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Até o final do século XIX, não consideramos a existência de um efetivo 1970 10,4 7,2 – 562 5.295 12,5 19,5
processo de industrialização no Brasil. Indústrias foram criadas e houve até 1971 11,3 8,6 – 1.307 6.622 13,3 20,3
mesmo um período de intensa atividade industrial, a Era Mauá, definida pelos
1972 12,1 9,4 – 1.489 9.521 16,3 17,3
historiadores como um surto industrial.
1973 14,0 11,3 – 1.688 12.572 15,9 14,9
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) intensifica a produção industrial
no país, apesar da dificuldade de importação de máquinas que viabilizaram o –– –– –– –– –– –– ––
processo de substituição de importações. Essa aparente contradição pode ser 1981 – 3,1 – 5,3 – 11.734 61.411 23,3 109,9
explicada pela maior utilização da capacidade produtiva já instalada no Brasil. 1982 1,1 – 1,2 – 16.310 70.198 25,8 95,5
A expansão industrial estava pautada principalmente no setor de bens de
1983 – 2,8 – 5,0 – 6.837 81.319 39,4 154,5
consumo não duráveis e recebeu novo alento com a Crise de 1929.
1984 5,7 3,4 45 91.091 43,1 220,6
A Crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência
de capital para a indústria, o que, associado à presença de mão de obra e (IBGE; *=US$ milhões)
(ALMEIDA, Paulo Roberto de. As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80. )
mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste,
principalmente em São Paulo.
O governo Vargas tem grande importância no processo de industrialização 3a Fase: 1989 a...
do Brasil, com ampla ação do Estado, não só na criação de infraestrutura, Esta fase, iniciada no Governo Collor, com continuidade até o Governo
mas também através de empresas estatais do setor de base, como a CSN Fernando Henrique, marca o avanço do Neoliberalismo no país, com sérias
(siderurgia), Petrobras e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD – mineração). repercussões no setor secundário da economia.
O modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as
2a Fase: de1956 a 1989 empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a CVRD,
quanto no setor de infraestrutura e serviços, como o caso do sistema Telebrás.
Constitui o período de maior crescimento industrial do país em todos
Além disso, houve uma mudança no modelo de desenvolvimento, que
os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e
desde o início da substituição de importações voltava-se para o mercado
o capital estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início à chamada
interno e passou a ser caracterizado por uma integração ao mercado mundial.
internacionalização da economia, com a entrada de empresas transnacionais,
notadamente do setor automotivo. Com a abertura da economia,através de expressivas reduções na alíquota
de importação, houve aumento do desemprego devido à falência de empresas
e às inovações tecnológicas adotadas (utilização de máquinas e equipamentos
industriais de última geração) necessárias para aumentar a competitividade e
resistir à concorrência internacional.
Texto Complementar
Itinerários do capital e seu impacto no cenário
inter-regional
A descentralização industrial Para onde vai o capitalismo no Brasil? Esta questão será aqui abordada
Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por com a preocupação de verificar o impacto dos deslocamentos do capital sobre o
um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de cenário inter-regional. Pretendo esboçar uma tematização das mudanças que têm
desindustrialização, que vem ocorrendo intrarregionalmente e também entre as regiões. afetado a organização territorial do capitalismo brasileiro. Essa tarefa implica um
Dentro da região Sudeste, há uma tendência de saída do ABC Paulista, olhar geopolítico que, por sua vez, supõe considerações de ordem geoeconômica.
buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba O ponto de partida diz respeito à inflexão estratégica, no início dos anos de
ao longo da rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Estas 1990, representada pela política de abertura da economia como alternativa ao
áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão de obra, modelo de “crescimento para dentro”, que se tinha como esgotado depois de
transportes menos congestionados e, por tratarem-se de cidades médias, meio século de relativo sucesso. O novo caminho foi em boa medida imposto
melhor qualidade de vida, o que é fundamental quando se trata de tecnopolos. pelas circunstâncias mundiais.
A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o
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Geografia atividade industrial no Brasil
Porém, representou também uma opção interna, assumida pelo governo Como a indústria mineira estava crescendo, mesmo moderadamente,
e pela elite econômica. O conceito de “integração competitiva”, elaborado no a queda de sua posição relativa sinalizava para a vertiginosa expansão do
âmbito do BNDES no final dos anos de 1980, forneceu a base intelectual para parque paulista. Na década de 1960, esse quadro começou a ser alterado,
a mudança de rumo. (...) estabelecendo-se uma tendência à desconcentração que perduraria até o
momento final de vigência do antigo modelo. Tal tendência resultou tanto de
Ao se investigarem as mudanças no sistema econômico brasileiro –
fatores de mercado quanto de fatores político-institucionais, combinados de
encarado como um complexo de regiões relativamente articuladas em um
maneira diferente segundo as heterogêneas realidades regionais do Brasil.
mercado nacional –, convém distinguir entre tendências de mudança que já se
observavam no antigo contexto semiautárquico (na década de 1980 e mesmo (...)
antes) e transformações derivadas propriamente da abertura dos anos de 1990. Observou-se em suma, na segunda metade do século XX, uma gradual
A industrialização do Brasil tomou corpo a partir dos anos 1930, com redivisão do trabalho, em direção inversa à que se constituíra na primeira
a interligação de mercados regionais até então bastante isolados uns dos metade. A dinâmica do mercado fomentou a desconcentração produtiva para
outros em um mercado nacional protegido da concorrência externa. Deu-se novas áreas – agrícolas e eventualmente industriais. E a intervenção política
um processo de concentração industrial que abafou aos poucos o parque suplementou essa tendência.
industrial preexistente em diversas partes do país. Estabeleceu-se, com isso, (...) Quando foi adotada a política de liberalização, em 1990, o poder
um esquema de divisão do trabalho centralizado no eixo Rio-São Paulo, mas público já não dispunha de meios suficientes para seguir atendendo ao problema
que se inclinou cada vez mais para São Paulo. Sabe-se que a primazia paulista das disparidades econômicas regionais. O pilar institucional do processo de
derivou de condições excepcionais de crescimento ligadas ao “complexo desconcentração viu-se bastante reduzido. Permaneceu contudo o pilar de mercado.
cafeeiro” (Cano, 1990). Aprofundou-se pela dinâmica de aglomeração do Por certo, uma hipótese plausível era a de que o novo modelo iria produzir uma
mercado, mas contando também com um fator extramercado: a política nova centralização das atividades e da riqueza, aprofundando o fosso entre o centro
cambial do Brasil, que, para controlar as importações, protegeu sobremaneira e a periferia em virtude do impulso concentrador do mercado. É verdade que este
o setor industrial já implantado. Isso incrementou ainda mais a centralidade passou a ditar os rumos sem maior ingerência governamental.
da economia de São Paulo em face das outras áreas menos desenvolvidas. Porém, os seus rumos não implicam necessariamente um movimento de
Esse movimento de concentração atingiu o auge por volta de 1960. Nessa aglomeração. Ao contrário, a certa altura surge o problema das disfunções da
época, a hegemonia paulista era retratada por todos os índices relevantes. aglomeração, aquilo que os economistas designam por “deseconomias externas”.
No tocante ao valor da transformação industrial, por exemplo, a participação
(Otávio Soares Dulci)
de São Paulo alcançava 55% do total do país. A título de comparação, a
participação de Minas Gerais era quase dez vezes menor, e declinante em
relação à década anterior.
E x ercício R e solvido
“O interior de São Paulo está mudando de cara. Cidades que tinham sua economia fundamentada na agricultura e na pecuária, há cerca de uma
década, estão se transformando em núcleos industriais, muitas vezes de alta tecnologia. Empresas que, há pouco tempo, estavam concentradas na região
metropolitana de São Paulo começam a viajar alguns quilômetros em busca do interior.”
