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Cadernos PDE
VOLUME I I
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica
2009
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED
FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS
DE PARANAGUÁ-FAFIPAR
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
PARANAGUÁ – PARANÁ
2010
SELMA CAMARGO MEIRA
PARANAGUÁ – PARANÁ
2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................04
2. 1ª UNIDADE: A LEGISLAÇÃO E A PESSOA COM TRANSTORNO DO DÉFICIT
DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE ...........................................................................06
3. 2ª UNIDADE: O CÉREBRO E O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE .................................................................................10
3.1. Funções Executivas......... ........................................................................12
3.2. Hiperatividade....... ...................................................................................14
3.3. Atenção e Memória ....... ..........................................................................16
3.4. Memória .. ................................................................................................18
4. 3ª UNIDADE: TRANTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO – CONCEITO,
SINTOMAS, TIPOS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ..........................................22
4.1. Processo Diagnóstico ........... ..................................................................23
4.2. Tratamento ..... ........................................................................................27
5. 4ª UNIDADE: DIAGNÓSTICO E INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO..............28
6. 5ª UNIDADE: IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS DO TDAH – No Contexto
Escolar e INTERVENÇÃO .......................................................................................41
6.1. Papel da Família, Escola e do Professor ................. ..............................43
6.2. Intervenções........ ....................................................................................45
7. CONCLUSÃO .......................................................................................................51
8. REFERÊNCIAS ....................................................................................................53
INTRODUÇÃO
4
Com o conhecimento, compreensão e com as informações obtidas através
dos instrumentos elencados, professores e equipes pedagógicas terão a
oportunidade de conhecer, descrever, explicar, prever e planejar atividades que
atendam as reais necessidades destes alunos, o que possibilitará avanços
significativos na vida escolar.
5
1ª UNIDADE
TEMA: A LEGISLAÇÃO E A PESSOA COM TRANSTORNO DO
DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
7
Pedagógicos Especializados às crianças ou adolescentes que apresentem
dificuldades comportamentais ou de aprendizagem, conforme destaca:
8
Baseado nestas práticas inclusivas destacou Freire:
Acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=C3trLt0IoOw&feature=related 6:17
9
2ª UNIDADE
TEMA: O CÉREBRO E O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
MITO: Os cérebros das pessoas com TDA são superativos e precisam de medicação
para se acalmar.
FATO: Uma subatividade nas redes de gerenciamento do cérebro é típica das
pessoas com TDAH? Medicações eficientes aumentam o sentido de alerta e
melhoram a comunicação no sistema de gerenciamento do cérebro.
Segundo BROWN (2007, pág. 55), o entendimento dos processos a respeito
do cérebro requer conhecimento a respeito de como os componentes críticos do
cérebro operam conjuntamente.
10
os centros integrativos um número cada vez maior e informações retiradas dos
múltiplos centros.
Os centros locais, localizados principalmente na parte posterior do cérebro,
processam somente tipos específicos de informações, por exemplo, percepções
retiradas de um determinado sentido: visão, audição, olfato, paladar e outro. Os
estímulos recebidos olhos, ouvido, nariz, garganta e pele são transportados
rapidamente ao centro apropriado, na parte de trás do cérebro, criando um fluxo de
imagens fragmentadas daquilo que é visto, ouvido, cheirado, tocado, etc., no mundo
externo.
Os centros regionais juntam essas informações fragmentadas, formando
mapas informativos mais complexos e melhor integradas. Por exemplo, o córtex
visual recebe da retina de cada olho as imagens fragmentadas de objetos e cenários
percebidos pela visão. Esses estímulos então são montados pelo córtex de
associação visual em uma imagem mais coerente e reconhecível do que está sendo
observado de momento em momento. O fluxo constante destes dados é organizado
por inúmeros outros centros. Estas áreas se integram e estão unidas permitindo o
fluxo rápido e progressivo das informações, para criar atualizações mais recentes.
Ainda segundo BROWN (2007) o córtex-pré-frontal é um componente
relativamente pequeno do cérebro humano, ocupando menos que um terço do
volume total do cérebro. Esse centro de gerenciamento central está conectado com
todas as unidades funcionais do cérebro, as quais:
Recebem input sensorial;
Controlam movimentos;
Administram a memória;
Lidam com emoções;
Tomam decisões;
Controlam ativação;
Mantêm estabilidade das funções vitais do corpo.
O córtex pré-frontal é o único segmento que está totalmente conectado com
outros aspectos do cérebro e com caminhos neurais que os unem sendo, os
responsáveis também pela atenção e memória.
Todos estes elementos acima citados são utilizados pelos indivíduos para
organizar e planejar a sua vida seja na escola, em casa ou no trabalho, que recebem
o nome de funções executivas.
