Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
i.1
i.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 0
i.2
i.
i.3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
0
2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR
Fonte: www.cdn.doutissima.com.br
1
assegurar uma integração social tão completa quanto possível e o desen-
volvimento pessoal, incluindo nos domínios cultural e espiritual.
Toda criança tem direito fundamental a educação, e deve ser dada a oportu-
nidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem” e “toda criança
possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendiza-
gens que são únicas. Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito
de expressar seus desejos com relação á sua educação, tanto quanto
estes possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de serem con-
sultados sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, cir-
cunstâncias e aspirações de suas crianças. (MEC/SEESP, 2006:33)
Quando não for possível a integração do aluno nas classes comuns de ensino
regular, poderá ocorrer o atendimento educacional através do serviço de apoio espe-
cializado.
A lei Nº 10.845, de 5 de março de 2004, institui o programa de Complementação
ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas com Deficiência e ressalta no
artigo 1º que:
Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação
– FND, programa de complementação ao Atendimento Educacional Especiali-
zado às Pessoas com deficiências – PAED, em cumprimento do disposto no inciso III
do artigo 208 da Constituição, com os seguintes objetivos:
– Garantir a universalização do atendimento especializado de educandos com
deficiência cuja situação não permita a integração em classes comuns de ensino re-
gular;
– Garantir, progressivamente, a inserção dos educandos com deficiência nas
classes comuns de ensino regular. ” (MEC/SEESP, 2006: 190).
Fonte: www.clmais.com.br
3 O DESPREPARO E O MEDO
4
que se adéquem as habilidades e interesses diferenciado na intenção de promover a
inclusão de todos.
Para Edler Carvalho (2011, p. 103):
Existem também desafios nas políticas educacionais que são: a base ideo-
lógica, a quantidade e a qualidade da oferta educativa, o sentido e o signifi-
cado da proposta inclusiva e integradora, a valorização do magistério, a ter-
minologia adotada para o alunado da educação especial, a administração dos
sistemas educativos e a organização do atendimento educacional escolar.
Fonte: www.portal.mec.gov.br
5
Implicam a inserção de todos, sem distinção de condições linguísticas, senso-
riais, cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou outras e requer sis-
temas educacionais planejados e organizados que deem conta da diversidade dos
alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e necessidades.
A inclusão escolar constitui, portanto, uma proposta politicamente correta que
representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos e
de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável.
Impõe-se como uma perspectiva a ser pesquisada e experimentada na realidade bra-
sileira, reconhecidamente ampla e diversificada.
Ao pensar a implementação imediata do modelo de educação inclusiva nos sis-
temas educacionais de todo o país (nos estados e municípios), há que se contemplar
alguns de seus pressupostos. Que professor o modelo inclusivista prevê? O professor
especializado em todos os alunos, inclusive nos que apresentam deficiências?
Para Salvi (2002, p. 2):
Fonte: www.portals1.com.br
Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para
garantir a inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se preparada
como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a colocação imediata
7
de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é gradual, interativo e cul-
turalmente determinado, requerendo a participação do próprio aluno na construção do
ambiente escolar que lhe seja favorável. Embora os sistemas educacionais tenham a
intenção de realizar intervenções pedagógicas que propiciem às pessoas com neces-
sidades especiais uma melhor educação, sabe-se que a própria sociedade ainda não
alcançou níveis de integração que favoreçam essa expectativa.
Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, devendo firmar
a convivência no contexto da diversidade humana, bem como aceitar e valorizar a
contribuição de cada um conforme suas condições pessoais.
A educação tem se destacado como um meio privilegiado de favorecer o pro-
cesso de inclusão social dos cidadãos, tendo como mediadora uma escola realmente
para todos, como instância sociocultural.
4 A PRÁTICA ESCOLAR
8
Para o aluno com necessidades especiais aproveitar plenamente da escola-
ridade no contexto do ensino regular, a escola precisará dispor de um sistema
de suportes que lhe permita adaptar métodos e práticas de ensino e avalia-
ção, incorporando recursos e adaptações que se façam necessárias para pro-
mover o seu desenvolvimento e aprendizagem. (p.10)
Fonte: www.gestaoescolar.org.br
9
5 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segundo uma pers-
pectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos especiali-
zados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos.
Conforme define a nova LDB, trata-se de uma modalidade de educação esco-
lar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercício da cidadania. Como
elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se transversalmente,
em todos os níveis de ensino, nas instituições escolares, cujo projeto, organização e
prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, a exigir diferenciações
nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades educacionais de todos.
Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não podem desen-
volver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global de educação
e visar suas finalidades gerais.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da
comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações
curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos.
Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam
em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas,
também, seus interesses e motivações.
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e visa à
melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem
como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola, nessa perspec-
tiva, busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade.
As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas,
podendo e devendo ser fatores de enriquecimento.
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimen-
são de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em diver-
sas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de
condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos:
Crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sen-
soriais diferenciadas;
Crianças com deficiência e bem-dotadas;
10
Crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas;
Crianças de populações distantes ou nômades;
Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais;
Crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados.
A expressão necessidades educacionais especiais podem ser utilizadas para
referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capaci-
dade ou de suas dificuldades para aprender.
