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EMERJ – DIREITO CONSTITUCIONAL

25/01/2021 – AULA 1: Claúdio Brandão


Tema 1 - Constituição: conceito, tipologia. Constituições brasileiras. Preâmbulo.
Normas constitucionais: Espécies, eficácia, e diversas classificações.
Tema 2 - Poder Constituinte. Supremacia constitucional. Vigência da norma
constitucional. Inconstitucionalidade de normas constitucionais.

CONSTITUIÇÃO

 Conceito: É lei fundamental e suprema, disposições que regulamentam a


ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS.
Um dos propósitos da constituição é Contenção do exercício do poder. O poder era
concentrado na mão de um único indivíduo, a consolidação do constitucionalismo traz
limites e controle as atividades estatais.
- A constituição vai tratar, definir e delimitar as funções do Estado e partilhar as
competências. Funções legislativa, jurisdicional e administrativa (tenta atender as
necessidades materiais do povo). – ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E PODERES.
- Vai tratar também de direitos, dá aos direitos constitucionais uma garantia maior pela
maior solenidade de alteração da constituição. Essa ideia de inserir na constituição
direitos, é fator importante para garantia de direitos – DIREITOS FUNDAMENTAIS.

 Classificações:

QUANTO AO GRAU DE ESTABILIDADE: RIGIDAS, SUPER-RIGIDAS, SEMI-


FLEXIVEL E FLEXIVEL
 Rígidas: exige processo legislativo mais solene para sua alteração. É
aquela que pode ser modificada, mas por procedimento mais dificultoso
do que as demais leis.
EX: CF/1891, 1934, 1946, 1967 e 1988.
OBS: Processo é instrumento usado pelo estado para desempenhar sua função.
Art. 50: espécies legislativas – para cada espécie tem um processo específico.
EX: emendada mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
OU do Senado; pelo Presidente e por mais de metade das Assembleias legislativas,
manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros. Não existe
sanção ou veto em proposta de EC.
É o mais adequado: a constituição tem perspectiva de ser eterna e não
imutável, por isso o PCO insere em sua constituição uma forma de
alterá-la.

 Super-rígida: é aquela que possui um núcleo intangível, ou seja, imutável


(que não pode ser alterado) e as demais normas constitucionais só podem
ser modificadas por um procedimento legislativo especial (diferente do
previsto para a normas infraconstitucionais).
OBS: Alexandre de Moraes defende que, por causa das chamadas cláusulas pétreas, a
CRFB/88 seria assim classificada. Entretanto, esse não é o posicionamento do STF. A
Corte entende que as cláusulas pétreas não são imutáveis. Elas apenas não podem ser
abolidas.
 Semirrígida: Ela é também chamada de semiflexível, visto existir
algumas normas em que o processo de alteração é mais difícil que o
Procedimento ordinário e outras não.
EX: Carta Imperial do Brasil (1824).
 Flexível: é aquela que pode ser modificada pelo procedimento legislativo
ordinário, ou seja, das leis comuns.
QUANTO AO SEU CONTEÚDO: MATERIAL OU FORMAL
 Material: é aquela formada por um conjunto de normas que visam
estruturar os aspectos essenciais do Estado. A análise recai apenas em
relação ao seu conteúdo, ao elemento material do texto em si. Ela pode
ser escrita ou não.
Ex: CRFB/1824.
OBS: normas materialmente constitucionais externas a CF, terão seu processo de
alteração similar ao de sua origem, não como constitucionais.
 Formal: o critério de sua formação não é pelo seu conteúdo em si, mas
pelo aspecto processual. Serão consideradas normas constitucionais
aquelas inseridas no texto de uma Constituição que obedeceram a um
processo legislativo próprio para sua formação. É também chamada de
Constituição procedimental. Ex: Constituição Federal de 1988.
Ex normas: Colégio Pedro Segundo, Constituição baiana: será servido chocolate ao
invés de café.
OBS: Tratados internacionais, quando aprovados pelo Congresso, ingressam com força
de lei ordinário. Se de DH, aprovados pelo congresso, com 2 votações, em cada casa,
se aprovado com 3/5, ingressa com força de Emenda Constitucional.

QUANTO À EXTENSÃO: SINTÉTICA, ANALITICA


 Sintética: também denominada de concisa ou básica é aquela que
apenas veicula normas pertinentes à organização do Estado (temas
materialmente constitucionais). Por isso, essa seria uma Constituição
mais enxuta.
EX: Carta Magna dos EUA, que é composta apenas por sete artigos.
 Analítica: é mais extensa. O texto vai além da normatização das
matérias consideradas de natureza eminentemente constitucional,
tratando até de regras que deveriam constar em lei
infraconstitucional.
EX: CRFB/88. Nessa chegamos a encontra um artigo que dispõe que “o Colégio Pedro
II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal” (§2º do art.
242).
QUANTO À ORIGEM: OUTORGADAS, PROMULGADA DEMOCRÁTICAS,
CESARISTAS OU PACTUADAS.
 Outorgada: nasce de um processo de imposição, de um ato unilateral
de vontade e sem participação popular.
EX: Constituição Brasileira de 1824 (império), 1937 (vargas - crise) e 1967 (golpe
militar) e a EC nº 01/1969.
 Promulgada: temos um processo democrático, que ocorre com a
Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo. A
doutrina também acaba denominando essa Constituição de popular,
democrática.
Ex: CRFB de 1891, 1934 (vargas), 1946 e 1988 (redemocratização – Tancredo neves).
OBS: As constituições devem ser elaboradas por pessoas eleitas para esse fim,
definidamente, as assembleias legislativas.
 Cesarista ou Bonapartista: sendo aquela Constituição outorgada, mas
que precisa ser confirmada mediante referendo popular.

 Pactuada ou Dualista: como sendo aquela formada enquanto resultado


de duas forças antagônicas: monarquia enfraquecida X burguesia em
ascensão. O objetivo é estabelecer uma limitação ao poder, com as
chamadas monarquias constitucionais
QUANTO À FORMA: ESCRITAS, NÃO ESCRITAS.
 Escrita: é aquela que nasce por meio de um órgão constituinte
encarregado especialmente para tanto. Também chamada de
instrumental. Ocorre por meio de documentos solenes, podendo ser
codificada em único texto ou ainda do tipo legal, assim denominada de
pluritextual.
Ex: A Constituição de 1988 é do tipo escrita e codificada.
 Não Escrita: nasce com a formação de várias fontes normativas, a
exemplo das leis comuns, dos costumes, da jurisprudência ou até mesmo
dos acordos e convenções. É a Constituição costumeira/consuetudinária.
Ex: Constituição inglesa.

 Preâmbulo: Pode ser parâmetro de objeto de controle de constitucionalidade?


Tem força normativa?
STF: O preambulo não tem força normativa, não pode ser objeto de controle de
constitucionalidade, nem parâmetro para efeitos de controle de constitucionalidade.
 Normas Constitucionais:
 Eficácia Plena – São de aplicação direta e imediata e independem de uma
lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena
também não admitem que uma lei posterior venha a restringir o seu
alcance. São normas auto executórias: são aquelas que não exigem
nenhuma atividade administrativa ou regulamentação para produzir
efeitos.
EX: mandato parlamentar – basta estar na constituição para se aplicar
 Eficácia Contida – Assim como a plena é de aplicação direta e imediata
não precisando de lei para mediar os seus efeitos, porém, poderá ver o
seu alcance limitado pela superveniência de uma lei infraconstitucional,
por outras normas da própria constituição estabelece ou ainda por meio
de preceitos ético-jurídicos como a moral e os bons costumes.
- Possibilita o legislador ordinário de criar exceções ao que consta na CF
Art.37, XXI: trata de licitação: “ressalvados os casos previstos em lei” – Poder
constituinte diz que o legislador ordinário poderá limitar
 Eficácia Limitada – São de aplicação indireta ou mediata, pois há a
necessidade da existência de uma lei para “mediar” a sua aplicação. Caso
não haja regulamentação por meio de lei, não são capazes de gerar os
efeitos finalísticos (apenas os efeitos jurídicos que toda norma
constitucional possui). Normas não auto-executórias: precisam de uma
suplementação legal ou uma ação administrativa (implementação de
políticas públicas) para produção de efeitos. (eficácia limitada). Pode ser:
Normas de princípio programático (normas-fim)- Direcionam a atuação do
Estado instituindo programas de governo. Normas que fixam metas,
programas a serem alcançados pelo Estado e sociedade. Pode ser parâmetro
de controlo de constitucionalidade. Vincula o poder executivo a não
implementar nenhuma medida ou ato que fira a norma.
OBS: Não dão ao destinatário poder de exigir de forma imediata sua aplicação. Mas
a jurisprudência vem admitindo demandas envolvendo o “mínimo existêncial”.
OUVIR: 20:30
Normas de princípio institutivo - Ordenam ao legislador a organização ou
instituição de órgãos, instituições ou regulamentos. Criam instituições –
STF CNJ – e tem necessidade de providência legislativa ou administrativa
para que essa norma seja aplicada.

EX: art.5, Cf, p. 1°: normas tem aplicação imediata. Art. 5, inciso 71: mandado de
injunção - sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania

PODER CONSTITUINTE
É aquele poder que tem a condição de estabelecer uma nova ordem jurídica
constitucional, criar uma nova constituição.
- Titularidade do Poder Constituinte: o povo o detentor titular do poder
constituinte. Isto porque, somente o povo tem a capacidade de determinar a criação ou
modificação de uma nova Constituição.
OBS: O titular é o povo, mas nem sempre é o povo, através de seus representantes, que
exercerá (Congresso nacional recebe poderes)

O poder constituinte pode ser originário ou derivado:


 Poder constituinte originário (PCO): também chamado de 1º grau ou poder
genuíno, trata-se do poder de criar uma nova Constituição, de instaurar um
novo regime jurídico constitucional.
CARACTERÍSTICAS PCO: é um poder político, inicial, incondicionado, permanente,
ilimitado juridicamente e autônomo.
 Político: poder de fato, extrajurídico.
 Inicial: inicia uma nova ordem jurídica constitucional (um poder de
criar, de inaugurar).
 Incondicionado: não se sujeita a qualquer forma ou procedimento
predeterminado em sua manifestação.
 Ilimitado juridicamente: tendo em vista que não se submete a limites
determinados pelo direito anterior. Isso porque ele produz constituição
a substituir a anterior. É afirmação genérica que comporta
peculiaridades de convocações. Não tem limitação no sentido de se
respeitar a constituição anterior, já que seu objetivo é exatamente
superar a anterior.

OBS:A doutrina aponta ainda ser um poder permanente, já que não se esgota com a
elaboração de uma nova Constituição bem como autônomo (tem liberdade para definir o
conteúdo da nova Constituição).
IMPORTANTE: A constituição pode ser criada por quem exerce o poder ou por
representante escolhidos.
1° Constituição: Outorgada – independência do brasil -1824
2°: Proclamação da República: mudança justifica nova constituição (1891). Presidente
passa a governar sem constituição.
3°: Convocação de assembleia (1934) – não atendia as vontades de quem exercia poder,
Vargas.
4: Outorgou constituição (1937)
5°: Constituição 1946 – redemocratização
6: Golpe militar – 1967
7: 1969 – emenda outorgada
8: Com fim do período militar: 1988
Uma constituição democrática: eleger uma assembleia exclusivamente constituinte
(votação popular) ou conceder ao congresso o poder constituinte – opção adotada no
brasil.
 Poder Constituinte Derivado: Trata-se do poder de modificar a Constituição
Federal bem como de elaborar as Constituições Estaduais. É um poder fruto do
poder constituinte originário, estando previsto na própria Constituição.
CARACTERÍSTICAS PCD: poder jurídico, derivado, limitado (ou subordinado) e
condicionado.
 Poder jurídico e derivado: sua regulação decorre do texto
constitucional. É a Constituição quem diz quais as condições para
atuação do PCD.
 Limitado: visto que não pode desrespeitar os valores constitucionais
estabelecidos. Há limites na atuação nesse poder derivado.
 Condicionado: sua forma está condicionada pela Constituição. Um
exemplo claro é o rito estabelecido no art. 60 da CRFB/88 para a
aprovação de emendas constitucionais.
TIPOS DE PCD: Reformador ou Decorrente
 Reformador: poder de modificar a constituição
 Decorrente: poder conferido aos Estados de se auto organizarem. Isso
ocorre por meio da elaboração de suas próprias Constituições.
OBS: o PCO previu dois procedimentos de mudança da Constituição: i) emenda
constitucional, ou seja, instrumento legislativo apto para mudança do texto da CRFB/88
e; ii) revisão constitucional, que trata-se de procedimento estabelecido em tempo da
criação da Constituição em 1988, para que se pudesse realizar uma revisão do seu texto.
----- art. 3º do ADCT: “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral”

Revisão constitucional: já se esgotou. Aprovar emenda aprovando nova revisão é


inconstitucional – quebra-se a rigidez constitucional, rigidez é cláusula pétrea.

