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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE
PETRÓLEO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
NITERÓI
1/2022
GABRIEL TELES VALENTE
Orientadora:
Prof.ª Alessandra da Rocha Duailibe Monteiro
NITERÓI
1/2022
Ficha catalográfica automática - SDC/BEE Gerada
com informações fornecidas pelo autor
Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368
V154a Valente, Gabriel Teles
Avaliação e Dimensionamento do Sistema de Despoeiramento
de Uma Unidade de Extrusão / Gabriel Teles Valente ;
Alessandra da Rocha Duailibe Monteiro, orientadora.
Niterói, 2022.
61 f. : il.
CDD -
GABRIEL TELES VALENTE
BANCA EXAMINADORA
Prof.a. Ana Carla da Silveira Lom a Sant Ana Coutinho, D.Sc. – TEQ-UFF
Carla da Silveira Lomba Sant´Ana Coutinho ,
Niterói
1/2022
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, por ter me dado forças para superar todas as
dificuldades enfrentadas durante toda minha vida e por me manter firme na fé.
Agradeço à minha família, em especial aos meus pais, Lúcia e João, e ao meu irmão,
Raphael, por todo cuidado e suporte ao longo da minha vida e por sempre acreditarem em
mim.
Agradeço à minha namorada Júlia, que partilhou comigo todos estes anos da minha
graduação na Engenharia Química. Por todo apoio, incentivo, carinho e compreensão.
Agradeço à minha professora e orientadora, Alessandra Duailibe, por embarcar neste
trabalho comigo, pelos ensinamentos, dedicação e disponibilidade nessa reta final da
graduação.
Aos membros da banca examinadora, professores Ana Carla Coutinho e Roger
Matsumoto por concordarem em participar da banca examinadora deste trabalho e pelas
contribuições.
Agradeço também ao time da Engenharia de Processos, da qual fiz parte durante o
meu estágio. Sem dúvida, estagiar dentro de uma indústria petroquímica fez total diferença
para minha formação profissional. Obrigado pela oportunidade, pelos ensinamentos,
disponibilidade, apoio e suporte no dia a dia e na execução deste trabalho.
Agradeço à todos amigos que fiz na Engenharia Química e de Petróleo durante a
graduação na UFF pela parceria e amizade durante essa caminhada.
Por fim, agradeço à Universidade Federal Fluminense, pelo privilégio de fazer parte
do do corpo discente e por todas as oportunidades concedidas. Obrigado pelo ensino público,
gratuito e de qualidade.
“Quanto mais ensinamos, mais aprendemos, quanto mais aprendemos, mais gratos somos a
quem nos ensinou.”
RESUMO
Os processos industriais como solda, galvanização, extrusão, manipulação de pós, entre outros
geram poeiras combustíveis, que por sua vez podem ser substâncias nocivas à saúde dos
trabalhadores e causar acidentes ou grandes riscos de explosões. Independente do processo ou
indústria o foco está sempre na alta produtividade, eficiência industrial e segurança de
processo e das pessoas. Portanto, a instalação de um sistema de despoeiramento industrial se
torna imprescindível na área industrial. O sistema de despoeiramento tem a função de captar e
tratar o material particulado liberado pelos equipamentos antes de serem descartados na
atmosfera. Porém, muitas vezes esses sistemas são indevidamente projetados, instalados ou
operados, tornando-se ineficazes e expondo as indústrias, as pessoas e o meio ambiente à
cenários de alto risco. O presente trabalho teve como objetivo avaliar e dimensionar o sistema
de despoeiramento de uma unidade de extrusão localizada em uma indústria petroquímica de
polipropileno no estado do Rio de Janeiro, através de premissas de projeto adotadas e cálculos
matemáticos descritos na literatura referencial de ventilação local exaustora. A avaliação do
sistema apontou para ineficiência no sistema atual originário do projeto, confirmado pela
baixa velocidade de ar na rede de dutos e pelas especificações requeridas não atendidas dos
equipamentos. Foi constatado a necessidade de aquisição de novos equipamentos (filtro de
mangas e exaustor) além de novo dimensionamento de toda rede de tubulações. O
dimensionamento do sistema se faz necessário visando obter a eficiência e continuidade
operacional de modo a mitigar os riscos envolvidos no processo.
Industrial processes such as welding, galvanizing, extrusion, powder handling, among others,
generate combustible dust, which can be harmful substances to the health of the professionals
onsite and cause accidents and greater risk of explosions. Regardless of the process or
industry, the objective is to increase productivity, industrial efficiency and safety for all those
involved. Therefore, the installation of an industrial dedusting system becomes essential in the
industrial area. The dedusting system has the function of capturing and treating the sub
products released by the equipment before discarding it into the atmosphere. However, these
systems are often poorly designed, installed or operated, becoming ineffective and exposing
industries, people and the environment to high-risk scenarios. This paper aimed to analyze
and evaluate the dedusting system of an extrusion unit within a petrochemical polypropylene
industry in the state of Rio de Janeiro, through a specific design and use mathematical
calculations described in the academic literature associated with local exhaust ventilation. The
evaluation of the system pointed to inefficiency in the current system originating from the
project, confirmed by the slow duct velocity and by the unmet required specifications of the
equipment. It was found the need to acquire new equipment (bag filter and exhaust fan) as
well as a new design of the entire pipelines. The design of the system is a fundamental
analysis to increase efficiency and operational continuity in order to mitigate the risks
involved in this process.
