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GEOGRAFIA

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL E BRASILEIRO


Urbanização Mundial
A urbanização corresponde ao processo de transformação dos espaços rurais
em espaços urbanos, com o crescimento das cidades e das práticas inerentes a
elas, como as atividades industriais e comerciais. O urbano não se restringe à
cidade, mas é principalmente nela que ele se materializa, fato que associa o
processo de urbanização ao crescimento das cidades em relação ao campo.
No entanto, podemos dizer que o processo de urbanização das sociedades
propriamente dito ocorreu a partir do início do Capitalismo Comercial,
intensificando-se com o passar dos tempos, sobretudo após as revoluções
industriais.
Por esse motivo, é possível dizer que a urbanização é a representação da
modernidade, pois ela proporciona uma transição social fundamentada no setor
primário para os setores industrial, comercial e de serviços. A divisão social e
territorial do trabalho tende a intensificar-se à medida que as relações
econômicas se tornam mais complexas. O espaço urbano é, pois, a expressão
mais dinâmica do espaço geográfico, pois representa um aglomerado de práticas
culturais, sociais, econômicas e outras em espaços justapostos entre si.

Existem dois principais tipos de fatores que se associam ao processo de


urbanização: os fatores atrativos e os fatores repulsivos.

Fatores atrativos: ocorrem pela urbanização causada pela atração da população


do campo para as cidades em busca da maior oferta de emprego gerada pela
industrialização, além da existência de melhores condições de renda e de vida.
O rápido e fácil acesso a produtos, bens de consumo e serviços, como escolas
e hospitais, além de uma maior interação cultural, também pode ser listado como
um fator atrativo da urbanização.

Fatores repulsivos: ocorrem quando a urbanização acontece pela “expulsão” ou


afastamento da população do campo para as cidades, com uma migração em
massa que chamamos de êxodo rural ou “migração campo-cidade”. Dentre os
fatores repulsivos da urbanização, podemos citar a concentração fundiária
(muita terra nas mãos de poucos), os baixos salários do campo, a mecanização
das atividades agrícolas com a substituição da mão de obra, entre outros.
Industrialização Mundial
A industrialização mundial é a modernização dos processos produtivos de uma
sociedade e contam com o desenvolvimento de técnicas e tecnologia, que
trabalham em prol da melhoria e maior rapidez de produção. Podemos
considerar, que a industrialização começa com o uso das máquinas,
propriamente ditas. Mas anteriormente, a manufatura foi o início de tudo.
a industrialização pode ser dívida em três etapas:

A Primeira Revolução Industrial foi o modelo de indústria baseado em técnicas


rudimentares, baseada na máquina a vapor, utilizando o carvão como fonte de
energia. Ela surge na Inglaterra no final do século XVIII e perdura até o final do
século XX. Além da máquina a vapor, a Indústria Têxtil também foi importante
nesse período, consolidando a Inglaterra como grande potência mundial.

A Segunda Revolução Industrial, ocorrida no começo do século XX até meados


da década de 1970, foi caracterizada principalmente pela mudança da fonte
energética e pelo tipo de indústria. A máquina a vapor e o carvão deram lugar
aos automóveis e ao petróleo e seus derivados. Essa época industrial ficou
conhecida pelo chamado modo de produção fordista, que era um modelo de
produção baseado na exploração de seus trabalhadores e produção de
mercadorias em larga escala.

A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica-


Informacional está em andamento desde os meados de 1970. Nessa Revolução
há um predomínio de indústrias baseadas num alto nível tecnológico, tais como
a robótica, a biotecnologia, tecnologias da informação, entre outras. A
indústria automobilística não perdeu espaço, pois o incremento tecnológico em
seus produtos foi muito alto. Graças a essa revolução, houve uma mudança no
modo de produção: antes fordista agora toyotista. Basicamente, seria a mudança
de um modelo rígido para um flexível. Além, é claro, de uma exigência de mão
de obra qualificada, diferentemente das duas outras revoluções.

Industrialização e Urbanização no Brasil


O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do
processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para
o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse
deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um
modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais
de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis
de urbanização dos países desenvolvidos.
O Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais
atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas,
dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a
se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da
industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade,
dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.
A industrialização brasileira pode ser caracterizada então como tardia. Seu
desenvolvimento se deu mediante o capital proveniente do setor primário da
economia, sobretudo da cafeicultura. Outro processo característico da
industrialização brasileira é a substituição das importações, que aconteceu a
partir da década de 1930. A substituição de importações acontece quando um
país deixa de comprar determinados itens do mercado externo e passa a
produzi-los internamente, suprindo a própria demanda.
A industrialização do território brasileiro pode ser compreendida por meio da
análise de quatro fases distintas. Descrevemos brevemente cada uma delas
abaixo.

Primeira fase: pré-industrial (1500-1808)


Do início do período colonial até a chegada da família real, não havia indústrias
propriamente ditas instaladas no território nacional. A maioria dos produtos
industrializados presentes no país eram oriundos da então metrópole, Portugal.
O que havia no Brasil eram engenhos de açúcar, que consistiam nas instalações
onde a matéria-prima (cana-de-açúcar) era transformada no açúcar, que era
então embalado para destinação ao restrito mercado interno e também ao
mercado externo.
Além disso, no ano de 1785, a Coroa Portuguesa publicou um alvará proibindo
a instalação de pequenas fábricas e manufaturas no Brasil.

Segunda fase: 1808-1929


A segunda fase da industrialização brasileira pode ser descrita como o início de
fato da abertura de fábricas e pequenas manufaturas. Isso foi possível mediante
a revogação do alvará de 1785, por meio de um documento que não somente
colocou fim às exigências anteriores como também incentivou a criação dos
estabelecimentos fabris.
Essa liberação foi concomitante ao processo de abertura dos portos brasileiros,
que rompeu o Pacto Colonial e ampliou a presença de produtos importados no
país, motivando a adoção de medidas protecionistas.
Terceira fase: 1930-1955
Com a queda substancial das exportações cafeeiras ao final da década de 1920,
o capital dessa atividade econômica foi redirecionado e investido na atividade
industrial. O início da década de 1930 ficou conhecido como o período da
substituição das importações, quando determinados produtos deixaram de ser
adquiridos do mercado externo e passaram a ser produzidos pelas indústrias
brasileiras.
Durante esse período, tanto o capital privado, proveniente sobretudo dos antigos
cafeicultores, quanto o capital estatal foram importantes para o crescimento da
indústria no país, assim como para a ampliação da infraestrutura utilizada no
transporte de mercadorias, como foi o caso das ferrovias e portos.
Houve também a maior diversificação do parque industrial brasileiro, com a
fundação de importantes indústrias estatais de base (ou de bens de capital),
como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Vale, à época conhecida
como Companhia Vale do Rio Doce, e a Petrobras.

Quarta fase: 1956-presente


A quarta fase da industrialização brasileira teve início no ano de 1956 e é
marcada pelo maior ingresso de empresas estrangeiras, principalmente
multinacionais, no país, com destaque para as montadoras de automóveis.
Os capitais privado e internacional se tornaram ainda mais presentes no país,
mas a importância do Estado não foi reduzida. Pelo contrário, o Estado foi o
responsável pela oferta de incentivos fiscais para as novas indústrias, além de
criar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da produção e
circulação dos bens e mercadorias. O destaque do período ficou com o
crescimento da malha rodoviária brasileira, promovendo a maior conexão do
território nacional.
O processo de internacionalização da indústria brasileira ganhou forças a partir
de então, e o parque industrial do país já contava com uma ampla variedade de
fábricas que produziam desde os bens de consumo não duráveis até bens de
capital.
A Modernização da Agropecuária do Brasil e do Mundo
A modernização do campo ocasionou um aumento significativo da produtividade,
incluindo a geração e distribuição de alimentos pelo mundo, o que contrariou
perspectivas pessimistas que acreditavam que o crescimento populacional
superaria a disponibilidade de recursos. Outro ponto positivo foi a menor
necessidade de utilização de agrotóxicos nas lavouras em razão da melhoria
genética das plantas, embora eles ainda sejam utilizados em larga escala.
Dos pontos negativos destaca-se o desemprego estrutural gerado entre os
trabalhadores rurais. Houve uma significativa substituição do homem pela
máquina nos sistemas de cultivo, o que intensificou a prática do êxodo rural,
apesar de a modernização agrícola não ter sido a única responsável por esse
processo.
No Brasil, o avanço da fronteira agrícola ou agropecuária proporcionou o avanço
do espaço geográfico sobre áreas naturais, ocasionando a diminuição do
ambiente original de vários grupos de vegetação, notadamente o Cerrado e a
Mata Atlântica.
Embora existam problemas e críticas, o processo de mecanização e
modernização das atividades agrícolas foi uma importante forma de produzir-se
mais e melhor no meio rural. O Brasil, por exemplo, é hoje uma grande potência
agrícola, sendo o maior produtor mundial de café, cana-de-açúcar, laranja e
outros, além de um dos maiores exportadores de soja.
Revolução Técnico-cientifica informacional
A Revolução Técnico-Científico-Informacional ou Terceira Revolução Industrial
entrou em vigor na segunda metade do século XX, principalmente a partir da
década de 1970, quando houve uma série de descobertas e evoluções no campo
tecnológico.
Essa revolução é um dos principais combustíveis para o desenvolvimento do
capitalismo moderno e especialmente do processo de globalização que visa uma
flexibilidade de informações, além de um acelerado dinamismo no fluxo de
capitais e mercadorias. Tecnologias ligadas às telecomunicações possibilita a
velocidade das informações e automaticamente dos capitais e bens.

