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Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem

Direito Empresarial

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Sumário

Aula 16/11/2023 – Turno da manhã ............................................................................................. 4


Aula 16/11/2023 – Turno da noite .............................................................................................. 14

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Aula 16/11/2023 – Turno da manhã

1. Resumindo a lei de propriedade industrial


O art. 2° versa sobre a função social - desenvolvimento tecnológico e econômico do país
dos bens de propriedade industrial.
Por sua vez, o art. 5° equipara os bens de PI a coisas móveis do CC - ou seja, podem ser
alienados, licenciados, etc.
Das patentes: arts. 6-15, arts. 40-44, arts. 68-71 e arts. 88-90.
Conceito de patente: concessão temporária de direito de titularidade garantida pelo estado
por meio do INPI ao criador de invenção ou modelo de utilidade que lhe garantirá exclusividade
no uso. Assim, temos que invenção consiste em criação nova, aplicada ao meio industrial e que
consiste em um avanço em relação ao estado da técnica, ao passo que o modelo de utilidade
representa a melhoria funcional em algo que já existe (uma melhora de desempenho, conforto,
etc).
Os arts. 6° e 7º versam sobre a titularidade da patente e sobre a importância de efetuar o
depósito junto ao INPI para garantia da exclusividade.
Os arts. 8-15 apresentam os requisitos para a concessão da patente, quais sejam:
1) Novidade;
2) Atividade inventiva;
3) Aplicação industrial.

O conceito destes requisitos encontra-se nos arts. 11, 12, 13, 14 e 15.
O objetivo da patente é garantir ao seu titular a exclusividade durante o período da
vigência - 20 anos para invenção, 15 para modelo de utilidade. A menção à exclusividade está

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no art. 42, ao passo que o art. 43 apresenta exceções à exclusividade. Por fim, o art. 44 menciona
a possibilidade de o titular buscar indenização pelo uso indevido de sua patente.
Como visto, a patente é equiparada a um título de propriedade (bem móvel), podendo ser
licenciada ou alienada. Contudo, está sujeita a intervenção do estado por meio do licenciamento
compulsório, ou seja, a concessão de licença contrária à vontade do titular.
O art. 68 versa sobre o licenciamento compulsório em casos de uso abusivo ou falta de
uso. Nesses casos, um concorrente (com capacidade financeira e técnica) é quem deverá fazer
o requerimento que, concedido, lhe autorizará a explorar patente de outrem.
O licenciamento compulsório do art. 71 funda-se na emergência nacional ou interesse
público, e é decretado pelo próprio Estado, visando sanar situação temporária de risco.
Por fim, o art. 88 versa sobre a titularidade da patente criada em ambiente laboral: mesmo
que o mentor intelectual do projeto seja funcionário, a concessão se dará em nome do
empregador, pois ele quem forneceu os meios materiais para sua concretização.

1.1. Os registros
O conceito de registro é próximo ao da patente: é uma concessão temporária garantida
pelo Estado (INPI) para o criador de marca ou desenho industrial que vai lhe garantir
exclusividade no uso.
Os desenhos industriais vêm conceituados no art. 95. São a forma plástica e ornamental,
bem como o conjunto de cores de um produto. Podemos citar como exemplo o design de produto
de uma sandália Melissa, ou uma garrafa plástica de água. Seu prazo de vigência é de 10 anos,
podendo ser renovada por 3 vezes de 5 anos.
A marca por sua é o sinal visualmente perceptível e serve para identificação de produto
ou serviço. Sua função consiste em proteger o consumidor (para que identifique os produtos que
realmente deseja, sem ser induzido em erro), bem como em recompensar o titular, pela boa
divulgação ou qualidade de seu produto.
Essencial conhecer o art. 124, que apresenta o que não é considerado como marca.
A marca é o único bem de propriedade industrial que pode durar para sempre: sua
vigência é de 10 anos, podendo ser renovada quantas vezes forem necessárias.

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Resolva a questão a seguir:

1) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


A empresa Cerberus Tecnologia é referência nacional na área de desenvolvimento de softwares, sendo
que sua marca é avaliada em R$50.000.00 (cinquenta milhões de reais). Sabendo da influência local da
marca no cenário brasileiro, a multinacional Archon Inc. deseja adquirir a Cerberus, por meio de contrato
de trespasse (venda do estabelecimento), para dar continuidade a comercialização dos produtos. Nesse
caso, a respeito da propriedade imaterial da Cerberus, temos que:

A) O trespasse será possível, mas a marca, por se tratar de direito personalíssimo, não poderá ser
transferida, devendo a empresa trespassante utilizar seu nome próprio.
B) O contrato de trespasse é possível, com a total transferência do acervo imaterial da empresa Cerberus,
inclusive de sua marca, pois esta engloba o estabelecimento da empresa.
C) O trespasse não poderá ser realizado, pelo fato da empresa adquirente exercer o mesmo ramo de
atividade da que pretende adquirir.
D) O trespasse poderá ocorrer, mas engloba tão somente os bens físicos da empresa, os quais compõem
o estabelecimento comercial.

