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Relatório de Estágio Obrigatório

Carolina de Paula Lemos

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO:


GEOENERGY ENGENHARIA E SERVIÇOS LTDA

Florianópolis
2021

Universidade Federal de Santa Catarina


Centro Tecnológico
Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental
Carolina de Paula Lemos

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO:


GEOENERGY ENGENHARIA E SERVIÇOS LTDA.

Relatório de Estágio Obrigatório e curricular do


curso de Graduação em Engenharia Sanitária e
Ambiental do Centro Tecnológico da Universidade
Federal de Santa Catarina, como requisito para a
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia
Sanitária e Ambiental.
Profa. Patrícia Kazue Uda

Florianópolis
2021
Carolina de Paula Lemos

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO:


GEOENERGY ENGENHARIA E SERVIÇOS LTDA.

Florianópolis, 21 de setembro de 2021.

________________________
Prof. Bruno Segalla Pizzolatti, Dr.
Coordenador(a) de Estágios do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental

________________________
Prof. Davide Franco, Dr.
Orientador(a) no Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC

GUILHERME Digitally signed by GUILHERME BRANDAO


PEREIRA DE SOUZA:05309733914

BRANDAO PEREIRA DN: c=BR, o=ICP-Brasil, ou=VideoConferencia,


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DE Federal do Brasil - RFB, ou=RFB e-CPF A3,


ou=(em branco), cn=GUILHERME BRANDAO
PEREIRA DE SOUZA:05309733914
SOUZA:05309733914
________________________
Date: 2021.09.22 09:09:17 -03'00'

Guilherme Brandão Pereira de Souza, Eng.


Supervisor na Empresa GeoEnergy Engenharia e Serviços LTDA

________________________
Carolina de Paula Lemos
Estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC
RESUMO

O presente relatório contém uma síntese das atividades desenvolvidas durante o período de
estágio obrigatório pela aluna Carolina De Paula Lemos na empresa GeoEnergy Engenharia e
Serviços Ltda. Realizado dentro do setor de Hidráulica e Hidrologia, o estágio permitiu
aprimorar e desenvolver conhecimentos em projetos de infraestrutura de empreendimentos de
geração de energia hidrelétrica e eólica. Dentre as atividades desenvolvidas pode-se destacar:
realização de estudos hidrológicos, estudos energéticos e de motorização e dimensionamento
de dispositivos hidráulicos.

Palavras-chave: Estágio Obrigatório. Engenharia Sanitária e Ambiental. GeoEnergy


Engenharia e Serviços Ltda.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4
1.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA (SETOR) ............................................................ 4

1.2 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA SEMANAL ......................................................... 5

2 RELATÓRIO DESCRITIVO ................................................................................... 6


2.1 ESTUDOS HIDROLÓGICOS ..................................................................................... 6

2.1.1 Fluviometria ................................................................................................................ 6

2.1.1.1 Caracterização fisiográfica ........................................................................................... 6

2.1.1.2 Vazões médias mensais e diária ................................................................................... 7

2.1.1.3 Vazões máximas ........................................................................................................... 7

2.1.1.4 Vazões mínimas ........................................................................................................... 7

2.1.2 Hidrometeorologia...................................................................................................... 7

2.1.2.1 Caracterização climática............................................................................................... 8

2.1.2.2 Pluviometria ................................................................................................................. 8

2.1.3 Hidrossedimentologia................................................................................................. 8

2.2 ESTUDOS ENERGÉTICOS E DE MOTORIZAÇÃO ............................................... 9

2.2.1 Ganho energético ........................................................................................................ 9

2.2.1.1 Vazão turbinada ............................................................................................................ 9

2.2.1.2 Rendimentos ................................................................................................................. 9

2.2.1.3 Queda líquida ............................................................................................................. 10

2.2.2 Análise custo-benefício ............................................................................................. 11

2.3 DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL .. 11

2.3.1 Chuvas de Projeto .................................................................................................... 12

2.3.2 Vazões de Projeto ..................................................................................................... 12

3 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 13
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1 INTRODUÇÃO