A Terceira Revolução ou Revolução Técnico-científico-informacional tem como


base primordial a informação. Essa está ligada ao conhecimento de inúmeras
ciências que, com o objetivo de atender os interesses econômicos, estão à
disposição dos donos dos meios de produção. Um exemplo disso é o microchip
que, apesar de ter na sua composição pouquíssimo material, possui um grande
valor agregado, uma vez que para ser concebido foram necessários anos de
estudos e pesquisas, e são justamente as informações inseridas no produto que
conduzem à essa importante etapa pela qual a sociedade atravessa.
Globalização
Globalização é o nome dado ao fenômeno de integração do espaço mundial
mediante os avanços técnicos nos setores da comunicação e dos transportes.
Esse processo se intensificou com o advento da Terceira Revolução Industrial,
em que se observou um aumento nos fluxos internacionais de capitais,
mercadorias, pessoas e informações.
A origem da globalização corresponde ao período das Grandes
Navegações, com o início do processo de integração do espaço econômico
internacional. As revoluções industrias também fazem parte da globalização,
tendo em vista que cada revolução resultava um avanço dos meios de
comunicação e de transportes, assim como dos processos de urbanização e
industrialização.

A nova escala de consumo, produto dos feitos da globalização, gerou impactos


negativos ao meio ambiente, como é o caso do acúmulo de lixo nos oceanos. O
processo de globalização resultou em impactos diretos ao meio ambiente. A
escala de produção e a crescente demanda por produtos dos mais variados tipos
intensificou a busca por recursos naturais e matérias-primas, sem contar, é
claro, com o aumento na produção de alimentos e commodities agrícolas que
são responsáveis pela abertura de novas áreas de cultivo e pastagem. Além
disso, o aumento da produtividade e do consumo gerou ampliação da produção
de lixo em escala global na mesma proporção, o que gera uma série de
problemas para os ambientes, tanto terrestres quanto marítimos, como é o caso
das toneladas de plástico que são descartadas anualmente nos oceanos.
Os Modos de Produção e a Construção dos Espaços Geográficos
Espaço Geográfico é o espaço habitado, transformado e utilizado pelo ser
humano. É a porção da superfície terrestre que abriga as sociedades,
envolvendo também os pontos utilizados para a exploração e extração de
recursos naturais. Não se trata apenas de um “palco” ou um “produto”, pois ele
é resultado e também resultante das ações humanas.

Além do próprio ser humano, compõem o espaço geográfico todas as suas obras
e os meios naturais que interferem em suas atividades, como as cidades, as
plantações e o meio rural, as indústrias, os objetos, os rios, os climas etc.

A produção do espaço geográfico, ou seja, o processo pelo qual o homem


transforma e habita o meio em que vive, depende da natureza. A partir da
exploração e extração dos recursos naturais, o ser humano desenvolve as suas
atividades para a sua reprodução e sobrevivência.

• Território: pode ser definido como um espaço delimitado, de forma que


essa delimitação obedeça a uma relação de posse ou de poder.
• Paisagem: é o espaço da superfície que podemos captar através dos
nossos sentidos. É tudo aquilo que se manifesta diante de nós, aquilo que
podemos ver, ouvir, sentir, tocar e cheirar.
• Lugar: É aquele ponto ou área do espaço que o homem identifica e atribui
sensações e predicados, sejam eles afetivos ou não.
• Região: pode-se dizer que região é uma área ou porção do espaço
dividido conceitualmente pelo homem conforme suas características
(clima, economia, relevo, política, entre outros). As regiões não existem
na natureza, pois se tratam de uma construção intelectual humana.
Assim, o homem pode elaborar diferentes regiões conforme os seus
interesses, seja para planejar ações, seja para realizar estudos.

Poluição do Ar
esse tipo de poluição é característico dos grandes centros urbanos e industriais.
É consequência, principalmente, da queima de combustíveis fósseis nos
transportes, na geração de energia elétrica e na produção fabril. O dióxido de
carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), aldeídos (R-
CHO), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e material particulado
(MP) são os poluentes mais emitidos na atmosfera.

Esses poluentes afetam diretamente o meio ambiente, provocando vários


problemas ecológicos (efeito de estufa, destruição da camada de ozônio,
inversão térmica, etc.), o homem, que também faz parte desse meio, tem sua
saúde afetada, pois doenças respiratórias crônicas e alérgicas, como a bronquite
e rinite, são uma das consequências desse processo.

O monóxido de carbono, liberado principalmente do escapamento dos veículos,


é extremamente nocivo para o ser humano, podendo ocasionar problemas
cardiovasculares, pois esse gás tem mais facilidade de reagir com a
hemoglobina do que o oxigênio, diminuindo o volume desse último no sangue.
Sua inalação provoca vertigem, náusea e, em quantidades elevadas,
inconsciência e até morte cerebral.
O dióxido de carbono não afeta de forma tão agressiva a saúde da população, a
não ser em grandes concentrações. Porém, é o principal responsável pelo efeito
de estufa e tem relação direta com as alterações climáticas.
Poluição da Água
A poluição hídrica corresponde ao processo de poluição, contaminação ou
deposição de rejeitos na água dos rios, lagos, córregos, nascentes, além de
mares e oceanos. Trata-se de um problema socioambiental de elevada
gravidade, pois, embora a água seja um recurso natural renovável, ela pode
tornar-se cada vez mais escassa, haja vista que apenas a água potável é própria
para o consumo.
• Poluição industrial: a maioria das indústrias não faz o tratamento de seus
dejetos, assim são conduzidos à natureza sem maiores cuidados, quase
sempre são escoados para rios e lagos, como são produtos químicos
deixam um rasto de destruição ambiental em plantas e animais.

• Insumos agrícolas: na atividade agrícola são usados diversos agrotóxicos


e fertilizantes, porém, além de matar pragas e adubar o solo, esses
elementos químicos favorecem a contaminação dos mananciais. A chuva
escoa as substâncias até atingir o curso de um rio ou córrego, uma parte
é absorvida pelo solo e chega ao lençol freático. Posteriormente, essa
água vai abastecer propriedades rurais e cidades, contamina
simultaneamente pessoas que vivem em área urbana, rural, além dos
animais domésticos e silvestres que ingerem essa água levando-os, em
vários casos, à morte.

• Esgoto doméstico: esse tipo de poluição das águas acontece, muitas


vezes, pela omissão do Estado que não disponibiliza tratamento de
esgoto à sua população, com isso todos os dejetos de origem humana
são despejados diariamente em rios e lagos. Ao receber tamanha
quantidade de esgoto o manancial fica sem vida e concentra diversas
doenças.

As consequências da poluição das águas são diversas. A primeira, como já


dissemos, é a perda dos recursos hídricos para consumo. Além disso, vale
lembrar que esses locais são o habitat de várias espécies, algumas delas em
risco de extinção.

Outro efeito da poluição hídrica é a ocorrência de um fenômeno chamado


de eutrofização da água. Esse processo consiste na presença excessiva de
nutrientes oriundos de produtos químicos que contaminam os rios, provocando
a proliferação desenfreada de algas e cianobactérias, que impedem a entrada
de luz nos ambientes fluviais e reduzem a disponibilidade de oxigênio na água,
o que pode gerar a morte de incontáveis espécies.

Poluição do Solo
O solo é um recurso natural, pois é um elemento disponível na natureza e do
qual extraímos elementos e realizamos atividades para fins econômicos e
sociais. É através do cultivo do solo que praticamos atividades como a agricultura
e a pecuária, além de ser nele que se encontram as bases para a sustentação
de outros recursos, tais como as florestas.
Uma das principais causas da poluição do solo é a produção excessiva de lixo,
que ora é descartado de maneira indevida, ora se acumula nos lixões e aterros
sanitários. Alguns materiais levam centenas de anos para decompor-se, a
exemplo do plástico, o que faz com que o ambiente terrestre se mantenha
poluído por muito tempo. No caso dos aterros, há também o acúmulo do material
orgânico líquido resultante da decomposição do lixo, o chorume, que se infiltra e
pode até mesmo alcançar lençóis freáticos e reservas de água.