2. Lei n° 11.101/2005
*Para todos verem: esquema.

Recuperação Recuperação
Falência
extrajudicial judicial

Art. 161 Art. 47 Art. 75

2.1. Tipos de crise


a) Sanável: talvez, com a injeção de dinheiro, seja possível se recuperar. Pede-se
recuperação judicial. Arts. 47, 48 e 51 da LRF;
b) Insanável: não há possibilidade de recuperação. Em alguns casos, a empresa
poderá pedir autofalência. Art. 105 da LRF.

2.2. Legitimados
Empresário individual e a sociedade empresária. Não se aplica às sociedade simples.
Exceções: art. 2º, art. 6º, §13 e art. 48, §2º, todos da Lei n° 11.101/05.

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Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de
previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde,
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação
judicial implica:
§13 Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações
decorrentes dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus
cooperados, na forma do art. 79 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971,
consequentemente, não se aplicando a vedação contida no inciso II do art. 2º quando a
sociedade operadora de plano de assistência à saúde for cooperativa médica.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido,
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes
requisitos, cumulativamente:
§2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação
do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal
(ECF), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF,
entregue tempestivamente.

Resolva a questão a seguir:

2) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


Carlos Roberto, sem inscrição respectiva, produtor rural, ajuizou pedido de Recuperação Judicial em
janeiro de 2022, sendo que logo em fevereiro o pedido não foi recebido pelo juízo de primeira instância
sob o argumento de que a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede é
requisito obrigatório para que possa ser considerado empresário, motivo pelo qual não poderia fazer uso
dos institutos previstos pela Lei 11.101 de 2005. Você, na condição de advogado(a), deve elaborar um
parecer a ser apresentado a seu cliente, Carlos Roberto.
Marque a alternativa que aponte o parecer correto, tendo como base o disposto em Lei:

A) A postura do juízo foi incorreta, visto que a Recuperação Judicial pode ser concedida a empresários e
não empresários, inclusive no caso de sociedades simples.
B) A postura do juízo foi correta, visto que a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí
decorrentes, mas a inscrição permanece sendo obrigatória para fins de sujeição aos regimes falimentares.
C) A postura do juízo foi incorreta, visto que a inscrição é uma faculdade conferida ao produtor rural que
exerça a atividade rural como sua profissão.
D) A postura do juízo foi correta, visto que é obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

Importante: produtor rural e cooperativa médica podem pedir RJ, bem como a sociedade
anônima de futebol.

2.3. Competência

Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação


judicial implica:
(...)

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§8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de


recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de
recuperação judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo
devedor. (Existe prevenção e não há distinção do devedor).
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a ordem
de apresentação.
Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a
distribuição por dependência.

2.4. Consolidação material x processual

Art. 69-G. Os devedores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei e que integrem
grupo sob controle societário comum poderão requerer recuperação judicial sob
consolidação processual.
Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de
assembleia-geral, autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos
devedores integrantes do mesmo grupo econômico que estejam em recuperação judicial
sob consolidação processual, apenas quando constatar a interconexão e a confusão entre
ativos ou passivos dos devedores, de modo que não seja possível identificar a sua
titularidade sem excessivo dispêndio de tempo ou de recursos, cumulativamente com a
ocorrência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses:
I - existência de garantias cruzadas;
II - relação de controle ou de dependência;
III - identidade total ou parcial do quadro societário; e
IV - atuação conjunta no mercado entre os postulantes.

Resolva a questão a seguir:

3) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


Com a inovação trazida pela Lei 12.112/2020, a legislação falimentar consolidou um entendimento
jurisprudencial que já permitia a tramitação de processos de Recuperação Judicial em litisconsórcio ativo,
sob a forma de uma consolidação substancial ou processual. Sobre o assunto, marque a alternativa
correta:

A) A consolidação processual acarreta a coordenação de atos processuais e, portanto, impede a


independência dos devedores, dos seus ativos e dos seus passivos.
B) A consolidação substancial não impede que alguns devedores obtenham a concessão da recuperação
judicial e outros tenham a falência decretada.
C) O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de assembleia-geral, autorizar
a consolidação substancial de ativos e passivos dos devedores integrantes do mesmo grupo econômico
que estejam em recuperação judicial sob consolidação processual.
D) A consolidação substancial depende exclusivamente da existência de garantia cruzadas e semelhança
no quadro societário.

2.5. Motivos da falência


Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema.

Autofalência Execução Atos de


Impontualidade
frustrada falência

Art. 105, LRF Art. 94, I, LRF Art. 94, II, LRF Art. 94, III, LRF

Nem sempre a pessoa jurídica começa com uma recuperação judicial. Em alguns casos,
quando a crise já está tão aguda na empresa, não resta alternativa a não ser a falência.

*Para todos verem: esquema.

Contestação em 10
dias (art. 98)

Apresentação de
Defesa do pedido pedido de RJ no
de falência prazo de
contestação (art. 95)

Depósito elisivo (art.


98, parágrafo único)

3. Sociedade Anônima

Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema.