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................15
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................55
APÊNDICES...........................................................................................................................59
1
processamento dos clientes (indústria de terceira geração) (COVAS; GASPAR-CUNHA,
2011). Durante a aditivação do pó de PP, há a liberação de pó para a atmosfera local o que
requer a necessidade de instalação de um sistema de despoeiramento acoplado nesta unidade,
para a adequada prevenção de riscos para a saúde, incêndios e explosões (ACGIH, 2010).
O sistema de despoeiramento é utilizado para tratar o ar antes que as partículas
suspensas liberadas pelos equipamentos sejam descartadas na atmosfera, de modo a mitigar
os riscos de acidentes envolvendo poeiras combustíveis, reduzir a poluição ambiental
produzida e preservar a saúde dos funcionários que atuam diariamente nessas instalações.
Este sistema deve conter filtros de ar, ventiladores, sistema de limpeza automático de filtro,
linha de dutos, válvulas, dampers, sensores, rosca transportadora e transporte pneumático
(AIRLINK FILTROS, 2017).
Deste modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar de maneira crítica e
técnica e dimensionar o sistema de despoeiramento de uma unidade de Extrusão em uma
indústria petroquímica produtora de PP localizada no estado do Rio de Janeiro. Para atingir
este objetivo foi necessário realizar avaliação das condições atuais do sistema em operação,
registrar o histórico de eventos desse sistema, consultar folhas de dados dos equipamentos,
bem como realizar cálculos matemáticos pertinentes. Este trabalho está organizado da
seguinte forma:
No segundo capítulo, é apresentada a revisão bibliográfica a respeito dos temas
envolvidos nesse trabalho: Combustible Dust, Mercado de Polipropileno, Aditivação e
Extrusão, Sistema de despoeiramento e Dimensionamento desse sistema. No terceiro capítulo,
são apresentadas as descrições dos sistemas de aditivação e de despoeiramento além das
ferramentas necessárias para dimensionamento do sistema. No quarto capítulo, é apresentada
a avaliação do sistema atual e o dimensionamento para readequação do sistema. No quinto
capítulo, são apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões para estudos futuros. No
sexto capítulo, são apresentadas as referências bibliográficas utilizadas para a realização deste
estudo. Por último, são apresentados os apêndices do trabalho, contendo os fluxogramas de
processo do sistema atual e do sistema proposto.
1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nos tópicos a seguir são apresentadas informações teóricas relevantes para a
compreensão deste trabalho. Visto que o projeto foi realizado com base em uma Indústria
Petroquímica de polipropileno no estado do Rio de Janeiro, são apresentadas informações
sobre polipropileno, sistema de aditivação e extrusão, sistema de despoeiramento e seu
dimensionamento e um tópico sobre Combustible Dust.
1
de pó, requer cinco fatores, sendo eles as três condições para fogo mais dispersão da nuvem
de pó e confinamento, como por exemplo no interior de um silo, elevador, caçamba, entre
outros, conhecido como “Pentágono da explosão” (ABBASI; ABBASI, 2007).
Um material inflamável queima no ar somente sob uma faixa limitada de concentração
de combustível. O limite inferior desta faixa é chamado de limite inferior de inflamabilidade
(LFL – Lower Flammability Limit) ou limite inferior de explosividade (LEL – Lower
Exposion Limit), abaixo deste limite a mistura é demasiadamente pobre para queima. O limite
superior da faixa é chamado de limite superior de inflamabilidade (UFL – Upper
Flammability Limit) ou limite superior de explosividade (UEL – Upper Explosion Limit),
acima do qual a mistura apresenta forte poder de queima (LEES, 1996).
1
1. Use apenas um sistema apropriado de coleta ou extração de poeira projetado para
eliminar ou controlar poeira combustível;
2. Configure o processo de produção de poeira para que ele funcione apenas com a
ventilação funcionando corretamente;
3. Use equipamentos elétricos e de ventilação adequados;
4. Mantenha todos os equipamentos mecânicos e elétricos em bom estado de conservação;
5. Mantenha a eletricidade estática sob controle, o que inclui a ligação e aterramento dos
equipamentos. Verifique todos os equipamentos ligados e aterrados regularmente para
garantir que as ligações estejam em boas condições;
6. Verifique os equipamentos que podem se desgastar (por exemplo, rolamentos), pois
podem se tornar pontos quentes no processo;
7. Remova chamas abertas, faíscas, fricção, fontes de calor e outras fontes de ignição;
8. Selecione ferramentas ou equipamentos intrinsecamente seguros;
9. Assegure que a rotina de limpeza (housekeeping) seja bem executada evitando
acúmulo de poeiras depositadas.
1
Figura 3: Acidente ocorrido na West Pharmaceutical Services
2
Figura 4: Acidente ocorrido na Imperial Sugar Company
2.2. Polipropileno
2
O polipropileno apresenta diferentes formas estereoquímicas: como polipropileno
isotático (i-PP), polipropileno atático (a-PP) e polipropileno sindiotático (s-PP). No entanto, a
forma de maior interesse industrial, com cerca de 90% do polímero produzido, é o i-PP, sendo
esse basicamente, linear com um arranjo organizado das moléculas de propeno na cadeia
polimérica. Usualmente é utilizado a catálise de Ziegler-Natta para a produção das formas
estereoregulares (s-PP e i-PP) (FERREIRA, 2015). De forma esquemática, pode-se
representar sua reação de polimerização conforme Figura 5.