Outra das mais conhecidas formas de poluir o solo é a deposição indiscriminada


de resíduos químicos industriais, que se acumulam em superfície, infiltram e
tornam o espaço improdutivo, além de aumentarem os casos de doenças entre
as pessoas que habitam as regiões próximas.

Inversão Térmica
A camada de ar aquece-se, ficando menos densa e movimentando-se para cima
e se resfriando, enquanto a camada de ar frio desce, aquece-se e sobe
novamente. Esse ciclo forma uma circulação atmosférica.

A inversão térmica acontece justamente quando esse ciclo não ocorre. Em dias
frios, geralmente no inverno, o ar mais próximo da superfície tende a permanecer
mais frio e, sendo mais pesado, permanece estacionado, bloqueando o ar mais
quente que se localiza acima. Com isso, a circulação atmosférica do local é
interrompida. Podemos observar que a inversão térmica é, portanto, um
fenômeno natural.

A intensificação da inversão térmica se dá devido as:

• edificações e ampliação das áreas recobertas por concreto;


• impermeabilização dos solos;
• asfaltamento;
• desmatamento ou redução das áreas verdes;
• intensa emissão de gases poluentes na atmosfera pelas indústrias e
automóveis.
Com o aprisionamento do ar frio, a poluição atmosférica presente nos grandes
centros urbanos não se dispersa, aumentando assim a concentração de gases
e resíduos poluentes próximo da superfície, sendo assim, apresenta
consequências diretas para a saúde humana e para o meio ambiente urbano:

• diminuição da qualidade do ar nas cidades;


• surgimento e agravamento de doenças respiratórias (bronquite, asma,
pneumonia);
• irritação nos olhos e na pele;
• aparecimento de alergias;
• intoxicação.
Ilha de Calor
Ilhas de calor consistem no fenômeno climático que acontece principalmente nas
grandes cidades. Esse fenômeno acontece devido à concentração de asfalto,
ruas, avenidas e concreto (prédios, casas e outras construções). Nestas cidades,
a temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais
próximas.
Isso ocorre porque quando os raios solares atingem diretamente os centros
urbanos, o calor tende a se acumular devido à dificuldade de se dissipar. De
modo geral, as ilhas de calor ocorrem nos centros das grandes cidades devido
aos seguintes fatores:
• Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas como o
asfalto, paredes de tijolo ou concreto, telhas de barro e de amianto;
• Falta de áreas revestidas de vegetação, prejudicando o albedo, o poder
refletor de determinada superfície (quanto maior a vegetação, maior é o
poder refletor) e logo levando a uma maior absorção de calor;
• Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por
bueiros e galerias, o que reduz o processo de evaporação, assim não
usando o calor, e sim absorvendo;
• Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;
• Poluição atmosférica que retém a radiação do calor, causando o
aquecimento da atmosfera (Efeito Estufa);
• Utilização de energia pelos veículos de combustão interna, pelas
residências e pelas indústrias, aumentando o aquecimento da atmosfera.
Devido a esses fatores, o ar atmosférico na cidade é mais quente que nas áreas
que estão ao redor esta cidade. Variados problemas decorrentes das ilhas de
calor podem ser constatados pelos próprios cidadãos que vivem nos grandes
centros, sendo alguns deles:

• Surgimento de problemas com a saúde relacionados com a umidade


relativa do ar ficar muito baixa;
• Aumento do consumo da eletricidade, por causa do excessivo uso
da refrigeração;
• Intensificação do fenômeno do aquecimento global pelas emissões
atmosféricas;
• Aumento da formação de ozônio no solo pela reação de compostos
orgânicos voláteis com a luz solar;
• Aumento da temperatura da água nessas regiões, o que afeta diretamente
o habitat aquático.
Efeito Estufa
O efeito estufa é o processo considerado natural de conservação do calor na
atmosfera e na superfície terrestre por meio da camada de ozônio, uma porção
da atmosfera composta por ozônio (O3) que teria a função de refletir parte dos
raios solares. Estudos científicos estimam que, caso não existisse o efeito estufa,
as temperaturas da Terra seriam extremamente baixas, o que tornaria a vida
praticamente impossível.
Por outro lado, o efeito estufa é considerado maléfico quando há a sua
intensificação, que ocorre pela ação dos chamados gases-estufa, que são
emitidos na atmosfera através das atividades humanas, geralmente relacionadas
com a poluição da atmosfera. Com isso, as temperaturas da Terra tendem a
elevar-se, dando origem ao que se convencionou chamar de Aquecimento
Global.
As causas do efeito estufa, ou melhor, as causas para a intensificação do efeito
estufa, estão relacionadas com o aumento dos índices de poluição, sobretudo
pela emissão de dióxido de carbono pelo escapamento dos veículos, chaminés
das fábricas e por outros elementos. Além disso, o gás metano, que também se
configura como um problema, está presente na decomposição de restos
orgânicos encontrados em lixões, aterros sanitários, reservatórios de
hidrelétricas e até em rebanhos bovinos.

Outra causa do efeito estufa frequentemente apontada é a remoção das


vegetações do planeta. Com a expansão do mercado consumidor em todo o
mundo, o meio natural vai dando espaço para as cadeias produtivas, sobretudo
as relacionadas com a agropecuária. Com isso, as florestas atuam em menor
grau no processo de controle médio das temperaturas e fornecimento de
umidade para a atmosfera.

As instituições existentes sobre eventos e mudanças climáticas são categóricas


em apontar as consequências do efeito estufa, a maior parte delas relacionada
com o aquecimento global. Estima-se que, no futuro, as temperaturas estejam
tão elevadas que será difícil a manutenção da vida tal qual nós a concebemos
hoje. Outro efeito seria o derretimento gradual das calotas polares, fenômeno
que seria responsável pela elevação média no nível dos oceanos, inundando
cidades litorâneas e causando prejuízos sociais e humanitários.
Chuvas Acidas
A chuva ácida é a precipitação com a presença de ácido sulfúrico, ácido nítrico
e nitroso, resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera.
Elas resultam da quantidade exagerada de produtos da queima de combustíveis
fósseis liberados na atmosfera, em consequência das atividades humanas.
Os países industrializados são os mais afetados pela chuva ácida. Porém, os
poluentes podem ser levados pelas correntes de ar para locais distantes.

Para a natureza, as consequências da chuva ácida são a destruição da cobertura


vegetal, acidificação dos solos e das águas de rios e lagos.

Quando a acidificação atinge o solo e as águas de rios e lagos, os seres vivos


que habitam esses locais são afetados. A água e o solo se tornam impróprios
para abrigar alguns organismos, levando-os a morte.

A chuva ácida também pode causar a corrosão de mármores e calcários e a


oxidação de metais em monumentos históricos, como prédios e estátuas.

A DINÂMICA POPULACIONAL
Crescimento Demográfico
Crescimento demográfico mundial é calculado a partir do saldo entre o total de
pessoas nascidas vivas e o total de mortes em um determinado período de
tempo (dentro de um ano, por exemplo).

Apesar de o número absoluto estar crescendo, a taxa em que esse crescimento


se dá vem diminuindo com o passar dos anos. Isso significa que houve
diminuição na velocidade com que a população mundial está crescendo.

O período pós-Segunda Guerra Mundial marcou um salto no crescimento da


população mundial, principalmente a partir da década de 1950. Desde o final dos
anos 1960, a taxa de crescimento entrou em declínio, movimento que se
acentuou a partir de 1990.

Ressalta-se, entretanto, que o crescimento não acontece de forma homogênea


em todos os lugares. As maiores taxas de crescimento se encontram nos países
da Ásia e da África. Em um cenário oposto, países da Europa apresentam a
tendência de redução populacional para as próximas décadas.

Diversos são os fatores que podem levar ao crescimento da população, como


melhorias no sistema de saúde que aumentam a expectativa de vida ao nascer,
aumento da fertilidade, redução da mortalidade infantil, urbanização e
desenvolvimento econômico — estes ligados aos salários e acesso a melhores
condições de vida.
Distribuição da População Mundial
A população mundial não se encontra igualmente distribuída na superfície
terrestre. As causas atreladas a esse fator podem ser naturais, como a
geomorfologia, o clima, a cobertura vegetal e aspectos correlacionados que
podem dificultar ou mesmo impedir a vida em determinadas porções do território.
O desenvolvimento econômico e industrial, bem como fatores de ordem social e
histórica também influem na concentração populacional em um lugar em
detrimento de outros.

A Ásia concentra 59,5% de toda a população mundial. Nesse continente, apenas


China e Índia, ambos com mais de 1,3 bilhão de habitantes cada, concentram
36,1% do total de pessoas no planeta.

Na sequência está o continente África, cujos 54 países reúnem uma população


de 1.340.598.000 habitantes, 17,1% do total mundial. O país mais populoso da
África é a Nigéria, com 206,14 milhões de habitantes.

O continente americano reúne 13,1% da população mundial, com 1.022.832.000


de habitantes. Os países mais populosos são os Estados Unidos, com 331
milhões de habitantes, e o Brasil, com 212.559.000.

