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I.

Agravo interno
1. Objeto
O CPC prevê expressamente o agravo interno
no seu art. 994, III. Conforme art. 1.021 do
CPC, será cabível contra qualquer decisão
proferida pelo relator e deverá ser interposta
mediante petição dirigida ao relator e julgado
pelo respectivo órgão colegiado, observando
as regras de processamento do regimento
interno do tribunal.
Regras de processamento no TJ/CE:
Regimento Interno:
CAPÍTULO V Do Agravo Interno

Art. 268. Caberá agravo interno, sem efeito suspensivo,


no prazo de quinze dias, no âmbito processual civil e
penal, contra atos do Presidente do Tribunal, do Vice-
Presidente e do relator nos processos de suas
competências, que causarem prejuízo ao direito das
partes, excetuando-se os casos em que a legislação
dispuser outros meios de impugnação desses decisórios
Art. 269. O agravo interno será dirigido ao prolator da
decisão recorrida, e terá curso em apenso aos autos
em que foi proferida aquela.

Art. 270. O prolator da decisão recorrida, após ouvir o


agravado, se não reconsiderá-la, julgará o agravo
interno, após prévia inclusão em pauta, proferindo
voto.
Regras de processamento no TRF5:
TÍTULO VII
DOS RECURSOS CONTRA DECISÕES E
ACÓRDÃOS DO TRIBUNAL

CAPÍTULO I
DOS RECURSOS PARA O PRÓPRIO TRIBUNAL

Seção I
Do agravo interno
Art. 218. Cabe, em 15 (quinze) dias, salvo as
exceções legais, agravo interno contra decisão
de Presidente do Tribunal ou de Turma, bem
assim de Relator, que poderá,
fundamentadamente, reconsiderá-la, ou
submetê-la, na primeira sessão seguinte, para
que o colegiado competente sobre ela se
pronuncie, computando-se o seu voto.
§1º Se o Presidente for Relator e houver
empate na votação, a decisão agravada
prevalecerá.

§ 2º O julgamento do agravo interno depende


de prévia inclusão em pauta.
Regras de processamento no STJ:
CAPÍTULO III - Dos Recursos de Decisões
Proferidas no Tribunal
SEÇÃO I-A
Do Agravo Interno
Art. 259. Contra decisão proferida por Ministro
caberá agravo interno para que o respectivo
órgão colegiado sobre ela se pronuncie,
confirmando-a ou reformando-a.
§ 1º O órgão do Tribunal competente para
conhecer do agravo é o que seria competente
para o julgamento do pedido ou recurso.

§ 2º Na petição de agravo interno, o recorrente


impugnará especificadamente os fundamentos
da decisão agravada.
§ 3º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o
agravado para manifestar-se sobre o recurso no
prazo de quinze dias, ao final do qual, não havendo
retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta.

§ 4º Quando o agravo interno for declarado


manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão
fundamentada, condenará o agravante a pagar ao
agravado multa fixada entre 1% e 5% do valor
atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está
condicionada ao depósito prévio do valor da multa
prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o
pagamento ao final.

§ 6º O agravo interno será submetido ao prolator da


decisão, que poderá reconsiderá-la ou submeter o
agravo ao julgamento da Corte Especial, da Seção ou
da Turma, conforme o caso, computando-se também
o seu voto.
§ 7º Se a decisão agravada for do Presidente
da Corte Especial ou da Seção, o julgamento
será presidido por seu substituto, que votará
no caso de empate.
Regras de processamento no STF:
Seção II
Do Agravo Regimental

Art. 317. Ressalvadas as exceções previstas


neste Regimento, caberá agravo regimental,
no prazo de cinco dias de decisão do
Presidente do Tribunal, de Presidente de
Turma ou do Relator, que causar prejuízo ao
direito da parte.
§ 1º A petição conterá, sob pena de rejeição
liminar, as razões do pedido de reforma da
decisão agravada.
§ 2º O agravo regimental será protocolado e,
sem qualquer outra formalidade, submetido ao
prolator do despacho, que poderá reconsiderar
o seu ato ou submeter o agravo ao julgamento
do Plenário ou da Turma, a quem caiba a
competência, computando-se também o seu
voto.
§ 3º Provido o agravo, o Plenário ou a Turma
determinará o que for de direito.

§ 4º O agravo regimental não terá efeito


suspensivo.

§ 5º O agravo interno poderá, a critério do


Relator, ser submetido a julgamento por meio
eletrônico, observada a respectiva competência
da Turma ou do Plenário
2. Prazo
O agravo interno deverá ser interposto no
prazo geral de 15 dias, como disposto no art.
1.003, § 5º do CPC.
3. Processamento
Na petição de agravo interno o recorrente
deverá impugnar especificamente os
fundamentos da decisão agravada.

O relator intimará o agravado para se


manifestar no prazo de 15 dias, findo o qual,
não havendo retratação, será incluído em
pauta para julgamento pelo órgão colegiado.
Em sendo o agravo interno declarado
manifestamente inadmissível ou improcedente
em votação unânime, o órgão colegiado
condenará o agravante a pagar ao agravado
multa fixada entre um e cinco por cento do
valor corrigido da causa.
II. Jurisprudência
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL
EM MEDIDA CAUTELAR. AGRAVO
REGIMENTAL CONTRA DECISÃO
COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. PRINCÍPIO
DA FUNGIBILIDADE. APLICAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. ERRO GROSSEIRO.
1. De acordo com o disposto no art. 258 do
Regimento Interno do Superior Tribunal de
Justiça, a interposição de agravo regimental
somente é cabível contra decisão monocrática.
2. A interposição de regimental contra decisão
colegiada constitui erro grosseiro e inescusável,
que inviabiliza, até mesmo a aplicação do
princípio da fungibilidade recursal. Precedentes.
3. Agravo regimental não conhecido. (AgRg no
AgRg na MC 23.379/GO, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
02/12/2014, DJe 12/12/2014).
IV. Conclusão de aula
Com o advento do novo CPC, o agravo interno
ganhou destaque e passou a ser regido por
capítulo específico do Código, uniformizando,
assim, a sua forma de processamento e
possibilitando um controle maior acerca das suas
hipóteses de cabimento e requisitos de
admissibilidade. O objetivo principal do recurso
em análise é possibilitar que o colegiado reaprecie
a decisão proferida monocraticamente pelo relator
nas hipóteses em que ele possui poderes para
tanto.
Caso
Diante de uma decisão monocrática de
desprovimento proferida em sede de apelação pelo
relator, a parte recorrente interpôs embargos de
declaração, visando à reforma do julgado, sem
apontar qualquer omissão, contradição,
obscuridade ou erro material. É possível, neste
caso, o recebimento dos embargos de declaração
como agravo interno? Aplica-se aqui a fungibilidade
recursal? No caso de ser recebido como agravo
interno, é possível a aplicação da multa do artigo
1.021, § 4º se o recurso for manifestamente
improcedente?

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