento da denuncia
pela Câmara dos Deputados. É o entendimento do STF.

 Ainda que aceita a acusação contra o presidente por crime comum, o STF fará
um juízo técnico jurídico para decidir se instaura ou não o processo. É ato
discricionário do STF.

 Aceita a acusação pela Câmara, o senado não estará vinculado aquela


decisão, devendo fazer um segundo juízo de admissibilidade, para só
depois processar e julgar o presidente da república. É o chamado de
impeachment.

É o MP que oferece denúncia contra o presidente perante a Câmara, em caso de Ação


Penal Pública. (crime comum)

Em caso de crime de responsabilidade, quem oferece acusação contra o


Presidente da República é o cidadão, conforme prevê o art. 14 da Lei 1.079/50.

#DICACICLOS #ATENÇÃO #FIQUEDEOLHO: A imunidade formal do Presidente da República


também se aplica aos codenunciados? Imaginemos que o Presidente cometa um crime em
concurso de agentes com pessoas não indicadas no art. 51, I, da CF e que a Câmara decida não
autorizar a instauração do processo, esta imunidade estende-se também aos codenunciados?
Não, tal imunidade formal tem por finalidade tutelar o exercício regular dos cargos de
Presidente da República e de Ministro de Estado.
Assim, salvo prejuízo para a instrução, deve-se proceder ao desmembramento dos inquéritos e
ações penais originárias no tocante a co-investigados ou a corréus não detentores de foro por
prerrogativa de função.

Impeachment
Em caso de impeachment, cujo julgamento será presidido pelo ministro presidente
do STF, a punição é dupla pela perda do cargo somada a inabilitação ao exercício
de qualquer cargo, emprego ou função pública por 08 anos.

No entanto, no caso Dilma, a inabilitação para o exercício do cargo por 08 anos foi
decidida não foi automática, sendo afastada.
A chamada "inabilitação para o exercício de funções públicas por oito anos" é o mesmo que
suspensão dos direitos políticos?
NÃO. A pessoa que recebeu a sanção de "inabilitação para o exercício de funções públicas" fica
com sua capacidade eleitoral passiva suspensa, ou seja, ela não poderá concorrer às eleições, já
que não poderia ocupar o cargo, se vencesse o pleito. Porém, pode continuar votando
(capacidade eleitoral ativa). Desse modo, podemos dizer que esta pessoa está apenas com seus
direitos políticos passivos suspensos, mas não seus direitos políticos ativos.

A decisão de mérito é irrecorrível.

Lembrar do afastamento de 180 após o recebimento da denúncia...se não houver


julgamento retorna às suas atividades.

IMUNIDADE PROCESSUAL

Com relação a crimes, o presidente da república só poderá ser responsabilizado,


durante seu mandato, por crimes inerentes a função presidencial (crimes contra
a administração pública). Extrai-se essa interpretação do art. 86, § 4º c/c art. 86,
caput.

Assim, por crime cometido antes da diplomação, não haverá remessa ao STF, ficando
o processo sobrestado no juízo competente para julga-lo enquanto cidadão,
restando suspensa a prescrição.

Cláusula de irresponsabilidade penal temporária (prerrogativa de chefe de


estado): Só pode, durante o mandato, ser responsabilizado por atos relacionados a
função presidencial. Se ato estranho a função, a responsabilização é possível, mas se
dará após o fim do mandato.

#ATENÇÃO
Segundo a jurisprudência do STF, a competência do Presidente da CD para o recebimento ou
não da denúncia no processo de impeachment contra o Presidente não se restringe a uma
admissão meramente burocrática, cabendo-lhe a faculdade de rejeitá-la, de plano, acaso
entenda-a patentemente inepta ou despida de justa causa, sujeitando a decisão ao controle do
Plenário, por meio de recurso.

É possível que, antes desse envio, o STF analise questões jurídicas a respeito desta denúncia,
como a validade dos elementos informativos (“provas”) que a embasaram?
NÃO. Não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva
suscitada pelo Presidente antes que a matéria seja examinada pela Câmara dos Deputados . O
juízo político de admissibilidade exercido pela Câmara dos Deputados precede a análise jurídica
pelo STF para conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo
denunciado. STF. Plenário. Inq 4483 QO/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20 e
21/9/2017 (Info 878).

GOVERNADORES

É aplicável aos governadores desde que haja previsão na CE.

Assembleia -> Responsabilidade

STJ -> Comum

#MUDANÇA DE ENTENDIMENTO #IMPORTANTE #STF: No que tange ao à responsabilidade


penal do GOVERNADOR, vale destacar o seguinte julgado:

Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba
denúncia ou queixa e instaure ação penal contra Governador de Estado, por crime comum.

O STF sempre entendeu assim? NÃO


#OLHAOGANCHO: Houve, portanto, na presente situação, uma mutação constitucional. Há três
situações que legitimam a mutação constitucional e a superação de jurisprudência consolidada:

a) mudança na percepção do direito;

b) modificações na realidade fática; e

c) consequência prática negativa de determinada linha de entendimento.

Para o STF, as três hipóteses estão presentes no caso concreto.

IMUNIDADE QUANTO À PRISÃO

Em relação a prisão (prerrogativa de chefe de estado): O presidente só pode ser


preso por sentença penal condenatória transitada em julgado, em crimes
comuns, prolatada pelo STF.

 Não pode ser preso em flagrante, temporária ou preventivamente.

Governador não goza disso.

Crimes de Responsabilidade

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.
OBS: Lei nº 1.079/50 – Esse processo e julgamento só podem ser estabelecidos por lei federal,
Súmula 722 STF.

#SELIGANASÚMULA: Súmula 722 STF: São da competência legislativa da união a definição dos
crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento.

PREFEITOS

Órgão Julgador do prefeito:

Crime comum: Poderá ser do TJ do Estado, em sendo crime eleitoral, a competência


será do TRE, ou se envolver interesses da União, a competência será do TRF
daquela região. (Súmula 702 do STF)

Crime de responsabilidade: Se próprio, será julgado pela Camara Municipal.

No nosso sistema presidencialista os Ministros são responsabilizados por seus atos e


decisões perante o Congresso Nacional.

O Presidente e o Vice tomam posse em 01/01 do ano subsequente às eleições, em sessão


conjunta no CN, oportunidade em que prestam compromisso de manter e defender a CF.
Art. 78, CF. Este compromisso é meramente formal? Não. Se ele for desrespeitado, ele
incorrerá em crime de responsabilidade previsto no art. 85, CF.

* #OLHAOSUPERGANCHO: Você sabe o que se entende por presidencialismo de coalização?


Parlamentares com poder demais... indicação de cargos no Poder Executivo. Essa dinâmica é
própria do sistema presidencialista brasileiro, que exige uma coalizão para viabilizar a
governabilidade. Trata-se do chamado “presidencialismo de coalizão”.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL. Réu em processo criminal


não pode assumir, como substituto, o cargo de Presidente da República. STF. Plenário. ADPF
402 MC-REF/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info 850).

#ATENÇÃO
Ofende a CF norma estadual que estabeleça, na hipótese de vacância dos cargos de Governador
e Vice, no último ano do período governamental, a convocação sucessiva do presidente da
assembleia legislativa e do presidente do TJ, para o exercício do cargo de Governador. STF –
afronta os parâmetros da CF que exigem a eleição.

#OUSESABER: Constituição Estadual pode disciplinar a ordem de vocação das autoridades


municipais em caso de vacância ou impedimento de Prefeito ou Vice Prefeito? O STF entendeu
como sendo inconstitucional a disciplina, pela Constituição Estadual, da ordem de vocação das
autoridades municipais:"Não cabe, ao Estado-membro, sob pena de frontal transgressão à
autonomia constitucional do Município.” É a Lei Orgânica que deve dizer.

Ler Conselho da República e Conselho da Defesa


PODER LEGISLATIVO

Atividade legiferante e fiscalizadora.

Atipicamente... e Judiciárias quando julga o presidente da república por crime de


responsabilidade.

As imunidades e prerrogativas também são protegidas como cláusula pétrea.

Em caso de omissão ou falta de prestação de serviço de saúde, a atuação do


judiciário, uma vez provocado, não viola a separação de poderes, conforme
entendeu o STF, o Judiciário está apenas fazendo cumprir a carta magna.

Mesa do CN é formada por membros das mesas da Câmara e do Senado, sendo


presidida pelo Presidente do Senado Federal.

COMISSÕES PARLAMENTARES

Temporárias

Permanentes
Representativas

Mistas

Sessões Legislativas Extraordinárias só podem ser convocadas conforme rol


taxativo do art. 57 da CF.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

        I -  pelo Presidente do Senado Federal, em caso de


decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de
pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para
o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República;

        II -  pelo Presidente da República, pelos Presidentes da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento
da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de
urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses
deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional.

 § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de


convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
automaticamente incluídas na pauta da convocação.

ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS

É o conjunto das imunidades, inviolabilidades, prerrogativas, compatibilidade,


impedimentos que cercam a função do parlamentar garantindo uma maior liberdade e
independência funcional.

Suplentes não gozam.

A prerrogativa de foro do art. 53, §1º é referente a processos de natureza


criminal. Processos cíveis podem tramitar em juízo de primeiro grau.

A imunidade se opera a partir da diplomação que se dá antes da posse.

Duas situações para análise

a) Crime comum cometido antes da diplomação: Justiça comum.

b) Crime comum cometido após a diplomação: O processo será remetido ao STF, e


se findo o mandato sem decisão judicial, o processo será remetido a Justiça Comum.

O órgão competente para receber a denúncia e queixa crime é o STF (caso da aliena
b).

A prerrogativa de foro funcional, afasta a competência do tribunal do júri.

IMPORTANTE!!! A renuncia ao mandato de parlamentar, quando manifestamente


com objetivo de procrastinar o julgamento da lide, por entendimento do STF, diante
do abuso de direito, afasta-se a regra da atualidade do mandato e prorroga-se a
competência da corte suprema.

Vale dizer que é legítimo a renuncia do congressista, desde que não seja pelos
motivos acima elencados.

CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR


SITUAÇÃO COMPETÊNCIA
Crime cometido ANTES DA DIPLOMAÇÃO como
Deputado ou Senador

Crime cometido DEPOIS DA DIPLOMAÇÃO


(durante o exercício do cargo), mas o delito NÃO Juízo de 1ª instância
TEM RELAÇÃO COM AS FUNÇÕES
desempenhadas.
Ex: embriaguez ao volante.

Crime cometido DEPOIS DA DIPLOMAÇÃO


(durante o exercício do cargo) e o delito está
RELACIONADO COM AS FUNÇÕES STF
DESEMPENHADAS.
Ex: corrupção passiva.

Foi fixada, portanto, a seguinte tese (#VAICAIRNASUAPROVA):


O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício
do cargo e relacionados às funções desempenhadas. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.

IMUNIDES DOS PARLAMENTARES

IMUNIDADES MATERAIS

O STF entende que a manifestação de expressão no plenário é quase absoluta.

Perante a mídia também goza o parlamentar de imunidade material, enquanto material.

Súmula nº 245 do STF: “A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa
prerrogativa.”OBS. Tem prevalecido que a natureza jurídica da imunidade material é de causa de
exclusão da tipicidade, impedindo até mesmo a instauração de inquérito ou qualquer outro ato
de persecução. Portanto, se o fato é atípico, não há possibilidade de coautoria, pois não há
infração penal. Assim, a súmula 245 diz respeito à imunidade processual, não material.

#OBS: STF (AI 401) – O fato coberto pela inviolabilidade quando divulgado na imprensa também
confere proteção aos meios de comunicação.

#OBS: CPI – o parlamentar é inviolável. E a pessoa que não é e está lá? Essa pessoa pode
ofender também o parlamentar? STF (Inq 1247) –a resposta imediata a uma injúria perpetrada
por parlamentar e acobertada pela imunidade também deve ficar imune.
IMUNIDADES FORMAIS

Em regra geral não haverá prisão do parlamentar, exceto se preso em flagrante


de crime inafiançável. Ainda assim os autos, em 24 horas serão remetidos a casa
legislativa que pertença o preso, para que a casa a qualquer momento resolva por
maioria dos membros (NÃO FALA SE ABSOLUTA) sobre a prisão, ou seja, liberar
o parlamentar. Um relaxamento político da prisão.

A jurisprudência e a doutrina entendem que o parlamentar pode vir a ser preso em razão
de sentença judicial condenatória criminal transitada em julgado.

O STF admite a prisão preventiva de Deputado Federal ou Senador? Surgiram duas


correntes: 1ª) SIM. Para Rogério Sanches e Marcelo Novelino, o STF teria autorizado a
prisão preventiva do Senador, relativizando o art. 53, § 2º da CF/88. 2ª) NÃO. Não é
possível a prisão preventiva de Deputado Estadual, Deputado Federal ou Senador porque
a única prisão cautelar que o art. 53, § 2º da CF/88 admite é a prisão em flagrante de
crime inafiançável. É a posição que entendo mais acertada.

É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem
conhecimento do outro. Assim, se “A” e “B” estão conversando, “A” pode gravar essa
conversa mesmo que “B” não saiba. Para o STF, a gravação de conversa feita por um dos
interlocutores sem o conhecimento dos demais é considerada lícita, quando ausente causa
legal de sigilo ou de reserva da conversação.

Quanto ao processo

Até a EC 35/2001, o STF não tinha autorização para deflagrar processo contra
parlamentar, senão através de licença dada pela casa a que pertencesse o
parlamentar. Vale dizer que hoje não necessita o STF de tal autorização do
Congresso, DANDO APENAS CIÊNCIA A CASA DE QUE PROCESSO CRIMINAL FOI
DEFLAGRADO EM DESFAVOR DE PARLAMENTAR.

A partir deste momento, surge para qualquer partido político com representação na
Casa, até a decisão final transitar em julgado, a chance de apresentar pedido de
sustação do processo.

Ao passo que a Casa terá 45 dias para decidir pela maioria dos seus membros se
durante o mandato do parlamentar o processo será suspenso, e o STF lavra a
suspensão da prescrição.

NOTE QUE AQUI NÃO É A CASA QUE AGE EM DEFESA DO PARLAMENTAR, MAS
SIM PARTIDO QUE INTERCEDE POR AQUELE.

Caso haja reeleição? A suspensão não se renova.

 Essa imunidade só se aplica ao parlamentar que cometeu crime após a


diplomação.

Condenação por Sentença Penal Transitada em Julgado


Acarreta a suspensão dos direitos políticos, onde a perda do mandato será julgada pela
respectiva Casa por maioria absoluta.

No entanto, se a pena for superior a 120 dias em regime fechado, a perda será
automática (STF).

Foro por Prerrogativa de Função

Marco para o fim do foro: término da instrução Após o final da instrução processual, com a
publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência
para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário.
AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).

NO CASO DE DELAÇÕES

Imagine que um indivíduo que não tem foro por prerrogativa de função queira fazer um acordo
de colaboração premiada. Ele diz o seguinte: quero delatar o Governador, ou seja, desejo
revelar crimes que o Governador atual cometeu no exercício do cargo e que estejam com ele
relacionados. Esse acordo pode ser homologado pelo juízo de 1ª instância?

• Para o STF que reformou decisão do STJ: NÃO. Se a delação do colaborador mencionar
autoridade com prerrogativa de foro (ex: Governador), este acordo deve ser celebrado pelo
Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal competente (STJ).

QUANTO AOS DEPUTADOS ESTADUAIS

Norma de observância obrigatória.

Crime comum: TJ ou TRF (até crimes dolosos contra a vida)

QUANTO AOS VEREADORES

A imunidade material relativa, posto que está restrita a limitação geográfica do


seu município (STF).

O STF decidiu que as Constituições Estaduais, podem determinar prerrogativa de foro


funcional para julgamentos dos vereadores (súmula 721 do STF).

Vereador vai à Júri.

As imunidades dos parlamentares subsistem ainda que em caso de estado de sítio.


No entanto, as imunidades podem sofrer suspensão por atos cometidos fora do
recinto e incompatíveis com a execução da medida, e desde que autorizado por
2/3 dos membros da Casa respectiva.

Durante o estado de defesa, as imunidades não podem ser suspensas.

Artigo 56 da CF – Casos em que o parlamentar em gozo de mandato é investido em


cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, etc.
Nestes casos, o STF entendeu que as imunidades formais e materiais restarão
suspensas, haja vistas serem incompatíveis com a função investida.

No entanto, a prerrogativa de foro funcional é mantida.

#OUSABER: Lei estadual pode determinar que a remuneração dos Deputados Estaduais sejam
um percentual fixo sobre o subsídio dos Deputados Federais? Segundo o STF, NÃO!!!

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
É constitucional norma da Constituição estadual que preveja que as proibições e os
impedimentos estabelecidos para os Deputados Estaduais deverão ser aplicados também para o
Governador e o Vice-Governador do Estado. STF. Plenário. ADI 253/MT, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 28/5/2015 (Info 787).

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

PRESSUPOSTOS MATERIAIS

a) fato determinado -> O fato já precisa existir. O STF já entendeu, que surgindo fatos
novos relacionados ao fato principal, esta seguirá apurando-os e julgando-os também,
desde que aprovado o aditamento.

#OBS: fato conexo basta aditamento. Fato novo – requisito formal de iniciativa (1/3).
b) Prazo certo -> Admite prorrogações sucessivas dentro da legislatura em que a CPI
fora aberta. STF.

Requisitos Formais da CPI


A CPI pra ser aberta precisará de 1/3 das assinaturas dos seus membros.

Em caso de CPMI, necessário 1/3 de assinaturas dos membros da câmara, mais 1/3 de
assinaturas do Senado.

É inconstitucional Lei Orgânica ou Constituição Estadual que estabeleça quórum


superior ao 1/3, de acordo com o entendimento do STF, sendo a CPI um
instrumento de proteção das minorias parlamentares.

#OBS: STF MS 16.441 – a exigência de requerimento de 1/3 dos parlamentares deve ser
examinada no momento do protocolo do pedido perante a Mesada respectiva Casa Legislativa,
independentemente de posterior ratificação. Ou seja, a partir do momento em que o protocolo
é feito esse requisito já esta consolidada. Não se admite a desistência. Não pode retirar a
assinatura.

REMESSA AO MP. É OBRIGATÓRIA?


O encaminhamento ao MP, de acordo com entendimento do STF, é ato discricionário
da CPI, e se refere apenas remessa do relatório conclusivo dos trabalhos da CPI,
sem a necessidade do encaminhamento dos documentos sigilosos.

