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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
Santa Maria, RS
2017
Adriano Ricardo Kappes
Santa Maria, RS
2017
Adriano Ricardo Kappes
______________________________________
Delmira Beatriz Wolff, Dra. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
________________________________________
Rutinéia Tassi, Dra. (UFSM)
________________________________________
Mário L. Trevisan, Dr. (UFSM)
Santa Maria, RS
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 6
3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .............................................................................. 7
4. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 8
4.1 PROJETO DE INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA .......................................... 8
4.2 PROJETO DE ESGOTOS SANITÁRIOS ....................................................................... 9
4.3 PROJETO DE COLETA DE ÁGUAS PLUVIAIS .......................................................... 9
4.4 PROJETO ELÉTRICO ................................................................................................... 10
4.5 PROJETO DE APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA .................................. 11
4.6 PROJETO DE GALERIAS DE DRENAGEM URBANA ............................................ 11
4.7 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........................................................... 13
4.8 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................................... 14
5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS................................................................................... 16
5.1 BARRACÃO METÁLICO ............................................................................................. 16
5.2 RESIDÊNCIA COM DOIS PAVIMENTOS ................................................................. 19
5.3 DUAS CASAS DE BAIXO PADRÃO .......................................................................... 22
5.4 LOTEAMENTO RECANTO DO PARK ....................................................................... 24
5.4.1 Projeto do sistema de abastecimento de água ...................................................... 25
5.4.2 Projeto do sistema de drenagem urbana .............................................................. 26
5.5 USINA DE EXTRAÇÃO DE ROCHA E BRITAGEM ................................................ 29
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33
5
INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A Lotte Empreendimentos está localizada na Rua Vila Lobos, 271, Toledo, PR, e foi
fundada em parceria firmada entre o pai, Corretor de Imóveis, Pedro Norberto Lotte e o filho,
Engenheiro Civil, Welthon Roberto Lotte, sendo estes os únicos funcionários da empresa.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
Aqui serão abordados em uma breve revisão bibliográfica cada tipo de projeto
trabalhado neste estágio acadêmico supervisionado.
As etapas do projeto de água fria são: tipo e ocupação do prédio; capacidade atual e
futura; tipo do sistema de abastecimento; pontos de utilização; sistema de distribuição,
reservatório, materiais e aparelhos sanitários; tipo de medição; aproveitamento da água da
chuva; sistema de combate a incêndio; traçado da tubulação de distribuição (Tassi, 2015).
Tubulações que tem acesso direto aos gases provenientes do coletor público são
chamadas de primárias, enquanto que as que não possuem contato direto com os gases do
coletor público são as secundárias. Todos os aparelhos sanitários devem ser conectados em
tubulações de esgoto primário com uso de desconectores, conforme cita Tassi, 2015.
A água da chuva causa danos à durabilidade e à boa aparência das edificações. Desta
forma necessita-se que esta água seja recolhida e transportada à rede pública pelo trajeto mais
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curto e mais rápido possível (Tassi, 2014). A norma brasileira para projetos de coleta de águas
pluviais é a NBR 10844/1989.
De acordo com Bohn (20??), as finalidades das instalações de águas pluviais são:
Tendo em vista que nem todo o consumo de água de uma residência precisa ser de
água potável, o projeto de aproveitamento de água da chuva traz redução nos custos com água
potável sendo uma alternativa do Programa de Gestão de Recursos Hídricos (Tassi et. al.,
2015).
O sistema inicia-se com a captação da precipitação que incide sobre uma superfície
impermeável (geralmente telhados) sendo armazenada em reservatórios ou cisternas, gerando
benefícios econômicos e ambientais (Tassi et. al., 2015).
Inspeção e registro da situação dos imóveis: laudos e imagens podem ser utilizados
para verificar uma possível interferência das edificações no entorno das galerias;
Captações: dimensionamento de bocas de lobo;
Orçamento: relação de materiais e preços em diversos locais distintos.
O serviço de abastecimento de água por meio de uma rede geral caracteriza-se pela
retirada de água bruta da natureza, adequação de sua qualidade aos padrões de potabilidade,
transporte e fornecimento à população através de rede geral de distribuição (Bayer, 2014).
