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REVISÃO EMPRESARIO

A identificação do empresário ocorre pela analise do Art. 966 do CC.

Empresário é aquele que exerce atividade econômica, organizada, profissionalismo,


habitualidade, tem nome próprio, produtos/serviços. O registro serve para colocar o
produtor rural no âmbito do direito empresarial. Trata- se de exceção prevista no Art.
971 do CC. Em resumo, o registro é importante em relação ao produtor para caracteriza-
lo como empresário. A mesma perspectiva ocorre com as associações futebolísticas. Em
razão do estatuto da OAB, a advocacia está fora do direito empresarial. E AS DEMAIS
ATIVIDADES INTELECTUAIS? Nos termos do parágrafo único do Art. 966 do CC, em regra,
as atividades intelectuais estão fora do direito empresarial. No entanto, a parte final do
parágrafo único do Art. 966 do CC destaca que a atividade intelectual volta ao direito
empresarial quando ela for utilizada como um elemento de determinada atividade
econômica.
A sociedade simples e cooperativa entra no direito civil, as demais sociedades entram
no direito empresarial.
No direito empresarial a Eireli deixou de existir em 2021, dessa forma temos apenas as
sociedades no direito empresarial, sendo elas a sociedade anônima, a limitada, em
nome coletivo (aqui a falência atinge os sócios), em comandita simples e em comandita
pro ações.
Sobre as sociedades, analisar o tipo societário antes de iniciar eventual resposta. Alguns
sócios podem sofrer, por exemplo, os efeitos da falência de maneira direta exemplo:
sociedade em nome coletivo. Ainda sobre as sociedades lembrar que as sociedades
simples estão fora do direito empresarial, bem como lembrar que as cooperativas serão
sempre simples, nos termos do parágrafo 1 do art. 982 CC. OBS: Em razão da atualização
de 2020, as cooperativas médicas podem se submeter aos efeitos da LRF parágrafo 13
do art. 6º

Em regra, as atividades econômicas exercidas por empresários entram no âmbito da LRF,


no entanto no art. 2º da LRF a empresa publica e a sociedade de economia mista são
excluídas.
OBS: Em razão de legislação específica, a lei 11.101/05 não será aplicada. No entanto, a
referida legislação própria pode determinar a incidência da falência em situações
pontuais. Por isso a doutrina afirma que as atividades do inciso II estão relativamente
excluídas da LRF
Em razão da reforma de 2020, as cooperativas medicas podem requerer recuperação
judicial, nos termos do §13 do art. 6º

REVISÃO FALÊNCIA
A falência é um processo de execução coletiva, onde os bens do falido são arrecadados
para uma venda judicial forçada, com a distribuição proporcional do ativo entre os
credores. O conceito de falência está disposto no art. 74 da LRF.

Procedimento falimentar –
A competência esta disposto no art. 3º da LRF.

O STJ entende que o principal estabelecimento é onde está o local de maior volume de
negócios. Tratando se de competência absoluta e não relativa.
Legitimidade falimentar –

Tanto os credores quanto o empresário podem pedir a falência. Quando o empresário


pede a falência, é denominado de auto falência, no art. 105 da LRF está disposto os
documentos que devem ser apresentados.