As decisões da CPI são definitivas, de modo que sua executoriedade independe de aprovação de
outro órgão.

PODERES DA CPI

a) A quebra de sigilo bancário, de dados telefônicos (não é a mesma coisa que é a


interceptação = conversa) e fiscais, desde que por decisão fundamentada.

Toda decisão da CPI que restrinja direito fundamental, terá que ser aprovada por
maioria absoluta (decisão colegiada).

b) A CPI pode se utilizar de documentos sigilosos, mas não pode a estes dar
publicidade.

c) Pode também ouvir investigados, testemunhas, podendo exigir desta a condução


coercitiva.

d) Pode transportar-se a qualquer localidade do país se assim se fizer


necessário.

e) Pode solicitar auxílio, auditoria do Tribunal de Contas.

f) A CPI também pode prender em flagrante, mas não pode expedir mandado de
prisão.

g) Art. 50 da CF – Pode convocar autoridades, inclusive vinculadas diretamente à


presidência, para prestar depoimento acerca de fato pré-determinado, cuja
recusa constitui crime de responsabilidade.

VEDAÇÕES – PRINCÍPIO DA RESERVA CONSTITUCIONAL DE JURISDIÇÃO

A CPI não pode por AUTORIDADE PRÓPRIA, ou seja, sem a integração do Poder Judiciário:

a) Não pode decretar interceptação telefônica.

b) Não pode expedir mandado de prisão.

c) Não pode decretar a violação de domicílio.

d) Não pode encerrar as atividades de associação.

e) Não pode expedir decreto de indisponibilidade de bens e documentos (arresto,


sequestro, penhora).

f) Não pode determinar a escusa de indiciado a viajar dentro do território ou para


fora do país.

g) Magistrados podem ser convocados para participar de CPI na qualidade


testemunha, e não de investigados, e não são obrigados a responder sobre
questões funcionais. A mesma temática vale para os membros do Ministério Público.

h) Não pode proibir a presença de advogado auxiliando investigado e testemunha.

 Impera salientar que o direito ao silêncio é garantido na CPI, tanto para o


investigado quanto para a testemunha.
 As imunidades parlamentares, também são manutenidas em sede de CPI.

 O índio pode ser ouvido em CPI, desde que acompanhado de um


representante da FUNAI e de antropólogo e que se desloque até a comunidade
indígena.

#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É CONSTITUCIONAL O


ESTABELECIMENTO DE RESTRIÇÃO AO NÚMERO MÁXIMO DE CPIS
INSTAURADAS SIMULTANEAMENTE EM DETERMINADA CASA PARLAMENTAR?

SIM! STF.

Não há necessidade de devido processo legal ou contraditório, pois o intuito é


investigatório e não acusatório.

PODE NÃO PODE


Convocar autoridades
a) não poderia a CPI federal convocar
autoridade estadual ou municipal em vista
dos princípios federativos e da não - Devem respeitar a “cláusula de reserva
intervenção; constitucional de jurisdição”;
b) não poderia a CPI convocar juiz para - Previsão constitucional de competência
depoimento sobre decisão judicial pois exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário;
ofenderia o princípio da separação dos - Não podem determinar invasão domiciliar,
poderes e o privilégio de foro, isto está ou a interceptação telefônica – art. 5º, XI e XII
inclusive no Reg. Int. do Senado – INF 194), CF (Lei 9.296/96 – interceptação telefônica).
realizar perícias, ouvir indiciados (o
convocado tem direito ao silêncio – analogia
com o 5º LXIII CF – INF 334),
- Determinar buscas e apreensões (desde que - Decretar prisões (só por ordem escrita de
não domiciliar, pois é reserva de jurisdição juiz – 5º LXI) salvo em flagrante delito
art. 5º XI CF– INF 212 e 234), - Determinar medidas cautelares como
- Requerer condução de testemunhas. arresto, sequestro, (ninguém será privado de
- Quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico liberdade ou bens sem devido processo legal
(quebrar sigilo de dados somente, pois – 5º LIV),
interceptação telefônica é reserva de - busca domiciliar, interceptação telefônica,
jurisdição)– mas não podem divulgar dados restringir assistência judiciária aos
fora dos trabalhos internos (INF 218) investigados, divulgar a terceiros os dados
- LC 105/01 e sigilo bancário – (ampliou as obtidos com a quebra de sigilo, formular
hipóteses de divulgação entre instituições acusações,
financeiras, entidades de proteção ao crédito,
autoridades competentes para apuração de
ilícitos, etc) – Menciona a CPI no art. 4º, p. 1º

Jurisprudências sobre CPI

Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, em sede originária, mandados


de segurança e habeas corpus impetrados contra Comissões Parlamentares de Inquérito
constituídas no âmbito do Congresso Nacional ou no de qualquer de suas Casas4.

O CONTROLE JURISDICIONAL DE ABUSOS PRATICADOS POR COMISSÃO PARLAMENTAR


DE INQUÉRITO NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. atribuiu-se, ao
Poder Judiciário, a função eminente de controlar os excessos cometidos por qualquer das
esferas governamentais, inclusive aqueles praticados por Comissão Parlamentar de
Inquérito, quando incidir em abuso de poder ou em desvios inconstitucionais, no
desempenho de sua competência investigatória.

*#DEOLHONAJURIS #STF: Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário,
telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal
na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada
por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).

PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis.

ORDINÁRIO

É a regra geral do processo legislativo. Quando o ato normativo primário tiver um


processo diferente vai dizer expressamente.

4
A prova do TRF4/2016 considerou correta a seguinte alternativa a respeito dessa temática: “ Compete
ao Supremo Tribunal Federal o controle jurisdicional dos atos de Comissão Parlamentar de Inquérito
que envolvam ilegalidade ou ofensa a direitos individuais, na medida em que a Comissão Parlamentar
de Inquérito procede como se fosse a Câmara dos Deputados, o Senado Federal ou o Congresso
Nacional como um todo.”
De acordo com entendimento do STF, não há hierarquia entre leis ordinárias e
leis complementares, haja vista tirarem fundamento jurídico de validade da CF/88.

RITO SUMÁRIO

Deve ter uma duração de no máximo 100 dias. Ele só pode ser desencadeado pelo
Presidente, em projetos de sua iniciativa. CD é a casa iniciadora (por ser iniciativa do PR)
– 45 dias para discutir e votar; SF – 45 dias para discutir e votar – faz emenda aditiva
modificativa; a emenda volta para CD - 10 dias para discutir e votar. 45 +45 + 10 = 100
dias.

Se for uma emenda supressiva, o projeto não precisa voltar para a Câmara dos
Deputados, apenas as emendas aditivas e modificativas precisam retornar à casa
iniciadora.

Segundo a jurisprudência do STF, (...) "as emendas parlamentares aos


projetos de lei de iniciativa privativa do Poder Executivo e Judiciário são
admitidas, desde que guardem pertinência temática com o projeto e não importem
em aumento de despesas". (...)(STF, ADI n. 2583, rel. Min. CÁRMEN LÚCIA,
Tribunal Pleno, j. em 01/08/2011).

§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de


projetos de sua iniciativa.(O PRESIDENTE SOMENTE PODE PEDIR URGÊNCIA PARA OS
SEUS PRÓPRIOS PROJETOS;

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se


manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva
Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se
ultime a votação.

§ 4º - Os prazos do §2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se
aplicam aos projetos de código.

ESPECIAIS

Emenda constitucional, lei complementar, medida provisória, lei delegada, resolução e


decreto legislativo.

#OBS: não é necessário “lei” para criar empregos públicos na administração indireta. Basta fazer
concurso e contratar.
#ATENÇÃO #IMPORTANTE
STF já decidiu que matéria tributária não é de iniciativa exclusiva do presidente. É concorrente
com os parlamentares. A exclusividade se trata apenas dos Territórios. Já a matéria
orçamentária é exclusiva do PRESIDENTE também no âmbito da União, em razão do art. 165 CF.

FASES

1 Iniciativa
Não existe iniciativa popular para apresentação de projeto de Emenda
Constitucional – PEC. Mas não há vedação a proposição de projeto de lei
complementar.

Regra do “1503”. Necessidade de subscrição de no mínimo 1% do eleitorado


nacional, distribuídas em pelo menos 05 estados da federação, com participação
de no mínimo 0,3% três décimos por cento dos eleitores de cada estado.

 5% dos eleitores podem apresentar projeto de lei local.

Em matéria reservada privativamente ao presidente da república, (...)


inconstitucionalidade e nem mesmo a sanção presidencial é meio para
convalidar o vício de iniciativa.

ATENÇÃO!!! Já foi questão de prova, e considerada correta a assertiva que disse que a
Lei Ordinária e Lei Complementar é exemplo de iniciativa concorrente.

2 DELIBERAÇÃO

Comissões discutem

3 VOTAÇÃO

LEI ORDINÁRIA – Maioria Simples + Maioria Absoluta dos Presentes.

LEI COMPLEMENTAR – Maioria Absoluta.

4 SANÇÃO OU VETO

Sanção: Pode ser tácita..., caso o presidente não se manifesta em 15 dias úteis, ou
expressa, a contar da data do recebimento.

Veto: É expresso. Analisado em sessão conjunta do congresso nacional no prazo de


30 dias, que poderá rejeitá-lo pelo voto da maioria absoluta.

Irretratável

Superável pela derrubada do Congresso Nacional.

Total ou parcial, lembrando que o veto parcial não pode ser de palavra ou expressão,
recaindo sobre todo texto do art., inciso, parágrafo, alínea.

Político ou Material -> Será político quando se entender que o projeto é contrário ao
interesse público.

Jurídico ou formal -> Será jurídico, na condição de controle preventivo político de


inconstitucionalidade. É o veto por inconstitucionalidade.

Em caso de veto, o presidente apresentará ao presidente do senado federal as razões de


veto do projeto de lei.

O escrutínio é aberto agora com a inovação trazida pela EC 76/2013.

5 – PROMULGAÇÃO DA LEI

O presidente tem 48 horas para promulgar a lei. Se este não o fizer, o direito será
transferido para o Presidente do Senado Federal que também terá as mesmas 48
horas. Se ainda este não o fizer, caberá, de forma imediata, a promulgação pelo
Vice Presidente do Senado.

Indagamos: o que se promulga, a lei ou o projeto de lei? Seguindo os ensinamentos de


José Afonso da Silva, o que se promulga e publica é a lei, ou seja, no momento da
promulgação o projeto de lei já se transformou em lei.

6 – PUBLICAÇÃO

SÚMULAS VINCULANTES: É competência exclusiva do STF para editar, rever e cancelar


súmulas vinculantes.

Requisitos para edição da súmula vinculante:

Necessidade manifestação de 2/3 (oito ministros) do STF.

Necessário que haja reiteradas decisões sobre o assunto.

Que o tema verse sobre matéria constitucional.

Pode se dar de ofício: Quando se desencadeia por Ministro do STF.

Pode se dar por provocação: Quando se desencadeia por iniciativa externa, cujos
legitimados são aqueles que podem ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade, ADC,
ADO e ADPF (art. 103, da CF).

São quatro autoridades: Presidente, Procurador Geral da República, Governador de


Estado e do DF.

Quatro mesas: Senado, Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa dos Estados e DF.

Quatro entidades: OAB, Partido Político, Confederação Sindical e Entidade de Classe.

A lei 11.417 introduziu mais 03 legitimados que são:

i – Defensor Público Geral da União

ii – Municípios

iii - Tribunais

 O STF entendeu que projeto de Lei Orgânica do Ministério Público é de iniciativa


concorrente entre o Presidente e o Procurador Geral do MP.

 É de iniciativa do chefe do executivo estadual lei que verse sobre regime jurídico
dos militares. É o governador!!!

Parecer da CCJ

Realiza controle preventivo político.

O parecer da CCJ é terminativo, pois pode ser derrubado pelo plenário da casa, desde
que 1/10 de parlamentares se insurjam contra o parecer da CCJ.

Projetos de lei de iniciativa reservada do Presidente podem sofrer alterações, desde


que não se altere o sentido normativo do projeto e, que, em regra, não acarrete
aumento de despesas.

O aumento de despesa é permitido quando se envolver projeto de lei de matéria


orçamentária.
Princípio da Irrepetibilidade

1. Projeto de lei rejeitado só pode ser reapreciado em outra sessão legislativa, salvo se
houver manifestação dos membros de maioria absoluta de qualquer das casas na mesma
sessão legislativa (relativa).

2. Medida Provisória: É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida


provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de
prazo. (ABSOLUTA)

3. Proposta de Emenda à Constituição: A matéria constante de proposta de emenda


rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa. (ABSOLUTA)

a) Se aprovado com alterações, e essas alterações forem redacionais que não


modificam o sentido da norma, remeter-se-á o projeto ao presidente para sanção
ou veto.

b) Se aprovado com alterações substanciais, de conteúdo, e que modificam o


sentido do projeto, deverá o projeto retornar a casa iniciadora, que dará a palavra
final.

Concordando ou não com as alterações da casa revisora, remeterá ao presidente para


sanção ou veto.

 Poder de agenda do Congresso Nacional, de acordo com o STF, permite o


Congresso Nacional apreciar vetos em detrimento de outros projetos sem
que se necessário se observe a ordem cronológica. Ademais o STF
entendeu não ser cabível ao Judiciário fazer controle da organização das
atividades do legislativo, sob pena de flagrante ofensa ao princípio da
separação dos poderes.

MEDIDAS PROVISÓRIAS

Tem força de lei ordinária.

O entendimento do STF entende possível a edição da MP no âmbito estadual, mas não é


norma de observância...

A medida provisória não REVOGA a lei com ela incompatível, mas apenas SUSPENDE
a eficácia da lei. Se vier a ser votada e aprovada, aí sim, opera a revogação.

Limitações materiais

Expressas: O3P7JELNIC

Orçamento, salvo nos casos de crédito extraordinário em virtude de despesas


imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

Organ. Poder Judiciário É concorrente a competência para


a iniciativa do projeto de lei que
Organ. Do MP
vise majorar os subsídios dos
PENAL membros do Ministério Público,
bem como os membros do Poder
P. PENAL Judiciários;
P. CIVIL
Partido Político
Poupança Popular
Plano Plurianual
Direito (P)olítico
(J)á disciplinas em lei

(E)leitoral

Lei Complementar
Nacionalidade
Cidadania
OBS. Medida Provisória pode criar órgãos, desde que não acarrete em aumento de
despesas.

Implícitas

Doutrina e jurisprudência destacam que em nome do princípio de separação de


poderes, MP não pode dispor sobre matéria reservada ao CN, a câmara de
deputados e ao senado federal.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Difuso e Concentrado.

Se no curso da ADI a MP for convertida em lei com alterações ou for rejeitada, a


ADI perderá seu objeto, sendo julgada extinta sem resolução de mérito.

Em todas outras situações seguirá o processo de controle.

 Os requisitos de relevância e urgência (pressupostos da MP), podem, em


caráter excepcional, ser apreciados pelo Poder Judiciário.

PROCEDIMENTO

A casa iniciadora será a Câmara dos Deputados, que primeiro irá deliberar sobre a sua
conversão em lei ordinária.

60 dias (que é o prazo da MP) – Se não apreciada, prorroga-se por mais 60 dias.
Durante o recesso parlamentar, o prazo de vigência da MP fica suspenso.

Pode ser convertida em lei ordinária com ou sem alterações.

Se ocorrer sem alteração, não haverá sanção ou veto do Presidente da República e


a MP será promulgada pelo presidente do senado federal.
Se ocorrer alteração, por aplicação do art. 62, § 12, necessário a remessa para o PR
sancionar ou vetar o projeto de lei.
Rejeição pode ser tácita ou expressa -> Tacitamente ocorre quando o CN deixa
transcorrer in albis o prazo para deliberação. Expressa ocorre quando o CN delibera e
rejeita a ideia de conversão.

Havendo rejeição da MP, esta gerará efeitos ex nunc. No entanto, a CF sugere que a
rejeição opere efeitos ex tunc, neste caso devendo o CN editar DECRETO
LEGISLATIVO em 60 dias a contar da rejeição para que este decreto se coloque
no lugar da MP e regule os efeitos produzidos pela MP.

TRANCAMENTO DE PAUTA

Se não houver deliberação em 45 dias.

Se houver aprovação, a votação já chega sob regime de trancamento de pauta no


Senado.

Suspensão de uma MP por outra MP

Dada a natureza irretratável da MP, é mecanismo utilizado pelo presidente.

A MP derradeira suspende imediatamente a primeira. Dada a natureza precária da


norma, somente suspende.

No entanto, se a MP² for convertida em lei, a MP¹ será enfim revogada.

De outro turno, se a MP derradeira for rejeitada, a MP¹ voltará a produzir seus


efeitos jurídicos.

LEIS DELEGADAS

É a possibilidade de CN delegar ao presidente a competência para legislar sobre matéria


reservada ao CN.

Vale dizer que a qualquer tempo o CN pode reaver a delegação e legislar sobre a
matéria delegada especificamente.

LIMITAÇÕES MATERIAIS A DELEGAÇÃO

Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I  - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia


de seus membros;

II  - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III  - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Lembrar basicamente das vedações a edição de MP.

Modalidades de delegação

a) Delegação atípica ou imprópria -> PR cria o projeto, mas será analisado pelo
CN.

b) Delegação típica ou própria -> Aqui não há retorno. A delegação pelo CN autoriza
o presidente, e estabelece os limites.

* Controle Repressivo Político de Constitucionalidade: Se o presidente extrapolar


os limites da delegação legislativa, o CN sustará, com efeitos ex nunc, os efeitos
da lei delegada naquilo que percebeu excesso na atividade legiferante.
 O CN autoriza por meio de Resolução. Trata-se aqui de uma exceção, vez que,
via de regra, quando há deliberação legislativa pelo CN de forma bicameral,
esta se dá por meio de decreto legislativo e não resolução.

O presidente não está obrigado a legislar.

DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES

Decretos Legislativos cuidam de matérias do art. 49 que são do CN.

Resoluções cuidam das matérias dos arts. 51 e 52, que são das casas quando atuam
separadamente.

ATENÇÃO!!! Em nome do princípio de separação de poderes, não há sanção ou


veto no processo de elaboração dos Decretos Legislativos e das Resoluções.

DECRETOS AUTÔNOMOS

É ato normativo primário.