(Texto adaptado do Jornal Valor Econômico, Ano 1, n0 45, 04/07/2000, Brasil especial interior, p. 4.)
Explique a concentração metropolitana anterior e a atual busca do interior de que trata o texto.
Solução:
O modelo de produção industrial que vigorou até os anos 70 tinha como base a concentração que ocorreu na Região Metropolitana, porque esta
possui os principais fatores para instalação das indústrias, como, por exemplo, a proximidade com o mercado consumidor, a rede de transportes e a
mão de obra. Nas últimas décadas, emerge um novo modelo de produção caracterizado pela flexibilidade, que tem como base as novas tecnologias
de comunicações. A busca pelo interior é explicada pela relativização das distâncias e a procura por menores custos de produção.
E x e r c i ta n do
01. O Estado do Rio de Janeiro passa atualmente por um processo de (A) Embasou-se inicialmente em bens de consumo não duráveis,
interiorização de seu parque industrial, antes concentrado na capital, que atendendo a necessidades básicas da população, para mais tarde
começa a se especializar em outras atividades. implantar indústrias de base.
Explique por que está ocorrendo a desconcentração industrial da cidade do (B) Embasou-se na produção para o mercado interno, que se consolidou
Rio de Janeiro e indique uma região do Estado que esteja sendo beneficiada como um amplo mercado, exigindo produtos de tecnologias de ponta
por esse processo e seu correspondente setor industrial em expansão. cada vez mais sofisticados.
(C) Concentrou-se no Sudeste/Sul, fundamentalmente no eixo SP/RJ,
favorecido pela concentração do capital.
02. No processo de industrialização brasileira, entre os fatores que se (D) Promoveu uma intensa substituição da força de trabalho rural/urbana,
destacam como fundamentais, é INCORRETO afirmar: independentemente das vagas na atividade industrial.
03. A respeito do processo de industrialização dos países subdesenvolvidos, SISTEMA BANCÁRIO NO BRASIL, 1945 (% APROX. POR REGIÃO)
podemos afirmar que:
REGIÕES BANCOS E CASA PIB REGIONAL POPULAÇÃO
BANCÁRIAS
(A) em seu conjunto, o chamado “terceiro mundo” buscou seu
Norte 1,1 2,4 3,6
crescimento industrial no setor de bens de produção.
(B) os países conhecidos como Tigres Asiáticos se industrializaram a partir Nordeste 14,9 15,5 34,8
da década de 60, baseando seu parque industrial em plataformas de Sudeste 67,6 52,4 28,2
exportação. Sul 5,2 16,7 14,5
(C) Arábia Saudita, Bolívia e África do Sul são países não industrializados,
Centro-
cuja economia se baseia na exportação de produtos agrícolas. Oeste
11,3 13,1 18,9
(D) China, Vietnã, Cambodja, Laos e Mianmar são países industrializados
Brasil 100,00 100,0 100,0
na década de 80, especializados na produção de microcomponentes
eletrônicos. (Adaptado de LEOPOLDI, M. A. In: PANDOLFI, Dulce (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro:
(E) Brasil, México e Formosa são nações que se industrializaram após a FGV,1999.)
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Geografia atividade industrial no Brasil
10. A globalização da economia está provocando uma profunda III. O desenvolvimento e a modernização da infraestrutura de produção
transformação dos espaços industriais em todo o mundo. Recentemente, de energia, de transportes, de comunicações e de informatização no
uma grande montadora de automóveis, que opera no país, anunciou interior do país viabilizaram a descentralização do parque industrial
a instalação de uma nova fábrica em Resende (RJ), distante de suas e criaram as condições de especialização produtiva, através da
instalações mais antigas no ABCD e Vale do Paraíba. Esse processo é integração regional.
chamado de:
Está(ão) correta(s):
(A) descentralização do capital.
(B) desconcentração industrial. (A) apenas I; (D) apenas II e III;
(C) centralização do capital. (B) apenas I e II; (E) I, II e III.
(D) esvaziamento industrial. (C) apenas III;
(E) concentração industrial.
14. Observe o gráfico para responder à questão:
11. O potencial de crescimento do mercado de automóveis, associado
a outros fatores como os incentivos fiscais, vem atraindo, para o Brasil, PRODUÇÃO SUL-AMERICANA DE AUTOMÓVEIS (%) 1999
investimentos por parte das grandes montadoras, algumas delas já aqui Brasil
instaladas. Repercussões e impactos desses novos investimentos já vêm üüüü
sendo observados na organização da produção e do mercado de trabalho. Outros
Isto pode ser constatado pela tendência à:
Entre 1969 e 1973, em função das taxas de crescimento então alcançadas, o (A) elevação do PIB – expansão dos sindicatos.
momento econômico do país ficou conhecido como o do “milagre brasileiro”. (B) nacionalização da indústria – revisão das leis trabalhistas.
(C) modernização da tecnologia – qualificação da mão de obra.
Com base no testemunho do movimento operário e na publicidade, pode-se
(D) internacionalização da economia – concentração de renda.
concluir que os principais efeitos do “milagre brasileiro” foram:
P r epa r a n do pa r a o E NEM
01.
“Um considerável número de mercadorias passou a ser produzido no
(...) Liberalismo, o Neo, bateu à porta da quitinete onde morava o Estado Brasil, substituindo o que não era possível ou era muito caro importar. Foi assim
Mínimo e sua numerosa família. O Estado Mínimo – diga-se de passagem – já que a crise econômica mundial e o encarecimento das importações levaram
fora o máximo no passado, requisitado por todos, vivia confortavelmente em o governo Vargas a criar as bases para o crescimento industrial brasileiro.”
uma cobertura duplex no edifício Keynes. A partir dos anos 1980, seu prestígio
começou a declinar diante da campanha orquestrada pelo Liberalismo que (POMAR, Wladimir. Era Vargas – a modernização conservadora.)
avançou no seu patrimônio e privatizou suas empresas sob o pretexto de que
ele, Estado, não entendia nada de economia, cobrava altos impostos e impedia É correto afirmar que as políticas econômicas mencionadas nos textos são:
a maximização dos seus lucros. Empobrecendo, o Estado teve que se mudar
para um apartamento menor e depois para outro menor ainda e hoje vive em (A) opostas, pois, no primeiro texto, o centro das preocupações são as
uma modesta unidade no conjunto habitacional Milton Friedmam. (...) exportações e, no segundo, as importações.
(B) semelhantes, uma vez que ambos demonstram uma tendência protecionista.
(NOVAES, Carlos Eduardo, “Liberalismo e Estado Mínimo”, 01/3/2009, Jornal do Brasil.) (C) diferentes, porque, para o primeiro texto, a questão central é a integração
regional e, para o segundo, a política de substituição de importações.
A opção que apresenta exemplos, no Brasil, que confirmam a explicação (D) semelhantes, porque consideram a integração regional necessária ao
contida no trecho da crônica é: desenvolvimento econômico.
(E) opostas, pois, para o primeiro texto, a globalização impede o
(A) privatização de bancos, aumento das barreiras alfandegárias, aplicação aprofundamento democrático e, para o segundo, a globalização é
dos Planos Quinquenais. geradora da crise econômica.
(B) desestatização de empresas, desregulamentação da economia, criação
de Agências Reguladoras. 03.
(C) redução da concentração do poder administrativo federal, redução A industrialização do Brasil é fenômeno recente e se processou de maneira
das taxas de juros, criação dos Órgãos de Planejamento Regional. bastante diversa daquela verificada nos Estados Unidos e na Inglaterra,
(D) ampliação da esfera de atuação das secretarias de governo, reforma sendo notáveis, entre outras características, a concentração industrial em
fiscal, implementação de Programas de Desenvolvimento Nacional. São Paulo e a forte desigualdade de renda mantida ao longo do tempo.