Para que sejam lançados efluentes com cargas poluidoras não prejudiciais aos corpos
hídricos, se faz necessária a aplicação de algum tipo de tratamento de efluentes, reduzindo a
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) até um nível compatível com as condições do corpo
receptor. Para que isto seja obtido, diversos tipos de tratamento podem ser empregados os
quais são avaliados de acordo com a eficiência de remoção de DBO (Ferreira, 2003).
De acordo com a NBR 12209/2011, os requisitos para um projeto de tratamento de
efluentes são:
População atendida ou possível de ser atendida nas diversas fases do plano;
Vazões e demais características dos esgotos afluentes à ETE nas diversas fases do
plano;
Exigências legais e ambientais;
Características requeridas para o efluente tratado nas diversas etapas do plano;
Forma de disposição final do efluente líquido: corpo receptor, ponto de lançamento,
previsão de reuso.
Forma de armazenamento de subprodutos sólidos e sua disposição final: local de
disposição, possível reuso deste material;
Área selecionada para implantação da ETE em escala de 1/1000 com seu
levantamento planialtimétrico;
Sondagens de reconhecimento do subsolo na área;
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5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O projeto foi elaborado em uma planta com dois barracões metálicos de 982,5m² cada.
No projeto hidrossanitário foi contemplado apenas os banheiros e lavatórios de cada barracão,
que são os únicos pontos de água fria desta edificação. A tubulação utilizada foi de 25mm
para os banheiros e 20mm para os lavatórios, iniciando-se em um reservatório de 1000L. O
dimensionamento da tubulação e do reservatório foi feito conforme escolha do empreendedor
e do setor de engenharia da empresa. O abastecimento do reservatório será feito a partir de
poço artesiano, com aplicação de bomba de recalque que foi dimensionada, obtendo-se o
modelo da KSB Meganorm 40/25/160. A seguir, seguem imagens (figuras 2, 3 e 4) do
esquema isométrico da tubulação de água fria dos barracões e detalhamentos necessários ao
entendimento do projeto.
Para a mesma edificação, elaborou-se o projeto de coleta de esgoto, tendo como base
para o dimensionamento, o método das UHC (Unidades Hunter de Contribuição). Desta
forma, as tubulações de esgoto primário são de 100mm e coletam os despejos das bacias
sanitárias. Quanto às tubulações de esgoto secundário iniciam-se com tubulações de 40mm,
seguidas de um ralo sifonado, de onde partem com diâmetro de 50mm em direção ao ramal de
esgoto. A figura 5 ilustra esta configuração.
Ressalta-se que tanto a água não coletada pelo reservatório, quanto a água que sai pelo
extravasor, seguem para caixas de inspeção, sendo lançadas na sarjeta. O dimensionamento
das calhas foi realizado pela formula de Manning. Para cálculo da vazão, utilizou-se
intensidade pluviométrica de 200mm/h. As áreas de contribuição dos telhados bem como os
diâmetros dos tubos horizontais e verticais foram calculadas de acordo com a NBR
10844/1989.
Esta residência foi contemplada com os projetos: água fria, esgoto, pluvial e elétrico.
As maiores dificuldades de elaboração destes projetos foi a diferença arquitetônica de seus
pavimentos, exigindo criatividade na disposição de tubos de queda, eletrodutos, colunas de
água fria, etc.
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O projeto de água fria atendeu quatro banheiros, uma cozinha, uma lavanderia e uma
edícula, os quais receberam tubulações de diâmetro 25mm. Foram utilizadas quatro colunas
de distribuição de água fria. O reservatório escolhido foi de 500L pois a residência foi
considerada de baixo padrão. Para dimensionamento, o ponto mais desfavorável foi
considerado um dos chuveiros do pavimento superior, o qual foi abastecido com pressão
maior do que 1 m.c.a (metro de coluna d’água). A figura 7 exemplifica a distribuição da
tubulação em alguns cômodos da casa.
O projeto de esgoto foi baseado no método das UHC, com tubulação primária de
100mm, secundária de 40mm, interposição de desconectores e aumento do diâmetro para
50mm em direção à tubulação primária, conforme o exemplo do banheiro do pavimento
superior, na figura 8. Ressalta-se aqui a necessidade de instalação de caixas sifonadas anti-
espuma na lavanderia, devido à natureza dos despejos, evitando-se desconfortos para o
proprietário da residência. Todos os despejos são encaminhados para caixas de inspeção, com
os despejos da cozinha passando primeiro por uma caixa de gordura. Após as caixas de
inspeção, estes são lançados na rede pública.