11
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Segundo Rodhe & Mattos (2003) as funções executivas compreendem uma
classe de atividades altamente sofisticadas, que capacitam o indivíduo ao
desempenho de ações voluntárias, independentes, autônomas, auto-organizadas
para metas específicas. Em conjunto, englobam todos os processos responsáveis
por focalizar, direcionar, regular, gerenciar e integrar funções cognitivas, emoções e
comportamentos, visando à realização de tarefas simples de rotina e também,
principalmente, à solução ativa de novos problemas. Essa coleção de funções
reguladoras ou de gerenciamento abrange subdomínios específicos do
comportamento, que incluem:
a) gerar intenções (volição)
b) iniciar ações
c) selecionar alvos
d) inibir estímulos competitivos
e) planejar e prever meios de resolver problemas complexos
f) antecipar conseqüências
g) mudar as estratégias de modo flexível, quando necessário: e
h) monitorar o comportamento passo a passo, comparando resultados parciais
com o plano original.
O sistema de controle executivo é responsável, por recrutar e extrair
informações de diversos outros sistemas cerebrais (perceptivo, lingüístico,
mnemônico, emocional). Os substratos neurais das funções executivas
correspondem aos circuitos frontais, que compreendem a região frontal, em especial
a região pré-frontal, e suas conexões com o córtex posterior e com as áreas
subcorticais. Conexões bidirecionais comunicam o córtex pré-frontal com as áreas
motoras, o sistema límbico, o sistema reticular ativador e o córtex de associação
posterior, o que dá aos sistemas frontais o caráter regulador das funções
motivacionais, emocionais, atentivas, perceptivas, cognitivas e do comportamento
em geral.
Brown (2000) propõe uma classificação dos sintomas do TDAH mais
abrangentes do que aquela do DSM-IV, que basicamente lista sintomas de
desatenção, hiperatividade, impulsividade. Mediante um questionário de 40
perguntas, os sintomas levantados por Brown reúnem-se em 05 grupos:
a) organização e ativação para o trabalho (iniciativa):
b) focalização e sustentação da atenção;
12
c) manutenção consistente da energia e esforço das tarefas (auto-regulação
motivacional);
d) manejo da interferência do afeto (labilidade do humor e sensibilidade a críticas);
e) memória de trabalho e recuperação de informações recentes. Esses sintomas
abrangem de modo amplo, as disfunções executivas da pessoa com o transtorno,
incluída a desatenção. Estas pessoas referem-se ao seu cotidiano, dificuldades para
tomar iniciativas, especialmente sem estímulos externos, planejar, estabelecer
prioridades e organizar-se para o trabalho. Referem-se, ainda, procrastinação; falta
de monitoramento em relação a tempo, prazos e às próprias finanças; sonolência
diurna; lentidão e inconsistência no desempenho, declínio rápido da motivação,
interrupção de tarefas antes de concluí-las; baixa tolerância à frustração e problemas
de memória. Tudo isto requer muitas das funções basicamente entendidas como
executivas. Por fim, os déficits da capacidade de reconstituição vão se manifestar
naquelas atividades complexas que requerem análise e síntese, como por exemplo,
a recontagem de histórias a e a construção de narrativas.
Além das possíveis alterações no funcionamento executivo, a criança com
TDAH também apresenta déficit associado a outras áreas do desenvolvimento que
aumentam ainda mais as dificuldades na aprendizagem e na escolarização. Criança
com TDAH também apresentam maiores índices de má articulação e de fala
desorganizada, o que implica em dificuldade para organizar o pensamento e as
respostas, especialmente as respostas complexas de compreensão de leitura.
Estudos também demonstram maiores índices de dificuldade na coordenação
motora refinada, que a afetam principalmente a escrita tanto no aspecto do tempo
que levam para escrever, quanto na qualidade da letra.
processo de aprendizagem.
13
HIPERATIVIDADE
Imagem: http://www.farmacianet.blogspot.com
14
também podem persistir até a idade escolar. Para considerar um pré escolar
hiperativo, esta criança deve apresentar: inquietude, impaciência, espírito destrutivo,
fala muito e rápido, baixa tolerância à frustração, sem noção de perigo, não se fixa
só num brinquedo, distrai-se com muita facilidade.
criança na escola?
15
Atrapalham a dinâmica das aulas
Falam muito com os colegas
Não prestam atenção e não conseguem se concentrar nas atividades
Interrompem a professora com freqüência
Interferem de modo impróprio e inoportuno nas conversas dos outros alunos
Tumultuam a classe com brincadeira fora de aula
Apresentam iniciativas descontroladas
O desempenho global nas diversas atividades encontra-se em nível além da
média do seu grupo
ATENÇÃO E MEMÓRIA
Sendo a Desatenção um dos sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção
torna-se necessário rever a importância da Atenção e Memória no processo da
aprendizagem, pois estas são imprescindíveis para a aquisição da Aprendizagem
(Rotta, pág.303). A desatenção é um distúrbio que surge pela alteração dos
sistemas que regulam a vigília, especialmente os sistemas reticular, talâmico e
cortical. Devem sempre ser consideradas as duas áreas corticais para a atenção: a
área posterior occipitotemporal, cuja maturação se faz mais precocemente; e a área
anterior pré-frontal, cuja maturação é mais tardia.