(E) nacionalização de empresas, redução das tarifas alfandegárias,
implementação dos Programas Nacionais de Desenvolvimento. Outra característica da industrialização brasileira foi:
HABILIDADE 18 – Analisar diferentes processos de produção ou (A) a fraca intervenção estatal, dando-se preferência às forças de mercado,
circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais. que definem os produtos e as técnicas por sua conta.
(B) a presença de políticas públicas voltadas para a supressão das
02. desigualdades sociais e regionais, e desconcentração técnica.
Os textos a seguir relacionam-se a momentos distintos da nossa história. (C) o uso de técnicas produtivas intensivas em mão de obra qualificada
e produção limpa em relação ao países com indústria pesada.
“A integração regional é um instrumento fundamental para que um (D) a presença constante de inovações tecnológicas resultantes dos gastos das
número cada vez maior de países possa melhorar a sua inserção num mundo empresas privadas em pesquisa e em desenvolvimento de novos produtos.
globalizado, já que eleva o seu nível de competitividade, aumenta as trocas (E) a substituição de importações e a introdução de cadeias complexas
comerciais, permite o aumento da produtividade, cria condições para um para a produção de matérias-primas e de bens intermediários.
maior crescimento econômico e favorece o aprofundamento dos processos
democráticos.
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Geografia atividade industrial no Brasil
04. 05.
A economia solidária foi criada por operários, no início do capitalismo
industrial, como resposta à pobreza e ao desemprego que resultavam da
utilização das máquinas, no início do século XIX.
Com a criação de cooperativas (de produção, de prestação de serviços,
de comercialização ou de crédito), os trabalhadores buscavam independência
econômica e capacidade de controlar as novas tecnologias, colocando-as a
serviço de todos os membros da empresa. Essa ideia persistiu e se espalhou:
da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de empreendimentos desse
tipo hoje em dia, em várias partes do mundo. Na economia solidária, todos
os que trabalham são proprietários da empresa. Trata-se da possibilidade de
uma empresa sem divisão entre patrão e empregados, sem busca exclusiva
pelo lucro e mais apoiada na qualidade do que na quantidade de trabalho, em
convivência com a economia de mercado.
(Adaptado de CIATTONI, A. Géographie. L’espace mondial. Paris: Hatier, 2008.)
A partir do mapa apresentado, é possível inferir que, nas últimas décadas (Adaptado de SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil.
Disponível em: <http://www.cultura.ufpa.br/Acesso em: 23/3/2009.)
do século XX, registraram-se processos que resultaram em transformações
na distribuição das atividades econômicas e da população sobre o território
brasileiro, com reflexos no PIB por habitante. Assim: A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalista, institui complexas
relações sociais, demonstrando que:
(A) as desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras
desapareceram, tendo em vista a modernização tecnológica e o (A) a fraternidade entre patrões e empregados, comum no cooperativismo, tem
crescimento vivido pelo país. gerado soluções criativas para o desemprego desde o início do capitalismo.
(B) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte e ao (B) a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa solidária mais
Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico ecologicamente sustentável que os empreendimentos capitalistas tradicionais.
dessas regiões, incapazes de atender ao crescimento da demanda por (C) a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pirataria e das
postos de trabalho. formas de economia informal, resulta dos benefícios do não pagamento
(C) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial de impostos.
a partir do processo de desconcentração espacial do setor, em direção (D) as contradições inerentes ao sistema podem resultar em formas
a outras regiões do país. alternativas de produção.
(D) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e do (E) o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e socialistas
Centro-Oeste resultou no desenvolvimento e na introdução de novas atividades representa uma alternativa econômica adequada ao capitalismo.
econômicas, tanto nos setores primário e secundário, como no terciário.
(E) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período
de retração econômica, como consequência da falta de investimentos
no setor industrial com base na moderna tecnologia.
A no ta çõ e s
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A desconcentração geográfica A Nike desenha o tênis nos Estados Unidos, transmite o desenho por
modernos meios de comunicação para a subsidiária de Taiwan, que contrata
da indústria (terceiriza) quarenta indústrias na Ásia para fabricá-los. Da base asiática, eles
são vendidos para todo o mundo.
A principal característica econômica do mundo atual é a ação de empresas
transnacionais ou multinacionais, que determinam um mundo cada vez mais No entanto, a descentralização industrial não ocorre apenas no nível
integrado, na chamada globalização da economia. internacional. Dentro dos países, as indústrias migram também em busca de
menores custos de produção (mão de obra, transportes, impostos...). Este
A expansão das processo ocorre praticamente em todo o mundo, como, por exemplo, no
transnacionais ocorre deslocamento de indústrias do Nordeste americano para o Sul e a costa oeste,
a par tir da Segunda a perda de indústrias do ABC paulista para o interior, e outros.
Guerra, quando passam a Todo este processo vem ocorrendo devido a grandes avanços tecnológicos,
instalar filiais nos países principalmente nos transportes e comunicações, que permitem a atual fase em
periféricos buscando que a economia é caracterizada por várias redes integradas.
matéria-prima, mercados
consumidores e mão de
obra barata. No entanto,
as transnacionais
sofreram grandes
transformações.
Há 20 anos, planta-
vam uma subsidiária para
produzir e vender bens
em um país estrangeiro.
Hoje, a transnacional
pode desenhar o produto
em um país, fabricar as
peças em outros seis,
dependendo do preço, e montar o produto em um sétimo. Ganha a fábrica
instalada no país que oferecer as melhores condições à unidade da empresa.
A concentração do capital
As 10 maiores corporações transnacionais — 2000
Patrimônio Vendas Empregados
(US$ bi) (US$ bi) (mil) Índice de transnac.2
Posição 1
Corporação (país)
%
exterior total exterior total exterior total
1/15 Vodafone (RU) 221,2 222,3 7,4 11,7 24,0 29,5 81,4
2/73 General Electric (EUA) 159,2 437,0 49,5 129,8 145,0 313,0 40,3
3/30 ExxonMobil (EUA) 101,7 149,0 143,0 206,1 64,0 97,9 67,7
4/42 Vivendi Universal (Fra) 93,3 141,9 19,4 39,4 210,1 327,4 59,7
5/84 General Motors (EUA) 75,1 303,1 48,2 184,6 165,3 386,0 31,2
6/46 Royal Dutch / Shell (RU/H) 74,8 122,5 81,1 149,1 54,3 95,4 57,5
7/24 BP (RU) 57,4 75,2 105,6 148,1 88,3 107,2 76,7
8/80 Toyota Motors (Japão) 56,0 154,1 62,2 125,6 – 210,7 35,1
9/55 Telefonica (Espanha) 56,0 87,1 12,9 26,3 71,3 148,7 53,8
10/47 Fiat (Itália) 52,8 95,8 35,9 53,6 112,2 224,0 57,4
3Gv3m11 136
Geografia Econômica VI –
Geografia Globalização
1/39 Rio Tinto (RU/Austrália) 19,4 19,5 9,7 9,9 33,4 34,4 98,2
2/49 Thomson (Canadá) 15,5 15,7 6,1 6,5 33,6 36,0 95,3 1
Patrimônio no exterior / índice de transnacionalidade
2
Índice de transnacionalidade: média de três indicadores: porcentagem do
3/24 ABB (Suíça) 28,6 31,0 22,5 23,0 151,3 160,8 94,9 patrimônio no exterior obre o patrimônio total da empresa; porcentagem
das vendas no exterior sobre as vendas totais; e porcentagem do número
4/18 Nestlé (Suíça) 35,3 40,0 48,9 49,6 218,1 224,5 94,7 de empregados no exterior sobre o total de empregados.
5/31 BAT (RU) 23,9 25,1 16,4 17,6 82,6 86,8 94,4
3
Índice de transnacionalidade / patrimônio no exterior.