O quarto continente em população é a Europa, que possuía 747.636.000


habitantes em 2020, 9,5% da população mundial. Com parte do seu território no
continente, a Rússia detém a maior população, com 145.934.000 habitantes.

A Oceania é o continente com menor concentração populacional do planeta,


com 42.678.000 de habitantes. O país mais populoso é a Austrália, onde vivem
25,5 milhões de pessoas.

As Migrações Internacionais
O processo de migração internacional pode ser desencadeado por diversos
fatores: em consequência de desastres ambientais, guerras, perseguições
políticas, étnicas ou culturais, causas relacionadas a estudos em busca de
trabalho e melhores condições de vida, entre outros. O principal motivo para
esses fluxos migratórios internacionais é o econômico, no qual as pessoas
deixam seu país de origem visando à obtenção de emprego e melhores
perspectivas de vida em outras nações.
A migração internacional promove uma série de problemas socioeconômicos
como ações seletivas, entrada de profissionais qualificados e o fortalecimento da
discriminação atribuída aos imigrantes internacionais, processo denominado
“xenofobia”.
A Dinâmica da População Brasileira
O Brasil está no quinto lugar entre os países mais populosos, sobrepujado
apenas pela China (1,3 bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos (314 milhões)
e Indonésia (229 milhões).

Apesar de toda população, temos em torno de 22,4 hab./km 2, o que qualifica o


país como pouco povoado.

Atualmente, a população brasileira é de 190.732.694 habitantes (dados do IBGE


no censo de 2010) e, segundo as avaliações, deverá atingir 228 milhões de
habitantes até o ano de 2025.

Com um crescimento demográfico de 1,17% ao ano, os brasileiros apresentam


uma taxa de natalidade (por mil habitantes) de 20,40, em contraposição a uma
taxa de mortalidade (por mil habitantes) de 6,31. Ademais, a expectativa de vida
no país é de 73 anos.

Estrutura da População
A estrutura da população é representada em forma de pirâmide. A base larga da
pirâmide corresponde ao número de jovens de um país, são considerados jovens
os indivíduos com faixa etária entre 0 e 19 anos, representando
aproximadamente 40% da população brasileira. O corpo afunilado da pirâmide
corresponde às pessoas com faixa etária entre 20 e 59 anos, representando
cerca de 51% da população. O ápice da pirâmide corresponde às pessoas com
idade superior a 59 anos, correspondendo a 9% da população."

Teorias Populacionais
A teoria malthusiana preconizava que o número de pessoas aumentava
conforme uma progressão geométrica (2,4,8,16, 32, 64, …), enquanto a
produção de alimentos e bens de consumo crescia conforme uma progressão
aritmética, portanto, mais lenta (2, 4, 6, 8, 10, 12, …). Assim, para evitar a
ocorrência de grandes tragédias sociais, Malthus defendia o “controle moral” da
população. Dessa forma, os casais só deveriam possuir filhos caso tivessem
condições para sustentá-los. Nesse sentido, para o malthusianismo, os casais
mais pobres não deveriam casar-se e procriar, pois gerariam apenas miséria
para o mundo.
Teoria reformista diz que não era o excesso populacional o responsável pelas
condições de miséria e pobreza no espaço geográfico, mas sim as
desigualdades sociais, como a concentração de renda no contexto da produção
capitalista.
Teoria neomalthusiana afirma que era necessário estabelecer um controle do
crescimento populacional. No entanto, diferentemente do malthusianismo, o
neomalthusianismo defendia o uso de métodos contraceptivos, o que não era
preconizado anteriormente em função da formação religiosa de Malthus. Com
isso, o neomalthusianismo foi amplamente adotado como política de governo por
parte de inúmeros países, incluindo o Brasil, que passaram a estabelecer
políticas de controle sobre o aumento de seus habitantes.
Teoria da transição demográfica, em geral, as populações tendem a crescer à
medida que as condições sociais melhoram e o número de mortes diminui,
elevando o crescimento vegetativo. No entanto, as melhorias sociais também
ocasionam uma maior consciência da população, que passa a adotar em maior
escala o planejamento familiar, diminuindo a taxa de natalidade. Por esse motivo,
a transição demográfica demonstra que, com o tempo, as populações que
crescem em um período tendem a estabilizar-se posteriormente, à medida que
as sociedades se modernizam.

A DINÂMICA DO ESPAÇO NATURAL


As Grandes Paisagens Naturais
Paisagem natural é um tipo de paisagem formada essencialmente por elementos
naturais e modificada de acordo com os processos da natureza. Elas são assim
classificadas por terem sofrido pouca ou nenhuma interferência da ação
humana. É justamente por isso que a paisagem natural se difere da paisagem
cultural, chamada também de humanizada. Caracterizam paisagens naturais
ambientes inóspitos de frio ou calor extremo, geleiras, florestas densas, áreas
de preservação ambiental, cachoeiras, grutas, cavernas e outras."

• Grand Canyon;
• Deserto antártico;
• Monte Everest;
• Floresta Białowieża;
• Cataratas do Iguaçu;
• Floresta Amazônica.
A Morfogênese do Relevo Mundial
A formação dos relevos pode-se ocasionar a partir de fatores internos ou
externos.
Fatores internos são aqueles que vem de dentro da terra, são exemplos:
• Tectonismo age na formação e transformação do relevo através dos
movimentos das placas tectônicas ou placas litosferas que se chocam
(movimento convergente) ou se afastam (movimento divergente) e com
isso podem gerar diferentes relevos.

• Vulcanismo age na formação e transformação do relevo devido à


quantidade de energia existente no interior que é expelido para a
superfície formando duas formas de relevo, as montanhas e os planaltos,
além de ser responsável pelos abalos sísmicos ou terremotos.

Fatores externos de formação e transformação do relevo pode ocorrer através


da Erosão, da água, do vento, do gelo e do homem.
AÇÃO DAS ÁGUAS
Erosão pluvial: provocada pelas águas da chuva.
Erosão fluvial: provocada pelas águas de rios, um exemplo conhecido é o rio
Colorado que formou o Grand Canyon, nos Estados Unidos.
Erosão marinha: provocada pelas águas do mar, através da colisão das ondas
com a costa essa tem seu relevo transformado.
AÇÃO DAS GELEIRAS
A erosão das geleiras, ou glacial, ocorre quando acontece uma avalanche
deslocando juntamente com o gelo uma quantidade de rochas e solos, fato que
transforma o relevo.
AÇÃO DOS VENTOS
Os ventos atuam, em especial, no litoral e no deserto, agindo constantemente
na formação e transformação do relevo, essa é denominada de erosão eólica,
um exemplo comum são as dunas.
AÇÃO HUMANA
O homem ao longo da história vem modificando a natureza, então o relevo, que
é parte integrante, sofre efeitos diretos da apropriação. O homem tem
capacidade, através de sua força de trabalho e suas tecnologias, de construir
túneis, retirar montanhas, desviar o curso de rios, modificar o relevo no campo e
nas cidades. É bom lembrar que existem os fatores naturais de transformação,
mas o homem provoca de forma artificial tais mudanças.
A Estrutura Geológica do Brasil
O relevo do Brasil está intimamente relacionado com a formação geológica de
cada local. São classificados em planícies, planaltos e depressões.
Enquanto as planícies ocupam 5% do território, formadas por rochas de origem
sedimentar, os planaltos e as depressões abrangem 95% do país, com presença
de rochas de origem cristalina e sedimentar.
• Planícies: terrenos planos e não muito elevados. São classificadas em:
planícies costeiras (ação do mar), planícies fluviais (ação de um rio) e a
planícies lacustres (ação de um lago).

• Planaltos: são terrenos elevados classificados em: planalto sedimentar


(formados por rochas sedimentares), planalto cristalino (formados por
rochas cristalinas) e planalto basáltico (formados por rochas vulcânicas).

• Depressões: terrenos inclinados e abaixo do nível do solo. São


classificadas em dois tipos: depressões absolutas, localizadas abaixo do
nível do mar; e depressões relativas, situadas acima do nível do mar.

• Escudos Cristalinos: esse tipo de estrutura geológica é a mais antiga do


território brasileiro. Está presente em aproximadamente 36% país. Os
recursos minerais mais encontrados nesse tipo de estrutura são o granito,
o ferro e o manganês.

• Bacia Sedimentar: As bacias sedimentares são um tipo de estrutura


geológica mais recente. Os recursos minerais mais encontrados nesse
tipo de estrutura são o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.