Natureza de sociedade de
capitais

Divisão do capital social em


ações

Responsabilidade limitada

Não importância da
Principais características da pessoalidade dos acionistas,
sociedade anônima mas sim de suas contribuições
patrimoniais

Caso ocorra o falecimento do


acionista, há livre
transmissibilidade aos seus
herdeitos

A responsabilidade do acionista
é limitada ao preço de emissão
da ação. Há o risco de perder o
valor investido e não o seu
patrimônio pessoal

Sendo a sociedade anônima uma sociedade institucional, e não contratual, ela se


constitui não por meio de um contrato social, mas de um ato institucional ou estatutário (estatuto
social).
Ausente a contratualidade, a constituição da sociedade anônima deve seguir uma série
de requisitos formais previstos na legislação acionária, que variam conforme ela seja aberta ou
fechada.
De acordo com o art. 80 da LSA:

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos


preliminares:

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I – subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o
capital social fixado no estatuto;
II – realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão
das ações subscritas em dinheiro;
III – depósito, no Banco do Brasil S/A, ou em outro estabelecimento bancário autorizado
pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

Inciso I: exige-se a pluralidade de sócios, não sendo permitida a criação de sociedade


anônima unipessoal, com exceção da subsidiária integral (art. 251 da LSA).
Inciso II: exigência aplicável apenas aos casos de integralização em dinheiro e a prazo.
Ademais, há casos especiais em que se exige percentual maior (o art. 27 da Lei 4.595/1964
prevê 50% para instituições financeiras).
Inciso III: pode ser em qualquer banco.

3.1. Ações
*Para todos verem: esquema.

São aquelas que


conferem direito a voto
Ordinárias
e participação nas
decisões da companhia

Sem direito a voto, mas


Ações na Sociedade com prioridade na
Preferenciais
Anônima distribuição dos
dividendos

Ações que podem ser


utilizadas para substituir
Fruição
ações integralmente
amortizadas

3.2. Órgãos societários e assembleia virtual

Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema.

Assembleia Geral
(decisão societária)

Conselho de
Conselho Fiscal Administração
(fiscalização) (decisão
estratégica)

Diretoria Executiva
(decisão de
negócio)

Em 2008, a CVM autorizou a transmissão das assembleias gerais das companhias


abertas na modalidade online, além do uso de procuração eletrônica por parte dos acionistas,
ambas as modificações permitem que o acionista participe a distância.
Ainda, em 2011, a LSA sofreu alterações para constar, de forma expressa, a possibilidade
de o acionista participar e exercer seu voto em Assembleia a distância.
Mais recentemente, a Lei nº 14.030 de 2020, incluiu a possibilidade de, nas companhias
abertas e fechadas, o acionista participar e votar a distância.

3.3. Dissolução da sociedade anônima


*Para todos verem: esquema.

Extrajudicial Judicial

Quando ocorrer por meio de Quando ocorrer através de processo


Assembleia ou Distrato judicial

Art. 206 da LSA. Dissolve-se a companhia:


I - de pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração;
b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X);

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d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se


o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no
artigo 251;
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

Após a dissolução, a companhia mantém sua personalidade jurídica enquanto durar a


liquidação.
É o liquidante que representa a companhia nesse período e é dele a capacidade de onerar
bens móveis e imóveis, transigir, receber e dar quitações.

*Para todos verem: esquema.

A pedido de qualquer acionista, se os


administradores ou a maioria de
acionistas deixarem de promover a
liquidação, ou a ela se opuserem.

Liquidação
A requerimento do Ministério Público, à
vista de comunicação da autoridade
competente, se a companhia, nos 30
dias subsequentes à dissolução, não
iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la,
a interrompe por mais de 15 dias.

Uma vez pago o passivo, o liquidante deve apresentar as contas finais. Se aprovadas as
contas, encerra-se a companhia e o acionista que não concordar tem 30 dias para propor a ação.
Importante: destaca-se que a responsabilidade do liquidante é a mesma do
administrador, e os deveres e responsabilidade dos administradores, fiscais e acionistas
subsistirão até a extinção da companhia.
Importante: assembleia virtual – alteração dada pela Lei n° 14.030/2021.

Art. 1.080-A, CC. O sócio poderá participar e votar à distância em reunião ou em


assembleia, nos termos do regulamento do órgão competente do Poder Executivo federal.
Parágrafo único. A reunião ou a assembleia poderá ser realizada de forma digital,
respeitados os direitos legalmente previstos de participação e de manifestação dos sócios
e os demais requisitos regulamentares.

Art. 121, LSA. A assembleia-geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto,
tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as
resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento.

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Parágrafo único. Nas companhias, abertas e fechadas, o acionista poderá participar e


votar à distância em assembleia geral, nos termos do regulamento da Comissão de
Valores Mobiliários e do órgão competente do Poder Executivo federal, respectivamente.

Resolva a questão a seguir:

4) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


Ana Levis está buscando investimentos para abrir uma empresa de e-commerce para a venda de
utensílios domésticos. Diante da natureza do negócio e da necessidade de grande investimento, Ana
Levis pretende constituir uma sociedade anônima de capital fechado. Considerando-se o tipo societário
e as regras da sua constituição, assinale a afirmativa correta.

