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8º TERMO – 1º BIMESTRE

DIREITO DE PROPRIEDADE

a concorrer para as despesas de conservação ou


CONDOMÍNIO divisão da coisa; a responder pelas dívidas
contraídas em proveito comum; a responder aos
❁ Fundamentação Legal: art. 1.314 a 1.358-U. outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo
dano que lhe causou.
condomínio geral ☁ dívida comum ⟶ direito de ação regressiva em face
daquele que não cumprir com o pagamento.
☁ art. 1.314 – 1.330

O condomínio geral resta caracterizado quando Quanto às despesas, considerando que cada
um único bem, seja ele móvel, imóvel ou condômino concorre na proporção de sua parte,
semovente, pertence a duas ou mais pessoas pode este eximir-se do pagamento, renunciado à
simultaneamente. parte ideal, nos termos do art. 1.316.

☁ ex.: carro, imóvel da herança, cachorro. adjudicação de coisa indivisível


Configura-se o condomínio, portanto, quando Nos termos do art. 1.322, em se tratando de coisa
determinado bem pertence a mais de uma pessoa, indivisível e havendo divergência quanto à
cabendo a cada uma delas igual direito sobre o adjudicação à um dos condôminos, a coisa será
todo e cada uma de suas partes. vendida e o apurado repartido entre todos.
✦ IMPORTANTE: havendo lucratividade não há Destaca-se que na venda, deve ser observado o
que se falar em condomínio, mas sim em direito de preferência, do seguinte modo:
sociedade.
➔ se em condições iguais de oferta, prefere-se o
☁ condomínio é próprio dos direitos reais, enquanto condômino ao estranho;
sociedade é típico do direito empresarial.
➔ entre os condôminos, prefere-se aquele que
Quanto à origem, o condomínio pode ser
tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, na
convencional, eventual ou legal. Convencional, ou
ausência destas, o de quinhão maior.
voluntário, é aquele que decorre da vontade dos
condôminos. Eventual, por sua vez, é o que resulta ➔ a quem ofereceu o maior lanço na licitação,
da vontade de terceiros, como por exemplo do quando nenhum dos condôminos tem benfeitorias
doador ou testador, ao efetuar uma liberalidade a na coisa comum e participam do condomínio em
várias pessoas. Legal, ou necessário, por fim, é o partes iguais.
imposto por lei. ✦ IMPORTANTE: antes de adjudicar a coisa àquele
que ofereceu o maior lanço na licitação, deve ser
direitos e deveres dos condôminos realizada uma licitação entre os condôminos, a fim
No condomínio geral, há uma relação de igualdade de que a coisa seja adjudicada a quem oferecer
entre os condôminos, havendo direitos e deveres melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o
comuns a todos. condômino ao estranho – art. 1.322, parágrafo
único.
Posto isso, no que tange aos direitos, assegura-se
aos condôminos o exercício dos poderes inerentes
administração do condomínio
à propriedade ⟶ usar, gozar, dispor e reaver – art.
1.314. Se os condôminos decidirem que a coisa deve ser
administrada, deverão escolher o administrador,
✦ IMPORTANTE: os direitos dos condôminos não
que poderá ser estranho ao condomínio, por
lhes conferem a possibilidade de alteração da
maioria.
destinação do bem comum, nem dar posse, uso ou
gozo dela a terceiros estranhos ao condomínio, Destaca-se que, nos termos do art. 1.324, o
sem o consenso dos demais. condômino que exercer o papel de administrador
sem a oposição dos demais, presume-se ser
Por outro lado, no que se refere aos deveres, cada
representante comum.
condômino é obrigado, na proporção de sua parte,
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relação à unidade autônoma, uma vez que, em se


considerações finais
tratando da fração comum, somente podem ser
☀ renúncia: um condômino pode renunciar quanto exercidos os poderes de usufruir e gozar.
à rua cota/fração ideal/quinhão, desde que o faça
em favor de outro condômino, devendo tal ato ser regime jurídico
formalizado.
☀ Código Civil: art. 1.331 a 1358-U;
☀ alienação: em se tratando de bem divisível, a Dispõe sobre o condomínio
☀ Lei 4.591/64;
cota/fração ideal/quinhão poderá ser alienado, em edificações e as
ainda que para terceiro estranho ao condomínio, ☀ Convenções; incorporações imobiliárias.
desde que observada a ordem de preferência dos ☀ Regulamentos internos.
condôminos.
☁ as condições de vendas devem ser as mesmas para parte comum
condôminos e terceiros estranhos ao condomínio.
Existem duas espécies de parte comum: a de uso
☁ o direito de preferência deve ser esgotado para que geral, e a de uso exclusivo.
seja alienado a terceiro.
No que se refere à última, faz-se necessário
☀ frutos: os frutos decorrentes da coisa comum destacar que é lícita a cobrança para sua utilização.
serão partilhados na proporção dos quinhões,
salvo se os condôminos convencionarem de forma ☁ taxa para uso do salão de festas, da área gourmet,
etc.
distinta – art. 1.326.

