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Juvenil Amade Selemane

Termos de referência

Will investimento Lda

(Carpintaria industrial)

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário Com Habilitações Em


Ecoturismo

iNSTITUTO SUPERIOR DE RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE

Extensão de Montepuez

2024
Juvenil Amade Selemane

Will investimento Lda

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado


no Departamento de Geociência, Curso de
Licenciatura em Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário com Habilitações
em Ecoturismo de Recomendado por docente da
cadeira de AIA 4º Ano leccionado por: M.Sc
Talassamo Saide Ali

iNSTITUTO SUPERIOR DE RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE

Extensão de Montepuez

2024
Índice:
resumo Não- Teórico.....................................................................................................6

1.2 Objectivos Dos Termos De Referência...................................................................6

1.3 Identificação Do Proponente...................................................................................7

2.1 Relatório De Estudo De Impacto Ambiental...........................................................7

3.Metodologia Geral Do Eia..........................................................................................8

4.Estudos Especializados.............................................................................................10

4.1 Meio Físico............................................................................................................10

4.1.1 Climatologia.......................................................................................................11

4.1.2 Qualidade Do Ar.................................................................................................11

4.1.4 Recursos Hídricos Superficiais...........................................................................12

4.1.5 Geologia, Geomorfologia E Solos......................................................................13

4.2 Meio Biótico..........................................................................................................13

4.2.1 Flora....................................................................................................................13

4.2.2 Fauna..................................................................................................................14

4.3 Meio Macro Ecossistémico...................................................................................15

4.3.1 Uso Actual Do Solo............................................................................................15

4.3.2 Resíduos Sólidos E Líquidos..............................................................................15

4.4 Meio Socioeconómico...........................................................................................15

4.4.1 Composição E Fases Do Estudo.........................................................................15

4.4.2 Indicadores Do Estudo.......................................................................................16

4.4.3 Metodologia........................................................................................................17

4.5 Estudo De Saúde Ocupacional E Segurança No Trabalho....................................17

4.6 Análise Do Projecto E As Suas Alternativas.........................................................18

5.1 Introdução..............................................................................................................18

5.2 Legislação Moçambicana......................................................................................18

5.3 Objectivos Do Envolvimento Das Pi&As.............................................................19


5.4 Identificação E Análise Das Pi&As.......................................................................19

5.4.2 Organização Das Reuniões De Consulta Pública...............................................20

5.5 Relatório De Participação Pública.........................................................................20

6.Equipe Proposta Para Realização Dos Estudos Especializados E Do Reas............21


ABREVIATURAS

AIA - Avaliação de Impacto Ambiental

AIAS - Administração de Infra-estruturas e de Água e Saneamento

BM - Banco Mundial

CEPEC - Centro de Pesquisa e Consultoria, Lda.

CRA - Conselho de Regulação do Abastecimento de Água

EIA - Estudo de Impacto Ambiental

EAS - Estudo de Impacto Ambiental Simplificado

EPDA - Estudo de Pré-Viabilidade, Definição de Âmbito e Termos de Referência

DPCA - Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental

DUAT - Direito do Uso e Aproveitamento da Terra

INAE - Instituto Nacional de Estatística

MAE - Ministério de Administração Estatal

MOPH - Ministério de Obras Públicas e Habitação

MITADER- Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

PI&AS - Partes Interessadas e/ ou Afectadas pelo Projecto

PGA - Plano de Gestão Ambiental

PNGA - Programa Nacional de Gestão Ambiental

REIA - Relatório do Estudo de Impacto Ambiental

RGPH - Recenseamento Geral da População e Habitação

SARL - Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada

TdR - Termos de Referência


Resumo Não- Teórico
A Will investimento lda pretende construir uma carpintaria industrial no Distrito de
montepuez nomeadamente no bairro de mirige, que tem como objetivo aumentar a
eficiência na produção de móveis e peças de madeira, melhorar a qualidade na produtos
fabricados entre outros objetivos.

O Projecto foi classificado como sendo de Categoria B (ver em anexo o ofício do


Ministério da Terra e Ambiente - MTA, através da Direcção Nacional do Ambiente -
DINAB), o que significa que é necessário a realização de Estudo de Impacto Ambiental
Simplificado (EIAS) completo.

Assim, de acordo com o mesmo Decreto Nº. 54/2015, é necessária a realização de um


Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA), complementado
pelos Termos de Referência (TdR), seguido de um Estudo de Impacto Ambiental
(EIAS).