Fonte: www.observatoriodorecife.org.br
11
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de funcionali-
dade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo quando fre-
quenta a escola. Com frequência, necessitar de atenção especial na escola pode re-
percutir no risco de tornar-se um aluno com necessidades especiais. Não se trata de
mero jogo de palavras ou de conceitos.
Dificuldades e obstáculos sempre existiram e serão encontrados sempre, usa-
dos como argumentos para muitos para acomodarem-se. Mas não podemos esquecer
do imenso potencial humano e o que é impossível hoje, amanhã poderá ser superado.
De acordo com Dusik (2013, p. 30):
12
conduzir à exclusão. Por culpa da diversidade ou de nossa dificuldade em lidar com
ela?
Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os
especializados – quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os traba-
lhos que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala de aula com os
demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação pedagógica “nor-
mal” parece ser um desafio presente na integração dos alunos com maiores ou menos
acentuadas dificuldades para aprender.
Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a
atual Política Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de priorida-
des no que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola para
quem dele necessitar.
Nessa perspectiva, define como aluno com necessidades especiais aquele que
“... por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio
das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos peda-
gógicos e metodologias educacionais específicas. ” A classificação desses alunos,
para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado (preferencial-
mente na rede regular de ensino), consta da referida Política e dá ênfase a:
Pessoas com deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla;
Pessoas com condutas típicas (problemas de conduta);
Pessoas com Superdotação.
13
Escola especializada, destinada a atender os casos em que a educação inte-
grada não se apresenta como viável, seja pelas condições do aluno, seja pelas do
sistema de ensino.
Fonte: www.fireflyfriends.com
Mas, apesar desse relativamente longo período, tal diretriz ainda não produziu
a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e
adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre
que for recomendado pela avaliação e suas condições pessoais.
A concepção da política de integração da educação especial na rede regular
de ensino abrange duas vertentes fundamentais:
O âmbito social, a partir do reconhecimento das crianças, jovens e adultos es-
peciais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados à sociedade o mais
plenamente possível.
14
A inclusão escolar permite muitas abordagens e discussões, a avaliação cer-
tamente é extremamente relevante, de acordo com Edler Carvalho (2011, p. 150):
15
O currículo especial – tanto na educação infantil como nas séries iniciais do
ensino fundamental – distingue-se pelo caráter funcional e pragmático das atividades
previstas.
Alunos com grave deficiência mental ou múltipla têm, na grande maioria das
vezes, um longo percurso educacional sem apresentar resultados de escolarização
previstos no Inciso I do art. 32 da LDBEN: «o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cál-
culo».
Nesse caso, e esgotadas todas as possibilidades apontadas no art. 24 da
LDBEN, deve ser dada, a esses alunos, uma certificação de conclusão de escolari-
dade, denominada «terminalidade específica». Terminalidade específica, portanto, é
«uma certificação de conclusão de escolaridade, com histórico escolar que apresenta,
de forma descritiva, as habilidades atingidas pelos educandos cujas necessidades es-
peciais, oriundas de grave deficiência mental ou múltipla, não lhes permitem atingir
o nível de conhecimento exigido para a conclusão do ensino fundamental, respeitada
a legislação existente, esgotadas as possibilidades pontuadas no art. 24 da Lei n.º
9.394/96 e de acordo com o regimento e a proposta pedagógica da escola.
A referida certificação de escolaridade deve possibilitar novas alternativas edu-
cacionais, tais como o encaminhamento para cursos de educação de jovens e adultos
e de preparação para o trabalho, cursos profissionalizantes e encaminhamento para
o mercado de trabalho competitivo ou não.
A educação especial para o trabalho é uma alternativa que visa à integração
do aluno com deficiência na vida em sociedade, a partir de ofertas de formação pro-
fissional. Efetiva-se por meio de adequação dos programas de preparação para o tra-
balho, de educação profissional, de forma a viabilizar o acesso das pessoas com ne-
cessidades educacionais especiais em cursos de nível básico, técnico e tecnológico,
possibilitando o acesso ao mercado formal ou informal. As adequações efetivam-se
por meio de:
Adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento, cur-
rículo e outros.
16
Fonte: www.nutrifilhos.com
17
Sendo assim, para atuação na educação infantil e no primeiro segmento do
ensino fundamental, exige-se formação mínima em nível médio, na modalidade Nor-
mal. Para atuação no segundo segmento do ensino fundamental e no ensino médio,
exige-se formação em nível superior.
A partir de 2007, a formação mínima exigida para atuação nos respectivos ní-
veis de ensino e, portanto, na modalidade de educação especial será a licenciatura
plena, obtida em nível superior.
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial, tam-
bém desenvolve o Programa Nacional de Capacitação de Recursos Humanos, dirigido
aos profissionais que atuam no ensino regular.
Fonte: www.celsoantunes.com.br
18
mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e, também, superdotação ou altas habilida-
des. Se essa estimativa se aplicar ao Brasil, estima-se a existência de cerca de 15
milhões de pessoas nessa condição.