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar


aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso


Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização
nacional;

DECRETOS REGULAMENTARES

É de competência do presidente da república, que visam garantir a execução de uma


norma infraconstitucional. Assim, são atos normativos secundários, posto que entre
o decreto e a CF existe a lei. São normas infralegais.

PODER JUDICIÁRIO

Ler a Constituição!

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Princípios Norteadores

i – Supremacia da Constituição -> Pode ser analisada sob o ângulo material e formal,
nos interessando aqui o aspecto formal, atributo exclusivo das Constituições rígidas.

#OUSESABER #DEOLHONOCONCEITO: O que é norma hipotética fundamental?


A norma hipotética fundamental é um conceito propugnado por Hans Kelsen, importante jurista
e filósofo e positivista do século XX da Escola de Viena, em sua obra "Teoria Pura do Direito”.
Segundo Kelsen, é o fundamento máximo do seu conceito escalonado e hierárquico de ordem
jurídica, a fonte de validade de todas as outras normas.

ii – Unidade do ordenamento jurídico -> Traz relação de equilíbrio entre as normas


constitucionais e infra constitucionais, vedando a criação de leis contrárias as normas
constitucionais, sob pena de gerar insegurança jurídica.

iii – Presunção de constitucionalidade -> As normas constitucionais derivadas e as


infraconstitucionais, tem presunção relativa de constitucionalidade.

iv – Dignidade da pessoa humana -> Dada a natureza garantista da constituição, é


crível que tal princípio deve ser observado no controle de constitucionalidade.

PARÂMETRO

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: A alteração do parâmetro constitucional, quando o


processo ainda está em curso, não prejudica o conhecimento da ADI. Isso para evitar situações
em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
#IMPORTANTE

Não há hierarquia entre as normas do corpo fixo e as do ADCT, exceto se nestas


já se exauriu sua aplicação, deixando assim de ser parâmetro de controle, sendo
nesta oportunidade apenas declarações históricas.

#OBS: A CF é dividida em três partes: preâmbulo, normas permanentes e ADCT. O preâmbulo é


a única parte da CF que não serve como parâmetro para o controle de constitucionalidade, já
que, segundo entendimento do STF, ele não tem caráter normativo.

Assim, conclui-se que o preâmbulo:


1. Serve para certificar a legitimidade e a origem do novo texto;
2. Trata de proclamação de princípios;
3. Não tem força normativa, embora provenha do mesmo poder constituinte originário que
elaborou toda a constituição;
4. É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF);
5. Não integra o bloco de constitucionalidade;
6. Não cria direitos nem estabelece deveres;
7. Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da constituição;
8. Está sujeito à incidência de EC;
9. Natureza Jurídica: STF adotou a teoria da IRRELEVÂNCIA JURÍDICA

#OBS: E os princípios implícitos da CF podem servir como parâmetro: SIM! Canotilho se utiliza de
uma expressão: “ordem constitucional global” que abrange tanto as normas expressas quanto
os princípios implícitos. Ex: razoabilidade e proporcionalidade.

#OBS: com a EC 45/2004 passamos a ter um novo parâmetro para o controle de


constitucionalidade, que são os tratados e convenções internacionais de direitos humanos.

Qualquer tratado ou convenção? NÃO. A CF exige um requisito material (ser de direitos


humanos) e um requisito formal (ser aprovados por 3/5 dos votos dos membros da
Câmara e do Senado e em dois turnos).

#ATENÇÃO!!!
Em regra, não é cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou um
tratado internacional. Em regra, os tratados internacionais não podem ser utilizados como
parâmetro em sede de controle concentrado de constitucionalidade.

Bloco de Constitucionalidade5 – Celso de Mello


O STF se vale apenas dos princípio implícitos na CF como parâmetro...não se vale da
ideia geral.

#OBS: Controle de Convencionalidade. Mazzuoli. Em síntese, é aquele que tem como parâmetro
uma convenção internacional.

ATENÇÃO!!!#OBS: Fenômeno da erosão da consciência constitucional (KARL LOEWENSTEIN.)


ADI 484 Celso De Melo. Processo de desvalorização funcional da CF escrita. Se a CF estabelece
algo que depende do legislador e ele se omite a CF não tem como ser aplicada, o que acaba a
desvalorizando. Está ligado a inconstitucionalidade por omissão.

INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL = NOMODINÂMICA

Objetiva -> Alguma formalidade não foi observada.

Subjetiva -> Vício de iniciativa para propositura da lei.

5
CAIU NA DPEMT/2016: questão interessante trazida pela banca no que diz respeito aos tratados
internacionais de direitos humanos:
1) As normas dos tratados de direitos humanos recepcionados pela Constituição de 1988 são
materialmente constitucionais e servem de parâmetro hermenêutico para imprimir vigor à força
normativa da Constituição (CORRETA).
- Orgânica: é aquela que ocorre nos casos de violação de norma que estabelece o órgão
(Congresso Nacional, Assembleia ou Câmara de Vereadores) com competência legislativa
para tratar da matéria. ADI 2220/SP – não é competência do estado tratar de crime de
responsabilidade, e sim da União.

#OBS: O STF admite o controle judicial dos pressupostos constitucionais para a edição de
Medida Provisória, mas apenas em hipóteses excepcionais, quando a inconstitucionalidade for
flagrante e objetiva.

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL = NOMOESTÁTICA

O conteúdo da lei impugnada é incompatível com uma “norma constitucional de fundo”.


Princípio da Unidade do Ordenamento Jurídico.

#OBS: Uma coisa é Supremacia formal, que é pressuposto para o controle de


constitucionalidade. Só há controle se houver essa supremacia formal, isto é, a rigidez da
Constituição. A partir disso, pode haver lei com inconstitucionalidade formal ou material.

#OUSESABER: O que é vício de decoro parlamentar? Segundo entendimento de Pedro Lenza, o


vício de decoro parlamentar é uma das espécies de vício de inconstitucionalidade, ao lado da
formal e da material. Consubstancia-se quando, na votação de determinada matéria, ocorre a
situação descrita no art. 55, parágrafo primeiro, da CF/88. Assim, por exemplo, quando se
comprova que no processo legislativo de uma emenda constitucional ocorreu a compra de votos
(mensalão), deveria tal lei ser tida por inconstitucional pelo vício no decoro. Foram ajuizadas
ADIs, pendentes, hoje, de julgamento no STF, alegando a inconstitucionalidade da Reforma da
Previdência, ocorrida com a EC 43, justamente por esse tipo de vício. Até o momento, o STF não
decidiu sobre o assunto.

#OUSESABER: O que se entende por inconstitucionalidade


chapada/enlouquecida/desvairada? (Sepúlveda Pertence) para se referir a situações em que a
inconstitucionalidade é evidente, clara, flagrante, não restando qualquer dúvida sobre o vício,
seja formal ou material.

QUANTO AO MOMENTO

A) Originária:

É aquela que ocorre quando o objeto impugnado surge após a existência do parâmetro. O
objeto já nasce inconstitucional, pois o parâmetro já existia.

B) Superveniente:
É aquela que ocorre quando a norma nasce constitucional, mas em razão de uma
mudança do parâmetro ela acaba se tornando inconstitucional. Existem três situações
que devem ser diferenciadas

Não recepção

Mutação Constitucional -> O sentido da norma muda, mas o texto permanece


intacto.

Inconstitucionalidade progressiva -> são situações intermediárias entre a


constitucionalidade plena e a inconstitucionalidade absoluta, nas quais as situações
fáticas do momento justificam a manutenção da norma, que progressivamente irá se
tornar inconstitucional.

#OBS: Desconstitucionalização: "Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição


anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status
de lei infraconstitucional". Essa teoria não é aceita pelo STF!!!!

QUANTO AO PRISMA DA APURAÇÃO

A) Direta ou antecedente:

É aquela que ocorre quando o objeto impugnado está ligado diretamente à CF. Viola
diretamente uma norma constitucional. Não há nenhum ato interposto entre o ato
impugnado e a CF. O STF só admite essa espécie.

B) Indireta:

É aquela que ocorre quando há um ato interposto entre a CF e o objeto impugnado. Ex.
dos decretos. Pode-se ter aqui uma inconstitucionalidade consequente ou
reflexa:

Inconstitucionalidade consequente: é aquela que ocorre quando a


inconstitucionalidade do ato é decorrente da inconstitucionalidade de uma outra
norma. Lei estadual que trata de matéria de competência da união e decreto que
regulamenta essa lei. Nesse caso, o decreto por consequência é inconstitucional.
Se for proposta uma ADI ela terá como objeto a lei e o decreto que a
regulamenta.

Inconstitucionalidade reflexa ou oblíqua: é aquela que ocorre quando o objeto


impugnado é diretamente ilegal e indiretamente inconstitucional, ou seja, entre
ele e a CF existe outro ato normativo interposto. Quando um decreto viola ou
exacerba o conteúdo de uma lei. Esse decreto não pode ser impugnado numa
ADI.

QUANTO À NATUREZA DO ÓRGÃO

A) Jurisdicional:

É o controle feito por órgão do Judiciário.


B) Político:

Por exclusão, é aquele feito por órgãos sem natureza jurisdicional.

Há ainda países que adotam o sistema misto como é o caso da Suiça.

#OBS: como no Brasil se adota o controle difuso e concentrado, muitos confundem e dizem que
temos um sistema misto. Mas o sistema brasileiro é jurisdicional.

o QUANTO AO MOMENTO DE REALIZAÇÃO DO CONTROLE

A)Controle preventivo:

Evitar a violação da CF.

Poder Legislativo: as comissões de constituição e cidadania exercem o controle preventivo de


constitucionalidade dos projetos de lei. Além das comissões o plenário pode realizar esse
controle.

Poder Executivo: através do veto jurídico do Presidente. Art. 66, §1º § 1º Se o Presidente da
República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional (veto jurídico) ou
contrário ao interesse público (veto político), vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito
horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

Poder Judiciário: o único meio em que o controle preventivo é admitido é através de


mandado de segurança impetrado por parlamentar, em caso de inobservância do devido
processo legislativo constitucional.

É um controle concreto ou incidental.


B)Controle repressivo:

 Poder Legislativo:

Realiza quando o executiva extrapola os limites dado para edição das leis delegadas, por
exemplo.

Outro caso é quando o executivo edita MP que verse sobre matéria vedada pela CF. § 9º
Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e
sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário
de cada uma das Casas do Congresso Nacional.          

Súmula 347, STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode


apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Diz-se que é do Poder
Legislativo, embora seja órgão auxiliar. Ele aprecia um ato e diz que apesar do ato ter
sido elaborado em consonância com a norma legal, essa norma legal violaria a CF. É um
controle incidental. SUPERADO!!!

A jurisprudência do STF caminha para a superação dessa súmula, mas é algo que ainda
não aconteceu.
Poder Executivo: O chefe do Poder Executivo (PR, Gov, Pref) pode negar cumprimento
a uma lei, desde que motive e dê publicidade ao seu ato. Esta negativa pode perdurar
apenas até o momento em que o STF dê uma decisão com efeito vinculante.

“(...) sobre essa possiiblidade do parágrafo acima, há três posicionamentos (...)


um terceiro posicionamento, é de que seria possível a negativa de
cumprimento após a CF/88, que já foi ventilado em decisões do STJ e do STF.
ADI 221-MC, REsp 23.121. Os poderes não tem hierarquia, mas em razão do
princípio da legalidade, os poderes judiciário e legislativo devem obedecer às leis,
mas a presunção de constitucionalidade é relativa. No momento em que o STF
afirma que a lei é constitucional essa presunção passa a ser absoluta (para Flávia
não, pois o STF poderia analisar posteriormente e declarar inconstitucional). Em
razão da presunção relativa, é que ainda se admite o descumprimento.

Poder Judiciário: é a regra.

o QUANTO À COMPETÊNCIA JURISDICIONAL

A) Controle difuso:

É aquele cuja competência é atribuída a qualquer juiz ou Tribunal. A CF de 1891


trouxe pela primeira vez o controle difuso. É conhecido também como sistema norte-
americano de controle.

B) Controle concentrado:

É um controle reservado a um determinado órgão. Atualmente no Brasil há dois


órgãos, dependendo do parâmetro escolhido. TJ ou STF.

1934 PRIMEIRA previsão da Representação Interventiva, que hoje é a ADI interventiva.


PRIMEIRA VEZ do controle concentrado abstrato foi com a EC 16/65.

#OBS:
Regra: controle difuso concreto e controle concentrado abstrato. Há, no entanto, exceções:

(1) Controle concentrado concreto


 Representação Interventiva
 ADPF incidental
 Mandado de segurança impetrado por parlamentar (Lenza)

(2) Controle difuso abstrato


Exercido pelo Plenário ou Órgão Especial, no caso previsto no art. 97 da CF. Somente pelo voto
da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão
os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
#OUSESABER: Decisão manipulativa (manipuladora, normativa) é aquela mediante a qual o
órgão jurisdição constitucional modifica ou adita normas submetidas à sua apreciação, a fim
de que saiam do juízo constitucional com incidência normativa ou conteúdo distinto do
original, mas concordante com a constituição. Pode ser de duas espécies:

a) decisão manipulativa aditiva: verifica-se quando o Tribunal declara inconstitucional certo


dispositivo legal não pelo que expressa, mas pelo que se omite, alargando o texto de lei ou
seu âmbito de incidência;

b) decisão manipulativa substitutiva: "assim se consideram aquelas decisões em que a Corte


declara a inconstitucionalidade de um preceito na parte em que expressa certa norma em
lugar de outra, substancialmente distinta, que dele deveria constar para que fosse compatível
com a Constituição. Atuando dessa forma, a Corte não apenas anula a norma impugnada,
como também a substitui por outra, essencialmente diferente, criada pelo próprio tribunal, o
que implica a produção heterônoma de atos legislativos" (Gilmar Mendes, Curso de Direito
Constitucional, 2008). 

1 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCENTRADO (ADC/ADI/ADPF) LEI 9.869

A) ADI/ADC

A ADI e a ADC são ações de mesma natureza, que possuem caráter dúplice ou
ambivalente. Não há diferença de essência.

Art. 14. A petição inicial indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os
fundamentos jurídicos do pedido; II - o pedido, com suas especificações; III - a existência de
controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

Esse requisito de controvérsia judicial relevante é importante. O STF não é um órgão de


consulta. A controvérsia tem que ser judicial, não podendo ser meramente doutrinária. O
STF já se pronunciou dizendo que seis ou sete julgados questionando a
constitucionalidade da lei não seriam suficientes. Vale lembrar que a controvérsia precisa
ser efetiva, não bastando ser potencial6.

É possível preencher o requisito da “controvérsia judicial relevante” com poucos


dias de vigência do ato normativo? SIM. Mesmo a lei ou ato normativo
possuindo pouco tempo de vigência, já é possível preencher o requisito da
controvérsia judicial relevante se houver decisões julgando essa lei ou ato
normativo inconstitucional. O STF decidiu que o requisito relativo à existência
de controvérsia judicial relevante é qualitativo e não quantitativo. Em outras

6
Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2017)
palavras, para verificar se existe a controvérsia não se examina apenas o
número de decisões judiciais.

B) ADPF

É subsidiária.

Art. 4º, §1º. Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando
houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

Quando a lei fala em outro meio eficaz ela se restringe aos meios do controle abstrato? O
STF interpreta no sentido de que o meio não precisa ser o instrumento de controle
abstrato, mas deve ter a mesma imediaticidade, amplitude e efetividade da ADPF, ou
seja, que ele substitua aquilo que a ADPF poderia fazer. Um exemplo disso foi o da
decisão da ADPF 128/DF, que tinha como objeto uma súmula vinculante. O STF decidiu
que existia o pedido de cancelamento ou revisão de súmula vinculante. É um mecanismo
que tem a mesma imediaticidade, amplitude e efetividade, de forma a não se observar o
caráter subsidiário da ADPF.

É possível propor ADPF quando o ato normativo puder ser impugnado em


controle concentrado de constitucionalidade em âmbito estadual? NÃO, irá
prevalecer os mecanismos de controle estaduais.

#ATENÇÃO: Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra


decisão judicial transitada em julgado. Este instituto de controle concentrado de
constitucionalidade não tem como função desconstituir a coisa julgada. STF. Decisão
monocrática. ADPF 81 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 27/10/2015 (Info 810).

#OBS: As ADI/ADC/ADO/ADPF são fungíveis entre si, não somente como já existia entre
a ADI e a ADO.

*#IMPORTANTE7: É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma


arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)? SIM. É possível a
celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a ADPF, desde que fique
demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que
comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação
deste acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas
defendidas pelas partes no processo. STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 1º/3/2018 (Info 892).

o ASPECTOS COMUNS

A) Não admitem desistência, assistência (Regimento Interno do STF),


intervenção de terceiros.

Essas regras contidas na Lei 9.868/99 se aplicam por analogia à ADPF.

#OBS: Amicus curiae:

7
Não tem nos livros!!!!
Figura comum nos países do commomlaw. Previsão na Lei 9869. Para alguns autores e para a
maior parte dos ministros do STF, o amicus curiae seria uma espécie de intervenção de
terceiro e, portanto, uma exceção à regra de que não caberia intervenção de terceiros nessas
ações. Fredie e Gilmar não concordam. Prevalece entre os Ministros ser uma Intervenção
Anômala de Terceiros.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF #MUDANÇADEENTENDIMENTO: A decisão do Relator


que ADMITE ou INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584
AgR, Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018.

O STF já decidiu que o pedido de admissão do amicus curiae deve ser assinado
por advogado constituído, sob pena de não ser conhecido (ADPF 180/SP).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF.
É possível a intervenção de amicus curiae em um processo de mandado de segurança?
Trata-se de tema polêmico.
1ª corrente: NÃO. No processo de mandado de segurança não é admitida a intervenção de
terceiros nem mesmo no caso de assistência simples. Se fosse admitida a intervenção do
amicus curiae, isso poderia comprometer a celeridade do mandado de segurança (STF. 1ª
Turma. MS 29192/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/8/2014. Info 755).
2ª corrente: SIM. A doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a intervenção de amicus
curiae em processo de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do Fórum Permanente de
Processualistas Civis). No mesmo sentido: STF. Decisão monocrática. MS 32451, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 27/06/2017.

Mandado de Segurança, por si, não admite qualquer tipo de intervenção de


terceiros.