Wajnsztejn (2000) afirma que para que haja uma boa aprendizagem não
basta apenas visualizar a mesma informação várias vezes. É necessário um estado
de atenção e concentração para que as informações sejam captadas e
armazenadas. O estado de atenção é o resultado de uma ativação adequada do
cérebro por estruturas presentes no tronco encefálico, que constituem a chamada
formação reticular, formando o que se denomina Sistema Ativador Reticular
Ascendente (SARA). A formação reticular é composta por conjuntos de células
nervosas (neurônios) de diferentes tipos e tamanhos, que possuem às vezes
extensões dentriticas bastante amplas e ramificadas.
16
Fonte: McCRONE, JOHN. Como o cérebro funciona. Série Mais Ciência. São Paulo, Publifolha, 2002 retirado do site www.afh.bio.br
17
MEMÓRIA
A memória é uma função cognitiva essencial que permite fixar, guardar e
recuperar diferentes tipos de informações. Sendo assim, a memória é a capacidade
de lembrar de experiências já vivenciadas ou aprendidas.
Para Gómez & Teran a memória é um processo complexo que abrange o
neurológico, o psíquico e o cognitivo. Depende das associações neurais que são
organizadas de forma específica, constituindo uma enorme rede distribuída pelo
córtex cerebral e as formações subcorticais. É importante conhecer de que forma o
cérebro processa a informação para ser rejeitada ou retida na memória de longo
prazo. Este processo inclui três grandes passos:
1. Registro Sensorial
2. Memória de Curto Prazo
3. Memória de Longo Prazo
Faça um teste em
http://www.youtube.com/watch?v=0W0pwBonpg4&feature=related
18
Memória de Trabalho: este é o segundo estágio da memória temporária e o
processamento já ocorre em nível consciente. Quando algo está na memória de
trabalho geralmente capta nossa atenção. Esta memória é chamada de trabalho
porque é na qual pode reunir, separar ou trabalhar sobre as idéias para armazená-
las em outro lugar. Pesquisadores colocam a hipótese de que a capacidade de
armazenamento na memória de trabalho varia de acordo com a idade. Em
adolescentes e adultos o tempo médio de retenção situa-se entre 15 a 25 minutos.
Isto significa que passado este tempo a fadiga ou o tédio podem fazer com que não
se consiga mais focalizá-la. Para continuar trabalhando com este material seria
necessário mudar a forma de abordá-lo.
PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO
EXPRERIÊNCIAS PASSADAS
M
E
R M M
E M E Ó
M G E M R
E I M Ó I
I S Ó R A
O Visão T R I
R I A D
A Audição O A E
M D
Tato Sentido
B S I E L
Significado
I E M O
Olfato N E T N
E
N S D R G
Gustação O A O
T I
E R A B
I T A P
A A L R
L H A
O Z
O
Memórias
Temporárias
ELIMINADO DO SISTEMA
Fonte: GÓMEZ, Ana Maria S.; TÉRAN, Nora Espinosa. Dificuldades de aprendizagem: detecção e estratégias de ajuda.
19
Memória de Longo Prazo: a capacidade de armazenamento de longo prazo é
praticamente ilimitada. A memória de longo prazo funciona como um sistema
dinâmico e interativo que cataloga e arquiva informação em diferentes grupos e
níveis, os quais são constantemente reorganizados a cada nova informação que
entra. Esta organização é que permite recuperar com facilidade a informação
armazenada. Aqui, as memórias podem ser lembradas por anos, ou mesmo décadas
depois.
Memória Declarativa: é a memória para toda informação objetiva como datas,
nomes, números. Esta memória se subdivide em:
Memória semântica: referem-se à memória geral, os fatos relacionados com
o mundo, as regras da lógica. Graças a esta memória podem-se recordar as
tabuadas de multiplicação. São eventos que, um dia, podem ter tido um
contexto pessoal, mas agora permanecem como simples conhecimento.
Memória episódica: é a memória para os detalhes biográficos. Esta memória
reconstrói experiências passadas, incluindo sensações e emoções; estas
geralmente se desenrolam como em um filme e são vivenciadas a partir de
um ponto de vista pessoal.
Memória processual: é a memória para habilidades e hábitos. Conhecida
como memória “corporal”, nos permite executar ações motoras comuns,
automaticamente, depois de terem sido aprendidas, como andar, nadar, trocar
a marcha de um carro, andar de bicicleta.
20
Barkley (2002) comenta uma pesquisa realizada por ele e seus
colaboradores, na qual constatou que crianças com TDAH não tem problemas para
absorver informações e distinguir o que é importante na hora em que são solicitadas
a realizar atividades, enfatizando que elas têm a mesma capacidade que as crianças
sem TDAH, para observar ou ouvir algo, ocorrendo que o que não possuem é a
capacidade para planejar com antecedência, focalizar a atenção seletivamente e
organizar respostas rápidas.
Diante deste quadro evidencia-se a necessidade de conhecer melhor esta
organização para aproveitar todas as respostas que estes alunos apresentam.
21
3ª UNIDADE
TEMA: TRANTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO – CONCEITO,
SINTOMAS, TIPOS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO.
De quem estamos
falando?
falando?