PROCESSO EMENDA CONSTITUCIONAL


CF é constituição rígida – processo de mudança é mais solene, podendo ser observada
pela iniciativa do processo legislativo.
Proposta de iniciativa: 1/3 da câmara ou senado, presidente da república, ou mais
da metade das assembleias legislativas.
Iniciativa popular é forma de exercício de poder mediante o qual os cidadãos têm
partição direta na iniciativa de elaboração de leis. Obriga o parlamento a legislar.
Soberania popular é exercida por seus representantes ou de forma popular.
INICIATIVA POPULAR X EMENDA:
Há uma primeira corrente que sustenta que não há previsão, não sendo possível, a
proposta de emenda por meio de iniciativa popular. Interpretação literal e taxativa.
(corrente majoritária)
Uma outra corrente defende que a iniciativa popular é forma de expressão do titular do
poder constituinte e que através de uma interpretação sistemática do ordenamento, seria
possível, já que todo poder emana do povo, admitindo-se, portando, a iniciativa popular
na proposta de emenda.
TRAMITAÇÃO EMENDA: A tramitação não é definida na constituição. É tratado no
regimento interno – regula o funcionamento interno das propostas de ementa. É ato
administrativo. É essencialmente regimental.
A proposta de emenda vai ser discutida e votada duas vezes em cada casa legislativa,
exigindo-se manifestação favorável de 3/5 de cada votação.
Aprovando-se, será promulgada pela mesa do Senado E da Câmara. Não está sujeita a
sanção (aprovação) ou veto (impedimento/oposição – razoes de interesse público ou
inconstitucionalidade).
Ao mesmo tempo que o PCO instituiu q a Constituição pode ser modificada pelo CN.
Definiu também limitações ao PCD.
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO:
 Limitações circunstanciais ao exercício PCD: Existem medidas a serem
adotadas na vigência da constituição diante de situações de
anormalidade. Na vigência dessas medidas não deve-se alterar a CF:
intervenção federal, estado de sitio e estado de defesa.
OBS: Não tivemos estado de sítio e estado de defesa no Brasil. Em 2018 tivemos
intervenção federal no RJ (segurança pública) e Roraima.
 Haveria habilitação temporal ao exercício do PCD?? Não houve. Não havia data
para poder ter a primeira emenda. Limitação art. 60°: A proposta de emenda,
que for rejeitada for considerada prejudicada (não alcançou 3/5) – só pode ser
apresentada na próxima sessão. não pode ser objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa.
 Limitações materiais ao exercício PCD: em relação ao conteúdo. Não
será objeto de deliberação de emenda tende abolir:
I- Forma federativa
II- o voto direto, secreto, universal e periódico;
OBS: voto obrigatório não é cláusula pétrea, podendo ser portanto, objeto de emenda
constitucional.
III- a separação dos Poderes;
IV- os direitos e garantias individuais.
IMPORTANTE: Tradicionalmente no brasil, não se admite o controle preventivo de
constitucional – tem caráter político, feito pelas casas legislativas e presidente.
STF admitiu impetração por parlamentar de mandado de segurança para impedir
tramitação que contrarie a cláusula pétrea. Parlamentar tem direito líquido e
certo, uso do Mandado de segurança como controle de preventivo, trancar o
processo legislativo. Com essa redação, vemos um controle preventivo.
A CF não proíbe a tramitação de lei de projeto inconstitucional - controle é repressivo.

CLAUSULA PÉTREA IMPLÍCITA: são as normas concernentes ao titular do poder


constituinte, as normas referentes ao titular do poder reformador e as normas que
disciplinam o próprio procedimento de emenda.
A natureza do poder constituinte de reforma impõe-lhe restrições de conteúdo, sendo
intangível a ação do revisor constitucional, as normas concernentes ao titular do
poder constituinte, porque está em posição transcendente à constituição, além de a
soberania popular ser inalienável; as normas referentes ao titular do poder
reformador, porque não pode ele mesmo fazer a delegação do poder que recebeu, sem
cláusula expressa que assim determine; e as normas que disciplinam o próprio
procedimento de emenda, já que o poder delegado não pode alterar as condições da
delegação de recebeu.
OBS: Processo informal de modificação da Constituição, o qual é chamado pela
doutrina de MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: é obra do Poder Constituinte Difuso.
Não há propriamente uma mudança no texto formal (com alteração de conteúdo). O que
há, em verdade, é alteração no sentido da constituição; na forma de interpretar; O
Supremo Tribunal reconhece no Brasil a possibilidade de mutação constitucional.

SUPREMACIA DA NORMA CONSTITUCIONAL


As opções do Constituinte são as mais importantes, devendo ser acatadas por todo
ordenamento, agentes públicos e sociedades. Essa supremacia é garantida pela rigidez e
formalidade.
NOVA CONSTITUÇÃO: O QUE OCORRE COM A ANTIGA?
Ocorrerá a revogação tácita da ordem constitucional pretérita pela nova constituição e se
dará de forma completa e integral, ocasionando a perda de sua validade.
Ou seja, a nova constituição revoga, por completo, a constituição antiga. Se a nova
constituição desejar manter algum conteúdo previsto na antiga constituição, deverá
fazer de forma expressa.
RECEPÇÃO DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS:
O fenômeno da recepção se opera em relação as normas
INFRACONSTITUCIONAIS antigas, desde que sejam materialmente compatíveis
com a nova constituição.
Normas infraconstitucionais materialmente incompatíveis com a nova constituição
não serão por ela recepcionadas. A não recepção equivale à revogação. Não é
necessária a declaração de inconstitucionalidade, pois não é sequer recepcionado pela
nova constituição. Compatibilidade material, avalia-se conteúdo. No brasil não se
adota a incompatibilidade formal superveniente.
OBS:A desconstitucionalização não é aplicada no brasil, ou seja, aproveitamento das
normas constitucionais anteriores compatíveis, continuam no ordenamento., é fenômeno
que se dá entre constituições, e aqui não ocorre, pois, uma nova constituição revoga
inteiramente a antiga.
Deve-se ressaltar que o STF não admite a inconstitucionalidade superveniente, que seria
a invalidade de uma norma decorrente da sua incompatibilidade com texto
constitucional superveniente.
IMPORTANTE: Não existe hierarquia entre normas Constitucionais
Independentemente do seu conteúdo, todas as normas que foram inseridas no texto da
Constituição possuem o mesmo status hierárquico.
Normas constitucionais originárias podem ser declaradas inconstitucionais? Não!!!!! O
Supremo Tribunal Federal entende que as normas inseridas originalmente no texto da
constituição gozam de uma chamada “presunção absoluta de Constitucionalidade”. A
consequência é que elas não podem ser objeto de controle de constitucionalidade.
OBS: as normas constitucionais derivadas, como as emendas por exemplo, como elas
foram inseridas em razão de um processo de reforma constitucional, entende-se que elas
podem sim ser objeto de controle. O STF diz haver apenas uma presunção relativa
de constitucionalidade.
Mudanças advindas de emendas constitucionais, isto é, propostas pelo poder
constituinte derivado reformador, se submetem ao controle de constitucionalidade, pois
devem respeitar os limites materiais, formais e circunstanciais impostos pelo poder
constituinte originário. Nesse sentido, normas ali propostas não podem afrontar
cláusulas pétreas estabelecidas na CF.
PODER CONSTITUINTE NOS ESTADOS
A CF dá aos Estados autonomia de autorregulação, pela a elaboração de constitucionais
Estaduais. Devem adotar as normas de organização e funções de poderes adotadas pela
CF (simetria). Não atribuiu a competência aos municípios. Tem auto-organização,
norma orgânica – DF e municípios- não tem constituição.
Poder constituinte Decorrente: Decorre da CF, o poder dos Estados de elaborar normas
constitucionais estaduais. Serve como poder de constitucionalidade – TJ é guardião da
constituição estadual, devendo os atos e leis estaduais estarem em consonância.

26/01/2021 – AULA 2
Professor:
Temas do dia: 3 - Hermenêutica constitucional: Princípios da interpretação
constitucional. Critérios de interpretação. 4 - Reformas constitucionais: Emendas;
Revisão; Mutação constitucional formal e informal. Limites do poder de reforma.
Cláusulas pétreas e sua extensão. O papel do Supremo Tribunal Federal.

HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

HERMENEUTICA: visão positivista


A visão positivista não é uma visão a ser descartadas. As questões mais concretas
acabam ocorrendo em uma minoria menor de casos. O dia a dia da aplicação são
solucionados, normalmente, por uma visão positivista.
Positivismo jurídico:
 Conceito de ordenamento jurídico
Unicidade, completude e sistematização (Noberto Bobbio)
 Unicidade: as normas jurídicas que compõem um ordenamento
constituem uma unidade. A unidade é um aspecto da soberania nacional.
Em cada país existe um ordenamento jurídico.
 Completude: ordenamento jurídico tem uma norma para regular qualquer
caso. sendo o ordenamento completo, há sempre uma solução possível.
Não há lacuna no ordenamento, pode haver uma lacuna na norma.
Se existe norma aplica, se não, interpreta-se através de analogia, costume
e princípios gerais do Direito. Método da integração do preenchimento
da lacuna da norma. Não existe um caso fático que não mereça solução,
pode ser que não exista uma regra positivista.
 Sistematização: O direito deve fazer com que as normas do ordenamento
jurídico se dialoguem, seja entre sub sistemas (ex direito civil, penal,
empresarial), seja no caso concreto.

 Princípios sem natureza normativa: O positivismo jurídico desvaloriza os


princípios acreditando que não tem capacidade de obrigar conduta. Sobrepairam
sobre as regras jurídicas sem ter a normatividade sobre a conduta das partes.
Dificuldade da eficácia de aplicação. Os princípios têm dificuldade de aplicação.

 Paradigmas:

 Neutralidade do intérprete: intérprete é neutro em relação ao direito.


(falha: todo intérprete tem uma visão de vida, uma “pré-compreensão –
teoria positivista não entende isso)
 Falta de preocupação com as consequências da interpretação: Na visão
positivista “siga-se a lei e ponto”, não se tem preocupação com as
consequências. Não há preocupação com as consequências da norma que
está sendo aplicada.
OBS: O intérprete não deve julgar apenas com fundamentos extrajurídicos mas precisa
ter consciência da consequência do seu ato de interpretação.
 Fases bem delimitadas (conhecimento, interpretação e aplicação): o
método que é empregado tem 3 fases: se tem contato com a norma,
interpreta-se e aplica-se (norma e interpretação pura). Na visão pós-
positivistas tem uma visão circular, não se tem fases, com uma
interpretação, que evolui, avança.

 Interpretação da lei: é dissociado de integração da norma. Só se integra se não


exista norma positivista. Integração de lacunas. Se existe norma aplica, se não,
interpreta-se através de analogia, costume e princípios gerais do Direito. Método
da integração do preenchimento da lacuna da norma. Não existe um caso fático
que não mereça solução, pode ser que não exista uma regra positivista.

 Pirâmide de Kelsen: normas não se estabelecem no mesmo plano, umas normas


estão acima de outras (uma é mais importante que outra), a norma inferior
encontra seu fundamento de validade na norma jurídica imediatamente superior
(Ele estrutura um sistema hierárquico de norma e favorece a constituição de uma
teoria de controle de constitucionalidade)
OBS: Constituição tiraria validade de onde? Ela se fundamenta não na natureza
jurídica, fundamenta o direito na moral, moral serve de fundamento para a constituição.
 Métodos de interpretação:
 Método literal: Procura interpretar o sentido das palavras que estão na
regra jurídica, de acordo com a língua que foi escrita. (qual o sentido das
palavras que ali estão escritas?)
 Método sistemático: interpreta a lei em combinação com outra lei
 Método histórico: analisa origem, o momento em que ela foi feita, assim
como eventuais alterações históricas.
 Método finalístico: observa o objetivo final da lei.

CONSTITUCIONALISMO
O Constitucionalismo nasce na segunda metade do sec. XX, em decorrência clara da 2
GM, não só com a constituição no centro, mas com a ideia de que a mesma tem que
nortear todo o ordenamento jurídico.
Se coloca a constituição no centro do ordenamento, constituição de 1988 passa a servir
de farol não apenas para os sub sistemas de direito público (ex tributário, mas passa a
tratar da família, de princípios de direito privado).
Movimento representou uma quebra de paradigma, trazendo o contexto da eficácia da
Constituição, movimento de viés político e social, pautado no princípio da organização
do Estado e com fundada limitação do poder absoluto.
Nesse contexto, os princípios passaram a ser notados como normas jurídicas.
O Constitucionalismos reconhece como elemento fundamental da ordem jurídica a
supremacia da Constituição

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS INSTRUMENTAIS


 Supremacia da Constituição: todas as normas constitucionais,
independentemente de seu conteúdo, equivalem-se em termos de hierarquia e
são dotadas de supremacia formal em relação às demais normas
infraconstitucionais.
 Filtragem: Constituição passa a servir de filtro de ingresso de opções éticas para
inserção no ordenamento. No positivismo aplicava-se a norma teoria ao fato.
Com a filtragem, a aplicação do direito passa pela constituição. A norma tem
que passar pela constituição (análise de influência, ética - catalizador ético de
valores) para ser aplicada ao caso em concreto.
 Recepção: Busca a segurança jurídica e economia normativa. Considera em
vigor norma editada anteriormente a constituição, desde que materialmente
compatível com a constituição. Analisa a continuidade ou não de uma norma no
ordenamento diante de uma nova constituição. Quando uma norma é
recepcionada, ela continua vigente pela sua validade. -Se é materialmente
compatível, ela continua em vigor.
OBS: A norma anterior a constituição leva em consideração parâmetros morais da
constituição anterior. Assim, uma norma anterior e compatível, além de permanecer
vigente, ela passa, pelo fenômeno da filtragem, a ser interpretada pela influência da
nova constituição.
 Normas anteriores e modificação de competência federativa: na época da
constituição anterior, emenda 69/CF 67, golpe militar – tem norma que tema é
da união, CF 88 vem e diz que é de atribuição estadual – A lei federal é
recepcionada, e a partir de novas edições estaduais, vai suspendendo a eficácia
no âmbito do estado. E a partir do momento que todos os estados legislam, ela
perde toda sua eficácia.
OBS: Doutrina majoritária afirma- só quando for de competência de entidade mais
abrangente e passa para de menor (união – estados/ estados – municípios) - Recepção
quando há modificação de competência federativa de ente mais abrangente para menos
abrangente.
 Normas da antiga constituição compatíveis com a atual

 Repristinação constitucional: NÃO É ACEITO. Uma norma da constituição de


46, revogada pela constituição 67, com a revogação de 67 pela de 88, a norma de
46 voltaria a valer. (tacitamente) Expressamente, poderia ocorrer, desde que o
poder constituinte originário assim o fizesse.
 Inconstitucionalidade de norma editada sob a antiga constituição compatível
com a atual: Const. de 67, em 1978 foi editada lei incompatível com 67, poderia
ser recepcionada pela de 88? NÃO, não há recepção de norma invalida. Mesmo
que não declarada? SIM, porque pode ter determinar a inconstitucionalidade em
face da const. 67.

 Direito adquirido e poder constituinte: Pode invocar direito adquirido em face de


emenda. Mas em face de norma do poder originário, não. Ele pode não respeitar
o direito adquirido. EX: art.17 do adct.