6/91 Electrolux (Suécia) 8,8 9,5 13,1 13,6 79,0 87,1 93,2
7/86 Interbrew (Bélgica) 9,3 10,4 6,7 7,4 33,0 36,5 90,2
8/26 Anglo American (RU) 26,0 30,6 18,1 20,6 230,0 249,0 88,4
9/52 Astrazeneca (RU) 15,0 18,0 15,0 15,8 47,0 57,0 86,9
10/25 Philips Electronics (Hol.) 27,9 35,9 33,3 34,9 184,2 219,4 85,7
(“The world’s top 100 non-financional TNCs.” In: World Investment Report 2002. Transnational Corporations and Exports Competitiveness,
UNCTAD. New York/Geneva: United Nations, 2002.)
A concentração do capital industrial, típica da fase monopolista – caracterizada O grande risco, além do aumento do desemprego devido à chamada
pelo poder dos trustes americanos, europeus e japoneses (zaibatsus) que “reengenharia”, é o controle dos mercados com a destruição das empresas menores.
monopolizavam ou oligopolizavam as economias nacionais –, ganha dimensão
planetária com a globalização. A principal diferença é a característica transnacional
que essas corporações adotam, ou sejam, não respeitam as fronteiras nacionais,
dificultando a compreensão da origem do capital que controla as empresas.
Essa concentração aumenta com a absorção de empresas de países
periféricos (Electrolux – Prosdócimo, Mahler – Cofap, Nestlé – Garoto...), fusões
de corporações (Peugeot – Citroen, Pirelli – Dunlop, Boeing – McDowel...) ou
ainda associações e parcerias em que as empresas mantêm suas identidades.
A tendência de concentração do capital com a onda de fusões pode ser (Gazeta Mercantil, 28/5/2002.)
entendida quando analisados os objetivos dessas empresas: aumento da
produtividade, redução de custos, inclusive mão de obra, aporte tecnológico
e ampliação da área de atuação.
Texto complementar
Cervejaria belga dona de Brahma e Antarctica compra Corona e domina mercado mexicano
AB Inbev, que já controla cerca de 15% do mercado mundial, passa a ser dona da marca mais vendida no México
O mercado mundial de cervejas sempre teve uma gande variedade de marcas; agora, no entanto, são cada vez menos empresas no controle.
A multinacional de origem belga Anheuser-Busch InBev, proprietária das marcas brasileiras Brahma, Skol e Antarctica, comprará a metade que ainda não
possui do Grupo Modelo, cervejaria mexicana dona da marca Corona, a mais vendida do país norte-americano, por 20,1 bilhões de dólares. A informação é do
jornal mexicano La Jornada.
A empresa, que também é dona de marcas como Budweiser, Leffe, Jupiler, Beck’s, Quilmes e Stella Artois, disse nesta sexta-feira (29/06) que chegou a um
acordo com as famílias que controlam o Grupo Modelo, e o acordo vai lhe asegurar uma posição de liderança no mercado local. Além disso, a Corona é a cerveja
importada mais vendida nos Estados Unidos.
Fundada em 1925, a Modelo é a maior cervejeira do México e tem mais de 50% do mercado doméstico, o qual controla ao lado da Femsa, proprietária da
rival Heineken. O interesse da AB InBev no Modelo se justifica em razão de um mercado que cresce em torno de 3% ao ano.
A AB InBev afirmou que tomou 14 bilhões de dólares em empréstimos bancários para financiar a transação. O grupo já havia herdado 50,4% da Modelo ao
adquirir a Anheuser-Busch por 52 bilhões de dólares em 2008. As duas empresas admitiram a negociação no último dia 25, e o acordo faz parte de mais uma série
de fusões no mercado de bebidas, cujo objetivo é a expansão dos mercados e a redução de gastos (o que, em muitos casos, se traduz no corte de funcionários).
A marca Corona, que domina o mercado mexicano, agora pertence ao mesmo grupo das brasileiras Brahma, Skol e Antarctica.
Com a fusão, a expectativa da AB InBev é produzir aproximadamente 40 bilhões de litros de cerveja por ano, 75% a mais do que empresas do porte da
SABMiller, por exemplo. Os lucros estão calculados em 47 bilhões de dólares e o valor das marcas totalizaria 17 bilhões de dólares.
A AB Inbev, fundada em 2004 a partir da fusão entre a brasileira AmBev e a belga Interbrew, já é dona, de 15% do mercado mundial de cervejas e é a maior
cervejaria do mundo em termos de venda e produção.
(http://operamundi.uol.com.br)
As contradições da globalização
O processo de globalização possui uma série de contradições. Uma de
suas principais tendências é a de redução das “distâncias”, com a formação
de um mundo cada vez “menor” ou mais integrado. No entanto, percebe-se
um aumento das “distâncias” entre países centrais e periféricos e entre as
classes sociais dos diferentes países.
Outro pilar do processo é a descentralização do processo produtivo
tanto intranacionalmente quanto internacionalmente, com a característica de
economia de rede. No entanto, as decisões e o controle do processo estão
cada vez mais concentrados nos países centrais. Ou seja, a sede da empresa
continua no país de origem, que, na maioria das vezes, é um país central.
Além disso, é comum se dizer que o mundo globalizado é um mundo sem
fronteiras; na verdade, é um mundo em que são criadas novas fronteiras. As
novas fronteiras não estão associadas, necessariamente, à distância ou aos
níveis municipais, regionais e nacionais. O que determina proximidade ou
distância hoje é o consumo, o que pode determinar grande semelhança ou (Harrison, L’empire Nestlé.)
3Gv3m11 138
Geografia Econômica VI –
Geografia Globalização
E x e r c i ta n do
01. Observe atentamente a ilustração apresentada adiante: ela mostra as As transformações representadas na figura a seguir permitiram ao autor
marcas da sociedade atual em uma “paisagem primitiva”. considerar que há “aniquilamento do espaço pelo tempo.”
(1500-1840): A melhor média de velocidade das carruagens e dos barcos
a vela era de 16 km/h.
(1850-1930): As locomotivas a vapor alcançavam em média 100 km/h;
os barcos a vapor, 57 km/h.
(Anos 1950): Aviões a propulsão: 480-640 km/h.
(Anos 1960): Jatos de passageiros: 800-1100 km/h.
(Adaptado de D. HARVEY. A Condição Pós-Moderna. Edições Loyola, p. 220, 1989.)
A partir das informações apresentadas, explique como e por que, hoje, os 04. A rígida divisão do trabalho do taylorismo e a procura de mão de obra barata
espaços geográficos estão “mundializados”. e de mercados nacionais estão cedendo lugar às novas necessidades industriais
do capitalismo, detectadas, a partir da década de 70, nos países do Norte.
02.
Um mundo onde o tempo voa
(B) são, basicamente, centralizados em três núcleos geográficos: Estados (D) forma de criação de parcerias internacionais para potencializar a
Unidos, Rússia e União Europeia. intervenção política.
(C) estão voltados para o aumento tanto da autonomia econômica quanto (E) mecanismo de suporte financeiro de organizações que controlam as
político-militar de cada um de seus Estados-membros. políticas dos lugares.
(D) visam, fundamentalmente, a superar os entraves representados pelas
08. A massificação da cultura reforçada pelo crescimento das metrópoles
fronteiras nacionais na mobilidade da força de trabalho.
é um fenômeno importante do espaço contemporâneo.
(E) aumentam o comércio entre seus Estados-membros, mas somente
na Europa existe um projeto político de unificação. No mundo atual, essa massificação tem a função de:
( ) Com a entrada dos países do antigo bloco comunista na União Europeia, Analisando estas afirmativas, conclui-se que:
tornou-se mais difícil a situação política e econômica da Rússia, que busca
a sua inserção em outros blocos econômicos internacionais. (A) apenas a 3 está correta.