2
Existem cinco técnicas tradicionais de produção de PP utilizadas atualmente, sendo
essas: polimerização em massa (bulk), polimerização em solução, polimerização por emulsão,
polimerização em suspensão e polimerização por precipitação. O método utilizado define todo
o processo de fabricação do polipropileno (EBEWELE, 2000).
No processo utilizado na indústria avaliada nesse estudo, o PP é formado pela adição
do catalisador Ziegler-Natta e o próprio propeno é utilizado como solvente, que permite a
polimerização de cadeias longas.
Primeiramente, o propeno utilizado passa por um processo de purificação para
remover contaminantes, que possam afetar a atividade do catalisador, como a água. Depois
passa por um reator de pré-polimerização, onde são adicionados o catalisador e os co-
catalisadores, de modo que a reação de polimerização ocorra de forma controlada (a baixa
temperatura), resultando na formação da lama polimérica que segue para o reator principal
(onde a reação de polimerização propriamente dita ocorre). O reator principal é um reator
CSTR, onde são adicionados o propeno, que co-existe na fase líquida e fase gás, co-
catalisador e catalisador. Quando a formação de cadeias longas é suficiente, o crescimento da
molécula é interrompido via hidrogênio, agente terminador de reação. Em seguida, o
catalisador é desativado e o polímero resultante é separado do propeno líquido/gás, por
processos de vaporização e filtração. Inicialmente, as etapas de separação ocorrem em alta
pressão e, em seguida, tem-se as etapas de separação em baixa pressão. Ao final dessas
etapas, o pó de polipropileno é enviado para a extrusão para ser obtido em forma de pellets
(LYONDELLBASELL, 2009). A Figura 7 apresenta o fluxograma de processos para o
processo de produção de PP.
2
Figura 7: Fluxograma de processo de uma unidade produtora de PP
2
peças ocas e ocorre através da insuflação de ar no interior de uma pré-forma. São exemplos de
2
produtos que utilizam essa técnica: frascos para usos diversificados, garrafas e brinquedos
volumosos. Não é escopo deste trabalho, aprofundar-se sobre todas as técnicas. Para mais
detalhes ver (MANO; MENDES, 1999).
Os aditivos geralmente são pós, com exceção dos plastificantes e alguns tipos de
lubrificantes que são líquidos. Porém, a fim de evitar muitos dos problemas envolvidos na
manipulação de aditivos durante a mistura, alguns produtores também estão disponibilizando
os aditivos sólidos em diversas formas, como por exemplo: grânulo, microgrânulos, flake,
pastilhas e bastonetes conforme Figura 8 (RABELLO, 2000).
2
Figura 8: Formas físicas dos aditivos: (a) pó; (b) flake; (c) microgrânulo; (d) pastilha; (e)
bastonete; (f) pellet
2
realizada a partir
2
de uma formulação previamente desenvolvida para atender às necessidades mercadológicas,
tecnológicas, ambientais e econômicas. Geralmente, a operação de composição, compreende
as seguintes etapas:
1. Armazenagem dos materiais de partida (polímeros e aditivos) em silos;
2. Dosagem: volumétrica ou gravimétrica;
3. Pré-mistura, mistura distributiva ou mistura simples;
4. Mistura intensiva, dispersão ou mistura dispersiva;
5. Cominuição;
6. Armazenagem dos pós ou grânulos obtidos.
Vale ressaltar que, em alguns sistemas, pode não haver algumas etapas. Por exemplo
no caso dos polímeros termofixos, não há a etapa da cominuição. Além disso, vale ressaltar
que em alguns casos, a ordem das operações pode variar de acordo com a escala de produção
e tipo de produto produzido (MANRICH, 2005).
No processo produtivo, após a etapa de aditivação do polímero, o pó aditivado é
enviado para a extrusão, onde é fundido e cortado em formato de pellets (grânulos) para
facilitar o processamento dos clientes, homogeneizar as frações de alta e baixa massa molar, a
fim de alcançar as especificações desejadas (LORANDI, 2016). O aumento de temperatura
(devido à dissipação viscosa) tem ampla importância na indústria de processamento de
polímeros, visto que estes são processados sob condições de elevado cisalhamento (YANG;
LEE, 1987).
Quando necessita utilizar meios térmicos e mecânicos para obter um produto
uniformemente processado em operação continua, a técnica da extrusão se mostra bastante
útil (MAMALIS et al., 2010). A extrusora é o equipamento mais importante na indústria de
polímeros e de processamento. Extrudar significa forçar ou empurrar para fora. É amplamente
utilizada para produção de metais, cerâmicas, resinas plásticas e até mesmo alimentos
(RAUWENDAAL, 2014). Na Figura 9, está representado um esquema com os principais
elementos presentes em uma extrusora e na Tabela 3 suas principais funções.
2
Figura 9: Esquema de uma extrusora
Elemento Função
2.4 Despoeiramento
3
palavras, o
3
sistema de despoeiramento é um caso específico de sistema de ventilação local exaustora. O
sistema de despoeiramento industrial é composto por um conjunto de artefatos responsáveis
pela captação, transporte e limpeza do ar (ACGIH, 2010).
