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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTAIS

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Prof.ª Jussara Machado Jardim

Montes Claros, 2014


SUMÁRIO

Apresentaçao 3
1 - Introdução 4
2 - Avaliação de Impactos Ambientais 7
3 - Conceitos básicos 8
3.1 - Impacto ambiental 8
3.2 - Indicadores de impactos 9
3.3 - Qualidade Ambiental 10
3.4 - Diagnóstico e prognose ambiental 10
3.5 - Atores sociais 11
4 – Caracterizações de Impactos Ambientais 12
4.1 - Abrangência Espacial 12
4.2 - Atributos 12
4.3 - Qualitativa 12
5 - Medidas Ambientais 13
6 - Métodos de avaliação de impactos ambientais 14
6.1 - Método Ad Hoc 14
6.2 - Método da Listagem de Controle (“Check List”) 15
6.3 - Método de Matrizes de Interação 15
6.4 - Método das Redes de Interação (“Networks”) 16
6.5 - Método da Superposição de Cartas ("Overlay mapping") 16
6.6 - Método dos Modelos Matemáticos 16
7 - Licenciamento Ambiental 17
8 - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental 18
8.2 - Outros documentos técnicos necessários ao Licenciamento 21
Ambiental
8.2.1 - O Plano de Controle Ambiental - PCA 21
8.2.2 - Relatório de Controle Ambiental - RCA 22
8.2.3 - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD 22
Referências 22
Anexos
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Apresentação

Esta apostila de Avaliação de Impactos Ambientais foi elaborada especificamente para


os alunos do curso de Especialização em Recursos Hídricos de Ambientais, ministrado no
Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais.
O objetivo desse material é apresentar os conteúdos básicos para os procedimentos de
avaliação de impactos ambientais e para o licenciamento ambiental, para serem trabalhados em
aulas.
Com esse objetivo, esta apostila é principalmente uma compilação de informações dos
livros: Avaliação e Perícia Ambiental (Cunha e Guerra, 2012), Avaliação de Impacto
Ambiental: conceitos e métodos (Sanchéz, 2006) e Avaliação de Impacto Ambiental: Agentes
Sociais, Procedimentos e Ferramentas, (IBAMA,1995) e Avaliação de Impacto Ambiental de
Projetos ( Silva, 1996) e, ainda, do site-internet da SEMAD –Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Minas Gerais.
Para que o texto tivesse mais fluidez não foram introduzidas as referências dos autores,
pois muitas vezes as informações são comuns a todos eles. Todas as publicações utilizadas estão
listadas, de acordo com a referência da ABNT, no final do texto.

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Avaliação de Impactos Ambientais
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1 - Introdução

Em vários países do mundo industrializado, na década de 1960, o estabelecimento de


grandes projetos de infraestrutura provocou movimentos ambientalistas que protestavam contra
derramamentos de petróleo, a construção de grandes represas, de rodovias, de complexos
industriais, de usinas nucleares, de projetos agrícolas e de mineração.
Gradativamente, tem sido criada a consciência de que o sistema de aprovação de projetos
não mais poderia considerar apenas os aspectos tecnológicos, excluindo as questões culturais e
sociais. Como principal marco dessa conscientização no mundo ocidental, incluindo-se nesse
contexto a prática agrícola, surgiu nos Estados Unidos da América, por inspiração de
movimentos ambientalistas em 1969, a Lei Federal “National Environmental Policy Act
(NEPA)”, que começou a vigorar em 01 de janeiro de 1970.
Esse instrumento legal dispunha sobre os objetivos e princípios da política ambiental
norte-americana, exigindo para todos os empreendimentos com potencial impactante, a
observação dos seguintes pontos: identificação dos impactos ambientais, efeitos ambientais
negativos da proposta; alternativas de ação; relação entre a utilização dos recursos ambientais
no curto prazo e a manutenção ou mesmo melhoria do seu padrão no longo prazo e, por fim, a
definição clara quanto a possíveis comprometimentos dos recursos ambientais para o caso de
implantação do empreendimento.
Essas exigências legais tiveram como resultado a implantação do sistema de
procedimentos ambientais, cujo objetivo era solucionar os conflitos que ocorriam entre manter
um ambiente saudável e permitir o desenvolvimento econômico. Segundo a declaração do
NEPA, na formulação da Declaração de Impacto Ambiental (Environmental Impact Statement -
EIS) e do processo associado a essa declaração, a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA),
havia a consciência de que era melhor prevenir os impactos possíveis que seriam induzidos por
um projeto de desenvolvimento, do que depois procurar corrigir os danos ambientais gerados :
“... criar e manter condições nas quais homem e natureza possam coexistir em produtiva
harmonia...”
A Avaliação Impacto Ambiental deve ser dividida em duas etapas: o diagnóstico,
quando são considerados todos os efeitos positivos e negativos associados ao projeto, como um
todo; e o prognóstico que avalia alternativas durante a implantação e o desenvolvimento do
projeto, visando gerar o menor número possível de efeitos sociais e ambientais negativos,