(parte I)
22
A partir das reflexões iniciais, acesse o site:
http://www.youtube.com/watch?v=Ztkaw9W-Mxk
Você consegue
identificar alguém?
PROCESSO DIAGNÓSTICO
site: http://www.atencaoprofessor.com.br
do TDAH.
23
Ao fazer cálculos, não percebe o sinal
indicativo das operações;
Pula questões;
Tem dificuldade para manter a atenção em Durante o intervalo não consegue jogar dama
tarefas ou atividades lúdicas; ou xadrez com os colegas
Parece não ouvir quando lhe dirigem a Está mais preocupado com a hora do recreio
palavra (cabeça no mundo da lua); e situações de lazer;
Desenha no caderno e não percebe que
estão falando dele;
Tem dificuldades em seguir instruções e ou Não percebe que as ordens indicam um
terminar tarefas; determinado comando e executa de outra
forma;
Em perguntas seqüenciadas em geral
respondem apenas a uma;
Dificuldade para organizar tarefas e Guarda os materiais fotocopiados em pastas
atividades; trocadas;
Na véspera da prova resolve fazer pesquisa
de outra matéria;
Demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se Inicia uma resposta, palavra ou frase
em tarefas que exijam esforço mental deixando-a incompleta;
continuado; Desiste da leitura de um texto ou tarefa só
pelo seu tamanho;
Perde coisas necessárias para as tarefas e Leva uma gravura para uma pesquisa e
atividades; esquece no transporte escolar;
Perde frequentemente o material;
Distrai-se facilmente por estímulos que não Procura saber quem é o aniversariante da
tem nada a ver com o que está fazendo; sala ao lado quando escura o parabéns;
Envolve-se nas conversas paralelas dos seus
colegas;
Apresenta esquecimento em atividades Esquece a mochila na escola com todo seu
diárias; material;
Não traz as tarefas e trabalhos a serem
entregues no dia;
24
Sintomas de Hiperatividade/ Exemplos de situações. Na escola, o
impulsividade aluno:
Irriquieto com as mãos e com os pés ou se Pega todos os objetos próximos a si;
remexe na cadeira; Batuca na mesa durante as aulas;
Escorrega e deita-se na cadeira inúmeras
vezes;
Não consegue ficar sentado por muito Solicita inúmeras vezes para ir ao banheiro
tempo; ou beber água;
Corre em demasia, ou tem uma sensação Expõe que não conseguem ficar parados por
de inquietude (parece estar com o “bicho muito tempo;
carpinteiro”);
Tem dificuldade para brincar ou se envolver Não fala, grita;
silenciosamente em atividades de lazer; No jogo fala todo o tempo;
Está “a mil por hora” ou age como se Não anda, corre;
estivesse a “todo o vapor”; Esbarra frequentemente nos objetos
expostos pela sala;
Fala em demasia; Ao falar sobre o fim de semana, agrega
outras informações sem conseguir deixar os
demais falarem;
Dá respostas precipitadas antes das Ao ser perguntado sobre o que fez no final de
perguntas terem sido completamente semana responde o que terminou de fazer no
formulada; recreio;
O professor vai dirigir uma pergunta ao grupo
e antes que conclua ele interrompe dando
uma resposta;
Tem dificuldade em esperar a sua vez; Não obedece a filas;
Interrompe, intromete-se nas conversas ou Interrompe o professor no meio de uma
jogo dos outros; explicação;
25
detecção do transtorno, nem físico, neurológico, ou psicológico que possa provar a
existência do TDA ou TDAH.
Para avaliar o transtorno, a equipe multiprofissional explora os sintomas do TDAH
em, pelo menos, quatro áreas principais ou domínios de funcionamento.
Desempenho escolar ou profissional
Ambiente familiar e doméstico
Relações sociais
Funcionamento pessoal, incluindo: autoimagem, crença nas próprias
habilidades. As informações detalhadas da família, da escola e da conduta
social, também são elementos fundamentais para o diagnóstico.
Assim, para criança ser diagnosticada com TDA/ TDAH, Barkley (2008) utiliza
instrumentos que serão os possíveis indicadores do transtorno. O livro Transtorno de
Déficit de Atenção/ Hiperatividade: Exercícios Clínicos contribui com formulários de
investigação que poderão ser preenchidos por pedagogos.
Tais formulários configuram-se em escalas, destinadas aos professores, pais
e alunos e se constituem em elementos fundamentais para subsidiar no diagnóstico.
Dada à importância e responsabilidade de se realizar investigação precisa é
importante ressaltar os passos fundamentais nesse processo.
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TRATAMENTO
Acesse:
http://www.atencaoprofessor.com.br
E assistam ao vídeo:
27
4ª UNIDADE
TEMA: DIAGNÓSTICO E INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO
28
1.1Informação da criança e da família
29
1.2 Escala de avaliação do comportamento disruptivo - Formulário para os
Pais.
30
31
32
Pontuando as Escalas de Avaliação de Comportamento Disruptivo
Esta escala contém os sintomas de TDAH, Transtorno Desafiador Opositor
(TDO) e Transtorno de Conduta (TC) como aparecem no DSM IV.
Os itens ímpares são da lista de desatenção para o TDAH; os itens pares são
da lista de sintomas hiperativos-impulsivos para o TDAH. Os itens 19-26 são da
lista de sintomas para TDO. Os 15 itens remanescentes Sim-Não são da lista de
sintomas para TC. Para pontuar os itens de TDAH, some os pontos dos itens
ímpares para desatenção e os pares para sintomas hiperativos-impulsivos
separadamente. Depois consulte os pontos de corte abaixo para estes itens de
TDAH. Para pontuar os itens do TDO, simplesmente conte o número de itens
respondidos com 2 (frequentemente) ou 3 (muito frequentemente). Se o número for
4 ou mais, isto corresponde ou excede ao sintoma recomendado para o limiar de
corte para TDO no DSM-IV-TR. Não há normas disponíveis para esta lista de
sintomas. Para pontuar os itens para TC, simplesmente conte o número de itens
respondidos com Sim. Se três ou mais destes tiverem sido respondidos com Sim,
isto corresponde ao limiar de sintomas para TC estabelecido no DSM-IV-TR.
Também não há normas disponíveis para estes itens, mas nenhuma é realmente
necessária, pois a ocorrência de apenas algumas destas atividades em uma criança
pode ser desenvolvimentalmente desviante.
Para pontuar os itens do TDAH, o clínico deverá acrescentar o total de pontos
marcado para todos os itens (incluindo as respostas de 0 e de 1) em separado nas
listas de sintomas de Desatenção e de sintomas hiperativos-impulsivos. O
percentual de 93 foi tipicamente construído refletindo significância clínica, e assim,
com permissão dos autores da escala, apresentam na tabela que acompanha os
limiares do percentual de 93 destas pontuações para cada uma das listas exibidas
em separado por fonte do relato, idade e sexo da criança.
33
Pontos de corte clínico para itens de TDAH
__________________________________________________________________________
Meninos Meninas
__________________________________________________
Faixas etárias (em anos) Desatenção Hiper-Imp. Desatenção Hiper-Imp
__________________________________________________________________________
Avaliação dos pais
5–7 15 17 12 13
8 – 10 15 15 12 9
11 – 13 18,5 16 12,8 9
34
2- Formulários para Escola
2.1. Questionário de situações de escola
35
Pontuando os Questionários para Situações Domésticas e Escolares
Nota. N, Tamanho da amostra nesta idade para este gênero; DP, desvio padrão; +1,5 DP, pontuação no
limiar de 1,5 desvios-padrão acima da média (aproximadamente percentil 93). Extraído de Breen e Altepeter
(1991).
36
Normas para o questionário das situações domésticas
__________________________________________________________________________
N. de ambientes problemáticos Gravidade média
__________________________________________________________________________
Faixas etárias (em anos) N Média DP +1,5 DP Média DP +1,5 DP
__________________________________________________________________________
Meninos
6–8 170 2,4 3,3 7,4 1,5 2,0 4,5
9 – 11 123 2.8 3,2 7,6 1,9 2,1 5,1
Meninas
6–8 180 1,0 2,0 4,0 0,8 1,5 3,1
9 – 11 126 1,3 2,1 4,5 0,8 1,2 2,6
Nota. N, Tamanho da amostra nesta idade para este gênero; DP, desvio padrão; +1,5 DP, pontuação no
limiar de 1,5 desvios-padrão acima da média (aproximadamente percentil 93). Extraído de Breen e Altepeter
(1991).
37
Marque com uma cruz a coluna que melhor descreve o comportamento do aluno (a) seguindo a pontuação abaixo.
Nunca = 0, Às vezes= 1, Frequentemente = 2, Sempre =3
Comportamento habitual na sala 0 1 2 3
1-Mostra-se constantemente inquieto
Sempre manipulando objetos
2-Tagarela ou faz ruídos raros com a boca
3-Fica desanimado ante o estress de uma prova
4-Apresenta dificuldade na coordenação motora
5-É muito ativo
6-É excitável e impulsivo
7-Distrai-se com facilidade e tem dificuldade de
concentrar-se
8-As tarefas que começa, deixa sem terminá-las
9-É essencialmente sensível
10-É essencialmente sério ou triste
11-Parece estar “sonhando acordado” durante o dia
12-Apresenta-se mal humorado e insuportável
13- Grita facilmente
14- Perturba outras crianças
15- Geralmente procura brigas
16- Muda de humor rapidamente
17- Apresenta vivacidade (agudeza)
em suas condutas
18- É destruidor
19- É capaz de realizar pequenos roubos
20- É mentiroso
21- Possui temperamento explosivo
22- Isola-se das demais crianças
23- Parece ser rejeitado pelo grupo
24- Dispõe-se, facilmente, a ser
dirigido (dominado pelo grupo)
25- É capaz de respeitar as regras do jogo
26- Carece de mando e liderança
27- Pode estar com crianças do sexo oposto
28-Pode estar com crianças do mesmo sexo
29-Interfere nas atividades de outras crianças
Ante a autoridade mostra-se
30-Submisso
31-Desafiante
32-Descarado (sem vergonha)
33-Tímido
34-Medroso
35-Demandando demasiada atenção do (a)
professor (a)
36-Obstinado
37- Sempre disposto a agradar
38-Cooperativo
39-Apresentando problema de assistência na classe
40-Outras observações.