O presente documento descreve os Termos de Referência (TdR) para a preparação do


Relatório de Estudo de Impacto Ambiental do PROJECTO.

A elaboração dos TdR é regida pelo Decreto n° 54/2015 de 31 de Dezembro, que regula
o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental, pelos Diploma Ministerial nº 129/2006
(Aprova a Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental) e Diploma Ministerial
nº 130/2006, este último relacionado com o Processo de Participação Pública.

1.2 Objectivos dos Termos de Referência


 Garantir a consistência e profundidade dos estudos de especialidade a serem
desenvolvidos e a qualidade do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA);
 Identificar, descrever e avaliar os impactos ambientais associados à construção,
operação e desativação do empreendimento, tendo como foco as componentes
ambientais que serão directa e indirectamente afectadas;
 Propor medidas de controlo de impactos negativos e de potencialização dos
benefícios pela implementação do empreendimento, obedecendo aos padrões de
qualidade ambiental em vigor no País;
 Fornecer informação que possa ser usada na elaboração do Plano de Gestão e
Monitoria Ambiental, de forma a incorporar programas específicos de acordo com a
realidade actual da área de empreendimento, assim como de uma abrangência local
e regional, com propostas para uma óptima gestão do empreendimento;
 Descrever a metodologia que se pretende seguir para o processo de participação
pública.

1.3 Identificação do Proponente


O proponente deste projecto é Wilson Chabane

O endereço do proponente do Projecto é:

2.1 Relatório de Estudo de Impacto Ambiental


O REIA será conciso, compreensivo e objectivo, cobrindo cada um dos aspectos
ambientais de uma forma proporcional à sua importância. Fará uso de diagramas, mapas
temáticos, ilustrações, fotografias e outros gráficos para suportar o texto.

A estrutura do relatório será a seguinte:

Volume I: Resumo Não Técnico;

Volume II: Relatório principal com os seguintes conteúdos;

 Definição da actividade:
 Identificação do requerente;
 Justificação da necessidade da actividade
 Discussão das alternativas à actividade e justificação da opção seleccionada;
 informação resumida sobre projectos e actividades relacionados
 Descrição do Projecto
 Localização;
 Características e Memória Descritiva;
 Recursos necessários;
 Emissões e resíduos;
 Calendarização da implementação;
 Estimativa do investimento envolvido.
 Enquadramento legal da actividade e sua inserção nos planos de ordenamento
 2.1 Relatório de Estudo de Impacto Ambiental
 O REIA será conciso, compreensivo e objectivo, cobrindo cada um dos aspectos
 ambientais de uma forma proporcional à sua importância. Fará uso de
diagramas, mapas
 temáticos, ilustrações, fotografias e outros gráficos para suportar o texto.
 A estrutura do relatório será a seguinte:
 Volume I: Resumo Não Técnico;
 Volume II: Relatório principal com os seguintes conteúdos;
 Definição da actividade:
 Identificação do requerente;
 Justificação da necessidade da actividade
 Discussão das alternativas à actividade e justificação da opção seleccionada;
 informação resumida sobre projectos e actividades relacionados
 Descrição do Projecto
 Localização;
 Características e Memória Descritiva;
 Recursos necessários;
 Emissões e resíduos;
 Calendarização da implementação;
 Estimativa do investimento envolvido.
 Enquadramento legal da actividade e sua inserção nos planos de ordenamento.

Volume III: Plano de Gestão Ambiental, Plano de Monitorização;

Volume IV: Relatório do Processo de Participação Pública;

3.METODOLOGIA GERAL DO EIA


A fase de caracterização da situação de referência consistirá na descrição das condições
de cada descritor ambiental no cenário actual, ou seja, em situação imediatamente
anterior à implementação do projecto, permitindo posteriormente compará-la com um
cenário futuro englobando a construção e exploração do Projecto para assim se estimar
o impacto ambiental resultante. Será ainda efectuada a evolução da situação de
referência sem o projecto (ou seja, a designada “alternativa-zero” em avaliação de
impacto ambiental).

A fase de identificação e avaliação de impactos permitirá perspectivar os efeitos


ambientais significativos que o projecto poderá acarretar sobre o ambiente.