condomínio edilício PROPRIEDADE RESOLÚVEL/FIDUCIÁRIA


Refere-se, especificamente, aos condomínios de ❁ Fundamentação Legal: 1.359 a 1.368-B
imóveis edificados, onde existem partes comuns e
partes exclusivas. conceitos
☁ ex.: em um edifício residencial, o apartamento é Propriedade resolúvel é aquela cujo título de
propriedade exclusiva, e os elevadores, piscinas, portaria aquisição está subordinado a uma condição
são partes comuns.
resolutiva ou ao advento do termo.
☁ edificações horizontais e verticais.
☁ condição: evento futuro e incerto; termo: evento
O condomínio edilício é composto por unidades futuro e certo.
autônomas (partes exclusivas) e pela fração comum Fiduciária, por sua vez, é a propriedade resolúvel de
(partes comuns). coisa móvel infungível que o devedor transfere ao
Em relação à unidade autônoma, o condômino credor, para fins de garantia.
pode exercer todos os poderes inerentes à ✦ IMPORTANTE: a propriedade
propriedade. Por outro lado, em relação à fração resolúvel/fiduciária consiste em uma exceção ao
comum, o exercício da propriedade restringe-se princípio da perpetuidade do direito de
aos poderes de usufruir e gozar. propriedade.

diferenças entre condomínio edilício e causas de resolução da propriedade


condomínio geral
Primeiramente destaca-se que o condomínio causas originárias
edilício refere-se, especificamente, aos ☁ art. 1.359.
condomínios de imóveis edificados, enquanto o
Tratam-se daquelas em que a resolução da
condomínio geral abrange qualquer tipo de bem,
propriedade ocorre em face da implementação da
móvel ou imóvel.
condição ou pelo advento do termo. Ou seja, a
Outra diferença refere-se ao exercício dos poderes condição ou o termo constam no título constitutivo
inerentes à propriedade: enquanto no condomínio da propriedade.
geral todos os condôminos são considerados
⟶ Ex.: adquirente de imóvel em cuja escritura
proprietários, podendo exercer integralmente os
consta um pacto de retrovenda, ou de venda com
poderes da propriedade, no condomínio edilício,
reserva de domínio.
tais poderes somente podem ser exercidos em
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☀ efeito “ex tunc”: retroage. superfície, que recebe o imóvel do proprietário para
construir ou plantar.
causas derivadas ☁ o prazo de duração da concessão deve ser,
☁ art. 1.360. obrigatoriamente, determinado.

Tratam-se daquelas em que a resolução da Em síntese, o proprietário concede seu direito de