Além dessas hipóteses, é possível a intervenção de amicus curiae em outros


processos?

SIM. Em regra, admite-se a intervenção do amicus curiae em qualquer tipo de


processo, desde que:

i) A causa tenha relevância; e

ii) A pessoa tenha capacidade de dar contribuição ao processo.

Vale ressaltar, no entanto, que, se a causa não representar potencial para gerar efeito
multiplicador e se envolver apenas direitos individuais, será possível negar a
intervenção do amicus curiae.
#ATENÇÃO
É POSSÍVEL A INTERVENÇÃO DE AMICUS CURIAE NO PROCESSO PENAL? NÃO, POR AUSÊNCIA
DE PREVISÃO LEGAL.
O STF indeferiu o pedido afirmando que a agremiação partidária, autoqualificando-se como
amicus curiae, pretendia, na verdade, ingressar numa posição que a relação processual penal
não admite, considerados os estritos termos do CPP. STF. 1ª Turma. AP 504/DF, rel. orig. Min.
Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2016 (Info 834).

MOMENTO LIMITE PARA INTERVENÇÃO DO AMICUS CURIAE

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
O amicus curiae não poderá intervir se o processo já foi liberado pelo Relator para que seja
incluído na pauta de julgamentos.
STF. Plenário. ADI 5104 MC/DF. Relator Min. Roberto Barroso. Julgado em 21/05/2014.

O amicus curiae pode apresentar memoriais?

SIM.

O amicus pode aditar o pedido contido na inicial?

NÃO.

O amicus curiae tem direito de fazer sustentação oral?

Nos processos perante o STF: SIM.

Nos processos perante o STJ: NÃO. Excepcionalmente, o STJ poderá convoca-lo para
sustentação oral se assim entender necessário.

Mudança trazida pelo novo CPC: Art. 138 § 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão

que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.

VOLTANDO PARA OS ASPECTOS COMUNS, ALÍNEA B

B) CAUSA DE PEDIR ABERTA

O pedido é a declaração de inconstitucionalidade, por exemplo. O pedido é


fechado, mas a causa de pedir é aberta.

O STF, no entanto, não fica vinculado ao dispositivo alegado, podendo declarar a


inconstitucionalidade com base na violação a outro dispositivo. Razão é que o que está
em jogo é algo maior...a supremacia da ordem constitucional.

Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do

bloco de constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para
declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 856).

C) Objeto.

O STF só pode se manifestar sobre os dispositivos apontados como inconstitucionais.

#OBS: Exceção: inconstitucionalidade por arrastamento ou atração – quando uma


norma é considerada inconstitucional por ser dependente de outra que foi declarada
inconstitucional. Nos casos em que há uma relação de interdependência entre os
dispositivos, o Tribunal, mesmo que não tenha sido provocado, poderá declarar a
inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração.

Sinônimos: inconstitucionalidade por reverberação normativa;por


atração, consequencial, consequente ou derivada.

 É POSSÍVEL A REUNIÃO DE ADI E ADC DESDE QUE TENHAM O MESMO


OBJETO.

#OBS: para haver a reunião de ações o objeto tem que ser o mesmo, independentemente do
parâmetro. Ex. de ADI questionando art. 1º da lei x em face do art. Z e ADC questionando o
mesmo artigo em face do art. Y. Pode haver a identidade de ações por terem o mesmo objeto.

É possível, em uma mesma ação, cumular pedido típico de ADI com pedido típico
de ADC? SIM. O STF entendeu que é possível a cumulação de pedidos típicos de
ADI e ADC em uma única demanda de controle concentrado.

Ex: O legitimado poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI)


requerendo a inconstitucionalidade do art. XX da Lei ZZZ e, na mesma ação, pedir que
o art. YY seja declarado constitucional.

#OBS: Quando o pedido é de inconstitucionalidade formal, o STF não pode declarar a


inconstitucionalidade material e vice-versa 8.

D) A decisão de mérito é irrecorrível, salvo embargos declaratórios.


Também não cabe Ação Rescisória.

o LEGITIMIDADE ATIVA

 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação


declaratória de constitucionalidade: 
 I – o Presidente da República;
 II – a Mesa do Senado Federal;
 III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

8
Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2017).
 IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
 VI – o Procurador-Geral da República;
 VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
 VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
 IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

#OBS: o STF entende que a legitimidade do Partido Político deve ser analisada no momento da
propositura da ação. A perda superveniente de representação no Congresso Nacional não
obsta a continuidade da ação.

*#JURIS #STF: Ilegitimidade ativa ad causam de diretório regional ou executiva regional.


Firmou a jurisprudência desta Corte o entendimento de que o partido político, para ajuizar
ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, deve estar representado por seu diretório

nacional, ainda que o ato impugnado tenha sua amplitude normativa limitada ao Estado ou
Município do qual se originou". (ADI 1.528 QO, rel. min. Ellen Gracie, j. 24/5/2000, Plenário)
#CAIUNADPE/AM 2018.

#OBS: o rol é de numerus clausus, de forma que o vice não poderia ser legitimado. O Vice só
tem legitimidade para ajuizar essas ações quando estiver no exercício da Presidência.
#OBS: Entidade de classe:

 O entendimento o STF tem admitido a legitimidade de associações formadas por


pessoas jurídicas (associações de associações). Até 2004 o STF não admitia a sua legitimidade.

Para ser considerada de âmbito nacional, a entidade deve estar presente em pelo menos
um terço dos estados (nove estados) da federação, tendo como base a lei dos partidos
políticos. A entidade de classe tem que ser representativa de uma determinada categoria
social, profissional ou econômica. CUT e CGT não podem ser legitimados, pois não
representam interesses de apenas uma categoria. Não há homogeneidade de interesses.
ADI 271. Se abranger apenas uma parcela da classe ou categoria também não
haverá legitimidade.

#OUSESABER #2ªFASEAGU #CAIUEMPROVA


O CFM (“Conselho Federal de Medicina”.) possui legitimidade para ajuizar ADC?
NÃO!! Vejamos a resposta da banca na prova, extremamente didática: “O CFM, por não ser
entidade de classe, mas uma entidade de fiscalização profissional, não é legitimado para
propor ADC, pois, conforme previsto no art. 103 da CF, o rol dos legitimados para propor ADC
é taxativo e não inclui esse tipo de entidade de fiscalização. A única exceção, entre os
conselhos de classe, é o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, em virtude de
menção expressa na CF: ADI 641 MC, relator para Acordão min. Marco Aurélio, DJ 12/03/1993;
ADI 1997, relator ministro Marco Aurélio, DJ 8/6/1999.”

#OBS: Os únicos legitimados que não têm capacidade postulatória são as entidades de classe,
os sindicatos e os partidos políticas. Precisam de advogado com procuração com poderes
específicos apontando qual dispositivo estará em questionamento da Ação Direta. Do
contrário não será reconhecida.

Governador apresenta Ação Direta ou ADPF, o recurso (Embargos) não caberá ao


Estado, mas sim ao próprio Governador. STF.

o PARÂMETRO

ADI/ADC: CF/88 (preâmbulo não), tratados ou convenções com status de EC (art. 5º,
§3º).

ADPF: “preceito fundamental”:

 A separação e independência entre os Poderes;

 O princípio da igualdade;

 O princípio federativo;

 A garantia de continuidade dos serviços públicos;

 Os princípios e regras do sistema orçamentário (art. 167, VI e X, da CF/88);

 O regime de repartição de receitas tributárias (arts. 34, V e 158, III e IV; 159,
§ 3º e 4º; e 160 da CF/88;

 A garantia de pagamentos devidos pela Fazenda Pública em ordem cronológica


de apresentação de precatórios (art. 100 da CF/88).

 Direitos e Garantias Fundamentais

o OBJETO

 ADI/ADC: Lei ou ato normativo. ADI pode ser lei federal ou


Estadual. ADC só Lei ou ato normativo Federal.
 A partir da ADI 4049/DF, o STF passou a admitir
qualquer lei, inclusive leis de efeitos concretos, isto é, que têm objeto certo e
destinatário determinado. É lei formal, mas, materialmente, é um ato
administrativo. Ex: de lei orçamentária.

IMPORTANTE!!!
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Cabe ADI contra recomendação conjunta de
Tribunal de Justiça e de Tribunal Regional do Trabalho recomendando aos juízes que
considerem como sendo da Justiça do Trabalho a competência para autorizar o trabalho de
crianças e adolescentes em eventos de natureza artística. Esta recomendação deve ser
considerada como ato de caráter primário, autônomo e cogente, inovando no ordenamento
jurídico, razão pela qual pode ser impugnada por meio de ADI. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917). #IMPORTANTE

 Para o ato normativo o STF exige que ele tenha generalidade e abstração.
Resolução no CNMP? Sim, desde que tenha generalidade e abstração.
INF/STF – 747. Julho/2014.

É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de
decisão” de caráter abstrato, geral e autônomo, (Info 900). Entendimento já é
consolidado na corte.

A Resolução do TSE pode ser impugnada no STF por meio de ADI se, a pretexto de
regulamentar dispositivos legais, assumir caráter autônomo e inovador. STF. Plenário. ADI
5104 MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014 (Info 747).

Não cabe ADI contra a resposta dada pelo TSE em consulta a ele formulada. Ato
de caráter administrativo. Não produz efeito normativo.

Dispositivo de Regimento Interno de uma Assembleia Legislativa

pode ser impugnado no STF por meio de ADI, desde que possua caráter normativo e
autônomo. É o caso, por exemplo, de um artigo do Regimento Interno que preveja o
pagamento de remuneração aos Deputados Estaduais em virtude de convocação para sessão
extraordinária.
STF. Plenário. ADI 4587/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/5/2014.

Quando o ato administrativo conflita com a lei que ele regulamenta, seja porque ele foi contra
legem (contrário a lei) ou ultra legem (além do limite legal), diz-se que este ato é passível de
CONTROLE DE LEGALIDADE, não se admitindo sua impugnação por meio de ação direta de
constitucionalidade. Entretanto, caso não haja regulamentação de lei no ato e este afronte
diretamente a Constituição Federal, podemos dizer que é possível se falar em CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE. Resumidamente, para que um ato administrativo seja impugnado
mediante ADIn, dois são os requisitos: a) Ter o ato administrativo caráter autônomo, isto é,
ele deve afrontar diretamente a Constituição Federal; b) Ter o ato administrativo caráter
normativo, ou seja, ser dotado de generalidade, abstração e normatividade. 9

Não cabe ADI para combater decreto regulamentar. Para caso de Decreto Autônomo
cabe ADI.

A violação tem que ser direta. Não pode haver nenhum ato entre ele e a CF. STF não
admite como objeto de ADI/ADC, atos tipicamente regulamentares, que se restringem a
regulamentar determinada lei, pois a violação aqui seria reflexa ou oblíqua. O decreto
autônomo, no entanto, viola diretamente a CF e pode ser objeto de ADI/ADC. ADI 3664.

NÃO PODEM SER ALVO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE POR ADC E


ADI

1 - Normas Originárias não podem ser alvo de controle de constitucionalidade.


EC´s podem sim...e não irá se restringir a alegação de afronta à cláusula pétrea, pois a
EC pode apresentar vício formal.

2 - Normas de efeitos concretos já exauridos

3 - Leis ou atos normativos já revogados

4 - Leis temporárias – NÃO – salvo quando a impugnação é tempestiva, isto é,


enquanto a lei está produzindo efeitos.

O QUE ACONTECE SE A LEI OU ATO NORMATIVO FOR REVOGADO NO CURSO DA


AÇÃO DIRETA DE (IN) CONSTITUCIONALIDADE?

Regra: Haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida
(STF ADI 1203).

Exceção 01: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso
fique demonstrado que houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de
forma proposital a fim de evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os
efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306).

Exceção 02: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do
ato impugnado foi repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste
caso, como não houve desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há
obstáculo para o conhecimento da ação (ADI 2418/DF). STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824).

NÃO PODEM SER ALVO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE POR


ADI/ADC/ADPF

 Proposta de emenda à Constituição – ADPF 43. É um ato que ainda está em


formação.

 Súmula comum e súmula vinculante.

 Veto jurídico ou político. Seria ato de natureza política. A derrubada do veto tem é
de competência do congresso. ADPF 73.

A ADPF pode ter como objeto omissões.

9
Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2017).
ADPF pode ser usada no controle de recepcionalidade de normas pré-
constitucionais.

CABE ADPF

A) Lei municipal que viole diretamente a CF.

B) Lei Distrital de natureza municipal que viole diretamente a CF.

 ADPF 100: Mais recentemente, o STF entendeu que se uma lei municipal violar
ao mesmo tempo CF e Constituição do Estado em uma norma de
observância ao modelo federal, não cabe ADPF ou RI Estadual, sendo cabível
apenas a representação de inconstitucionalidade com base no art. 125, § 2º
da CF/88.
C) Atos normativos secundários.

Lembrar que ADPF é contra ato do PODER PÚBLICO.

QUANTO A PRESCRITIBILIDADE

As ações do controle concentrado são imprescritíveis.

o DECISÃO DE MÉRITO

Quórum

Instalação: 08 Ministros.

Votação: 06 ministros.

Efeitos

 Erga omnes e vinculante

A decisão do STF que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito


normativo não produz a automática reforma ou rescisão das decisões proferidas em outros
processos anteriores que tenham adotado entendimento diferente do que posteriormente
decidiu o Supremo. Para que haja essa reforma ou rescisão, será indispensável a interposição
do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do
art. 485, V, do CPC 1973 (art. 966, V do CPC 2015), observado o prazo decadencial de 2 anos
(art. 495 do CPC 1973 / art. 975 do CPC 2015). Segundo afirmou o STF, não se pode confundir
a eficácia normativa de uma sentença que declara a inconstitucionalidade (que retira do
plano jurídico a norma com efeito “ extunc”) com a eficácia executiva, ou seja, o efeito
vinculante dessa decisão. STF. Plenário. RE 730462/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
28/5/2015 (repercussão geral) (Info 787).

Aspecto Subjetivo

Art. 102, §2º. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos
demais órgãos do Poder Judiciário (retira o STF) e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

#OBS: O STF não fica vinculado a sua decisão, podendo mudar futuramente o seu
posicionamento. A não vinculação do STF é apenas em relação ao Plenário do Tribunal, de
forma que os Ministros e as Turmas ficam vinculados.

O Poder Legislativo, na sua função típica de legislar, não está vinculado às decisões proferidas
em sede de controle concentrado de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal. A
referida não vinculação visa evitar a petrificação do direito posto e a denominada “fossilização
da constituição”.

EFEITO BLACKLASH
#OUSESABER

Efeito backlash, sinônimo de reação retrógrada ou reação legislativa ou leis in


your face, é um termo que descreve a situação em que o Poder Legislativo reage a
uma decisão do Poder Judiciário em sede de controle de constitucionalidade
concentrado abstrato que invalidou uma determinada norma jurídica, legislando em
sentido oposto ao que foi decidido. Tal fenômeno, segundo Klarman, reverte o princípio
da presunção de constitucionalidade das leis, já nascendo a novel legislação
inquinada com a presunção de inconstitucionalidade.

O diálogo institucional também guarda relação com o efeito acima estudado, na medida
em que, embora o STF deva ter a última palavra no país quando o assunto for a
constitucionalidade de ato normativo, o legislativo pode desafiar a decisão criando norma
em sentido oposto. É um equilíbrio bem-vindo.

Aspectos objetivos
O efeito ergam omnes e vinculante é apenas o dispositivo da decisão.

A teoria extensiva (“teoria da transcendência dos motivos determinantes”) defende que os


motivos determinantes da decisão também deve ter efeito vinculante (Gilmar). Embora já
tenha adotado essa teoria, hoje o STF não a adotada mais.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Reclamação contra decisões proferidas em recurso


extraordinário e RE 567.985/MT. Em regra, a decisão proferida pelo STF em processos
individuais (ex: recurso extraordinário, reclamação) possui eficácia inter partes. (...) no
julgamento desses processos não apenas resolveu o conflito individual deduzido naquela
causa, mas realizou, expressamente, a reinterpretação da decisão proferida pelo STF na ADI
1.232/DF (decisão anterior). Em outras palavras, a decisão proferida no processo individual
ganhou eficácia erga omnes e efeito vinculante porque reinterpretou e modificou uma
decisão proferida em ADI, que possui tais atributos. Logo, a nova decisão proferida em sede
de controle concreto ganhou contornos de controle abstrato. Dessa forma, se uma decisão
proferida por outro órgão jurisdicional violar o que foi decidido pelo STF no RE 567.985/MT, no
RE 580963/PR e no Rcl 4374/PE caberá reclamação para o Supremo.
 Eficácia temporal
Como a decisão atinge a todos, ela é como se fosse uma lei. se torna obrigatória a partir
da publicação de sua parte dispositiva no Diário da Justiça, ou no Diário Oficial da
União. ATENÇÃO! Não é do trânsito, consoante disposto no art. 28 da Lei nº 9868/99.

O STF adota a linha do ato nulo, em controle concentrado, com efeitos ex tunc.

Modulação Temporal dos Efeitos da Decisão

Requisitos:

Quórum qualificado (2/3);

a existência de razoes de segurança jurídica ou excepcional interesse social.

A modulação pode ser ex nunca ou com efeitos prospectivos (pro futuro).

É possível que o Plenário reabra a discussão sobre a modulação? NÃO. STF.

Plenário. ADI 2949 QO/MG, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Marco
Aurélio, julgado em 8/4/2015 - Info 780.

Extensão da decisão (art. 28, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99)


A) Declaração de nulidade com redução de texto total ou parcial – quando o
STF adota essas técnicas ele atua como um “legislador negativo” (expressão de
Kelsen). É como se ele estivesse revogando total ou parcialmente uma lei já existente.

#OUSESABER:
Segundo Pedro Lenza, o princípio da parcelaridade permite julgar parcialmente procedente o
pedido de declaração de inconstitucionalidade, podendo expurgar do texto legal apenas uma
palavra ou expressão, diferente com o que ocorre no caso do veto presidencial, conforme o
art. 66, parágrafo segundo da CF/88.

O que é a teoria da divisibilidade das leis no âmbito do controle de


constitucionalidade?

Criação doutrinária do mal caráter do Gilmar Mendes, ensina o Tribunal somente deve
proferir a inconstitucionalidade daquelas normas viciadas, não devendo estender o juízo
de censura às outras partes da lei, salvo se elas não puderem subsistir de forma
autônoma.