NORMAS CONSTITUCIONAIS
 Classificação
 Normas orgânicas: são normas que regulam a organização do estado e
estrutura dos poderes. exemplos: título iii (da organização do estado) e iv
(da organização dos poderes).
 Normas limitativas: são normas que compõem os direitos e garantias
fundamentais, limitando a atuação do poder estatal. ex: título ii (dos
direitos e garantias fundamentais), exceto capítulo ii (dos direitos
sociais).
 Normas socioideológicas: São as normas que traduzem o compromisso
com o bem estar social. Refletem a existência do Estado social,
intervencionista, prestacionista. Ex: “Dos Direitos Sociais, Da Ordem
Econômica e Financeira e Da Ordem Social (art.170,CF)”.
 Normas de estabilização constitucional: São normas destinadas a prover
solução de conflitos constitucionais, bem como a defesa da Constituição,
do Estado e das instituições democráticas. Ex: art. 102, I, “a” e arts. 34 a
36
Ex: estado de sítio, defesa, normas de sistema de controle de constitucionalidade
 Normas de aplicabilidade da constituição: São as normas que
estabelecem regras de aplicação da constituição. Ex: preâmbulo,
disposições constitucionais transitórias e art. 5º, § 1º, CF.

 Especificidades das normas constitucionais


 A superioridade hierárquica: o intérprete deve se preocupar de forma
mais incisiva pelas suas consequências
 A natureza da linguagem: pode não ser extremamente técnica, porque é a
carta do povo. Não é direcionada à técnicos. Deve ser interpretada por
todos.
 O conteúdo:

HERMENEUTICA DO PÓS-POSITIVISMO
 Novos paradigmas
 Contextualização do intérprete: não é mais considerado neutro. Pré
compreensão.
 Importancia das consequencias da interpretação
 Interpretação que considera os fatos subjacentes: Aquela visão que o fato
só e considerada na 3ª fase, não é mais considerada. Fato ele é
considerado desde a interpretação.
 A espiral hermenêutica: interpretação se faz em ciclos.

 Temas de estudo
 Normatividade dos princípios: os princípios passam a ser considerados
normas, capazes de ditar condutas. Normas-regras /normas-princípios:
princípios tem capacidade normativa. Para os positivistas os princípios
são mais abstratos. Os princípios são qualitativamente diferentes das
regras
 Ponderação de valores
 Teoria da argumentação

 Normatividade dos princípios


 Princípios X Regras
 Quanto ao valor: Justiça (princípios) e Segurança (regras)
 Quanto ao conteúdo: Valores morais e conduta/comportamentos
 Quanto à estrutura: Estados ideais (são dotados de estados a serem
atingidos) e especificação de atos
 Quanto à aplicabilidade: mandados de otimização (determinações para
que se atinja os fins ideias) e mandados de definição

PRINCÍPIOS MATERIALMENTE x INSTRUMENTALMENTE


 Princípios constitucionais materiais:
A partir de 2 parâmetros: Conteúdo e Grau de abrangência na cf
 Fundamentais: Tratam da Estrutura do Estado – abrangência total
(princípio federativo)
 Gerais: Proteção do valor da liberdade – abrangência total (direitos da
liberdade, igualdade, segurança, vida, intimidade)
 Setoriais: Tratam de conteúdos diversos – abrangência setorial da CF.

 Princípios constitucionais instrumentais (postulados normativos)


 Supremacia da Constituição: Passa a ser centro tanto no direito público,
como no direito privado, assim como na interpretação das normas. Todas
as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo,
equivalem-se em termos de hierarquia e são dotadas de supremacia
formal em relação às demais normas infraconstitucionais.
 Unidade da constituição: as normas constitucionais devem ser analisadas
em conjunto com as demais normas integrantes do sistema jurídico a
qual está inserida. A Constituição deve ser interpretada como um todo e
não de maneira isolada. Não há que se falar em contradição verdadeira
entre as normas constitucionais. O conflito é apenas aparente.
 Concordância prática (harmonização):
 Correção funcional: Servem para fazer correções em práticas
administrativas que não sejam adequadas. Exemplo: nepotismo - aplicar
o sentido republicano.
 Eficácia integradora: Constituição deve ter eficácia em bloco, ela toda
deve ser efetiva, não apenas uma parte delas.
 Força normativa da constituição: os princípios constitucionais tem que
ser aplicados, mesmo que estamos diante de norma de eficácia limitada,
a constituição tem força normativa, ela tem algo a oferecer. O interprete
tem que extrair tudo o possível.
 Presunção de constitucionalidade dos atos do poder público: não há
necessidade de fundamentação atos do poder publico gozam de
presunção de constitucionalidade das normas. Isso traz uma economia a
fundamentação muito grande.
Ex: juiz julga o direito subjetivo do autor nos termos do artigo X ele
considera que esse artigo é constitucional, não precisa fundar isso. Precisa
fundamentar se entender que a norma não é constitucional. É por isso
também que órgão fracionado de tribunal não pode entender pela
inconstitucionalidade.
 Interpretação conforme a constituição: As normas devem ser
interpretadas pela constituição é um princípio instrumental, mas oferece
a técnica de controle de constitucionalidade. A declaração de
inconstitucionalidade é a última saída quando não se consegue interpretar
aquela lei conforme a constituição. Esse princípio impõe ao intérprete
vias de interpretação para que ele encontre um caminho de interpretação
aquele determinado dispositivo.
Ex: se aquele dispositivo for interpretado dessa forma X, vai ser
constitucional.
 Razoabilidade ou proporcionalidade (adequação, necessidade e
proporcionalidade)
 Vedação ao retrocesso: garantias sociais não podem dar um passo atrás.
A partir do momento que há implementação de garantia social, não pode
sofrer modificação que a restrinja. A doutrina brasileira trabalha com a
visão de núcleo de direitos sociais. O núcleo mais vinculado a dignidade
da pessoa humana tem que estar protegido. O núcleo do direito social é
que não poderá sofrer redução na proteção. Há um espaço de política
pública que pode ser implementado ou diminuído.
Ex: governo, dentro de orçamento limitado, quer aumentar mais a educação
e diminuir a saúde. Ou proteger mais a saúde e tirar um pouco da educação.
Isso é a visão brasileira, desde que o núcleo seja garantido. A construção
dessa visão brasileira é o que fez com que direitos sociais e individuais
surgisse o núcleo do mínimo existencial.
OBS: Existem 3 correntes sobre fundamentalidade dos direitos sociais:
- Raul Machado Horta, Paulo Bonavides - direitos sociais são direitos fundamentais,
fundamento art 5 §1 CF. E que numa constituição com caracteristica social não tem
como fundamentar que direito social não é fundamental. Corrente da maxima
efetividade.
- Visão minoritária que exclui os direitos sociais da proteção dos direitos fundamentais
que ficariam restritos a direitos individuais e políticos. De toda forma, essa visão da
reserva do possível é uma corrente utilizada por exemplo nas defesas da fazenda
publica. Ex: direito, escassez e escolha (livro do prof Gustavo Amaral).
- Linha intermediaria da qual a UERJ teve uma contribuição muito grande. O debate
não é se o direito social é fundamental e sim o que há de fundamental nos direitos
sociais. É aqui o debate no núcleo na saúde, na assistência social.. Ex: dissertação de
mestrado do professor sobre previdência. Procura o mínimo existencial dentro da
assistência e da previdência. Leitura adequada a principal linha do mínimo existencial.
 Proibição de proteção insuficiente: Princípio que se refere a segurança
jurídica e proporcionalidade. O estado deve proteger determinados
valores e se o fizer de forma insuficiente,
EX: Princípio da proporcionalidade é usado dentro do proc penal para
proteger o réu. A novidade é utilizar esse princípio, sobre o princípio da
proteção insuficiente, para proteger a sociedade do "criminoso".
 Máxima efetividade

 Ponderação de interesses
Quando duas normas estão em conflito, o positivismo jurídico, propõe solução com 3
critérios:
- 1º critério da hierarquia: Se uma for inferior a outra, afasta a inferior e aplica a
superior. Esse primeiro método de solução de conflito é importantíssimo.
- 2º critério da especialidade: Se as normas estiverem no mesmo nível, exemplo conflito
normativo entre duas leis. Verificar se há especialidade entre elas. Se uma norma é
geral, a outra é especial e o fato é especial, aplica-se a normal especial. Mas as duas
continuam sendo validas, eficazes e em vigor. Não há consequência em tese para o
método do positivismo da especialidade. É método de solução de caso concreto
- 3º critério positivista temporal: Aplicação da norma mais recente. Se ambas as normas
estão no mesmo patamar, sem hierarquia e ambas são normas gerais ou ambas as
normas especiais, aplica-se a norma mais recente e a outra perde a validade.
Somente se não conseguir aplicar esses 3 métodos, estaremos diante de um conflito real.
Porque o positivismo considera que se pode resolver por esses critérios, o conflito será
aparente.
Diante do conflito real, surge o que a doutrina chama de caso difícil e só então irá ser
aplicada a ponderação de interesse. Esse método da ponderação de interesse só é
aplicado diante de caso difícil e não é comum estarmos diante de caso difícil. Em geral,
dá para solucionar por esses 3 critérios. Importante lembrar disso, professor frisou
bastante.
 Detectação de normas relevantes
 Exame dos fatos
 Ponderação propriamente dita (proporcionalidade)
Ex: princípio da privacidade x princípio da liberdade de imprensa. Ambos estão na
constituição, ambos estão em norma geral, ambos foram criados no mesmo momento.
Estamos diante de um conflito difícil. Aí tem que partir para a teoria da argumentação.
Fundamentos normativos, possibilidade de universalização e realização de princípios
constitucionais.
OBS: a ponderação de interesse resolve O CASO CONCRETO.
OBS2: como os princípios são dotados de peso ou volume, diferente do método
positivista, a aplicação de uma norma não impede a aplicação de outra em menor
incidência. A solução não é binária "aplica A e não aplica B". A solução é "aplica mais
A e menos B". Tanto que se mudar o fato, poderá ser aplicado mais B e menos A.
O importante é saber que ponderação de interesse é só para caso difícil, não implica em
aplicação de uma norma e não aplicação de outra.

 Teoria da argumentação
 Fundamentos normativos
 Possibilidade de universalização
 Realização de princípios constitucionais

RAZOABILIDADE X PROPORCIONALIDADE X PROIBIÇÃO DE EXCESSO


O STF não faz distinção entre os termos.
 Razoabilidade: relação entre fato e norma e norma e fato, mostrando quais casos
individuais a norma não se aplica ou em outros, não inicialmente previstos,
aplica-se. – Devido processo legal.
OBS:Uma norma pode ser inconstitucional por falta de razoabilidade por ter se separado
do fato subjacente que a gerou. Assim como a norma pode ter aplicação inconstitucional
por força do interprete aplica-la a fato que não tem relação com ela. Pode ser então 2
tipos de invalidade: invalidade da norma e invalidade da interpretação que for contra o
que tiver sido imaginado.
EX: Restaurante placa “proibido entrada de cachorro”, pessoa chega com um urso – não
é interpretação razoável
 Proibição de excesso: proíbe a restrição excessiva de um direito fundamental,
com atingimento de seu núcleo. Se aquela restrição da liberdade atingiu o núcleo
do direito, ela foi invalida pela proibição de excesso.

 Proporcionalidade – Relação de causalidade entre meio e fim. O meio escolhido


atinge o fim?
 Adequação: promoção mínima do fim - aquele meio escolhido atinge o
fim minimamente?
 Necessidade: algo é necessário quando não há outros meios alternativos
que possam promover igualmente o fim sem restringir na mesma
intensidade os direitos fundamentais afetados. quando não há outros
meios menos gravosos.
 Poporcionalidade: o valor da promoção do fim deve ser proporcional ao
desvalor da restrição dos direitos fundamentais. - a restrição de um
direito é proporcional?
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
 Natureza jurídica: Poder jurídico
 Características: poder jurídico, derivado, limitado (ou subordinado) e
condicionado.
 Formas de manifestação formal: Emenda constitucional ou Revisão
constitucional
 Condicionamento das Ec
 Formal – Art. 60, I, II e III, §§ 2°,3° e 5°:
 Circustancial- Art. 60, §1°:
 Temporal – Art. 174, Constituição de 1824 e Art.3° ADCT.
 Limitação
 Clausulas pétreas (aceitação controvertida – Jefferson X Madison)
 Preservam valores mais importantes, evitam que, a titulo de reforma, a
constituição ser refeita e desfigurada. Previne a erosão da constituição.
Não tempor meta preservar a redação, mas sim seus valores
fundamentais, respeito ao núvleo (Gilmar, Ingo Sarlet, Barroso...),
baseado no impedimento de “suprimi-los” – no STF- MS 23.047-MC
 O judiciário pode analisar a constitucionalidade de emenda em face da redação
original – supremacia do poder constituinte originário. Desde a primeira
república (reforma de 1926). Parlamentares podem, inclusive, impugnar a
proposta de EC mediante MS.
 Cláusulas na CF
 Forma Federativa de Estado
 Separação de poderes
 Voto direto, secreto, universal e periódico (Gilmar acha que isso impede
reforma parlamentarista, pois o chefe de governo seria eleito
indiretamente)
 Direitos e garantias individuais ( a questão dos direitos sociais)
 Temas interessantes:
 Emenda e direito adquirido. Postura tradicional do STF foi alterada no
MS n° 24.875/DF
 Cláusulas pétreas implícitas. Nelson de Souza Sampaio – titularidade do
poder reformador, formalidade do poder reformador (impediria, no
Brasil, a dupla revisão)

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

 Alteração da constituição por via informal, decorrente de sua interpretação


construtiva e/ou evolutiva e decorrente da plasticidade das normas
 Casos nos EUA
 New Deal
 Direito à Igualdade (Brown, Board od Education)
 Casos no Brasil
 Teoria brasileira do HC
 Conceito de família ADPF 132 e ADI 4.277
 Autorização prévia de AL para STJ julgar governadores
 ADI 4.764
 Conceito de miserabilidade - Assist. social RE 567.985

AULA 3- 27/01/2021
5 - Controle da constitucionalidade. Conceito, modalidades, histórico, sistemas no
Direito Comparado. Tipos de inconstitucionalidade. Reserva de Plenário. Interpretação
conforme a Constituição. Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de
invalidação. Declaração de inconstitucionalidade com ou sem redução do texto.
6 - Controle incidental de inconstitucionalidade. Aspectos procedimentais. Efeitos da
decisão que reconhece a inconstitucionalidade incidental. Papel dos órgãos de controle
da constitucionalidade. O papel do Senado Federal. Arguição de Inconstitucionalidade.
Repercussão geral. Abstrativização do controle difuso.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Hans Kelsen: o ordenamento jurídico é composto de normas em diferentes níveis


hierárquicos, sendo que as normas inferiores retiram seu fundamento de validade das
normas superiores. No ápice do ordenamento jurídico, está a Constituição, que é a
norma-fundamento de todas as outras, que nela devem se apoiar.