O estágio é indispensável para a formação profissional dos acadêmicos, visto que


permite a união dos conhecimentos adquiridos em sala de aula com a realidade vivenciada no
ambiente de trabalho. É durante este período que os estudantes são preparados para os desafios
de uma carreira profissional.
Este relatório apresenta as principais atividades desenvolvidas durante o estágio
obrigatório pela aluna Carolina de Paula Lemos, realizado no setor de Hidráulica e Hidrologia
da empresa GeoEnergy Engenharia e Serviços Ltda. O estágio foi realizado no segundo
semestre do ano de 2021 (semestre 2021.1), contando com a carga horária de 40 horas semanais.
Primeiramente, será apresentado a empresa e uma síntese das atividades realizadas
semanalmente durante o período do estágio. Em seguida, o relatório trará o embasamento
teórico das principais atividades desenvolvidas.

1.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA (SETOR)

A empresa GeoEnergy Engenharia e Serviços Ltda. foi criada em 2008 e presta


serviços na área de desenvolvimento de projetos de empreendimentos dentro do ramo de
energias renováveis. A GeoEnergy conta com um grupo de profissionais com anos de
experiência na área de geração de energia, por esse motivo, o principal produto da empresa são
as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH’s) e
demais empreendimentos ligados à geração de energia elétrica, como os Parques Eólicos.
Devido às diferentes naturezas dos projetos realizados e da organização física do
escritório, a empresa apresenta um ambiente dinâmico e interativo, o que proporciona um bom
aprendizado.
O estágio foi desenvolvido dentro do setor de Hidráulica e Hidrologia, tendo uma carga
semanal de 40 horas. Os projetos em que a autora pode participar foram de PCH´s, CGH’s e
Parques Eólicos. Dentre as principais atividades desenvolvidas, pode-se destacar a realização
de estudos hidrológicos, a realização de estudos energéticos e de motorização e o
dimensionamento de dispositivos hidráulicos.
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1.2 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA SEMANAL

Abaixo, apresenta-se uma síntese das atividades realizadas e a carga-horária trabalhada


de acordo com cada semana de estágio. As semanas em que não se trabalhou 40 horas
correspondem às semanas com feriados.
Semana 1 (05/07 a 09/07): Estudos hidrológicos para um projeto de infraestrutura de
uma PCH (40 h).
Semana 2 (12/07 a 16/07): Dimensionamento de dispositivos de drenagem superficial
de uma PCH e elaboração do memorial de cálculo (40 h).
Semana 3 (19/07 a 23/07): Automatização da planilha de estudos energéticos e de
motorização (40 h).
Semana 4 (26/07 a 30/07): Automatização da planilha de estudos energéticos e de
motorização (40 h).
Semana 5 (02/08 a 06/08): Estudos hidrológicos para um projeto de infraestrutura de
uma PCH (40 h).
Semana 6 (09/08 a 13/08): Estudos hidrológicos para um projeto de infraestrutura de
uma PCH (40 h) e visita a PCH Caveiras em Lages/SC.
Semana 7 (16/08 a 20/08): Estudos hidrológicos para um projeto de infraestrutura de
um Complexo Eólico (40 h).
Semana 8 (23/08 a 27/08): Dimensionamento de dispositivos de drenagem superficial
de uma PCH e elaboração do memorial de cálculo (40 h).
Semana 9 (30/08 a 03/09): Dimensionamento de dispositivos hidráulicos (vertedouro,
borda livre, canal de adução e condutos) de um projeto de infraestrutura de uma PCH e
elaboração do memorial de cálculo (40 h).
Semana 10 (06/09 a 10/09): Estudos hidrológicos para um projeto de infraestrutura de
uma PCH (32 h).
Semana 11 (13/09 a 17/09): Automatização da planilha de determinação do diâmetro
ótimo para condutos de adução em projetos de infraestrutura (40 h).
Semana 12 (20/09 a 24/09): Estudos energéticos e de motorização de uma PCH (40 h).
Semana 13 (27/09 a 01/10): Dimensionamento de dispositivos de drenagem superficial
de uma PCH e elaboração do memorial de cálculo (40 h).
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2 RELATÓRIO DESCRITIVO

Conforme apresentado acima, dentre as atividades desenvolvidas durante o estágio,


pode-se destacar:
• A realização de estudos hidrológicos;
• A realização de estudos energéticos e de motorização;
• O dimensionamento de dispositivos de drenagem superficial.

