Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ouro Preto
2020
SISTEMA DE GESTÃO ENERGÉTICA: ESTUDO DE CASO NO CENTRO DE
CONVERGÊNCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Ouro Preto
2020
I
SISBIN - SISTEMA DE BIBLIOTECAS E INFORMAÇÃO
CDU 658.5
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
REITORIA
ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E ECON
FOLHA DE APROVAÇÃO
Sistema de Gestão Energé ca: estudo de caso no Centro de Convergência da Universidade Federal de Ouro Preto
Membros da banca
Gustavo Nikolaus Pinto de Moura - Eng. de Produção e Doutor em Planejamento Energé co - DEPRO, Universidade Federal de Ouro Preto
Helton Cris ano Gomes - Eng. de Produção e Doutor em Engenharia Civil - DEPRO, Universidade Federal de Ouro Preto
Versão final
Aprovado em 06 de Novembro de 2020
De acordo
Documento assinado eletronicamente por Antonio Santos Sanchez, PROFESSOR DE MAGISTERIO SUPERIOR, em 06/11/2020, às 15:51, conforme
horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Referência: Caso responda este documento, indicar expressamente o Processo nº 23109.008422/2020-72 SEI nº 0099615
https://sei.ufop.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=113874&infra_sistema=1… 1/1
AGRADECIMENTOS
I
RESUMO
Fundada no ano de 1969, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) teve seu crescimento
acelerado a partir do ano de 2007, com a participação no Programa Reuni do Governo Federal
Brasileiro. Como consequência desse crescimento houve o aumento de público, servidores e
despesas operacionais. No ano de 2016, medidas adotadas pelo Governo Federal trouxeram
uma nova realidade às universidades do país que passaram a dispor de orçamentos
contingenciados. O presente trabalho visou aprofundar a análise em um dos custos operacionais
de maior importância, a energia elétrica. Apresenta um estudo de caso no Centro de
Convergência, uma edificação administrativa do campus Morro do Cruzeiro construída na
década de 1990 e que está sendo atualmente reformada. Com o objetivo de analisar o
desempenho energético da edificação, foi instalado um analisador de energia elétrica para
registrar o consumo de energia durante um mês. Posteriormente, foi instalado um sistema
permanente de monitoramento em tempo real dos parâmetros elétricos da instalação. Aplicando
conceitos da norma ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia, foram identificadas
oportunidades de melhoria do desempenho energético da edificação, destacando-se o retrofit
do sistema de iluminação e a geração própria mediante placas fotovoltaicas. Foi utilizado o
software Homer PRO da Homer Energy para simular quatro diferentes cenários energéticos no
prédio. O de maior retorno financeiro foi a realização de retrofit de iluminação para LED em
conjunto com a instalação de uma usina fotovoltaica no telhado do edifício com economia
aproximada de R$400.000 em 15 anos e payback de 11 anos. Estudos dessa natureza podem
servir como modelo de melhoria para outras edificações e instituições com o intuito de aumentar
sua eficiência operacional.
Palavras-chave: Sistemas de gestão de energia; eficiência energética; ISO 50001; Homer PRO;
eficiência em edificações públicas; universidades federais.
II
ABSTRACT
Founded in 1969, the Federal University of Ouro Preto (UFOP) had its growth accelerated since
2007, with the participation in the Reuni Program of the Brazilian Federal Government. As a
consequence of this growth, there was an increase in public, staff and operating expenses. In
2016, measures adopted by the Federal Government brought a new reality to the Brazilian’s
universities, which now have to menage contingency budgets. This work aimed to deepen the
analysis in one of the most important operational costs, electric energy. It presents a case study
at the Centro de Convergência an administrative building of the Morro do Cruzeiro campus
built in the 1990s and currently being renovated. In order to analyze the energy performance of
the building, an electric energy analyzer was installed to record energy consumption during one
month. Subsequently, a permanent system was installed to monitor in real time the electrical
parameters of the installation. Applying concepts of the ISO 50001 - Energy Management
Systems standards, opportunities were identified to improve the energy performance of the
building, highlighting the retrofitting of the lighting system and the generation itself through
photovoltaic plates. Homer Energy's Homer PRO software was used to simulate four different
energy scenarios in the building. The one with the highest financial return was the retrofitting
of the LED lighting in conjunction with the installation of a photovoltaic plant on the roof of
the building with savings of approximately R$400,000 in 15 years and payback of 11 years.
Studies of this nature can serve as a model of improvement for other buildings and institutions
in order to increase their operational efficiency.
Keywords: Energy management systems; energy efficiency; ISO 50001; Homer PRO;
efficiency in public buildings; federal universities.
III
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 3 - Investimentos anuais da Eletrobras nos últimos cinco anos (milhões de reais) ........ 9
Figura 7 - ENCE PBE Edifica para Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas. ............ 16
Figura 22 - Inserção de dados de carga média no Homer PRO cenário referência. ................. 53
Figura 25 - Comparativo curva de carga com demandas distintas (Finais de semana) – kW/h.