OBS: Constituição se fundamenta na moral

Nesse sentido, surge o princípio da supremacia da Constituição, que se baseia na


noção de que todas as normas do sistema jurídico devem ser verticalmente compatíveis
com o texto constitucional. A validade de uma norma está, assim, diretamente
relacionada à sua conformidade com a Constituição.

Se a constituição exerce essa supremacia sobre as demais normas, é necessária que toda
lei ou ato normativo estejam em conforme com a Constituição.
PARÂMETRO: norma constitucional que ocupa posição de supremacia
OBS: STF entende que perâmbulo não pode ser parâmetro nem objeto para controle de
constitucionalidade

O controle de constitucionalidade consiste justamente na aferição da validade das


normas face à Constituição. A partir desse controle, as normas são consideradas
inconstitucionais / inválidas (quando em desacordo com a Carta Magna) ou
constitucionais / válidas (quando compatíveis com a Constituição).

Assim, é por meio desse controle que se busca fiscalizar a compatibilidade vertical das
normas com a Constituição e, dessa forma, garantir a força normativa e a efetividade
do texto constitucional.

EC 45: Tratados de DH aprovados pelo congresso nacional pelo mesmo processo de


emenda constitucional, ingressaria no ordenamento jurídico com forca normativa de
emenda. (aprovado por  3/5 (três quintos) dos votos dos membros de cada Casa do
Congresso, em dois turnos)

Exemplo: convenção internacional das pessoas com deficiência, convenção de Nova


York, tratado de Marraquesh.

IMPORTANTE: o tratado internacional que não for aprovado com esse quórum vai ter
forca de lei. Pacto San Jose ingressou como norma supralegal, acima da lei e abaixo
da constituição por ser anterior a EC 45 e não estar sujeito a essa singularidade da
possibilidade de ser aprovado com status de norma constitucional. Faz controle de
juridicidade, há supremacia, mas não controle de constitucionalidade porque o pacto
não é norma constitucional de fato.

Então parâmetros = constituição e tratados de dh que tenham sido aprovados com


procedimento solene.

TEORIA DA NULIDADE: a declaração de inconstitucionalidade de uma lei afeta o


plano da validade, o que significa que a lei declarada inconstitucional é nula desde o
seu nascimento (ela já “nasceu morta”), logo, nunca chegou a produzir efeitos, pois
não se tornou eficaz.
IMPORTANTE: TEORIA DA NULIDADE FOI FLEXIBILIZADA PELO DIREITO
BRASILEIRO  em regra, a declaração de inconstitucionalidade opera efeitos
retroativos (“ex tunc”). Contudo, existe a possibilidade de o STF, ao declarar a
inconstitucionalidade de uma lei, modular os efeitos da decisão por razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse público - declaração de
inconstitucionalidade opere efeitos “ex nunc” (efeitos prospectivos)

 PRESSUPOSTOS PARA CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDAE:

i) existência de uma Constituição escrita e rígida e;


ii) existência de um mecanismo de fiscalização das leis, com previsão de,
pelo menos, um órgão com competência para o exercício da atividade
de controle.
Poder Constituinte Originário define quais serão os órgãos competentes para decidir
acerca da ocorrência ou não de ofensa à Constituição e o processo pelo qual tal decisão
será formalizada. No Brasil, compete ao Judiciário exercer o controle de
constitucionalidade das leis, embora haja a possibilidade de os demais Poderes, em
situações excepcionais, também realizarem esse controle.

 ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:


 Caso Marbury vs Madison - juiz John Marshall afastou a aplicação de
uma lei por considerá-la incompatível com a Constituição, realizando o
controle difuso.
 A constituição austríaca, inspirada nas propostas de Hans Kelsen, criou
um Tribunal Constitucional, órgão encarregado de exercer o controle
abstrato da constitucionalidade das leis, oi o surgimento do controle
concentrado de constitucionalidade.

 ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE

 Inconstitucionalidade por ação e por omissão:

Inconstitucionalidade por ação, o desrespeito à CRFB/88 resulta de uma


conduta positiva de um órgão estatal, norma ou ato viola a constituição.

EX: edição de uma lei contrária à CF/88.

Por outro lado, na inconstitucionalidade por omissão, por sua vez, verifica-
se a inércia do legislador frente a um dispositivo constitucional carente de
regulamentação por lei. Ocorre quando o legislador permanece omisso diante
de uma norma constitucional de eficácia limitada, obstando o exercício de
direito.

EX: o art. 37, VII, CF/88 exige que seja editada lei dispondo sobre o direito de greve
dos servidores públicos. Como até hoje essa lei não foi elaborada, estamos diante de
uma inconstitucionalidade por omissão.

ADI por omissão: controle Abstrato, pedido junto ao STF – efeito erga omnes
Mandado de Injunção: art.5, 71: Serve para pessoa que tem direito previsto e não pode
exercê-lo por falta de regulamentação. Impetra pedindo ao judiciário viabilização ao
judiciário o exercício de direito que não foi regulamentado.

 Inconstitucionalidade material X formal X vício de decoro

Inconstitucionalidade material (ou nomoestática): ocorre quando o


conteúdo da lei contraria a Constituição (será considerada inválida mesmo
que tenha obedecido fielmente ao processo legislativo preconizado pela
Carta Magna).
Ex: uma lei que estabeleça que a autoridade policial poderá, mediante ordem judicial,
ingressar na casa de uma pessoa durante o período noturno. Ora, sabemos que a CF/88
prevê que, mesmo com ordem judicial, o ingresso na casa de uma pessoa deve ocorrer
durante o dia.

Inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica): caracteriza-se pelo


desrespeito ao processo de elaboração da norma, preconizado pela
Constituição. Resulta da não observância das normas do processo legislativo.

EX: edição de lei proposta por Deputado Federal, mas cuja iniciativa era privativa do
Presidente da República. A inconstitucionalidade formal poderá ser de três tipos:

1) Inconstitucionalidade formal orgânica: decorre da inobservância


da competência legislativa para a elaboração do ato. Exemplo: lei
municipal que trata de direito penal será inconstitucional, por ser essa
matéria de competência privativa da União (art. 22, I, CF/88).
2) Inconstitucionalidade formal propriamente dita: decorre da
inobservância nas fases do processo legislativo. Se o vício ocorrer
na fase de iniciativa, ter-se-á o chamado vício formal subjetivo. É o
caso, por exemplo, de iniciativa parlamentar de projeto que
modifique os efetivos das Forças Armadas. Essa competência é
exclusiva (reservada) do Presidente da República, sendo este o único
que pode iniciar processo legislativo sobre a matéria. Por outro lado,
caso esse vício se dê nas demais fases do processo legislativo, ter-se-
á o vício formal objetivo. É o caso, por exemplo, de não obediência
ao quórum de votação de emenda constitucional (três quintos, em
dois turnos, em cada Casa Legislativa).
3) Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos
do ato normativo: decorre da inobservância de pressupostos
essenciais para a edição de atos legislativos. Por exemplo, as
medidas provisórias, para serem editadas, deverão atender aos
requisitos de urgência e relevância (art. 62, caput, CF). Caso esses
requisitos não sejam atendidos, haverá inconstitucionalidade formal
por violação a pressupostos objetivos do ato normativo.

OBS: Nas lições do Prof. Pedro Lenza teríamos, ainda, a tese da inconstitucionalidade
de uma norma em razão de vício de decoro parlamentar. Não se trata de uma
inconstitucionalidade formal ou material, mas sim de uma inconstitucionalidade por
vício na formação da vontade do parlamentar, que votou em determinado sentido em
troca do recebimento de propina.

 Inconstitucionalidade total ou parcial

Inconstitucionalidade total: fica caracterizada quando o ato normativo


for considerado, em sua totalidade, incompatível com a
Constituição. Nesse caso, todo o conteúdo da norma padecerá de vício.

Inconstitucionalidade parcial: ocorrerá quando apenas parte do ato


normativo for considerada inválida.
OBS: Regra é um vicio formal (desrespeito ao processo legislativo ou repartição de
competência) gerar inconstitucionalidade formal. EXEPCIONALMENTE, existe
possibilidade de vício formal gerar inconstitucionalidade parcial: pode-se declarar
inconstitucionalidade parcial de fração de artigo, parágrafo, inciso ou até mesmo sobre
uma única palavra ou expressão “princípio da parcelaridade”.

IMPORTANTE: declaração de inconstitucionalidade parcial não poderá modificar o


sentido e alcance de lei.

 Inconstitucionalidade direta ou indireta

Inconstitucionalidade direta: Quando um ato normativo primário


(LO, LC´s, Medidas Provisórias, decretos legislativos...) violar a
Constituição. Aferição de validade é realizada comparando-a
diretamente com o texto constitucional.

Inconstitucionalidade indireta: quando um ato normativo secundário


(atos infralegais) violar a Constituição, isso porque não retiram seu
fundamento de validade diretamente da Constituição.

OBS: Na visão do STF só existe a inconstitucionalidade direta, ou seja, a


desconformidade de norma primária com a Constituição. A chamada
inconstitucionalidade indireta é considerada mera ilegalidade. Isso porque a norma
secundária tem sua validade aferida a partir da norma primária, e não da
Constituição, sendo a ofensa a esta apenas indireta.

IMPORTANTE: Inconstitucionalidade “por arrastamento” (derivada, consequencial


ou “por atração”)  quando houver uma relação de dependência entre, pelo menos,
duas normas: uma delas é a principal; as outras, acessórias. Se em um determinado
processo, a norma principal for declarada inconstitucional, todas as normas dela
dependentes também deverão ser consideradas inconstitucionais.
STF: normas guardarem íntima relação entre si, formando uma verdadeira
unidade jurídica.

OBS: Em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, aplica-se o “princípio do


pedido”, ou seja, o STF deverá, em regra, examinar a constitucionalidade apenas
dos dispositivos que forem objeto de impugnação na exordial (petição inicial). A
inconstitucionalidade “por arrastamento” é uma exceção a esse princípio. O STF
poderá declarar a inconstitucionalidade de dispositivos e de atos normativos que
não tenham sido objeto de impugnação pelo autor, desde que exista uma relação de
dependência entre eles e a norma atacada.

 Inconstitucionalidade originária e superveniente

Essa classificação que depende da relação temporal entre a norma-


parâmetro (norma constitucional que é violada) e a norma objeto da
impugnação (norma que viola a Constituição).

Inconstitucionalidade originária: Quando a norma-parâmetro for


anterior à norma objeto da impugnação.
EX: hoje, é publicada uma lei que viola o texto original da CF/88.

Inconstitucionalidade superveniente: Por outro lado, quando a norma-


parâmetro for posterior à norma objeto da impugnação.
EX: hoje, seja promulgada uma emenda constitucional, que é contrária ao texto de uma
lei editada em 2005. Essa lei padecerá de inconstitucionalidade superveniente.

OBS: O STF entende que, no Brasil, não existe inconstitucionalidade superveniente.


A promulgação de uma nova Constituição ou de uma nova emenda irá revogar as
leis que com elas forem incompatíveis. Leis compatíveis serão recepcionadas.

 MOMENTO DE CONTROLE

Controle preventivo: (ou “a priori”) fica caracterizado quando a fiscalização de


constitucionalidade incide sobre a norma em fase de elaboração, ou seja,
incide sobre projeto de lei e de emenda constitucional. Aplica-se no curso do
processo legislativo. Tenta evitar a criação de lei ou ato contrário a CF. Incide
sobre o processo legislativo.
 No Brasil, o controle preventivo pode ser de 2 (dois) tipos:
1) Controle político-preventivo: É realizado pelo Poder Legislativo e
pelo Poder Executivo, incidindo sobre a norma em fase de
elaboração.

O controle preventivo feito pelo Poder Legislativo diz respeito ao


trabalho das Comissões de Constituição e Justiça, que analisam as
proposições legislativas quanto à sua constitucionalidade. Já o controle
preventivo do Poder Executivo se manifesta através da possibilidade de
veto presidencial a um projeto de lei em razão de sua
inconstitucionalidade. É o veto jurídico.

2) Controle judicial-preventivo: Trata-se da possibilidade excepcional


de que o STF analise se o direito dos parlamentares ao devido
processo legislativo está sendo respeitado.

OBS: Se as regras do processo legislativo (quórum, impossibilidade,


violação) forem desrespeitadas, abre-se a possibilidade para que o
parlamentar impetre mandado de segurança junto ao STF.

STF admitiu impetração por parlamentar de mandado de segurança para impedir


tramitação que contrarie a cláusula pétrea. Parlamentar tem direito líquido e
certo, uso do Mandado de segurança como controle de preventivo, trancar o
processo legislativo. Com essa redação, vemos um controle preventivo.

EX: esteja tramitando na Câmara dos Deputados uma proposta de emenda


constitucional (PEC) que viole uma cláusula pétrea. Um Deputado poderá, então,
impetrar mandado de segurança junto ao STF, a fim de que seja sustada a tramitação da
PEC. Um cidadão jamais terá tal prerrogativa; a legitimidade é exclusiva dos
parlamentares. *Observação: o mandado de segurança deverá ser impetrado por
parlamentar integrante da Casa Legislativa na qual a proposta de “EC” ou “PL” estiver
tramitando.