propriedade se dá por causa superveniente. propriedade ao superficiário, que poderá exercer
todos os poderes inerentes à tal direito, quais
⟶ Ex.: revogação da doação por ingratidão do sejam: gozar, usar, dispor e reaver, durante o prazo
donatário. determinado entre as partes.
☀ efeito “ex nunc”: não retroage. ✦ IMPORTANTE: o proprietário não transfere a
propriedade do bem!
DIREITOS REAIS DE GOZO E FRUIÇÃO ☁ o superficiário exerce os poderes inerentes à
propriedade como se proprietário fosse, mas não é!
Os direitos reais de gozo ou fruição são situações
em que há a divisão dos poderes inerentes à ✦ IMPORTANTE: o direito de superfície não
propriedade (do GRUD). engloba o subsolo, salvo quando sua utilização seja
inerente ao objeto da concessão – art. 1.369,
Como o próprio nome indica, transmitem-se a
parágrafo único, CC.
outrem os direitos de gozar ou fruir/usar a coisa,
com maior ou menor amplitude.
finalidade
☁ em outras palavras, o proprietário não concentra, em
suas únicas mãos, todos os poderes inerentes à O direito de superfície tem por finalidade construir
propriedade. ou plantar, conforme disposto no art. 1.369, caput,
São direitos reais de gozo ou fruição tipificados do CC.
pelo art. 1.225, do CC: No entanto, há uma possibilidade não prevista em
☀ a superfície – inc. II; lei, qual seja a concessão de terras/fazendas para
fins de captação de energia fotovoltaica/eólica.
☀ as servidões – inc. III;
✦ IMPORTANTE: o direito de superfície tem por
☀ o usufruto – inc. IV; característica a impossibilidade de alteração da
☀ o uso – inc. V; substância/finalidade/essência do bem dentro do
prazo determinado no contrato.
☀ a habitação – inc. VI;
✦ IMPORTANTE: se conveniado entre as partes a
☀ a concessão do uso especial para fins de moradia
alteração da finalidade, esta deve ser formalizada
– inc. XI;
junto ao contrato, sob pena de extinção do
☀ a concessão de direito real de uso – inc. XII; contrato.
☀ a laje – inc. XIII. ✦ IMPORTANTE: se o imóvel já possuir construção
ou plantação não poderá ser objeto de direito de
SUPERFÍCIE superfície, salvo se convencionada a demolição da
construção existente para a reconstrução ou
❁ Fundamentação Legal: 1.369 a 1.377 construção de outra, ou a erradicação da plantação
existente para fins de utilização do terreno para os
conceito mesmos fins.
☁ Carlos Roberto Gonçalves.
O direito de superfície permite que o proprietário,
de um bem imóvel, conceda a outrem, chamado
de superficiário, o direito de construir ou de modo de constituição
plantar em seu terreno, por tempo determinado, A constituição do direito de superfície se dá
mediante escritura pública devidamente mediante contrato, obrigatoriamente expresso,
registrada no Cartório de Registro de Imóveis, averbado na matrícula do imóvel e registrado no
nos termos do art. 1.369 do CC. Cartório de Registro de Imóveis.
☁ proprietário é aquele que cede o uso do imóvel,
enquanto o superficiário é o titular do direito de
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✦ IMPORTANTE: o registro da escritura pública no ☁ em caso de desapropriação (ato da Adm. Pública


Cartório de Registro de Imóveis constitui requisito Direta), devem ser indenizados proprietário e
de validade do contrato de superfície. superficiário, na devida proporção.
☁ art. 1.376.
☁ o direito real, com todas as suas características,
somente surge com o registro. (c) o desvio de finalidade;
☁ art. 1.374.
formas de pagamento
(d) o advento do termo estabelecido do contrato.
O contrato do direito de superfície pode ser
☁ em se tratando de contrato por prazo determinado,
gratuito ou oneroso. Sendo oneroso, o pagamento
decorrido o prazo contratado, extingue-se o direito.
deverá ser feito à vista ou parcelado, de acordo
com o tempo firmado, nos termos do art. 1.370. ✦ IMPORTANTE: extinta a concessão em razão do
advento do termo estabelecido no contrato, o
☁ solarium ou cânon superficiário = importância paga
proprietário passa a ter a propriedade plena sobre
pelo superficiário ao proprietário.
o imóvel/terreno e tudo que nele fora
✦ IMPORTANTE: o parcelamento não pode ser construído/plantado, independentemente de
mensal, uma vez que este é característica do indenização, salvo estipulação contratual em
contrato de locação. contrário – art. 1.375.