.................................................................................................................................................. 56
Figura 26 - Inserção de dados de carga média no Homer PRO cenário pós-retrofit. ............... 57
V
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Comparativo entre fontes de geração de energia elétrica Brasil entre 2017 e 2018
(GWh). ........................................................................................................................................ 4
VI
LISTA DE ABREVIAÇÕES E UNIDADES
BP British Petroleum
EC Emenda Constitucional
kW Quilowatt
kWh Quilowatt-hora
kVArh Quilovolt-ampère-reativo-hora
lm Lúmen
VII
MW Megawatt
MWh Megawatt-hora
TC Transformador de Corrente
W Watt
VIII
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................................... II
SUMÁRIO ...................................................................................................................................I
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................ 6
I
2.3.4. Período úmido e seco ........................................................................................ 22
II
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 42
5. RESULTADOS ................................................................................................................. 58
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 63
III
1. INTRODUÇÃO
Sua legitimidade e autonomia perante outras instituições federais que lhe permite
autonormação e autogestão são oriundas de sua natureza de pessoa jurídica de direito público,
para que possa exercer o seu papel dentro da sociedade de construção do saber pautado nos três
pilares: ensino, pesquisa e extensão (MARTINS, 2012).
No ano de 2016, foi aprovada a Emenda à Constituição 95 (EC 95/2016) que, dentre suas
diretrizes, existe o congelamento dos gastos em educação por 20 anos e a conseguinte a redução
do percentual do repasse de verbas realizado às Universidades Federais em relação ao
Orçamento Geral da União. Tal fato, fez com que a gestão dos recursos financeiros das
instituições atingidas por tal emenda tivesse que ser aprimorada, objetivando a minimização
dos impactos causados pela redução de verbas.
1
Em algumas universidades referência em ensino no país, como USP, Unicamp e alguns
campi de Institutos Federais, já existem equipes de planejamento composta por técnicos
administrativos, professores e alunos bolsistas com suas atividades voltadas para projetos de
eficiência e conservação da energia.
1.1. JUSTIFICATIVA
2
Os efeitos desse aumento da demanda de energia elétrica sob a ótica econômica em
conjunto com a utilização de recursos naturais finitos, tornam o planejamento e melhoria da
utilização de recursos energéticos um tema cada dia mais em voga, além da constante busca por
fontes alternativas de energia mais limpas e renováveis.
3
operação e também são consideradas mais danosas ao meio ambiente em relação às usinas de
fonte hídrica (SILVA et. Al, 2018).
O crescente aumento das usinas de energia solares e eólicas retratado na Tabela 1 pode
ser considerado como um ganho ambiental por se tratarem de fontes limpas e renováveis, porém
elas também possuem uma grande intermitência em decorrência da dependência da
disponibilidade dos recursos naturais, incidência solar e velocidade constante das correntes de
vento respectivamente.
Tabela 1 - Comparativo entre fontes de geração de energia elétrica Brasil entre 2017 e 2018 (GWh).
4
orientado pelas normas ISO 50.000 – Normas de Gestão de Energia e suas derivações, o que
pode, através da melhor utilização dos recursos energéticos, se transformar em uma maior
disponibilidade de recursos financeiros na instituição para fomento dos três pilares: pesquisa,
ensino e extensão, além de outros gastos inerentes a esses processos como, pessoal,
infraestrutura, comunicação interna e externa, entre outros.
1.2. OBJETIVO
5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Eficiência energética segundo Goldenberg e Lucon (2007) também pode ser considerada
a otimização do consumo de recursos energéticos, ou a utilização racional da energia disponível
nos processos de transformação de energia. Um dos processos energéticos mais comuns em
edificações modernas é a transformação de energia elétrica em energia luminosa por meio de
lâmpadas. Tal conversão de energia possui perdas, que é um dos fatores que determinam a
eficiência do sistema em questão.
Goldenberg e Lucon (2007) também apontam que, como consequência dos programas
dessa natureza, pode-se diminuir a demanda dos sistemas energéticos e evitar a construção de
novas usinas geradoras de energia, auxiliando assim a redução da degradação do meio ambiente
local e global.
6
em 1973 devido à substancial alta de preços do barril, o que fez com que o preço das outras
fontes energéticas também se elevasse de acordo com a crescente demanda e sua
disponibilidade limitada (YERGIN, 1992).
Segundo Yergin (1992) com o aumento dos preços dos combustíveis fósseis fez-se
necessário, para a continuação do desenvolvimento das nações, a busca por novos locais de
exploração e novas fontes energéticas em alternativa às fontes até então exploradas, além do
aumento da eficiência dos processos afim de reduzir a demanda energética mundial.
Benevides (2014) cita que a gestão dos recursos energéticos mais atualizada inclui uma
avaliação mais global e analítica dos sistemas utilizados em determinado serviço ou processo.
7
2.2.1. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL)
Desde a sua criação em 1985 o programa investiu mais de R$3,11 bilhões no ambiente
nacional e economizou cerca de 151,6 bilhões de kWh até o ano de 2018, o que evidencia a
magnitude em importância do programa (PROCEL, 2019).
No ano de 2016, com a promulgação da Lei n° 13.280, que modificou alguns pontos da
Lei nº 9.991/2000, o programa passou a contar com uma fonte de recursos definidos aos quais
são apresentados e aprovados em planos anuais a sua aplicação por meio de consultas públicas,
por representantes do governo e agentes do setor energético nacional, o que confere ao
programa transparência e credibilidade nos investimentos realizados. Na Figura 3 é possível
observar a menor necessidade de custeio da Eletrobras.
8
Figura 3 - Investimentos anuais da Eletrobras nos últimos cinco anos (milhões de reais)
Tal fato permitiu uma grande expansão e maior facilidade de manutenção das boas
práticas do programa que é dividido em subprogramas descritos a seguir:
9
2.2.1.1. Selo PROCEL
10
Fonte: PROCEL, 2020.