A informação mais recente de que se dispõe, em âmbito nacional, foi obtida
pelo Censo Demográfico de 1991, que investigou a existência de pessoas com ce-
gueira, surdez, paralisia, falta de membros ou parte deles e deficiência mental, em
uma amostra com aproximadamente 10% dos domicílios do país. Apuradas as res-
postas, a parcela de pessoas com deficiência foi calculada em 1,5% da população
brasileira, bem inferior, portanto, às estimativas dos organismos internacionais de sa-
úde.
De qualquer forma, o atendimento nos estabelecimentos escolares mostra-se
muito inferior ao necessário. Em 1999, havia cerca de 311 mil alunos matriculados,
distribuídos da seguinte forma: 53,8% deficientes mentais; 12,6% com deficiências
múltiplas; 12,6% com deficiência auditiva; 4,9% com deficiência física; 4,6% com de-
ficiência visual; 2,7% com problemas de condutas típicas. Apenas 0,4% com altas
habilidades/superdotados e 8,5% com outro tipo de deficiência.
8 O MOVIMENTO INCLUSIVO
19
A necessidade de quebra de barreiras para um trabalho colaborativo é pri-
mordial pode ajudar a quebra de estigma. A professora da sala regular não
entende a inclusão escolar, e sua dificuldade de acolher o aluno é evidente,
marca da descrença e reflexo de uma cultura de que a escola não é para ele.
(BEDAQUE, P. 161. 2014)
Fonte: www.tatianebaptista.blogspot.com.br
21
Fonte: www.celsoantunes.com.br
Ele deve ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas ativida-
des se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009).
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento
acontecer em uma escola próxima.
Nas escolas de ensino regular o AEE deve acontecer em salas de recursos
multifuncionais que é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos,
equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades edu-
cacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário a estes alunos, fa-
vorecendo seu acesso ao conhecimento. (MEC, 2007).
O atendimento educacional especializado é muito importante para os avanços
na aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular.
23
Fonte: www.vilavelha.es.gov.br
Para fazer a inclusão de alunos com deficiência, conte com um parceiro impor-
tante: o educador responsável pelo atendimento educacional especializado (AEE)
Os alunos com deficiência têm muito a ganhar com a parceria entre professor
da sala regular e o docente responsável pelo atendimento educacional especializado
(AEE). Este profissional trabalha nas salas de recurso, ambientes adaptados para re-
ceber estudantes com uma ou mais deficiências durante o contra turno.
25
A aprendizagem não ocorre em situação de isolamento. Portanto as socieda-
des devem garantir a todos os educandos assistência em nutrição, cuidados
médicos e o apoio físico e emocional essencial para que participem ativa-
mente de sua própria educação e dela se beneficiem. (UNESCO, 1990, art.
6)
Fonte: www.3.bp.blogspot.com
26
seja modificado. Outra atitude fundamental é transmitir o conteúdo das aulas regulares
com antecedência.
Se a sua escola não possui uma sala de recursos, converse com a coordenação
e a direção. A solicitação deve ser feita via Secretaria de Educação ao Ministério da
Educação, que mantém o Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifun-
cionais.
27
Espaço físico com condições de acessibilidade e materiais pedagógicos para
as atividades do AEE;
Fonte: www.1.bp.blogspot.com
28
12 PROFESSOR DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – AEE
O professor do AEE tem como função realizar esse atendimento de forma com-
plementar ou suplementar à escolarização, considerando as habilidades e as neces-
sidades educacionais específicas dos estudantes público alvo da educação especial.
A formação dos professores deve fornecer
29
Acompanhamento da funcionalidade e usabilidade dos recursos de tec-
nologia assistiva na sala de aula comum e demais ambientes escolares;
Articulação com os professores das classes comuns, nas diferentes eta-
pas e modalidades de ensino;
Orientação aos professores do ensino regular e às famílias sobre a apli-
cabilidade e funcionalidade dos recursos utilizados pelo estudante;
Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras.
30
Fonte: www.cidade24.com.br
31
14 OBJETIVOS E AÇÕES DO PROGRAMA IMPLANTAÇÃO DE SALAS DE RE-
CURSOS MULTIFUNCIONAIS
32
Aquisição dos recursos que compõem as salas;
Informação sobre a disponibilização das salas e critérios adotados;
Monitoramento da entrega e instalação dos itens às escolas;
Orientação aos sistemas de ensino para a organização e oferta do AEE;
Cadastro das escolas com sala de recursos multifuncionais implantadas;
Promoção da formação continuada de professores para atuação no AEE;
Publicação dos termos de Doação;
Atualização das salas de recursos multifuncionais implantadas pelo Pro-
grama;
Apoio financeiro, por meio do PDDE Escola Acessível, para adequação
arquitetônica, tendo em vista a promoção de acessibilidade nas escolas,
com salas implantadas.