2.1 ESTUDOS HIDROLÓGICOS

Os estudos hidrológicos buscam a representação dos processos físicos que ocorrem na


bacia hidrográfica (TUCCI, 1998). De forma geral, as subáreas incluídas nos estudos realizados
para PCH’s e CGH’s são a fluviometria, a hidrometeorologia e a hidrossedimentologia.

2.1.1 Fluviometria

A fluviometria representa o estudo do escoamento superficial e irá compreender a


caracterização fisiográfica, a determinação da série de vazões mensais e diárias e a
determinação das vazões máximas e mínimas.

2.1.1.1 Caracterização fisiográfica

Dados fisiográficos são aqueles que podem ser extraídos de mapas, fotografias aéreas
e imagens de satélite (TUCCI, 1998). Estes dados são chamados de índices fisiográficos e
exprimem áreas, comprimentos, declividades e coberturas de solo. Nos projetos desenvolvidos
pela GeoEnergy, os índices sempre considerados são a área de drenagem, o índice de
compacidade, o fator de forma, a declividade do rio e o tempo de concentração.
Os softwares ArcGIS e QGIS são as principais ferramentas utilizadas para a
determinação destes parâmetros, a partir de dados obtidos em modelos de elevação
disponibilizados pelo Serviços Geológico dos Estados Unidos (USGS), no endereço eletrônico
http://earthexplorer.usgs.gov/. Além disso, são elaborados mapas para ilustrar a localização e a
área da bacia hidrográfica de interesse, assim como as estações fluviométricas selecionadas
para a análise e as suas respectivas áreas de drenagem.
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2.1.1.2 Vazões médias mensais e diária

A caracterização do regime hidrológico de vazões na região de interesse é realizada a


partir de dados consistidos de cotas médias diárias, resumos de medição de descargas líquidas,
curvas-chave e vazões médias diárias de estações de monitoramento da Agência Nacional de
Águas (ANA), obtidos no endereço eletrônico http://hidroweb.ana.gov.br.
As estações fluviométricas obtidas pelo endereço eletrônico da ANA, após passarem
por uma consistência, são correlacionadas com a estação de base escolhida e, em seguida,
regionalizadas para a região de interesse. A série hidrológica mensal resultante é essencial para
a realização dos estudos energéticos e de motorização, enquanto a série diária é utilizada na
determinação das vazões mínimas e na estimativa da vida útil do reservatório.

2.1.1.3 Vazões máximas

A definição das vazões de pico e das cheias de projeto são importantes para os estudos
de desvio do rio, bem como para o estabelecimento das cotas de proteção na tomada d’água e
da casa de força. As distribuições de probabilidade normalmente empregadas para determinação
das vazões máximas são Log-Normal, Gumbel, Normal e Exponencial.

2.1.1.4 Vazões mínimas

A análise de vazões mínimas, a partir da série de vazões médias diárias, irá determinar
a vazão ecológica, ou seja, a quantidade de água que deve permanecer no leito dos rios para
atendimento das demandas do ecossistema aquático, para preservação da flora e da fauna
relacionada ao corpo hídrico (CRUZ, 2005). As distribuições normalmente utilizadas são
Gumbel e a Probabilidade Teórica de Weibull para dois e três parâmetros.

2.1.2 Hidrometeorologia

A hidrometeorologia é a ciência que trata da água na atmosfera (TUCCI, 1998) e inclui


tanto a caracterização climática, quanto a pluviometria.
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2.1.2.1 Caracterização climática

A caracterização climática era determinar o clima na região de interesse. No Brasil,


existem várias classificações climáticas, sendo as duas mais utilizadas a de Arthur Strahler e a
de Wilhem Köppen. Strahler baseia a sua classificação nas áreas da superfície terrestre,
controladas ou dominadas pelas massas de ar. Por sua vez, Köppen se baseia fundamentalmente
na temperatura, na precipitação e na distribuição de valores de temperatura e precipitação
durante as estações do ano.
A temperatura, a umidade e a evapotranspiração média são determinadas a partir das
Normais Climatológicas de 1981 a 2010 (DINIZ; RAMOS; REBELLO, 2018). Apenas os
valores de Evapotranspiração Real e Evapotranspiração Potencial são obtidos do Banco de
dados Climáticos do Brasil - Embrapa, no endereço eletrônico www.bdclima.cnpm.embrapa.br.