• Terrenos Vulcânicos: Cerca de 5% do território apresente esse tipo de


estrutura. Atualmente, o Brasil não apresenta nenhum vulcão ativo, no
entanto, já teve atividade vulcânica, cerca de 2 bilhões de anos atrás.
A Gênese do Solo e sua Degradação
O processo de formação dos solos ocorre principalmente em razão da ação do
intemperismo, responsável pelo desgaste de uma rocha original (rocha mãe) e
sua gradativa transformação em sedimentos, que dão origem ao material que
compõe os solos.
É importante e necessário observar que a característica dos solos, o seu tempo
de constituição, a sua profundidade e sua estrutura estarão relacionadas com os
elementos atuantes nesse processo, chamados de fatores de formação dos
solos, a saber: o material de origem, o relevo, os organismos vivos, o clima e o
tempo.
O processo de degradação do solo pode ocorrer de várias maneiras
diferentes, geralmente resultantes de seu mau uso e conservação por parte das
atividades humanas:
• Desertificação: consiste no processo de degradação e esgotamento dos
solos que ocorre em regiões de clima árido, semiárido e subúmido.

• Arenização: consiste na formação de bancos de areia em solos


que apresentam climas mais úmidos e com maiores volumes de chuva.
As causas estão relacionadas com a remoção da vegetação, que protege
e firma os solos.

• Processos erosivos: erosão é um dos mais conhecidos tipos de


degradação dos solos. Trata-se de um processo natural que pode ser
intensificado pelas práticas humanas e que consiste no desgaste dos
solos e das rochas com posterior transporte e deposição do material
sedimentar que é produzido.

• Salinização: processo de aumento dos sais minerais existentes, a ponto


de afetar a produtividade dos solos de uma determinada região.

• Laterização: consiste no acúmulo de hidróxidos de ferro e


alumínio, alterando a composição e a aparência dos solos

• Poluição direta e contaminação: consiste na alteração química da


composição dos solos, tornando-os, muitas vezes, inférteis. Além de
tornar os solos improdutivos e afetar a qualidade de vida da população
que vive sobre eles, esse tipo de contaminação pode afetar o lençol
freático, a vegetação de uma determinada localidade e até a
fauna, prejudicamento o funcionamento dos ecossistemas.
A Classificação Climática Mundial e a Dinâmica das Massas de Ar
Clima Equatorial: Presente nas zonas tropicais, próximas à Linha do Equador.
Apresenta temperaturas elevadas, pequena amplitude térmica e muita umidade.
Clima Tropical: Apresenta elevadas temperaturas, duas estações bem definidas:
um quente e úmida (verão) e outra mais fria e seca (inverno). A quantidade de
umidade varia conforme a sua localização. Regiões tropicais próximas ao litoral,
que são influenciadas pela maritimidade, são mais úmidas do que as regiões
localizadas no interior do continente, que são influenciadas pela
continentalidade.
Clima Temperado: Presente em áreas de médias altitudes, é o único tipo de
clima que possui as quatro estações bem definidas: Primavera, Verão, Outono e
Inverno. Possui temperaturas mais amenas e umidade que varia de acordo com
a sua localização (quanto mais próximo ao litoral, mais úmido). Esse tipo de clima
é dividido em:
1. Clima temperado oceânico - É um clima mais úmido e que apresenta
invernos menos rigorosos em virtude da influência da umidade oceânica.
2. Clima temperado continental - como não é influenciado pela umidade
oceânica, é mais seco e apresenta invernos mais rigorosos.
Subtropical: Presente em áreas de transição entre o clima tropical e o clima
temperado. Apresenta temperaturas mais amenas e grande amplitude térmica
anual, com temperaturas negativas no inverno e acima dos 30ºC no verão. As
chuvas são bem distribuídas durante o ano e apresentam maior ocorrência
durante o verão.
Mediterrâneo: Ocorre, principalmente, nas regiões próximas ao Mar
Mediterrâneo. Apresenta duas estações bem definidas: verão (quente e seco) e
inverno (chuvoso e menos quente). As médias de temperatura assemelham-se
muito às do clima tropical, mas a quantidade de chuvas é ligeiramente menor no
clima mediterrâneo.
Frio (subpolar): Presente nas regiões temperadas mais próximas aos polos e
apresenta duas estações bem definidas: Verão fresco, com temperaturas em
torno de 10º C, e inverno bastante rigoroso, com temperaturas negativas.
Frio de Montanha: Ocorre em regiões com grandes cadeias de montanhas.
Caracteriza-se pelas baixas altitudes, com uma grande variação de temperatura
conforme a altitude (quanto maior a altitude, menor a temperatura), e a presença
de neves eternas (que nunca derretem).
Polar ou Glacial: Ocorre nas zonas polares ou em latitudes muito elevadas,
próximas aos polos norte e sul. Apresenta temperaturas baixas durante o ano
todo, com médias anuais próximas a -30º C, uma grande variação na duração
do dia e da noite e baixa umidade.
Desértico: Presente tanto em regiões temperadas quanto em regiões tropicais,
geralmente em regiões de depressões. Apresenta uma grande amplitude térmica
durante o dia (com temperaturas próximas aos 50ºC durante o dia e
temperaturas negativas durante a noite), baixa umidade, chuvas escassas e
irregulares.
Semiárido: Localiza-se nas bordas dos desertos, embora não esteja próxima a
um deserto, também possui esse tipo de clima em virtude da baixa umidade
existente na região. O semiárido caracteriza-se pela presença de altas
temperaturas, com médias anuais em torno de 27º C, baixa umidade, chuvas
escassas e irregulares.
As massas de ar são grandes volumes de ar que dispõem de características
homogêneas no que diz respeito à:
• Temperatura
• Pressão
• Umidade

As massas de ar se formam geralmente sobre extensas superfícies que


apresentam também condições homogêneas de temperatura, pressão e
umidade, o que faz o que o ar que paira sobre elas adquira essas mesmas
propriedades.

Como vimos, as massas de ar adquirem as características das suas regiões de


origem. Dessa forma, existem duas maneiras de se classificar uma massa de
ar: conforme a latitude ou região do planeta em que surgiram, e
também conforme a superfície sobre a qual foram geradas, podendo ser
oceânicas ou continentais.

Temos, assim, os seguintes tipos de massas de ar:

• Equatoriais: são formadas nas regiões próximo da Linha do Equador. São


massas de ar quentes e comumente estáveis. Quando formadas sobre os
oceanos e sobre as florestas tropicais, carregam muita umidade. Quando
se formam sobre os continentes ou áreas desérticas, sua umidade é
baixa, caracterizando, assim, massas quentes e secas.
• Tropicais: são aquelas que se formam nos hemisférios Norte e Sul.
Quando formadas sobre os oceanos, são massas tipicamente quentes e
úmidas, como a Massa Tropical Atlântica (mTa). A Massa Tropical
Continental (mTc) é também quente, mas dispõe de menor teor de
umidade.
• Polares: são aquelas formadas nas regiões mais frias do planeta, em
latitudes superiores a 50º Norte ou Sul. Portanto, são massas bastante
frias e úmidas, quando formadas nas superfícies oceânicas, e frias e
secas, quando se formam sobre as superfícies continentais.

O território brasileiro se encontra sob a influência de cinco massas de ar.

• Massa Equatorial Continental (mEc): diferentemente das demais massas


que têm origem em superfícies continentais, a mEc é uma massa quente
e úmida. Isso ocorre porque ela surge sobre a Floresta Amazônica. Soma-
se a isso a umidade derivada dos extensos cursos d’água que formam
a bacia Amazônica.
• Massa Equatorial Atlântica (mEa): trata-se de uma massa quente e úmida
que tem origem sobre as águas do oceano Atlântico. Atua principalmente
nos litorais Norte e Nordeste do Brasil, ganhando mais força durante
o verão.
• Massa Tropical Atlântica (mTa): origina-se sobre o oceano Atlântico e, por
isso, carrega consigo bastante umidade. Atua sobre o litoral do Brasil. No
inverno, a sua intensidade é reduzida, especialmente na região Sul do
país.
• Massa Tropical Continental (mTc): Atua durante todo o ano sobre as
regiões Centro-Oeste e Sul principalmente, e perde um pouco da sua
força durante o inverno. Trata-se de uma massa quente e de baixa
umidade.
• Massa Polar Atlântica (mPa): principal massa de ar fria que atua no
território brasileiro, o que se dá com maior intensidade durante o inverno.
Além das baixas temperaturas, caracteriza-se também pelos elevados
teores de umidade. Seu deslocamento proporciona a ocorrência de
frentes frias por todo o território nacional, causando a queda de
temperaturas e chuvas frontais, que decorrem do encontro de uma massa
fria com outra massa quente.

As Bacias Hidrográficas Mundial e a Importância Socioeconômica


As bacias hidrográficas são áreas do território ou de uma região compostas por
um rio principal e seus afluentes, que escoam para o mesmo curso
d’água, abastecendo-o. As águas são direcionadas pela topografia do
terreno. As formas do relevo levam cursos de água menores, como
riachos, córregos e rios pequenos, a abastecerem os rios maiores. Esses
elementos juntos drenam as águas da bacia para uma bacia maior ou para o
oceano.