transferência e transmissão vantagens do direito de superfície


Nos termos do art. 1.372, admite-se a transferência Constituem vantagens ao proprietário: (a) a
da superfície a terceiros, assim como sua conservação do bem; (b) a possibilidade de
transmissão aos herdeiros do superficiário. utilização do subsolo; e (c) o cumprimento da
☁ a transmissão aos herdeiros do superficiário dá-se função social do imóvel.
automaticamente.
Por outro lado, são vantagens oferecidas ao
Em caso de transferência da superfície a terceiros, superficiário: (a) o investimento (custo x benefício);
as cláusulas contratuais podem ser revistas, (b) a possibilidade de transmissão aos seus
admitindo-se eventual alteração na finalidade do herdeiros; e (c) o exercício dos poderes inerentes à
imóvel. propriedade, ainda que não seja proprietário do
imóvel.
✦ IMPORTANTE: em se tratando de direito de
superfície, é vedado que seja cobrado pelo
proprietário qualquer pagamento pela
direito de superfície x locação
transferência – art. 1.372, parágrafo único.
✦ IMPORTANTE: havendo a alienação do imóvel
ou do direito de superfície, o superficiário ou o SUPERFÍCIE LOCAÇÃO
proprietário terão direito de preferência em
DIREITO REAL DIREITO CONTRATUAL
igualdade de condições com terceiros – art. 1.373.
☁ em outras palavras, o concedente possui direito de CONSTITUI-SE POR
preferência na eventual alienação do direito de ESCRITURA PÚBLICA: CONSTITIU-SE POR MEIO
superfície, e o superficiário tem preferência na aquisição AVERBAÇÃO NA DE CONTRATO DE
do terreno em caso de eventual venda pelo concedente. MATRÍCULA DO IMÓVEL LOCAÇÃO
– REGISTRO CRI
☁ as condições apresentadas ao proprietário ou
superficiário devem ser idênticas àquelas apresentadas
PAGAMENTO DO
ao terceiro.
IMPOSTO DE
NÃO HÁ INCIDÊNCIA DE
TRANSMISSÃO
extinção MUNICIPAL DE 2% DO
IMPOSTO
VALOR DO IMÓVEL
São formas de extinção do direito de superfície:
(a) o perecimento; VALOR FIXO, PAGO À VALOR MENSAL,
VISTA OU PARCELADO ATUALIZADO
(b) a desapropriação; (SOLARIUM) ANUALMENTE
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✦ IMPORTANTE: para efeitos de servidão, os


GRATUITA OU ONEROSA SEMPRE ONEROSA
vizinhos devem ser colaterais! Vizinhos “lindeiros”
ENGARGOS: ALGUNS não são considerados vizinhos!
ENCARGOS: PERMANECEM NA ✦ IMPORTANTE: os imóveis devem,
RESPONSABILIDADE DO RESPONSABILIDADE DO
obrigatoriamente, pertencer a proprietários
SUPERFICIÁRIO PROPRIETÁRIO E
distintos = se pertencerem ao mesmo indivíduo
OUTROS DO LOCADOR
dá-se à confusão, e não há que se falar em
PRAZO DETERMINADO PRAZO DETERMINADO servidão.
(SEM POSSIBILIDADE DE PRORROGÁVEL POR
PRORROGAÇÃO) PRAZO INDETERMINADO constituição
☁ encargos ⟶ durante o período de vigência do A servidão se constitui por meio da celebração de
contrato de superfície, considerando que o proprietário um contrato expresso, gratuito ou oneroso, entre
confere ao superficiário o exercício dos direitos inerentes os proprietários, sendo imprescindível à sua
à propriedade sob seu imóvel, incumbe a este o caracterização, o registro no Cartório de Registro
pagamento dos encargos e tributos que incidirem sobre
de Imóveis.
o imóvel, assim como as despesas de conservação ou
manutenção – art. 1.371. ✦ IMPORTANTE: é exigido, como requisito de
validade, a averbação na matrícula do imóvel
enfiteuse serviente!

Trata-se de direito real que confere a alguém, ✦ IMPORTANTE: o interesse do registro é do


perpetuamente, os poderes inerentes ao domínio, proprietário do prédio serviente, uma vez que
com a obrigação de pagar ao dono da coisa uma admite-se a usucapião, observado o disposto no
renda anual. art. 1.379.

Foi instituído no Brasil Império e revogado pelo A servidão pode decorrer de negócio jurídico inter
Código Civil de 2002, quando substituído pelo vivos ou mortis causa, nos termos do art. 1.378. Em
direito de superfície. suma, o direito pode ser instituído por contrato ou
testamento, devidamente registrado no Cartório
Em síntese, o Império, dono de todas as terras, de Registro de Imóveis.
concedia à população o direito de explorar
determinada área, mediante o pagamento do duração da servidão
laudêmio.
☁ comum nas ilhas próximas ao RJ Enquanto o Código Civil de 1916 determinava que
a servidão era perpétua, o de 2002 é omisso quanto
☁ o pagamento do laudêmio era mensal e devido
ao prazo de duração.
enquanto a área fosse explorada.
Assim, já que o Código Civil/2002 não faz qualquer
SERVIDÃO menção ou proibição, entende-se que a servidão
pode ser firmada de maneira temporária ou
❁ Fundamentação Legal: 1.378 a 1.389 perpétua, a depender da vontade das partes.