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Figura 8: Amostra da disposição da tubulação de esgoto de banheiro do pavimento superior. Fonte: Autor.
O projeto de coleta de águas pluviais necessitou recolher águas de uma sacada. Foram
dispostos dois ralos secos, com tubulação de 75mm de acordo com a vazão calculada pela
área de contribuição. As calhas foram calculadas pela formula de Manning e o
dimensionamento das tubulações foi realizado conforme a NBR 10844/1989. Também foram
dispostas caixas de inspeção após os tubos de queda, finalizando o percurso até o coletor
público após passagem por uma caixa de areia.
Por fim, foi realizado o projeto elétrico esta residência. Por ser de dois pavimentos,
foram dispostas dois quadros de distribuição em cada pavimento. A potência instalada foi de
14500W no quadro 1 e 20540W no quadro 2. Foram instaladas 3 fases devido às cargas
maiores dos chuveiros e condicionadores de ar. A figura 9 ilustra um cômodo da casa com sua
distribuição de circuitos.
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Este projeto diz respeito a duas casas de baixo padrão, construídas para
financiamentos do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Cada casa ocupou meio lote e,
assim como a parte arquitetônica, os projetos complementares também foram simplificados.
sifonado do chuveiro têm saída com diâmetro 50mm e a pia têm ramal de esgoto de 40mm
que segue para um ralo sifonado. A figura 11 mostra a tubulação de esgoto do banheiro.
O projeto pluvial desta edificação foi elaborado da mesma forma que os projetos
anteriores com a diferença de não haverem caixas de passagem, devido ao pequeno espaço no
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terreno. Porém, antes de serem lançadas no coletor público, as águas pluviais passam por uma
caixa de areia.
O projeto elétrico destas residências foi elaborado da mesma forma que os projetos
anteriores, com uma potência instalada de 9160W em um sistema bifásico.
Este projeto foi elaborado em parceria com outra empresa de Toledo, a Construmaq.
Esta empresa atua no ramo de loteamentos, pedreira, imobiliária, comércio de produtos como
areia, pedra e pavimentação asfáltica.
Figura 12: Disposição dos lotes do loteamento recanto do park. Fonte: Autor.
O loteamento será realizado a partir de outro loteamento já existente. Neste projeto, foi
necessário dimensionar a rede de abastecimento de água e a rede de drenagem urbana,
compreendendo galerias subterrâneas, sarjetas e bocas de lobo.
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Para realização deste projeto, inicialmente necessitou-se distribuir a rede ao longo das
ruas, estabelecendo pontas secas de acordo com o sentido do fluxo da água, baseando-se pelo
levantamento planialtimétrico da área. Qualquer projeto de sistema de abastecimento de água
deve atender uma pressão mínima de 10 m.c.a no ponto mais crítico da rede. Levando isto em
conta, elaborou-se uma planilha de cálculos.
Ressalta-se que este projeto foi diferente do usual, pois é mais comum se ter a pressão
disponível em um reservatório no início da rede e ao final verificar se a altura deste
reservatório satisfaz a pressão mínima requerida no ponto mais desfavorável. Porém, neste
projeto, a rede de água foi uma continuação da rede de água existente na cidade. Então,
calculou-se a rede de jusante para montante, admitindo-se o valor mínimo de pressão no ponto
mais desfavorável da rede e, ao final, encontrou-se o valor necessário de pressão no início da
rede. Foi feita uma recomendação no projeto, para que seja feita uma medição da pressão no
início da rede e, caso esta seja inferior ao calculado, não haverá atendimento da pressão
mínima no ponto mais desfavorável e os responsáveis pela execução do projeto terão que
adequar isto. O mesmo se observa para o caso da vazão que, caso não seja suficiente para
atender toda a rede, deverá ser incrementada. Na figura 13 exibem-se alguns trechos do
sistema de abastecimento do loteamento.
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Figura 13: Alguns trechos do sistema de abastecimento de água do Loteamento Recanto do Park. Fonte: Autor.