A) A constituição da sociedade anônima de capital fechado poderá ser formada por uma pessoa, que será
subscritora de todas as ações em que se dividem o capital social fixado no estatuto; realização, como
entrada de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; e, depósito, no
Banco do Brasil S/A, ou outro e estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital
realizado em dinheiro.
B) A constituição da sociedade anônima de capital fechado depende da subscrição de no mínimo duas
pessoas, de todas as ações em que se dividem o capital social fixado no estatuto; realização, como
entrada de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro e depósito, no Banco
do Brasil S/A, ou outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em
dinheiro.
C) A constituição da sociedade anônima de capital fechado depende da subscrição de no mínimo duas
pessoas, de todas as ações em que se dividem o capital social fixado no estatuto; realização, como
entrada de 25%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro e depósito, no Banco
do Brasil S/A, ou outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em
dinheiro.
D) A constituição da sociedade anônima de capital fechado depende da subscrição de no mínimo duas
pessoas, de todas as ações em que se dividem o capital social fixado no estatuto; realização, como
entrada de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro e imóveis; e, depósito,
no Banco do Brasil S/A, ou outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital
realizado em dinheiro.

Aula 16/11/2023 – Turno da noite

1. Societário

Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema.


1.090 a1.092, CC
Soci
- Simples pura: arts. 997 a
1.038, CC.
- Em nome coletivo: arts.
1.039 e 1.044, CC.
- Em comandita simples: art.
1.045, CC.
Sociedade Simples
- Limitada: arts. 1.052 a
1.087, CC.
- Cooperativas: arts. 1.093 a
1.906, CC.
- Sociedade de Advogados:
Estatuto da OAB.
Personificadas
- Em nome coletivo: arts.
1.039 e 1.044, CC.
- Em comandita simples: art.
1.045, CC.
Sociedade - Limitada: arts. 1.052 a
Sociedades 1.087, CC.
Empresária
- Comandita por ações: arts.
1.090 a 1.092, CC.
Sociedade em - Sociedade Anônima: Lei n°
Comum - arts. 986 a 6.404/76.
990, CC
Não
personificadas
Em conta de
Participação - arts.
991 a 996, CC

As Sociedades Simples exercem atividades de natureza intelectual e não econômica,


sejam científicas, literárias ou artísticas, consoante ao disposto no parágrafo único do art. 966
do Código Civil. Devem ser registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Atenção: a Sociedade de Advogados deve ser registrada no Conselho Seccional da OAB.
Já as Sociedades Empresárias são aquelas que exercem atividades entendidas como
empresárias, conforme art. 966, caput, do Código Civil. Devem ser registradas no Registro
Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais.

Art. 966, CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade


econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

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Art. 982, CC. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que
tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967);
e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade
por ações; e, simples, a cooperativa.

1.1. Sociedade Simples – Sociedade Limitada – Sociedade Anônima

*Para todos verem: tabela.

Sociedade Sociedade Sociedade


Limitada Anônima Simples

Arts. 1.052 a 1.087, CC. Arts. 1.088 a 1.089, CC e


Legislação Subsidiariamente – arts. Lei 6.404/76. Arts. 997 a
997 a 1.038, CC e Lei Em caso de omissão – 1.038, CC
aplicável
S/A, quando previsto no arts. 997 a 1.038, CC
Contrato Social

Constituição Contrato Social Estatuto Contrato Social

Responsabilidade
Responsabilidade subsidiária e
subsidiária e limitada ao Responsabilidade limitada na
capital investido por cada limitada ao preço de proporção das
Responsabilidade
sócio, mas todos os emissões das ações quotas, salvo se
dos sócios
sócios respondem subscritas ou adquiridas houver
solidariamente perante por cada acionista. responsabilidade
terceiros pela solidária expressa
integralização do capital. no contrato social.

Dissolve-se de pleno
direito por qualquer das
Dissolução hipóteses elencadas no
art. 1.033, do CC e, se
empresária, pela
declaração de falência.

Capital Quotas Ações Quotas

Atenção: a sociedade não se dissolve mais pela ausência de pluralidade de sócios em


face da revogação do inciso IV do artigo 1.033, do CC e pela possibilidade de converter em
Sociedade Unipessoal Limitada.

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Resolva a questão a seguir:

5) FGV - 2022 - OAB - XXXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A sociedade Corinto & Curvelo Ltda. é composta apenas por dois sócios, sendo o sócio Corinto titular de
40% do capital e o sócio Curvelo titular do restante. Nesta situação, a exclusão extrajudicial motivada do
sócio minoritário de sociedade limitada poderá ser realizada pelo sócio Curvelo, independentemente de
ter havido

A) Justa causa, ou seja, de modo discricionário.


B) Previsão no contrato de exclusão por justa causa.
C) Alteração do contrato social.
D) Reunião ou assembleia especial para esse fim.

2. Contratos empresariais
O cotidiano da vida empresarial deixa evidente a importância de se estabelecerem
negócios com terceiros como meio de viabilizar a atividade econômica voltada para a satisfação
de alguma necessidade do mercado.
Da atividade econômica desemprenhada pela empresa surge a celebração de contratos,
que podem ser de variados regimes jurídicos: trabalhistas, administrativos, comerciais, inclusive
de consumo. Esse último é entendido como uma exceção na relação empresarial.
Por se tratar, em regra, de contratos atípicos, nos contratos empresarial, se nota uma
maior prevalência do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda),
embora sua criação e interpretação ainda devam seguir as regras ordinárias aplicadas aos
contratos em geral.
*Para todos verem: quadro comparativo.