OBS: TCU, ao exercer suas atividades, poderá, de modo incidental (em um caso
concreto) deixar de aplicar lei que considere inconstitucional. Nesse sentido, dispõe
a Súmula 347/STF que “o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode
apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”. Note que a Corte de
Contas não tem competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou atos
normativos em abstrato.

 Controle Repressivo: (ou “a posteriori”), por sua vez, caracteriza-se


pela fiscalização de constitucionalidade incidente sobre norma
pronta, que já integra o ordenamento jurídico. Também se aplica à
realidade brasileira o controle repressivo, que pode ser de 2 (dois)
tipos:

1) Controle político-repressivo: Em regra, o controle repressivo é


realizado pelo Poder Judiciário, que analisa a constitucionalidade de
normas já prontas. No entanto, existe a possibilidade excepcional de
que o Poder Legislativo realize o controle repressivo de
constitucionalidade.
2) Controle judicial-repressivo: Caberá aos juízes e Tribunais do Poder
Judiciário efetuar o controle de constitucionalidade das normas
prontas, já integrantes do ordenamento jurídico. Por meio desse,
fiscaliza-se a validade das leis e atos normativos do Poder Público,
avaliando sua conformidade CF/88.

EX: 49,V,CF: CN pode suspender lei delegada que ultrapassar limites da delegação

 MODELOS DE CONTROLE

 CONTROLE DIFUSO: (ou aberto) a competência para exercer o controle


de constitucionalidade das leis é atribuída a todos os órgãos do Poder
Judiciário. Isso quer dizer que Judiciário poderia deixar de aplicar uma lei
aos casos concretos quando a considerasse inconstitucional.
 CONTROLE CONCENTRADO: (ou reservado) o controle de
constitucionalidade é de competência de um único órgão jurisdicional, ou
de um número bastante limitado de órgãos.
 Modelo Europeu ou Austríaco: atribuiu a competência para fiscalizar a
constitucionalidade das leis a um Tribunal Constitucional.
OBS: Brasil  o controle se caracteriza tanto pelo fato de o Poder Judiciário atuar
de forma concentrada (por meio do STF) quanto de forma difusa (por qualquer
juiz ou tribunal do país).

 VIAS DE CONTROLE

Vias de ação são os modos pelos quais uma lei pode ser impugnada perante o Judiciário.
São elas a via incidental (de defesa ou de exceção) e a via principal (abstrata ou de ação
direta).
 Controle incidental: a aferição de constitucionalidade se dá diante de
uma lide, um caso concreto em que uma das partes requer a
declaração de inconstitucionalidade de uma lei. A aferição da
constitucionalidade não é o objeto principal do pedido, mas apenas um
incidente do processo, um meio para se resolver a lide. Por isso, o
controle é chamado de “incidenter tantum”.

EX: Jorge ingresse com ação junto ao Judiciário com o objetivo de não cumprir uma
obrigação prevista na Lei “X”, alegando que esta é inconstitucional. Nesse caso, a
discussão sobre a constitucionalidade da norma é apenas um antecedente lógico para a
solução do caso concreto; em outras palavras, é apenas uma questão prejudicial da ação.
Primeiro, o Poder Judiciário avaliará a constitucionalidade da norma; só depois é que
poderá analisar o objeto principal do pedido: se Jorge deverá ou não cumprir a
obrigação prevista na Lei “X”.

 Controle pela via principal (abstrata ou de ação direta): a aferição da


constitucionalidade é o pedido principal do autor, é a razão do
processo. O autor requer, nesse caso, que determinada lei tenha sua
constitucionalidade aferida a fim de resguardar o ordenamento
jurídico.

EX: um Governador de Estado ingressa com Ação Direta de Inconstitucionalidade


(ADI) junto ao STF, pleiteando que seja declarada a inconstitucionalidade de uma
determinada lei estadual.

 INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO X DECLARAÇÃO DE


NULIDADE

Na interpretação conforme a Constituição, é dada ênfase à declaração de


constitucionalidade de determinado sentido da norma. Já na declaração parcial de
nulidade sem redução de texto, a ênfase é na declaração de inconstitucionalidade de
determinadas aplicações da lei.

CONTROLE DIFUSO OU INCIDENTAL

 Conceito: aquele realizado por qualquer juiz ou Tribunal do país. É também


chamado controle pela via de exceção ou, ainda, controle aberto. Ocorre diante
de um caso concreto, em que a declaração de inconstitucionalidade se dá de
forma incidental, como antecedente lógico ao exame do mérito.
OBS: o objeto da ação (a questão principal) não é a declaração de constitucionalidade
de uma norma. Essa é apenas uma questão prejudicial, que deverá ser resolvida pelo
Poder Judiciário previamente ao exame de mérito. A finalidade principal das partes,
nessa modalidade de controle, não é a defesa da ordem, mas sim a proteção a direitos
subjetivos cujo exercício está sendo obstaculizado pela norma que (supostamente)
viola a Constituição.

 Legitimidade ativa: são legitimados ativos todas as partes do processo e


eventuais terceiros intervenientes no processo, bem como o Ministério
Público, que atua como fiscal da lei (“custos legis”). Além disso, Poder
Judiciário pode, sem provocação, declarar de ofício, a inconstitucionalidade,
logo, o juiz ou tribunal também são legitimados ativos.

 OBJETO E PARÂMETRO

Qualquer lei ou ato normativo (federal, estadual, distrital ou municipal) poderá ser
objeto do controle de constitucionalidade. Assim, não importa em qual nível
federativo teve origem o ato normativo: todos eles estão sujeitos ao controle difuso de
constitucionalidade.

Por sua vez, qualquer norma constitucional servirá como parâmetro para que se
realize o controle de constitucionalidade, mesmo que esta já tenha sido revogada.
Todavia, um pré-requisito essencial para que uma norma constitucional seja parâmetro
para o controle de constitucionalidade é o de que ela estivesse em vigor no momento da
edição do ato normativo questionado.

OBS: Lei editada em 1979: pode ser avaliada, quanto à sua recepção ou revogação,
perante Constituição de 1988. / Lei editada em 1979 pode ser avaliada, quanto à sua
constitucionalidade, perante a Constituição de 1969 (que estava em vigor à época de sua
edição). / Lei editada após 1988 pode ser avaliada, quanto à sua constitucionalidade,
perante a Constituição de 1988.

OBS: Perambulo Constitucional não pode ser objeto nem parâmetro, por ausência de
força normativa. ADCT pode ser objeto e parâmetro. Norma constituinte originária
pode ser parâmetro, mas não objeto.

 CLAUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.
OBS: pleno, é a totalidade do órgão.

 A cláusula de reserva de plenário visa garantir que uma lei seja declarada
inconstitucional somente quando houver vício manifesto, reconhecido por um
grande número de julgadores experientes. Nesse sentido, para que a declaração de
inconstitucionalidade por tribunal seja válida, é necessário voto favorável da maioria
absoluta dos membros do tribunal ou da maioria absoluta dos membros do órgão
especial.

OBS: O controle difuso será, em regra, realizado pelo juiz monocrático, em primeira
instância. Todavia, por meio do recurso de apelação, é possível que a parte sucumbente
(parte vencida) recorra a um Tribunal. Observa-se, então, que no âmbito do controle
difuso qualquer juiz ou tribunal do País será competente para declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, afastando sua aplicação ao caso concreto.

Composição: A existência de órgão especial nos tribunais está prevista no art. 93,
CF/88, Trata-se de órgão composto por 11 a 25 juízes, que exerce as atribuições
administrativas e jurisdicionais que lhes forem delegadas pelo Tribunal Pleno,
metade das vagas por antiguidade e a outra por eleição.

IMPORTANTE: A observância da cláusula de reserva de plenário é condição de


EFICÁCIA jurídica da DELCARAÇÃO DE INCONSTITUICIONALIDADE.
Apenas o plenário do tribunal ou o órgão especial, poderão, por maioria absoluta,
declarar inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.

OBS: DEVE SER OBSERVADA TANTO NO CONTROLE DIFUSO QUANTO O


CONCENTRADO.

Na falta de órgão especial, só poderá ser declarada a inconstitucionalidade pelo plenário


do tribunal. Órgãos funcionários (turmas, câmaras, seções) podem apenas reconhecer a
constitucionalidade (presunção de que a lei é constitucional), não podem declarar
inconstitucionalidade, devendo remeter o processo ao plenário ou ao órgão especial.

MITIGAÇÃO DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: A aplicação dessa


cláusula somente é necessária quando o Tribunal se depara, pela primeira vez, com
determinada controvérsia constitucional. Nesse sentido, se o órgão especial, o Plenário
do Tribunal ou o Plenário do STF já tiverem se pronunciado sobre a
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, não haverá necessidade de se
observar a reserva de plenário.

IMPORTANTE: o órgão fracionário poderá, ele próprio, declarar a


inconstitucionalidade da norma, desde que assim já tenham decidido o órgão especial, o
Plenário do Tribunal ou o Plenário do STF

OBS: Havendo divergência entre entendimento e tribunal ou órgão especial e plenário


do STF, prevalecerá o entendimento do plenário do STF.

IMPORTANTE: A reserva de plenário apenas se aplica à declaração de


inconstitucionalidade de leis e atos normativos do Poder Público. Ela não se aplica à
resolução de problemas de direito intertemporal, como é o caso da análise de recepção
ou revogação do direito pré-constitucional. Assim, o juízo de recepção de normas
anteriores à Constituição Federal não precisa observar a cláusula de reserva de plenário.
A cláusula de reserva de plenário também não se aplica quando é utilizada a técnica de
“interpretação conforme a Constituição”

Reserva de plenário STF: RExt. As turmas do supremo podem julgar.

SUM. VINCULANTE 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.

RECL. 18.165, INF. 844 -DECRETO COM EFEITO CONCRETO, SEM


CARACTERISTICA DE GENERALIDADE E ABSTRAÇÃO, PODERIA TER
INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA SEM RESERVA – NÃO FERE.

 EFEITOS DA DECISÃO
 Eficácia INTER PARTES
 NÃO vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração
 Em regra, EX TUNC, retroativos (uma norma declarada
inconstitucional será considerada nula e, por consequência, todos os
efeitos por ela produzidos também serão nulos)
OBS: existe a possibilidade de modulação de efeitos pelo STF em sede de controle
difuso. Isso significa que por decisão de 2/3 dos seus membros, tendo em vista razões
de segurança jurídica ou relevante interesse nacional, dar efeitos prospectivos (ex nunc).

 ATUAÇÃO DO SENADO FEDERAL

A doutrina tradicional entende que no âmbito do controle difuso, as decisões possuem


eficácia “inter partes” e efeitos não são vinculantes. Entretanto, existe a possibilidade
excepcional de ser atribuída eficácia geral (“erga omnes”) a uma decisão tomada no
âmbito do controle difuso, ampliando sentido e alcance.

 atuação do Senado Federal, no exercício da competência prevista no art. 52, X,


CF/88, segundo o qual compete privativamente ao Senado “suspender a execução, no
todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal.”

A atuação do Senado, por disposição constitucional, é pela faculdade de suspender,


por meio de resolução, lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso de
constitucionalidade, conferindo eficácia geral (“erga omnes”) à decisão da Corte.
Tecnicamente, a suspensão.
 É ato de natureza política e discricionário. Logo, o Senado Federal não estaria
obrigado a suspender uma lei declarada inconstitucional pelo STF.

OBS: EFEITOS DA RESOLUÇÃO DO SENADO: doutrina é a de que a resolução do


Senado terá efeitos prospectivos (“ex nunc”). Destaque-se, todavia, que o Decreto nº
2.346/97 estabelece que, no âmbito da Administração Pública federal, a decisão do
Senado Federal terá efeitos retroativos (“ex tunc”).

IMPORTANTE: resolução do Senado Federal poderá ser objeto de controle de


constitucionalidade. Ex: resolução do Senado que amplia ou restringe a decisão do STF.

STF: Ao se declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de uma lei, essa


decisão assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga
omnes e efeito vinculante. A eficácia vinculante, inclusive, já resulta da própria
decisão. A Corte promoveu, em verdade, a chamada mutação constitucional do art. 52,
X, da CRFB/88, de modo a admitir que o papel do Senado no controle de
constitucionalidade é simplesmente de, mediante publicação, divulgar a decisão do
STF. (dar publicidade daquilo que foi decidido) Entende-se, nesse sentido, que o
Supremo passou a acolher a teoria da “abstrativização do controle difuso”, pois tendo
o Plenário do STF decidido pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei
ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do
controle concentrado.

 SUMULA VINCULANTE:
Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.

São 3 pressupostos:

 Existência de reiteradas decisões sobre matéria constitucional. O


STF deve ter tido a oportunidade de apreciar a matéria por diversas
vezes, o que permite maior grau de amadurecimento sobre o assunto
objeto da controvérsia.
 Existência de controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a Administração Pública. Ora, se há controvérsia, é nítido que o
tema não é pacífico, o que pode gerar grave insegurança jurídica e
multiplicação de processos sobre questão idêntica. Há, então,
necessidade de se harmonizar o entendimento entre os órgãos do Poder
Judiciário e entre estes e a Administração Pública.
 Aprovação por 2/3 (dois terços) dos membros do STF. Como o STF
possui 11 Ministros, esse quórum será obtido pelo voto de 8 dos seus
membros.

Objetivo: objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas.

IMPORTANTE: Súmulas Vinculantes não vinculam:


I) Supremo Tribunal Federal (elas vinculam todos os demais órgãos do Poder
Judiciário).
II) Poder Legislativo, no exercício de sua função típica de legislar (quando o
Poder Legislativo exerce função administrativa, deverá observar as Súmulas
Vinculantes).
III) Poder Executivo, no exercício de sua função atípica de legislar (quando o
Presidente edita uma medida provisória, ele não precisa observar as Súmulas
Vinculantes).

Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de


súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e
Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.

Podem propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante


os mesmos legitimados para impetrar Ação Direta de Inconstitucionalidade (art. 103,
CF/88). Além deles, também poderão fazê-lo:
a) O Supremo Tribunal Federal (STF);
b) O Defensor Público-Geral da União;
c) Os Tribunais do Poder Judiciário e;
d) Os Municípios. Observação: são legitimados a propor, incidentalmente, no curso de
um processo em que sejam parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de
Súmula Vinculante.

