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MATERIAL INFORMATIVO

E EDUCATIVO
PARA PROFISSIONAIS
DE EDUCAÇÃO

ORIENTAÇÕES PARA A
REALIZAÇÃO DE ESCUTA
ESPECIALIZADA
DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
NO CONTEXTO ESCOLAR

SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO-SEDE


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GERENCIA DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA-GEIDH
GOVERNADOR DE PERNAMBUCO
Paulo Henrique Saraiva Câmara

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO
Marcelo Andrade Bezerra Barros

SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO


Ana Coelho Vieira Selva

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE GESTÃO DE REDE


João Carlos de Cintra Charamba

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE ESPORTES DE PERNAMBUCO


Diego Porto Pérez

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO


Leonardo Ângelo de Souza Santos

SECRETÁRIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL E PROFISSIONAL


Maria de Araújo Medeiros

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS


Alarmatine Ferreira de Carvalho

GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA, DIREITOS


HUMANOS E CIDADANIA
Vera Lúcia Braga de Moura

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SUMÁRIO

1 MATERIAL INFORMATIVO E EDUCATIVO PARA PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO ................4

2 O QUE É ESCUTA ESPECIALIZADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CONTEXTO


ESCOLAR? .....................................................................................................................................4

3 FINALIDADE E IMPORTÂNCIA DA ESCUTA ESPECIALIZADA NA ESCOLA .............................6

4 COMO REALIZAR A ESCUTA ESPECIALIZADA NO ÂMBITO ESCOLAR? ..................................7

5 A ESCUTA ESPECIALIZADA ...................................................................................................8

6 A REDE DE PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E SUA RESPONSABILIZAÇÃO .....8

7 DOS APORTES E ANTECEDENTES LEGAIS .............................................................................9

8 O ESTATUTO DA JUVENTUDE COMO COMPLEMENTO AO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE ............................................................................................................................10

9 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ....................................................................10

REFÊRENCIAS .............................................................................................................................11

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1 MATERIAL INFORMATIVO E EDUCATIVO PARA PROFISSIONAIS
DE EDUCAÇÃO

ORIENTAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DE ESCUTA ESPECIALIZADA DE


CRIANÇAS E ADOLESCENTES, NO CONTEXTO ESCOLAR, COM O
OBJETIVO DE INIBIR A VIOLÊNCIA E O ABUSO INFANTOJUVENIL, DE
ACORDO COM A LEI Nº 17.210, DE 15 DE ABRIL DE 2021.

A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, por meio da Secretaria


Executiva de Desenvolvimento da Educação (SEDE), no âmbito da Gerência de Políticas
Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH), veicula o
GUIA INFORMATIVO E EDUCATIVO DA ESCUTA ESPECIALIZADA de crianças e
adolescentes, no contexto escolar, visando informar e orientar os profissionais da
educação acerca do enfretamento às diversas violências que adentram o ambiente
escolar e garantir os direitos de prevenção e proteção às crianças e adolescentes. Nessa
direção, ressaltamos a observância nas Leis e demais documentos normativos que
tratam das garantias de direitos de crianças e adolescentes, bem como das ações
pedagógicas pertinentes à escuta especializada.
Aos/às Gestores/as, Técnicos Pedagógicos das Gerencias Regionais de
Educação, Educadores/as de Apoio, Analistas Educacionais, professores/as e demais
profissionais da educação.

2 O QUE É ESCUTA ESPECIALIZADA DE CRIANÇAS E


ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESCOLAR?

É a escuta que faz parte da rede de proteção às crianças e aos adolescentes:

1 - Deve-se considerar o princípio da intervenção mínima;


2 - Cada profissional deve se limitar às necessidades das informações;
3 - Estabelecer uma relação de confiança com a criança e/ou adolescente;
4 - Estabelecer empatia com a história da criança e/ou adolescente;

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5 - A criança e/ou adolescente é/são quem dita (m) o ritmo da conversa;
6 - Observar o que a criança e/ou adolescente está(ão) trazendo de dados para o/a
profissional que está desenvolvendo a escuta;
7 - A criança e/ou adolescente pode(m) trazer dados sobre a sua família, como é o
seu ambiente familiar, quem cuida dela (e), quem são as pessoas mais próximas e a
forma que é assistida;
8 - É necessário acolher o que a criança e/ou adolescente traz (em) na sua fala,
contudo não se deve forçar a(as) sua(s) fala(s), pois isso pode trazer danos para ela
(e)(elas/es);
9 - É necessário que o/a profissional de educação esteja aberto/a para aquilo que a
criança e/ou adolescente traz (em) na sua fala;
10 - A escuta, no âmbito da escola, é a forma mais eficaz de prevenir ou enfrentar a
violência infantojuvenil.