As águas da bacia hidrográfica escoam no mesmo sentido e vão em direção à


porção mais baixa da área topográfica, seguindo o padrão do relevo. O que
separa uma bacia hidrográfica de outra são os divisores de água, que são
estruturas do relevo, como morros, serras, chapadas ou picos, que definem o
padrão de drenagem das águas da chuva ou nascentes, ou seja, determinam
por meio da topografia para onde essas águas escoarão. A função de uma bacia
hidrográfica é determinada pelo uso que é feito de suas águas, ou seja, depende
do lugar onde a bacia se encontra e, automaticamente, das atividades
desenvolvidas na região. A função primária da água consiste no
abastecimento, que é o uso das águas na cidade e no campo para consumo
humano.

Porém, o uso mais comum da água no Brasil está na irrigação. Essa atividade
consome a maior quantidade de água no território brasileiro, pois somos um dos
países com a maior área plantada no mundo e direcionamos grande parte dos
recursos hídricos para essa atividade econômica. A indústria consome também
grande parcela de água no país. Todas as doze regiões hidrográficas do Brasil
possuem potencial, mas a região da Bacia da Amazônia merece destaque pelos
seus 209.000 m³ de água, quase 60 vezes mais água que o segundo maior rio
do mundo, o Rio Nilo.
Há destaque também para a produção de eletricidade hidráulica
ou hidroeletricidade. O país é um dos principais produtores de energia elétrica
hidráulica do mundo, e a produção demanda grandes áreas alagadas.

• Bacia do Rio Amazonas: é a maior bacia do mundo, cobrindo quase


45% do território brasileiro. O nome da bacia é o mesmo nome do
maior rio presente nela, o Rio Amazonas, considerado o maior rio do
mundo tanto em extensão territorial quanto em volume. Esse rio
possui um enorme potencial para a geração de energia e
abastecimento para o Brasil e mundo.

• Bacia do Rio Paraná: é formada pelo Rio Paraná e seus afluentes,


como os rios Tietê, Paranapanema e Iguaçu. Ela é a segunda em
potencial hidrelétrico do Brasil, e várias usinas hidrelétricas estão
nessa região, entre eles a de Itaipu, atualmente a maior do mundo.

• Bacia do Rio Tocantins-Araguaia: é a maior bacia hidrográfica


totalmente brasileira e comporta dois grandes mananciais de água, o
Rio Tocantins (rio principal) e o Rio Araguaia (principal afluente). É a
terceira em potencial hidrelétrico do país e abriga a usina de Tucuruí,
uma das maiores do Brasil.

• Bacia do Rio Uruguai: tem como principal rio o Uruguai. A bacia tem
um importante potencial de transporte.
• Bacia do Rio São Francisco: é a principal bacia da região Nordeste do
Brasil, sendo usada para abastecimento, transporte, agricultura e
geração de energia. O Rio São Francisco, além de importância
econômica e social, carrega também forte valor cultural para o
Nordeste brasileiro.

• Bacia Atlântico Nordeste Ocidental: a bacia tem seu aproveitamento


preponderante para o abastecimento urbano.

• Bacia Atlântico Nordeste Oriental: sendo caracterizada por apresentar


grandes períodos de estiagem. Essa é a região hidrográfica com a
menor disponibilidade hídrica do Brasil.

• Bacia do Parnaíba: Seu principal afluente é o Parnaíba e o uso central


das águas é para a irrigação.

• Bacia do Atlântico Leste: Um dos principais rios é o São Matheus (ES).


Suas águas são aproveitadas para a irrigação, abastecimento urbano
e indústria.

• Bacia do Atlântico Sudeste: Essa é a região brasileira com maior


índice de urbanização, portanto o uso da água é direcionado à
atividade urbana, industrial e de produção agrícola, como a pecuária
e irrigação. Destaque para o Rio Doce (ES) como sendo um dos
principais.

• Bacia Atlântico Sul: O uso das águas é direcionado à irrigação,


abastecimento e pecuária. Destaque para o Rio Nhindiaquara (PR)
como um dos principais rios da bacia.
A Vegetação Mundial e os Impactos Ambientais

Florestas Tropicais
Esse bioma se encontra distribuído na faixa tropical, com elevada temperatura e
precipitação. A grande biodiversidade dessas formações é uma característica
marcante. Apresenta vegetação heterogênea, latifoliada, com espécies hidrófilas
(adaptadas à umidade) e hidrófilas (vivem na água).
Savanas
Geralmente na borda das Florestas Tropicais, são formações típicas de clima
tropical continental, isto é, com verão chuvoso e inverno seco. A paisagem é
composta por gramíneas e alguns arbustos com característica tropófita. Quando
próximo a rios, forma uma paisagem florestal mais densa, denominada, no Brasil,
Cerrado.
Floresta Temperada
É aquela típica floresta de filmes americanos, muito colorida (verde, amarela,
vermelha, roxa), marcada pelas quatro estações do ano. O inverno é frio e, para
se preparar para isso, perde as folhas (caducifólia) durante o outono. Na
primavera, volta a florescer, atingindo o pico da produtividade no verão, quente
e chuvoso. Foi intensamente desmatada, tanto que, sobre sua área de
distribuição, estão as principais áreas povoadas da superfície terrestre.
Floresta de Coníferas ou Taiga
Também conhecida como Floresta Boreal, apresenta vegetação aciculifoliada
(resistentes ao frio e perenes). Sua área de distribuição é o Hemisfério Norte. É
uma vegetação típica de clima temperado continental, com invernos muito
rigorosos (neve) e verão quente. Os solos são pouco férteis. É a formação
florestal mais bem conservada do Hemisfério Norte, embora sua madeira sirva
de matéria-prima para a indústria da celulose e construção civil. As áreas de
maior distribuição são Rússia, Finlândia e Canadá.
Pradarias e Estepes
As Pradarias apresentam uma vegetação rasteira, de gramíneas, e assumem
um tom esverdeado e amarelado, dependendo da quantidade de chuvas. É um
bioma com grande regionalismo. No Hemisfério Sul, é denominado Pampa. É
uma área de intensa atividade agrícola.
As Estepes são um bioma visualmente parecido com as Pradarias, em que se
observa o domínio de uma vegetação rasteira. Todavia, é comumente
encontrado próximo a áreas secas ou semiáridas. É uma faixa de transição para
o Deserto. Muitas vezes, está longe da influência marinha e próximo de
cordilheiras montanhosas.
Tundra
É considerado o bioma mais jovem e mais frio da Terra. A área de ocorrência
desse bioma é o extremo norte, nas áreas continentais do entorno do Oceano
Glacial Ártico. No extremo sul, a Antártida é recoberta por gelo, então, a Tundra
se desenvolve em pequenas áreas. É uma vegetação formada basicamente por
gramíneas, que floresce na estação mais quente do ano, que dura mais ou
menos 2 meses. A temperatura não ultrapassa os 10°C. Durante a maior parte
do ano, o solo está congelado.
A remoção da vegetação provoca uma grande perda da biodiversidade assim
como a perda do habitat de animais e plantas, e, ainda, impacta diretamente na
elevação do número de espécies em extinção. O processo de mudança das
condições climáticas verificado no globo nos últimos anos é um fenômeno que
tem como um dos causadores a crescente destruição da vegetação nativa de
diferentes biomas nele. A remoção da vegetação impacta diretamente no
aumento da erosão e da desertificação, por exemplo.

O desmatamento interfere no ciclo hidrológico e ocasiona efeitos como o


esgotamento das fontes de água, já que a retirada da vegetação dificulta a
absorção da água da chuva pelo subsolo e o consequente abastecimento das
reservas subterrâneas e das nascentes.

No entanto, o que podemos notar é que a vegetação também exerce direta


influência sobre os tipos climáticos de um dado local. A influência da vegetação
sobre o clima acontece de diferentes formas, influenciando tanto no albedo
quanto na umidade e nas variações de temperatura. Assim, quando o grau de
reflexão é maior, maior tende a ser o impacto do efeito estufa, pois haverá mais
radiação disseminando-se e retornando para a atmosfera. Dessa forma, áreas
mais abertas, com menor presença de vegetação, tendem a absorver mais
calor, provocando o aumento das temperaturas.