OBS: A aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante exige decisão de 2/3


dos membros do STF (oito Ministros), em sessão plenária.

IMPORTANTE: Caso seja praticado ato administrativo ou proferida decisão judicial


que contrarie os termos da súmula, a parte prejudicada poderá intentar reclamação
diretamente perante o STF. Salienta-se, contudo, que o uso da reclamação só será
admitido após o esgotamento das vias administrativas.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO E CONTROLE DIFUSO

O Supremo Tribunal, assim como qualquer outro Tribunal do País, pode realizar o
controle difuso de constitucionalidade. Há duas situações possíveis:

a) O controle difuso pode ser efetivado pelo STF quando for necessário avaliar a
constitucionalidade de uma norma no âmbito de um processo de sua
competência originária. É o caso, por exemplo, de habeas corpus que tenha
como paciente um detentor de foro especial. Também pode-se apontar o caso de
mandado de segurança contra ato do Presidente da República e, ainda, ações
penais contra Deputados e Senadores.
b) Também será possível que o STF realize o controle difuso em sede de recurso
extraordinário, que é cabível nas hipóteses do art. 102, III, CF/88.

 O recurso extraordinário é usado para recorrer de decisão sobre matéria


constitucional. Em todos os casos do art. 102, III, percebe-se exatamente isso:
na decisão recorrida, há uma controvérsia constitucional. Ao interpor
recurso extraordinário, o interessado estará provocando o STF a decidir
sobre a constitucionalidade de alguma(s) norma(s), em sede de controle
incidental.

Repercussão geral
STF guardião da constituição, formado por 11 ministros. Competência no artigo 102
CF. Pode ter competência originaria ou recursal (recurso ordinário e extraordinário)
A emenda constitucional 45 criou esse requisito de admissibilidade do recurso que é a
repercussão geral. Delimitou a competência do STF no julgamento de recurso
extraordinária com relevância de repercussão geral (interesse tem que ir além das
partes) que transcenda os interesses subjetivos da causa. Propósito de uniformizar a
interpretação constitucional. Reconhece a repercussão geral naquele caso e julga. Os
demais processos idênticos serão julgados da mesma forma.

 PRESSUPOSTOS:

 Ofensa direta ao texto constitucional


 Prequestionamento
 Repercussão geral da matéria: verificar se determinada questão é
relevante do ponto de vista político, econômico, social ou jurídico. Cabe
ao requerente demonstrar a repercussão geral, podendo o STF fazer juízo
de valor e por consequência recusar o recurso (voto de 2/3 dos membros)
OBS: a decisão no sentido de inexistência de repercussão geral é irrecorrível.

IMPORTANTE: Presunção de constitucionalidade - Os atos administrativos, em


geral, possuem presunção de legitimidade. As leis e atos normativos também são
dotadas de presunção, mas presunção de constitucionalidade.
Qual é a consequência dessa presunção? 1º - por serem presumidamente constitucionais
serão aplicadas desde logo. 2º em sede de controle de inconstitucionalidade, na duvida,
preserva-se o ato por força da presunção.

AULA 4 – 28/01/2021
7 - Controle concentrado de constitucionalidade I. Natureza jurídica das ações constitucionais.
Ação direta de inconstitucionalidade. Legitimados.
8 - Controle concentrado de constitucionalidade II. Efeitos da decisão que reconhece a
inconstitucionalidade. Inconstitucionalidade por omissão. Súmula vinculante. Reclamação
Constitucional.

CONTROLE ABSTRATO OU CONCENTRADO

 É aquele que busca examinar a constitucionalidade de uma lei em tese. Não há


um caso concreto em análise; é a lei, em abstrato, que tem sua
constitucionalidade aferida pelo Poder Judiciário. É arguida na via principal, por
meio de ação direta.

A competência para sua atuação se concentra numa corte constitucional – STF: controle
efetuado por um órgão do poder judiciário – âmbito federal: STF, Estadual: TJ

A questão é levada em abstrato, o objeto é pedido, não causa de pedir


 É realizado pelo STF (como parâmetro constitucional) ou pelos Tribunais de
Justiça (parâmetro constitucional estadual). – Controle abstrato é efetuado de
modo concentrado.

Qual o ponto em comum em ações diretas: Processo objetivo – Kelsen – Natureza


jurídica instaurada por esses processos é processo objetivo (os demais – civil e penal,
são subjetivos).

Processo subjetivo X Processo objetivo:


1) Lide/ litígio (conflito de interesses, qualificado por pretensão e resistência): nos
processos subjetivos regra é que há lide – pode haver exceções- (lide é categoria
essencial do processo/ sempre há pretensão, mas nem sempre há resistência).
Objetivo não há lide, é exercido em abstrato, sem que haja litígio entre partes.

2) Partes: No processo subjetivo a parte ativa é sempre determinada e a passiva é


sempre determinada, nunca indeterminada (regra é sempre conhecidas). No
objetivo só há parte, parte ativa é conhecida, mas não há parte passiva (há
demandante – não há demandado – contra ou a favor a norma).

3) Contraditório (Ciência bilateral dos atos processuais e possibilidade recíproca de


sua impugnação – as duas partes conhecem e podem impugnar os atos
processuais): Sempre há contraditório em processos subjetivos. No processo
objetivo não há contraditório porque ninguém ocupa o polo passivo.
EX:con AGU: Defensor legis / Amicus curiae - não defendem ninguém, apesar de
participarem, não há contraditório – pluralizam o debate constitucional,
democratizam o acesso ao STF

4) Interesse: Nos processos subjetivos é necessário demonstrar interesse


processual. No processo objetivo, nem sempre o interesse tem que ser
demonstrado (legitimados ativos universais – EX: presidente da república –
interesse é inerente ao exercício dessa função).

5) Objeto: No processo subjetivo o objeto é tutelar algum direito subjetivo. No


processo objetivo, o objeto é a tutela DO DIREITO OBJETIVO – ordem
jurídica.

6) Eficácia: Nos processos subjetivos, em regra é efeitos inter partes, nos processos
objetivos é sempre erga omnes, podendo até, ser vinculante.

Ser processos objetivos gera efeitos processuais:


1) Congruência processual mitigada/flexibilizado: Deve haver congruência entre
pretensão e prestação – demandante deduz uma pretensão e o judiciário presta
(harmonia) – em processo subjetivo é absoluta. No processo objetivo esse
princípio é relativizado, tanto quanto ao pedido, quanto a causa de pedir.
Pedido: inconstitucionalidade por arrastamento – relação lógica entre elas lei A cria
um tipo de contrato e lei B regula direitos e deveres daquele contrato. Se tem ADI
declarando lei A inconstitucional, lei B, por arrastamento pode ser declarada
inconstitucional
Pedir: causa de pedir aberta ou flexível, STF pode acolher a pretensão por outro
argumento, que não foi arguido – resolve a questão aberta para análise, não se
vincula o tribunal ao argumento usado pela parte.
EX: STF teve ADI 2182 decisão improcedente: parte alega vicio material, pelo STF,
não pode decidir pela inconstitucionalidade por vicio formal.

2) Divergência

Controle abstrato em face a CF é por meio de, competente STF:


 ADI: Ação direta de inconstitucionalidade (Art.102, I, a, início)
 ADII: Ação direta de inconstitucionalidade por ação interventiva (Art.36, III,
Ação direta para intervenção federal)
 ADC: Ação declaratória de Constitucionalidade (art.102, I, a, in fine)
 ADI por Omissão (ADIO): Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
(Art.103, §2)
 ADPF: Arguição de descumprimento de Preceito Fundamental. (art. 102, §1°)

Argumento legal:
ADC, ADIO, ADI: Lei9868/99
ADII: Lei 12562/2011
ADPF:Lei 9882/99

 ADI (art.102,I, a + 9868/99)

ADI – tem natureza declaratória.

COMPETÊNCIA: EXCLUSIVA STF, processar e julgar, originalmente, ADI de lei ou


ato normativo federal ou estadual em face da CF.

CABIMENTO:
 PARÂMETRO: Todas as normas do texto constitucional, não interessa o
conteúdo, basta ser formalmente constitucional, podendo ser explicitas ou
implícitas (como o princípio da razoabilidade). Constituição Federal em vigor

OBS: tratado sobre direitos humanos incorporado ao ordenamento jurídico pelo


procedimento legislativo de emenda constitucional será, também parâmetro de
controle de constitucionalidade. Isso porque esse tratado terá equivalência de emenda
e integrará o chamado “bloco de constitucionalidade”.

IMPORTANTE: somente as normas constitucionais em vigor podem ser parâmetro para


o controle de constitucionalidade. Nesse sentido, não é possível, por meio de ADI,
avaliar a constitucionalidade de normas face à Constituição pretérita.

No ordenamento jurídico brasileiro não existe constitucionalidade superveniente.


Assim, a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo deve ser analisada segundo o
parâmetro vigente à época da sua publicação. – caso de controle concreto, ação proposta
ante da promulgação da CF/88, pendente de recurso – não é caso de ADI.
 OBJETO: e lei ou ato normativo federal ou estadual editados posteriormente à
promulgação da Constituição Federal (art. 102, I, alínea “a”).  norma editada
na vigência de Constituição pretérita não pode ser objeto de ADI.

Lei: lei em sentido formal – ato produzido pelo poder legislativo exercendo função
legislativo.
Ato normativo: não é lei em sentido formal, é lei em sentido material: ato produzido
pelo poder executivo (Medida provisória) ou judiciário (regimento interno tribunais)
exercendo função atípica de legislar.
Direito adm: ato normativo é decreto, resolução e deliberação. Constitucional: MP, RI.

OBS: leis e atos normativos municipais não podem ser objeto de ADI perante o STF. –
São por meio de ADPF.

IMPORTANTE: Leis e atos DF: a lei distrital tenha sido editada no exercício de
competência estadual, ela poderá ser objeto de ADI perante o STF; por outro lado, caso
a lei distrital tenha sido editada no exercício de competência municipal, ela não poderá
ter sua constitucionalidade examinada por meio de ADI.
Depende do teor: DF acumula funções estaduais e municipais. Cabe ADI contra ato
distrital de índole estadual. IPVA (estadual) e IPTU (municipal)
 O direito municipal, bem como as leis e atos normativos do Distrito Federal
editados no desempenho de sua competência municipal, não poderá ser
impugnado em sede de ADI.

Revogação intercorrente do parâmetro ou do objeto:

Parâmetro: postulada ADI, durante a tramitação da ADI, aprova emenda q revoga


parâmetro: STF: se for só modificação textual, processo prossegue, devendo o autor
demonstrar que foi apenas textual. Modificação textual: altera o texto não altera a norma
(ex: matar alguém ou matar outrem) / substancial: altera o texto e altera a norma
(ex:matar ou ferir alguém) – STF afere a norma.

Objeto: Postulada ADI, lei x, ato y. Revoga-se lei/ato: STF: extingue-se processo sem
resolução, sob perda de objeto.
- Extingue de oficio, não precisa ser requerido. (questão de ordem pública)
- Efeito econômico pendente: mesmo que existe, discutirá em via própria, se extingue.
- Revogação extingue, desde que não tenha sido iniciado o julgamento, de ofício,
mesmo que pendente efeito pendente. Logo, se iniciado o julgamento, será julgado até o
fim – julgamento é ato processual uno)  controle de norma inexistente: norma
revogada mas se mantem o julgamento

Só podem ser impugnados via ADI atos que possuam normatividade, isto é, sejam
dotados de generalidade e abstração. É dotada de generalidade o ato que não tem
destinatários certos e definidos. Destina-se a todos aqueles que cumpram os
requisitos para nele se enquadrarem.

Atos de efeitos concretos, em regra, não podem ser objeto de controle abstrato de
constitucionalidade. – EX: portaria que nomeia servidor para cargo em comissão.
STF: atos de efeitos concretos aprovados sob a forma de lei em sentido estrito,
elaborada pelo Poder Legislativo e aprovada pelo Chefe do Executivo, podem ser objeto
de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
 a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA) e as
medidas provisórias que abrem créditos extraordinários podem ser objeto de controle de
constitucionalidade por meio de ADI.

ESPÉCIES NORMATIVAS:
PODEM SER IMPUGNADAS POR ADI:
Parâmetro: CF em vigor
 Espécies normativas do art. 59, CF/88: Podem ser impugnadas por ADI as
emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções do Poder
Legislativo.
OBS: A jurisprudência é pacífica no sentido de que medidas provisórias podem sofrer
controle abstrato. Entretanto, cabe destacar que a ação direta de inconstitucionalidade
precisa ser aditada caso a medida provisória seja convertida em lei. Por outro lado, caso
a medida provisória seja rejeitada ou não seja apreciada, dentro do prazo
constitucionalmente estabelecido, pelo Congresso Nacional, a ação direta de
inconstitucionalidade restará prejudicada.
 Decretos autônomos. Assim como as espécies normativas do art. 59, CF, os
decretos autônomos consistem em atos normativos primários.
 Tratados internacionais. Qualquer que seja o tratado (comum ou sobre direitos
humanos) ele estará sujeito ao controle de constitucionalidade.
 Decretos legislativos: que autorizam o Presidente da República a ratificar os
tratados internacionais (CF, art. 49, I) poderão ser objeto de ADI. O controle
abstrato é possível, sim, após a promulgação do decreto legislativo, por se tratar
de ato legislativo que produz consequências para a ordem jurídica. O mesmo
vale para o decreto do Chefe do Executivo que promulga os tratados e
convenções internacionais.
 Regimentos Internos dos Tribunais e das Casas Legislativas.
 Constituições e leis estaduais.
NÃO PODEM SER IMPUGNADOS POR ADI
 Normas constitucionais originárias: Segundo o STF, as normas elaboradas pelo
Poder Constituinte Originário não podem ser objeto de ADI.15
 Leis e atos normativos revogados ou cuja eficácia tenha se exaurido: Como a
ADI tem por objetivo expurgar a norma inválida do ordenamento jurídico, não
faz sentido a análise da ação se a norma não mais integra o Direito vigente.
Assim, temos o seguinte:
 Se a lei já tiver sido revogada no momento em que é proposta a ADI, o
STF nem mesmo conhecerá da ação.
 Se a lei for revogada após a impugnação do ato via ADI, a ação restará
prejudicada, total ou parcialmente, por falta de objeto.
 Direito pré-constitucional. As normas elaboradas na vigência de Constituições
pretéritas (direito pré-constitucional) não podem ser examinadas mediante ADI.
O direito pré-constitucional pode ser objeto apenas de um juízo de recepção ou
revogação.
 Súmulas e súmulas vinculantes. As súmulas não possuem normativos e, por isso,
não podem ser objeto de controle concentrado. Isso vale, inclusive, para as
súmulas vinculantes, que não possuem características de ato normativo.
 Atos normativos secundários. O STF não admite a inconstitucionalidade indireta
ou reflexa. Se um ato normativo secundário (infralegal) violar a lei e, por via
indireta, desobedecer a Constituição, será caso de mera ilegalidade. Assim, os
atos meramente regulamentares não estão sujeitos ao controle por meio de ADI.