conceito formas de servidão


A servidão tem natureza jurídica de direito real de São formas de servidão: (a) servidão de vista/ótica;
gozo ou fruição sobre imóvel alheio, e consiste em (b) servidão de sol, ou fotosservidão; (c) servidão
uma relação jurídica que envolve dois imóveis de fonte (poço); (d) servidão de paisagem/turismo;
vizinhos, pertencentes a proprietários distintos, em (e) servidão de pasto/pastagem/compáscuo.
que um prédio serve ao outro, a fim de valorizá-lo
ou torná-lo mais útil. tipos de servidão
☁ o prédio serviente sofre restrições em benefício do
☀ Servidão civil: aquela regulada pelo Código
outro, chamado dominante.
Civil, que se sujeita às normas do direito privado.
✦ IMPORTANTE: todo direito de servidão implica
☀ Servidão administrativa: trata-se do ônus
em uma restrição ao prédio/imóvel serviente!
imposto ao particular para a realização de um
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serviço, obra ou para assegurar interesse público. É


regulada pelo Direito Administrativo.
proteção jurídica
☁ qualquer relação predial que envolva Município, No âmbito da tutela processual da servidão,
Estado ou a União, deve observar as normas de direito destacam-se as seguintes ações:
público.
ação confessória: visa o reconhecimento do direito
☁ ex.: vedação de construções, controle de altura de
real de servidão. Trata-se, portanto, de uma ação
edifícios.
declaratória em favor do titular do direito.
☀ Servidão aparente: é aquela visível, passível de
☁ o titular da ação é o proprietário do prédio
contestação por sinais exteriores. dominante!
☁ ex.: caminho para chegar até o pasto do vizinho; trilha
ação negatória: também de natureza declaratória,
para chegar ao poço.
é manejada pelo proprietário do prédio serviente e
☀ Servidão não aparente: aquela que não se tem por finalidade o reconhecimento judicial da
manifesta por sinais exteriores, que não é visível. inexistência de uma servidão.
☁ ex.: proibição de construir um prédio mais alto. (c) ação de manutenção de posse: outorgada ao
☀ Servidão positiva: caracteriza-se por conferir ao dono do prédio dominante quando este tiver sua
dono do prédio dominante o direito de realizar um posse protestada pelo dono do prédio serviente.
fato ou praticar uma conduta ⟶ refere-se à
obrigação de fazer. extinção
☁ ex.: servidão de passagem. São considerados modos comuns de extinção da
☀ Servidão negativa: o titular do prédio serviente servidão:
se obriga a uma restrição, em favor do prédio ☀ o perecimento ou desaparecimento do seu
dominante ⟶ refere-se à obrigação de não fazer. objeto;
☁ ex.: obrigação de não construir acima de determinada ☁ ex.: desmoronamento.
altura.
☀ o decurso do prazo, quando a servidão for
temporária;
serventia
☀ a convenção entre as partes.
Para que se caracterize a servidão, os
prédios/imóveis devem pertencer a donos Ainda, nos termos do art. 1.388, extingue-se a
distintos. Se forem do mesmo dono, não há que se servidão em caso de:
falar em servidão, mas em mera serventia. ☁ modos peculiares de extinção.
☁ ocorre quando há confusão de propriedade: os dois ☀ renúncia do seu titular: o titular do direito
imóveis/prédios passam a pertencer ao mesmo declara, formalmente, sua renúncia ao direito real
indivíduo.
de servidão constituído em seu favor;

usucapião ☀ cessação da utilidade ou da comodidade da


servidão: hipótese em que a finalidade útil ou a
Consoante a regra contida no art. 1.379, o exercício conveniência da servidão deixa de existir;
incontestado e contínuo de uma servidão aparente,
☀ resgate: o dono do prédio serviente pode firmar
por 10 anos, nos termos do art. 1.242, autoriza a
negócio jurídico com o titular do prédio
usucapião pelo imóvel dominante.
dominante, visando a resgatar a servidão, livrando-
☁ é o prédio dominante que pode pleitear a usucapião se do ônus imposto ao seu imóvel.
= é ele que se utiliza da servidão.
☁ resgata o direito de uso.
Em suma, são requisitos para a usucapião do
prédio serviente: (a) a servidão aparente; (b) o uso
pacífico pelo dominante; (c) ausência de contrato
expresso, ou de registro no C.R.I.

direitos e deveres
Dispostos nos arts. 1.384 a 1.388.
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direito de servidão x passagem forçada partes