CONTRATO PREVISÃO

Compra e venda mercantil Arts. 481 a 532 do CC

Arrendamento mercantil Lei nº 6.099/1974 e Resolução n° 2.309/1996 do


Banco Central

Alienação fiduciária Arts. 1.361 a 1.368-A do CC e Lei n° 9.514/1997


(coisa imóvel)

Locação comercial Lei nº 8.245/1991

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Factoring Não possui legislação específica

Franquia Lei nº 13.966/2019

Representação comercial Lei nº 4.886/1965

Distribuição Arts. 710 a 721 do CC

Concessão Em geral se trata de um contrato atípico (sem


previsão), exceto nos casos de automóveis,
regulados pela Lei n° 6.729/79

Mandato Arts. 653 a 691 do CC

Comissão Arts. 693 a 790 do CC

Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema.

Realizado entre empresas


(ambas as partes da relação
têm sua atividade movida em
busca de lucro e possuem o
risco da atividade)

Pressupõe que as partes


estão equiparadas, em
condições semelhantes de Isso resulta em uma maior
conhecimento técnico e autonomia da vontade
profissionalismo para
definirem seus interesses

Relação contratual
empresarial Em regra é um contrato Prevalência do princípio da
atípico, embora sua criação e força obrigatória dos
interpretação ainda devam contratos (pacto sunt
seguir as regras ordinárias servanda): a intervenção do
aplicadas aos contratos em Estado deve ser mínima, em
geral respeito à vontade das partes

Ele reforça a autonomia da


PJ, frisando que a
autonomia patrimonial
possui a finalidade de
A Lei n° 13.874/2019 incluiu o estimular empreendimentos,
art. 49-A ao Código Civil, para a geração de
incentivando o empregos, tributo, renda e
empreendimento inovação em benefício de
todos (essa disposição está
de acordo com a liberdade
de pactuação nos contratos
empresariais)

Resolva a questão a seguir:

6) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Farmácias Mundo Novo Ltda. é locatária de um imóvel não residencial onde funciona uma de suas filiais.
No curso da vigência do contrato, que se encontra sob a égide do direito à renovação, faleceu um dos
sócios, Sr. Deodato. Diante deste acontecimento, os sócios remanescentes deliberaram dissolver a
sociedade. A sócia Angélica, prima de Deodato, gostaria de continuar a locação, aproveitando a
localização excelente do ponto e a manutenção do aviamento objetivo da empresa. Angélica consulta um
advogado especializado para saber se teria direito à renovação, mesmo não sendo a locatária do imóvel.
Assinale a afirmativa que apresenta a resposta dada.

A) Angélica tem direito à renovação da locação como subrogatária da sociedade dissolvida, mas deve
informar ao locador sua condição no prazo de 30 (trinta) dias do arquivamento da ata de encerramento
da liquidação, sob pena de decadência.
B) Angélica não tem direito à renovação da locação, pois somente a sociedade dissolvida poderia exercer
tal direito, por ter sido a parte contratante, incidindo o princípio da relatividade dos contratos.

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Direito Empresarial

C) Angélica tem direito à renovação da locação como subrogatária da sociedade dissolvida, mas deve
continuar a explorar o mesmo ramo de atividade que a sociedade dissolvida.
D) Angélica não tem direito à renovação da locação, pois tal direito somente é conferido ao(s) sócio(s)
remanescente(s) quando a sociedade sofre resolução por morte de sócio, e não dissolução.

3. Títulos de crédito
*Para todos verem: esquema.

Aval

Principais atos

Endosso Aceite

Resolva a questão a seguir:

7) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Socorro, empresária individual, sacou duplicata de venda na forma cartular, em face de Laticínios Aguaí
Ltda. com vencimento para o dia 11 de setembro de 2020. Antes do vencimento, no dia 31 de agosto de
2020, a duplicata, já aceita, foi endossada para a sociedade Bariri & Piraju Ltda.
Considerando-se que, no dia 9 de outubro de 2020, a duplicata foi apresentada ao tabelionato de
protestos para ser protestada por falta de pagamento, é correto afirmar que o endossatário.

A) não poderá promover a execução em face de nenhum dos signatários diante da perda do prazo para
a apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento.
B) poderá promover a execução da duplicata em face do aceitante e do endossante, por ser facultativo o
protesto por falta de pagamento da duplicata, caso tenha sido aceita pelo sacado.
C) poderá promover a execução da duplicata em face do aceitante e do endossante, pelo fato de o título
ter sido apresentado a protesto em tempo hábil e por ser o aceitante o obrigado principal.
D) não poderá promover a execução em face do endossante, diante da perda do prazo para a
apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento, mas poderá intentá-la em face do aceitante,
por ser ele o obrigado principal.

3.1. Endosso
Art. 11 e seguintes da LUG.
1) Transmissão;
2) Garantia;
3) Cuidar cláusula “sem garantia”;

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Direito Empresarial

4) Regra: verso;
5) Anverso: com indicação do ato.

3.2. Tipo de endosso


1) Parcial: nulo;
2) Em preto/em branco;
3) Caução;
4) Mandato;
5) Póstumo.

3.2.1. Endossos próprios


Em branco:
• Tradição;
• Circula ao portador;
• Pode ser transformado em preto;
• Pode ser transferido em branco (não há responsabilidade).