B) Declaração de nulidade sem redução de texto e interpretação conforme - o STF trata


as duas como técnicas de decisão judicial equivalentes no controle abstrato. ADI 3685.
ASPECTOS COMUNS
(4) São técnicas aplicadas no caso de normas polissêmicas ou
plurissignificativas, ou seja, dispositivos que têm mais de um significado
possível.
(5) Ocorre uma redução do âmbito de aplicação do dispositivo.
(6) Ausência de alteração de texto, o que muda é a interpretação.

DIFERENÇAS

(1)DNSRT só pode ser usada no controle abstrato, ao passo que a IC pode ser
utilizada tanto no controle difuso incidental quanto no controle abstrato. A IC pode
ser utilizada como técnica de decisão judicial (equivalente a DNSRT), mas pode ser
utilizada como princípio interpretativo.

(2)DNSRT afasta um sentido inconstitucional e permite os demais, enquanto a


IC confere um sentido constitucional e exclui os demais.

Na IC haverá apenas um modo de entender a norma. Na DNSRT haverá mais de um


modo constitucional de entender a norma.

TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DA “INTERPRETAÇÃO CONFORME A


CONSTITUIÇÃO”
- Pode ser utilizado tanto para interpretar os atos
normativos infraconstitucionais em geral quanto
Princípio interpretativo e técnica de
para decidir processos em que se discute a
decisão de controle.
constitucionalidade de normas.
- Doutrina majoritária no Brasil.
- É norma de hermenêutica, quando utilizada no
Princípio interpretativo ou técnica de controle concreto de constitucionalidade; e é
decisão, a depender do tipo de técnica decisória, quando empregada no controle
controle. abstrato de constitucionalidade.
- Posição que parece ser a atual do STF.

TUTELA DE URGÊNCIA
o QUÓRUM

A) Regra – presença de 8 ministros e 6 para vencer votação (maioria


absoluta).

B) Ministro Relator

EFEITOS OBJETIVOS/SUBJETIVOS

Efeito erga omnes/vinculante.

A) ADC – suspensão do processo até o julgamento do mérito ou 180 dias.


B) ADI – não tem essa previsão, mas o STF vem aplicando também o art. 21.
Além da suspensão da lei. Há aqui um duplo efeito.

#OBS: A não concessão de liminar não produz qualquer efeito. Não tem efeito de considerar a
lei constitucional.

C) ADPF – art. 5º, §3º 9889/99. Na ADPF a liminar suspende efeitos de decisões
judiciais, salvo no caso de coisa julgada.

EFEITOS TEMPORAIS

A) ADC – não se aplica.

B) ADI – ex tunc (regra). Efeito repristinatório tácito é automático.

Art. 11 § 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex
nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

C) ADPF – ex tunc.

Nas ações do controle concentrado o efeito repristinatório é automático.

CONTROLE DIFUSO
Qualquer órgão do poder judiciário é competente para exercer o controle difuso dentro de
sua jurisdição.

A inconstitucionalidade pode ser reconhecida, inclusive, de ofício (entendimento


predominante AI 666.523-Agr).

o PARÂMETRO

Qualquer norma formalmente constitucional, ainda que revogada, desde que vigente à
época da ocorrência do fato – “tempus regit actum”.

No controle difuso é possível invocar CF já revogada? SIM, desde que o fato tenha
ocorrido quando ela estava em vigor.

o EFEITOS DA DECISÃO

Não há a declaração da inconstitucionalidade. O juiz apenas reconhece essa


inconstitucionalidade e afasta a aplicação da lei no caso concreto. No caso do plenário
(cláusula de reserva) há sim a declaração de inconstitucionalidade.

ASPECTO OBJETIVO

análise da inconstitucionalidade é feita na fundamentação.


ASPECTO TEMPORAL

Em regra ex tunc. Ex.: não paga mais o tributo, como também recebe o que pagou
indevidamente, observada a prescrição. O STF vem admitindo a possibilidade de
modulação temporal (art. 27), observados os mesmos requisitos do controle concentrado.
RE 586.453. – ex nunc ou prospectivo (pro futuro).

SENTENÇAS INTERMEDIÁRIAS
Das quais existem as espécies das normativas e transitivas.

SENTENÇAS NORMATIVAS

a1) sentença normativa aditiva. Nestas, há um alargamento da abrangência do texto


legal em virtude da criação de uma regra pela própria decisão.

a2) sentença normativa aditiva de princípios. O tribunal adiciona um princípio deixando a


criação da regra pelo legislador.

a3) sentença normativa substitutiva. O tribunal declara a inconstitucionalidade de uma


norma na parte em que contém uma prescrição em vez de outra ou profere uma
decisão que implica em substituição de uma disciplina contida no preceito
constitucional.

SENTENÇAS TRANSITIVAS OU TRANSACIONAIS

b1) sentença transitiva sem efeito ablativo: Não se retira a norma do ordenamento
jurídico.

b2) sentença transitiva com efeito ablativo: A decisão que declara a


inconstitucionalidade com possibilidade extirpar a norma ou seus efeitos do
ordenamento jurídico, mas efetuando a modulação temporal dos efeitos da decisão.

b3) sentença transitiva apelativa: Trata-se de declarar a


constitucionalidade da norma, mas assentando um apelo ao legislador para
que adote providências necessárias destinadas que a situação venha a se adequar, com a
mudança de fatos, aos parâmetros constitucionais.

b4) sentença transitiva de aviso. Nesse tipo de decisão há um prenúncio de uma


mudança de orientação jurisprudencial que não será aplicado ao caso em
análise ("progressive overroling").

*#DICACICLOS: O que são sentenças manipulativas com efeitos aditivos?


Sentença manipulativa com efeitos aditivos (ou com eficácia aditiva), mais uma hipótese de
sentença intermediária. Esta se caracteriza por buscar alcançar situações possivelmente postas
de lado pelo legislador ordinário (por diversas razões), de modo que irá alargar a incidência de
uma disposição normativa, indo além do que originalmente estava previsto. A norma, de
insuficiente, passa a ser suficiente.
o CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (“FULLBENCH”)
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.

#OLHAOGANCHO #OUSESABER
O que são decisões subjetivamente complexas? Decisões subjetivamente complexas são
aquelas nas quais o julgamento das questões que integram a lide compete a mais de um
órgão. O melhor exemplo é o julgamento do incidente de inconstitucionalidade no controle
difuso. O órgão plenário ou especial julgará a constitucionalidade da lei contestada, e a câmara
aplicará a decisão ao caso concreto.

No recurso extraordinário as turmas do STF podem julgar a inconstitucionalidade, sem


submeter ao Pleno. RE 361.829-ED.
#FIQUEATENTO. Pegadinha de questão! A cláusula de reserva de plenário só é aplicada para o
caso de inconstitucionalidade. Se for para declarar a constitucionalidade não se aplica.

Normas pré-constitucionais são consideradas não recepcionadas e, por isso, não se observa a
reserva.
Interpretação conforme – não há a declaração de inconstitucionalidade – não se aplica RE 579.
721
#ATENÇÃO #IMPORTANTE #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que
declara inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta.
Isso porque o que se sujeita ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo.

Se o decreto legislativo tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada situação


individual e concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele não pode ser
considerado como ato normativo, mas sim como ato de efeitos concretos. STF. 2ª Turma. Rcl
18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844).

Súmula Vinculante 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
NÃO SERÁ LEVADO AO PLENO
Exceções: o STF (PLENÁRIO) já disse que a lei é inconstitucional no controle difuso ou
pleno/órgão especial do próprio tribunal. CPC, ART. 949. Parágrafo único. Os órgãos
fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do
Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a


aplicar o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, sem observar a cláusula de reserva de plenário (art. 97,
da CF/88), observado o art. 949 do CPC/2015. STF. Plenário. ARE 791932/DF, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 10 e 11/10/2018 (repercussão geral) (Info 919).

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


[...]
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
definitiva do Supremo Tribunal Federal;

 No controle difuso, com a resolução a eficácia deixa de ser inter partes e


passa a ser erga omnes.
 Tem prevalecido o entendimento de que esse ato é discricionário do
legislativo. RE 150.764. É uma faculdade do Senado fazer ou não fazer.
Ex tunc ou ex nunc? José Afonso da Silva – ex nunc. Gilmar Mendes – ex tunc
#OUSESABER #IMPORTANTE: Segundo o art. 52, X, da Constituição: “Compete privativamente
ao Senado Federal: suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”. Dessa forma, atribuiu-se
ao Senado a possibilidade de suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF
no âmbito do controle difuso de constitucionalidade, conferindo a essa decisão eficácia ERGA
OMNES. Quanto à eficácia temporal, entende a doutrina majoritária que essa suspensão
promovida pelo Senado Federal produz efeitos EX NUNC, ou seja, não retroativos.

#CONCURSOSFEDERAIS: Contudo, no âmbito FEDERAL, o entendimento deve ser diverso,


tendo em vista previsão expressa do Decreto nº 2.346/1997, o qual preconiza que referida
suspensão, no que tange à Administração Federal direta e indireta, produzirá efeitos EX TUNC,
destoando, portanto, da regra geral.
“No todo ou em parte” - o Senado poderia suspender a mais ou a menos do que foi
declarado inconstitucional pelo STF? O entendimento é de que o Senado não pode ir além
e nem ficar aquém na decisão proferida pelo STF. Deve suspender a lei nos exatos limites
da decisão.

ATENÇÃO!!! O senado pode suspender lei estadual ou municipal? Seria violação do


princípio federativo? Nessa competência, por atuar como órgão de caráter nacional
(composto por representante de todos os estados), o Senado pode suspender leis
federais, estaduais e municipais, sem que ocorra violação do princípio federativo.

#IMPORTANTE #MUDANÇADEENTENDIMENTO: Se uma lei ou ato normativo é declarado


inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de controle difuso, essa decisão,
assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos
vinculantes. O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o
Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato
normativo, ainda que em controle difuso, TERÁ eficácia erga omnes e vinculante. Houve
mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte:
quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão
já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de
que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plenário. ADI
3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).

o AÇÃO CIVIL PÚBLICA

ATENÇÃO!!! A ACP pode ser utilizada como instrumento de controle de


constitucionalidade, desde que esta seja a causa de pedir e não o pedido. Esse pedido
tem que ser de efeitos concretos, sob pena de usurpação de competência do STF, dando
ensejo à propositura de Reclamação. REsp 757.646.

#IMPORTANTE #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF


É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de
constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/3/2017 (Info 857).

Critérios ADO MI

Art. 102, §2º; Controle Art. 5, LXXI, CF; Controle


Quanto à finalidade
Abstrato. Concreto.
Quanto à pretensão Processo Constitucional Processo Constitucional
deduzida em juízo Objetivo. Subjetivo.
Quanto à competência Supremo Tribunal Federal – Precisa de previsão da
competência na Constituição
Federal, Estadual ou em lei
federal – Controle Difuso
Controle Concentrado.
Limitado: STF (art. 102, I, q),
STJ (art. 105, I, h), TSE (art.
121, §4º, V), TRE.
MI Individual pode ser
impetrado por qualquer
pessoa que tenha o exercício
de direito constitucional
inviabilizado por ausência de
Art. 103 – Legitimados norma regulamentadora; MI
Legitimidade Ativa
Universais e Especiais. Coletivo (art. 5º, LXX, CF)
pode ser impetrado por
confederação, federação ou
organização sindical,
entidade de classe. Agora
tbm o A defensoria pública.
Será sempre do órgão ou
Será sempre do órgão ou
autoridade responsável pela
autoridade responsável pela
medida necessária para
Legitimidade Passiva medida necessária para
viabilizar o exercício de um
tornar efetiva norma
direito constitucional
constitucional.
assegurado.
Parâmetro Apenas normas formalmente O mesmo da ADO embora
constitucionais que não existam duas correntes com
sejam autoaplicáveis ou relação a extensão do
autoexecutáveis (norma parâmetro. No sentido
constitucional de eficácia amplo, qualquer norma
limitada). constitucional não
autoexecutável (exemplo:
art. 192, §º3: STF). Em
sentido estrito, apenas
normas constitucionais não
autoexecutáveis que tratem
de direitos fundamentais (há
direitos fundamentais que
não estão no Título I da CF,
exemplo: direito de greve). O
STF tem adotado a corrente
do sentido amplo!
Art. 12-F da Lei nº 98.68/99 –
não pode ser concedida em
Liminar decisão monocrática. Devem Não cabe.
estar presentes pelo menos
8 ministros.
Ciência ao poder
competente da sua omissão.
Se for órgão administrativo, Existem, na doutrina, várias
as providências deverão ser correntes sobre os efeitos da
Decisão de mérito
adotadas em até 30 dias. Se decisão e a jurisprudência do
for Poder Legislativo, não há STF não é consolidada.
prazo para que a omissão
seja suprida. ADI 3682.

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de
órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

O Tribunal de Justiça dos Estados podem julgar a ADO no âmbito estadual,


desde que esse instrumento esteja previsto na Constituição do Estado. Quando uma
autoridade prevista no art. 103 é responsável pela omissão inconstitucional, ela não
tem legitimidade para propor a ADO. No caso do art. 61, §1º que trata de matérias de
iniciativa privativa do Presidente, a omissão será dele. Porém, se o andamento do
projeto não ocorrer, ficando parado no Congresso Nacional, a omissão será do Poder
Legislativo.

O STF não tem admitido o litisconsórcio passivo nessas ações.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL

A Constituição Estadual pode definir os legitimados para propositura da ADI (art. 125,
§2º), mas é vedado que a legitimidade seja dada a apenas um órgão ou
autoridade.

#OUSESABER: Em relação ao art. 125, §2º, da CF, surge então uma dúvida pertinente: Os
legitimados para exercer esse controle estadual têm que ser necessariamente os mesmos do
art. 103 da CF/88 pelo princípio da simetria? A resposta é: NÃO! O tema já foi pacificado no
âmbito do STF, no RE 412921, no sentido da inexistência do dever de simetria, existindo
apenas a necessidade de que a CE não coloque a legitimidade para apenas um único órgão.
Temos, então, que apenas existe parâmetro mínimo, cabendo aos Estados a delimitação da
legitimidade. Podem as Constituições Estaduais adotarem, assim:

a) um modelo introverso, em que se dá legitimidade apenas a órgãos públicos;


b) ou então um denominado modelo extroverso, em que se dá legitimidade também a
entidades de caráter privado, como as entidades de classe, o que ocorre na Carta Magna.

O único órgão competente para processar e julgar a ADI Estadual é o Tribunal de


Justiça do respectivo Estado. Na ADI717 e ADI1669 o STF afirmou que a competência
não pode ser atribuída ao STF.

Lei Orgânica Municipal não é parâmetro para o controle.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF #IMPORTANTE


Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de
reprodução obrigatória pelos estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info
852).
OBS: a tese acima fala em "leis municipais", mas ela também pode ser aplicada para
representações de inconstitucionalidade propostas no TJ contra "leis estaduais". A tese falou
apenas de leis municipais porque foi o caso analisado no recurso extraordinário.
 Em regra, quando os Tribunais de Justiça exercem controle abstrato de constitucionalidade
de leis municipais deverão examinar a validade dessas leis à luz da Constituição Estadual.

 Exceção: os Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de


leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate
de normas de reprodução obrigatória pelos Estados.

Existe a possibilidade de que o Tribunal de Justiça considere que o parâmetro


invocado na ação inconstitucional é inconstitucional. Nesse caso, o TJ poderá de
ofício reconhecer a inconstitucionalidade do parâmetro invocado, cabendo um
Recurso Extraordinário para o STF. Significa que a norma constitucional estadual é
inconstitucional e não a lei (seria um controle incidental do parâmetro com base na
Constituição Federal).

OBJETO

O objeto na ADI Estadual é lei ou ato normativo estadual ou municipal.

ATENÇÃO#IMPORTANTE# “Simultaneus Processus”: Nesse caso, a ADI estadual


ficará suspensa, aguardando a decisão do STF. Se o STF julgar a ADI procedente, a
ADI no TJ perde o objeto. Se o STF julgar a ADI improcedente, a ADI no TJ prossegue
até o julgamento final, pois os parâmetros são diferentes (ADI 3482).

Da decisão do TJ caberá Recurso Extraordinário em dois casos:

a) parâmetro for inconstitucional, e;


b) quando o parâmetro invocado for norma de observância obrigatória (RE
passa a ser, excepcionalmente, instrumento de controle abstrato).

SÚMULA VINCULANTE
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 

Pressuposto de grave insegurança jurídica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento
de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O desrespeito à sua Súmula Vinculante faz surgir a reclamação constitucional.

Dois fatores motivaram a criação das súmulas vinculantes, um fator jurídico


(insegurança jurídica das decisões) e um fator econômico (custo dos processos que
inevitavelmente seriam reformados). Ele foi inspirado no direito americano, onde há o
“Binding effect”.

NATUREZA

Não há consenso, tendo destaque a doutrina de Mauro Cappelletti do Terceiro Gênero.

#OBS: alguns Ministros em seus votos costumam dizer que ela tem uma natureza
constitucional específica. Um instituto próprio, específico.

OBJETO

Validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas.


A controvérsia não pode ser doutrinária, tem que se dar entre órgãos do Judiciário
ou entre estes e a Adm. Pública.

Grave insegurança jurídica e multiplicação de processos.

Não precisa haver a multiplicação. Basta haver a potencialidade.

INCIATIVA

Provocação: legitimados (art. 3º da Lei nº 11.417) – são os mesmos da ADI/ADC/ADPF +


Defensor Público Geral da União + Tribunais + Municípios.
#OBS: Os Municípios só podem provocar o STF incidentalmente no curso de processos que
sejam parte.

#OBS: Essa legitimidade é para editar, revisar ou cancelar súmula.

#OBS: a simples provocação não suspende processos. E mesmo com a criação de súmula não
cabe reclamação de decisões anteriores a sua edição.

No processo de edição, revisão e cancelamento, por decisão irrecorrível, o relator pode


admitir o amicus curiae.

Votação

2/3 = 8 Ministros

#IMPORTANTE -> Há possibilidade de conferir o caráter vinculante a súmulas já


existentes, desde que obedecido o quórum.