De forma análoga ao Selo PROCEL, existe o Selo CONPET, concedido pela Petrobras,
destinado a gama de produtos comercializados em território nacional que possuem fonte
energética derivada do petróleo e gás natural. A Figura 5 apresenta o selo CONPET encontrado
nos equipamentos em que o mesmo é aplicável.
Como forma de incentivo à eficiência energética a Lei nº 9.991 entrou em vigor no dia
24 de julho de 2000 e estabeleceu às concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de
energia elétrica a obrigação de realização de investimentos mínimos em pesquisas e
desenvolvimento para promover o combate ao desperdício de energia (MME, 2009).
Tal legislação determinou que 0,75% da Receita Operacional Líquida (ROL) de cada
concessionária ou permissionária seria aplicada em pesquisa e desenvolvimento do setor
elétrico e outros 0,25% da ROL em programas de eficiência energética no uso final, totalizando
um investimento correspondente a 1% da ROL das concessionárias (BRASIL, 2000).
11
(PEE). Uma parte do investimento é designado ao Ministério de Minas e Energia para pesquisas
e estudos de planejamento da expansão do sistema energético (BRASIL, 2000).
12
Durante a década de 1980, com o surgimento das políticas de melhoria do uso da energia
no Brasil, foram criados dois programas de eficiência energética: o já citado PROCEL e o
Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Este segundo criado pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) tem como principal objetivo informar aos
consumidores o nível de eficiência energética dos equipamentos comercializados no Brasil,
classificando-os em uma escala composta de cinco categorias denominadas por letras de “A” a
“E”, sendo “A” o nível de maior eficiência para a categoria e “E” o de menor eficiência
(INMETRO, 2017). O programa é gerenciado pelo INMETRO e funciona de forma integrada
com o selo PROCEL e com o selo CONPET (VIANA et al., 2012).
13
Figura 6 - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
A mesma instrução ainda dispõe de regime para as edificações, que novas, ou ao passar
por retrofit, também devem atender às especificações de projeto categoria ENCE “A” de acordo
com o PBE Edifica. Neste caso são avaliados três aspectos do edifício: sistema de iluminação,
14
sistema de condicionamento de ar, e envoltória, outorgando uma nota entre “A” e “D” a cada
sistema, e depois uma nota ponderada ao prédio inteiro, também de “A” a “D”.
Ao passar por retrofit a avaliação para a emissão da nova ENCE é realizada considerando
a totalidade da edificação, e não somente da área aprimorada.
Estão dispensadas de ENCE as edificações com área inferior a 500 m² de área construída
ou que valor da obra seja inferior ao equivalente ao Custo Unitário Básico da Construção Civil
Médio Brasil atualizado aplicado a uma edificação de 500m².
15
Figura 7 - ENCE PBE Edifica para Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas.
O programa visa combater o desperdício de energia elétrica por meio de diversas ações,
como a substituição de equipamentos elétricos obsoletos por outros mais modernos e eficientes
em unidades consumidoras, implantação de iluminação e melhorias em comunidades de baixa
renda, áreas rurais e deslocadas de centros urbanos, entre outros.
16
Os setores industrial, residencial, comércio e serviços, poder público, serviço público,
rural e iluminação pública também podem ser atendidos por meio de subsídio para realização
de projetos de eficiência energética que tem sua empregabilidade definida em chamadas
públicas.
Todos os projetos recebidos pela CEMIG são analisados por um banca e, as propostas
que obedecem às exigências descritas no documento Procedimentos do Programa de Eficiência
Energética (PROPEE), são classificadas pelos quesitos presentes no edital. Um dos quesitos
mais relevantes na avaliação do projeto é a relação custo benefício, ou seja, o valor investido
em relação à quantidade potencial de energia a ser economizada (BRASIL, 2018).
A partir dos resultados das chamadas públicas da CEMIG (2018) e (2019), os institutos
de educação, em sua maioria universidades e institutos federais, hospitais e outras empresas
públicas, são maioria dentre os projetos aprovados pelo programa. Nota-se também que os
projetos referentes a centro de educação são, em sua maioria, a realização de retrofit de
iluminação e de condicionamento ambiental.
Um outro ponto relevante é a presença de projetos fotovoltaicos, que são uma alternativa
de geração energética e promovem consequente a redução da demanda de geração de energia
às usinas da CEMIG, evitando ou postergando grandes investimentos da concessionária em
novas usinas.
Para melhor entendimento dos projetos e regulamentações que serão abordados ao longo
do presente trabalho, estão contidos neste tópico conceitos básicos obtidos através do Manual
de Gerenciamento de Energia da CEMIG (2016), pela publicação de Pinto (2009), pela
publicação de Oliveira (2019) e pela Resolução ANEEL nº414/2010 (BRASIL, 2010).