Em preto:
• Identifica beneficiário;
• Transmissão por endosso.

3.2.2. Endossos impróprios


*Para todos verem: esquema.

Mandato

Caução Póstumo

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Direito Empresarial

3.2.3. Endossos mandato


Artigo 18, LUG: “Para cobrança” “valor a cobrar” “por procuração”.

Súmula 475, STJ: responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário
que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou
intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
Súmula 476, STJ: o endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde
por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.

3.2.4. Endossos caução


• Endosso pignoratício;
• Art. 19, LUG;
• “Valor em garantia”, “valor em penhor”;
• Pagamento da dívida: resgato o título.

3.2.5. Endossos póstumo/tardio

Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso
anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois
de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma
cessão ordinária de créditos.

• Pós protesto do título;


• A presunção é a de que o endosso sem data foi feito antes do prazo para a
realização do protesto.

3.3. Aval
1) Em preto;
2) Em branco;
3) Simultâneo (coaval);
4) Sucessivo (aval do aval);
5) Parcial.

3.3.1. Características gerais


• Artigo 30, LUG;
• Vênia conjugal (art. 1.647, CC) – salvo separação absoluta;

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Direito Empresarial

• Garantia pessoal prestada por terceiro;


• Relação autônoma;
• Responsabilidade solidária;
• Regra: anverso. Pode no verso com indicação.

3.3.2. Aval parcial


*Para todos verem: esquema.

Nota
promissória

Letra de
Cheque
câmbio

Ver proibição do CC
(art. 897).

3.4. Atos cambiários - Decreto-Lei nº 57.663/66

*Para todos verem: esquema.

Letra de câmbio Nota promissória

3 anos contra aceitante/avalista, a 3 anos contra emitente/avalista, a


contar do vencimento - Art. 70 da LUG contar do vencimento - Art. 70 da LUG

1 ano tomador contra endossante, a 1 ano tomador contra endossantes, a


contar do protesto - Art. 70 da LUG contar do protesto - Art. 70 da LUG

6 meses para regresso, a contar do 6 meses para regresso, a contar da


pagamento - Art. 70 da LUG data do pagamento - Art. 70 da LUG

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Direito Empresarial

*Para todos verem: esquema.

Cheque Duplicata
Lei 7.357/85 Lei 5.474/68

6 meses contra emitente/avalista, a


contar da apresentação - Art. 59 3 anos contra o sacado e avalistas, a
(prazo apresentação: 30 dias mesma contar do pagamento - Art. 18, inciso I
praça/ 60 dias praça diferente - a
contar da emissão)

1 ano contra endossantes, a contar do


6 meses para regresso contra demais protesto - Art. 18, II
coobrigados, a contar da data do
pagamento - Art. 59, parágrafo único

1 ano para regresso, a contar da data


2 anos para ação de locupletamento do pagamento - Art. 18, III
ilícito, a contar da prescrição - Art. 61

Resolva a questão a seguir:

8) FGV - 2017 - OAB - XXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Um cliente apresenta a você um cheque nominal à ordem com as assinaturas do emitente no anverso e
do endossante no verso. No verso da cártula, também consta uma terceira assinatura, identificada apenas
como aval pelo signatário. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.

A) O aval dado no título foi irregular, pois, para a sua validade, deveria ter sido lançado no anverso.
B) A falta de indicação do avalizado permite concluir que ele pode ser qualquer dos signatários (emitente
ou endossante).
C) O aval dado no título foi na modalidade em branco, sendo avalizado o emitente.
D) O aval somente é cabível no cheque não à ordem, sendo considerado não escrito se a emissão for à
ordem.

Resolva a questão a seguir:

9) FGV - 2022 - OAB - XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Riqueza Comércio de Artigos Eletrônicos Ltda. sacou duplicata na modalidade cartular em face de
Papelaria Sul Brasil Ltda., que foi devidamente aceita, com vencimento no dia 25 de março de 2022.
Antes do vencimento, a duplicata foi endossada para Saudades Fomento Mercantil S/A. No dia do
vencimento, a duplicata não foi paga, porém, no dia seguinte, foi prestado aval em branco datado pelo
avalista Antônio Carlos. Acerca da validade e do cabimento do aval dado na duplicata após o vencimento,
assinale a afirmativa correta.

A) É nulo o aval após o vencimento na duplicata, por vedação expressa no Código Civil, diante da omissão
da Lei nº 5.474/68 (Lei de Duplicatas).

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Direito Empresarial

B) É válido o aval na duplicata após o vencimento, desde que o título ainda não tenha sido endossado na
data da prestação do aval.
C) É nulo o aval na duplicata cartular, sendo permitido apenas na duplicata escritural e mediante registro
do título perante o agente escriturador.
D) É válido o aval dado na duplicata antes ou após o vencimento, por previsão expressa na Lei de
Duplicatas (Lei nº 5.474/68).