3
e
3
operados, são os sistemas mais eficazes para controlar a exposição ocupacional, assegurando a
proteção do trabalhador, do processo e do meio ambiente (SILVA; GUERRA, 2012).
3
tipo de fonte, toxicidade do poluente emitido, restrições de espaço, condições operacionais,
etc. Deve-se ter como regra geral que o melhor captor é aquele que capta com a eficiência
desejada,
3
não ocasiona problemas para a operação da fonte e para a movimentação de pessoas, materiais
e equipamentos, na área que apresenta a menor perda de carga e que necessita menor vazão de
captação, de modo a reduzir os custos envolvidos (ASSUNÇÃO, 1989).
Algumas definições de velocidade bastante utilizadas durante o dimensionamento de
captores são:
1. Velocidade de captura: velocidade do ar em qualquer lugar próximo à entrada do captor;
2. Velocidade de face: velocidade do ar na face do captor;
3. Velocidade na rede dutos: velocidade do ar no interior das tubulações, quando o
material particulado já está presente.
É importante determinar a vazão volumétrica de ar (vazão de exaustão), que é o
volume de ar necessário para captar uma determinada quantidade de poluentes. Ela é
calculada através da equação da continuidade, Equação 10, para escoamento laminar. A vazão
total a ser movimentada será o somatório das vazões exigidas em cada captor (LISBOA,
2007).
A relação entre distância, fluxo e velocidade de captura pode ser usado para fins de
estimativa bruta. Na prática real, no entanto, as fontes de sucção não são pontos ou linhas,
mas sim têm dimensões físicas que fazem com que a superfície de fluxo desvie da forma
geométrica padrão. Contornos de velocidade foram determinados experimentalmente para
captores circulares ou retangulares que são essencialmente quadrados. Eles podem ser
aproximados por (ACGIH, 2010):
Onde:
Q = vazão de ar [m3/s]
𝑉𝑐 = velocidade de captura [m/s]
X = distância do ponto de liberação ao ponto de captura [m]
𝐴𝑐 = área de abertura do captor [m2]
A Tabela 4 fornece faixas de velocidades de captura recomendadas pela literatura de
acordo com a dispersão de energia do sistema.
3
Tabela 4: Velocidades de captura recomendadas
Energia de
Exemplos V, m/s
dispersão
Baixa Evaporação de tanques 0,38-0,51
Enchimento intermitente de recipientes; transferências de transporte de
Média 0,51-1,02
baixa velocidade; Soldagem; plantio; decapagem
Alta Enchimento de barril; carregamento do transportador; trituradores 1,02-2,54
Muito alta Esmerilhamento; jateamento abrasivo 2,54-10,16
Fonte: Adaptado de ACGIH, 2010
𝐷2 (2)
𝐴𝑡 = 𝜋 .
4
(4𝑄) (3)
𝐷=√
𝜋.𝑉
Onde:
𝐴𝑡 = área da seção transversal interna da tubulação [m2]
D = diâmetro interno da tubulação [m]
Para que o ar se movimente e penetre no captor, é necessário fornecer energia para
essa finalidade. Essa energia é fornecida na forma de pressão estática, a qual se denomina
“pressão estática do captor” (LISBOA, 2007).
A pressão estática do captor é a somatória da pressão cinética necessária à
movimentação do fluido até atingir a velocidade que o fluido deve ter no duto logo após o
captor mais as perdas de carga desde a face do captor até o início do duto, incluindo a região
da “vena contracta”, conforme mostrado na Figura 12. A área do fluxo na seção da vena
contracta vai variar de acordo com a forma do captor ou abertura de entrada. Esta perda de
energia resulta em uma diminuição da vazão (LISBOA, 2007).
𝑃 = 𝑃𝑒 + 𝑃𝑐 (4)
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Onde:
Ptotal = pressão total [mmCA]
Pe = pressão estática [mmCA]
3
Pc = pressão cinética [mmCA]
3
Figura 12: Pressão estática do captor e a “Vena Contracta”
Onde:
𝑄𝑖 = vazão ideal [m3/s]
𝑃𝑒𝑐 = Pressão estática do captor [mmCA]
A vazão real é dada pela equação:
Onde:
𝑄𝑟 = vazão real [m3/s]
𝑃𝑐𝑐 = Pressão cinética do captor [mmCA]
3
𝑃𝑐𝑐 (7)
𝐾𝑒 = √
𝑃𝑒𝑐
Onde:
Ke = coeficiente de entrada
Kc = coeficiente de perda de carga para captores
ΔP = perda de carga na entrada do captor [Pa]
A seleção ou projeto captores deve ser feita com base na toxicidade, características
físicas e químicas do material e na ergonomia do processo e para isso, é necessário determinar
sua vazão de projeto, velocidade mínima do duto e perdas de entrada. Deve-se observar que a
velocidade mínima do duto é importante para evitar o acúmulo de concentrações explosivas
de pós nos interiores dos dutos (ACGIH, 2010).
4
O dimensionamento, qualquer que seja o método adotado, baseia-se na Equação de
Continuidade e no Princípio de Conservação da Energia para os Fluidos em Escoamento,
traduzida pela equação de Bernoulli. A Equação de Continuidade mostra que o valor de vazão
é obtido pelo produto da área da seção normal aos filetes do fluido em escoamento pela
velocidade média na mesma seção (MACINTYRE, 1990).