São partes o nu-proprietário e o usufrutuário.
Nu-proprietário é o proprietário do bem, que reúne
SERVIDÃO DE PASSAGEM FORÇADA
PASSAGEM todos os poderes inerentes à propriedade, e cede
alguns ao usufrutuário.
DIREITO REAL DE DIREITO REAL DE Usufrutuário, por outro lado, é aquele que ganha
SERVIDÃO PROPRIEDADE – DTO. DE
do nu-proprietário o direito de usar e de gozar do
VIZINHANÇA
bem.
DECORRE DA VONTADE DECORRE DE DISPOSIÇÃO ☁ pode ser pessoa física ou jurídica.
DAS PARTES LEGAL
exercício dos poderes da propriedade
PRÉDIOS PODEM NÃO PRÉDIOS CONTÍGUOS
SER CONTÍGUOS O usufruto pode ser apontado como direito real de
gozo ou fruição por excelência, vez que há uma
OPÇÃO MAIS CÔMODA IMÓVEL ENCRAVADO, divisão igualitária dos poderes inerentes à
SEM OUTRA OPÇÃO DE
propriedade (GRUD):
COMUNICAÇÃO COM VIA
PÚBLICA ➔ usufrutuário: exerce os poderes de usar e de
gozar. Ou seja, pode se servir da coisa, bem como
PASSÍVEL DE USUCAPIÃO RUMO FIXADO EM LEI desfrutar desta, no sentido de tirar proveito (frutos
– renda);
EXIGE REGISTRO NO DISPENSA REGISTRO DO
C.R.I. USO ☁ jus utendi e jus fruendi.
☁ o usufrutuário tem direito à posse, uso, administração
PASSÍVEL DE e percepção dos frutos.
INDENIZAÇÃO
✦ IMPORTANTE: quanto aos frutos civis, faz-se
necessário destacar que:
USUFRUTO i. os frutos previstos/vencidos ao tempo do início
❁ Fundamentação Legal: 1.390 a 1.411 do usufruto, pertencerão ao nu-proprietário;
ii. os frutos previstos/vencidos ao tempo do
conceito término do usufruto, pertencerão ao
usufrutuário;
Trata-se de direito real sobre coisa alheia que
confere ao usufrutuário a capacidade de usar uma ➔ nu-proprietário: exerce os poderes de reaver e
coisa pertencente a outrem, e de perceber-lhes os de dispor;
frutos. Destaca-se que, uma vez alienado o pelo nu-
Nos termos do art. 1.390, o usufruto pode recair proprietário, extingue-se o usufruto, visto que
sobre um ou mais bens, sejam eles móveis ou possui caráter personalíssimo.
imóveis. ☁ o comprador do bem em usufruto deve conferir um
✦ IMPORTANTE: o bem, objeto do usufruto, deve prazo para que o usufrutuário possa entregar o bem.
ser infungível, na medida em que, ao final da ☁ não há previsão expressa quanto ao direito de
relação jurídica, o usufrutuário deverá restituir o preferência do usufrutuário em caso de alienação do
bem ao nu-proprietário. bem pelo nu-proprietário.

Ainda, o referido dispositivo estabelece a requisitos de validade


possibilidade de recair sobre um patrimônio
inteiro, ou apenas em parte deste. Em se tratando de bem imóvel, faz-se indispensável
à validade do negócio, o registro do usufruto na
✦ IMPORTANTE: o usufruto contempla o principal
matrícula do imóvel.
e os acessórios.
☁ o bem dado em usufruto é passível de usucapião.
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Ainda, em se tratando de imóvel cujo valor exceda ☁ ex.: usufruto estabelecido para que o usufrutuário
30 salários mínimos, é necessário que seja feita a possa concluir seus estudos. Findos estes, cessa a causa
escritura pública ⟶ não dispensa o registro na que havia determinado a sua instituição.
matrícula do imóvel! ☀ pela destruição da coisa;
☁ quando se tratar de imóvel cujo valor seja inferior a ☀ pela consolidação;
30 salários mínimos, o usufruto pode ser tomado a
termo/documentado/oficializado no cartório ☁ ocorre quando na mesma pessoa se reúnem as
qualidades de usufrutuário e nu-proprietário.
✦ IMPORTANTE: o registro só é necessário
quando se tratar de bens imóveis. ☀ por culpa do usufrutuário:
alienação/deterioração;
características ☀ pelo não uso.