LEGITIMIDADE ATIVA: Quem pode propor ADI perante STF? Art. 103, CF
*** IV, V E IX

I. o Presidente da República;
II. a Mesa do Senado Federal;
III. a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV. a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
ESPECIAL
V. o Governador de Estado ou do Distrito Federal; ESPECIAL
VI. o Procurador-Geral da República;
VII. o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII. partido político com representação no Congresso Nacional;
IX. confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ESPCIAL

OBS: Um deputado ou um senador não tem competência para propor ADI, tem que ser
a mesa.

OBS²: Não é qualquer partido, ele deve ter representação no Congresso nacional, pelo
menos um representante deputado ou senador. STF diz que a aferição deve ser feita no
momento da propositura da ação.

IMPORTANTE: apenas dois necessitam de advogado para a propositura da ação: i)


partido político com representação no Congresso Nacional e ii) confederação sindical
ou entidade de classe de âmbito nacional. Apesar disso, no curso do processo, eles
poderão praticar todos os atos, sem necessidade de advogado.

O STF diferencia os legitimados a propor ADI em dois grupos:

 Legitimados Universais: São aqueles que podem propor ADI sobre qualquer
matéria.
São eles: Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos
Deputados, partido político com representação no Congresso Nacional, Procurador-
Geral da República e Conselho Federal da OAB.
 Legitimados Especiais: São aqueles que só podem propor ADI quando haja
comprovado interesse de agir, ou seja, pertinência entre a matéria do ato
impugnado e as funções exercidas pelo legitimado. Em outras palavras, só
poderão propor ADI quando houver pertinência temática.
São eles o Governador de Estado e do DF, Mesa de Assembleia Legislativa ou da
Câmara Legislativa do DF e confederação sindical e entidade de classe de âmbito
nacional.

PROCESSO DECISÓRIO DA ADI

MEDIDA LIMINAR EM ADI


!! Concede liminar sem ouvir ninguém

Medida liminar: ADI tem previsão: 102, I, b, CF: Pedido de cautelar na ADI+ Lei
9868/99 – arts.10 a 12

Medida Cautelar ou LIMINAR?


Tutela de urgência compreende em: Tutela cautelar (assegurativa ou asseguratória –
assegura os meios/fins de um processo principal – bens arrestados por alienação,
para garantir a execução – assegura a efetividade de um processo principal) e Tutela
antecipada (é satisfativa ou satisfatória: ela antecipa efeitos práticos de eventual
decisão de procedência – satisfação antecipada da pretensão – ex: liminar de
medicamentos)
Liminar suspende eficácia

Embora a legislação fale em cautelar – é tutela antecipada, porque suspende de


forma liminar a eficácia da lei. Não há um outro processo, e o objetivo da liminar é
satisfazer antecipadamente a pretensão, retirar a lei de efeito prático.  medida é
constitucional, mas não cautelar é antecipada
No caso da ADC é cautelar de fato, mas não é constitucional é previsão legal.

A CF tem 2 passagens de medida cautelar: Indisponibilidade dos bens (Ação de


improbidade administrativa – art. 37,§4° - é cautelar e constitucional)/ art.86,§1°:
impeachment: afastamento do presidente do cargo.  não tem a ver com controle

ART: 12, 9868/99: submeter processo diretamente ao tribunal: só existe isso aqui.
Liminar ou é deferida ou indeferida (concessivo ou negatório). O STF se abstém,
leva a questão ao plenário para julgar o mérito da própria demanda. EX: ADI 2797 –
contribuição previdenciária de servidor inativo.  art. 5°, 78: tempo razoável do
processo  FACULDADE DO STF DE SE ABSTER

DECISÃO DE MÉRITO

Ao julgar o mérito: Tem que tipos de efeitos?

OBS: Eficácia temporal (ex tunc e ex nunc) X Eficácia pessoal (inter partes, erga
omnes, vinculante)

EFICÁCIA PESSOAL DE DECISÃO DE MERITO DE DE ADI:

Processo objetivo: é erga omnes, art. 102, §2° e também vincunlante


Erga omnes: para todas as pessoas

Efeito vinculante: é ampliação dos limites da coisa julgada - Gilmar Mendes.

Coisa julgada material: imutabilidade da decisão.


Encontra limites subjetivos e objetivos:
No processo subjetivo: o limite subjetivo da coisa julgado é as partes, o objetivo é
o dispositivo da sentença ou acórdão.
 Ampliação dos limites subjetivos: ultrapassa as partes, alcança DEMAIS
ÓRGÃOS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.  torna viável a Reclamação,
permite que caso um dos atingidos viole decisão de ADI, permite ao prejudicado
a propositura de Reclamação.

OBS: Reclamação pressupõe efeito vinculante. Qualquer interessado jurídico, legitimo


ou não para propor adi, é proposto diretamente ao STF, qualquer ato do poder público
(administrativo ou jurisdicional), descumpra decisão ou que a cumpra incorretamente,
ato administrativo e proceder reclamação será anulado, se for jurisdicional, decisão será
cassada.

 Limite objetivo: a coisa julgada atinge normas de igual teor, normas são
invalidadas mesmo que não tenham sido objeto da ADI. Tem que ser idêntica.
É diferente de arrastamento, que tem normas de fontes iguais, mas de teor diferentes,
embora vinculados. Aqui, norma com teor igual, mas a fonte é diferente. STF declara
tese inconstitucional.

ART 102,§2°: Decisão definitiva de mérito: STF tem aceitado efeito vinculante em
liminar (tutela antecipada), desde que concedida, se negada, não produz efeitos
vinculantes. – Produz efeitos enquanto não se tem decisão definitiva

EX: PGJ postulou TJRJ ação estadual de inconstitucionalidade, TJ pelo órgão especial
negou a liminar. Depois o cidadão procura o procurador para instaurar inquérito para
possível ACP e o procurador negou porque já tinha entendimento contrario. A resposta
era: liminar negada não tem efeito vinculante, então é possível postular outra ação. Só
seria efeito vinculante se a liminar tivesse sido acolhida.
Demais órgãos do poder judiciário e administração pública: Não alcança STF, Poder
legislativo e Poder executivo (governo).

STF: para permitir modificação e guinada, criaria a fossilização do sistema judiciário.


Critica é a velocidade que o STF faz. Um exagero, em pouco tempo – insegurança
jurídica. - overruling

Teoria da transcendência dos motivos determinantes: Reclamação 28747. Aplica-se.


OBS: teoria da transcendência dos motivos determinantes, o STF sempre entendeu que
a tese no caso concreto não era aplicada. Mas disse a Corte que a tese não seria aplicada
em abstrato e sim que nos casos julgados em concreto não havia similaridade.

Reclamação 28747 Informativo 905.  Nesse acórdão o STF fala de motivos


transcendentes. Então a partir desse acordo não tem como dizer que a tese não é
aplicada no Brasil. Fazer menção a este acórdão se for tratar do tema.

Transcendência X abstrativização
Abstrativização: possibilidade de se obter efeito vinculante em caso concreto. Existe
ou não efeito vinculante nesse controle concreto? A pergunta é “se existe efeito
vinculante”
Transcendência discute extensão. Eu sei que existe efeito vinculante. Não se discute
se existe ou não. Mas qual a sua extensão? A pergunta é “o que?”

Backlash : Doutrina fala que é reação legislativa da decisão judicial. STF fala em
ativismo congressual. O legislador típico ou atípico reage contra o acórdão, já que o
efeito vinculante não alcança o legislador.
EX: Vaquejada. 2014 STF entende lei inconstitucional. Congresso editou lei falando
que era permitido.
Exemplo que alguns defendem fazer aqui: editar norma falando que recurso
extraordinário é ação autônoma então poderia prisão em segunda instancia. Proposta de
EC dizer que a presunção de inocência não alcança a prisão.

Citar 2 autores: Tese dos diálogos institucionais de Rodrigo Brandão RJ UERJ e


Conrado Hubner Mendes SP.

Sumula vinculante 103-A = decisões 102, §2 --- efeito vinculante aplicado a sumula

AULA 5 – 29/01 – Tatiana Batista

9 - A Constituição e o Direito Internacional. As Cortes Internacionais de Direitos


Humanos.
10 - Ação declaratória de constitucionalidade. Origem. Legitimados. Efeitos da decisão.

A CONSTITUIÇÃO E O DIREITO INTERNACIONAL. AS CORTES


INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
CONTEXTUALIZAÇÃO
Relação controle de constitucionalidade e controle de convencionalidade
A CF/88 foi a primeira constituição brasileira a luz de um novo tipo de
constitucionalismo
Neoconstitucionalismo: nova filosofia constitucional – Concepção alterada no fim da 2ª
GM, criando o direito internacional dos direitos humanos.
É necessário que a constituição altere seu polo de visão, coloca no seu centro de estudo
o ser humano, e não mais o Estado, e ao fazer isso, vários elementos constitucionais se
transformam – por ex: eficácia normativa dos princípios e o controle de
constitucionalidade.

Necessidade de uma harmonização dos conceitos e direitos humanos em âmbito


internacional. Cria-se então a ONU, para efetivação de um direito preocupado com
homem.

Em 45, no Brasil, estamos em queda da Era Vargas. Constituição de 46 é a primeira


constituição com ideia de redemocratização, já permitia que o Brasil se alhiasse a
instituições internacionais.

Em 67 e 69, constituição da ditadura: Embora tenha vinculação externa com DH,


internamente não era fomentado.

Com a constituição de 88, temos a implantação de ideias neoconstitucionalistas


internamente, trazendo a Dignidade da pessoa Humana, a ser concretizado interna e
externamente pelos direitos fundamentais e direitos humanos.
Art. 4° CF + Art. 7° ADCT = se preocupa com a concretização de DF e DH (olhar
bifronte, interno e externo – permite a participação do brasil em cortes internacionais)

SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS


CORTES INTERNACIONAIS
1. Existência de um sistema global criado pela ONU

A ONU, criada em 1945, a Carta traz princípios de DH, mas não define. Traz mais a
estruturação da ONU. Por isso em 48 é necessário que crie-se uma Declaração de DH.

2. Existência de três sistemas regionais:


 Europeu – Conselho da Europa, fundado em 1949
 Africano – União Africana, fundando em 1981 (Carta Africana)
 Americano – Organização do Estados Americanos, fundada em 1948.

Principais Órgãos da ONU: com sede em Nova York, a ONU compreende 5 órgãos
principais:
 Conselho de Segurança;
 Assembleia Geral;
 Secretariado;
 Conselho Econômico e Social;
 Corte Internacional de Justiça.
Órgãos autônomos e com ampla intercomunicação, coordenando as atividades da
organização.

 Corte Internacional de Justiça

A CIJ é o principal órgão judicial da ONU, cujo Estatuto é parte anexa à Carta
das nações Unidas de 1945.18 Sua atuação, porém, atinge somente Estados, não
indivíduos (apenas o Tribunal Penal Internacional julga pessoas físicas) ou
organizações internacionais intergovernamentais.

Além de não poderem ser réus, os indivíduos e as organizações


intergovernamentais também não podem ser autores de qualquer ação
contra um Estado perante a CIJ (as organizações internacionais, contudo, têm
direito de solicitar pareceres consultivos à Corte).
O tribunal tem sede em Haia
- Não pode julgar indivíduos
- Brasil não faz mais parte da CIJ em sua competência contenciosa (não pode ser réu), é
apenas consultivo.
- Dá sanção política ao Estado, até mesmo determinar pagamento de indenização a
vítima ou família da vítima.

SISTEMA EUROPEU

 Convenção Europeia de Direitos Humanos de 1950. Sua finalidade é


estabelecer padrões mínimos de proteção dos direitos humanos naquele
Continente, institucionalizando um compromisso dos Estados-partes de não
adotarem disposições de Direito interno contrárias às normas da Convenção,
bem assim de estarem aptos a sofrer demandas na Corte Europeia de Direitos
Humanos.

 Corte Europeia de Direitos Humanos - maior inovação: foi ter conferido aos
indivíduos, organizações não governamentais e grupos de indivíduos o
acesso direto à Corte Europeia de Direitos Humanos, com poder inclusive
de iniciar um processo diretamente perante ela. Assim, no sistema europeu,
já se consagra o chamado jus standi, com a possibilidade de ingresso direto à
Corte, para além do mero locus standi, que somente permite que um
cidadão deflagre uma ação no sistema regional quando representado por
órgão terceiro (como faz a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no
sistema interamericano).

 A Corte Europeia possui duas competências: uma consultiva e outra


contenciosa (apenas declara se o Estado violou ou não a Convenção Europeia.)

OBS: No Brasil, Consultiva: TSE – única / Contenciosa: todas as nossas cortes

SISTEMA AFRICANO

 O sistema regional africano de direitos humanos nasce somente em 1981, com a


adoção da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos – Carta de Banjul
 Órgãos de Proteção: Comissão e Corte: originalmente a Comissão Africana dos
Direitos Humanos e dos Povos. A Corte Africana dos Direitos Humanos e dos
Povos foi somente estabelecida pelo Protocolo à Carta Africana de Direitos
Humanos e dos Povos de 1998, que entrou em vigor no ano de 2004.