Fonte: agencia.sorocaba.sp.gov.br
Aos gestores dos sistemas de ensino cabe definir quanto à implantação das
salas de recursos multifuncionais, o planejamento da oferta do AEE e a indicação das
escolas a serem contempladas, conforme as demandas da rede, atendendo os se-
guintes critérios do Programa:
33
A secretaria de educação a qual se vincula a escola deve ter elaborado
o Plano de Ações Articuladas – PAR, registrando as demandas do sis-
tema de ensino com base no diagnóstico da realidade educacional;
A escola indicada deve ser da rede pública de ensino regular, conforme
registro no Censo Escolar MEC/INEP (escola comum);
A escola indicada deve ter matrícula de estudante(s) público alvo da edu-
cação especial em classe comum, registrada(s) no Censo Escolar
MEC/INEP;
A escola de ensino regular deve ter matrícula de estudante(s) cego(s)
em classe comum, registrada(s) no Censo Escolar MEC/INEP, para re-
ceber equipamentos específicos para atendimento educacional especi-
alizado a tais estudantes;
A escola deve disponibilizar espaço físico para a instalação dos equipa-
mentos e mobiliários e o sistema de ensino deve disponibilizar professor
para atuação no AEE.
A sala de recurso tem como função flexibilizar o desenvolvimento da aprendi-
zagem ao aluno tendo como importante enfoque eliminar as barreiras do processo de
ensino aprendizagem. Oferecendo com isso recursos fundamentais para sanar suas
dificuldades e ao mesmo tempo buscar enriquecer as habilidades, destacando o Art.2º
da resolução nº4/2008 quando diz:
34
Ao aderir ao Programa, as secretarias de educação devem:
Informar às escolas sobre a adesão ao Programa Implantação de Salas
de Recursos Multifuncionais;
Monitorar a entrega e instalação dos recursos nas escolas;
Orientar as escolas, quanto à implantação das salas de recursos multi-
funcionais e à institucionalização da oferta do AEE no PPP;
Acompanhar a organização e oferta do atendimento edu-
cacional especializado pela 11 escola;
Validar as informações de matrícula dos estudantes público alvo da edu-
cação especial, junto ao Censo Escolar MEC/INEP;
Promover a assistência técnica, a manutenção e a segurança dos recur-
sos disponibilizados;
Apoiar a participação dos professores nos cursos de formação continu-
ada para o AEE;
Regularizar o patrimônio, após a publicação do termo de Doação pelo
MEC.
Fonte: oregionalpr.com.br
35
As salas de recursos multifuncionais devem manter seu efetivo funcionamento,
com oferta do atendimento educacional especializado – AEE, aos estudantes público
alvo da educação especial, matriculados em classes comuns do ensino regular, devi-
damente registrados no Censo Escolar MEC/INEP.
Com base nos dados do Censo Escolar, o MEC faz o planejamento de expan-
são do Programa, bem como de novas ações a serem disponibilizadas às escolas
com salas de recursos multifuncionais, em efetivo funcionamento, tais como:
Atualização das salas de recursos multifuncionais implantadas em esco-
las, que continuam apresentando matrículas de estudantes público alvo
da educação especial;
Apoio Complementar do Programa Escola Acessível e do Programa de
Formação Continuada de Professores na Educação Especial.
Visita Técnica para verificação do funcionamento da sala de recursos
multifuncionais, realizada por técnico do MEC.
Informativos: encaminhamento da Revista Inclusão e outras publicações
pedagógicas do MEC.
As informações sobre o funcionamento das salas de recursos multifuncionais e
suas respectivas escolas são imprescindíveis para fins da efetivação dos procedimen-
tos de doação dos recursos, para o recebimento de outras ações de apoio complemen-
tar às escolas contempladas pelo Programa, bem como para a realização dos proce-
dimentos de avaliação.
Essas informações devem ser enviadas ao MEC, por meio de ofício do Secre-
tário de Educação, comunicando sobre:
Mudança de endereço ou de denominação da escola, informando os da-
dos novos;
Troca da sala para outra escola da rede de ensino, devidamente justifi-
cada e de acordo com os critérios do Programa;
Destruição dos recursos por calamidade pública, com documento decla-
ratório e relação dos itens danificados em anexo;
Eventual furto de algum de seus itens, com Boletim de Ocorrência (BO)
em anexo.
36
Todas as salas de recursos multifuncionais deverão manter atualizado seu re-
gistro de funcionamento no Censo Escolar, bem como preencher formulários enviados
pelo MEC para atualização de cadastro, que se faz necessário para:
Envio de materiais pedagógicos para formação continuada dos professores do
AEE e demais correspondências do Programa;
Informações relativas à realização de cursos de formação docente;
Estabelecimento de redes de colaboração entre professores e escolas com sa-
las de recursos multifuncionais;
Acompanhamento e avaliação do Programa;
Recebimento de itens relativos à atualização das salas;
Participação em programas e ações de apoio complementar.
18 A EXTINÇÃO DA SECADI
37
III – coordenar ações transversais de educação continuada, alfabetização, di-
versidade, direitos humanos, educação inclusiva e educação ambiental, visando à efe-
tivação de políticas públicas de que trata esta Secretaria, em todos os níveis, etapas
e modalidades; e
IV – apoiar o desenvolvimento de ações de educação continuada, alfabetiza-
ção, diversidade, direitos humanos, educação inclusiva e educação ambiental, vi-
sando à efetivação de políticas públicas intersetoriais. (Brasil, 2012);
38
19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
39
SASSAKI R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
WVA, 1997.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
40
2011. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/legislacoes/decre-
tos/item/3179-decreto-n%C2%BA-7611-de-17-de-novembro-de-2011. Acesso em: 21
jul. 2020.
CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 4 ed. Porto
Alegre: Mediação, 2004. ________. Removendo barreiras para a aprendizagem:
educação inclusiva. 10. ed. Porto Alegre: Mediação, 2011.
BEDAQUE, Selma Andrade de Paula. Por uma Prática Colaborativa no AEE: Aten-
dimento Educacional Especializado. 1 ed. Curitiba: Appris, 2014.
41
em:http://www.justificando.com/2019/01/17/extincao-secadi-campo-educacao-con-
juntura-atual/. Acesso em: 21 jul. 2020.
RESUMO
42
favorecer o seu aprendizado, respeitá-lo como sujeito ímpar, oferecer situações fa-
voráveis à sua aprendizagem, sem deixar que, por apresentar alguma necessidade
educacional especial, o aluno deixe de desfrutar de todos os momentos que propi-
ciem o seu pleno desenvolvimento. Espera-se que o trabalhoforneça informações
acerca do que é inclusão e de como a escola poderá se tornar verdadeiramente in-
clusiva.
Palavras-chave: Inclusão. Educação. Família.
INTRODUÇÃO
43
estrutura física para atender a estes alunos? Através da inclusão os alunos com ne-
cessidades educativas especiais têm todo o desenvolvimento de que necessitam? Que
atendimentos e orientações são destinados aos pais desses alunos?
A escola é uma instituição aberta a todos, é um direito de todos adentrar na
escola e nela permanecer, tendo a sua individualidade respeitada. Portanto, este am-
biente deverá estar preparado para atender a todos os alunos, independente das suas
dificuldades. O espaço escolar deve ser adequado para os alunos com necessidades
educativas especiais e nãos os estudantes que têm que adequar-se ao espaço esco-
lar.
O trabalho foi realizado através da pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados
sites, revistas, livros e periódicos que tratam sobre a inclusão e sobre o atendimento
dentro das escolas aos alunos com necessidades educativas especiais. Em seguida
fez-se a seleção daqueles que são de interesse para o trabalho.
Dividiu-se o trabalho em três capítulos. O primeiro capítulo trata sobre a inclu-
são do aluno com necessidades educativas especiais na escola regular, ressaltando
como estão estruturadas as escolas que recebem estes alunos.
A segunda parte do trabalho ressaltará a importância que é dada ao tema in-
clusão dentro das instituições escolares, bem como ao que dizem as leis sobre o tema
em questão. A terceira e última parte do trabalho trata sobre a parceria que deve ser
estabelecida entre a escola e a família, ressaltando-se a importância do atendimento
que se destina à família do aluno com necessidades educativas especiais.
CAPITULO 1 – A INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCATI-
VAS ESPECIAIS
A inclusão Gonçalves (2005) cita que no Brasil há 24 milhões de pessoas que apre-
sentam algum tipo de deficiência e que isso deve ser tratado como uma questão
social de interesse de todos. Nos diversos períodos da história da humanidade, a
deficiência era vista de diferentes maneiras.
Na Idade Média, por exemplo, a deficiência era entendida como uma degeneração
humana, sendo que as pessoas com deficiência eramabandonadas, mortas ou fica-
vam sujeitas a crenças ligadas ao sobrenatural. Havia, nessa época, para aqueles
que apresentavam deficiências a marginalização social, a segregação, o asilamento
44
e o prognóstico da incurabilidade. Era comum que muitas pessoas com necessida-
des educativas especiais sofrerem diversos tipos de humilhação. Foi somente a partir
do século XX que a sociedade passou a compreender o conceito de diversidade,
defendo o direito de singularidade de cada indivíduo.
Segundo Cavalcante (2005) na maior parte das escolas brasileiras a inclusão das
crianças com necessidades educativas especiais não acontece da maneira que de-
veria realmente acontecer. A referida autora cita que talvez por falta de informação
ou até mesmo pela omissão de muitos pais, dos educadores e do poder público, mui-
tas são as crianças que ainda vivem isoladas em instituições especializadas, priva-
das de convier com as demais crianças em uma escola regular. Pois, a partir da
convivência das crianças com necessidades educativas especiais dentro de uma es-
cola regular, haverá muitas possibilidades de desenvolverem plenamente as suas po-
tencialidades, além de quê, as demais crianças aprenderão a conviver com um colega
que necessita de seu apoio e da sua compreensão. Haverá nisso uma troca que fa-
vorecerá o aprendizado de todos. Como cita:
O motivo principal de elas estarem na escola é que lá vão encontrar um espaço ge-
nuinamente democrático, onde partilham o conhecimento e a experiência com o di-
ferente, tenha ele a estatura, a cor, os cabelos, o corpo e o pensamento que tiver.
Por isso quem vive a inclusão sabe que está participando de algo revolucionário.
(CAVALCANTE, 2005, p. 40)
Também Mantoan (2003) cita que as escolas de qualidade são espaços educativos
de construção de personalidades humanas autônomas e críticas. Segundo a autora,
nessas escolas os alunos aprendem a valorizar a diferença a partir da convivência
com seus pares. Nessas escolas as aulas são ministradas embasadas em relações
de afetividade. Uma escola que funciona dessa maneira estará aberta às diferenças
e os educadores são capazes de ensinar a turma toda sem discriminação.