𝑄 = 𝐴𝑡. 𝑉 (10)
4. 𝑄 (11)
𝐷=√
𝜋. 𝑉
4
Tabela 5: Faixa de Velocidades Mínimas de Projeto de Dutos
Poeira industrial
Pó de moagem, grãos de café, pó de granito, pó de argila 17,78-20,32
média
Serragem (pesada e úmida), pó de perfuração de ferro fundido, pó
Poeiras pesadas 20,32-22,86
de chumbo
Pesado ou Pós de chumbo com pequenas lascas, pó de cimento úmido,
22,86 e acima
úmido pedaços de amianto
Fonte: ACGIH (2010)
𝑉2 𝑃1 𝑉2 (12)
𝑃2 1 +2 𝑧 +
= + 𝑍 +
2𝑔 1
ρ𝑔 2𝑔 2
ρ𝑔
Onde:
V = velocidade do fluido [m/s]
z = altura estática [m]
P = pressão [Pa]
g = aceleração da gravidade [m2/s]
𝜌 = massa específica [kg/m3]
A equação de Bernoulli nos revela que, se considerarmos a unidade de peso de fluido
escoando entre dois pontos a e b de um dispositivo de escoamento, a energia no ponto a é
igual à que haverá em b mais a perda de energia no escoamento entre a e b (MACINTYRE,
4
1990).
4
A energia dissipada, isto é, a perda de carga, ocorre em razão do atrito do ar ao longo
da extensão do duto, nas curvas, nas mudanças de direção e de seção e nas derivações.
Ocorre, também em virtude de alterações nos turbilhonamentos das partículas, que ocorrem
principalmente nas bocas de tomada e saída do ar, filtros e nas próprias peças de concordância
(FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2009).
O cálculo da perda de carga por atrito, ou seja, de perda de energia por unidade de
peso de fluido por atrito em dutos circulares pode ser realizado aplicando a fórmula universal
de Darcy e Weisbach ou diagramas baseados no emprego de dutos de determinado material
com rugosidade definida e válidos para a densidade do ar especificada. O primeiro método é
geral, aplicável quando se conhece a rugosidade do material do duto, o peso específico da
mistura gasosa e a viscosidade da mesma. Para a aplicação do método universal, aplica-se a
fórmula: (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2009).
𝐿 𝜌𝑉2 (13)
∆𝑃 = 𝑓
Onde: 𝐷 2
L = comprimento do trecho de tubulação [m]
f = fator de atrito
ρ = massa específica do fluido [kg/m3]
Para calcular o fator de atrito em dutos circulares, foi necessário conhecer a
rugosidade relativa das paredes dos dutos, o diâmetro utilizando a Equação 11, e o coeficiente
de viscosidade cinética do material que será transportado (SILVA, 2012).
O fator de atrito (f) pode ser calculado de diversas formas, baseando-se no tipo de
escoamento. Para escoamento em regimes laminares, o cálculo do fator de atrito é dado por:
64 (14)
𝑓=
𝑅𝑒
Onde:
Re = número de Reynolds
O número de Reynolds, é um número adimensional dada pela seguinte expressão:
𝑉. 𝐷 (15)
𝑅𝑒 =
𝑣
4
Onde:
𝑣 = viscosidade cinemática do fluido [m2/s]
𝑒⁄
𝐷 2,51 (16)
𝑓 (−0,5)
= 2 . 𝑙𝑜𝑔10 ( + )
3,7 𝑅𝑒. 𝑓 (−0,5)
Onde:
e = rugosidade absoluta da tubulação [m]
4
𝐾𝜌𝑉2 (17)
∆𝑃 =
2
Onde:
K = coeficiente de perda de carga, obtido experimentalmente para cada acessório ou pode ser
obtido através de tabelas existentes nas literaturas.
ρ = massa específica do ar [kg/m3], valor médio adotado = 1,2 kg/m3
Um tipo de filtro muito comum utilizado na indústria é o filtro de mangas (Fig. 14),
onde os elementos filtrantes são cilindros revestidos de panos, cujas características dependem
da vazão de ar aspirado pelo sistema e do contaminante a ser separado do ar. Em relação à
limpeza do filtro, pode ser realizada pela raspagem manual das mangas saturadas,
mecanicamente, por um vibrador acionado por motor elétrico ou por disparos de ar
comprimido (MESQUITA; GUIMARÃES; NEFUSSI, 1988).
4
Figura 14: Filtro de mangas
2.4.2.3.2 Ciclone
Os ciclones (Figura 15) consistem em uma câmara circular, afunilada na parte inferior.
O ar empoeirado entra em uma tangente no topo do ciclone e gira ao redor da câmara. Isso
joga partículas para a parede por ação centrífuga. A velocidade das partículas diminui e elas
caem em um funil de coleta na base do ciclone. O ar limpo através de uma saída central no
topo do ciclone. Quanto maior a partícula, mais fácil é para um ciclone removê-lo do ar (HSE,
2017).