A presença de uma maior cobertura vegetal também influencia a quantidade de


umidade presente no ar. A maior parte das florestas existentes é grande
emissora de umidade através de um processo chamado de
evapotranspiração. A consequência de uma maior umidade do ar é a menor
amplitude térmica, ou seja, a ocorrência de médias de temperaturas mais
constantes. Outro efeito da maior umidade presente na atmosfera em
decorrência da vegetação é a maior incidência de chuvas, que acontece quando
a umidade presente no ar se condensa.
Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Os domínios morfoclimáticos são grandes regiões delimitadas com base na


presença de elementos em comum que formam paisagens homogêneas. Esses
elementos são o clima, a vegetação, o solo, o relevo e a hidrografia. O geógrafo
Aziz Ab’Sáber identificou seis domínios no Brasil:
• amazônico
• da caatinga
• do cerrado
• dos mares de morro
• das araucárias
• das pradarias
Em essência, o conjunto de elementos que compõem os domínios
morfoclimáticos hoje conhecidos é o seguinte:
• Clima
• Relevo
• Vegetação
• Solos
• Hidrografia

O domínio morfoclimático amazônico é a maior das seis unidades paisagísticas


do Brasil. Situa-se predominantemente na região Norte, é caracterizada pelo
clima Equatorial, marcado pelas altas temperaturas e elevada umidade relativa
do ar. Além disso, as chuvas são abundantes nessa unidade, proporcionando a
formação de uma cobertura vegetal densa e o abastecimento dos seus principais
cursos d’água.
A hidrografia desse domínio se divide entre a bacia Amazônica, que é a maior
bacia hidrográfica do mundo, e a bacia do Tocantins-Araguaia, considerada a
maior bacia exclusivamente brasileira. Entre os principais rios que banham a
região estão o Amazonas, Negro, Tapajós, Madeira, Tocantins e Araguaia.
Já o relevo do domínio amazônico é bastante diversificado. Extensas áreas de
planície e terras baixas amazônicas dividem espaço com os planaltos e as
depressões, demarcando assim áreas com substrato bastante antigo e erodido
pela intensa ação dos agentes modeladores do relevo.
Os solos são pobres em nutrientes e, em parte, arenosos, contrastando com a
vegetação exuberante da floresta tropical. Em contrapartida, possuem uma
camada de material orgânico depositado em sua superfície, proporcionando
assim a sua fertilização. Os solos mais férteis são encontrados nas áreas de
planícies fluviais, onde há o depósito de nutrientes pelas águas dos rios.

O domínio da caatinga compreende estados da região Nordeste do Brasil.


Constitui uma região com regimes de chuva irregulares, podendo haver longos
períodos de estiagem. Além da baixa umidade relativa do ar, as temperaturas
são bastante elevadas durante a maior parte do ano, havendo assim a
predominância do clima Semiárido.
Seu relevo é caracterizado pelas depressões Sertaneja e do São Francisco,
indicando assim a intensa ação de agentes erosivos na região. Os solos são
férteis e outras com coberturas com baixo teor de nutrientes e pedregosas, o que
dificulta o desenvolvimento de vegetação densa e limita as atividades agrícolas.
A vegetação característica desse domínio é a da Caatinga, formada por plantas
adaptadas ao calor e aos longos intervalos sem chuva. Dessa forma, observa-
se a presença de espécies de baixo e médio porte, caducifólias, isto é, que
perdem as suas folhas em determinado período do ano, com raízes longas
destinadas à absorção de água, e algumas delas com estruturas que servem
para a sua defesa, como espinhos, e para o armazenamento de água, como as
cactáceas.

Quatro bacias hidrográficas comportam os rios e mananciais desse domínio, que


são as bacias do São Francisco, do Parnaíba, do Atlântico Nordeste Oriental e
do Atlântico Leste. Em decorrência do seu regime de chuvas, grande parte dos
seus rios é intermitente. O principal rio perene da região é o São Francisco.

O domínio morfoclimático do cerrado é o segundo mais extenso do Brasil, com


predominância do Centro-Oeste.
O clima no domínio do cerrado é tipicamente tropical, havendo a alternância
entre uma estação seca e a outra chuvosa, o que reflete em sua vegetação. Esta,
como o nome sugere, é caracterizada pelos cerrados e cerradões, variando
assim de gramíneas, arbustos e árvores de pequeno, formando campos e
savanas, e médio porte até árvores de grande porte e formações florestais.
adaptação às condições climáticas e também à ação do fogo por meio de
queimadas naturais ou antrópicas.
O relevo desse domínio é marcado pela presença de planaltos, chapadas e
depressões. Os solos encontrados no Cerrado são geralmente pobres em
nutrientes e, portanto, possuem baixa fertilidade natural. Além disso, a sua
composição confere a eles um pH baixo, o que caracteriza a ocorrência de solos
ácidos.
Esse domínio é conhecido por abrigar as nascentes de importantes rios
brasileiros, como o Paraná, São Francisco, Tocantins, Araguaia, Parnaíba e
outros, abrangendo grande parte das bacias hidrográficas que conformam o
sistema hidrológico brasileiro.

O domínio dos mares de morros compreende todo o litoral leste do Brasil.


Além das formas convexas que compõem a paisagem de mar de morros, tal
domínio é marcado pelas planícies litorâneas, portanto, áreas de baixas
altimetria, e pelas serras.
Os climas variam conforme a latitude, indo de Tropical quente e úmido a
Subtropical. Nos estados da região Sudeste, destaca-se também a ocorrência
dos climas Tropical e Subtropical de altitude nos terrenos mais elevados.
Possui um denso sistema de drenagem potencializado pelo relevo acidentado.
Ao todo, seis bacias hidrográficas fazem parte desse domínio, entre elas as
bacias do Paraná, do Atlântico Leste e do Atlântico Sul.
O domínio das araucárias ocorre em áreas de clima Subtropical do Brasil,
abrangendo então os estados da região Sul.
A mata de araucárias, embora tenha sofrido uma severa redução de área em
decorrência do avanço das atividades extrativas e agropecuárias, recobre a
maior parte do domínio, motivando assim a sua denominação. O
desenvolvimento das araucárias, árvores de grande estatura e aciculifoliadas
(folhas em forma de agulha), foi favorecido por, além das condições climáticas,
solos de elevado grau de fertilidade.
O relevo do domínio das araucárias é composto por terrenos elevados que
formam os planaltos e chapadas, onde se observa feições que vão de
suavemente onduladas até encostas íngremes. Os corpos d’água e rios que
banham suas terras estão compreendidos nas bacias hidrográficas do Paraná,
do Atlântico Sudeste e Sul e também do Uruguai.

O domínio das pradarias está presente, no Brasil, somente no estado do Rio


Grande do Sul.
Ocorre em clima Subtropical com temperaturas amenas e frias, dispondo de uma
vegetação formada por gramíneas, principalmente, arbustos e árvores esparsas.
O relevo dessa região recebe o nome de coxilha, caracterizado por feições
suavemente onduladas e planas. Trata-se de uma área com solo fértil.

A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA
As Projeções Cartográficas
Os mapas são projeções planas da realidade tridimensional. A cartografia tem
como desafio transformar o que é tridimensional para bidimensional, exigindo
complexos cálculos matemáticos e técnicas de geometria.
As projeções cartográficas são métodos matemáticos dos quais é possível
adaptar formas, medidas e posições da superfície terrestre à malha de linhas
planas do mapa. Todas as projeções apresentam distorções, que podem ocorrer
nos ângulos de curvatura terrestre quanto na proporcionalidade das áreas da
superfície ou distancias. As distorções não fazem com que os mapas estejam
errados, mas faz com que cada projeção atenda uma finalidade distinta.
As projeções mais utilizadas são:
Conforme: mantém as formas, mas distorce as áreas e as distancias.
Equivalente: mantem as áreas, mas distorce as formas e tamanhos.
Equidistante: as distancias são representadas corretamente, mas há distorção
das formas e áreas.
Afilática: distorce um pouco de cada uma das dimensões.
Elas podem ser agrupadas em: cilíndricas, cônicas e planas.

As projeções planas são boas para representar um ponto qualquer da terra, a


área mapeada pode ser representada com poucas distorções.
Nas projeções cônicas, consegue-se representar toda uma faixa do planeta, o
problema é que conforme se afasta de seu centro, ou se aproxima das bordas,
maiores são as distorções.
Projeções cilíndricas conseguem representar o globo terrestre em sua totalidade.
A região central com mínimas distorções, mas conforme desloca-se para as
bordas superiores ou inferiores, as distorções são crescentes tanto para o sul
quanto para o norte.
As principais projeções cilíndricas são:
Projeção cilíndrica de Mercator
Importante para as navegações. Europa é o centro do mapa e com maiores
proporções do que a realidade.
Projeção cilíndrica de Peters

É mais fiel na comparação das áreas dos países, no entanto, américa latina,
África e Asia são representados com uma proporção maior que a realidade.
Projeção de Robinson

Utilizado para fins didáticos.


Orientação, Coordenadas Geográficas e Fusos Horários
Utiliza-se a indicação da direção norte para orientar o posicionamento do mapa
no globo terrestre. É comum ver no mapa uma rosa dos ventos ou uma seta
apontando para o norte geográfico.
As coordenadas geográficas são formadas pela longitude e latitude. Além disso,
há também linhas imaginarias como os meridianos e paralelos.
Paralelos são linhas imaginarias que cruzam a terra horizontalmente e são
chamadas assim por estarem paralelas a linha do equador, que divide a terra em
dois hemisférios, o norte e o sul.
Os meridianos são semicircunferências que contornam a terra, com
extremidades no polo norte e no polo sul. O complemento de um meridiano, do
outro lado do planeta, é seu antimeridiano.
Meridianos e paralelos são essenciais para determinar as coordenadas
geográficas. Por meio dos meridianos determina-se a longitude. A longitude é
um ângulo que vai de 0°, no meridiano inicial, até 180°, no antimeridiano do outro
lado do planeta. A longitude também pode ser identificada de acordo com seu
sentido, a leste ou oeste do meridiano inicial.
Já a latitude é identificada com auxílio dos paralelos, consistindo no ângulo
formado pelo paralelo inicial, linha do equador, e o paralelo a ser localizado. A
latitude pode variar de 0°, na linha do equador, a 90° para sul ou para norte, nos
polos.