☀ inalienabilidade: o bem dado em usufruto não


pode ser alienado. No entanto, é permitida a
USO
cessão de seu exercício, por título gratuito ou ❁ Fundamentação Legal: art.1.412 e 1.413.
oneroso.
☁ não pode ser alienado pelo usufrutuário. conceito
☀ intransmissibilidade: trata-se de negócio O direito de uso consiste no direito real, conferido
personalíssimo, vez que, com o falecimento das a uma pessoa, de usar a coisa, móvel ou imóvel, e
partes do usufrutuário, extingue-se o usufruto, não perceber os seus frutos, na medida das suas
sendo transmitido aos herdeiros. necessidades e de sua família.
☀ temporariedade: ainda que vitalício, o usufruto ☁ trata-se de um usufruto restrito, limitado.
se finda com o falecimento do usufrutuário,
portanto, há termo final, ainda que incerto. ✦ IMPORTANTE: difere-se do usufruto, uma vez
que o usufrutuário retira da coisa todas as suas
☁ tem prazo determinado em razão da condição utilidades, ou seja, goza da coisa alheia como se
estabelecida.
seu proprietário fosse, de maneira ilimitada.

extinção requisito
✦ IMPORTANTE: a extinção do usufruto ocorre,
Recaindo sobre bem imóvel, faz-se imprescindível
obrigatoriamente, com o cancelamento do registro
o registro do direito de uso na matrícula do imóvel.
na matrícula do imóvel, quando tratar-se de bem
imóvel.
partes
Constituem causas de extinção do usufruto,
previstas no art. 1.410: São partes do direito de uso: (a) o nu-proprietário,
que faz a cessão da coisa; e (b) o usuário, que tem
☀ renúncia ou morte do usufrutuário; o direito personalíssimo de uso da coisa.
☁ a renúncia trata-se de um ato unilateral, que
independe da ciência ou concordância do nu- necessidades pessoais e da família do
proprietário.
☁ em razão do caráter personalíssimo do usufruto, a
usuário
morte do usufrutuário gera a extinção do negócio O conceito de família, para fins do direito de uso, é
jurídico. mais amplo do que o adotado no direito de família,
☀ pelo termo de duração; uma vez que abrange até os domésticos a serviço
do usuário.
☁ somente se dá no caso de usufrutuário temporário.
Destarte, pouco importa se os vínculos são de
☀ extinção da PJ para quem foi constituído;
parentesco civil ou consanguíneo, e se trata de
☁ prazo máximo de duração de 30 anos! família constituída pelo casamento ou em virtude
☀ pela cessação do motivo de que se origina; de união estável.
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que inexista outro imóvel da mesma natureza a


extinção inventariar.
O direito de uso constitui-se do mesmo modo e ✦ IMPORTANTE: agora, a constituição de nova
extingue-se pela mesma forma do usufruto. família não extingue o direito de habitação
Assim, pode ocorrer a extinção do uso pelos assegurado.
mesmos modos elencados no art. 1.410. ✦ IMPORTANTE: o único artigo que estabelece o
✦ IMPORTANTE: o direito de uso, diferente do direito à habitação ao cônjuge sobrevivente (art.
usufruto, não se extingue pelo não uso. 1.831), é omisso quanto à união estável e, o único
artigo que outorga direitos sucessórios aos
companheiros (art. 1.790), omite-se quanto ao
HABITAÇÃO direito de habitação.
❁ Fundamentação Legal: arts. 1.414 – 1.146
O direito de habitação consiste no direito real de
CONCESSÃO DE MORADIA E
morar gratuitamente em casa alheia ⟶ não pode CONCESSÃO DE USO
o titular do direito de habitação extrair do imóvel
outra utilidade que não seja a de residir.
introdução
☁ trata-se do direito de ocupação.
A concessão de uso especial para fins de moradia
Tem por objeto necessariamente bem imóvel. e a concessão de direito real de uso são direitos
✦ IMPORTANTE: por tratar-se de direito real reais sobre coisa alheia, que visam atender à função
sobre coisa alheia, se faz indispensável o registro social da propriedade.
na matrícula do imóvel. Tais direitos reais, introduzidos pela Lei nº
São partes da habitação o proprietário, que 11.481/2007, referem-se a áreas públicas,
transmite o direito, e o habitante, que tem o direito geralmente invadidas e urbanizadas por favelas.
de moradia em seu benefício. Constituem alternativas de regularização fundiária,
já que não se permite a aquisição de áreas públicas
Trata-se de direito personalíssimo: o habitante não
por meio da usucapião.
pode ceder seu direito a terceiros, uma vez que o
instituto visa à moradia específica do beneficiado.
concessão de moradia
☁ é intransferível.
❁ Fundamentação Legal: Medida Provisória n°
direito de habitação x direito sucessório 2.220/2001
Trata-se de um direito que confere ao seu titular o
O art. 1.611, §2º, do CC/1916, contemplava o
uso de um imóvel público, insuscetível de
direito de habitação, desde o advento do Estatuto
usucapião, com a finalidade de morar.
da Mulher Casada, assegurando esse tipo de
sucessão ao cônjuge sobrevivente, casado pelo O benefício é estabelecido em favor daquele que
regime da comunhão universal de bens. comprovar:
No que tange à união estável, por sua vez, também (a) posse até 22/12/2016;
se garantiu aos companheiros o direito de
(b) ocupação pelo prazo de 5 anos;
habitação, vez que a Lei nº 9.278/96, em seu art. 7º,
parágrafo único, assegura ao sobrevivente o direito (c) posse ininterrupta e sem oposição;
de continuar residindo na moradia do casal, desde
(d) imóvel localizado em zona urbana;
que aquele bem fosse o único bem daquela
natureza a inventariar e enquanto se mantivesse o (e) ocupação para moradia do possuidor ou de sua
estado de viuvez. família;