Quanto à eficiência de separação das partículas, podem ser classificados como de alta,
média e baixa eficiência. Quanto à arranjos, podem ser classificados como unitário ou
múltiplo em série ou paralelo. Os ciclones são adequados à separação de partículas medianas,
podendo ser dimensionados em arranjos múltiplos (multi-ciclones) para melhorar a eficiência
de separação. Vale ressaltar que eles não são adequados a materiais úmidos e abrasivos e sua
definição implica em bom conhecimento de separadores de ar (SÁ, 1987).
4
Figura 15: Ciclone
Os precipitadores eletrostáticos são adequados para pós finos, mas inadequados para
contaminação pesada. Eles dão às partículas de poeira e fumaça uma carga elétrica e as
atraem em superfícies coletoras com carga oposta (HSE, 2017).
5
Figura 16: Precipitador eletrostático
Os lavadores de ar são usados quando partículas muito finas devem ser separadas e
suas características impeçam o uso de sistemas a seco. Eles são recomendados, para separação
principalmente quando necessita-se de controle do pH. Existem inúmeros modelos de
lavadores, sendo o mais comum o venturi, coletores de spray auto-induzido e lavadores de
ciclone úmido (HSE, 2017).
Nos lavadores do tipo Venturi (Figura 17), o ar empoeirado passa por uma estreita
garganta de venturi que tem injeção de água. As condições na garganta são altamente
5
turbulentas. A água se separa em pequenos gotículas que colidem com as partículas de poeira.
Um ciclone separa as gotas para produzir um lama contendo o pó. O ar limpo sai através de
uma saída central no topo do ciclone (SÁ, 1987).
Figura 17: Lavador do tipo Venturi
2.4.2.4. Exaustor
5
Figura 18: Ventilador centrífugo e axial
Utiliza-se exaustores com rotor de pás radiais para movimentar fluidos com grande
carga de poeira, poeiras pegajosas e corrosivas. Esse tipo de exaustor apresenta baixa
eficiência e alto nível de ruído. Os com rotor de pás para trás possuem alta eficiência, maiores
que 80%, e seu funcionamento é silencioso. Uma nobre característica desse exaustor é a auto-
limitação de potência, característica importante quando a perda de carga do sistema é variável,
evitando assim a sobrecarga do motor. Os exaustores de pás curvadas para frente são
equipamentos compactos com baixa velocidade periférica, geralmente utilizados para baixas e
médias pressões. Por fim, os exaustores do tipo Radial Tip possuem pás planas inclinadas
para trás, porém com pontas curvadas, ocasionando perda na eficiência, porém possibilita o
trabalho em maiores vazões (LISBOA, 2007).
A pressão total requerida pelo exaustor (Pte) é o somatório de todas as perdas de carga
presentes no sistema (captor, rede de dutos, dispositivo de limpeza do ar e chaminé) e
representa a diferença entre a pressão total na saída do exaustor e a pressão total na entrada do
exaustor, conforme Equação 18:
𝑃𝑡𝑒 = 𝑃𝑡𝑒𝑠 − 𝑃𝑇𝑒𝑒 (18)
Sendo:
Pte = pressão total requerida pelo exaustor [mmCA]
Ptes = pressão total na saída do exaustor [mmCA]
PTee = pressão total na entrada do exaustor
[mmCA]
A potência requerida pelo exaustor (Potreq), pode ser estimada pela seguinte Equação 19:
𝑄. 𝑃𝑡𝑒 (19)
𝑃𝑜𝑡𝑟𝑒𝑞 =
75. 𝐸 𝑣
5
Sendo:
Potreq = potência requerida pelo exaustor [CV]
Q = vazão volumétrica [m3/s]
Ev = eficiência mecânica total do exaustor
5
3 METODOLOGIA
Foram realizadas verificações qualitativas e quantitativas do sistema atual através de
visita em campo, registros fotográficos, elaboração de fluxogramas de processo e isométricos
de tubulação, análises do histórico do sistema, além de cálculos matemáticos para obter
informações suficientes para correta avaliação do sistema em uso. Vale ressaltar que os dados
levantados e coletados para este trabalho foram tratados e os dados sensíveis foram
preservados, sendo mantido o sigilo da empresa.
5
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5
Diâmetro de trechos de tubulação que não atendem aos critérios de operabilidade
atual. Entende-se por diâmetro inadequado aquele cuja vazão por área determina uma
velocidade média de escoamento fora da faixa recomendada para o sistema de
despoeiramento em questão. De acordo com a Tabela 5 (pág. 35), a velocidade mínima
do ar na rede de dutos recomendada para o material particulado exaurido é de 15 m/s.
(ACGIH, 2010). A Tabela 6, apresenta as características da rede de dutos e captores
do sistema atual, com base nos trechos de tubulação representados no Apêndice A.2.
Foi utilizada a Equação 1 para calcular a vazão de ar ideal para o sistema, com base
nos captores existentes, distância do ponto de liberação ao ponto de captação de 0,13m e
velocidade mínima de captura de 0,75 m/s, conforme Tabela 4 (pág. 31). Através do
levantamento dos trechos de tubulações, conforme Apêndice A.2, foi possível verificar o
balanço de massas do sistema, para determinar as vazões de ar nos demais trechos. Com base
na vazão real média que sai do exaustor, foi possível recalcular as vazões reais de ar do
5
sistema. Com a área de cada
5
trecho de tubulação e o valor da vazão de ar por trecho, através da Equação 10, foi possível
calcular as velocidades de ar nos dutos. Percebe-se que a maior parte dos trechos possui
velocidades menores que as recomendadas, o que evidencia o subdimensionamento do
sistema. Além disso, também propicia obstruções de trechos de dutos (evidenciado pelo
histórico de ocorrência desses eventos). Além de comprovar a causa do histórico de
obstruções de trecho de dutos e implosão da janela de explosão do filtro de mangas.