 Expressa previsão de acesso direto dos indivíduos perante a Corte Africana,


o que consolida o jus standi individual no sistema regional africano (ainda
que condicionado ao aceite do Estado, nos termos do art. 34, § 6.º), à
dessemelhança do que existe no sistema interamericano, no qual o jus standi
perante a Corte Interamericana ainda é vedado expressamente aos indivíduos.

 A Corte Africana detém competência consultiva e contenciosa.

SISTEMA INTERAMERICANO - SISTEMA INTERAMERICANO DE DH

 Origem com a Carta de Bogotá de 1948

 Instrumento: Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969),


internalizada no Brasil pelo Decreto 678/92
Tem vários tratados: Pacto de São Salvador (facultativo a convenção), Tratado
contra tortura, Convenção de Belém, Tratado para pessoas com deficiência.
Se quiser entender de órgãos da convenção e corte – Convenção
 Órgãos autônomos e independentes da Convenção:

a) Comissão Interamericana de Direitos Humanos


b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.

OBS: ESTADOS QUE SERÃO PROCESSADOS, NÃO SE PROCESSA


INDIVÍDUOS. TPI é o único que processa indivíduo (tribunal penal internacional) –
Brasil pode entregar brasileiro para ser julgado no tpi.

IMPORTANTE: Estados não são condenados por crime, tem apenas responsabilização
civil.
 Comissão Interamericana de Direitos Humanos
 É composta por sete peritos (não representam o seu país) votados pela
Assembleia Geral da OEA. Eles são escolhidos por suas qualidades
individuais e não como representantes de seus governos.
Recebimento de denúncias de violações contra direitos humanos dada por
indivíduos ou organizações não governamentais.
Requisitos para o procedimento na Corte: art. 46 da Convenção

 Corte Interamericana de Direitos Humanos


 órgão judicial internacional autônomo do sistema da OEA, criado pela
Convenção Americana dos Direitos do Homem, que tem competência de
caráter contencioso e consultivo.
 tribunal composto por sete juízes nacionais dos Estados-membros da
OEA, com mandatos de 6 anos, permitida uma reeleição.
 competência para conhecer de qualquer caso, desde que os Estados-
Partes no caso tenham reconhecido a sua competência. Somente a
Comissão Interamericana e os Estados Partes da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos podem submeter um caso à decisão desse
Tribunal
2 Decisões contrariam decisões internas:
- ADPF 153, STF decidiu que a lei da anistia é recepcionada pela CF, e é bilateral.
Conflitam com decisões da Corte: Caso Gomes Lund e Caso Herzog: Cuidam de Justiça
de Transição – passagem de regimes ditatoriais para regimes democráticos – Devem
condenar penalmente os torturadores militares ainda vivos.
- Não tem como implementar a decisão da corte diante de conflito interno. Tortura na
CF, art. 5°, 42, inafiançável e suscetível de graça e anistia – prescreve. OBS:
Coercibilidade de decisão?

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Supremacia da constituição, detém hierarquia, rigidez – o controle de


constitucionalidade existe para proteção desse ordenamento e até para proteção do
próprio direito fundamental.

A norma a ser aplicada precisa ser uma norma constitucional, deve estar de acordo com
a lei maior.

Ao aplicar uma norma, hoje, ela precisa ser constitucional e convencional (estar de
acordo com os DH’s).

Quais os três degraus : existir (processo legislativo de criação), validade (aquela norma
retira fundamento de validade em norma superior – CF), eficácia (se ela existe, é válida,
é apta a produzir efeitos).
OBS: As normas nascem com presunção de constitucionalidade. Se estiver em
desacordo com a CF, é inconstitucional – é defeito na norma.

No momento em que ela é produzia existe uma constituição, e ela deve ser seu
parâmetro. Norma contraria a CF não pode produzir efeitos, efeitos ex tunc – retroagem.

As funções legislativa, executiva e judiciária fazem controle preventivo ou repressivo de


normas para que elas estejam em conformidade com a CF. O controle repressivo é feito
pelo sistema difuso e concentrado:

 CONTROLE DIFUSO: (ou aberto) a competência para exercer o controle


de constitucionalidade das leis é atribuída a todos os órgãos do Poder
Judiciário. Isso quer dizer que Judiciário poderia deixar de aplicar uma lei
aos casos concretos quando a considerasse inconstitucional.

 CONTROLE CONCENTRADO: (ou reservado) o controle de


constitucionalidade é de competência de um único órgão jurisdicional, ou
de um número bastante limitado de órgãos. => STF (CF) – TJ
(Const.Estaduais)
OBS: Brasil  o controle se caracteriza tanto pelo fato de o Poder Judiciário atuar
de forma concentrada (por meio do STF) quanto de forma difusa (por qualquer
juiz ou tribunal do país).

 Controle Concentrado, abstrato ou principal

O controle de constitucionalidade realizado de forma abstrata é aquele em que a


questão da constitucionalidade se encontra como questão central de mérito no
processo, demandando uma declaração que afirme ou negue o caráter constitucional
desse dispositivo.

Nesse caso, o controle será realizado por ações específicas previstas na Constituição
Federal (Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Direta de Inconstitucionalidade
por Omissão, Ação Declaratória de Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental), a serem julgadas pelo STF.

Por meio desse controle, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração,


procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo em
tese, sem relação com um caso concreto, com a finalidade de invalidar norma
incompatível com o texto constitucional, garantindo assim a segurança das relações
jurídicas.
 Objetivo: o processo é objetivo. Não tem partes. A preocupação é a norma.

 Origem austríaca: Kelsen estudou Constituição como o topo do ordenamento, é


necessário ter um tribunal, cujo a função seja analisar as normas e avaliar a
constitucionalidade delas.
Kelsen defendia que se inconstitucional, retirava do ordenamento (via
inconstitucionalidade com efeito ex nunc). Mas tecnicamente, não é isso que acontece.

Contextualização histórica:
- Controle concentrado chega no Brasil pela EC 16/65 – CF 1891 (já tinha ação
interventiva, mas emenda traz ADI – com apenas um legitimado PGR e PGJ)
- Constituição de 88 – Neoconstitucionalismo – ADO, mandado de injunção, ADPF e
ADI – amplia rol de legitimados
- EC 3/93 - ADC

 EFEITOS, EM REGRA: “erga omnes”, “ex tunc” (retroativos), vinculantes,


repristinatórios.

 Vinculante

 ADI, ADC, ADO e ADPF – Lei 9868/99 e Lei 9882/99

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE -ADC – lei 9868/99

Ação declaratória de constitucionalidade é uma ação por meio da qual o STF é


provocado para dizer que determinada lei ou ato normativo federal é compatível
com a CF/88. - EC 3/93- insere a ADC
Somente cabe ADC se houver uma divergência na jurisprudência sobre a
constitucionalidade daquela lei, ou seja, é necessário que existam juízes ou
Tribunais decidindo que aquela lei é inconstitucional. Se não existirem decisões
contrárias à lei, não há razão para se propor a ADC. – isso poderia gerar insegurança
jurídica

Art. 14. A petição inicial indicará: III - a existência de controvérsia judicial relevante
sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.
!!! Para que a ADC possa ser ajuizada, é necessário que haja controvérsia judicial que
esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da norma impugnada.

IMPORTANTE: Na ADI, não há necessidade de que seja demonstrada a existência de


controvérsia judicial relevante. É possível, portanto, que seja proposta ADI tão logo
uma lei seja publicada

OBJETIVO: Sanar dúvida de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, frente


a CF. Deve-se ter controvérsia judicial relevante.

IMPORTANTE: ADC busca transformar a presunção relativa de


constitucionalidade em presunção absoluta.

OBJETO: ADC tem como objeto apenas as leis e atos normativos federais. Leis e
atos normativos estaduais, municipais e distritais não estão sujeitos, em qualquer
hipótese, à ADC. Para que a ADC possa ser ajuizada, é necessário que haj

OBS: o STF, é possível que haja cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC.22 Por
exemplo, pode ser ajuizada ADI no STF com um pedido de declaração de
inconstitucionalidade do art. XX e, ao mesmo tempo, pleiteando a declaração de
constitucionalidade dos arts. ZZ e YY.
!!! Estados podem implementar ADC em frente a Constitucional Estadual? José Afonso
da silva: Não admite ADC estadual. A doutrina majoritária entende que não (adc 44).
Mas há quem entenda que sim – Nagib Slaibi Filho.
Doutrina majoritária: ADC quer transformar a presunção relativa em presunção
absoluta e então o parâmetro deve ser a constituição. A constituição estadual é poder
constituinte decorrente, não está no mesmo parâmetro que a federal. Só posso ter a
norma dando esse controle e presunção absoluta se for a constituição federal.
Norma de reprodução obrigatória pode também ser omissa ou não ter sido repetida.
Então mesmo essas normas, para ampla maioria da doutrina, não cabem ADC nem face
de tais normas.

IMPORTANTE: ADC: Tem um relator, só pode ser julgado em plenário, relator analisa
o caso e decide ou não pela liminar. Só vai decidir sozinho se estiver em recesso,
tirando isso precisa de maioria absoluta.
OBS: existem 2 quóruns: I. Para iniciar uma sessão plenária no STF 2/3, ou seja, 8
ministros; II. Para julgar e decidir se a norma é constitucional ou inconstitucional,
maioria absoluta, então preciso de 6 ministro.
E se ficar empatado? Exemplo tenho 10 ministros para votar porque 1 está impedido.
Sendo ADI, ADC, ADPF, a norma é mantida e declarada válida. Não será declarada
constitucionalidade e inconstitucionalidade, contínua do jeito que está.

PROCESSO DO CONTROLE ABSTRATO

LEGITIMADOS ADI E ADC: O STF diferencia os legitimados a propor ADI em dois


grupos:

 Legitimados Universais: São aqueles que podem propor ADI sobre qualquer
matéria.
São eles: Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos
Deputados, partido político com representação no Congresso Nacional, Procurador-
Geral da República e Conselho Federal da OAB.
 Legitimados Especiais: São aqueles que só podem propor ADI quando haja
comprovado interesse de agir, ou seja, pertinência entre a matéria do ato
impugnado e as funções exercidas pelo legitimado. Em outras palavras, só
poderão propor ADC quando houver pertinência temática.
São eles o Governador de Estado e do DF, Mesa de Assembleia Legislativa ou da
Câmara Legislativa do DF e confederação sindical e entidade de classe de âmbito
nacional.

EC nº 45/2004 ampliou o rol de legitimados a propor ADC perante o STF, de modo que
segundo o art. 103, CF/88, temos os mesmos legitimados para propor a ADI e a ADC.

IMPORTANTE: Entidade de classe que representa apenas parte da categoria


profissional (e não a sua totalidade), não pode ajuizar ADI/ADC
Partido político não precisa de pertinência temática – só precisa representação em
Congresso Federal.

 A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional


não possui legitimidade ativa para ajuizamento de ações de controle
concentrado de constitucionalidade. Por esse motivo, a Federação
Nacional do Fisco Estadual e Distrital - FENAFISCO não tem
legitimidade para a propositura de ADI na medida em que constitui
entidade representativa de apenas parte de categoria profissional, já que
não abrange os auditores fiscais federais e municipais. STF. Plenário.
ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
19/10/2020 (Info 995).

NÃO ATUAÇÃO DA AGU: Não há participação do Advogado-Geral da União (AGU)


no processo de ADC. Entende o STF que, uma vez que o autor busca a preservação da
constitucionalidade do ato, não é necessário que o AGU exerça papel de defensor da
mesma
MEDIDA LIMINAR EM ADC: Da mesma forma que na ADI, o STF poderá, em sede
de ADC, deferir pedido de medida cautelar, por decisão da maioria absoluta dos seus
membros. Esta consistirá na determinação de que os juízes e tribunais suspendam o
julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto
da ação até que esta seja julgada em definitivo. Destaca-se que, da mesma forma que a
cautelar em ADI, tem eficácia “erga omnes” e efeitos vinculante e “ex nunc”.

IMPOSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA: Assim como ocorre na ADI e na ADO, não


é admissível a desistência da ADC já proposta (art. 16, Lei 9.868/99).

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E “AMICUS CURIAE” :De modo semelhante ao


que ocorre na ADI e na ADO, não é admitida a intervenção de terceiros na ADC (art.
16, Lei 9.868/99). É, contudo, admitida a figura do “amicus curiae”.

EFEITOS NA DECISÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:


 Erga Omnes: Todos devem observar. Não significa efeito automático. eficácia
contra todos e efeito vinculante
EX: processo que foi indeferido, mas a norma que fundamentou meu processo foi
declarada inconstitucional. Vai desconstituir a coisa julgada? Não. O que é possível
é ingressar com ação rescisória. Artigo 525 §§14 e 15 e 535 §5 CPC, deve ser
requerido, não é algo automático.

 Normativo: ex tunc. Admite a modulação de efeitos (art. 27 da Lei 9868/99 – ex


nunc) - retroage “sempre foi constitucional”
 Executivo: Efeito vinculante (art.28,§único) – Não vincula STF e legislativo
A decisão do STF, no âmbito de ADC, vinculará os demais órgãos do Poder
Judiciário e a Administração Pública Direta e Indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal.
 Interpretação conforme a Constituição
 Declaração Parcial de Nulidade sem Redução de Texto

OBS: ADC é uma ação de natureza dúplice (ou ambivalente). Se ela for julgada
procedente, será declarada a constitucionalidade da norma; por outro lado, se for julgada
improcedente, a norma será declarada inconstitucional.

IMPORTANTE: Modulação dos Efeitos  Modulação visa assegurar outros valores


também constitucionalizados (segurança jurídica, interesse social, boa-fé, proteção da
confiança legítima). Tem cabimento tanto no controle difuso (excepcional) como
concentrado.

Art. 27 da Lei 9.868/99 “ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e


tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social,
poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
seu trânsito em julgado ou de outro momento em que venha a ser fixado”. – Atribuição
de efeito ex nunc

!!!! ADC é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios. Além


disso, a decisão em ADC não pode ser objeto de ação rescisória
OBS: mesmo que uma norma tenha passado por uma ADC ela pode passar por uma
ADI ou ADPF depois, se houver mudança significativa na realidade social ou na CF.

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