O meridiano pode também representar o horário solar ou fusos horários. Por uma
questão de praticidade, sistematizaram um dia em 24 faixas (uma para cada hora
da terra), e cada faixa corresponde ao horário oficial de seu meridiano central.
A diferença de um fuso horário para o outro é de uma hora. Como a terra gira de
oeste para leste, adiciona-se uma hora a cada fuso em sentido leste. Os fusos
horários são numerados de 1 a 12 a partir do Meridiano de Greenwich, e
acrescenta-se um sinal positivo aos fusos a leste, para indicar que as horas são
adiantadas, e um sinal negativo para aqueles ao oeste, indicando um atraso em
relação ao marco zero. Portanto, se um local com fuso horário correspondente a
Greenwich são 10 horas da manhã, em outro local situado no fuso UTC -4, serão
6 horas da manhã (10-4=6)

O Brasil, a partir de 2013, possui quatro fusos horários, sendo UTC -2, presente
apenas nas ilhas oceânicas, até UTC -5, o estado do Acre e o extremo oeste do
Amazonas.

As Escalas
A escala é a proporção matemática que nos informa a relação das medidas entre
a área retratada (a realidade) e sua representação no mapa. Essa proporção é
apresentada por meio da escala numérica ou da escala gráfica.
Na escala numérica, o número após os dois pontos nos informa o quanto da
“realidade” foi dividido para ser desenhado no mapa. O número 1 representa
uma parte do mapa, e os números após o sinal de divisão indicam a quantidade
de vezes em que a realidade foi reduzida.
Em uma escala de 1:1000, por exemplo, cada centímetro no mapa corresponde
a 1000 centímetros na realidade. Para converter cm para metro ou vice e versa
é só multiplicar por 10 (Diminuir) ou dividir por 10 (aumentar).
a escala gráfica é representada por uma linha estabelecida no sentido horizontal
que contém divisões precisas entre seus pontos.

Tipos de Mapas, Perfil Topográficos e Gráficos


• Mapas físicos: são mapas que representam a superfície física da terra,
como as formas de relevo, a hidrografia, o clima, entre outros.
• Mapas econômicos: são mapas que representam a produção do espaço
econômico, isto é, as atividades econômicas de uma determinada área,
bem como a distribuição de dados estatísticos.

• Mapas demográficos: trata-se da representação espacial das populações,


como índices populacionais, taxas de analfabetismo, migrações etc.

• Mapas políticos: representam as divisas e fronteiras entre países e/ou


entre unidades federativas estabelecidas e consolidadas politicamente.
• Mapas históricos: são mapas utilizados para representar algum
acontecimento em algum período histórico, como as áreas colonizadas no
Brasil até o século XVII.

• Mapas estilizados: são mapas em que não há a representação fiel das


proporções das diferentes áreas do espaço geográfico, alterando suas
formas conforme as informações.

Topografia é a configuração do relevo de um terreno com a posição de seus


acidentes naturais ou artificiais. Logo, perfil topográfico é a representação do
contorno dos acidentes geográficos que se acham à superfície de uma porção
do terreno. E um desenho que resulta de um corte vertical imaginário sobre o
relevo, mostrando a silhueta de cadeias de montanhas, vales de rios, etc.

Os gráficos são recursos utilizados para representar um fenômeno que possa


ser mensurado, quantificado ou ilustrado de forma mais ou menos lógica. Assim
como os mapas indicam uma representação espacial de um determinado
acontecimento ou lugar, os gráficos apontam uma dimensão estatística sobre
um determinado fato.

O ESPAÇO GEOGRÁFICO DO PARANÁ


O Espaço Natural do Paraná
Enquanto o espaço natural é aquele intocado pelo homem, a natureza em si sem
interferência, o espaço geográfico é o meio utilizado e transformado pela ação
humana.
O território do Paraná é constituído por diversas composições naturais que
refletem nas paisagens.
Para compreender a atual configuração da área estadual é de suma importância
a realização de uma análise dos principais elementos que compõe o arranjo
paisagístico da região.
O Estado apresenta basicamente superfície plana, dispostas em grande altitude
com planaltos escarpados.
• Baixada litorânea: Formada por uma superfície plana, em alguns lugares
alternam entre plano e elevado.

• Serra do Mar: É formada a partir de imensos paredões verticais


direcionados para o Oceano Atlântico, é justamente nesses locais que os
pontos mais elevados do Estado são apresentados.

• Planalto de Curitiba: Esse planalto possui uma elevação média de 900


metros, nele prevalecem rochas que demonstram duas variações,
oscilações ou cristas geológicas.
• Planalto de Guarapuava: É o maior planalto do Paraná, é constituído por
lavas solidificadas, desse modo, o conjunto de rochas presentes são
magmáticas, na região as altitudes variam entre 300 e 1.250 metros.

• Clima: No Paraná, o clima predominante é o subtropical, embora haja uma


restrita área de tropical com verões quentes e invernos rigorosos, sua
capital é a cidade mais fria do país, pois apresenta temperatura média
anual relativamente baixa."
Vegetação
A cobertura vegetal do Estado é formada por Floresta Tropical, Floresta
Subtropical e Campos.
A Floresta Tropical faz parte da Mata Atlântica, consiste em uma vegetação
tipicamente brasileira que cobre boa parte do território, em especial a parte
litorânea. A Floresta Subtropical é composta por vegetação latifoliadas,
coníferas, cedro e erva-mate, denominada de Florestas das Araucárias.
Os campos se estabelecem de forma dispersa no território, existem dois tipos,
Campos Limpos (9% do território) e Campos Cerrado (cerca de 1% da área
estadual).

Hidrografia
Muitos rios paranaenses escoam suas águas diretamente no mar, outros vão a
sentido oeste e são afluentes do rio Paraná. O Estado do Paraná possui em seu
território cinco bacias hidrográficas.
• Bacia do rio Paraná: seus afluentes principais são Piriquiri e Ivaí.
• Bacia do rio Paranapanema: os afluentes são os rios Pirapó, Tibaji, das
Cinzas e Itararé.
• Bacia do rio Aguaçu: tem como afluentes os rios Chopim e Negro.
• Bacia do rio Ribeira do Iguape: afluentes rio Ribeira do Iguape.
• Bacia do Litoral Paranaense: águas que vão direto para o Oceano
Atlântico.

Aspectos Socioeconômicos do Paraná


O estado do Paraná é um dos mais desenvolvidos do Brasil. Foi formado, em
especial, pelo processo de migração de brasileiros e estrangeiros para o seu
território. No Paraná há uma presença muito forte de descendentes de europeus,
que formam a base étnica da população local. Logo, a cultura paranaense foi
muito influenciada pelos imigrantes.
A economia paranaense possui uma forte base agrícola e industrial. A
agropecuária praticada no estado é de ponta. As principais indústrias são as
automobilísticas, eletroeletrônicas e alimentícias. Há ainda a presença forte do
setor turístico no estado. O Paraná oferece uma ótima infraestrutura logística,
por meio de uma ampla rede de rodoviais, ferrovias, portos marítimos e fluviais.
No estado está localizada a Usina de Itaipu, principal usina hidroelétrica do país.

Desse modo, o início da mineração fomentou a ocupação do estado, e o seu


território era considerado parte da antiga província de São Paulo, situação
política que implicou um menor desenvolvimento da região por um longo período.

Somente em 1853, o Paraná se tornou oficialmente um estado brasileiro, tendo


o seu território desmembrado de São Paulo. Desde então, apresentou um grande
crescimento das atividades primárias, com destaque para a exploração de
madeira, cultivo de erva-mate e, principalmente, plantação de café.

A cultura paranaense foi fortemente influenciada pelos imigrantes que vieram


para o estado em busca de melhores condições de vida. No Paraná é muito forte
a presença de brasileiros originários de outros estados da federação, assim
como de imigrantes europeus. As principais festas e tradições paranaenses
possuem referências nas tradições europeias. Nas cidades do interior, ocorrem
muitas festas em comunidades polonesas, ucranianas e alemãs.

A arquitetura, por exemplo, tem forte influência desses povos, assim como
práticas de artesanato, música e dança. Já a influência de povos brasileiros está
presente, em especial, na culinária, com o consumo de ervas diversas, mandioca
e mel. O barreado é o prato típico da culinária paranaense, sendo resultado do
cozimento de carne e temperos.

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