( ) As empresas globais de alta tecnologia instalam suas indústrias em (B) apenas a 1 e a 2 estão corretas.
regiões que possuem oferta de mão de obra, matéria-prima e energia (C) apenas a 1 e a 3 estão corretas.
baratas e abundantes. (D) apenas a 2 e a 3 estão corretas.
( ) As empresas mundiais são multinacionais e transnacionais; são (E) todas estão corretas.
conglomerados que se estruturam em redes por diferentes partes do 10. Com relação ao fenômeno da globalização, que caracteriza as mudanças
mundo centralizando o capital nas grandes corporações. em curso na geografia do mundo contemporâneo, é correto afirmar que:
( ) Um aspecto relevante da mundialização é que, apesar de ainda existir a divisão
entre países ricos e pobres, os níveis de pobreza mundial têm diminuído graças (A) é seletivo, envolvendo diferenciadamente as classes e grupos sociais
aos esforços dos países ricos para minimizar a pobreza. e se dá sobretudo no campo das relações econômicas.
( ) A China abriu recentemente suas portas para as empresas mundiais, o (B) como o nome indica, tem uma dimensão universal, vindo desde as
que tem aumentado os níveis de emprego e o capital interno desse país. origens do capitalismo, atingindo todos os povos do planeta.
Outra consequência dessa iniciativa é a intensificação do processo de (C) é o oposto da chamada fragmentação, pois esta envolve o espaço
democratização da sociedade chinesa, que leva essa sociedade para dos excluídos e daqueles que se negam a participar do capitalismo.
longe do autoritarismo sob o qual viveu durante muito tempo. (D) é exclusivamente de caráter político-cultural e se expandiu com a
( ) A expansão do processo de mundialização da economia pode vir a hegemonia dos Estados Unidos no planeta.
ser impossibilitada por motivos econômicos e ambientais. (E) acelera o for talecimento dos Estados-Nações, bem como dos
nacionalismos e regionalismos.
07. Os movimentos sociais contemporâneos são complexos, por
confrontarem a estrutura social vigente. Por isso, necessitam compor 11. O processo de globalização está associado a mudanças de natureza
forças organizando-se em rede. Nesse contexto, a rede atua como: distinta no mundo como um todo. Todas as alternativas apresentam
modificações decorrentes desse processo, exceto:
(A) instrumento de solidariedade política entre grupos que questionam as (A) a formação de grandes blocos econômicos regionais.
desigualdades da globalização. (B) a maior segurança em relação à melhoria dos padrões sociais.
(B) elemento de análise dos grupos que sugere os caminhos para atingir (C) a rápida movimentação de capitais internacionais por todo o mundo
as mudanças. (D) a redução do poder do Estado na proposição de políticas econômicas
(C) meio de fortalecer uma ação questionadora organizada para formar internas.
uma consciência de cidadania.
3Gv3m11 140
Geografia Econômica VI –
Geografia Globalização
12. É possível afirmar que o processo de globalização das atividades (A) Cite dois exemplos da influência cultural que os EUA exercem na
econômicas tem acompanhado a história da humanidade e que ele sociedade brasileira.
se acelerou após a década de 70. Todas as alternativas apresentam (B) Por que a influência norte-americana no mundo assumiu proporções
características ou indicadores do processo de globalização das atividades tão grandes após a Segunda Guerra Mundial?
econômicas nesse final de século, exceto:
15. Em um momento passado, quando a questão ideológica era
(A) a aceleração das transformações demográficas. predominante, era comum classificar os países no lado leste ou no lado
(B) a revolução ocasionada pelos avanços da informática. oeste do mundo, muito embora essa classificação fosse desmentida pela
(C) o aperfeiçoamento dos meios de transporte e das comunicações. localização geográfica de alguns.
(D) o desenvolvimento tecnológico e científico. Atualmente, sob uma nova ordem mundial, é mais comum a classificação
que separa os países em Norte e Sul.
13. “Mais cedo ou mais tarde, todos os países submetidos ao jugo da globalização
perversa serão forçados a rever os termos atuais de sua dependência.” Explique as razões ideológicas da classificação Leste-Oeste, esclarecendo
ainda a lógica da nova ordem.
(SANTOS, Milton. Folha de São Paulo. 14/1/2001.)
16. Os atores da globalização
De acordo com o texto, que revela a situação de dependência e de
interdependência entre países e regiões, identifique:
(A) dois aspectos que facilitam a integração do mundo atual.
P r epa r a n do pa r a o E NEM
A no ta çõ e s
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Módulo
12 Comércio Mundial e Transportes
Geografia
Ferrovia
Outros
Minérios Rodovia
Petróleo
Material de transporte Aerovia
Complexo de Soja 0 5 10 15
Produtos metalúrgicos (Extraído de MAGNOLI, Demétrio; ARAÚJO, Regina. In: Projeto de Ensino de Geografia. São Paulo: Moderna, 2000.)
0% 20% 40% 60%
Nas últimas décadas, os grandes avanços no setor, associados a
impressionantes quedas nos custos, facilitaram a integração cada vez mais
intensa da economia mundial.
3Gv3m12 144
Geografia Comércio Mundial e Transportes
TRANSPORTES – BRASIL
Matriz de Transporte de Cargas no Brasil
• Marítimo e Fluvial
Embora o litoral brasileiro apresente condições favoráveis ao transporte
marítimo, este não se apresenta de forma destacada porque, embora altamente
econômico, este tipo de transporte é bastante complexo, pois, além de exigir
embarcações diversas, exige também instalações portuárias adequadas.
Quanto ao transporte fluvial, podemos dizer que este participa em pouco mais
de 1,5% no transporte de carga, embora os rios brasileiros ofereçam condições
de navegabilidade (mais de 40.000 km de extensão).
Nos últimos anos, apesar da estranha opção brasileira pelo transporte
rodoviário, vem ocorrendo investimentos impor tantes com obras para
navegabilidade nos rios Madeira (transporte de soja do Brasil Central), Tietê-
-Paraná (hidrovia do Mercosul) e novas hidrovias, como a de Tapajós e da área
do Tocantins. São projetos cujo objetivo é o escoamento da produção agrícola.
(
(IBGE, Diretoria de Geociências, Departamento de Cartografia.)
3Gv3m12 146
Geografia Comércio Mundial e Transportes
E x e r c i ta n do
01. Desde os anos 50, as trocas mundiais de mercadorias cresceram A notícia anterior reflete o debate sobre o comércio internacional que tem
exponencialmente, passando de 50 bilhões de dólares para 6,1 trilhões de dólares. colocado os países desenvolvidos e subdesenvolvidos em campos opostos.
Este dado reflete uma fantástica expansão da produção e do consumo Uma das razões desse antagonismo está indicada na seguinte alternativa:
mundiais, nas últimas décadas. (A) Pressão por parte dos países desenvolvidos para que os subdesenvolvidos
Apresente duas condições que favoreceram esta expansão. abram seus mercados, enquanto aqueles mantêm suas práticas
protecionistas.
02. (B) Manutenção de intensas barreiras protecionistas por parte dos
“Mais uma sexta-feira de nervosismo no mercado financeiro; desta vez, países subdesenvolvidos no setor agrícola, ao passo que os países
liderada por uma queda nas bolsas, com reflexos no mercado futuro do dólar. desenvolvidos praticam o livre-comércio.
Mais uma vez, a crise asiática, combinada com uma nova queda em Nova (C) Discussão entre os países desenvolvidos, que desejam o fim do
Iorque, puxou para baixo outros mercados emergentes.” protecionismo através da constituição de blocos comerciais, e os
(Pinto, Celso. Jornal do Brasil. 31/8/1997.)
subdesenvolvidos, que se opõem ao multilateralismo comercial.