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minimizando os seus efeitos, tornando-os aceitáveis pela sociedade, a qual deve participar da
decisão da implantação do projeto/empreendimento.
Com o reflexo da aplicação da Lei NEPA e de outros instrumentos legais, a partir de
1975, os seguintes organismos internacionais passaram a introduzir a Avaliação de Impactos
Ambientais em seus programas de cooperação Organization for Economic Cooperation and
Development (OECD);– Organização das Nações Unidas (ONU); Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento ou
Banco Mundial (BIRD) .
Antes da década de 1970, a análise de projetos de instalação de empreendimentos
somente considerava a viabilidade técnico-econômica da intervenção. A partir da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, e dos sinais que
a natureza vem demonstrando - efeito estufa, perda da biodiversidade, diminuição da camada de
ozônio, aumento dos níveis de poluição, escassez de água potável, desmatamento desenfreado,
entre outros -, as organizações passaram a incorporar, com distintos graus de consistência, a
variável ambiental no desenvolvimento e implantação de empreendimentos.
Vários países adotaram o sistema de AIAs, a partir de 1970: a Alemanha em 1971, o
Canadá em 1973, a França e a Irlanda em 1976, e a Holanda em 1981. Desde sua criação, o EIS
tem sido considerado um instrumento valioso para a discussão do planejamento, em todos os
níveis, permitindo que o mesmo atinja plenamente os anseios conservacionistas, sociais e
econômicos da sociedade. Com o objetivo maior de tornar um projeto ambientalmente viável,
devem-se propor alternativas tecnológicas que minimizem efeitos indesejáveis, alternativas
locacionais que evitem a implantação do projeto em ambientes impróprios, impactáveis. Assim,
a AIA é um instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de procedimentos
capazes de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos
impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas
alternativas, e cujos resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos
responsáveis pela tomada da decisão, e por eles considerados. Além disso, os procedimentos
devem garantir adoção das medidas de proteção do meio ambiente, determinada no caso de
decisão da implantação do projeto.
No Brasil, em nível federal, o primeiro dispositivo legal relevante relacionado à
Avaliação de Impactos Ambientais foi a Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu
a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), a qual obriga e define limites que devem ser
obedecidos para a implantação e a futura operação dos projetos.

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Essa Lei também criou, para a execução da PNMA o Sistema Nacional de Meio
Ambiente (SISNAMA). Vale esclarecer que antecedendo a esfera nacional os estados de Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro estabeleceram os seus sistemas de licenciamento de
atividades poluidoras.
Desse modo, atualmente o SISNAMA está assim constituído:
1 – Órgão Superior – Conselho de Governo
2 – Órgão Consultivo e Deliberativo – CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
3 – Órgão Central – MMA - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal.
4 – Órgão Executor – IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
5 – Órgãos Seccionais - órgãos ou instituições da administração pública federal direta e indireta,
as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção
da qualidade ambiental, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução
de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
degradação ambiental.
6 – Órgãos Locais – órgãos municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades
impactantes.
Em Minas Gerais, o Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(SISEMA) é formado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SEMAD), pelos Conselhos Estaduais de Política Ambiental (COPAM) e de
Recursos Hídricos (CERH) e pelos órgãos vinculados: Fundação Estadual do Meio Ambiente
(FEAM), responsável pela qualidade ambiental no Estado, no que corresponde à Agenda
Marrom, Instituto Estadual de Florestas (IEF) responsável pela Agenda Verde e Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) que responde pela Agenda Azul.
As atribuições de Regularização Ambiental são exercidas pelo COPAM, por intermédio
das Câmaras Especializadas, das Unidades Regionais Colegiadas (URCs), das
Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SUPRAMS),
da FEAM, do IGAM e do IEF , de acordo com o Art. 1º do Decreto Estadual nº 44.844 de 25 de
julho de 2008.
De acordo com Silva (1996) a regulamentação da Política Nacional de Meio Ambiente
somente ocorreu dois anos após sua criação, por meio do Decreto Federal Nº 88.351, de 01 de
junho de 1983. Com isso, percebe-se que houve um “vácuo ambiental”, uma vez que qualquer
dispositivo legal necessita ser regulamentado para que possa ser efetivamente cumprido. O