Meios de solicitar a falência


A insolvência jurídica esta disposta no art. 94 da LRF.
A solicitação da falência pode ser feita na impontualidade injustificada, onde existe um
titulo executivo protestado acima de 40 salários mínimos segundo a sumula 361 do STJ.
Pode ser feita também na ação de execução frustrada, se o devedor ficar inerte após a
citação, pode ser ajuizado um pedido de falência.
Por fim, pode ser decretada/solicitada também nos atos de falência, onde as condutas
praticadas pelo devedor que possam levar a fraude ou á confusão patrimonial. A
decretação da falência em tal modalidade depende de um processo de conhecimento,
uma vez que se faz necessária apresentação de prova cabal de uma prática violadora da
lei, independentemente se a pessoa está ou não deficitária quanto ao patrimônio
FASE PRÉ FALIMENTAR
Ocorrendo o pedido da falência nos moldes do art. 94 da LRF, vem a citação do devedor
e as possibilidades de defesa. Existem 3 possibilidades de defesa: A contestação que está
disposta no art. 96 e deve ocorrer em 10 dias corridos. O deposito elisivo que está
disposto no § único do art. 98, o deposito deve ser de valor completo com honorários e
só pode ser utilizado nos dois primeiros fundamentos do art. 94. O pedido de
recuperação judicial disposto no art. 95.
DECISÃO
É nessa fase que é decretada a sentença. A sentença, do ponto de vista de classificação,
é declaratória e constitutiva, pois declara o estado de crise e muda o panorama do
empresário, ela cria, modifica e estingue direitos. Pode ocorrer a sentença denegatória,
que é a improcedência do pedido, podendo até ocorrer uma indenização nos moldes do
art. 101 da LRF. Pode ocorrer também a sentença de decretação da falência, que é a
procedência do pedido.
OBS. Da sentença que decreta a falência, cabe agravo nos termos do art. 100 da LRF.
Apesar da divergência, prevalece o entendimento da natureza de sentença do referido
ato.
ORGÃOS DA FALÊNCIA
Juiz - Serve para decretar a falência.
Administrador Judicial – Exerce função pública, profissional de confiança do Juiz, pode
ser uma pessoa natural seguindo os moldes do art. 21 da LRF. A remuneração do adm
judicial é da massa falida, nos termos do art. 25 com o art. 114, em relação a fixação de
valores o juiz deve seguir os termos dispostos no art. 24. A base de calculo é o valor de
venda dos ativos. As funções do administrador estão previstas no art. 22. Na falência, o
administrador deve apresentar relatório sobre os motivos da crise no prazo de 40 dias
da sua nomeação, bem como realizar a arrecadação de bens. Em 2020, foi enfatizada a
importância da arbitragem nas funções do administrador judicial. O administrador deve
prestar informações atualizadas por meio de site.
Assembleia – O órgão de deliberação dos credores é a assembleia, a qual está prevista
nos art. 35 e seguintes da LRF. Ela que delibera sobre os pontos em relações dos
credores.
Comitê de credores – É um órgão facultativo, cuja composição está prevista no art. 26
da LRF. Na ausência de comitê, o administrador judicial exercerá a função.
Ministério Público – Sobre o MP, ele atua como fiscal do ordenamento jurídico.
Ademais, vale ressaltar que a lei 11.101/05 abre prazo ao MP em diversos
procedimentos.
PROCEDIMENTOS
Fase administrativa – verificação e habilitação
Na sentença que decreta a falência o juiz deve exigirá a apresentação da 1ª lista de
credores, estando essa lista ligado ao empresário falido, nos moldes do art. 99 III da
LRF. Após a lista sair, os credores terão 15 dias corridos para habilitação ou divergência
perante o administrado judicial §1 do art. 7º. Após a habilitação dos credores, começa
os procedimentos presentes no art. 9ª. Após os 15 dias, o administrador judicial
apresentará a 2ª lista de credores em 45 dias nos termos do §2 do art. 7º. A fase
administrativa da verificação de crédito será encerrada com a apresentação da 2ª lista
de credores por parte do administrador judicial.
Fase Judicial
Começa após a publicação da 2ª lista de credores, feita pelo adm. judicial.
Após a publicação da 2ª lista, os interessados terão 10 dias para apresentar
impugnação. O credor que teve o credito impugnado terá 5 dias para manifestação nos
termos do art. 11. Após 5 dias para o comitê e o falido apresentarem manifestação nos
termos do art. 12. E novamente será disponibilizado 5 dias para o administrador
apresentar parecer nos termos do art. 12. A fase judicial gerará a formação final do
quadro geral de credores. De acordo com o julgamento das impugnações os credores
serão colocados em uma relação final, a qual será homologada pelo Juiz.
Ação de habilitação de credito retardatária credor retardatário é aquele que deixou de
observar o prazo da habilitação administrativa nos termos do art. 10. Este possui um
prazo de 3 anos para habilitar com uma nova ação, recolhendo as custas.
HABILITAÇÃO RETARDATARIA – ocorre por meio de ação que será recebida como
impugnação. Se a ação for proposta antes da homologação do quadro geral, ela será
recebida como impugnação. Se ela for proposta após a homologação do quadro geral,
será utilizado o cpc (ação de retificação do quadro geral). O prazo para habilitação
retardatária está disposto no § 10 do art. 10.
Arrecadação de bens- Disposta nos termos do art. 108, informa que o adm judicial fará
arrecadação de bens. Todos os bens do empresário serão arrecadados. Nos casos de
sociedades ltda e anônimas, em regra, os bens dos sócios não serão arrecadados. Em
2020 a LRF registrou a possibilidade de os interessados instaurarem o incidente de
desconsideração como exceção art. 82- A. A natureza jurídica da desconsideração da
personalidade jurídica é uma forma de incidente. O incidente de desconsideração deve