A análise iniciar-se-á com a tarefa de identificação dos impactos, correspondendo à


redição da natureza das interacções entre o Projecto e a sua envolvente ambiental e
social, ou seja, as relações entre as acções do Projecto, causas primárias de impacto, e
os factores do meio, sobre os quais se produzem os efeitos.

Os parâmetros qualitativos e quantitativos são os seguintes: duração, efeito temporal,


área de abrangência, amplitude e significância dos impactos. Serão também
desenvolvidos e usadas várias técnicas e métodos de avaliação de impactos (matrizes
de interacção, listas de verificação), posteriormente aplicados a cada descritor
ambiental. Os impactos serão identificados em todas fases (construção, operação e
desactivação) e listados em tabelas para melhor leitura e posteriormente resumidas em
quadros de impactos.

As potenciais mudanças no ambiente biofísico e sócio-económico da área de influência


directa e indirecta do projecto, serão identificadas e analisadas tendo em conta
principais características como a categoria do impacto, o tipo, duração, a área de
cobertura, o efeito temporal e a significância do impacto. Estes parâmetros foram
seleccionados de acordo com sua relevância para a análise dos impactos positivos e
negativos. Os parâmetros utilizados para avaliar os impactos estão descritos na tabela
abaixo.

Critério Escala Descrição


Probabilidade 1-5 Possibilidade de ocorrência do impacto
Improvável 1 A possibilidade de ocorrência é muito baixa
Pouco 2 A possibilidade de ocorrência é baixa, quer pelo desenho
provável das actividades quer pela sua natureza, ou ainda pelas
características da sua área de inserção
Provável 3 Existe uma possibilidade reconhecida de ocorrência do
impacto
Altamente 4 Quando a ocorrência do impacto é considerada quase certa
provável
Certa 5 Quando há certeza que o impacto irá ocorrer
Intensidade 1-5

A significância dos impactos será discutida antes e depois da mitigação. Sempre que
possível a seguinte hierarquia de medidas de mitigação será aplicada:

• Mitigação / eliminação através do desenho;


• Escolha do local / tecnologia; e

• Aplicação de melhores práticas.

Após a avaliação dos impactos do projecto, a tarefa seguinte corresponde à identificação


das principais medidas de mitigação ambiental necessárias, que incluirão, idealmente,
medidas de prevenção dos impactos negativos, medidas de correcção para os impactos
negativos atenuáveis, medidas de compensação para os impactos negativos inevitáveis e
medidas de potenciação para os impactos positivos.

Pretender-se-á assim, sempre que possível, definir medidas tecnicamente aceitáveis,


praticáveis e eficientes em termos de custos para os impactos ambientais e sociais
identificados, de modo a evitar danos desnecessários ao ambiente, salvaguardar recursos
valiosos ou limitados, áreas naturais, habitats e ecossistemas e proteger as populações e
o seu ambiente social.

De seguida será elaborado o Plano de Gestão Ambiental (PGA) cujo objectivo será o de
controlar os potenciais impactos negativos no ambiente e maximizar os impactos
positivos nas fases de construção, operação e desactivação. A efectiva implementação
do PGA irá assegurar que a condução e a gestão das actividades do projecto sejam
efectuadas de uma forma ambientalmente sustentável.

O PGA também deverá ser eficaz, por forma a estabelecer com precisão os objectivos e
acções necessárias, abrangendo uma série de medidas de mitigação que possam evitar,
minimizar e prevenir determinados impactos, preservar os atributos ambientais
presentes.

4.Estudos Especializados
Os aspectos a serem investigados em detalhe na fase subsequente do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) serão alcançados através de estudos especializados. Estes permitirão
conhecer a situação actual do ambiente na área de inserção do Projecto, previamente a
qualquer acção de construção. Para tal, cada especialista fornecerá uma metodologia
específica a ser empregue e a informação do relatório deverá ser clara, concisa e
cingida estritamente ao projecto em questão. O conhecimento local deverá ser sempre
levado em consideração e, sempre que possível, incorporado nos relatórios.

Estes estudos compreenderão quer os trabalhos de campo (levantamentos in situ), quer


pesquisas bibliográficas e análises laboratoriais, de modo a assegurar que todos os
impactos potenciais sejam considerados em todas as fases de desenvolvimento do
empreendimento, nomeadamente:

• Fase de mobilização e construção;

• Fase de operação;

• Fase de desactivação.