#OUSESABER
Quais requisitos são necessários para que haja revisão ou cancelamento de súmula
vinculante? Segundo o próprio STF, para que haja revisão ou cancelamento de súmula
vinculante é necessário: 1 – Evidente superação da jurisprudência do próprio STF na análise do
tema; ou 2 – Alteração legislativa sobre o tema; ou 3 – Modificação substancial no contexto
político, social ou econômico. Por fim, destaca-se que eventual divergência ou mero
descontentamento sobre o conteúdo de súmula vinculante não dá ensejo ao seu pedido de
revisão ou cancelamento. (Planério do STF. PSV 13/DF, em 24/09/15).

EFEITOS

Vinculante para o Judiciário, exceto para o STF. Órgãos fracionários do STF tbm se
vinculam.

Também vincula a Adm. Pública Direta e INDIRETA.

#OBS: Poder Legislativo não fica vinculado, pois pode legislar de forma diferente. Ele pode por
essa via legislativa provocar o STF para rever a tese, já que terá que se pronunciar sobre a
constitucionalidade da lei, se provocado. É um legitimado indireto para revisão ou
cancelamento da súmula.

EFEITO EX NUNC!!!

Exceção: Pode haver a modulação temporal dos efeitos.


Para modular, 2/3 tbm.

A modulação pode ser temporal ou ao campo de abrangência.

#OBS: O STF reconheceu um efeito impeditivo de recursos inerente às súmulas vinculantes, de


modo a permitir que os Tribunais neguem admissibilidade a RE e Agravos de Instrumento que
tratem de temas previstos nas súmulas.

#OBS: Havendo a inobservância de uma súmula do STF, o instrumento a ser utilizado é a


reclamação.

RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
Não é medida administrativa, mas de natureza jurisdicional, não se enquadra nem
como um recurso, nem como uma ação e nem de um incidente processual.
Situa-se ela no âmbito do direito constitucional de petição previsto no artigo 5º,
inciso XXXIV da Constituição Federal.

Dupla função

Preservar a Competência

Garantir a autoridade da decisão

Súmula 734 STF – não cabe reclamação quando já transitado em julgado o ato
judicial.

Súmula 368 STF – não cabe embargos infringentes na reclamação.

Por isso, não cabe reclamação per saltum no caso de decisões que contrariem o entendimento
adotado pelo STF em sede de repercussão geral. Quem deve corrigir essa decisão é o Tribunal
de segundo grau. Se o Tribunal não analisar aí sim caberá reclamação para o STF.

Em se tratando da omissão ou ato da Administração Pública, o uso da


reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.

Quando a decisão em controle difuso puder alcançar outros que não são parte do
processo (abstrativização do controle concreto) poderá ser manejado por terceiros
reclamação ao STF pelo pressuposto de preservação da competência do STF.

Legitimidade Ativa

Qualquer pessoa atingida pela decisão.

Idêntico ao MS, a prova deve ser pré-constituída.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Agora tem lei, não se aplicando mais supletivamente a lei do MS.


No caso do mandado de injunção coletivo, a iniciativa pode ser do , de organização
sindical ou classista e de partido político com representação no Congresso Nacional.

Ministro do STF: "Em casos tais, ao Poder Judiciário cumprirá reconhecer a mora legislativa e,
se necessário, supri-la provisoriamente, sem comprometer, de forma alguma, a funcionalidade
da atuação legislativa".
O STF não tem admitido o litisconsórcio passivo nessas ações, quem deveria legislar e não
legislou é quem vai assumir o polo passivo da demanda.

CORRENTES
a) não concretista – o mandado de injunção deve ter o mesmo efeito da decisão de mérito na
ADO (dar ciência ao poder competente omisso. STF não concretiza a norma regulamentadora,
então o indivíduo continua sem exercer o direito);
CONCRETISTAS SE DIVIDEM:

1) Corrente concretista geral: cabe ao Judiciário elaborar a norma para suprir


a omissão, não apenas em relação aos impetrantes, mas para todos que se
encontrem na mesma situação (exemplo: MI708 com efeitos erga omnes).
Nesse caso, o STF elabora a norma para regular o caso, atuando como
legislador positivo.

2) Corrente concretista individual: cabe ao Judiciário suprir a omissão


apenas no caso concreto, ou seja, apenas em relação aos impetrantes
(exemplos: MI721, MI758, MI795 com efeitos inter partes). No MI795-QO, o
STF autorizou que o relator decida monocraticamente as ações de mandado de
injunção que tratem de tema já decidido pelo Tribunal.

3) Corrente concretista intermediária: cabe ao Judiciário dar ciência ao


poder competente de sua omissão e fixar, na própria decisão, a
regulamentação do direito para hipótese da omissão persistir no
prazo fixado (MI232). Primeiro é dada a ciência, mas se o problema não
for solucionado será feita a concretização de forma geral (para todos) ou
individual (para as partes).

#OUSESABER
A DEFENSORIA PÚBLICA POSSUI LEGITIMIDADE PARA IMPETRAR MI COLETIVO? SIM, e a
justificativa é a previsão legal no recém-promulgado diploma legislativo nº 13.300/2016, que
entrou em vigor ontem, 23/06/2016. Veja-se: "Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode
ser promovido: IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos
dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal." Ressalta-se que
a lei exige a pertinência temática do objeto da demanda com as funções institucionais da
Defensoria Pública.

MANDADO DE SEGURANÇA
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: O mandado de segurança não é o instrumento
processual adequado para o controle abstrato de constitucionalidade de leis e atos
normativos. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min.
Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912).

NATUREZA JURÍDICA

Híbrida, pois ação civil com procedimento sumarizado, além de ser um remédio
constitucional.

STF - Súmula nº 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.

 o MS é uma ação feita de provas pré-constituídas, exclusivamente


documental.
 Não se admite prova oral ou pericial de espécie alguma. É uma ação
totalmente documental. Só é líquido e certo aquilo que pode ser provado de
plano, via documentos.
 A discussão não é sobre o direito (isso é mérito), mas a forma com que se
pretende provar.

Impetração simultânea de MS e ajuizamento de ação comum: o STJ entende


que “há litispendência” entre MS e ação comum, sendo possível, inclusive,
que haja partes diferentes nessas ações.

É possível dilação probatória em MS? Em regra, não, mas há uma exceção


prevista no art. 6º, §1º da lei do MS, mas é uma dilação probatória
meramente documental, nunca com prova pericial ou testemunhal.

Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual,
será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira
reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta
integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.

§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou


estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou
de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em
original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez)
dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

LEGITIMIDADE ATIVA

Pessoa Física ou Jurídica e não mais “alguém”...nos termos da lei.

E os entes despersonalizados?

Doutrina e Jurisprudência entendem que sim, sendo a legitimidade do MS a mais ampla


possível, bastando, inclusive, que seja pessoa, sem exigir a condição de cidadão
quando esta for pessoa física, todos em legitimidade ordinária.

Já no art. 3º da lei há o único caso de legitimidade extraordinária, substituição


processual, no mandado de segurança individual:

Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de


terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular
não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente.

Legitimidade extraordinária subsidiária/eventual: De acordo com o art. 3º, o


titular do direito originário fica inerte e, a partir disso, surge a legitimidade
do titular do direito decorrente. É necessário notificar judicialmente.

Súmula 614 do STJ, que reconheceu a ilegitimidade ativa do locatário para


discutir a relação jurídico-tributária perante o Fisco.

DECADÊNCIA

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120


(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

A contagem do prazo para impetração do MS é igual para o legitimado ordinário e


extraordinário. Porém, do prazo deste é descontado o tempo de 30 dias que o legitimado
ordinário tinha para agir e impetrar o MS. Assim, o prazo do legitimado extraordinário
será de 90 dias.

O legitimado extraordinário, sendo urgente, pode impetrar antes do decurso do prazo de


30 dias, pois os legitimados são cotitulares do mesmo direito.

Vale dizer que o STJ e STF não admitem intervenção de terceiro em MS.

(...) No entanto, com o Novo CPC: a doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a
intervenção de amicus curiae em processo de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do
Fórum Permanente de Processualistas Civis). STF. 1ª Turma. MS 29192/DF, rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 19/8/2014 (Info 755).
ATENÇÃO! Questiona-se se a coisa julgada que se formou perante o legitimado
extraordinário produz efeitos perante o legitimado ordinário:
2ª corrente (majoritária): entende que a coisa julgada formada perante o
legitimado extraordinário atingirá o legitimado ordinário. Raciocínio contrário
tornaria inútil o instituto da legitimidade extraordinária.

 LEGITIMIDADE PASSIVA

Basicamente, a polêmica é se essa legitimidade é da pessoa jurídica ou da autoridade


coatora ou, como alguns autores preferem, um litisconsórcio entre as duas. Esse tema
não é pacífico na jurisprudência, mas há uma tendência que a legitimidade passiva seja
da autoridade coautora.

*#NOVIDADE #SÚMULA #STJ: Súmula 628 - A teoria da encampação é


aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes
requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a
que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas
informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na
Constituição Federal.

Assim, para que seja aplicada a Teoria da Encampação, a autoridade coatora deve ter
sido indicada de modo equivocado, mas esta é hierarquicamente superior à autoridade
correta e quando aquela se manifesta no MS acaba justificando o ato do seu
subordinado, desde que seja mantida a competência que, de fato, deveria ser
observada.

Ademais, a legitimidade passiva do MS é a mais ampla possível. Até mesmo os atos


praticados por representantes de pessoas jurídicas de direito privado, em cujo
capital social nenhuma participação possui o poder público, podem ser atacados
por MS se no EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA.

#ATENÇÃO¹: O simples fato da atividade ser autorizada (ex.: consórcio) não gera MS.
#ATENÇÃO²: Representantes ou órgãos de partidos políticos podem ser sujeitos passivos em
MS.

Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de
caução;
Se exigir caução caberá MS.
#IMPORTANTE! Pela inafastabilidade da tutela jurisdicional, é possível a impetração do MS
nessa hipótese desde que se abra mão do recurso administrativo com efeito suspensivo sem
caução. O que não pode é optar pelos dois ao mesmo tempo.

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;


“Súmula 267
Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.”

Hoje o entendimento seria então que cabe MS mesmo se a decisão aceita recurso,
desde que este não tenha efeito suspensivo. MAS É BOM TER CUIDADO COM ESSE
ENTENDIMENTO...LER A QUESTÃO PRA ENTENDER O QUE ESTÃO QUERENDO.

III - de decisão judicial transitada em julgado.

 Nesse caso cabe rescisória e não MS, porém a doutrina começou a discutir se
seria cabível nos procedimentos em que não se admite rescisória como ocorre,
por exemplo, no JEC. Nesse caso, entende Daniel Assumpção que caberia
querela nullitatis. A doutrina majoritária entende, porém, que, por não
caber rescisória, caberia MS.

 Ainda não há posição pacífica no STJ, ainda que um Ministro já tenha se


manifestado em posição isolada de que, por não caber rescisória, caberia
MS.
 ATO ADMINISTRATIVO E ATO DE GESTÃO

É preciso distinguir o ato administrativo do ato de gestão.


Só cabe MS contra administrativo.

§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias
de serviço público.

OBJETO DE IMPETRAÇÃO
Atos normativos concretos. Atos normativos abstrato não podem ser combatidos por
meio de MS.

Ato interna corporis não pode ser atacado por via de MS, em virtude da
independência dos poderes. "Interna Corporis" são questões que devem ser
resolvidas internamente por cada poder, sendo questões próprias de
regimento interno; ex.: cassação de um deputado ou senador por falta de decoro
parlamentar.

ATO JUDICIAL
Para conhecimento da impetração, exige-se a cumulação de três requisitos:

 Inexistência de instrumento recursal idôneo;

 Não formação da coisa julgada;

 Teratologia na decisão atacada ou manifestamente ilegal.

#SELIGANASÚMULA #STJ: Súmula 202 STJ – A impetração de mandado de segurança por


terceiro, contra ato judicial, não se condiciona a interposição de recurso.

ATO ADMINISTRATIVO

#SELIGANASÚMULA: Súmula 429 STF: a existência de recurso administrativo com efeito


suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

*#ATENÇÃO: Não há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o


fornecimento de leite especial necessário à sobrevivência de menor ao fundamento de que o
produto serve para lactentes e o impetrante perdeu essa qualidade em razão do tempo
decorrido para a solução da controvérsia. Como se trata de direito fundamental da pessoa e
dever do Poder Público garantir a saúde e a vida, não há que se falar que o pleito se tornou
infrutífero pelo simples fato de a solução da demanda ter demorado. A necessidade ou não do
fornecimento de leite especial para a criança deverá ser apurada em fase de execução. Se ficar
realmente comprovada a impossibilidade de se acolher o pedido principal, em virtude da longa
discussão judicial acerca do tema, nada impede que a parte requeira a conversão em perdas e
danos. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 26.647-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, , julgado
em 2/2/2017 (Info 601).

PRAZO DECANDENCIAL
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:

Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF. O writ foi proposto depois
que já havia se passado mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o
Ministro Relator deveria ter extinguido o mandado de segurança sem resolução do mérito pela
decadência. Ocorre que o Ministro não se atentou para esse fato e concedeu a liminar
pleiteada. Em março/2017, a 1ª Turma do STF apreciou o mandado de segurança. O que fez o
Colegiado? Extinguiu o MS sem resolução do mérito em virtude da decadência? NÃO. A 1ª
Turma do STF reconheceu que o MS foi impetrado fora do prazo, no entanto, como foi
concedida liminar e esta perdurou por mais de 12 anos, os Ministros entenderam que deveria
ser apreciado o mérito da ação, em nome da segurança jurídica. STF. 2ª Turma. MS 25097/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/3/2017 (Info 859).

EM SE TRATANDO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, O PRAZO DECADENCIAL


SÓ COMEÇA A CORRER A PARTIR DA INTIMAÇÃO PESSOAL DA PARTE

INTERESSADA, NÃO SUPRINDO PUBLICAÇÃO EM DIÁRIO OFICIAL (1ª Turma.

RMS 32487/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/11/2017 (Info 884)

RELAÇÕES DE TRATO SUCESSIVO E DECADENCIA


Nas relações jurídicas de trato sucessivo, ressalvadas as hipóteses em que é negado o
próprio direito de fundo, o prazo decadencial para impetração se renova cada vez em
que se verifica lesão ao patrimônio do impetrante.

• O ato que SUPRIME ou REDUZ vantagem de servidor é ato único ou prestação de trato
sucessivo? Para o STJ, é preciso fazer a seguinte distinção:

• Supressão: ato ÚNICO (prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou
ciência do ato).

• Redução: prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês).


STJ. 2ª Turma. RMS 34.363-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2012 (Info 513)

#SELIGANASÚMULA #VAICAIR #NÃOSABOTESÚMULAS:


 Súmula 430 STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o
prazo para o mandado de segurança.
 Súmula 632 STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração
de mandado de segurança.
 Súmula 304 STF: Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa
julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


O MP deve ser intimado para, no prazo improrrogável de 10 dias, oferecer opinativo,
sob pena de nulidade (lei).
STF: A ausência de manifestação do MP não é causa de nulidade, desde
que haja sido validamente intimado a se manifestar.
STJ: Súmula 99 diz que “o Ministério Público tem legitimidade para
recorrer no processo em que atuou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da
parte”.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Em regra, é indispensável a intimação do


Ministério Público para opinar nos processos de mandado de segurança, conforme previsto no
art. 12 da Lei nº 12.016/2009. No entanto, a oitiva do Ministério Público é desnecessária
quando se tratar de controvérsia acerca da qual o tribunal já tenha firmado jurisprudência.
Nesses casos, é legítima a apreciação de pronto pelo relator. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF,
rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912).

COMPETÊNCIA
Será aferida com base na qualidade da autoridade pública ou da delegação titularizada
pelo particular. Do ponto de vista territorial, será o local onde a autoridade coatora
exerce suas funções, competência esta de índole absoluta.

Quando houver mais de uma autoridade coatora, serão demandados no foro de


qualquer uma delas, na escolha do impetrante.

Caso uma das autoridades tenha maior hierarquia com privilegio de foro, este
determinara a competência.

#SELIGANASÚMULA:
 Súmula 41 STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e
julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos
Respectivos órgãos (compete ao próprio TJ ou TRF).
 Súmula 376 STJ: Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança
contra ato de juizado especial.
 Súmula 330 STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de
mandado de segurança contra atos dos tribunais de Justiça dos Estados.
 Súmula 624 STF: Não compete ao supremo tribunal federal conhecer originariamente
de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: (...) A competência para julgamento de mandado de segurança


é estabelecida em razão da função ou da categoria funcional da autoridade apontada como
coatora. Precedentes do STJ. 3. É pacífico o entendimento desta Corte de que compete à
Justiça Federal julgar mandado de segurança no qual se impugna ato de dirigente de sociedade
de economia mista federal, como é o caso da PETROBRÁS. Precedentes: AgRg no REsp
921.429/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/4/2010 e AgRg no
CC 106.692/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, DJe 1º/10/2009.

Interessante que em regra, processos demandados contra a Sociedade de Economia


Mista, a competência é da Justiça Estadual Comum e não da JF.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Não é cabível a interposição de recurso ordinário contra


decisão monocrática do relator no Tribunal que denegou o MS. O recurso ordinário
constitucional, na hipótese do art. 105, II, b, da CF, dirige-se contra os mandados de segurança
decididos em única instância pelos TRFs ou pelos TJs, quando denegatória a decisão. Decisão
de "tribunal" não é a monocrática exarada por um dos desembargadores, mas sim acórdão de
um de seus órgãos fracionários. Logo, se o mandado de segurança foi denegado por um
Desembargador em decisão monocrática, faz-se necessária, antes da interposição do recurso
ordinário, a prévia propositura de agravo regimental, sob pena de ofensa ao princípio da
colegialidade. STJ. 3ª Turma. AgRg na MC 19.774-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 2/10/2012.