Ao longo da década de 90, notícias como essas têm sido comuns nos (D) Oposição entre os países subdesenvolvidos, que defendem a
jornais do mundo inteiro. Ontem foi o México, hoje é a Tailândia, amanhã OMC como fórum adequado para manter o protecionismo, e os
não sabemos ainda onde se manifestará a geografia das crises dos países desenvolvidos, que querem usá-la para garantia do livre-comércio.
emergentes, resultantes da fase atual do capitalismo mundial. Assinale a
05.
alternativa que não apresenta uma tendência atual do capitalismo:
Além disso, em confronto com as modernas rodovias, o material das (B) Cite e explique duas práticas de protecionismo adotadas por países
ferrovias é de pouca durabilidade. Os trens são muito pouco usados na ditos desenvolvidos contra países ditos subdesenvolvidos, no âmbito
América Anglo-Saxônica. do comércio internacional de produtos agrícolas.
São afirmações certas apenas: 11. Após a Segunda Guerra, principalmente a partir dos anos de 1980,
cresceu o fluxo de capitais especulativos no mundo, inaugurando o que é
(A) I e II. (D) II, III e IV.
conhecido como “globalização financeira”.
(B) II e III. (E) I, II e III.
(C) III e IV. (A) Qual a relação entre o aumento dos fluxos de capital especulativo no
mundo e o avanço dos setores de informática e telecomunicações?
07. As limitadas trocas comerciais levadas a efeito no interior dos países (B) Qual a política usualmente adotada pelos países emergentes para atrair
subdesenvolvidos têm como razões principais: capitais especulativos e quais os principais efeitos negativos desta política?
(A) mercado interno e constituição de megablocos regionais.
12. A política de transporte implantada no Brasil privilegiou o transporte
(B) dependência de capitais e submissão tecnológica aos países rodoviário, em detrimento de outras formas mais viáveis, como o
desenvolvidos. transporte hidroviário e o ferroviário, sem considerar as características e
(C) processo de globalização e retração de monopólios dos países potencialidades naturais do país.
desenvolvidos.
(D) baixa população absoluta e má distribuição de renda. (A) Cite e explique duas vantagens dos transportes ferroviário e hidroviário,
em relação ao rodoviário.
(B) Cite duas situações nas quais o transporte rodoviário se apresenta
08. Estatísticas da ONU mostram que as empresas multinacionais
como mais vantajoso.
americanas no exterior são financiadas em até 83% por recursos obtidos
nos países em que operam. Na América Latina, entre 1956 e 1959, 67% 13. Sobre a participação do Brasil no comércio exterior, é correto afirmar:
dos investimentos foram financiados com recursos obtidos na própria
região. Entre 1963 e 1965, este porcentual passou para 91%; isto significa (A) Com a recém-criada ALCA (Área de Livre-Comércio das Américas),
que apenas 9% dos recursos não são locais. “E assim a América Latina o Brasil intensifica suas atividades comerciais em Cuba, apesar das
se transforma numa exportadora de capitais para os Estados Unidos.” restrições impostas pela Lei Helms-Burton.
Explique o porquê. (B) O Oriente Médio mantém intensas relações comerciais com o Brasil,
exportando produtos agrícolas para o nosso país.
(C) A União Europeia e os Estados Unidos continuam a figurar como os
09. A tabela abaixo apresenta a evolução da distribuição dos deslocamentos
principais parceiros comerciais do Brasil.
diários da população na área metropolitana do Rio de Janeiro por meio de
(D) Com a recente participação do Chile no Mercosul, o Brasil mudou a
transporte coletivo entre os anos de 1950 e 1994. composição do seu comércio exterior, de base primária para a atual,
produtos primários, produtos industrializados e serviços para os países
Área Metropolitana do Rio de Janeiro – Evolução da Distribuição dos
Deslocamentos por meio de Transporte Coletivo / 1950 – 1994 (em %)
do Pacto Andino.
(E) O Japão e a China continental, juntos, ocupam posição de destaque
Meio de Transporte 1950 1970 1990 1994 muito acima da ALADI e do Mercosul, no que diz respeito à participação
no comércio exterior do Brasil.
Bonde 59,1 ---- ---- ----
Trem 16,8 11,0 6,6 4,7 14. Os chamados “Paraísos Fiscais”:
Barca 2,3 3,3 1,8 1,2
(A) são lugares, cujas políticas de desenvolvimento nacional atraem fluxos
Ônibus 21,8 85,7 89,1 90,5 financeiros originários do tráfico ilegal de drogas e de armas, e que
Metrô ---- ---- 2,5 3,6 se localizam nas ilhas de Cali e Medellín, na Colômbia.
Total 100 100 100 100 (B) contribuem para injetar, na economia mundial, dinheiro proveniente do
(Barat, 1975, Anuários SECTRAN, CMRJ, CONERJ, PTM.)
tráfico ilegal de drogas e situam-se em Cali e Medellín, na Colômbia.
Apresente dois fatores responsáveis pela crescente par ticipação (C) são lugares que não adotam estratégias de atração de dinheiro “sujo”
dos ônibus, em detrimento dos outros meios de transporte, na área como política de Estado e que se localizam nas ilhas Cayman e
metropolitana do Rio de Janeiro. Bahamas, no Caribe.
(D) são centros mundiais de “lavagem” de dinheiro de origem ilegal e podem
10. A partir da Conferência Ministerial de Doha (Qatar) em 2001, a ser encontrados no istmo do Panamá, na bacia do Caribe e no Havaí.
Organização Mundial do Comércio tem discutido questões relativas ao (E) constituem-se em enclaves financeiros da economia mundial, nos
comércio de produtos agrícolas. Este tema é de profundo interesse para quais se realizam operações privilegiadas de movimentação do capital
o Brasil, considerando que a exportação de produtos brasileiros sofre financeiro, como é o caso das ilhas Cayman e Bahamas, no Caribe.
restrições em função da imposição de práticas protecionistas por parte
de países importadores. 15. Observe o mapa e o gráfico apresentados a seguir:
3Gv3m12 148
Geografia Comércio Mundial e Transportes
P r epa r a n do pa r a o E NEM
HABILIDADE 28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos HABILIDADE 18 – Analisar diferentes processos de produção ou
socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos. circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.
01. Em um debate sobre o futuro do setor de transporte de uma grande cidade 02. Leia as características geográficas dos países X e Y.
brasileira com trânsito intenso, foi apresentado um conjunto de propostas.
País X
Entre as propostas reproduzidas a seguir, aquela que atende, ao mesmo – desenvolvido
tempo, a implicações sociais e ambientais presentes nesse setor é: – pequena dimensão territorial
– clima rigoroso com congelamento de alguns rios e portos
(A) proibir o uso de combustíveis produzidos a partir de recursos naturais. – intensa urbanização
(B) promover a substituição de veículos a diesel por veículos a gasolina. – autossuficiência de petróleo
(C) incentivar a substituição de transporte individual por transportes coletivos. País Y
(D) aumentar a importação de diesel para substituir os veículos a álcool. – subdesenvolvido
(E) diminuir o uso de combustíveis devido ao perigo que representam. – grande dimensão territorial
– ausência de problemas climáticos, rios caudalosos e extenso litoral
– concentração populacional e econômica na faixa litorânea
– exportador de produtos primários de baixo valor agregado
A partir da análise dessas características, é adequado priorizar as diferentes Participação no Comércio Mundial (em %)
modalidades de transporte de carga, na seguinte ordem: 50
41,1
40 União Europeia
(A) país X – rodoviário, ferroviário e aquaviário. Ásia
(B) país Y – rodoviário, ferroviário e aquaviário. 30 Estados Unidos e Canadá
23,4
(C) país X – aquaviário, ferroviário e rodoviário. 19,2 América Latina
20
(D) país Y – rodoviário, aquaviário e ferroviário. Leste europeu+CEI
(E) país X – ferroviário, aquaviário e rodoviário. 10 5,7 4,5 3,3 Oriente Médio
2,2 África
0
HABILIDADE 19 – Reconhecer as transformações técnicas e A sua análise e os conhecimentos sobre comércio internacional permitem
tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação
afirmar que:
dos espaços rural e urbano.