4.1 Meio Físico


A caracterização do meio físico será realizada a partir de dados obtidos
bibliograficamente (cartografia topográfica, geológica, de solos, de áreas protegidas e
habitats, dados de qualidade das águas, entre outros) complementados com
reconhecimento de campo e levantamentos específicos, atendendo os tópicos que são
descritos a seguir.

4.1.1 Climatologia
Este item deverá apresentar:

• Classificação climática da região do empreendimento;

• Comportamento das variáveis climáticas (variação mensal e anual): temperatura,

vapor de água, precipitação, humidade relativa do ar, insolação, evapotranspiração,

ventos. Os dados deverão ser de séries de dados actualizados;

• Séries históricas de eventos climáticos extremos: cheias, secas e ciclones;

• Análise da direcção e velocidade dos ventos.

4.1.2 Qualidade do Ar
Os efeitos da qualidade do ar da construção poderão ocorrer da construção de novas
subestações e obras em subestações existentes, construção de fundações de torres e
quaisquer obras de construção de vias associadas, tais como as vias de acesso
provisórias. Os efeitos serão localizados e poderão incluir:

• Emissões associadas com a maquinaria e veículos usados no local – tipicamente


matérias de partículas (PM10) e óxidos de nitrogénio (NOx); e
• O pó decorrente de actividades de construção e movimentações de veículos – o pó
gerado pelas actividades de construção pode ser mecanicamente transportado para fora
do local (através do vento ou re-suspensão pelos veículos) onde pode sujar
propriedades e vegetação. Pode também decorrer de erosão provocada pelo vento em
depósitos de materiais e movimentação de terras.

Espera-se que as emissões associadas à maquinaria e veículos usados no local não


resultem em quaisquer efeitos adversos significativos sobre o ar, e que sejam
temporários e locais, e onde for viável localizados longe dos receptores.

A distância da fonte em que se sentem os efeitos do pó da construção depende da


natureza e dimensão das medidas de mitigação, ventos prevalecentes, e presença de
protecção natural, por exemplo, vegetação. De acordo com a USEPA1 (1996). base na
natureza da obras previstas aceita-se que os efeitos do pó são limitados dentro de 200 m
da fonte e por isso a avaliação do pó da construção será limitada à consideração dos
receptores dentro dessa distância Neste contexto, propõe-se que os efeitos da qualidade
do ar durante a fase de construção sejam avaliados qualitativamente, usando uma
abordagem baseada a identificação de receptores potencialmente sensíveis e riscos
associados para determinar a probabilidade das emissões do pó causarem efeitos
inconvenientes. Dar-se-á consideração às actividades da construção propostas,
condições meteorológicas básicas e sensibilidade de receptores locais. Os locais serão
classificados quanto a existência de um risco baixo, médio ou alto dos efeitos
inconvenientes do pó e serão propostas medidas de mitigação com base no nível de
risco identificado e de acordo com a orientação de boas práticas.

Ademais, a área envolvente do Projecto apresenta fraca densidade populacional, o que


suscita a um baixo potencial de perturbação do ambiente envolvente. Neste contexto,
esta especialidade será analisada com base na informação e dados históricos existentes
ao nível da área de estudo.

4.1.4 Recursos Hídricos Superficiais


A construção e a subsequente utilização das infra-estruturas do projecto (linhas de
transporte, vias de acesso e subestações) têm o potencial de ter impactos sobre os
recursos hídricos nas proximidades dos locais onde estes trabalhos serão realizados. A
avaliação dos recursos hídricos vai cobrir impactos potenciais na água subterrânea e de
superfície, incluindo o potencial impacto das cheias Devido à grande área geográfica
envolvida, será realizado um estudo de base suplementado pelas constatações de uma
pesquisa aérea, e possíveis visitas a locais chave para se estabelecer as condições de
base ao longo da rota proposta tanto para as linhas de transporte como para as vias de
acesso, incluindo características hidrológicas e hidrogeológicas.

A recolha de dados e o estudo de base vão incluir:

 Cruzamento de informação sobre o fluxo dos rios,


 Dados sobre a qualidade da água, mapas do solo, risco de cheias, mapas
geológicos e hidrogeológicos.

Serão utilizadas todas as fontes de informação e relatórios publicados incluindo imagens


de satélite existentes. Contudo, grande parte da área é longínqua e escassamente
habitada e espera-se que a informação publicada seja limitada. As visitas aos locais,
quando realizadas, vão envolver somente uma pesquisa rápida e não vão envolver a
recolha de amostras do solo e da água, ou investigação do subsolo.