A escuta especializada e qualificada é um procedimento de entrevista / perguntas


utilizadas com criança e/ou adolescente em possível situação de violência, com o
objetivo de garantir a proteção e cuidado com a vítima. A escuta especializada
pode ser utilizada como preventiva ao estabelecer a cultura de promover
estratégias na escola de escuta com os estudantes, crianças e adolescentes.

As crianças e os(as)
adolescentes precisam
ser ouvidas (os)!
ESCUTA
ESPECIALIZADA

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3 FINALIDADE E IMPORTÂNCIA DA ESCUTA ESPECIALIZADA NA
ESCOLA

A finalidade principal é
Sua importância está no
garantir proteção e cuidados
acolhimento e escuta da fala
ao público infantojuvenil,
da criança e/ou do
visando prevenir situações de
adolescente
violências e abusos.

Além de acolhedor/a, o/a profissional de educação na escuta precisa ser sensível e


atento(a) às necessidades das crianças e dos adolescentes sem expô-los(as).

Para essa escuta, o ambiente deve proporcionar privacidade e sigilo.

É possível reconhecer as singularidades de cada criança e adolescente e acolher


empaticamente cada um (a) deles (as). Esse acolhimento exige do(a) profissional de
educação uma postura ética, no reconhecimento do protagonismo do (a) estudante em
seu processo de saúde e adoecimento.

O(a) profissional da escuta, na


escola, poderá ativar a rede
de proteção, como, por
exemplo, notificar o Conselho
Tutelar por violências sofridas
pela criança e/ou adolescente
sempre que necessário.

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4 COMO REALIZAR A ESCUTA ESPECIALIZADA NO ÂMBITO
ESCOLAR?

Narrativa não deve ser


Por meio da solicitação de
direcionada, nem com
uma narrativa.
análises ou julgamentos.

Trata-se de uma livre narrativa em que a criança e/ou o adolescente vai (ão)
falando livremente e o (a) profissional de educação na escuta vai solicitando que o
(a) estudante discorra com o maior detalhe possível como foi o seu dia.

A entrevista deve ser livre e espontânea. Se possível, que seja


realizada em um único tempo, sem a necessidade de repetir a
exposição da criança e/ou do (a) adolescente em outros dias.
Contudo, orientamos que sejam observados os comportamentos das
crianças e dos (as) adolescentes e sempre que perceber sinais
diferentes do comportamento habitual convidar para uma escuta.
Não deverá ser pedido, em momento algum, repetição de detalhes.

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5 A ESCUTA ESPECIALIZADA

ATENÇÃO!!!
Sempre que forem identificados sinais de violências,
fazer a escuta especializada.

É preciso que a escola tenha um


protocolo elaborado para posteriores
necessidades (como solicitações
feitas por outros órgãos de proteção,
por exemplo).

6 A REDE DE PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E SUA


RESPONSABILIZAÇÃO

Um dos principais diferenciais entre a "Doutrina da Proteção Integral à Criança e ao


Adolescente", instituída no Brasil pelo art. 227, caput, da Constituição Federal de 1988 e melhor
regulamentada a partir da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA), é, sobretudo, por sua
preocupação com a plena efetivação dos direitos infantojuvenis de maneira espontânea e
prioritária por parte do Estado, independentemente da "situação" em que a criança ou
adolescente se encontram e/ou da "judicialização" do atendimento (DIGIÁCOMO, MPPR).

Ressalta-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei "democrática”, elaborada


com a participação de diversos segmentos sociais, sendo destinado indistintamente a todas as
crianças e adolescentes, estejam ou não em "situação de risco", com seus direitos ameaçados
ou violados em razão da ação ou omissão da sociedade ou do Estado; por falta, abuso ou
omissão dos pais ou responsável; e, em razão de sua conduta ou "em condição de
vulnerabilidade", inclusive numa perspectiva preventiva.

Tomando como premissa a rede de proteção, podemos dizer que esta é constituída por
serviços da área de educação, saúde, assistência social e segurança pública. Essas ações devem

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ser articuladas pelos atores responsáveis no sentido de garantir os direitos da criança e do
adolescente.

A Rede de Proteção, ao envolver a ação de várias instituições governamentais ou não, visa


atuar em questões sociais de extrema complexidade, define estratégias para a prevenção,
atendimento e fomento de políticas públicas para crianças e adolescentes em situação de risco.
A educação, nomeadamente a escola, como integrante da rede tem a responsabilidade, junto
aos demais atores, de identificar, fazer o acolhimento do aluno, realizar a escuta especializada
qualificada, fazer a notificação e encaminhamentos possíveis e necessários.