03. O trânsito nas grandes cidades se transformou em problema que (A) há um equilíbrio na participação dos blocos de países no comércio
exige critatividade e pesados investimentos. A multiplicação dos acidentes, mundial, em decorrência do aumento do volume de negócios com o
congestionamentos quilométricos e a poluição urbana, por exemplo, processo de globalização.
preocupam a sociedade. A indústria, por sua vez, teve de investir tanto em (B) o comércio entre América Latina e África caracteriza-se pelo predomínio
de intercâmbio com países e blocos do centro do sistema, apesar dos
segurança ativa, facilitando o controle do veículo pelo motorista, quanto
esforços recentes em aumentar o comércio entre si e com a Ásia.
passiva, a fim de diminuir as consequências dos sinistros. A preocupação
(C) apesar da posição de maior bloco comercial do mundo, o comércio
ambiental engloba também o trânsito, mas uma solução efetiva nessa área
intrabloco é pouco expressivo na União Europeia, predominando o
não pode se restringir à escolha de combustíveis pouco poluentes. A escritora
comércio com os EUA e Canadá.
Raquel de Queiroz, fazendo uma reflexão bem-humorada, em artigo da revista
(D) apesar da Ásia participar com 23,4% do comércio mundial, a produção
“O Cruzeiro”, desafiava o leitor a imaginar como seriam as cidades da década chinesa não é contabilizada, pois se destina ao mercado interno de
de 1970 com carruagens puxadas por cavalos: “a poluição causada pelos 1,2 bilhão de pessoas.
excrementos dos animais literalmente sufocaria a todos”. (E) Há maior participação no comércio mundial do bloco de países mais
populosos e de ocupação mais antiga, denotando equilíbrio nas
Com base no texto acima e na situação atual do trânsito, infere-se que: relações comerciais mundiais.
(A) os acidentes eram mais frequentes na época das carruagens, devido
à falta de segurança nos transportes.
HABILIDADE 9 – Comparar o significado histórico-geográfico
(B) as carruagens à tração animal em circulação têm alto impacto
das organizações políticas e socioeconômicas em escala local,
ambiental. regional ou mundial.
(C) o número de veículos em circulação nas grandes cidades é parte
importante do problema.
(D) a segurança no trânsito se alcança com base numa escolha 05.
responsável da matriz energética. Associação chinesa pede boicote a mineradoras
(E) a solução para os problemas ambientais da atualidade é o retorno a
O presidente da Associação de Ferro e Aço da China pediu ontem que
meios de transporte antigos. os importadores licenciados do país boicotem as três grandes empresas de
minério de ferro nos próximos dois meses. O pedido é uma clara referência
à brasileira Vale e às anglo-australianas BHP Billiton e Rio Tinto, que vêm
HABILIDADE 18 – Analisar diferentes processos de produção ou
circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais. impondo mudanças nos acordos de compra e venda do minério, determinando
preços mais elevados.
04. Observe o esquema e o gráfico.
(O Globo, 03/0/2010)
12,4
(A) cartel.
4,4 3,2
(B) holding.
Leste europeu
10,0 União Europeia* 14,6
Estados Unidos (C) dumping.
+CEI e Canadá
(D) incorporação.
3,4 15,4 19,2
3Gv3m12 150
Módulo
13 Cartografia
Geografia
Orientação e localização
Desde a antiguidade, os seres humanos utilizam diferentes estratégias para
a orientação e localização no espaço geográfico. A observação e a utilização de
elementos da natureza, como as estrelas, foi durante muito tempo a principal
estratégia humana.
A partir do movimento aparente do sol, devido à rotação, foi possível definir
os pontos cardeais e, a partir deles, os colaterais.
Coordenadas geográficas
As coordenadas geográficas permitem a localização de qualquer ponto do
planeta e são definidas pela latitude e longitude de um lugar.
• Latitude: é a distância medida em graus de um determinado ponto
do planeta e a Linha do Equador, que é o principal paralelo da Terra,
dividindo-a em Hemisfério Norte e Sul.
Polo Norte
Latitude 46oN
Com o desenvolvimento tecnológico, principalmente nas últimas décadas,
foram criados sistemas de localização cada vez mais precisos, com destaque Equador
para o GPS, que a partir de um sistema de satélites permite a localização de
diversos elementos móveis, com uso cada vez mais intenso em automóveis,
celulares e sistemas de transportes como navios e aviões.
Denominamos de paralelos as linhas imaginárias traçadas paralelamente aos polos. A Linha do Equador é o maior e principal paralelo do planeta. Outros
paralelos importantes são os Trópicos de Câncer (Hemisfério Norte) e Capricórnio (Hemisfério Sul) que possuem 23º 27’ de latitude e os Círculos Polares Ártico
e Antártico – 66°33’, que tem grande importância na definição das zonas climáticas.
• Longitude: é a localização de um ponto da superfície medida em graus, nos paralelos e no meridiano de Greenwich
Escala cartográfica
É a relação matemática entre as dimensões reais do fato a ser cartografado ou mapeado e as medidas da representação a ser criada.
3Gv3m13 152
Geografia Cartografia
Observe nos mapas acima que o da esquerda consegue representar Projeções cartográficas
todas as Américas, enquanto o segundo representa apenas um pedaço do
Brasil; sendo assim, o primeiro tem maior abrangência e o segundo, maior As projeções cartográficas foram criadas para resolver o problema
detalhamento. de transformar a imagem da superfície curva da esfera terrestre para uma
A escala do primeiro mapa é 1:67.000.000, o que significa que cada 1 cm superfície plana do mapa, o que sempre vai causar deformações.
representa na realidade 67.000.000 de cm ou 670 km. No segundo mapa, a As projeções podem ser:
escala é de 1:15.000.000; sendo assim, cada cm corresponde a 15.000.000 • Conformes – mantém as formas e distorcem as áreas.
de cm ou 150 km. • Equivalentes – mantém a proporção das áreas e distorcem as formas.
Vale lembrar que a escala é uma relação, sendo assim a escala do
primeiro mapa é menor que a do segundo, pois houve mais reduções. Se Cilíndricas
representarmos como uma fração no primeiro caso temos 1/67.000.000 e no
segundo 1/15.000.000 (quanto maior o denominador menor será o resultado).
Escalas
Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no
papel e sua medida real, em que a razão ou relação de semelhança é a seguinte:
E=d/D
D = um comprimento tomado no terreno, que será denominado distância
real natural.
d=um comprimento homólogo no desenho denominado distância prática
ou gráfica.
As escalas mais utilizadas são:
• Numérica:
Cônicas
Exemplo: 1 : 7.000.000
• Gráfica:
Escala 1:2500.000
5 0 5 10 15 20 Quilometros
Azimutal ou plana
População mundial
(Nações Unidas)
3Gv3m13 154
Geografia Cartografia
Contágio por hiv Além do Meridiano de Greenwich (0° de longitude), tem grande importância
Número de contágios por HIV a cada 100 habitantes o antimeridiano (180º), que viabiliza a Linha Internacional de Mudança de
Datas (LID). Ao atravessarmos a LID, de oeste para leste, permanecemos com
a mesma hora mas retornamos ao dia anterior. Se atravessarmos de Leste
para Oeste avançamos ao dia seguinte.