Elas vão confirmar a localização e o estatuto de potenciais receptores sensíveis


identificados durante a fase de recolha de dados.

A avaliação dos impactos sociais terá como fim a identificação de onde as comunidades
locais obtêm a sua água potável e água para outros fins, incluindo a irrigação e a água
para consumo do gado, de tal forma que os utilizadores concorrentes em termos de
localização e a procura aproximada sejam reconhecidas. Deve-se dar ênfase a
determinar-se a utilização da água na época seca, porque é nessa altura que os potenciais
conflitos em relação à água são mais sensíveis.

4.1.5 Geologia, Geomorfologia e Solos


Neste estudo serão descritos e mapeados, em escalas apropriadas, os seguintes temas:

 Geologia e Geomorfologia regional e local.


 Tectónica e Sismicidade;
 Mapeamento de solos.

4.2 Meio Biótico


O projecto em causa tem uma baixa probabilidade de provocar impactos significativos
no meio biótico, tendo em conta que o traçado da linha segue as linhas existentes e
estradas, cujas áreas já se encontram relativamente perturbadas. Ressalva-se a
possibilidade de poder provocar impactos que poderão ser moderadamente
significativos na comunidade de avifauna, caso sejam afectadas espécies com elevado
estatuto de protecção.

As linhas atravessarão também rios e planícies de inundação com um particular valor


pela sua flora e fauna e o seu uso nos movimentos migratórios de aves. Os impactos
directos e indirectos sobre a fauna e flora tornam a avaliação da biodiversidade existente
uma parte importante da AIAS.

O diagnóstico do meio biótico terrestre será elaborado com base em estudos existentes e
será complementado por levantamentos de campo. Os dados constantes previamente
levantados, serão actualizados com base no resultado do estudo especializado a ser
realizado. A análise, tanto da flora como da fauna, deverá cobrir os sistemas aquáticos
(rios, lagos/lagoas) existentes na área do projecto.

4.2.1 Flora
Os seguintes aspectos serão abordados:

 Caracterização local e regional da vegetação;


 Levantamento das espécies que ocorrem na área de influência do projecto, com os
seus nomes comuns e científicos;
 Identificação de espécies raras com ameaças de extinção, de interesse científico,
económico ou cultural.
 A caracterização da situação de referência será assim constituída por:
 Recolha e tratamento de informação obtida através de pesquisa bibliográfica e
consulta de especialistas;
 Planificação e realização de trabalho de campo; e
 Análise e discussão dos resultados obtidos.

Tendo em conta a tipologia do projecto em causa, os grupos biológicos que se propõe


caracterizar são os habitats, a flora e, dentro das espécies de fauna, os vertebrados
terrestres e aquáticos, nomeadamente a herpetofauna (anfíbios e répteis), a avifauna, os
mamíferos e os peixes, com especial enfoque no grupo das aves.

4.2.2 Fauna
A caracterização da fauna será baseada na recolha e compilação de dados de estudos já
realizados, bem como em depoimentos de pessoas que vivem na área já há muito tempo.
Entretanto, os seguintes aspectos serão abordados:

 Identificar as espécies faunísticas (herpetofauna, avifauna, mamíferos), incluindo


espécies migratórias, residentes e transitórias, encontradas dentro da área de estudo
e na região em que esta se encontra;
 Descrever e avaliar o potencial dos diferentes habitats ocorrentes na área de estudo
para a fauna (estado actual, níveis de degradação, adequação);
 Inventariar os principais grupos faunísticos na área de estudo e o seu respectivo
estado de conservação, em conformidade com a Lista Vermelha da IUCN2 e/ou
listadas como espécies protegidas de acordo com a legislação Moçambicana, em
especial as espécies susceptíveis de serem afectadas/perturbadas durante as fases de
construção e operação do projecto;
 Serão identificadas e cartografadas na área de estudo as zonas de ocorrência dos
habitats e espécies florísticas e faunísticas de maior valor para a conservação, de
modo a que estas possam ser evitadas pelo projecto ou, em caso de impossibilidade,
serem alvo de medidas de mitigação e/ou compensação adequadas.