7 DOS APORTES E ANTECEDENTES LEGAIS

Institui a obrigatoriedade de disponibilização no sítio eletrônico


da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, de
Lei nº 17.210,
material informativo e/ou educativo, com orientações para a
de 15 de abril
Escuta Especializada de Crianças e Adolescentes no Contexto
de 2021
Escolar, com o objetivo de inibir a violência e o abuso
infantojuvenil.
Lei nº 13.431,
Versa sobre o Sistema de Garantia de Direitos da criança e do
de abril de 2017
adolescente vítima ou testemunha de violência. Em seu Art. 7º
e o Decreto
traz afirmações sobre a Escuta Especializada.
9603/2018
O estatuto da juventude, que está em vigor desde 2014,
determina que o Estado brasileiro deve garantir direitos às
pessoas de 15 a 29 anos, e induz a criação de políticas públicas
Estatuto da
para essa população. Entre os direitos estão o direito à educação,
Juventude Lei
ao trabalho, à saúde e à cultura. Com o Estatuto da Juventude,
nº 12.852/2013
esses direitos são ampliados, como o direito à participação
social, ao território, à livre orientação sexual e à
sustentabilidade.
Prevê proteção integral às crianças e aos (às) adolescentes.
Prioridade à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
ECA – Estatuto
liberdade e à convivência familiar e comunitária. “Absoluta
da Criança e
prioridade” significa que a criança e o (a) adolescente terá (ão)
Adolescente Lei
preferência para receber proteção e socorro, assim como a
nº 8.069/1990
precedência de atendimento nos serviços públicos. Nenhuma
criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

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8 O ESTATUTO DA JUVENTUDE COMO COMPLEMENTO AO
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

As Crianças e adolescentes brasileiros têm seus direitos


protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA). Entretanto, fez-se necessário um complemento ao
ECA presente no Estatuto da Juventude. Ambos trazem
afirmações sobre o exercício de garantir direitos de
adolescentes entre 15 e 18 anos. Nessa faixa etária
prevalece o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas
excepcionalmente poderá ser aplicado o da Juventude.
Enquanto o ECA prevê tutela e proteção, o Estatuto da
Juventude propõe expansão das garantias dadas à
infância e adolescência e a percepção do jovem como
sujeito presente, que tem necessidades no agora (e não
como promessa de futuro).

9 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Art.5. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer


forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais
(Título I das Disposições Preliminares).

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,


de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra
criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao
Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de
outras providências legais. (Título II Dos Direitos Fundamentais
/ Capítulo I Do Direito à vida e à saúde) - (Redação dada pela Lei
nº 13.010, de 2014).

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REFÊRENCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília: Senado Federal, 1988.

___________. Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os
direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o sistema nacional de
juventude SINAJUVE. Diário Oficial da União, Brasília, 2013.

___________. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1990.

____________. Lei n° 13.431, de 04 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da


criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/L13431.htm. Acesso em: 06 maio 2021.

DIGIÁCOMO, M. J. A rede de proteção à criança e ao adolescente e a necessidade de ir “além da medida”.


Disponível em: http://crianca.mppr.mp.br/pagina-1570.html. Acesso em: 06 maio 2021.

PELISOLI, C. Canal Proteja. Depoimento Especial e Escuta Especializada. Vídeo. Publicado em: 19 set de
2020. Disponível em: https://m.youtube.com/watch?v=2iEI8N. Acesso em: 24 maio 2021.

PERNAMBUCO. LEI nº 17.210, de 15 de abril de 2021. Institui a obrigatoriedade de disponibilização no


sítio eletrônico da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, de material informativo e/ou
educativo, com orientações para a Escuta Especializada de Crianças e Adolescentes no Contexto Escolar,
com o objetivo de inibir a violência e o abuso infanto-juvenil. Disponível em: http://legis.alepe.pe.gov.br
Portal da Legislação Estadual de Pernambuco – Alepe Legis. Acesso em: 07 maio 2021.

Material informativo e educativo para profissionais de educação. Orientações para a


realização de escuta especializada de crianças e adolescentes no contexto escolar. Vera Lúcia
Braga de Moura; Anair Silva Lins e Mello. Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco
(SEE) / Secretaria Executiva de Desenvolvimento da Educação (SEDE) / Gerência de Políticas
Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH). Recife, 2021.

1. Crianças - 2. Adolescentes - 3. Escuta especializada - 4. Escola - 5. Prevenção


Revisão: Wanda Maria Braga Cardoso (SEDE/GEPAF/UEFAF)

Informações: e-mail: escolalegalgeidh@gmail.com; telefone (81)31838654.

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