Fusos horários
A Terra realiza o movimento de rotação em aproximadamente 24 horas. A
partir desse fato foi criado o sistema de fusos horários em que cada 15 graus
de longitude corresponde a 1 hora. O raciocínio básico é o seguinte: a Terra,
como toda esfera, tem 360 graus e completa um giro completo em torno do O conhecimento do sistema de fusos horários é cada vez mais importante.
seu eixo em 24 horas; sendo assim, 360/24 = 15. Com uma economia globalizada, os mercados financeiros estão integrados e
os grandes investidores atuam em escala planetária. Como exemplo temos:
quando for noite no Brasil, já é a manhã do dia seguinte na Ásia, e usando o
sistema de computadores, um investidor brasileiro pode atuar naquele mercado,
e assim sucessivamente.
Mudança de horário em escolas gera polêmica algumas audiências para debater os reflexos positivos e negativos do novo horário
Professores, alunos, pais, políticos e sindicalistas estão se posicionando sobre do Acre, em relação às mais diversas atividades da sociedade civil organizada.
flexibilização na mudança do horário no Estado do Acre que agora está com Segundo o presidente da CUT, Manoel Lima, a entidade já fez duas grandes
apenas uma hora a menos que o horário de Brasília.
reuniões com todos os sindicatos e entidades parceiras da Central Única dos
O novo fuso horário vem causando algumas reclamações, principalmente Trabalhadores.
de pais e de mães de alunos que estudam no período da manhã. Eles afirmam De acordo com Manoel Lima, se tem hoje no Estado, há mais de cem anos,
que, por morarem um pouco longe das escolas, os estudantes estão saindo um costume inclusive biológico, que nós temos de acordo um determinado
de casa ainda às escuras. horário e, de repente, de uma hora pra outra, tem que acordar em outro horário.
Na Assembleia Legislativa, o deputado Donald Fernandes entrou com um Não são só as crianças que estão sentindo isso, também os adultos.
projeto solicitando a alteração no horário de entrada e de saída dos alunos “Esse é um debate que está sendo coordenado pela Central Única dos
das escolas das redes estadual e municipal de ensino, que mudaria das 7 Trabalhadores (CUT), que nesta sexta-feira realizou uma plenária com debates
horas para as 8 horas. sobre a questão no novo fuso horário, com a participação do gabinete do
O gerente de gestão da Secretaria Estadual de Educação, Jean Mauro, ao senador Tião Viana e de outras pessoas especialistas na área. O encontro foi
se posicionar sobre essa questão, afirmou que ainda não recebeu nenhuma realizado na Fetacre”, disse o dirigente da CUT.
solicitação formal para a mudança de horário na entrada dos alunos na escola. De acordo com Manoel Lima, no dia 11 haverá outro debate específico
De acordo com o gerente, caso haja alguma necessidade nesse sentido, sobre essa questão do fuso.
a Secretaria de Educação irá se sentar com sua Procuradoria Jurídica para “O que nós temos acumulado neste momento é que está difícil a
tomar as melhores liberações para a sociedade. adequação da vida dos alunos e muito mais difícil está a adequação da vida
CUT prepara audiências sobre questão dos trabalhadores rurais”, concluiu Manoel Lima.
(Folha do Acre, 06/07/2008.)
Com relação aos outros setores da sociedade civil organizada, a Central Única
dos Trabalhadores (CUT), que congrega vários sindicatos, já está preparando
E x e r c i ta n do
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Geografia Cartografia
04. 06.
“Se uma imagem vale mais do que mil palavras, um mapa pode valer um Imagem 1 Imagem 2
milhão – mas cuidado. Todos os mapas distorcem a realidade. (...) Todos os
cartógrafos procuram retratar o complexo mundo tridimensional em uma folha
de papel ou em uma televisão ou tela de vídeo. Em resumo, o autor avisa, todos
os mapas precisam contar mentirinhas.
(MARK MONMONIER. Traduzido de “How to lie with maps”. Chicago/London: The University of Chicago
Press, 1996.)
Observe o planisfério acima, considerando as ressalvas presentes no texto. 07. Ao longo do meridiano 180°, no Oceano Pacífico, encontra-se a Linha
Para deslocar-se sequencialmente, sem interrupções, pelos pontos A, B, C Internacional de Mudança de Data. Quando for meio-dia em Greenwich,
e D, percorrendo a menor distância física possível em rotas por via aérea, será meia-noite na Linha Internacional de Mudança de Data e lá um novo
as direções aproximadas a serem seguidas seriam: dia estará se iniciando.
(A) Leste – Norte – Oeste.
(B) Oeste – Norte – Leste.
(C) Leste – Noroeste – Leste.
(D) Oeste – Noroeste – Oeste.
05.
(http://solposto.multiply.com/photos/album/1/RIO_DE_JANEIRO_-_FOTOS_AEREAS)
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12. A percepção de que a localização de um ponto qualquer à superfície poderia ser indicada a partir de um sistema de coordenadas geográficas
representou grande avanço para a humanidade.
Desde então, o Sol e outras estrelas foram usados como pontos de referência para a determinação das coordenadas de um lugar.
Atualmente, o aparelho conhecido como Sistema de Posicionamento Global (GPS) fornece de imediato as coordenadas que buscamos. O GPS também
tem sido usado, cada vez com maior frequência, para diversas outras finalidades.
(A) Quais são os pontos de referência usados pelo GPS em substituição ao Sol e às estrelas?
(B) Apresente um exemplo de uso do GPS no mundo atual.
P r epa r a n do pa r a o E NEM
LEGENDA
1 – Boa Vista 11 – Porto Velho
2 – Porto Alegre 12 – Manaus
Considerando que as bolsas de valores começam a funcionar às 09:00 3 – Florianópolis 13 – Salvador
horas da manhã e que um investidor mora em Porto Alegre, pode-se afirmar
que os horários em que ele deve consultar as bolsas e a seqüência em que 4 – Curitiba 14 – Aracaju
as informações são obtidas estão corretos na alternativa: 5 – Belo Horizonte 15 – Recife
6 – Rio de Janeiro 16 – Natal
(A) Pequim (20:00 horas), Nova York (07:00 horas) e Londres (12:00 horas).
(B) Nova York (07:00 horas), Londres (12:00 horas) e Pequim (20:00 horas). 7 – Vitória 17 – Fortaleza
(C) Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas) e Nova York (07:00 horas). 8 – Goiânia 18 – Belém
(D) Nova York (07:00 horas), Londres (12:00 horas), Pequim (20:00 horas).
9 – Brasília 19 – Teresina
(E) Nova York (07:00 horas), Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas).
10 – Cuiabá 20 – Macapá
02. No primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul, uma atividade de
observação de sombras é realizada por alunos de Macapá, Porto Alegre Levando-se em conta a localização destas três cidades no mapa, podemos
e Recife. Para isso, utiliza-se uma vareta de 30 cm fincada no chão na afirmar que os comprimentos das sombras serão tanto maiores quanto
posição vertical. Para marcar o tamanho e a posição da sombra, o chão maior for o afastamento da cidade em relação ao:
é forrado com uma folha de cartolina, como mostra a figura.
Nas figuras abaixo do mapa, estão representadas as sombras projetadas (A) litoral.
pelas varetas nas três cidades, no mesmo instante, ao meio-dia. A linha (B) Equador.
pontilhada indica a direção Norte-Sul. (C) nível do mar.
(D) Trópico de Capricórnio.
(E) Meridiano de Greenwich.
03. “Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul? Defendo a chamada
“Casa que não entra sol, entra médico.” Escola do Sul porque na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte,
senão em oposição ao nosso sul. Por isso colocamos o mapa ao revés, desde
Esse antigo ditado reforça a importância de, ao construirmos casas, já, e então teremos a justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto
darmos orientações adequadas aos dormitórios, de forma a garantir o do mundo. A ponta da América assinala insistentemente o sul, nosso norte”.
máximo conforto térmico e salubridade.
Assim, confrontando casas construídas em Lisboa (ao norte do Trópico (Adaptado de TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo. Buenos Aires: Poseidón, 1941.)
A no ta çõ e s
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