Em relação ao filtro de mangas existente, foram levantados os dados de sua folha de
dados, conforme Tabela 7. De acordo com a vazão total de ar requerida para o sistema (4185
Am3/h), confere-se que o filtro de mangas está subdimensionado pois sua vazão máxima
nominal é de 3000 m3/h. Não compôs o escopo deste trabalho a avaliação das mangas
presentes no filtro, visto que já havia sido feito, pelo corpo técnico da empresa, estudo
anterior que comprova sua eficácia de filtração contra o material particulado emitido.
6
Tabela 8: Medição de vazão do exaustor
Variável Valores medidos Folha de Dados
Vazão (m3/h) 582 2964
Pressão (mmca) 553 660
Rotação (RPM) 2523 2400
Fonte: Autoria própria
6
Tabela 9: Diâmetro das tubulações
Diâme-
Tre- Diâmetro
tro Diâmetro Área de Velocidade
cho de Vazão de Compri- interno Área seção
tubu- do captor abertura do duto
tubu- ar (m3/h) mento (m) tubulação (tub.) (m2)
lação (m) (m2) (m/s)
lação (m)
(in)
1-8 541,12 9,41 4 0,099 7,64E-3 0,2 0,031416 19,68
2-8 541,12 0,45 4 0,099 7,64E-3 0,2 0,031416 19,68
3-9 588,84 11,9 4 0,099 7,64E-3 0,25 0,49087 21,42
4-9 588,84 4,3 4 0,099 7,64E-3 0,25 0,49087 21,42
5-10 588,84 4,6 4 0,099 7,64E-3 0,25 0,49087 21,42
6-11 541,12 5,12 4 0,099 7,64E-3 0,2 0,031416 19,68
7-13 795,59 25,3 4 0,099 7,64E-3 0,4 0,125664 28,94
8-12 1082,25 16,8 6 0,15 1,75E-2 - - 17,15
9-10 1177,67 2,59 6 0,15 1,75E-2 - - 18,66
10-11 1766,51 0,39 6 0,15 1,75E-2 - - 27,99
11-12 2307,63 15,67 8 0,20 3,15E-2 - - 20,36
12-13 3389,88 7,6 10 0,25 4,95E-2 - - 19,03
13-14 4185,47 0,9 10 0,25 4,95E-2 - - 23,50
14-15 4185,47 - - - - - -
15-16 4185,47 4 10 0,25 4,95E-2 - - 23,50
16-17 4185,47 2,5 10 0,25 4,95E-2 - - 23,50
Fonte: Autoria própria
Para o cálculo da perda de carga da rede de dutos, foi utilizada a Equação 13 e, para
encontrar o fator de atrito de cada trecho de tubulação e foi utilizada a rugosidade relativa de
duto aço carbono Ɛ= 0,045 mm (4,5x10 -5 m) (TELLES, 1997). Além disso, foi adotado a
Equação 15 para cálculo do número de Reynolds que foi utilizado para encontrar o fator de
atrito através do diagrama de Moody presente na Figura 12. No Apêndice A.3, encontram-se
os valores encontrados. O somatório das perdas de carga nos trechos de tubulações
encontrado foi de 4,54 kPa.
Como premissa do projeto, os acessórios não foram alterados no redimensionamento.
Foram utilizados os valores de K para cada obstáculo e para o chapéu de proteção da chaminé
de acordo com a literatura (MACINTYRE, 1990) e a Equação 17 para encontrar as perdas de
carga dos acessórios, conforme Apêndice A.4. O somatório das perdas de carga encontrado
em todos os acessórios presentes no sistema foi de 4,30 kPa.
Como o filtro de mangas do sistema atual não atende ao critério de vazão, é necessária
a aquisição de um novo filtro, com as mesmas especificações do projeto original, porém com
6
vazão de projeto de 4185 m3/h. Para fins de dimensionamento do novo ventilador, foi
utilizada a perda de carga de 200 mmca para o novo filtro de manga.
A partir de todos os valores de perda de carga, é possível calcular a perda de carga
total do sistema. Com isso, foi possível calcular a pressão e a potência requerida pelo novo
exaustor, através das Equações 18 e 19:
∆𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑ ∆𝑃
∆𝑃 = 10,80 𝑘Pa
𝑁𝑅𝑒 = 22,77 𝑐𝑣
O novo exaustor proposto deverá ser do tipo centrífugo, com as seguintes
características técnicas: acionamento indireto através de polias e correias, vazão de operação
de 4185 m3/h, pressão estática requerida de 10,80 kPa e potência de 22,77 cv, considerando
eficiência de 75%.
6
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES
É notória a importância de sistemas de despoeiramento em diversos segmentos
industriais, principalmente em indústrias que manuseiam poeiras combustíveis, pela
existência de potenciais riscos de explosão que podem ser ocasionadas pela inexistência ou
ineficácia do sistema. O elevado histórico de acidentes ocasionando altas taxas de fatalidades
e destruição evidenciam a urgência de estudos de readequação e implementação desses
sistemas.