respeitar o procedimento do cpc (art. 133 e seguintes) os fundamentos da
desconsideração estão no art. 50 do CC. A conclusão da arrecadação ocorrera com a
juntada o auto de arrecadação ao processo, momento em que será iniciada a fase de
realização de ativos, nos termos dos art. 139 da LRF
A realização do ativo depende de um plano, o qual será elaborado a partir das
diretrizes do art. 140. O Art. 140 leva em conta os princípios da função social e da
maximização dos ativos. Como se observa há uma preferência na alienação do
estabelecimento como um todo a outro empresário, mas não a venda de bens de
maneira isolada.
Sobre as modalidades, o art. 142 destaca o leilão como regra. As outras duas
modalidades do art. 142 dependem do preenchimento dos requisitos do § 3 b do art.
142. § 2 A IMPORTANTE
Obs: A venda dos bens levará em conta o procedimento dos parágrafos 2A e 3B do art.
142
Não estará sujeita a preço vil. Todos os bens arrematados no processo falimentar
serão levados sem ônus, nos termos do art. 141 II. Eventuais impugnações em face da
arrematação, devem seguir o procedimento do art. 143. No caso de arrecadação de
bens de terceiros, cabe pedido de restituição por meio de ação autônoma art. 85
Recuperação de ativos
Termo Legal da Falência – Na sentença que decreta a falência, o juiz fixara o termo
legal, que também é conhecido como período suspeito Art. 99 inciso II. O termo legal,
é de 90 dias anteriores a sentença.
Em resumo, o juiz definirá um marco que indica uma possível crise do empresário
falido, o qual pode ser um pedido de recuperação, um protesto ou um pedido de
falência. Após a definição do marco, o juiz pode estender o termo legal por mais 90
dias. Os atos que estão no termo legal constam do art. 129 I II III
Ação de declaração de ineficácia objetiva – Além do termo legal, o art. 129 traz outras
hipóteses de ineficácia que independem da análise da intenção das partes.
A ação revocatória se não for possível ajustar os atos aos pontos anteriores, os
interessados podem propor a ação que depende da comprovação as fraudes, nos
termos do art. 130. Prazo de 3 anos da decretação da falência.
Para definir o período suspeito, é necessário a data da sentença. Art. 99 II combinado
com o Art. 129 I II III
Pagamentos de credores
Os pagamentos ocorrerão na forma dos art. 149 a 162 da LRF.
A LRF organiza os pagamentos em dois grupos, quais sejam: Concursais e
Extraconcursais
Nos créditos concursais estão os contratos celebrados pelo falido ao longo de sua
trajetória. Por outro lado, nos créditos extraconcursais estão as despesas do processo
e determinados contratos do falido que merecem atenção especial.
1- Credores extraconcursais:
Nos termos do art. 84, os créditos extraconcursais serão adimplidos antes do
pagamento dos concursais.
Assim como no art. 83, o art. 84 também estabelece uma ordem de pagamento.
Como identificar credores extraconcursais? O primeiro critério que pode ser utilizado é
o do fato gerador do crédito. Em resumo, se o crédito foi gerado após a decretação da
falência, ele será extraconcursal.
Também há possibilidade de utilização de critérios legais baseados em situações que
demonstram situação atípica.
Exemplos
Trabalhistas urgente art. 151 – CAIR NA PROVA *****
Pedido de restituição em dinheiro art. 86 – todas as hipóteses que permitem a
restituição em dinheiro estão no art. 86. Em 2020, foi adicionado o inciso 4º ao art. 86,
o qual trata de tributo retido na fonte. Em resumo, os valores que foram retidos pelo
empregador não pertencem ao falido, motivo pelo qual eles devem ser repassados aos
cofres públicos.
Além dos tributos retidos na fonte, também merece destaque o contrato de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação. Em resumo todo adiantamento a
contrato de câmbio será realocado como extraconcursal.
Por fim, também entra como extraconcursal determinado contrato vinculado a
recuperação judicial anterior. Ver art. 67
2- Concursais:
Os créditos concursais estão divididos em classes, sobre as quais incide o princípio da
igualdade (Par Cónditio Creditorum).
Os pagamentos ocorreram na seguinte ordem:
A- Trabalhistas + Acidente de Trabalho (natureza alimentar) nessa classe, estão os
créditos de natureza alimentar. O STJ já definiu que o contrato de honorários tem
natureza alimentar na falência. Os créditos trabalhistas, com exceção daqueles que
decorrem de acidente de trabalho, estão limitados a 150 salários mínimos nesta classe.
Eventual saldo será colocado na quarta classe.
B- Garantia Real - as garantias reais são aquelas previstas no CC (penhor, hipoteca e
anti-crédito) eventual saldo será colocado na 4ª classe
C- Tributários – Nesta classe, estão os tributos definidos nos moldes do Art. 3º do CTN.
As multas e demais penalidades não estão nessa classe.
D- Quirografários – São aqueles credores comuns. Nesta classe, além dos saldos das
classes trabalhistas garantia real, estão todos os credores comuns, ou seja, que não se
ajustam as demais classes.
E- Subquirografários – Nesta classe, estão todas as multas, que decorrem de lei ou de
contrato.
F- Subordinados – Os créditos subordinados devem estar previstos em contrato ou a
lei deve indicar que ele possui essa qualidade. Exemplo de imposição legal Art. 83
inciso VIII alínea b
JUROS NA FALÊNCIA
Os créditos na falência são atualizados até a data da decretação, nos termos dos Art.
9º e 124 da LRF. Se for possível, os juros posteriores serão adimplidos após o
pagamento da última classe (subordinados). Exceção importante: lembrar que os
credores com garantia real podem cobrar os juros posteriores, desde que o bem dado
em garantia seja suficiente para tanto, nos termos do § único do Art. 124 da LRF

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