Para dar início ao sistema, inicialmente necessitou-se calcular as vazões máximas pela
sarjeta. Isto se faz necessário para que o projeto seja mais econômico, uma vez que serão
dispostas bocas de lobo apenas quando a capacidade de escoamento pela sarjeta for
extrapolada ao máximo. Desta forma, foram calculadas as vazões que cada porção de área
gera para cada sarjeta e, enquanto a sarjeta suportar esta vazão, ou a soma das vazões de
várias áreas escoantes, o escoamento da água pluvial será superficial. Para calcular a
capacidade de cada sarjeta, utilizou-se a fórmula de Manning Strickler:
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1
𝑄= . 𝐴. 𝑅ℎ 2/3 . 𝑖 1/2
𝑛
Sendo:
Para calcular a vazão de contribuição de cada área, foi utilizado o método racional.
𝑄 = 2,78. 𝐶. 𝑖. 𝐴
Sendo:
Neste caso, os valores foram: C = 0,9 para áreas com 65% de impermeabilização e o
restante coberto por grama, como solo tipo C; i = 150mm/h para tempo de concentração de
10min e tempo de retorno de 5 anos.
d’água foi estipulado em 12cm, visto que a altura do meio fio é de 15cm. As dimensões dos
lados da boca de lobo são escolhidas de acordo com a preferência do projetista. O modelo de
boca de lobo utilizada é com grelha e sem depressão, conforme ilustra a figura 14.
Figura 14: Modelo de boca de lobo utilizado. Fonte: Adaptado de Nakamura, 2011.
Por fim, para enviar subterraneamente toda a água pluvial para o curso d’água, foram
dimensionadas tubulações de concreto armado. Para dimensionar tais estruturas, foi
necessário utilizar a fórmula de Manning Strickler modificada para cálculo do diâmetro:
𝑄
𝐷 = 1,55. ( )3/8
𝐾. 𝑆 1/2
Sendo:
Q = Vazão (m³/s).
Para o projeto de água fria, foi instalado um reservatório de 5000L para água potável,
captada de poço artesiano. Outro reservatório foi instalado para aproveitamento da água da
chuva, com volume de 1000L, de acordo com a preferência do setor de engenharia da
empresa. As tubulações de distribuição de água fria foram definidas de 32mm devido a vazões
maiores nos processos de lavagem e 20mm para o banheiro. Em cada cômodo do barracão foi
instalada uma torneira de água potável e outra de água pluvial, com exceção do banheiro.
Por fim, foi necessário elaborar um projeto de tratamento de efluentes gerados pelas
lavagens de peças e veículos. Para isto, foram dispostas canaletas em todos os cômodos do
barracão para coletar os despejos. A partir destas canaletas, os efluentes passavam por caixas
de inspeção, no interior de uma tubulação de esgoto 100mm, até chegar em uma caixa
separadora água/óleo/sedimentos. Esta caixa foi elaborada segundo o modelo de Fibratec
Engenharia e possui volume de 1000L e capacidade para tratar até 2000L/h. Ressalta-se que o
óleo e os sedimentos separados pela caixa deverão ser coletados por uma empresa
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Figura 18: Sistema de tratamento do efluente gerado pelo barracão. Fonte: Dimensões: Fibratec Engenharia;
Desenho: Autor.
Figura 19: Visualização em corte da caixa separadora. Fonte: Dimensões: Fibratec Engenharia; Desenho: Autor.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, todo o conteúdo recebido no âmbito acadêmico pôde ser aproveitado e
aperfeiçoado na prática de projetos, gerando crescimento intelectual e abrindo portas para um
novo território da Engenharia.
33
REFERÊNCIAS
Fibratec Engenharia. Caixa de separação de água e óleo. Chapecó – SC. Disponível em:
<http://fibratec.com.br/solucoes-para-sustentabilidade/caixa-de-separacao-de-agua-e-oleo>.
Acesso em: 03 de junho de 2017.
Nakamura, J. Saneamento: Bocas de lobo. Infraestrutura Urbana. São Paulo, set., 2011.
Disponível em: < http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/8/2-bocas-de-lobo-
como-planejar-o-posicionamento-das-239376-1.aspx>. Acesso em: 03 de junho de 2017.
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Pita, M. Saneamento: Galeria de água pluvial. Infraestrutura Urbana. São Paulo, 11 de dez.,
2011. Disponível em: <http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/11/galeria-
de-agua-pluvial-os-detalhes-tecnicos-do-projeto-245146-1.aspx>. Acesso em 03 de junho de
2017.