4.3 Meio Macro EcossistÉmico


4.3.1 Uso Actual do Solo
O uso actual do solo na área abrangida pelo projecto será apresentado através de mapas,
resultante da verificação in loco do actual uso do solo (pesquisa de campo) e mediante
consulta dos instrumentos de ordenamento e uso de terra a nível distrital. Os seguintes
aspectos serão descritos:

 Os usos dos solos existentes na área do Projecto;


 Os usos dos solos existentes nos arredores da área do projecto, particularmente os
 usos de solo que serão sensíveis ao empreendimento;
 Uso do solo previsto nos planos de ordenamento territorial.

4.3.2 Resíduos Sólidos e Líquidos


No que diz respeito a este estudo, propõe-se o seguinte:

 Caracterizar a produção de resíduos esperada com a implementação do projecto;


 Avaliar os riscos ambientais associados à gestão de resíduos no local;
 Providenciar uma descrição detalhada de como será aplicada a hierarquia da gestão
de resíduos;

• Identificar os resíduos líquidos provenientes de diversos usos e a sua deposição final.

4.4 Meio Socioeconómico


4.4.1 Composição e fases do estudo
O Estudo Socioecómico será constituído por três elementos principais: (1) a
caracterização socioeconómica da situação de referência; (2) a identificação, discussão
e classificação dos potenciais impactos directos e indirectos das actividades do Projecto
na situação de referência socioeconómica, e (3) a definição das principais medidas de
potenciação e mitigação dos impactos positivos e negativos, respectivamente, a serem
posteriormente integrados no Plano de Gestão Ambiental.

Com base no traçado proposto para a linha de transporte de energia do Lote 1 e na


descrição das principais actividades a serem realizadas nas fases de construção,
operação e desactivação, deverão ser definidas as áreas de influência do projecto e
estudadas as alternativas, em especial relativamente ao traçado da linha em termos de
impactos sociais.

As principais fases do estudo serão:

 Estudo de gabinete para conhecimento das actividades do Projecto, análise de


informação estatística e dados secundários relativos à Área de Influência Directa e
Indirecta do Projecto com enfâse na sua localização geográfica e nos sectores
sociais e económicos com maior ligação ao Projecto (planos de desenvolvimento
regional e local, planos de ordenamento do território, indústria e serviços,
transportes terrestres, por exemplo);
 Pesquisa de campo para recolha de dados primários e secundários que permitam
descrever a área de influência directa e indirecta do Projecto e identificar os
principais grupos e pessoas potencialmente afectados por o Projecto;
 Elaboração do relatório com a descrição da situação de referência e análise dos

potencias impactos e respectivas medidas de mitigação com base nos dados compilados
e analisados no estudo de gabinete e nas observações e informações recolhidas na
pesquisa de campo.
4.4.2 Indicadores do estudo
Resume-se em seguida os principais Indicadores do Estudo Socioeconómico, cujo foco
será na Área de Influência Directa do Projecto:

 Perfil demográfico da população do Distrito e Vila Sede do Distrito (sexo, idade,


tipo de família, grupos vulneráveis);
 Organização do Estado, da liderança e da população ao nível local;
 Acesso aos serviços e equipamentos sociais (saúde, educação, transportes,
comunicações);
 Uso da terra e recursos naturais o Serviços de ecossistema e recursos naturais
utilizados o Regimes de propriedade da terra
 Planos de desenvolvimento e ordenamento do território
 Identificação de pessoas ou grupos potencialmente afectados pela perda temporária
ou definitiva da terra, bens físicos e outros recursos nela existentes
 Economia local, estrutura económica e sectores de actividade, com ênfase em:
 Sectores de actividade e emprego
 Subsectores de energia, indústria, minas, agricultura e outros
 Transporte de pessoas e mercadorias
 Caracterização socioeconómica da população
 Património histórico e cultural

4.4.3 Metodologia
A Metodologia a ser utilizada será sobretudo qualitativa e basear-se-á na (1) recolha de
informação nos Serviços Distritais, (2) entrevistas semiestruturadas com informantes
privilegiados, (3) grupos focais com agregados familiares afectados pela perda de bens
ou recursos na área que será ocupada pelo Projecto e com líderes comunitários), 3)
inquéritos por questionário com agregados familiares afectados pela perda de bens ou
recursos na área que será ocupada pelo Projecto e com líderes comunitários), e (4)
Registo fotográfico.

A recolha qualitativa será complementada por uma recolha de dados quantitativos,


através de um questionário curto (no máximo duas a quatro páginas), a ser feito de
acordo com a distribuição da amostra qualitativa.