2.1.2.2 Pluviometria

Com a pluviometria é possível estimar a precipitação média na região de interesse ao


longo do ano. Assim como na fluviometria, a precipitação média diária no local de interesse é
estimada a partir dos dados disponibilizados pela ANA em seu endereço eletrônico. Após a
extração dos dados, é preciso consolidá-los e correlacioná-los para encontrar a precipitação
acumulada mensal média da área de interesse.
Para as obras de drenagem pluvial, os resultados realmente importantes são os quantis
de intensidade de chuva para diferentes períodos de retorno e durações, também representados
de forma gráfica através das curvas de Intensidade-Duração-Frequência (IDF). As distribuições
normalmente empregadas para a determinação dos quantis são a distribuição de probabilidade
de valores extremos Tipo I de Gumbel, Log-Normal de dois parâmetros, Log-Person Tipo III,
Exponencial e Generalizada de Valores Extremos (GEV).

2.1.3 Hidrossedimentologia

Este estudo envolve o deslocamento, o transporte e o depósito de partículas sólidas


presentes na superfície da bacia, os quais provocam um remanejo dessas partículas. Esta
redistribuição pode levar a uma alteração no ciclo hidrológico, afetando o uso, a conservação e
a gestão dos recursos hídricos (TUCCI, 1998).
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O estudo de hidrossedimentologia na GeoEnergy busca evidenciar o volume de


sedimentos a ser retido pelo reservatório do empreendimento hidrelétrico durante um ano e qual
a vida útil do reservatório até que se atinja a cota do Nível de Água (NA) Normal do reservatório
e a cota da tomada d’água. É utilizada a curva proposta por Churchill, na versão apresentada
por Vanoni (1977), para determinar o Índice de Sedimentação e o sedimento efluente (%).

2.2 ESTUDOS ENERGÉTICOS E DE MOTORIZAÇÃO

Os estudos energéticos e de motorização são importantes para a determinação do


número de unidades geradoras e potência ideais para empreendimentos hidrelétricos, levando
em consideração tanto o ganho energético quanto o custo incremental de cada alternativa.

2.2.1 Ganho energético

A principal equação que rege esta análise é a equação da potência (Equação 1). Desta
equação pode-se deduzir que a potência de um empreendimento dependerá da vazão turbinada
(Qturb), do rendimento da turbina (ηturb) e do gerador (ηgerador), da aceleração da gravidade (g) e
da queda líquida (Hlíq).

𝑃𝑜𝑡 = 𝑄𝑡𝑢𝑟𝑏 𝑥 𝑛𝑡𝑢𝑟𝑏 𝑥 𝑛𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑥 𝑔 𝑥 𝐻𝑙í𝑞 (1)

2.2.1.1 Vazão turbinada

A vazão turbinada representa a parcela máxima da vazão que passará pelas turbinas do
empreendimento hidrelétrico e gerar energia.

2.2.1.2 Rendimentos

Todo o empreendimento hidrelétrico terá em sua composição uma turbina e um


gerador. A turbina é formada por uma série de pás ligadas a um eixo acoplado ao gerador. As
turbinas irão receber a água sob pressão, provenientes de um conduto forçado, que irão gerar o
movimento giratório do eixo. Por sua vez, este movimento do eixo irá gerar um campo
magnético induzido no gerador, resultando na geração de eletricidade.
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Assim como em outras máquinas, existe uma relação entre a potência recebida e a
potência cedida pela turbina e pelo gerador, que é conhecida como rendimento. No caso das
turbinas, a queda líquida e a vazão turbina são os dois parâmetros utilizados para a escolha
preliminar do tipo de turbina, conforme Figura 1.