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principal aspecto legal desse Decreto foi a instituição de três tipos de licenciamento ambiental:
Licenciamento Prévio (LP), Licenciamento de Instalação (LI) e Licenciamento de Operação (
LO)
No entanto, apesar da referida regulamentação, somente com a edição da Resolução
CONAMA nº 01 de 23 de janeiro de 1986, que ficaram estabelecidas as definições, as
responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implantação da Avaliação
de Impactos Ambientais como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA).

2 - Avaliação de Impactos Ambientais

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) é um instrumento da Política Nacional do


Meio Ambiente, instituída pela Lei Nº 6.938 de 1981, que tem por objetivo a preservação, a
melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar para o país,
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana, para que sejam atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em
vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Para a consecução desse objetivo, a PNMA prevê a Avaliação de Impacto Ambiental e
uma série de outros instrumentos complementares e inter-relacionados, como por exemplo:
- o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, que
exige a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e o seu respectivo Relatório de Impacto

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Ambiental e/ou de outros documentos técnicos, os quais constituem instrumentos básicos de


implementação da AIA;
- o Zoneamento Ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental e a
criação de Unidades de Conservação, que condicionam e orientam a elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental e de outros documentos técnicos necessários ao licenciamento ambiental;
- os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade Ambiental, as penalidades
disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação de equipamentos e a
criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental, que
facilitam ou condicionam a condução do processo de AIA em suas diferentes fases.

3 - Conceitos básicos

3.1 - Impacto ambiental

A definição de Impacto Ambiental, no Brasil, em termos oficiais, segue a Resolução no


001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 23 de janeiro de 1986, como
sendo:
“... qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que, direta
ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais
e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos
recursos ambientais”.
Alguns autores definem impactos ambientais como ações que perturbam,
descaracterizam e destroem características, condições ou processos no ambiente natural; que
causam modificações nos usos instalados, tradicionais e históricos, do solo e nos modos de vida
ou na saúde de segmentos da população humana; ou que modifiquem, de forma significativa, os
elementos ambientais
De acordo com o IBAMA (1995), nas propriedades do meio ambiente poderia ser
incluído o meio antrópico; assim, seria contemplado, em toda a sua extensão, o conceito
moderno de meio ambiente. Considerando as definições expostas, de modo geral, vale ressaltar
que os impactos ambientais são alterações de um parâmetro ambiental decorrentes de uma ação
antrópica e que essa rebate sobre o homem, o agente causal e receptor (ação - reação), de forma
a resultar em conseqüências maléficas (negativas) ou benéficas (positivas), conforme define
Silva (1996).

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3.2– Indicadores de impactos

Os indicadores ambientais, convenientemente escolhidos, cosntituem um modo prático


de descrever o comportamento futuro do meio ambiente afetado. Os indicadores têm tido uso
crescente em planejamento e em gestão ambiental, e são úteis em várias partes dos estudos de
impacto: no diagnóstico, na previsão de impactos e no monitoramento.
Indicadores fornecem uma interpretação de dados ambientais e, por isso, é usado por
várias áreas das ciências. Eles têm duas características básicas:
- quantificam informações para que seu significado possa ser apreendido mais
rapidamente;
- simplificam informações sobre processos complexos a fim de melhorar a comunicação.

Alguns Indicadores de impacto:


Indicador de qualidade ambiental: é um parâmetro, um organismo ou uma
comunidade biológica que serve como medida das condições de um fator ou de um sistema
ambiental.
Indicador ecológico :certas espécies que têm exigências ecológicas bem definidas e
permitem conhecer os ecossistemas possuidores de características especiais.
Indicador de impacto: elementos ou parâmetros de uma variável que fornecem a
medida da magnitude de um impacto ambiental. Podem ser quantitativos, quando medidos e
representados por uma escala numérica, ou qualitativos, quando classificados simplesmente em
categorias ou níveis.
Indicador de pressão ambiental: elementos ou parâmetros que descrevem as pressões
que as atividades humanas exercem sobre a meio ambiente, inclusive a quantidade e a qualidade
dos recursos naturais.
Indicador de resposta social: elementos ou parâmetros que mostram em que grau a
sociedade está respondendo às mudanças ambientais devidas às ações coletivas e individuais
para corrigir, mitigar ou prevenir os danos ao meio ambiente. Os indicadores de qualidade,
pressão ambiental e resposta social compõem o que se define como indicadores de
sustentabilidade .

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3.3 - Qualidade Ambiental

Um determinado quadro ambiental é resultante de processos dinâmicos e interativos que


ocorrem entre os diferentes elementos que compõem o meio ambiente, sejam naturais como
sociais. A percepção da qualidade ambiental é determinada pela valoração relativa de cada
componente associada às características naturais e antrópicas de cada região. Portanto, a
avaliação de qualidade ambiental envolve elementos objetivos e subjetivos. Os elementos
objetivos são avaliados por meio de estimativas e/ou medições dos impactos percebidos pela
sociedade, sendo os elementos subjetivos representativos do juízo de valor que esta sociedade
atribui às condições ambientais a que está submetida. (La Rovere, 2001).

3.4 - Diagnóstico e prognose ambiental

O artigo 6o da Resolução CONAMA 001/86 determina que o “diagnóstico ambiental da


área de influência de um projeto constitui-se numa completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da
área antes da implantação do projeto”. Essa fase poderá subsidiar a escolha das alternativas
locacionais e tecnológicas.
O diagnóstico é uma das fases do processo de licenciamento ambiental, que consiste no
levantamento e na caracterização dos elementos ambientais para as diversas áreas de influência
do empreendimento e que necessita ser elaborado considerando-se as características dos meios
físico, biótico e antrópico antes da implantação do projeto, devendo ser levados em
consideração principalmente o grau de detalhamento exigido para cada elemento ambiental; a
natureza e o porte do empreendimento; a relevância dos fatores ambientais; a localização; e os
critérios exigidos pelo órgão ambiental.
Conforme a Resolução CONAMA n° 001/86, os fatores ambientais que caracterizam a
região são representados pelos meios:
- físico: que compreende o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as
correntes marinhas, as correntes atmosféricas; o meio biológico e os ecossistemas naturais
(biótico) – que englobam a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade
ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de
preservação permanente;

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-socioeconômico: que considera o uso e ocupação do solo, os usos da água e a


socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a
potencial utilização futura desses recursos.
Quanto à prognose ambiental, o artigo 6o da Resolução do CONAMA considera o
conjunto de ações que servirão para a análise dos impactos ambientais do projeto e de suas
alternativas, além da identificação da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos; diretos e indiretos;
imediatos, a médio e longo prazo; temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas
propriedades cumulativas e cinergéticas; e a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
Assim, um dos principais objetivos da Avaliação de Impactos Ambientais é a prevenção
das mudanças nos sistemas naturais e sociais decorrentes de um determinado projeto, programa
ou política. Todo estudo de impacto ambiental deve apresentar um prognóstico da situação
futura mediante tais procedimentos, entendido como uma descrição da situação futura do
ambiente afetado, devendo ser fundamentados em hipóteses plausíveis e previsões confiáveis
(Sanches, 2002).

3.5 - Atores sociais

Na Avaliação de Impactos Ambientais existe uma série de atores sociais interessados


nos resultados e desdobramentos dos processos desses instrumentos, sendo possível identificar
alguns deles envolvidos com a dinâmica do processo :
- Parte interessada, ou seja, os idealizadores da proposta, que podem ser empresários e,
ou, governos dos três níveis hierárquicos tais como prefeituras e governos federal e estadual.
- Parte elaboradora, constituída pelos elementos técnico-administrativos das empresas
públicas ou privadas (consultorias) responsáveis pelos documentos ambientais produzidos.
- Parte avaliadora, constituído pelo o corpo técnico-administrativo dos órgãos públicos
licenciadores de atividades impactantes, como o IBAMA e as Secretarias do Meio Ambiente
dos estados e dos municípios.
- Comunidade direta e indiretamente afetada (positiva ou negativamente) pela eventual
execução da proposta sob análise, como a população de uma microbacia em que se pretende
fazer um barramento para aproveitamento hidroagrícola.

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- Associações civis interessadas na análise da proposta, como grupos ecológicos


(organizados formalmente ou não), sociedades acadêmico-científicas e associações
comunitárias, organizações não-governamentais.
- Imprensa de modo geral, notadamente em casos de maior repercussão, como a
imprensa televisiva local, os jornais, entre outros.

4 – Caracterizações de Impactos Ambientais


Os impactos ambientais devem ser caracterizados de acordo com os seguintes elementos:
4.1 – Abrangência Espacial:
Área Diretamente Afetada: impacto cujos efeitos se fazem sentir apenas nas imediações
ou no próprio sítio onde ocorre a ação.
Área Indiretamente Afetada: impacto cujos efeitos se fazem sentir além das imediações
do sítio onde ocorre a ação.

4.2 – Atributos dos impactos ambientais


A magnitude e a importância constituem os atributos principais dos impactos ambientais,
uma vez que informam sobre a significância dos mesmos.
Magnitude: “é a grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo ser definida
como a medida de alteração no valor de um fator ou parâmetro ambiental, em termos
quantitativos ou qualitativos. Para o cálculo da magnitude deve ser considerado o grau de
intensidade, a periodicidade e a amplitude do impacto, conforme o caso”.
Importância: “é a ponderação do grau de significância de um impacto em relação ao
fator ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que um certo impacto, embora de
magnitude elevada, não seja importante quando comparado com outros, no contexto de uma
dada avaliação de impactos ambientais.” (Anexo 1)

4.3 - Caracterização qualitativa de impactos ambientais


A classificação qualitativa dos impactos ambientais considera as seguintes
características:
Critério de Valor: o impacto é positivo ou benéfico quando a ação resulta em uma
melhoria na qualidade de um fator ou parâmetro ambiental. O impacto é negativo ou adverso
quando a ação resulta em um dano ou prejuízo à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental.
Critério de Ordem (Relação Causa/Efeito): o impacto direto, primário ou de primeira
ordem resulta de uma simples relação de causa e efeito; e o impacto indireto, secundário ou de

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enésima ordem resulta de uma reação secundária em relação à ação, ou quando é parte de uma
cadeia de reações.
Critério de Espaço: o impacto é considerado como local quando a ação afeta apenas o
próprio sítio e suas mediações; o impacto é regional quando se faz sentir além das imediações
do sítio onde ocorre a reação; e o impacto é estratégico quando afeta um componente ambiental
de interesse coletivo, nacional ou mesmo internacional.
Critério de Tempo : o impacto é considerado imediato ou de curto prazo quando o efeito
surge no instante em que ocorre a ação (o qual deve ser definido); o impacto é de médio prazo
quando o efeito ambiental se manifesta em um tempo médio (o qual deve ser definido); e o
impacto é de longo prazo quando se manifesta longo tempo após a ação (devendo este ser
definido).
Critério de Dinâmica: o impacto é temporário quando os efeitos de uma ação têm
duração determinada; e o impacto é cíclico quando o efeito se manifesta em intervalos de tempo
determinados, podendo ou não ser constantes. O impacto é considerado permanente quando,
executada uma ação, os efeitos não param de se manifestar em um horizonte temporal
conhecido.
Critério de Plástica: o impacto é reversível quando um fator ou parâmetro ambiental
afetado, cessada a ação, retorna às suas condições originais; e o impacto é irreversível quando
um fator ou parâmetro ambiental afetado não retorna às suas condições originais, pelo menos
em um horizonte de tempo aceitável pelo homem.

5 - