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EXERCÍCIO DE PROCESSO CIVIL III

01) “A” move ação de cobrança em face de “B”, seguradora, pleiteando o cumprimento
do contrato através do recebimento do valor do seguro do veículo, cujo pagamento foi
recusado, sob a alegação de fraude. Na audiência de instrução e julgamento, o
magistrado julga procedente o pedido e condena a seguradora ao pagamento do valor
estipulado em contrato. No mesmo ato, concede tutela antecipada, determinando que a
seguradora efetue o pagamento do valor, sob pena de incidência de multa diária e como
condição para o recebimento do recurso de apelação. Diante disso pergunta-se:

a) Em face dos princípios que regem os recursos, está correta a decisão do magistrado?

b) Quais princípios recursais foram infringidos pela decisão?

c) Qual a solução cabível para o problema? Leve em conta que o réu não deseja efetuar
o pagamento da condenação, dado o autor não possuir bens e, portanto, não será
possível o ressarcimento do valor se provido o recurso.

d) Realizado o depósito da quantia e deferido o seu levantamento sem que o réu ainda
houvesse recorrido da decisão, como poderá reaver a quantia eis que o autor não possui
bens que garantam a sua responsabilidade pelo levantamento da quantia? Seria diversa a
resposta se o réu houvesse agravado/apelado da decisão? Poder-se-ia responsabilizar o
Estado pelo levantamento da quantia?

e) A tutela antecipada foi concedida sem que o Autor a tivesse requerido. A sua
concessão pelo magistrado, com base no poder geral de cautela, fere o princípio
dispositivo?

02) “A” interpõe agravo de instrumento contra decisão do magistrado que indeferiu a
produção de prova consistente em gravação de comunicação telefônica, determinando o
desentranhamento de sua transcrição e o encaminhamento ao MP para apreciação de
ocorrência delitiva. Fundou-se a decisão agravada no princípio constitucional que
resguarda o sigilo das comunicações telefônicas. Entendeu o seu prolator que, diante da
nova redação do texto, tem-se por encerrada a discussão jurisprudencial, uma vez que
prova oriunda de comunicação telefônica somente será admitida se houver autorização
judicial e, além disso, para fins de investigação criminal. Como não se configuram tais
pressupostos, a prova há de ser tida como inconstitucional. O Tribunal, por sua vez,
entendeu, com base em entendimentos doutrinários, que a gravação, tendo sido
realizada sem interferência de terceiros, trata-se de prova lícita, devendo o Juiz apreciar
o valor do documento, dando assim provimento ao agravo, com admissão da prova
oferecida pelo agravante. Está correta a interpretação conferida ao caso? Opine.

03) João ajuíza ação em face da Fazenda Pública Estadual, por ter sido atropelado por
viatura policial trafegando em alta velocidade e sem ter sirene ligada. Requer a
condenação da Fazenda na reparação dos danos materiais e morais provocados pelo
acidente. Julgada parcialmente procedente a demanda, restou a Fazenda condenada
apenas quanto aos danos materiais, bem como nos honorários advocatícios, estes
fixados em 15%. A Fazenda Pública apelou exclusivamente para diminuição da verba
honorária a que foi condenada; o autor, por sua vez, recorreu para a ampliação da
condenação, abrangendo também os danos morais; o juízo, por sua vez, e nos termos do
art. 496 do nCPC, recorre ex officio. Pergunta-se:

a) Na hipótese do Tribunal não conhecer do recurso do autor, poderá, ainda assim,


ampliar a condenação da Fazenda com fulcro no recurso ex officio?

b) Qual a extensão do efeito devolutivo no recurso ex officio?

c) A proibição da reformatio in pejus é efeito dos princípios recursais?

d) No caso do Recurso da Fazenda, para diminuição da condenação dos honorários de


15% para 10%, poderá o Tribunal, invocando o art. 85, par. 8º, reduzí-la para 5% sobre
o valor da condenação?

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