Se não couber aqui podem ser feitas no verso
38
Questionário SNAP-IV para professores
Construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV)
da Associação Americana de Psiquiátrica, (RODHE; MATTOS & cols, 2003, p152)
Para cada item, escolha a coluna que melhor descreve o Nem um Só um Bastante Demais
(a) aluno (a) (MARQUE UM X) pouco pouco
39
Como o profissional da saúde mental avalia a criança com suspeita de TDAH:
(1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS”
DE 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa
criança ou adolescente.
(2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS”
de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o
esperado numa criança ou adolescente.
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios
(critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.
Veja abaixo os demais critérios:
CRITÉRIO A: Sintomas vistos acima
CRITERIO B: Alguns destes sintomas devem estar presentes antes dos 07 anos de
idade;
CRITERIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 02
contextos diferentes (por ex, na escola, no trabalho, social ou familiar por conta dos
sintomas).
CRITERIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta
dos sintomas.
CRITERIO E: Se existe outro problema (tal como depressão, deficiência mental,
psicose, etc.) os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas utilizando o
critério A!
Rodhe, Mattos & cols. (2003, p.204): afirma que “os professores devem ter o
cuidado de não diagnosticar, mas apenas descrever o comportamento e o
rendimento do aluno propondo um possível curso de ação”, auxiliando o profissional
da saúde mental para um diagnóstico correto e um tratamento eficaz.
40
5ª UNIDADE
TEMA: IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS DO TDAH – No Contexto
Escolar e INTERVENÇÃO
“(...) cerca de 20% a 30% das crianças com TDAH apresentam dificuldades
específicas, que interferem na sua capacidade de aprender. Do total de
crianças indicadas para o serviço de educação especial e de centros de
saúde, 40% possuem o Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade”.
(1988, p.245)
41
Blocos Fundamentais: compreendem o sistema no qual se apóia todo processo de
aprendizagem: atenção, controle do impulso, emoções, comportamento, auto-estima
e meio ambiente. Dificuldades neste nível podem provocar um desempenho
inadequado na escola por incapacidade específica, bem como diminuir a capacidade
de aprender em razão de fatores emocionais e ambientais desfavoráveis.
Blocos Simbólicos: envolvem a apropriação da informação por meio dos sentidos:
processamento e memória visual, processamento e memória auditiva,
processamento e memória motora. Destas dificuldades surgem os transtornos de
aprendizado, dislexia, deficiência escolar, e problemas específicos do
desenvolvimento.
Blocos Conceituais: têm a linguagem e as imagens sustentando as estratégias. As
habilidades contidas nesses blocos permitem que se compreendam os significados e
as relações, além de possibilitar a aplicação do conhecimento anterior adquirido.
Pensar estrategicamente é o que chamamos de metacognição. Este bloco,
devidamente colocado no topo da pirâmide do aprendizado, inclui as funções
executivas usadas para direcionar todas as atividades cognitivas.
Para haver aprendizado é necessário que haja interação de todos os blocos.
Estratégias
CONCEITUAL
Linguagens Imagens
SIMBÓLICO
FUNDAMENTAL
Fonte: Mather e Golstein, 2001 – RODHE, L. A. P.; MATTOS, P. & cols. Princípios e práticas em TDAH – transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade, 2003 p. 203.
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PAPEL DA FAMÍLIA, ESCOLA E DO PROFESSOR.
É importante também conhecer todo o processo de investigação, avaliação e
das interferências no processo de aprendizagem, e nos relacionamentos na escola,
em casa e em outros ambientes da criança ou adolescente com TDAH, para interagir
com as intervenções que deverão ser adotadas, levando em consideração as
singularidades, que o transtorno exige. Para que os resultados sejam satisfatórios,
há necessidade de ação conjunta, entre a família, escola e o acompanhamento
clínico por meio de tratamento medicamentoso quando for o caso.
Segundo Phelan (2005) como os sintomas do TDA/ TDAH são muitas vezes,
mais evidentes no ambiente escolar, os pais de crianças com o transtorno precisam
interagir com os educadores da escola frequentemente. Estes precisam investigar o
quanto a escola conhece sobre o transtorno, para garantir que seus filhos não sejam
expostos a situações negativas e sim positivas. Como o TDAH afeta também a
aprendizagem, a escola precisa assumir importante papel de organizar os processos
de ensino de forma a favorecer ao máximo a aprendizagem. O mais importante é o
professor conhecer o que é o TDAH e reconhecer que estas crianças precisam de
ajuda. Além disso, utilizar estratégias que possam colaborar para que ocorra a
aprendizagem. O ponto de partida é a programação na sala de aula, elemento
fundamental, pois guia e orienta o processo de ensino-aprendizagem. Esse
programa é composto pelos objetivos, conteúdos, metodologia, recursos humanos,
processos de avaliação e os materiais que serão utilizados. A programação deverá
conter as adaptações curriculares necessárias e se estender a todos os alunos. A
meta final é o equilíbrio necessário entre dar resposta ao grupo e a cada aluno
dentro do grupo. Essa forma de programação de aula mostra-se flexível e dinâmica,
pois busca trabalhar de forma simultânea com o grupo e com o individual,
respeitando as diferenças de cada um.