Figura 1 – Escolha do tipo de turbina

Fonte: ELETROBRAS (2000)

2.2.1.3 Queda líquida

A queda líquida será a queda bruta subtraída das perdas de carga do circuito de
geração. A queda bruta representa a queda d’água do empreendimento, ou seja, a diferença
entre o N.A Normal de montante e de jusante. A definição da queda efetivamente disponível
(queda líquida) é essencial para determinação da energia passível de ser gerada.
A queda de um empreendimento hidrelétrico pode ser natural ou artificial. A queda é
considerada natural quando a diferença na elevação de montante e jusante é resultado da
11

elevação natural do terreno. Quando o terreno natural não possui diferença de queda suficiente
para viabilizar a construção de um empreendimento, é possível criar artificialmente este
desnível através do represamento do rio, ou seja, da construção de uma barragem.

2.2.2 Análise custo-benefício

Ao passo que o aumento na potência poderá aumentar a geração de energia, o aumento


no número de máquinas, essenciais para o acréscimo de potência, irá aumentar o custo do
projeto. O balanço entre os custos envolvidos no acréscimo de potência e os benefícios
relacionados ao aumento na geração de eletricidade irá definir o número ideal de unidades
geradoras e a potência ótima.
As análises energético-econômicas consideram a taxa de desconto nominal, a vida útil
do empreendimento, o valor de venda da energia, custo incremental de implantação, custos
incrementais de Operação e Manutenção e os impostos incidentes.

2.3 DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL

Os dispositivos de drenagem devem ordenar e conduzir o escoamento superficial até


o lançamento em terreno natural ou no canal natura, de forma a garantir a integridade e a
funcionalidade das estruturas na área da PCH. Os critérios adotados e os padrões de estruturas
seguiram as premissas encontradas no DNIT (2018), DNIT (2005a) e TUCCI (1993).
A Figura 2 apresenta as estruturas pertencentes a um projeto de drenagem: sarjetas,
valetas, caixas coletoras, bueiros, dissipadores de energia e descidas d’água.

Figura 2 – Seção Típica de Drenagem

Fonte: Arquivos GeoEnergy.


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O primeiro passo para o dimensionamento das estruturas de drenagem é a realização


de estudos hidrológicos com o objetivo de determinar as chuvas de projeto, e posteriormente,
as vazões de projeto usadas no cálculo das estruturas de drenagem.

2.3.1 Chuvas de Projeto

Como mencionado na seção 2.1.2.2, os quantis de intensidade, duração e frequência


são importantes para o dimensionamento dos dispositivos de drenagem. A partir dos quantis,
além da curva IDF, é possível gerar equações empíricas de intensidade de chuva, conforme
equação abaixo.
𝑎. 𝑇𝑅 𝑚
𝑖𝑚á𝑥 = (2)
(𝑏 + 𝑑𝑐 )𝑛

Onde:
imáx = Intensidade máxima de chuva (mm/h);
TR = Tempo de recorrência (anos);
dc = duração da chuva (min);
a, b, m, n = coeficientes de ajuste, variáveis de acordo com a localidade.

Segundo DNIT (2005b), o período de recorrência para projetos de drenagem


superficial poderá variar de 5 a 10 anos. Já a duração da chuva deverá ser igual ao tempo de
concentração da bacia, ou seja, o tempo necessário para que toda a área de drenagem passe a
contribuir para a vazão na seção estudada (PINTO et al., 2013).

2.3.2 Vazões de Projeto

Para projetos de PCHs, CGHs e Parques Eólicos, as áreas de contribuição do


escoamento costumam ser pequenas, menores que 2,0 km². Por este motivo, a metodologia
aplicada no cálculo das vazões de projeto normalmente é o Método Racional. Para tanto, faz-
se necessário o uso de parâmetros de cálculo, como a área de contribuição de cada estrutura, a
intensidade da chuva e o coeficiente de escoamento superficial (C), sendo este último, o
parâmetro que define a proporção do total precipitado que realmente se transforma em
escoamento superficial. Neste método a vazão é dada pela Equação 3.
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𝐶. 𝑖. 𝐴
𝑄= (3)
3,6
Onde:
C = Coeficiente de escoamento superficial, determinado a partir do uso e do tipo do solo;
i = Intensidade do evento chuvoso para uma duração e um tempo de retorno (mm/h);
A = Área de drenagem da bacia hidrográfica (km²).
A estimativa do coeficiente C são baseadas na Tabela 1, que apresenta os diferentes
valores de coeficiente de deflúvio para cada tipo de ocupação.