17
ii) Unidade consumidora ou consumidor: conjunto de instalações e equipamentos elétricos
que tem como fonte o mesmo ponto de entrega com medição individualizada. As unidades
são divididas em grupos tarifários que serão abordados ao longo do trabalho;
iii) Potência: quantidade de energia elétrica solicitada na unidade de tempo, expressa em
quilowatt (kW);
iv) Potência ou carga instalada: soma das potências nominais dos equipamentos elétricos de
mesma fonte de energia capazes de entrar em funcionamento simultaneamente na unidade
consumidora, expressa em quilowatt (kW);
v) Consumo: integralização no tempo da potência ativa entregue à unidade consumidora. É
expresso em quilowatt-hora (kWh);
vi) Energia elétrica ativa: energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia,
ou seja, realiza trabalho, expressa em quilowatt-hora (kWh);
vii) Energia elétrica reativa: energia elétrica que circula continuamente entre os campos
elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada sem realizar trabalho. É
expressa em quilovolt-ampère-reativo-hora (kVArh);
viii) Energia total: somatório das energias ativas e reativas no instante de tempo, expressa em
quilowatt (kW);
ix) Demanda: média das potência elétricas ativas ou reativas solicitada ao sistema elétrico
durante um específico intervalo de tempo, expressa em quilowatt (kW);
x) Demanda contratada: quantidade de potência ativa estabelecida por contrato a qual a
concessionária deve fornecer no ponto de contratação, devendo ser paga mesmo que não
utilizada em sua totalidade. A ultrapassagem de demanda está sujeita a multas. Expressa
em quilowatt (kW);
xi) Fator de demanda: razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo especificado
e a carga instalada na unidade consumidora;
xii) Horário de ponta (HP): período do dia composto por 3 horas consecutivas pré-definidas
pela concessionária, obrigatoriamente deve estar entre 16:00 e 20:00h. Durante esse
horário do dia a tarifa de energia é mais elevada em comparação ao restante do dia e em
comparação à tarifa única;
18
xiii) Horário fora de ponta (HFP): período do dia composto por 21 horas em que não é aplicada
a tarifa de HP, sendo esta mais barata em relação à tarifa única e, logicamente, à tarifa no
HP;
xiv) Fontes alternativas de energia: Energia produzida com reduzido impacto ambiental a
partir de usinas de fonte eólica, solar, biomassa, maremotriz, geotérmica e Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCH);
xv) Energia incentivada: Energia produzida por meio de fontes consideradas alternativas pelo
MME, portanto possuem até 50% de desconto na Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição (TUSD) de acordo com a resolução nº 77/2004 da ANEEL (2004);
xvi) Energia convencional: Energia oriunda de usinas hidrelétricas e térmicas de gás e carvão,
não consideradas pelo MME como fontes alternativas, portanto não possuem descontos
na TUSD.
Segundo a ANEEL (2017) a tarifa é composta por três custos distintos: o de geração ou
compra de energia; o de transmissão e distribuição até as unidades distribuidoras; e os encargos
setoriais.
De acordo com a ANEEL (2017), desde 2004 o valor da energia adquirida pelas
distribuidoras passou a ser determinado em leilões públicos com o objetivo de reduzir os preços
do mercado de geração. O mesmo órgão regulador realiza o cálculo da tarifa o separando em
duas parcelas, “A” e “B”:
i) Parcela A: composta por cursos não gerenciáveis pela concessionária que são repassados
ao consumidor. São estes: custos de compra, transporte e encargos setoriais;
19
ii) Parcela B: composta por custos gerenciáveis pela concessionária. São estes os custos
operacionais e de capital empresarial.
Os percentuais de cada parcela sob valor final da energia elétrica no ano de 2017 estão
representados na Figura 8.
Ao decorrer deste tópico serão abordados os diferentes tipos de tarifas que representam a
gama de contratação oferecida pelas distribuidoras.
20
2.3.3. Grupos de consumidores
Fonte: Elaboração própria com base em resolução normativa nº 418/2010 (ANEEL, 2010)
Fonte: Elaboração própria com base em resolução normativa nº 418/2010 (ANEEL, 2010)
21
2.3.4. Período úmido e seco
Dentro dessa modalidade tarifária existem dois subtipos, a tarifa Azul e a tarifa Verde,
sendo que a primeira apresenta preços diferentes para demanda de potência e consumo, de
acordo com HP e HFP e períodos secos e úmidos, disposto na Tabela 4.
22
Já a tarifa THS Verde também apresenta diferentes valores de tarifa de consumo energia
com base nas horas de ponta e fora de ponta, porém possui tarifa única para demanda, disposto
na Tabela 5.
O grupo B também pode ser atendido por THS, denominada tarifa branca, onde não é
levada em conta da demanda de energia, mas sim o horário em que o consumo é realizado.
O sistema de bandeiras sinaliza o custo real da energia consumida por cada região do país
e é composto por quatro faixas de cobrança:
23
Conforme retratado na Tabela 6 as bandeiras tarifárias na região Sudeste do Brasil tem
sido, em sua maioria, vermelhas e amarelas no desde a implantação do sistema de acréscimo
tarifário, o que pode ser interpretado como uma dificuldade de manutenção da estabilidade da
geração elétrica a custos baixos no país. Entretanto uma crítica pertinente ao sistema é o não
favorecimento dos consumidores em condições favoráveis de produção (bandeira verde).
24
2.3.8.1. Ambiente de Contratação Regulada (ACR)
Segundo Oliveira (2019) o ACR, mais conhecido como “mercado cativo”, é caracterizado
pela contratação de energia do consumidor através de uma concessionária local, que por sua
vez adquire energia através de leilões promovidos pela Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE).
25
2.3.8.3. Tipos de consumidor
26
Figura 9 - Curva de carga de escritório de atividade não especificada.