Objetivos: devem cumprir os princípios da integração e da individualização,
apontando objetivos comuns a todos e outros com caráter mais individualizado,
sempre considerando as necessidades e as possibilidades de cada aluno.
Conteúdos: Deverão incluir não apenas os conteúdos relativos à aquisição
de conceitos, princípios ou fatos, mas de procedimentos, normas, valores ou
atitudes. A carga de conteúdos mais “acadêmicos”, no currículo escolar, negligencia
áreas importantes do desenvolvimento e contribui para o aumento de alunos com
problemas de aprendizagem. Deve-se visar ao desenvolvimento global do aluno,
abrangendo todas as áreas do desenvolvimento humano (afetiva, motora, social e
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cognitiva), e não apenas a área cognitiva. Os conteúdos selecionados devem ser
funcionais, ou seja, ter maior publicação e generalização na vida social, além de
adequação às possibilidades, às necessidades e aos interesses dos alunos, para
que a aprendizagem seja significativa.
Metodologia: o como se aprende é tão importante quanto o que se aprende.
A escola atual enfatiza mais os produtos do que os processos. Na metodologia
tradicional, o professor transmite a informação acabada aos alunos, a comunicação
encontra-se centrada no professor e é unidirecional. Quanto mais o professor se
comunicar com seus alunos, mais informações obterão do processo que eles
seguem para aprender, portanto, do tipo de auxílio que necessitam.
A opção metodológica deverá favorecer a atividade do aluno, preparando o
trabalho de forma simples, sendo este mais estruturado e com maior número de
instruções possíveis; facilitar a execução, utilizando todos os tipos de recursos
didáticos, a fim de se criarem estratégias necessárias à organização e ao
desenvolvimento da tarefa; e aumentar o grau de comunicação com o aluno,
detectando-se as dificuldades e o tipo de ajuda que ele necessita.
Entendemos, então, que a metodologia a ser adotada deve ser flexível,
considerando-se uma diversidade de estratégias instrutivas, em função do tipo de
conteúdo a ser desenvolvido, para adaptá-la a diferentes necessidades, visto que os
alunos são diferentes e devem ter respostas distintas. Assim como existem muitas
maneiras de aprender (visual, auditiva, cinestésica), existem muitas maneiras de
ensinar. Com o objetivo de fornecer informações sobre TDAH que possam auxiliar
os professores e demais profissionais da área educacional, às estratégias de
intervenção iniciais são:
Primeiramente, a proposta é de que o professor deve iniciar as intervenções
gerenciando os seus sentimentos, com relação a estes alunos. Para isto é
necessário:
1- Admitir para si mesmo que não é uma situação fácil de lidar (admitir a
irritação), porém não se sinta culpado.
2- Não comece uma guerra. Não agrida com palavras como, por exemplo, “você
tomou o remédio hoje?” na frente de toda turma. Isto é agressão velada. “Vou
trocar você de escola” ou ainda perguntar aos alunos “quem gosta de João?”.
3- Ajuste suas expectativas. Se você estiver realmente bravo, é bem provável
que suas expectativas não estejam alinhadas com a realidade. Quem tem de
fazer os ajustes é o psicoterapeuta. Ajude fazendo a avaliação dos sintomas.
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4- Aprender sobre TDAH. Conhecimento significa maior compreensão.
4.1. Você sabe o que significa ter um problema de autocontrole de base
neurológica?
4.2. Você é capaz de aceitar o fato de que o TDAH é um problema genético que
não é causado por falhas na educação dada pelos pais?
5- Tente ser prestativo/útil para a criança ou adolescente com o transtorno. Aceite
o fato que essas pessoas precisam de intervenções diretas e freqüentes de sua
parte. Essas intervenções, é claro, incluem o reforço positivo, as orientações e a
definição de limites.
INTERVENÇÕES
- Não tentar reduzir a atividade, mas intermediar até que possa ficar dentro de
condições aceitáveis.
Encorajar movimentos dirigidos e não o comportamento diruptivo.
Permitir que o aluno se levante da carteira, especialmente no final da
tarefa
- Usar a atividade como uma recompensa
Dar recompensa para a tarefa desempenhada (sentar na carteira do
professor, apagar a lousa, levar recados, arrumar as carteiras) como
um reforço por sua melhora.
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- Usar respostas ativas nas instruções
Usar atividades de ensino que estimulem respostas ativas (falar,
mover-se, organizar, trabalhar no quadro)
Encorajar diariamente a linguagem escrita, pintura, redação
Ensinar a criança a fazer perguntas sobre o tema ou a matéria
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Princípios de intervenção para a dificuldade em manter a atenção nas
atividades e tarefas rotineiras.