ROC a ser julgado pelo STJ ROC a ser julgado pelo STF
I - Caberá ROC para o STJ se qualquer TRF ou I - Caberá ROC para o STF se
TJ denegar (ou seja, julgar contra o autor qualquer Tribunal Superior denegar (ou seja,
de): julgar contra o autor de):
·Habeas corpus ·Habeas corpus
·Mandado de segurança ·Mandado de segurança
·Mandado de injunção
·Habeas data
II - Caberá ROC para o STJ se qualquer juiz
federal julgar uma causa que envolva:
·Estado estrangeiro X Município brasileiro
·Estado estrangeiro X pessoa residente ou
domiciliada no país
·Organismo internacional X Município II - Caberá ROC para o STF em caso de
brasileiro qualquer juiz federal julgar crime político.
·Organismo internacional X pessoa residente
ou domiciliada no país
Os crimes políticos são julgados por juiz
federal (art. 109, IV, CF). Neste caso, o
Exemplos de organismo internacional: ONU, recurso contra a decisão do juiz federal é o
Unesco, Cruz Vermelha. ROC, interposto diretamente no STF (a
questão não passará pelo TRF).
Obs: as causas entre Estado estrangeiro ou
organismo internacional e Município ou
pessoa domiciliada ou residente no País são
julgadas pelo juiz federal (art. 109, II, CF).
Neste caso, o recurso contra a decisão do
juiz federal nessas causas é o ROC,
interposto diretamente no STJ (a questão
não passará pelo TRF).

#SELIGANASÚMULA: Súmula 272 STF: Não se admite como ordinário recurso extraordinário de
decisão denegatória de mandado de segurança.

#SELIGANASÚMULA:
 Súmula 269 STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

 Súmula 271 STF: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos


patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
É possível que o impetrante desista do MS após já ter sido prolatada sentença de mérito? Em

regra, SIM. Existem julgados do STF e STJ admitindo (STF. RE 669367/RJ, Min. Rosa Weber,
julgado em 02/05/2013; STJ. 2ª Turma. REsp 1.405.532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em
10/12/2013. Info 533). O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, em um caso
concreto noticiado no Informativo 781, o STF afirmou que não é cabível a desistência de
mandado de segurança, nas hipóteses em que se discute a exigibilidade de concurso público
para delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie já houver sido proferida
decisão de mérito, objeto de sucessivos recursos. STF. 2ª Turma. MS 29093 ED-ED-AgR/DF,
MS 29129 ED-ED-AgR/DF, MS 29189 ED-ED-AgR/DF, MS 29128 ED-ED-AgR/DF, MS 29130 ED-
ED-AgR/DF, MS 29186 ED-ED-AgR/DF, MS 29101 ED-ED-AgR/DF, MS 29146 ED-ED-AgR/DF, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgados em 14/4/2015 (Info 781).

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO


LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
Também é vedado o MSC contra lei em tese (só o coletivo). Na verdade, todos os
atos que se excluem do MS individual também se excluem do MSC.

A lei reduz a legitimação dos partidos políticos expressamente “na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária”. Assim, cria
limitação subjetiva, relativa aos integrantes do partido político, e objetiva, relativa à
finalidade partidária.

#SELIGANASÚMULA #VAICAIR #NÃOSABOTESÚMULAS


Súmula 629 STF: a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em
favor de seus associados independe da autorização destes.

Súmula 630 STF: a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Sistema constitucional das crises, definido como o conjunto ordenado de normas


constitucionais, que, informadas pelos princípios da necessidade e da
temporariedade, tem por objeto as situações de crises e por finalidade a mantença ou
o restabelecimento da normalidade constitucional.
a) os meios de resposta tenham sua executoriedade restrita e vinculada a cada
anormalidade em particular e, ainda, ao lugar e tempo específicos;
b) o poder de fiscalização política dos atos de exceção seja de competência do
legislativo;
c) haja possibilidade de controle judicial, que deverá ser realizado a tempore e a
posteriori.

INTERVENÇÃO FEDERAL
É uma medida excepcional, de natureza política, ...afastamento temporário da
autonomia de um ente federativo quando verificadas as hipóteses taxativamente
previstas na Constituição Federal.
As hipóteses devem ser interpretadas restritivamente.

OITIVA DE ÓRGÃOS
Prévia oitiva do Conselho da República (art. 90, I), e o Conselho de Defesa Nacional.
Não há vinculação aos pareceres.

Pode haver intervenção federal em municípios?


Não, só sobre “Estados e DF”.
STF já confirmou essa tese em 2007, caso da intervenção na capital carioca em
virtude de grave crise de saúde.

HÁ DOIS TIPOS DE INTERVENÇÃO


Intervenção da União nos Estados, no Distrito Federal ou nos Municípios localizados
em Territórios (intervenção federal) – art. 34 da CF;
b) Intervenção dos Estados nos Municípios (intervenção estadual) – art. 35 da CF.
ESQUEMA de aula – Direito Constitucional – Intervenção Federal

O NÃO-PAGAMENTO DE PRECATÓRIO PODE, EM TESE, ENSEJAR INTERVENÇÃO


FEDERAL?
SIM. O fato do Estado-membro deixar de pagar precatório configura
descumprimento de decisão judicial transitada em julgado e, portanto, pode, em
tese, autorizar a intervenção federal.

O SIMPLES NÃO-PAGAMENTO DE PRECATÓRIO JÁ ENSEJA A INTERVENÇÃO


FEDERAL?
NÃO. Segundo a jurisprudência consolidada do STF, é pressuposto indispensável ao
acolhimento da intervenção federal que reste demonstrada a atuação estatal
voluntária e dolosa com objetivo de descumprir decisão judicial transitada em
julgado.

PRESSUPOSTOS MATERIAIS

DEFESA DO ESTADO DEFESA DO PRINCÍPIO FEDERATIVO


DEFESA DAS FINANÇAS ESTADUAIS DEFESA DA ORDEM CONSTITUCIONAL
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - Manter a integridade nacional; (defesa do Estado)

II - Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (defesa do


Estado e defesa do princípio federativo)
#NÃOCONFUNDA: Enquanto a invasão estrangeira é repelida em nome da defesa do
Estado, a invasão de uma unidade da federação em outra é repelida em nome do
princípio federativo.
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (proteção do princípio
federativo)
IV - Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(proteção do princípio federativo)

V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (defesa das finanças


estaduais)

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (defesa da ordem


constitucional)

VII - Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: (são os princípios


constitucionais sensíveis – defesa da ordem constitucional)

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;


b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

PRESSUPOSTOS FORMAIS
Legitimidade ativa – Presidente da República, por meio de decreto. Esse decreto deve
prever a amplitude, o prazo de duração da intervenção, condições. Se for o caso, o
Presidente pode nomear interventor (ocorre quando a intervenção está
relacionada a algum ato do Poder Executivo).

Apreciação pelo congresso em 24 horas, salvo no caso de se limitar a suspender a


execução de algum ato específico.

§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de


execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á
convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

ESPÉCIES
1) Intervenção espontânea: a sua decretação depende apenas da ocorrência
dos motivos que a autorizam (...) sem qualquer tipo de provocação, decretar
a intervenção. Nesse caso, o Presidente tem discricionariedade para
decidir se quer ou não decretar a intervenção, sendo este um ato de natureza
política.
Incisos I a IV.
2) Intervenção solicitada: a decretação depende de solicitação do
Legislativo ou do Executivo. Nesse caso, a decretação da intervenção
também será ato discricionário – o Presidente não é obrigado a decretar.
Trata-se da hipótese do art. 36, I (primeira parte) da CF.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:


I – No caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o
Poder Judiciário;

3) Intervenção requisitada: a decretação depende de requisição do Poder


Judiciário. Trata-se da hipótese do art. 36, I (segunda parte), II e III.
Em todos os casos de intervenção requisitada, o Presidente da República não possui
discricionariedade – trata-se de ato vinculado.

II – No caso de desobediência à ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo


Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.

#ATENÇÃO: Cabe exclusivamente ao STF a requisição de intervenção para assegurar a execução


de decisões da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar, ainda quando fundadas em direito
infraconstitucional. Perceba que o inciso II, do art. 36 apenas menciona STF, STJ e TSE.

CONTROLE POLÍTICO E JURISDICIONAL


1) Controle Político: a princípio, a intervenção é sempre controlada pelo
Legislativo, conforme dispõe o art. 36, § 1º, da Constituição Federal.

Contudo, nem sempre é necessária a apreciação pelo Congresso ou pela


Assembleia Legislativa (intervenção estadual). Existem hipóteses nas quais, por já

haver controle prévio feito pelo Judiciário, a apreciação do Legislativo é dispensada: “ §

3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

Hipóteses em que o controle exercido pelo Congresso Nacional é


dispensado:

VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;


VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

2) Controle Jurisdicional (STF): O controle jurisdicional da intervenção federal


é feito pelo STF, conforme preconiza o art. 102, I, “f”, da CF/88.
Esse controle jurisdicional é posterior à intervenção, diferentemente dos casos de
ADI interventiva, por exemplo.
Nesse caso, o STF não deve entrar no mérito da decretação da intervenção (...) só
deverá analisar se os requisitos materiais e formais, previstos na Constituição,
foram atendidos.

Art. 36, §1º e §2º.


O STF pode analisar a intervenção, exceto no que diz respeito ao mérito do ato.

§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes


voltarão, salvo impedimento legal.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO INTERVENTOR


1) Atos próprios da intervenção para afastar os motivos da intervenção:
responsabilidade civil direta do órgão interventor.

2) Atos ordinários do ente político sob a intervenção / atos de gestão


ordinários: a primeira responsabilidade é o ente político sob a intervenção,
mas se o interventor agir com dolo ou culpa caberá o regresso contra o ente
interventor.

#ATENÇÃO: STJ 1. O decreto de intervenção estadual em município possui natureza político-


administrativa, insuscetível de impugnação pela via do recurso especial. 2. Agravo regimental
improvido. (AgRg no Ag 689.083/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA
TURMA, julgado em 18.10.2005, DJ 21.11.2005 p. 190)

o REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA – ADI INTERVENTIVA


É um instrumento de controle concentrado concreto, ou seja, é uma exceção a
regra.
Ocorre no STF, mas é um processo subjetivo - concreto (União x Estado).
O único legitimado é o PGR, que atua como substituto processual.

CABIMENTO
o art. 34, VI (recusa à execução de lei federal) ou art. 34, VII (princípios
constitucionais sensíveis).
É uma decisão irrecorrível, não cabe ação rescisória.

o ADI INTERVENTIVA ESTADUAL10


O único legitimado é o PGJ e não cabe Recurso Extraordinário para o STF porque a
natureza da decisão é político-administrativa (Súmula 637 STF). Também não há
controle político (art. 36, §3º, CF).

SÚMULA 637 STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de
Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.

#DIZERODIREITO:
Por que não cabe recurso extraordinário?
O recurso extraordinário destina-se a impugnar decisões judiciais (em sentido estrito). Quando
o Tribunal de Justiça decide um pedido de intervenção estadual essa decisão, apesar de
emanar de um órgão do Poder Judiciário, reveste-se de caráter político-administrativo (e não
jurisdicional). Logo, por se tratar de uma decisão político-administrativa proferida pelo Poder
Judiciário, contra ela não cabe recurso extraordinário já que não existe uma “causa judicial”.
10
#COMOFOICOBRADO: (Juiz TJAM 2013 FGV) O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de
descumprimento de ordem ou de sentença judiciais (CF, Art. 34, VI, e Art. 35, IV), a efetivação do ato de
intervenção – trate‐se de intervenção federal nos Estados‐membros, cuide-se de intervenção estadual
nos Municípios – reveste‐se de caráter político‐administrativo, muito embora instaurado perante órgão
competente do Poder Judiciário (CF, Art. 36, II, e Art. 35, IV), circunstância que inviabiliza, ante a
ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário. (item CORRETO).
Resumindo o que foi julgado pelo STJ:
1) A União poderá intervir no Estado ou DF para prover (garantir) a execução de ordem ou
decisão judicial que esteja sendo desrespeitada (art. 34, VI, da CF/88). Ocorrendo esse
descumprimento, o STF, o STJ ou o TSE, a depender de qual ordem/decisão judicial esteja
sendo desatendida, irá requisitar do Presidente da República a intervenção federal.

2) Se o Estado/DF estiver descumprindo uma decisão de juiz ou Tribunal de 2ª instância, o


Tribunal local deverá fazer uma representação ao Tribunal Superior competente (STF, STJ ou
TSE) solicitando a intervenção. Se o Tribunal Superior concordar, ele irá requisitar ao
Presidente da República a intervenção.

3) Para saber qual o Tribunal Superior será competente deverá ser analisada a matéria
discutida e para quem seria dirigido o eventual recurso.

JURISPRUDÊNCIAS DO STF

Constitucional. ICMS. Repartição de rendas tributárias. PRODEC. Programa de Incentivo Fiscal


de Santa Catarina. Retenção, pelo Estado, de parte da parcela pertencente aos Municípios.
Inconstitucionalidade. RE desprovido. A parcela do imposto estadual sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta Magna pertence de
pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios
não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual.
Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de
repartição de receitas tributárias. (RE 572.762, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em
18-6-2008, Plenário, DJE de 5-9-2008.)

Dado o caráter nacional de que se reveste, em nosso regime político, o Poder Judiciário, não se
dá por meio de intervenção federal, tal como prevista no art. 34 da Constituição, a
interferência do Supremo Tribunal, para restabelecer a ordem em Tribunal de Justiça estadual,
como, no caso, pretendem os requerentes. Conversão do pedido em reclamação a exemplo do
resolvido, por esta corte, no pedido de Intervenção Federal 14. (Rcl 496-AgR, Rel. Min. Octavio
Gallotti, julgamento em 23-6-1994, Plenário, DJ de 24-8-2001.)
Por não se tratar de causa, em sentido próprio, mas de providência administrativa, da privativa
iniciativa do Tribunal de Justiça, não cabe recurso extraordinário contra a decisão daquela
corte, que indeferiu o encaminhamento do pedido de intervenção federal, por suposto
descumprimento de decisão judicial (art. 34, IV, da Constituição). (RE 149.986, Rel. Min.
Octavio Gallotti, julgamento em 9-3-1993, Primeira Turma, DJ de 7-5-1993.)

INTERVENÇÃO FEDERAL. ESTADO DO PARANÁ. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE .


DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INTERVENÇÃO. 1. A
intervenção federal é medida de natureza excepcional, porque restritiva da autonomia do ente
federativo. Daí as hipóteses de cabimento serem taxativamente previstas na Constituição da
República, em seu art. 34. 2. Nada obstante sua natureza excepcional , a intervenção se impõe
nas hipóteses em que o Executivo estadual deixa de fornecer força policial para o
cumprimento de ordem judicial. 3. Intervenção federal julgada procedente. (IF 107/PR, Rel.
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/10/2014, DJe
28/10/2014).

ESTADO DE DEFESA
São estados de legalidade extraordinária (“constitucionalização das circunstâncias
excepcionais” – É o termo utilizado por Canotilho). A própria CF prevê a sua
excepcionalidade.

Estado de Defesa: situação em que se organizam medidas destinadas a debelar


ameaças à ordem pública ou à paz social. Referido instituto tem caráter preventivo e

regional.
Assim como as demais, é medida privativa do Presidente.
CABIMENTO
Grave e iminente instabilidade institucional que ameace a ordem pública ou a paz
social.
Calamidade de grandes proporções na natureza que atinja a mesma ordem pública
ou a paz social.

PROCEDIMENTO
1 - Prévia manifestação dos conselhos superiores. Não vinculam.
2 - Decreto do Presidente da República estabelecendo prazo de duração, que não
pode ser superior a 30 dias, admitida uma prorrogação. Nada impede que seja
decreto por prazo de 10 dias.
3 - Especificação das áreas abrangidas.
4 - Indicação das medidas coercitivas, dentre as arroladas no art. 136, §1º.

EFEITOS
Adoção de legalidade especial para a área delimitada no decreto, podendo incidir as restrições
aos seguintes direitos:

a) de reunião;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
d) ocupação e o uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, e
e) prisão por crime contra o Estado ou por outros motivos, por período não
superior a dez dias, salvo autorização do Judiciário.

CONTROLE DO LEGISLATIVO
1º Para determinar a legalidade do decreto de instauração e possível prorrogação,
submetido à apreciação no prazo de 24h. O CN terá 10 dias para apresentar decisão.
Se estiver em recesso, será convocado no prazo de 05 dias.

2º Cessada a medida, as justificações e medidas adotadas serão enviadas pelo presidente


ao CN para apreciação. Se forem recusadas, o Presidente irá incorrer em crime de
responsabilidade.

Controle Concomitante: É possível ainda o controle concomitante, quando a Mesa do


Congresso designa comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar
e fiscalizar a execução das medidas.

Controle Jurisdicional Concomitante e Posterior: O controle jurisdicional, por sua


vez, poderá ser concomitante (ex: a prisão por crime contra o Estado deve ser
comunicada imediatamente ao juiz competente; é necessária a autorização judicial para
prisão ou detenção superior a 10 dias) ou posterior.

Segundo Alexandre de Moraes, será possível ao Poder Judiciário reprimir eventuais


abusos e ilegalidades cometidas durante a execução das medidas do estado de defesa,
inclusive por meio de mandado de segurança e habeas corpus, pois a
excepcionalidade da medida não possibilita a total supressão dos direitos e garantias
individuais e tampouco configura um salvo-conduto aos agentes políticos para total
desrespeito à Constituição e às leis.

Em relação, porém, à análise do mérito discricionário do Poder Executivo, a


doutrina entende impossível, por parte do Poder Judiciário, a análise da
conveniência e oportunidade política para a decretação.
ESTADO DE SÍTIO
Medida de suspensão (não é restrição apenas) temporária e localizada de garantias
constitucionais apresentando maior gravidade do que o Estado de defesa.

CONTROLE DO LEGISLATIVO

É prévio, pois o Presidente da República deve obrigatoriamente solicitar autorização


do Congresso Nacional (que deverá autorizá-la por maioria absoluta de cada uma
das casas legislativas).

CABIMENTO

a) comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que


comprovem a ineficácia das medidas tomadas durante o estado de
defesa; ESTADO DE DEFESA REPRESSIVO

b) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada


estrangeira; ESTADO DE DEFESA DEFENSIVO

PROCEDIMENTO

a) audiência do Conselhos da República e de Defesa Nacional; Não vinculam.

b) autorização por maioria absoluta do Congresso Nacional, em


atendimento a solicitação fundamentada do Presidente da República;

c) decreto do presidente da República, estabelecendo a duração da exceção (não


superior a 30 dias, prorrogável por igual período, mais de uma vez), as
instruções que regerão a conduta dos executores da medida, as garantias
constitucionais que ficarão suspensas.

O prazo de 30 dias, prorrogáveis por iguais períodos, se aplica somente quando o


fundamento é comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa. Na hipótese
de guerra a medida perdurará enquanto for necessária, não havendo limitação
temporal.