2.5. RETROFIT
Segundo Ghisi (1997) o termo retrofit, em sua forma original consiste em qualquer tipo
de reforma. Entretanto, entre profissionais e pesquisadores envolvidos com eficiência
energética, o termo é utilizado para definir alterações ou reformas que resultem em melhorias
energéticas sem a diminuição da satisfação e conforto do usuário. Segundo Rodrigues et. al.
(2017) retrofit consiste em um processo de modernização de algum equipamento já
considerado ultrapassado ou fora de norma.
Os sistemas de iluminação, desde sua criação com as tochas na pré-história, têm como
objetivo proporcionar um ambiente visual adequado que forneça a iluminância necessária para
a realização de tarefas visuais. Com o passar do tempo novas tecnologias surgiram e, em 1879,
Thomas Edison desenvolveu a primeira lâmpada elétrica a partir de um filamento de tungstênio
que, ao ser submetido à uma determinada corrente elétrica, se aquece até se tornar incandescente
e produzir luz. Pelo fato desse filamento metálico ser corrosivo, a lâmpada possui um vidro que
a sela e promove o vácuo em seu interior, evitando assim a oxidação e o consequente
rompimento do filamento (VIANA et. al., 2012).
28
diversos tipos de lâmpadas são utilizados, dentre as quais podemos destacar as lâmpadas
incandescentes, as fluorescentes bulbo e tubular e as lâmpadas de LED.
A Tabela 7 representa uma comparação entre as potências das lâmpadas e seus tipos,
tendo como referência o critério de fluxo luminoso.
A ISO – cuja sigla tem origem a palavra grega que significa igual – é uma organização
mundial não governamental fundada no ano de 1946 com sede em Genebra na Suíça, a qual
fazem parte os organismos nacionais de normalização, no caso do Brasil a representante é a
29
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo a própria instituição seu papel é
de estabelecer normas e regulamentos para promover a qualidade e segurança em quase todos
os setores da indústria mundial (ISO, 2020).
O ciclo PDCA segundo a ISO (2018), ocorre de maneira repetitiva em busca da melhoria
contínua seguindo esses passos:
30
i) Plan (Planejar): compreender o contexto da organização; estabelecer uma política
energética e uma equipe de gestão da energia; considerar as ações para enfrentar os
riscos e oportunidades; conduzir uma revisão energética; identificar os usos
significativos de energia; os indicadores de desempenho energético; as linhas de base
energéticas; objetivos de metas energéticas e planos de ação necessários para obter
resultados que levarão à melhoria do desempenho energético de acordo com a política
energética da organização;
ii) Do (Fazer): implementar os planos de ação; controles de operação; manutenção e
comunicação; assegurar competências e considerar o desempenho energético no projeto
e aquisição;
iii) Check (Verificar): monitorar; medir; analisar; avaliar; auditar e realizar análises criticas
pela direção do desempenho energético e do Sistema de Gestão Energética;
iv) Act (Agir): adotar ações para tratar não conformidades e melhorar continuamente o
desempenho energético e o SGE.
Segundo a ANBT NBR ISO 50.015 (2014), medição e verificação (M&V) é o processo
de planejamento, medição, coleta de dados, análise, verificação e relato de desempenho
energético ou melhoria do desempenho energético para fronteiras de medição e verificação
definidas.
31
majoritariamente nas fases de planejamento das ações e de verificação dos resultados das
mesmas. Algumas ferramentas para esse propósito são: o guia IEEE 739 (1995); o guia
ASHRAE 14 (2002); e o Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance
(PIMVP) da organização Efficiency Valuation Organization (EVO, 2012).
32
melhorada através de M&V de projetos que avaliam o desempenho do programa como
um todo;
viii) Aumentar a compreensão do público acerca da gestão de energia como ferramenta de
política pública: ao melhorar a credibilidade de projetos de eficiência energética perante
a população, promove-se o encorajamento de outros projetos que podem acarretar em
benefícios em saúde pública, redução da degradação ambiental e aumento da taxa de
emprego.
Por não se tratar de uma norma técnica e sim uma estrutura genérica de M&V, o PIMVP
pode ser adaptado a cada projeto e organização. É crucial, para a correta aplicação da
metodologia proposta, que, dentro dessa estrutura sejam respeitados os princípios estipulados
de: completude, conservadorismo, consistência, precisão, relevância e transparência.
A mensuração energética pode ser realizada de maneiras distintas e ainda assim atender
às diretrizes do PIMVP, sendo algumas mais simples e outras mais detalhadas. Aspectos como
custos, tempo para realização do projeto e disponibilidade de recursos devem ser notados ao se
determinar qual a metodologia a ser utilizada.
33
iii) Medições individuais para calculo do consumo estimado de energia determinado pela
multiplicação da carga elétrica e horas de funcionamento dos equipamentos;
iv) Medições individuais em aparelhos e comparação entre diferentes modelos;
v) Simulação de atividade por meio de ferramentas computacionais.
A fronteira de medição, como seu próprio nome sugere, é o limite de aquisição de dados
e verificação das AEEs. Tal fronteira pode abranger toda a instalação ou apenas algum
seguimento.
34
2.7.2.3. Opções do PIMVP
O PIMVP fornece quatro opções para determinar a economia (A, B, C e D). A escolha
entre as opções implica muitas considerações de projeto, inclusive a fronteira de medição. Caso
a economia seja promovida e mensurada a nível da instalação, a opção C ou D poderão ser
favorecidas, enquanto em uma mensuração de desempenho da AEE, uma técnica de medição
isolada, presentes nas opções A, B e D pode ser mais adequada.
