ESTUDO DIRIGIDO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL 2

Prof. Eduardo Roma
TEMA: APELAÇÃO

1.Cabimento

a) A apelação é o recurso cabível contra a

sentença, seja ela terminativa ou definitiva.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Sendo sentença, independente do procedimento,

caberá sempre apelação:

Exceções:

a)Recurso inominado - Lei 9099/95

b)Embargos Infringentes – Lei 6830/80
c) ROC – Sentença em que forem parte Estado
Estrangeiro ou OI x município ou pessoa física.
d)Agravo Instrumento: Sentença que decreta
falência

b) A apelação também será cabível contra as

decisões interlocutórias, não impugnadas por
Agravo de Instrumento.

- Essas impugnação deve ser feita em preliminar de

apelação ou nas contrarrazões.
- Fim do agravo retido.

OBS: preclusão?

- A apelação é cabível tanto no processo de

conhecimento quanto no de execução.

2.Objeto

- Regra: o teor da sentença (mérito)

- Exceção: decisões interlocutórias que não

comportem AI

3.Procedimento

- Pode ser interposta em petição única, ou separada

com as razões.
OBS:
- Interposto perante o primeiro grau de jurisdição.
- Prazo 15 dias úteis;
- Pode ser interposto por correio, hipótese que se
conta como data da interposição o dia da postagem;
ou por fax, desde que o original seja apresentado
até 5 dias úteis após o término do prazo.
- Tanto o juízo de admissibilidade quanto o de
mérito são realizado pelo tribunal de segundo grau.

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição

dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1 o e
2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo
juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade.

3.1 Requisitos formais

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de

decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

 Indicação do Tribunal?

Uma vez interposta a apelação, o juízo sentenciante

intimará o apelado para apresentar contrarrazões
no prazo de 15 dias. Com ou sem a resposta do réu,
o processo será remetido ao tribunal de segundo
grau.

3.2 Efeitos

a) DEVOLUTIVO

b) SUSPENSIVO

- Em regra a apelação tem sempre efeito

suspensivo. Trata-se de efeito suspensivo
automático, imputado pela lei.

OBS: A apelação contra as decisões interlocutórias

não agraváveis não possui efeito suspensivo
Automático.

- Exceção, hipóteses em que a apelação não terá

efeito suspensivo:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga

improcedentes os embargos do executado;

Exceção: Fazenda Pública.

IV - julga procedente o pedido de instituição de

arbitragem;
 V - confirma, concede ou revoga tutela
provisória;

VI - decreta a interdição.

Modo para requerer efeito suspensivo à

apelação

Deverá ser formulado por requerimento dirigido

ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a

interposição da apelação e sua distribuição, ficando
o relator designado para seu exame prevento para
julgá-la;

II - relator, se já distribuída a apelação.

Obs: A apelação ainda poderá ter efeito

suspensivo se o apelante demonstrar a
probabilidade de provimento do recurso ou se,
sendo relevante a fundamentação, houver risco de
dano grave ou de difícil reparação.

3.3 Procedimento no segundo grau

Recebido o recurso de apelação no tribunal e

distribuído imediatamente, o relator:

a) Decidi-lo-á monocraticamente apenas nas

hipóteses do art. 932, incisos III a V;
 Desta decisão cabe agravo interno em 15 dias.

b) Se não for o caso de decisão monocrática,

elaborará seu voto para julgamento do recurso
pelo órgão colegiado.

3.4 Novas questões de fato:

Art. 1.014: As questões de fato não propostas no

juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se
a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de
força maior.
Além disso, Barbosa Moreira entende que não pode
criar uma nova causa de pedir.

- Ocorrendo fato novo que dependa de produção de

prova, se esta for documental, ocorrerá no próprio
tribunal, oportunizando à parte adversa 15 dias
para se manifestar.
- Entretanto, se for testemunhal ou pericial, o
tribunal expede Carta de Ordem para o Juízo a quo.

3.5 Apelação nos casos de improcedência

liminar do pedido - Retratação

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase

instrutória, o juiz, independentemente da citação do
réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal

Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal

Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de

resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;

IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça

sobre direito local.

§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá

retratar-se em 5 (cinco) dias.

§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o

prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação
do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de
15 (quinze) dias.

4.Julgamento imediato do mérito pelo

Tribunal

- Regra: após a anulação da sentença, o processo

retorna ao primeiro grau para prolação de uma nova
decisão.
- Exceção: o próprio tribunal já julga o processo:

a) Sentença extintiva sem exame do

mérito.

Neste caso, se o processo estiver pronto para

julgamento, deve o Tribunal decidir logo o mérito.
Por isso, não se aplica em caso de indeferimento da
inicial.
Aplicação da Teoria da Causa Madura
É irrelevante se a demanda versa sobre questões
apenas de direito ou também de fato. Não havendo
provas a serem produzidas, a causa estará “
madura” para julgamento, cabendo ao tribunal
julgar imediatamente o mérito da demanda

b) Quando decretar a nulidade da

sentença por não ser ela congruente com
os limites do pedido ou da causa de pedir.

Ex. sentença extra petita.

c) Quando constatar a omissão no exame

de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo;

d) Quando decretar a nulidade de

sentença por falta de fundamentação.
OBS: Sentença de prescrição / decadência

Quando reformar sentença que reconheça a

decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões,
sem determinar o retorno do processo ao juízo de
primeiro grau.