Efeitos
1) substituição da legalidade comum por uma legalidade constitucional
extraordinária;

2) aplicação de medidas coercitivas previstas no art.139, CF, por


delegados do Presidente, em geral militares.

CONTROLE DO LEGISLATIVO

PRÉVIO: JÁ VISTO

CONCOMITANTE: Indicação de 5 membros pra fiscalizar.

SUCESSIVO: Cessado o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão


relatadas pelo Presidente, em mensagem ao Congresso, com especificação e justificação
dessas providências.
CONTROLE JURISDICIONAL: O controle jurisdicional é amplo em relação aos limites de
aplicação das restrições autorizadas.

O controle político prévio, se negativo será vinculante, e o Presidente da República não


poderá decretar o estado de sítio por aquele motivo, sob pena de responsabilidade. Por
outro lado, se o Congresso Nacional autorizar, com discricionariedade política, o
Presidente da República poderá ou não decretar o estado de sítio.

VÁLVULAS DE PANELA DE PRESSÃO: São as medidas excepcionais na CRFB/88


utilizadas para retomar a estabilidade em caso de tumulto institucional. Exemplo:
Intervenção Federal; Estado de Defesa e Estado de Sítio – considerados elementos de
estabilização constitucional.

A administração Pública está subordinada ao princípio da legalidade. Entretanto, no caso de


estado de defesa e estado de sítio, a severidade da aplicação do citado princípio fica
mitigado, face às excepcionalidades existentes. Certo ou errado?
(...) Ocorre que, segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo (Curso de Direito
Administrativo, 26ª Ed., pág. 105 e 126-136), é possível apontar três restrições excepcionais ao
princípio da legalidade:

a) Medida provisória

b) Estado de defesa

c) Estado de sítio

JURISPRUDÊNCIAS

O Delegado de Polícia está subordinado ao governador do Estado, e o respectivo concurso pode exigir
altura mínima para ingresso, desde que consta na Lei da Carreira do Estado. (STF)
O Delegado de Polícia, segundo a Constituição (CRFB) e o Supremo Tribunal Federal
(STF), ainda que figure na primeira classe da carreira, pode chefiar a Polícia Civil do
Estado, se escolhido pelo governador.

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME HEDIONDO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA


ORDEM PÚBLICA E DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. CREDIBILIDADE DA JUSTIÇA E CLAMOR
PÚBLICO. TENTATIVAS CONCRETAS DE INFLUENCIAR NA COLETA DA PROVA
TESTEMUNHAL. ORDEM DENEGADA. 1. O conceito jurídico de ordem pública NÃO SE
CONFUNDE com incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88). (HC
102065, Relator(a):  Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 23/11/2010, DJe-
030 DIVULG 14-02-2011 PUBLIC 15-02-2011 EMENT VOL-02464-02 PP-00366)

DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA.


IMPOSIÇÃO DE MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL.
CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se confunde com segurança pública.
O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a
Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção
da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções
administrativas legalmente previstas, embora possa se dar ostensivamente,
constitui mero exercício de poder de polícia, não havendo, portanto, óbice ao
seu exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro,
observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum dos entes
da federação para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro de sua esfera de
atuação, delimitada pelo CTB, os Municípios podem determinar que o poder de
polícia que lhe compete seja exercido pela guarda municipal. (STF)

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de
sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de
ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em
decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. (STF)

Lembrando que, já é pacífico que o Estado responde OBJETIVAMENTE pela morte de


Detento ao qual encontra custódiado sob sua responsabilidade, ainda que decorrente de
suicídio, desde que provado o nexo causal entre a morte e a falha na prestação do
serviço. (STF)

Questão 01: “Os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança


pública serão remunerados exclusivamente por subsídio.”

Questão 02: “Os policiais civis são remunerados por subsídio fixado em parcela
única, por meio de lei de iniciativa privativa do Governador do Estado, vedado o
acréscimo de qualquer outra espécie remuneratória.”

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
HABEAS DATA

Garantia do direito que assiste a todas as pessoas de ter acesso às informações a seu
respeito que constem de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de
caráter público, para que delas tome conhecimento e, se necessário for, para retificar os
dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem discriminação. Ex: Abrange os serviços
de proteção de crédito ou de listagens da mala direta.

O Habeas Data foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro através da


Constituição de 1988.

Não se concede Habeas Data para o acesso às informações de caráter sigiloso ou que
possam afetar a segurança da sociedade ou do Estado.

Só cabe HD quando o pedido for indeferido ou não-respondido na via


administrativa.

Não se confunde com o direito de obter certidões, caso que será o MS o remédio
constitucional adequado.

Não são fungíveis o HC e o MS.


Legitimidade Ativa: Bastante ampla, alcançando PJs, PJs de Direito Público, até mesmo
órgãos públicos com capacidade processual (mesas legislativas).

Se as informações que se buscam digam respeito à terceiros ou sejam de caráter público,


o remédio adequado será o Mandado de Segurança.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Entretanto, entendeu o STJ no REsp 1.128.739/RJ, ser


incabível o habeas data para o simples fornecimento por instituição financeira de extratos
bancários. (...) Ainda que se trate de sociedade de economia mista ou empresa pública, não
seria cabível o Habeas Data por faltar o caráter público do banco de dados. Seria cabível,
portanto, a Ação de exibição de Documentos.

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: O HD detém tramitação prioritária sobre os demais


feitos, exceto sobre o habeas corpus e o mandado de segurança.

HC é remédio gratuito. A gratuidade é irrestrita, mesmo que o impetrante tenha


condições de arcar com custas.

CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE: Prova da recusa ou da demora irrazoável na


prestação da informação.

Da decisão do juiz caberá apelação. Atente-se que, se a decisão for procedente, a


apelação não terá efeito suspensivo.

A Constituição assim prevê:

 Art. 102, I, “d”: competência originária do STF: Atos do Presidente da


República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do TCU,
do PGR e do próprio STF;

 Art.102, II, “a”: compete ao STF julgar em recurso ordinário o habeas data
decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão;

 Art. 105, I, “b”: compete ao STJ: Originariamente, contra ato de Ministro de


Estado e comandante do EB, Marinha ou Aeronáutica.

 TRF: Ato de Juiz Federal ou do próprio Tribunal.

• Art.109, VIII: aos juízes federais compete processar e julgar os habeas data
contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais
federais;

• Art. 121, § 4.º, V: competência atribuída ao TSE para julgar em grau de


recurso habeas data denegado pelo TRE;

Justiça Estadual tem competência subsidiária.

No entanto, a Constituição Federal prevê a viabilidade de Recurso Ordinário

Constitucional, no âmbito do HD, apenas para o STF e não para o STJ.

ROC P/STF. ROC P/ STJ.


MS, HC, HD ou MANDADO DE INJUNÇÃO. O
MS e HC.
MS é apenas uma das hipóteses.
Contra ACÓRDÃO degenerativo de processo Contra ACÓRDÃO denegatório de processo
de competência originária do TRIBUNAL
de competência originária do TRF ou TJ.
SUPERIOR.

NÃO TEM ROC PARA O STJ em caso de HD.

Como lidar com a previsão de ROC para o STJ em Habeas Data, constante em lei? A lei de
HABEAS DATA PREVÊ ROC PARA O STJ EM HABEAS DATA. ESSA PREVISÃO É CONSIDERADA
PELA DOUTRINA INCONSTITUCIONAL. O ROC ESTÁ PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO, NÃO
CONSTANDO ROC PARA O STJ EM HABEAS DATA. Uma lei infra não pode criar recurso p STJ
sem previsão constitucional.

O habeas data é a garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados


concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos
sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração
fazendária dos entes estatais. (STF)

HABEAS CORPUS
O habeas corpus traduz-se em uma ação autônoma de impugnação, de natureza
mandamental e com status constitucional.

Não cabe dilação probatória em sede de HC, mas a complexidade das teses jurídicas

discutidas e a consequente análise de documentos ou provas já constituídas não são


obstáculos para o HC.

Não é possível PJ figurar como paciente, MAS PJ PODE IMPETRAR HC EM FAVOR


DE OUTREM, DESDE QUE PESSOA FÍSICA.

A autoridade coatora poderá ser particular. Ex: Clínicas Psiquiátricas, Manicômios.

“o Ministério Público detém legitimidade para impetrar habeas corpus em benefício de


réu, porque, nesse remédio constitucional, há uma espécie de mandato universal”
(STJ,HC 103.335/RJ, DJ 03.08.2009).

HC pode ser deferido de ofício por juízes e tribunais. ATENÇÃO!!! o Tribunal pode

conceder habeas corpus de ofício, mas para isso acontecer é necessário que ele seja o
Tribunal competente para apreciar eventual pedido de habeas corpus relacionado com este
caso. STF. Plenário. Rcl25509 AgR/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/2/2017(Info
854).
#SELIGA: A pessoa, sem ter capacidade postulatória, impetra um HC e este é
negado. Essa mesma pessoa poderá ingressar com recurso contra decisão? Para
se interpor o recurso contra decisão denegatória de HC, a capacidade
postulatória também é dispensada?

. 1ª turma do STF: SIM;


. 2ª turma do STF e STJ: NÃO.
ATENÇÃO: Não se admite o HC apócrifo, sem assinatura. Posição do STJ.

Não se admite a intervenção de terceiros em HC.

Exceção: em habeas corpus oriundo de ação penal privada, admite-se a intervenção do


querelante no julgamento do HC, uma vez que ele tem interesse jurídico na decisão. STJ. 5ª
Turma. RHC 41.527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015 (Info 557).

STF INOVOU E ADMITIU HC COLETIVO

#IMPORTANTE: O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O


habeas corpus se presta a salvaguardar a liberdade. Assim, se o bem jurídico
ofendido é o direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo determinado de
pessoas, o instrumento processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual
ou coletivo.

Diante da inexistência de regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por analogia,
o art. 12 da Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor mandado de
injunção coletivo. Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo: 1) o
Ministério Público; 2) o partido político com representação no Congresso Nacional; 3) a
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano; 4) a Defensoria Pública. STF. 2ª Turma. HC
143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018 (Info 891)

Habeas corpus suspensivo

Para Luiz Flávio Gomes, ele tem cabimento quando o mandado prisional já foi
expedido, mas ainda não foi cumprido.

Ficar atento que algumas bancas entendem o HC Suspensivo como sendo o HC


repressivo.

Habeas corpus profilático

Aqui, o risco à liberdade de locomoção existe, mas é remoto ou periférico. Destina-se


a suspender atos processuais ou impugnar medidas que possam importar em prisão
futura com aparência de legalidade, porém intrinsecamente contaminada por ilegalidade
anterior. Ex: denegação de acesso aos autos da investigação. A liberdade do cliente pode
ser violada futuramente.

#SELIGA: Habeas Corpus como Instrumento de Collateral Attack.


Segundo Aury Lopes Júnior, o alcance do writ não só se limita aos casos de prisão, pois
também pode ser utilizado como instrumento para o collateral attack, possibilitando que seja
uma via alternativa de ataque aos atos judiciais, e inclusive contra a sentença transitada em
julgado. Ex: trancamento da ação em virtude da ausência das condições desta.
Ainda, o habeas corpus pode ser utilizado, inclusive, para realizar o controle difuso da
constitucionalidade de uma norma.
A estruturação da competência para julgamento do HC vai seguir quatro regras
importantes:

a) As figuras do paciente e da autoridade coatora: por exemplo, caso a autoridade


coatora seja um Juiz Federal, a competência recai sobre o respectivo Tribunal Regional
Federal;

b) Em regra, em se tratando de autoridade coatora dotada de foro por prerrogativa


de função, a competência para o processo e julgamento do habeas corpus recai,
originariamente, sobre o Tribunal a que compete julgar os crimes por ela
perpetrados;

c) A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de


autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição (CPP, art. 650, § 1º);

d) Supressão de instância: para que o writ possa ser conhecido por uma instância
superior, é necessária a provocação dos juízes inferiores acerca da matéria que se
pretende impugnar, sob pena de indevida supressão de instância, salvo em situações
teratológicas ou de manifesta ilegalidade.

§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos


responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou omissos
em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de
prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo
legal.

Não cabe HC contra prisão militar disciplinar, exceto se o ato estiver revestido de
ilegalidade.

JUSTIÇA DO TRABALHO

É COMPETENTE para conhecer e julgar HC quando o ato impugnado guardar relação


com matéria trabalhista.

“Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;

Essa hipótese cuida da prisão por crime afiançável, não sendo, porém, arbitrada fiança
em favor do paciente. Nesse caso, a impetração do habeas corpus não visa à sua
liberação, mas sim o arbitramento da fiança.

Finalmente, importa destacar que uma fiança de valor desproporcional, impossível de ser
cumprida pelo imputado, equipara-se a uma recusa injustificada em concedê-la.”

Os tribunais superiores firmaram o entendimento de que a impetração do habeas


corpus no lugar da revisão criminal apenas é viável em circunstâncias
excepcionais, onde contatada, de plano, a ilegalidade do constrangimento.

#ATENÇÃO: Nos termos da Súmula 695 do STF, não cabe habeas corpus quando já
extinta a pena privativa de liberdade.

O habeas corpus tem sido considerado idôneo para impugnar o indeferimento de


prova de interesse do investigado ou acusado, o deferimento de prova ilícita ou o
deferimento inválido de prova lícita.
Hipóteses em que não se autoriza o conhecimento do habeas corpus por falta de
adequação

Exclusão de militar, perda de patente ou de função pública;

perda do cargo como efeito extrapenal específico de sentença condenatória


transitada em julgado;

apreensão de veículos;

pedido de reabilitação;

preservação da relação de confidencialidade que deve existir entre advogado e


cliente;

Extração gratuita de cópias de processo criminal;

Requerimento de aditamento da denúncia para fins de inclusão de outro acusado;

Visita a detento;

Anulação de processo criminal em face de nulidade absoluta que, beneficiando a


defesa, resultou em absolvição do acusado;

perda de direitos políticos;

impeachment;

custas processuais;

omissão de relator de extradição;

reparação civil fixada na sentença condenatória (CPP, art. 387, IV);

#DEOLHONAJURIS: A superveniência de sentença condenatória que mantém a prisão


preventiva prejudica a análise do habeas corpus que havia sido impetrado contra o título
originário da custódia. Se, após o habeas corpus ser impetrado contra a prisão preventiva, o
juiz ou Tribunal prolata sentença/acórdão condenatório e mantém a prisão anteriormente
decretada, haverá uma alteração do título prisional e, portanto, o habeas corpus impetrado
contra prisão antes do julgamento não deverá ser conhecido. STF. Plenário. HC 143333/PR,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11 e 12/4/2018 (Info 897)

#SELIGA: É admissível a interposição de recurso ordinário para impugnar acórdão de Tribunal


de Segundo Grau concessivo de ordem de habeas corpus na hipótese em que se pretenda
questionar eventual excesso de medidas cautelares fixadas por ocasião de deferimento de
liberdade provisória. A CF/88 não prevê o cabimento de recurso ordinário contra a decisão
concessiva de HC. No entanto, ainda que a liberdade provisória tenha sido concedida, se as
medidas cautelares impostas ao réu se mostram excessivas, ele terá interesse em interpor
recurso ordinário, sendo este o instrumento adequado para impugnar a decisão. STJ. 5ª
Turma. RHC 65.974-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info
579).
#ATENÇÃO: CABE HABEAS CORPUS DE DECISÃO MONOCRÁTICA?

2º ENTENDIMENTO: NÃO é cabível habeas corpus em face de decisão


monocrática proferida por Ministro do STJ. STF. Plenário. HC 105959/DF, rel.
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
17/2/2016 (Info 814).

ENTENDIMENTO (MAJORITÁRIO): Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra
decisão monocrática do Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia
sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure (esgote), no
tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental).
Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se
mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à
jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus.
STF. 1ª Turma. HC 139612/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/4/2017 (Info
862) #SELIGANAEXCEÇÃO

Súmula 208, STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer,


extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas  corpus.

Súmula 299, STF: O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo


processo de mandado de segurança, ou de habeas corpus, serão julgados
conjuntamente pelo Tribunal Pleno.

Súmula 319, STF: O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal,
em habeas corpus ou mandado de segurança, é de cinco dias.

Súmula 395, STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja
resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de
locomoção.

Súmula 431, STF: É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda


instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas
corpus.

Súmula 606, STF: Não cabe habeas corpus  originário para o Tribunal Pleno de
decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo
recurso.

(novo entendimento) - Cabe habeas corpus contra decisão monocrática de


Ministro do STF. O habeas corpus é cabível contra ato individual formalizado por
integrante do Supremo (decisão monocrática).STF. Plenário. HC 130620/RR,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 30/04/2020.
Disso temos que a súmula 606 não se aplica ao STF.

Súmula 690, STF: Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o


julgamento de "habeas corpus" contra decisão de Turma Recursal de Juizados
Especiais Criminais.

Súmula 691, STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer


de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas
corpus  requerido a tribunal superior, indefere a liminar.

(Parêntese, pois, quando demonstrada flagrante ilegalidade ou teratologia da


decisão impugnada, caberá HC contra decisão de Tribunal Superior que denegar
liminar.)

Súmula 692, STF: Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator


de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não
constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.

Jurisprudência correlata
O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas corpus somente é possível
quando evidenciada flagrante ilegalidade e não demandar análise do conjunto
probatório.

O habeas corpus não é a via adequada para o exame aprofundado de provas a fim de


averiguar a condição econômica do devedor, a necessidade do credor e o
eventual excesso do valor dos alimentos, admitindo-se nos casos de flagrante
ilegalidade da prisão civil.

Não obstante o disposto no art. 142, § 2º, da CF, admite-se habeas corpus contra


punições disciplinares militares para análise da regularidade formal do
procedimento administrativo ou de manifesta teratologia (ilegalidade).

Não cabe habeas corpus contra decisão que denega liminar, salvo em hipóteses


excepcionais, quando demonstrada flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão
impugnada, sob pena de indevida supressão de instância, nos termos da Súmula n.
691/STF.

A jurisprudência do STJ admite a reiteração do pedido formulado em habeas


corpus com base em fatos ou fundamentos novos.

MUITO CUIDADO!!! “A jurisprudência tem excepcionado o entendimento de que


o habeas corpus não seria adequado para discutir questões relativas à guarda e
adoção de crianças e adolescentes.”

Já respondi questões que diziam que não é cabível HC para garantir o direito de visitar
menor sob guarda.

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