Ocorre que, com o advento do CC/2002, o direito (f) imóvel público;


real de habitação recebeu uma nova roupagem. (g) possuidor não proprietário ou concessionário, a
Nos termos do art. 1.831 do CC/2002, o cônjuge qualquer título, de outro imóvel rural ou urbano.
sobrevivente tem direito real de habitação, desde
8º TERMO – 1º BIMESTRE

☀ Medida Provisória n° 2.220/2001 (e) tem por finalidade a regularização fundiária de


interesse social, urbanização, industrialização,
➔ Art. 1º, §1º: a concessão de uso especial para
edificação, cultivo da terra, aproveitamento
fins de moradia será conferida de forma gratuita
sustentável das várzeas, preservação das
ao homem ou à mulher, ou a ambos,
comunidades tradicionais e seus meios de
independentemente do estado civil;
subsistência ou outras modalidades de interesse
§2º: limita a concessão a uma única vez; social e áreas urbanas;
§3º: permite que o herdeiro legítimo continue, de ✦ IMPORTANTE: a concessão será resolvida antes
pleno direito, na posse de seu antecessor, desde de seu termo final se o concessionário der ao
que já resida no imóvel por ocasião da abertura da imóvel destinação diversa da estabelecida no
sucessão. instrumento de concessão ou descumprir cláusula
➔ Art. 6º: a obtenção do título de concessão para resolutória do ajuste, perdendo, nesse caso, as
fins de moradia se dá pela via administrativa, benfeitorias de qualquer natureza que tenha
perante o órgão competente da Administração introduzido no imóvel (art. 7º, § 3º, do Decreto-lei
Pública, ou pela via judicial, em caso de recusa ou n. 271/67).
omissão por parte deste. (f) admite transmissão por ato inter vivos ou causa
✦ IMPORTANTE: o título de concessão deve ser mortis;
registrado no C.R.I, a fim de que tenha eficácia erga (g) requer registro no C.R.I.
omnes.
➔ Art. 7º: admite a transmissibilidade, por ato
inter vivos ou causa mortis, da concessão do uso
para fins de moradia. Assim, poderá o titular, em
vida, alienar o seu direito, de forma gratuita ou
onerosa, sendo que a sua morte implicará a
transmissão do direito aos herdeiros.
➔ Art. 8º: estabelece duas hipóteses de extinção
do direito de concessão de uso especial para fins
de moradias, quais sejam:
(a) se o concessionário der ao imóvel destinação
diversa da moradia para si ou para sua família; e
(b) se o concessionário adquirir a propriedade ou a
concessão de uso de outro imóvel urbano ou rural,
uma vez que a concessão deve ser única.

concessão de uso
❁ Fundamentação Legal: Decreto-lei n. 271/67
Trata-se de um direito real pelo qual o
concessionário poderá utilizar o imóvel para
finalidades úteis, socialmente relevantes, como por
exemplo a exploração de atividade comercial.
☀ Características
(a) alcança terrenos públicos ou particulares;
(b) pode ser gratuita ou onerosa;
(c) admite estipulação por prazo determinado ou
indeterminado;
(d) é direito real resolúvel

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