O questionário recolherá dados quantitativos para complementar a descrição


sociodemográfica dos agregados familiares e as prácticas mais importantes,
possibilitando que os grupos focais abarquem informação mais qualitativa, ligada a
sensibilidades, constrangimentos sociais e individuais, preferências e opiniões, embora
também permita a recolha de alguma informação numérica (por exemplo em relação às
actividades de rendimento e às estratégias de sobrevivência, por idade e por sexo). O
foco dos questionários e grupos focais será na Área de Influência Directa, onde
ocorrerão os impactos mais importantes.

4.5 Estudo de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho


O estudo de saúde ocupacional e segurança no trabalho irá efectuar uma avaliação
diagnóstica das actividades e equipamentos previstos no projecto, de modo a permitir a
determinação dos impactos resultantes da sua implementação relativamente a saúde e
segurança. O estudo incluirá as seguintes actividades:

 Identificação e caracterização das actividades e equipamentos do projecto;


 Identificação e caracterização das fontes de risco existentes no projecto;
 Caracterização quantitativa e qualitativa dos riscos decorrentes da implementação
do projecto;
 Avaliação do potencial impacto do projecto relativamente à saúde e segurança no
 trabalho, nas diferentes fases do projecto;
 Identificação das medidas de mitigação para os possíveis impactos negativos;
 Elaboração do Plano de Gestão de saúde e segurança no trabalho;
 Definir programa de monitorização de saúde e segurança no trabalho, incluindo
aspectos sobre COVID 19 e HIV.

O estudo será elaborado com enfoque para as actividades e equipamentos previstos no


projecto. Em todas as áreas abordadas serão identificados os impactos negativos e
positivos e propostas as medidas de mitigação/potenciação para cada um deles, para as
três fases de implementação do projecto, portanto na fase de construção, operação e
desactivação.

4.6 Análise Do Projecto E As Suas Alternativas


Será incluída no Relatório de Estudo de Impacto Ambiental (REIA) uma análise do
projecto proposto e das suas componentes, bem como a análise do local, das vias de
acesso, processos e tecnologias, métodos de trabalho, implantação das infra-estruturas,
plano de trabalho das fases de construção, operação e encerramento, dimensões da
instalação e controlo de poluição, como também a alternativa de não implantação do
empreendimento.

PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA E DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES

INTERESSADAS E AFECTADAS (PI&AS)

5.1 Introdução
Este capítulo descreve o Processo de Consulta Pública proposto para ser seguido pelo
Consultor durante o EIA, e que será parte integrante da Avaliação de Impacto Ambiental
(AIA).

O processo de Consulta Pública tem como principal objectivo a auscultação do público


em geral e em particular dos indivíduos e instituições potencialmente relacionados com
o Projecto, em relação às sensibilidades, preocupações, opiniões e comentários sobre
qualquer assunto relacionado com este.

5.2 Legislação Moçambicana


As reuniões de Consulta Pública serão realizadas de acordo com os requisitos legislados
e respeitando todos os prazos e processos estabelecidos por Lei. Para tal, o Consultor
tomou como referência os seguintes documentos legislativos:

 O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto


54/2015, de 31 de Dezembro, Artigo 15)
 A Directiva Geral para o Processo de Participação Pública na Avaliação de Impacto
Ambiental (Diploma ministerial Nº 130/2006 de 19 de Julho)

Neste contexto, as Reuniões de Consulta Pública serão feitas em paralelo com duas
fases cruciais de produção de Relatórios, sendo que a primeira ronda deverá acontecer
durante a preparação dos Estudos de Pré-Viabilidade e Definição do Âmbito e dos
Termos de Referência para o EIA e a segunda ronda durante a elaboração do Relatório
do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIA).

Ainda de acordo com a legislação, o Consultor que se encarrega da Consulta Pública


deverá cumprir alguns procedimentos considerados fundamentais:

 Identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As);


 Preparação e divulgação dos materiais para a consulta e convite do público a
participar com 15 dias de antecedência;
 Colocação à disposição das PI&As dos documentos e materiais produzidos que
serão objecto de consulta;
 Realização das reuniões de Consulta Pública;
 Elaboração dos relatórios das reuniões de Consulta Pública levadas cabo.