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- Deixar claro quais as tarefas que estão de acordo com a capacidade de
aprendizagem da criança e o estilo de respostas desta
Dar opções da realização de trabalhos sob diversas formas – usando
computador, gravador.
Alternar o nível de dificuldades da tarefa
Esclarecer que a desorganização não é razão suficiente para não
completar as tarefas
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Reforçar o uso diário de agendamento de atividades por ordem
cronológica.
Incentivar os pais a estabelecerem um local em casa para aguardar os
materiais escolares.
Organizar a carteira colocando o nome nos materiais.
- Usar as cores e o espaço físico
Antes de ir de um lugar a outro (sair da sala), fazer a criança questionar
diariamente: “Eu já fiz tudo o que precisava?”.
Colocar os avisos na carteira, nos livros, no caderno de tarefas.
- Praticar o planejamento
Praticar o planejamento para as diversas atividades – o que é
necessário para a realização da tarefa, como fazer a tarefa dando
pequenos intervalos de tempo, fazer a tarefa em partes.
Estimar o tempo que será necessário para a realização das atividades.
Ensinar as habilidades de esboçar as linhas gerais de um plano.
Selecionar, ordenar e reorganizar.
- Utilizar um processador de palavras para reorganizar as idéias.
- Ensinar a criança a anotar nas leituras ou fazer anotações em três colunas.
- Salientar os pontos mais importantes, os pontos de apoio e as dúvidas.
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- Reduzir os critérios de exigência em algumas tarefas e ser mais criterioso
nas tarefas mais importantes e relevantes.
Colorir, circular ou sublinhar partes do texto em que a criança
geralmente falha ao fazer seu trabalho escrito.
Exigir menos trabalho escrito.
Reforçar todo o bom trabalho da criança.
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CONCLUSÃO
Ensinar é uma tarefa que impõe desafios diários e variados para o educador.
Ensinar uma criança com TDAH é ainda mais desafiador, pois ela é única e sua
singularidade nos faz buscar estratégias eficazes com a finalidade de contribuir com
sua aprendizagem e garantir a permanência destas crianças na escola, evitando o
fracasso e a evasão escolar. Para alcançar esta permanência se faz necessárias
adequações tanto estruturais, organizacionais, como de flexibilidade curricular que
atendam as suas necessidades.
É notório que estas crianças possuem dificuldades em tarefas que exigem
habilidades para resolução de problemas e de organização, porém também
possuem características positivas tais como: bom nível intelectual, criatividade,
grande sensibilidade e forte senso de intuição.
Para o professor interagir com estas crianças, não basta só o conhecimento, é
preciso quebrar as barreiras atitudinais e buscar o diagnóstico mais precocemente
possível com encaminhamentos que se fizerem necessário, sejam eles
medicamentosos (psiquiatra e/ou neurologistas), estruturais e/ou organizacionais
extraindo na medida do possível todas as potencialidades que estas crianças
possuem.
Neste processo cada sujeito é um elemento fundamental, pois a
aprendizagem só se concretiza quando há interação entre sujeitos e o ambiente.
Para Carvalho (apud GOMES, Márcio (org). 2009), a proposta de educação
inclusiva com remoção de barreiras para a aprendizagem e para a participação tem
como pressuposto que todos são capazes de aprender. TODOS. Se a escola
assimilar a inclusão como premissa básica em vez de ficarem indiferentes às
diferenças poderá reconhecer e identificar necessidades de todos e de cada um
ajustando sua prática pedagógica centrando-a na aprendizagem, em vez de no
ensino. Carvalho (ibidem) afirma que desta forma este aluno passará a ser
reconhecido e valorizado como é, passando a ser aceito no convívio do dia a dia da
escola e ser estimulado a aprender e a participar, respeitando-se seus tempos e
seus interesses. O ensino passa a ser um conjunto de procedimentos pedagógicos
adotados pelo professor, exclusivamente, a serviço da aprendizagem.
Sintetizando, quando o eixo do processo educacional escolar for à
aprendizagem de todos os alunos, o professor irá rever suas atitudes diante das
diferenças e irá propor estratégias para a acessibilidade curricular.
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Finalizando cito um questionamento de Élise Freinet (Pacheco, apud GOMES,
Márcio (org). 2009) onde colocava a seguinte questão: “como será uma aula onde os
alunos não farão, todos ao mesmo tempo, o mesmo?”.
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REFERÊNCIAS
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GOLDSTEIN. Sam. Hiperatividade: Como desenvolver a capacidade de Atenção
da criança. Trad. MARCONDES Maria C. - Campinas. SP: Papirus, 1994.
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Sites:
Imagem. McCRONE, JOHN. Como o cérebro funciona. Série Mais Ciência. São
Paulo, Publifolha, 2002. Disponível em:
<http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp> Acessado em 22/07/2010
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Quadro Clínico, Diagnóstico e diagnóstico diferencial do TDAH. Disponível em:
<http://www.atencaoprofessor.com.br> Acessado em 24/07/2010.
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