4. Aspectos introdutórios do direito empresarial


4.1. Empresário
Atualmente, existe no ordenamento jurídico duas categorias que são enquadradas no
conceito de empresário: a) o Empresário Individual; e b) a Sociedade Empresária.
O Empresário Individual é uma pessoa natural, porém, de natureza jurídica. Como indica
o seu próprio nome, representa um tipo empresarial onde não é admitida a existência de um
sócio. Seu modelo já não é tão corriqueiro tendo em vista que a escolha atrai a obrigação da
responsabilidade direta e ilimitada. Ou seja, o CPF e o CNPJ acabam interpenetrando-se.
A responsabilidade do Empresário Individual é direta e ilimitada. O Enunciado 5 das
Jornadas de Direito Comercial veio a indicar que primeiramente deve o Empresário responder
com os bens da empresa, depois com os particulares.
Conforme referido, o art. 966 do CC conceitua o Empresário: “não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa”. Isso impõe destacar que aqueles que exercem profissão intelectual
(dentistas, contadores, médicos, advogados, professores…) não são considerados empresários
para os fins legais. A exceção é quando o exercício da profissão constituir elemento de empresa,
ou seja, quando exploram a profissão de forma a fazer desaparecer as características
personalíssimas do profissional.
Sobre o registro empresarial, o art. 967 o aponta como obrigatório antes do início da
atividade empresarial. O registro, contudo, é requisito para a regularidade empresarial, não
sendo elemento constitutivo do conceito de empresário.
O art. 972 do CC indica que para que se possa exercer a atividade de empresário é
necessário estar em pleno da capacidade civil e, ainda, não pode ser legalmente impedido. Um
exemplo disso é a restrição aos magistrados, que não podem ser empresários. Não se pode
confundir esse impedimento com a possibilidade de ser sócio/acionista que lhe é resguardada
desde que a responsabilidade seja limitada e não exerçam cargos de administração.

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Direito Empresarial

Caso aquele legalmente impedido exerça a atividade, irá responder pessoalmente pelas
obrigações contratadas. Nesse caso, precisamos diferenciar impedimento com incapacidade. O
art. 974 do CC indica que “poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de
herança”. Assim, não se pode começar uma empresa individual sendo incapaz, contudo,é possível
em casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por
morte que a empresa continue as atividades dessa forma.
Como visto, o art. 974 disciplina a questão referindo que para tanto é necessária
autorização judicial e que nesse caso uma espécie de limitação da responsabilidade, referindo
que "não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela". A questão deve estar clara
no alvará que concede a autorização.
O legislador previu no art. 975 que "se o representante ou assistente do incapaz for pessoa
que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a
aprovação do juiz, um ou mais gerentes".
Em relação ao empresário casado, a regra do art. 978 merece muita atenção pois refere
textualmente que “o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-
los de ônus real”. Contudo, há que destacar-se que o Enunciado 58 das Jornadas de Direito
Comercial que a regra apenas vale "desde que exista prévia averbação de autorização conjugal
à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público". Porém, cumpre
reforçar que pelo Código Civil esse "porém" não existe.
O Empresário deve observar sempre a regra do art. 979 do Código Civil, mantendo o
arquivamento na Junta de todos os pactos e declarações antenupciais, bem como os títulos de
doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Ainda, destaque para a previsão do art. 980 que determina que a "sentença que decretar ou
homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos
a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis".
Por fim, um empresário pode ser representado pela Sociedade Empresária, que será
estudada com maiores detalhamentos na Seção 2. Contudo, para fins de caracterização, tem-se
que possuir natureza jurídica de pessoa jurídica. Os sócios podem ser pessoa natural ou jurídica

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Direito Empresarial

e a responsabilidade dos sócios é subsidiária e limitada, ilimitada ou mista, a depender do tipo


societário eleito.

Resolva a questão a seguir:

10) FGV - 2022 - OAB - XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
A fisioterapeuta Alhandra Mogeiro tem um consultório em que realiza seus atendimentos, mas atende,
também, em domicílio. Doutora Alhandra não conta com auxiliares ou colaboradores, mas tem uma
página na Internet exclusivamente para marcação de consultas e comunicação com seus clientes.
Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.

A) Não se trata de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual de natureza


científica, haja ou não a atuação de colaboradores.
B) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão liberal e prestação de serviços
com finalidade lucrativa.
C) Não se trata de empresária individual em razão de o exercício de profissão intelectual só configurar
empresa com o concurso de colaboradores.
D) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual com emprego de
elemento de empresa pela manutenção da página na Internet.

4.2. Estabelecimento empresarial


A primeira questão a ser pontuada é a de que Estabelecimento Empresarial não é
sinônimo de local onde são desenvolvidas as atividades empresariais, o conceito do
estabelecimento comercial é muito mais longo. Segundo o art. 1.142 do Código Civil, "considera-
se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária". Ainda, o local onde se exerce a atividade empresarial
poderá ser físico ou virtual:
Com isso é preciso entender que o Estabelecimento Comercial compreende tanto os bens
de natureza material quanto imaterial, utilizados para que possa se dar o exercício da atividade
econômica. Tem-se, portanto, um olhar à universalidade dos bens. Tanto é, que é possível ser
realizada a venda do estabelecimento empresarial como um todo: o chamado contrato de
trespasse conforme regulado no art. 1.144 do Código Civil.
Percebe-se que para que seja válido perante terceiros é necessário o seu registro e
posterior publicação. Há que se pontuar que o Código Civil determinou diversas regras aplicáveis
ao trespasse, tendo em vista a sua evidente importância.
Assim, por exemplo, a regra insculpida no art. 1.145 prevê que antes da alienação deve
ser providenciado o pagamento dos credores ou deve ser colhida uma autorização que contenha