35
Figura 12 - Fluxograma de decisão entre opções do PIMVP.
36
2.7.3. Tecnologias de M&V
37
2.7.3.2. Medidores eletrônicos
A medição nesse tipo de equipamento ocorre através da captura dos dados de corrente e
tensão para definir o fluxo energético em intervalos de tempo determinados, e assim define-se
o consumo em kWh. A precisão na medição e diversas possibilidades de manipulação e
tratamento dos dados provenientes desses sinais torna o medidor eletrônico um excelente
equipamento nos padrões atuais de medição e verificação.
Existem também medidores eletrônicos que são ligados em paralelo à rede por meio de
transformadores de corrente, que em alguns casos podem até não ser invasivos no sistema
elétrico, ou seja, sem a desconexão de nenhum cabo ou terminal.
38
corrente, geralmente em uma valor menor, podendo ser transmitida a um equipamento de
medição como sinal elétrico para um circuito eletrônico. O mesmo autor pontua que sua maior
empregabilidade ocorre na redução de corrente para que seja possível mensurar a tensão ou
corrente em um analisador de energia.
Segundo a empresa Norte Americana Oracle (2020) a Internet das Coisas (IoT), sigla
derivada do inglês (Internet of Things),
39
No Brasil também existem empresas como a ISSO Tecnologia que possui uma ampla
gama de produtos voltados à medição e verificação, com soluções atualizadas e de
desenvolvimento nacional.
40
3. OBJETO DE ESTUDO
41
4. METODOLOGIA
i) Levantamento de dados: uma das fases mais importantes do diagnóstico energético, pois
fundamentam todo o restante do trabalho e as medidas que serão tomadas. Nesta etapa
foram coletados dados de fatura de energia elétrica da instituição uma vez que o prédio
não demanda outra fonte de energia, também foram coletados dados da carga instalada
no edifício a partir da contagem de equipamentos e suas especificações técnicas em
conjunto com o seu regime de funcionamento.
ii) Medição: nesta etapa foi instalado no quadro geral da edificação um analisador de
energia FLUKE® 1730 para coletar e armazenar os dados específicos de consumo
energético do prédio, uma vez que a fatura de energia engloba todas as edificações do
campi Morro do Cruzeiro. Para a medição da iluminação foram utilizados luxímetros
para verificar a correspondência do nível de luminância com a norma ABNT NBR 5413
– Iluminação de interiores.
iii) Análise e tratamento de dados: nesta fase foram realizadas análise das faturas de energia
do campus bem como os dados obtidos pelo analisador de energia.
iv) Análise tarifária: com os dados obtidos foi realizada a análise da modalidade de
contratação de energia vigente na universidade.
v) Determinação dos pontos e fronteira de eficiência energética: nessa etapa foram
definidos os equipamentos que poderiam ser objeto de intervenção para se realizar o
42
projeto de eficiência energética. Os sistemas considerados foram: iluminação, ar
condicionado e computadores.
vi) Simulação computacional: Avaliação de construção de usina fotovoltaica utilizando o
modelo de planejamento energético para sistemas híbridos de pequeno e médio porte de
microgrid HOMER Pro da HOMER Energy.
vii) Análise de técnico-econômica: nessa etapa foram realizados orçamentos primários para
estabelecer uma condição de viabilidade prévia para o projeto.
A forma de estruturar a modelagem dos diferentes cenários de simulação foi definida com
base nos dados de entrada para o modelo HOMER Pro. Para o estudo de caso foi utilizada a
versão de avaliação do HOMER Pro pelo fato da instituição não possuir a licença completa do
mesmo.
43
Tabela 8 - Equipamentos instalados.
44
Figura 16 - Analisador de energia elétrica FLUKE® 1730.
No processo de análise de dados através do software Fluke Energy Analyse® foi feito o
cálculo do consumo pela demanda energética acumulada total e o consumo total registrado foi
de 15.674 MWh, o que corresponde, segundo dados obtidos nas faturas de energia da
instituição, a 4,11% do consumo energético médio mensal da UFOP.
Os dados das medições periódicas foram exportados para uma planilha do software
Microsoft Excel®, onde, após tratamento dos dados, foi possível conceber duas curvas de carga
média para os dias analisados, sendo uma primeira curva correspondente média de demanda
em dias úteis e a outra correspondente à média aos finais de semana.
Na Figura 17 se encontram as curvas de carga de base elaboradas a partir dos dados partir
dos dados coletados pelo analisador de energia da Fluke®. Tal cenário foi denominado Cenário
de Referência. Pode-se inferir uma grande proximidade do perfil da curva do Cenário
Referência à curva de carga para escritórios encontrada por Leal (2016) representada na Figura
9.
45
Figura 17 - Curva de carga cenário referência.
Por ser uma instituição de ensino federal, a UFOP está classificada como “Poder público”
na subclasse “Poder público federal”, que de acordo com o decreto nº 46.213/2013 e a resolução
da ANEEL nº 2.550, a concede ampla isenção na cobrança de impostos, sendo cobrados apenas
PASEP e COFINS, que somados totalizam aproximadamente 4% de acréscimo nos valores
cobrados.
46
de ponta é composto por 3 horas consecutivas entre 16h e 21h definidas a critério da
concessionária e só pode ser cobrado em dias úteis. A concessionaria CEMIG optou por realizar
o HP de 17h as 20h.