Com base na avaliação realizada, constatou-se que o sistema de despoeiramento da
unidade de extrusão estava subdimensionado e a origem das inconformidades encontravam-
se, sobretudo, na sua concepção. Em virtude disso, problemas operacionais foram encontrados
evidenciando o funcionamento ineficaz do sistema, ocasionado principalmente pela baixa
velocidade na rede de tubulações e pelas especificações requeridas não atendidas dos
equipamentos (filtro de mangas e exaustor).
Através das ferramentas propostas, foi possível dimensionar o sistema, explicitando as
principais variáveis para as folhas de dados de requisitos que devem ser exigidos ao adquirir
novos equipamentos e tubulações. Com o novo dimensionamento realizado e implementado,
além de ganho em estabilidade do processo, proteção à saúde dos colaboradores, há um alto
ganho em mitigação de cenários de risco envolvendo poeiras combustíveis.
Devido às premissas de projeto adotadas, o novo exaustor dimensionado requer alta
pressão estática e, consequentemente, alta potência. A perda de carga do sistema poderia ser
otimizada através da alteração das premissas, incluindo alteração do layout atual das
tubulações e escolha de novos acessórios. Economicamente, reduziria os gastos com a
aquisição desse novo equipamento.
Como sugestão para trabalhos futuros, é indicada a realização de trabalhos focados em
poeiras combustíveis, tema de extrema relevância no campo industrial e que necessita da
disseminação e incentivo à novas pesquisas e informações. Em relação ao sistema de
despoeiramento analisado, além da otimização da perda de carga do sistema, é sugerida a
condução de experimentos que permitam calcular variáveis importantes neste contexto como,
por exemplo, valor da mínima concentração explosiva (MEC), mínima energia de ignição
(MIE) e mínima temperatura de ignição (MIT) para os diferentes aditivos utilizados, visto que
não é possível encontrar na literatura.
6
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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6
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6
APÊNDICES
6
1 2 3 4 5 6 7 8
ADITIVOS
A A
M-200
V-200
B
ADITIVOS ADITIVOS ADITIVOS B
X-200
C C
D D
M-202
V-201
E E
PARA EXTRUSORA
ATM
A A
S-200
ADITIVOS K-200
M-200
B B
X-201
C C
M-202
V-201
E E
PARA EXTRUSORA
Diâme-
Tre- Diâmetro
tro Diâmetro Área de Velocidade
cho de Vazão de Compri- interno Área seção
tubu- do captor abertura do duto Re Regime f Ɛ/D ext. ΔP (Pa)
tubu- ar (Am2/h) mento (m) tubulação (tub.) (m2)
lação (m) (m2) (m/s)
lação (m)
(in)
1-8 541,12 9,41 4 0,099 7,64E-3 0,2 0,031416 19,68 1,25E+05 Turbulento 0,018 4,43E-04 354,66
2-8 541,12 0,45 4 0,099 7,64E-3 0,2 0,031416 19,68 1,25E+05 Turbulento 0,018 4,43E-04 16,96
3-9 588,84 11,9 4 0,099 7,64E-3 0,25 0,49087 21,42 1,36E+05 Turbulento 0,018 4,43E-04 536,98
4-9 588,84 4,3 4 0,099 7,64E-3 0,25 0,49087 21,42 1,36E+05 Turbulento 0,021 4,43E-04 218,56
5-10 588,84 4,6 4 0,099 7,64E-3 0,25 0,49087 21,42 1,36E+05 Turbulento 0,018 4,43E-04 206,43
6-11 541,12 5,12 4 0,099 7,64E-3 0,2 0,031416 19,68 1,25E+05 Turbulento 0,018 4,43E-04 192,97
7-13 795,59 25,3 4 0,099 7,64E-3 0,4 0,125664 28,94 1,84E+05 Turbulento 0,018 4,43E-04 2061,24
8-12 1082,25 16,8 6 0,15 1,75E-2 - - 17,15 1,67E+05 Turbulento 0,017 2,95E-04 315,50
9-10 1177,67 2,59 6 0,15 1,75E-2 - - 18,66 1,82E+05 Turbulento 0,017 2,95E-04 58,27
10-11 1766,51 0,39 6 0,15 1,75E-2 - - 27,99 2,72E+05 Turbulento 0,017 2,95E-04 19,29
11-12 2307,63 15,67 8 0,20 3,15E-2 - - 20,36 2,67E+05 Turbulento 0,017 2,21E-04 308,57
12-13 3389,88 7,6 10 0,25 4,95E-2 - - 19,03 3,14E+05 Turbulento 0,016 1,77E-04 99,23
13-14 4185,47 0,9 10 0,25 4,95E-2 - - 23,50 3,87E+05 Turbulento 0,016 1,77E-04 18,14
14-15 4185,47 - - - - - - - - Turbulento - - -
15-16 4185,47 4 10 0,25 4,95E-2 - - 23,50 3,87E+05 Turbulento 0,016 1,77E-04 80,62
16-17 4185,47 2,5 10 0,25 4,95E-2 - - 23,50 3,87E+05 Turbulento 0,016 1,77E-04 50,39
Fonte: Autoria própria
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Apêndice A.4: Perda de carga nos acessórios