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Do Usufruto

1. Conceito – Direito real conferido a alguém de retirar, temporariamente,


da coisa alheia os frutos e utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a
substância (Mª Helena Diniz)

Usufruto é um direito real transitório que concede a seu titular o


poder de usar e gozar durante certo tempo, sob certa condição ou
vitaliciamente de bens pertencentes a outra pessoa, a qual conserva sua
substância (Silvio de Salvo Venoza)

Constitui usufruto o direito real de fruir as utilidades e frutos de uma


coisa, enquanto temporariamente destacado da propriedade (Washington
de Barros Monteiro)

Usufruto é o direito real de fruir as utilidades e frutos de uma coisa


enquanto temporariamente destacado da propriedade (CCB 1916, art.713)

O Atual Código Civil não repetiu a definição.

Objeto: - Bens Móveis infungíveis e inconsumíveis (CC art. 1392 §1º)


- Bens Imóveis (CC art. 1391 e 1392)
- Patrimônio (CC art. 1405)
- Direitos, desde que transmissíveis.

Características: - Direito real sobre coisa alheia


- É temporário (se for pessoa física o prazo máximo e de
trinta anos (CC art. 1410,III)
- É intransmissível e inalienável
- É impenhorável

Espécie: - Quanto a origem: - legal e convencional


- Quanto ao objeto: - próprio e impróprio
- Quanto a extensão: – universal ou particular
- pleno ou restrito
- Quanto a duração: - temporário
- vitalício
- simultâneo (CC art. 1411)

Modos Constitutivos: - por lei


- por ato jurídico inter vivos ou causa mortis
- por sub-rogação real
- por usucapião
- por sentença (CPC, art. 716 a 729)

Direitos do Usufrutuário

 posse, uso e administração e percepção dos frutos naturais


pendentes no início do usufruto (CC, art. 1.394)

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 de cobrar as dívidas e empregar as importâncias recebidas (art.
1395)
 de gozar de renda oriunda de títulos de crédito, aplicando-os após a
cobrança do débito em apólices de dívida pública (CC art. 1395)
 de ter parte em tesouro achado por outrem e de receber meação em
tesouro e em paredes, cerca, muro ou vala (CC, art. 1392 §3º),
sendo usufruto de universalidade ou de quota-parte de bens.
 Não ser obrigado a pagar deteriorações da coisa decorrentes do
exercício regular do usufruto (CC art. 1402)

Obrigações do Usufrutuário

 inventariar a suas expensas os bens móveis que receber,


determinando o estado em que se acham e estimado o seu valor
 dar caução real e fidejussória, se lhe exigir o dono, de velar-lhes pela
conservação e entrega-los findo o usufruto (CC arts 1400, 1402 e
1401)
 gozar da coisa frutuária com moderação
 conservar a destinação que lhe deu o proprietário
 fazer despesas ordinárias e comuns de conservação dos bens no
estado em que os recebeu
 defender a coisa usufruída, repelindo todas as usurpações de
terceiros, impedindo que se constituam situações jurídicas contrarias
ao nu-proprietário.
 evitar o perecimento de servidões ativas e impedir que se criem
servidões passivas
 abster-se de tudo que possa danificar o bem usufrutuário
 pagar certas contribuições (CC arts 1403, II, 1407, 1408 e 1409) e
os juros dos débitos que oneram o patrimônio, ou parte dele, de que
é objeto de usufruto (CC art. 1405)
 restituir o bem usufruído, findo o usufruto no estado em que o
recebeu, como o inventariou ou como se obrigou a conservá-lo.

Direitos do Nu-Proprietário

 exigir que o usufrutuário conserve a coisa.


 exigir que o usufrutuário preste caução fidejussória ou real (CC art.
1400)
 administrar o usufruto, se o usufrutuário não quiser ou não puder dar
caução (CC art. 1401)
 receber remuneração por essa administração (CC art. 1401)
 receber metade do tesouro achado no bem frutuário por terceiros
salvo se ocorrer hipótese do CC, art. 1392§3º, caso em que tal
direito caberá ao usufrutuário.
 perceber os frutos naturais pendentes ao tempo em que cesse o
usufruto (CC art. 1396)
 aos frutos civis vencidos na data inicial do usufruto (CC art. 1398)
 autorizar a mudança da destinação da coisa usufruída (CC art. 1399)
 prefixar a extensão do gozo e do modo da exploração de minas e
florestas dadas em usufruto (CC art. 1392 §2º)
 exigir o equivalente em gênero, qualidade e quantidade quando se
tem usufruto impróprio (CC, 1392 §1º)

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 Receber juros do capital despendido com as reparações necessárias à
conservação da coisa frutuária ou que lhe aumentarem o rendimento
(CC art. 1404)
 Ir contra o segurador, quando segurada a coisa que é objeto do
usufruto (CC art. 1407 §1º)
 Não restabelecer o usufruto se, por sua conta, reconstruir o prédio
destruído sem culpa sua (art. 1408)
 Reclamar a extinção do usufruto, quando o usufrutuário alienar,
arruinar ou deteriorar a coisa frutuária (CPC arts 1112, VI e 1113).

Deveres do Nu-Proprietário

 Não obstar o uso da coisa usufruída nem lhe diminuir a utilidade


 Entregar ao usufrutuário mediante caução o rendimento dos bens
frutuários que estiverem sob sua administração, deduzidas as
despesas dessa administração (CC art. 1.401)
 Fazer as reparações extraordinárias e as que não forem de custo
módico necessárias à conservação da coisa dada em usufruto (CC art.
1404 §2º)
 Respeitar o usufruto restabelecido devido ao fato do prédio usufruído
ter sido reconstruído com a indenização do seguro (CC art. 1408)
 Respeitar a sub-rogação de indenização de danos causados por
terceiros ou do valor da desapropriação no ônus do usufruto (CC art.
1409)

Extinção do Usufruto

 Pela morte do usufrutuário (CC art. 1410 I e III)


 Pelo advento do termo de sua duração (CC art. 1410 II)
 Pelo implemento da condição resolutiva
 Pela cessação do motivo de que se origina (CC art. 1410 IV)
 Pela destruição da coisa não sendo fungível (CC art. 1410 V)
 Pela consolidação (CC art. 1410 VI)
 Pelo não-uso da coisa sobre a qual recai o usufruto ( art. 1410 VIII)
 Pela culpa do usufrutuário (CC art. 1410 VII)
 Pela renuncia (CC art. 1410 I)
 CPC art. 1112, VI

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