47
A instituição possui uma única fatura de energia para todo o Campus Morro do Cruzeiro,
e as edificações não possuem um sistema de medição individual, portanto é de extrema
importância definir as fronteiras de medição e verificação dentro de um universo de consumo
de grandes dimensões.
Outro ponto importante a ser salientado, que impacta diretamente nos custos de projeto,
de acordo com a Resolução Normativa nº482/2012 (ANEEL, 2012) é a não necessidade de
instalação de medidores bidirecionais para consumidores atendidos em alta tensão.
48
4.5.1. Premissas do sistema fotovoltaico
Para a elaboração das premissas do sistema fotovoltaico para o edifício foram obtidos
dados de radiação solar da região de Ouro Preto diretamente da biblioteca online do HOMER
Pro e estão Apresentados na Figura 18. Segundo esses dados a média de radiação para o local
para a instalação corresponde a 4,93 kWh/m²/dia.
49
Figura 19 - Dados placas fotovoltaicas no Homer Pro.
Para essa simulação foi feito um cálculo aproximado da área do telhado do edifício
através das plantas baixas obtidas com a administração da universidade, e foi possível concluir
que o edifício possui uma área total de telhado de aproximadamente 1.450 m² (Figura 20) e,
para possibilitar a criação de corredores de manutenção, utilizou-se apenas 80% da área
disponível o telhado. A partir dessa premissa técnica foi possível obter o valor de área
disponível para a instalação de placas fotovoltaicas de aproximadamente 1.160 m². Logo, o
número máximo de placas que podem ser instaladas no telhado da edificação é 597 placas, o
que corresponde a uma capacidade máxima de geração de 179,1 kWp.
50
Figura 20 - Vista aérea do Centro de Convergência da UFOP.
51
Figura 21 - Dados inversor de corrente.
Os dados das curvas de carga de dias úteis e finais de semana da configuração atual que
o prédio se encontra foram inseridos no modelo HOMER Pro de acordo com as premissas
citadas anteriormente. Obteve-se então a partir do modelo um consumo médio de 569,03
kWh/dia, conforme apresentado na Figura 22.
52
Figura 22 - Inserção de dados de carga média no Homer PRO cenário referência.
Outro cenário proposto foi modelado com a realização do retrofit das lâmpadas
fluorescentes por lâmpadas LED. Tal mudança gera uma economia estimada em 20% em
relação aos períodos de atividade intensa do edifício de 7h as 19h, e de 30% em relação aos
períodos de menor demanda energética, devido às características de utilização da energia
elétrica na edificação.
53
Durante as atividades de trabalho há um grande uso de computadores, lâmpadas e
refrigeração, e no período sem atividades, apenas iluminação de vigilância e os sistemas de ar
condicionado.
Tal retrofit seria feito pela troca de 156 lâmpadas tubulares fluorescentes por lâmpadas
tubulares LED de 10 W de 60 cm e 622 lâmpadas tubulares fluorescentes por lâmpadas
tubulares LED de 20 W de 120 cm, sendo para as últimas necessária a troca de 32 luminárias
por possuir diferentes tamanhos das removidas. Para realizar a troca de uma lâmpada
fluorescente para uma lâmpada LED é necessária a remoção do reator, sendo este mais um
equipamento que consome energia elétrica pelo fato de produzir calor por efeito Joule, e
promovendo assim, mais economia.
Também foram feitos três orçamentos de lâmpadas para substituição com especificação
Tubular LED 10W 60 cm 6500K e Tubular LED 20W 120 cm 6500K, o valor médio dos
orçamentos obtidos foi de R$ 11,66 e R$ 15,48 por unidade, respectivamente. As luminárias de
120 cm possuem um custo de R$ 88,21.
Dessa forma estima-se cerca de R$ 21.000 para a realização da compra e substituição das
lâmpadas no edifício, sendo aproximadamente R$ 15.400 referente a compra de equipamentos.
Devido ao fato de as lâmpadas de LED possuem uma vida útil estimada de 40.000 h e
existem vários pontos de funcionamento de iluminação contínuo, como corredores e outros
locais como portaria e arquivo de documentos, estima-se para tal simulação a troca de
aproximadamente metade das lâmpadas instaladas no edifício no prazo de 8 anos. De acordo
com a Tabela 10, é necessária a troca de 650 lâmpadas após tal período, que geraria um custo
estimado com valores no futuro de R$ 19.400,00, considerando uma inflação de 4% ao ano. Ao
realizar-se o cálculo de valor presente liquido (VPL) do retrofit como um todo obtém-se um
custo total de R$ 35.500.
54
Tabela 10 - Equipamentos instalados pós retrofit.
55
Figura 24 - Comparativo curva de carga com demandas distintas (dias úteis) – kW/h.
Figura 25 - Comparativo curva de carga com demandas distintas (Finais de semana) – kW/h.
56
Os dados das curvas de carga de dias úteis e finais de semana da configuração pós-retrofit
foram inseridos no HOMER Pro de acordo com as premissas citadas anteriormente, conforme
retratado na Figura 26.
Para a criação do quarto cenário foram utilizados os mesmos dados de carga energética e
perfil de uso do cenário iii, porém houve a inclusão do sistema de geração de energia
fotovoltaica com otimização de quantidades realizada pelo HOMER optimizer®, obedecendo
as restrições de área disponível por meio da limitação da potência máxima gerada.