0.2 Cuidados diferentes para cada deficiência
1- Quando a escola recebe um aluno com necessidades educativas especiais, deve
estar preparada para atender às suas necessidades. Algumas orientações são nor-
teadoras para que a atuação vá de encontro ao que cada sujeito necessita.
Quando a escola recebe um aluno que apresente deficiência auditiva, se faz neces-
sário que na escola exista um professor ou um monitor que seja especializado na
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Pois para que a comunicação com a criança
45
aconteça é importante que o professor da sala e as demais crianças aprendam a
comunicar-se através da Língua Brasileira de Sinais.
No caso de alunos que utilizam aparelho auditivo, o professor da sala deverá obter
junto à família da criança o funcionamento e a potência do aparelho utilizado. Para
que o aprendizado aconteça mais sistematicamente, o professor também poderá fazer
uso de representações gráficas. Outro fator importante se refere à comunicação di-
reta com o aluno, pois todos devem falar sempre de frente para ele, o que facilita a
compreensão da situação comunicativa.
Quando o aluno atendido apresentar dificuldades visuais existem determinados mate-
riais que devem ser usados para que as situações de aprendizagem sejam realmente
significativas para ele: o uso de regletes (uma espécie de régua para escrever em
braile). Se faz importante que o professor saiba como se dá o uso desse material, que
seja capacitado para este fim. Algumas orientações que devem ser passadas para o
aluno no que diz respeito à locomoção, comunicação e acessibilidade. É necessário,
por exemplo, colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio e também
deve ser instalado corrimões nas escadas, caso existam escadas na escola. Tam-
bém é importante que não se modifique a disposição dos móveis e utensílios da sala,
pois o aluno aprende a posição em que se encontram e usa essa orientação para
locomover-se na sala de aula.
Quando a escola recebe um aluno com deficiência física os espaços das escolas
devem ser adequados as suas necessidades e não o contrário. Não é o aluno que
deve adaptar-se à escola, mas sim a escola que deve ser adaptada para atende às
necessidades do educando. A adaptação do espaço físico deve conter: rampas de
acesso, barras de apoio e portas largas, móveis adequados para tender as necessi-
dades do aluno.
No caso de alunos que fazem uso de cadeiras de rodas, deve-se atentar para que a
posição seja mudada constantemente evitando desconforto e cansaço para o aluno.
Se faz importante questionar aos pais do aluno se existem posições adequadas para
ficar e o professor deve certificar no decorrer das aulas se esta posição está correta.
Nos casos em que a escola recebe alunos com deficiência mental deve possuir uma
equipe que possa realizar um acompanhamento individual e contínuo. Sabe-se que,
geralmente os deficientes mentais têm dificuldades para operar ideias abstratas. O
professor deverá receber todo o apoio dos profissionais especializados para que
46
possa oferecer ao aluno condições de aprendizagem adequadas às suas necessida-
des, de modo que o mesmo tenha todas as suas potencialidades desenvolvidas.
Existem algumas posturas que devem ser adotadas pelos educadores para favorecer
o aprendizado e crescimento do aluno, tais como: posicionar o aluno já nas primeiras
fileiras de modo que possa está a todo instante está sempre atento a ele; estimular
o aluno a desenvolver habilidades interpessoais e ensiná-lo a pedir instruções e so-
licitar ajuda; trata-lo de acordo com a faixa etária, somente deverá adaptar os conte-
údos curriculares se receber orientações de uma equipe de apoio multiprofissional;
avalie a criança sempre com base no seu crescimento individual e respeitando o que
ela é capaz de fazer até aquele momento, sem jamais comparar o seu desenvolvi-
mento com o dos demais colegas da sala.
O professor deve estar atento às necessidades de cada aluno, para que a partir dessa
observação possa auxiliá-lo nas dificuldades que o mesmo apresenta. É importante
afirmar que nem sempre quando um aluno vai mal e toda a sala tem um desenvolvi-
mento satisfatório, esse aluno apresenta algum tipo de deficiência. Deve- se consi-
derar que, muitas vezes a forma como é ministrada a aula atinge determinados alu-
nos, mas não foi a forma correta para atender a necessidade de aprendizagem de
outro. Daí a importância do olhar sempre atento do professor.
Camargo (2005) define que para que todas as necessidades dos alunos com neces-
sidades educativas especiais sejam verdadeiramente atendidas se faz necessário
que os professores e todos os outros profissionais saibam como atuar de modo a
atender estas necessidades. Não se pode falar de inclusão quando dentro da insti-
tuição escolar a equipe não tem o devido preparo para atender aos alunos. Muitas
vezes é fundamental a atuação de uma equipe multidisciplinar.
Também Baptista e Rosa (2002) tratam sobre o tema inclusão, afirmando quão im-
portante é a integração da pessoa com necessidades educativas especiais. Os auto-
res citam que na Itália, país em que há um alto índice de inclusão existem alguns
critérios nas escolas para que a inclusão seja realmente eficaz para o aluno. Como
citam os autores mencionados:
47
A limitação numérica de 20 alunos para as classes que possuem alunos com neces-
sidades educativas. A presença de, no máximo, dois alunos com necessidades edu-
cativas especiais em uma sala. A presença de um professor de apoio para atuar junto
à classe, como suporte de todos os envolvidos (professor e alunos). (BAPTISTA E
BOSA, 2002, P. 131)
Outra autora que trata sobre as pessoas com necessidades educativas especiais
Maria Tereza Mantoan (2003) que diz ser a inclusão uma das melhores maneiras
para que as escolas revejam diversos fatores dentro do seu quadro.