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o consentimento desses. Essa autorização se dá por meio de uma notificação cuja resposta deve
dar-se em trinta dias, sob pena de ser considerada uma autorização tácita.
Outro ponto de suma importância diz respeito à sucessão empresarial, prevista no art.
1.146 do CC: "o adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores
à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano (...)". Esse prazo de um ano é contado em relação
aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
Obviamente tal regra é considerada apenas em relação às dívidas que podem ser
negociadas, o que não se aplica no caso das dívidas de natureza tributária e trabalhista. Nesses
casos devem ser observadas as previsões do art. 133 do Código Tributário Nacional e do art.
448 da Consolidação das Leis Trabalhistas.
É lícito e usual que esses contratos venham com a previsão de uma cláusula de não
concorrência. Em referência a isso, inclusive, o art. 1.147 do Código Civil indica que “não
havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao
adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência”. Nada impede de ser previsto um
prazo menor, valendo esse regramento no silêncio.
Por fim, vale mencionar o caso de sub-rogação nos contratos de exploração, pelo art.
1148 do Código Civil, que indica que "salvo disposição em contrário, a transferência importa a
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se
não tiverem caráter pessoal". Refere ainda que nada impede que os terceiros rescindam o
contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa,
ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.

4.3. Nome empresarial


O nome empresarial é o que irá identificar a pessoa jurídica perante a sociedade em todas
as suas relações. A escolha do nome empresarial irá aparecer no ato constitutivo da sociedade,
ou seja, ou no contrato social ou no estatuto, que posteriormente será arquivado na Junta
Comercial. Não se confunde o nome empresarial com a marca, nome de domínio e nem com o
nome fantasia.
Ele deve obedecer ao princípio da novidade e da veracidade (arts. 1.158 e 1.165 do
Código Civil). Isso quer dizer que não pode valer-se de uma expressão que não corresponda à
realidade empresarial e, ainda, não deve utilizar-se de um registro igual ou que guarde notória

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semelhança com outro já registrado na Junta Comercial (vide arts. 1.163 e 1.666, Código Civil).
O nome empresarial pode ser constituído de firma ou denominação. Essa é a regra
trazida no art. 1.155, CC. Enquanto a firma necessita possuir um nome civil em seu núcleo
(extenso ou abreviado), a denominação admite a inserção de qualquer expressão linguística.
Existe uma polêmica no que diz respeito à necessidade de indicação da atividade
empresarial. Na firma a indicação é facultativa, já na denominação em que pese haja exigência
pelo art. 1.158 do Código Civil, a Lei n° 8.934/1994 indica a desnecessidade.
Um cuidado importante é que na sociedade limitada há a opção de escolha entre firma e
denominação, contudo, ao final do nome deve estar incluída a palavra "limitada" ou "ltda". Caso
essa regra não seja observada haverá responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores
que assim utilizarem-se da firma ou denominação.
Outro importante detalhe é que a cooperativa deve utilizar-se de denominação integrando
a palavra "cooperativa'' por extenso. Por outro lado, as sociedades anônimas devem utilizar-se
da denominação junto do vocábulo "sociedade anônima" ou "companhia", sendo facultado
utilizar-se da abreviatura "CIA" ou "S.A.". Nada impede que o nome de um fundador ouacionista
importante componha o nome empresarial.
Por seu turno, as sociedades em comandita por ações podem optar, desde que acresça
ao nome "comandita por ações".

*Para todos verem: quadro comparativo.

TIPO SOCIETÁRIO NOME EMPRESARIAL

EI FIRMA OU CNPJ

COMANDITA SIMPLES FIRMA OU CNPJ

COMANDITA POR AÇÕES FIRMA, DENOMINAÇÃO OU CNPJ

EM NOME COLETIVO FIRMA OU CNPJ

LTDA FIRMA, DENOMINAÇÃO OU CNPJ

ANÔNIMA DENOMINAÇÃO OU CNPJ

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EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SEM REGISTRO

Resolva a questão a seguir:

11) FGV - 2023 - OAB - XXXVIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Marco Araripe pretende iniciar uma empresa em nome próprio e mediante responsabilidade ilimitada
pelas obrigações. Antes de realizar sua inscrição na Junta Comercial, Marco Araripe precisa indicar o
nome que adotará para o exercício de empresa.
Consoante a determinação contida no Código Civil quanto à formação de firma individual, ela deve ser
constituída

A) pelo nome do empresário, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa
da sua pessoa ou do gênero de atividade.
B) pelo nome de fantasia livremente escolhido, aditando-lhe, se quiser, designação do gênero de
atividade.
C) pelo nome abreviado do empresário ou pelo nome de fantasia, aditando-lhe, se quiser, designação
mais precisa da sua pessoa.
D) em duas partes: a primeira, o nome completo do empresário e, a segunda, o nome de fantasia, sendo
vedada a indicação do gênero de atividade.

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Gabaritos das questões:

1–B 2–B 3–C 4–B 5–D 6–C 7–C

8–C 9–D 10 – A 11 – A

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