57
5. RESULTADOS
58
54,7%, em comparação à geração própria de energia solar 45,3%. A fração de energia renovável
nesse cenário é de 36,9%.
A partir da Tabela 13 é possível inferir que o tempo de retorno do capital desse sistema
com geração de energia solar (payback) é de 10,95 anos.
59
5.2. Comparação cenário (iii) com cenário (iv)
Nesse tópico será abordada a comparação dos cenários (iii) e (iv) que são referentes à
instalação com as curvas de carga pós realização do retrofit de iluminação. A partir dos dados
extraídos do HOMER Pro (Tabela 14) conclui-se que nessa comparação que a realização do
retrofit pode reduzir o custo total do sistema em R$ 1.450.000 (cenário i) para R$ 1.130.000.
Entretanto implementação da usina solar somada ao retrofit pode reduzir o custo do projeto em
15 anos para R$ 1.052.330,23, o que corresponde a uma economia total de 27,5% em relação
ao cenário atual.
60
da compra de energia oriunda da rede no consumo da edificação 55.1%, em comparação a
energia solar 44,9%, aumentando assim a fração renovável no sistema que atinge a parcela
36,7%.
A partir da Tabela 16 é possível inferir que o tempo de retorno do capital desse sistema
com geração de energia solar (payback) é de 10,88 anos.
61
5.3. Comparação entre cenários
62
6. CONCLUSÃO
No decorrer de tal trabalho foram analisados diferentes cenários para a melhor gestão da
energia elétrica no Centro de Convergência da Universidade Federal de Ouro Preto, campus
Morro do cruzeiro, considerando as condições atuais da edificação e propostas como a geração
de energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas.
A UFOP, antes da realização de tal estudo, já possuía estudos prévios realizados pela
equipe da Prefeitura do Campus que resultaram na opção de compra de energia em média/alta
voltagem na tarifa THS A4 Verde. Um projeto como esse proposto pode se tornar replicável
para outras unidades da instituição e servir como base de modelo de medição e verificação.
O segundo projeto mais atrativo é o cenário (iii) que consiste na realização apenas do
retrofit capaz de promover uma economia de aproximadamente R$320.000,00 no mesmo
período de tempo entretanto com um investimento inicial menor do que o cenário (iv), e em
terceiro lugar em atratividade a montagem do sistema fotovoltaico o cenário (ii) mantendo com
a instalação nos moldes atuais de consumo com uma economia de aproximadamente
R$90.000,00.
63
A viabilização de projetos desse porte para uma universidade pode ser realizada através
de fomentos de concessionárias de energia elétrica, no caso da UFOP, a CEMIG, por meio de
chamadas públicas do Programa de Eficiência Energética – Energia Inteligente. que avalia
projetos de eficiência e conservação da energia e destinam verbas específicas para a realização
dos mesmos a subvenção.
64
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Avancini, Danielly Bravin. IoT-based energy monitoring flexible Solutions: a new smart
energy meter. 2019. [101]. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Telecomunicações) -
Instituto Nacional de Telecomunicações, [Santa Rita do Sapucaí - MG].
65
BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Ministério de Minas e Energia.
Resolução Normativa nº 479/2012. 2012. Disponível em
<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012479.pdf. Acesso em 12 ago. 2020.
BRITISH PETROLEUM (BP). BP Statistical Review of World Energy. 68ª ed. Londres,
Reino Unido: BP plc, 2019. Disponível em: https://www.bp.com/content/dam/bp/business-
sites/en/global/corporate/pdfs/energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2019-full-
report.pdf. Acesso em: 30 out. 2019.
67
FLUKE. Analisador de Energia Fluke 1730. 2019. Disponível em: www.fluke.com. Acesso
em: 12 nov. 2019.
ISO – Iternational Standarization Organization (Suíça). All about ISO. Disponível em:
https://www.iso.org. Acesso em: 13 jan. 2020.
MENEGAKI, Angeliki (Ed.). The economics and econometrics of the energy-growth nexus.
Academic Press, 2018.
OLIVEIRA, Luísa Batista Zefredo de. Análise da redução de custos com energia elétrica de
uma empresa considerando mercado cativo, livre e instalação solar fotovoltaica. 2019. 41
f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Energia, Escola de Engenharia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.
68
PAULA, Gilberto Jose de. Medidor de demanda de energia elétrica residencial com acesso
remoto. 2013. 66 f. TCC (Graduação) – Curso de Engenharia da Computação, Faculdade de
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2019.
PROCEL. Resultados PROCEL 2019 – ano base 2018. 2019. Disponível em:
http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7B5A08CAF0-06D1-4FFE-B335-
95D83F8DFB98%7D&Team=¶ms=itemID=%7B675604FD-860E-4405-813E-
8BD9D5BB54FB%7D;&UIPartUID=%7B05734935-6950-4E3F-A182-629352E9EB18%7D.
Acesso em: 10 jan. 2020.
SILVA, Lara Raquel de Jesus Rodrigues; SHAYANI, Rafael Amaral; OLIVEIRA, Marco
Aurélio Gonçalves de. Análise comparativa das fontes de energia solar fotovoltaica,
hidrelétrica e termelétrica, com levantamento de custos ambientais. In: Congresso
Brasileiro de Energia Solar - CBENS. 2018.
69
UFOP. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. UFOP em números. Disponível
em: https://ufop.br/ufop-em-numeros. Acesso em: 14 out. 2020.
70