O aluno com necessidades educativas especiais não pode ser tratado como um su-
jeito que não tem habilidades a serem desenvolvidas. Deve-se acreditar e investir no
seu potencial.
A escola inclusiva oferece a todos as mesmas oportunidades. Mantoan (2005) em
entrevista concedida à Revista Pátio (2005, p. 24-26), quando questionada sobre o
que é inclusão diz que:
É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de
conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe
todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os
que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e
para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar
junto é se aglomerar no cinema, no ônibus ou até na sala de aula com pessoas que
não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.
Cada aluno que a escola recebe deve ser visto dentro da sua singularidade, inde-
pendente das necessidades que este apresenta, ele é um ser único e que tem direito
à educação de qualidade. O espaço escolar deve ser organizado de modo a tornar a
educação acessível a todos os alunos. A LDB nº 9394/96 tem um capítulo destinado
à Educação Especial e, em seu artigo 58 diz que a Educação Especial é uma moda-
lidade destinada aos alunos com necessidades educativas especiais e que deve ser
ofertada, de preferência na escola regular e, se necessário, os serviços especializa-
dos atuarão juntamente com a escolar regular em que o aluno está matriculado.
Mesmo com as leis diversas que buscam assegurar as pessoas com necessidades
educativas especiais todos os seus direitos, é importante que cada cidadão procure
compreender o quanto é importante que a sociedade esteja pronta a oferecer a todos
48
boas condições de acesso e permanência na escola, no mercado de trabalho e no
meio social em geral.
2.1. Os direitos das pessoas com necessidades educativas especiais
Em dezembro de 1982 foi aprovado na Assembleia Geral das Nações Unidas o Pro-
grama de Ação Mundial para pessoas com deficiência. A principal finalidade desse
programa é servir de base para todos os países interessados em lutar para defender
os direitos das pessoas com deficiência, de forma que as mesmas tenham os seus
direitos garantidos.
Outro marco importante aconteceu em 1990, em Jomtien, na Tailândia, foi aprovada
a Declaração Mundial sobre Educação para todos. Esta declaração serve de referên-
cia para governos, organizações internacionais, ONGs e todos que estão interessa-
dos e envolvidos na meta de Educação para todos.
No ano de 1994 foi elaborada pela Unesco e pelo governo da Espanha a Declaração
de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as Necessidades Educativas Es-
peciais. Consta nessa declaração o princípio de integração e preocupação em ga-
rantir escola para todos. Como se afirmar, a Declaração de Salamanca: Proporcionou
uma oportunidade única de colocação da Educação Especial dentro da estrutura de
“Educação para todos” firmada em 1990. Ela promoveu uma plataforma que afirma o
princípio e a discussão da prática de garantia de inclusão das crianças com necessi-
dades educativas especiais. (UNESCO, 1994, p. 15)
A Declaração de Salamanca cita ainda quão importante é que os governos executem
ações que acolham todas as crianças na escola, independentemente de condições
físicas, sociais, intelectuais, emocionais e linguísticas.
A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos,
provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais
para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas prá-
ticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das
condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.
O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pes-
soas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e
privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um
de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação
especial e suas modalidades de exclusão.
49
O sucesso da inclusão de alunos com necessidades especiais com na escola regular
decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos des-
ses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à di-
versidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, quando a escola
regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas re-
sultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é
concebida e avaliada.
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido
por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação
básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma
tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos
tradicionais de organização do sistema escolar.
É de suma importância que o aluno especial seja visto como um sujeito eficiente,
capaz, produtivo e principalmente um ser que tem aptidão para aprender a aprender.
Esse aluno deve receber todo o apoio para que se desenvolva em toda a sua poten-
cialidade.
Todos têm direitos à educação, isso é um direito que é assegurado por lei e
que precisa ser cumprido para que se garanta a todos o seu pleno desenvolvimento e
o pleno exercício de sua cidadania. Independentemente de qualquer necessidade,
transtorno ou distúrbio que apresente todo e qualquer aluno merece ser tratado em
condições de igualdade com os demais, não se pode de forma alguma excluir o aluno
das situações vivenciadas na escola. O que se pode é criar condições que assegurem
a todos as melhores formas de aprender e de atender as suas necessidades.
Na luta por uma educação que respeite a individualidade de cada sujeito pode
entrar todo e qualquer cidadão que esteja comprometido com o crescimento e desen-
volvimento da sociedade.