Tabela 1 – Valores do coeficiente de deflúvio - C


Tipo de ocupação Coeficiente C
Grande 0,60 a 0,70
Médio 0,40 a 0,60
Pequeno 0,20 a 0,40
Áreas livres (matas, parques e campos) 0,05 a 0,20
Pavimentos 0,70 a 0,95
Solo arenoso 0,05 a 0,15
Solo argiloso 0,15 a 0,35
Fonte: RIGHETTO (1998)

A partir dessas informações e do DNIT (2005a) é possível dar continuidade no


dimensionamento hidráulico de cada uma das estruturas do sistema (sarjetas, valetas, caixas
coletoras, bueiros e dissipadores de energia).

3 CONCLUSÃO

O estágio obrigatório desenvolvido na empresa GeoEnergy Engenharia, dentro do


setor de Hidráulica e Hidrologia, possibilitou aprimorar os conhecimentos adquiridos durante a
graduação e compreender a importância do diálogo entre diferentes setores para o
desenvolvimento de um projeto coerente. Para mais, o convívio diário com os engenheiros e
técnicos da empresa trouxe uma visão das habilidades interpessoais importantes para o bom
desenvolvimento de um profissional.
14

A empresa trabalha com uma organização física que permite uma excelente troca entre
os pares, tornando o ambiente de trabalho dinâmico e agradável, mantendo sempre uma boa
organização. Os estagiários são tratados da mesma forma que os profissionais da empresa,
designando-os tarefas de responsabilidade. Tal característica torna o desenvolvimento
profissional exponencial, formando profissionais muito mais preparados para o mercado de
trabalho. Junto a responsabilidade entregue aos estagiários há também uma equipe de trabalho
sempre disponível para ensinar. Devido a todas os pontos citados acima, não houve dificuldades
durante o período de trabalho.

Dentro do desenvolvimento tecnológico em que nos encontramos, a utilização de


ferramentas computacionais para a resolução de problemas é de extrema importância para a
formação de um engenheiro. Além dos conhecimentos práticos e teóricos adquiridos, este
estágio também permitiu a utilização e aprimoramento de alguns softwares, como o ArcGIS,
QGIS, MicroStation, HEC-RAS e Visual Basic for Applications (VBA).
15

REFERÊNCIAS

CRUZ. R. C. Prescrição de vazão ecológica: aspectos conceituais e técnicos para bacias


com carência de dados. 2005. 135f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Instituto de Biociências,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

DINIZ, F. A.; RAMOS. M. A.; REBELLO. E. R. G. Brazilian climate normal for 1981-2010.
Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.53, n.2, p.131-143, fev. 2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pab/a/WrrC5Btrkx4sRjgr8dKFBdB/?format=pdf&lang=en. Acesso
em: 15 set. 2021.

DNIT. Álbum de Projetos-Tipo de Dispositivos de Drenagem. 5ª Edição. Rio de Janeiro, Rio


de Janeiro. 2018.

DNIT. Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem. 2ª edição. Rio de Janeiro,
RJ. 2005.

DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários: escopos


básicos/instruções de serviço. 2ª Edição. Rio de Janeiro, 2005.

ELETROBRAS. Diretrizes para estudos e projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas.


2000.

PINTO, N. L. S.; HOLTZ, A. C. T.; MARTINS, J. A.; GOMIDE, F. L. S. Hidrologia Básica.


14ª edição. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 2013.

RIGHETTO, A. M. Hidrologia e Recursos Hídricos. São Carlos: Editora EESC-USP, 1998.

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. 2ª edição. Porto Alegre: Editora da


Universidade, 1993. UFRGS, Porto Alegre, RS.

VANONI, V. A. Sedimentation Engineering. ASCE, American Society of Civil Engineers.


New York, 1977.

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