5.3 Objectivos do Envolvimento das PI&As


Ao envolver as Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) na Consulta Pública pretende-
se incluí-las em todo o processo do EIA, dando-lhes uma oportunidade para apresentar
as suas opiniões e pontos de vista acerca do Projecto, apresentar as suas dúvidas e
questionamentos em todas as fases do processo de Avaliação de Impacto Ambiental,
criando nelas um senso de propriedade.

A Consulta Pública ajudará, portanto, a minimizar quaisquer receios ou possíveis


desconfianças das partes envolvidas ao possibilitar-lhes o acesso a informação directa,
aberta e transparente, e ao solicitar-lhes comentários e contribuições, permitindo que se
desenvolva um Processo de Participação Pública estabelecido na base da confiança.

Por outro lado, o seu envolvimento permite ao Consultor um maior acesso a informação
fundamental para a compreensão do contexto socio-ambiental da área do Projecto.

O Consultor deve relacionar-se com as PI&As na base de que elas têm o direito de
expressar as suas opiniões, expectativas e preocupações e de receber resposta às
questões colocadas.

5.4 Identificação E Análise Das Pi&As


Será previamente estabelecido contacto com os Administradores de Distrito e os Chefes
de Posto para recolha de informação detalhada visando a elaboração de uma lista
identificando as partes interessadas e afectadas (PI&As) pelo Projecto e que devem ser
envolvidas no Processo de Consulta Pública e ser consultadas, auscultadas e informadas
sobre o Projecto.

Dadas as condições actuais vividas no contexto da pandemia Covid-19, este primeiro


contacto será estabelecido telefonicamente e por e-mail, tentando manter um diálogo
aberto com os informantes.

A informação obtida destes contactos será acrescentada na Base de Dados do Consultor,


que irá sendo actualizada ao longo do decurso da Avaliação de Impacto Ambiental.
Durante a elaboração da lista de intervenientes na Consulta Pública será analisada a
importância e a influência que cada uma das partes poderá ter sobre o Projecto.

5.4.2 Organização das reuniões de Consulta Pública


Serão feitas duas Reuniões de Consulta Pública com a participação dos representantes
do governo local e da sociedade civil, tentando envolver todas as partes interessadas e
afectadas (PI&AS).

A primeira ronda de reuniões de Consulta Pública é o primeiro momento de interacção


do Proponente e do Consultor com as PI&As. Terá lugar para apresentação do EPDA e
terá o propósito de dar a conhecer os vários intervenientes do processo, apresentar o
Projecto com informações gerais sobre a concepção e os planos de implementação do
Projecto e apresentar as principais questões a serem estudadas no Estudo de Impacto
Ambiental.

Este encontro permitirá não só o esclarecimento directo dos problemas e questões das
Partes Interessadas e Afectadas (PI&AS), como também a recolha dos seus contributos,
comentários, sensibilidades e sugestões a serem incluídas nos Termos de Referência
para EIA.

5.5 Relatório De Participação Pública


Nas duas rondas de reunião de Consulta Pública estarão presentes o Proponente do
Projecto e o Consultor responsável pelo processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
Em cada reunião será feita uma apresentação do relatório em causa e serão registadas
numa acta todas as contribuições, opiniões e questões acerca do relatório e do Projecto.
Essas actas serão anexas ao Relatório de Participação Pública a ser elaborado. Todos os
depoimentos, preocupações, comentários e sugestões serão gravados e posteriormente
registados por escrito em relatórios de formato pergunta-resposta e serão tratadas com a
devida atenção Em cada reunião será feito o registo dos participantes, um registo
fotográfico da reunião e serão distribuídos exemplares do Resumo Não Técnico e de
uma ficha para comentários adicionais, que deverá ser devolvida ao Consultor no prazo
de uma semana, para permitir que os comentários pertinentes sejam incorporados no
Relatório de Participação Pública que será submetido como anexo ao relatório final do
EIA.
6.Equipe Proposta Para Realização Dos Estudos Especializados E Do Reas
A AIAS e serão efectuadas por uma equipe de consultores especializados. A equipa de
estudo é constituída por uma equipa de gestão do projecto e os seguintes especialistas:

 Coordenador Técnico/Ambientalista
 Especialista de geologia e solos
 Especialista de ecologia e biodiversidade
 Especialista de socioeconomia, reassentamento e participação pública
 Especialista de hidrologia e recursos hídricos
 Especialista em GIS e Cartografia

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