A LDB 9394/96 em seu artigo 59 prescreve que é de responsabilidade dos sis-
temas de ensino assegurar aos educandos com necessidades especiais a sua efetiva
integração na vida no meio social, inclusive criando condições de inserção no mercado
de trabalho para aqueles que possuem condições de exercer uma profissão. Mesmo
tendo garantido por lei o seu acesso e permanência na escola, sabe-
se que o aluno com necessidades educativas especiais ainda não tem todos os
seus direitos garantidos, uma vez que, a Educação Especial ainda é mal interpretada
50
e questionada. O que pode ser considerado como favorável é que, cada vez mais
cresce o reconhecimento por parte da sociedade e dos responsáveis pelas políticas
públicas a necessidade de atender a todos, sem discriminação.
O que faz uma escola ser realmente inclusiva, inclui, acima de tudo, o seu pro-
jeto pedagógico. Pois de acordo com MANTOAN (2005) quando se trata de inclusão
é importante considerar que não se trata apenas de se colocar dentro da escola ram-
pas e banheiros adaptados, mas sim uma a modificação nas práticas pedagógicas,
com atividades e programas diversificados afim de atender as potencialidades de cada
sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem. Todos têm o direito a apren-
der e isso deve ser visto dentro da capacidade que cada sujeito apresenta, cada um
têm as suas condições e isso deve sempre ser levado em consideração pela equipe
escolar.
Ao educador que atua com alunos que apresentam alguma deficiência é de
responsabilidade está sempre atento às reais necessidades e dificuldades que o edu-
cando apresenta. Em determinados momentos se faz importante que o aluno receba
um cuidado mais individualizado, uma atenção maior para que as suas potencialida-
des sejam desenvolvidas plenamente. O aluno tem capacidade de aprender, mas é
de suma importância que o professor saiba como organizar as atividades de forma
que o aluno possa desenvolvê-las. Deve-se sempre respeitar o ritmo de aprendizado
de cada um. Isso vale para qualquer sujeito aprendiz, seja ele um aluno com deficiên-
cia ou não.
3.1 A família
51
vão desde barreiras reais até aquelas que existem baseadas nos preconceitos que
ainda existe na sociedade. Como cita Wise (2003):
O entendimento de que um bebê é diferente, e de que pode apresentar uma
variedade de limitações é o começo de uma longa e dura luta para garantir o melhor
para tal criança. Alguns pais sabem, desde o nascimento, que seu filho terá problemas
duradouros. Se o diagnóstico é óbvio, eles receberão a notícia logo após a criança
nascer. Esse é um momento crítico, e a maneira como eles recebem o diagnóstico
pode ter um efeito duradouro sobre a atitude e as respostas dos pais para com as
dificuldades de seu filho. Os pais lembram para sempre a forma como a notícia foi
dada, do quão apoiadores os profissionais foram e que mensagens subjacente foi
transmitida. (WISE, 2002, p. 17)
Se faz importante que no contato com os pais, os professores e a coordenação
da escola questionem que tipo de ajuda o aluno necessita, qual o tipo de medicamento
faz uso, que horários são determinados para ir ao banheiro, por exemplo, se tem crise
e quais procedimentos devem ser adotados.
Para incluir verdadeiramente os alunos com necessidades educativas especi-
ais, a escola necessita contar com a participação da família do mesmo. A família tem
um significado de grande importância, principalmente no que se refere ao lado emo-
cional do aluno. É a partir do convívio familiar que se estabelecem as relações sociais,
é a família a primeira instituição social que o sujeito está inserido. Por isso, a impor-
tância de que a escola a todo instante tenha a família como parceira.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) utilizaram como base o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) e determinaram que existem princípios que ser-
vem de orientação para a educação escolar. Seguem as ideias centrais que regem es-
ses princípios, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Dignidade da pessoa humana - Implica respeito aos direitos humanos, repúdio
à discriminação de qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo
nas relações interpessoais, públicas e privadas.
Igualdade de direitos - Refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma
dignidade e possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto há que se considerar
o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças (étnicas, culturais, regionais,
52
de gênero, etárias, religiosas, etc) e desigualdades (so-
cioeconômicas) que necessitam ser levadas em conta para que a igualdade seja
efetivamente alcançada.
Participação - Como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto
é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação
popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade ho-
mogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc...
Corresponsabilidade pela vida social - Implica partilhar com os poderes públi-
cos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos desti-
nos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a
ampliação da democracia no Brasil.
Se faz importante que a integração da pessoa com necessidades educativas
especiais também abarque a família, ela deve estar inserida nesse processo para que
a aceitação e a adaptação aconteçam de modo a fazer com que o pleno desenvolvi-
mento do sujeito aconteça. A todo o momento o mais importante é o bem-estar do
aluno que tem necessidades educativas especiais, a sua melhor qualidade de vida e o
atendimento às suas reais necessidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
CAVALCANTE, Meire. A escola que é de todas as crianças. IN: Revista Nova Escola.
São Paulo: Fundação Victor Civita,nº 183, 2005. p.40-45.
GUIMARÃES, Arthur. Inclusão que funciona. IN: Revista Nova Escola. São Paulo:
Fundação Victor Civita, 2003. p.43-47.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer?
São Paulo: Moderna, 2003.
54
MANTOAN , Maria Teresa Eglér. Ensinando a turma toda, Revista pátio, ano v, nº 20,
fevereiro/abril 2005.
WISE, Liz. Trabalhando com Hannah: uma criança especial em uma escola comum.
Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2003.
55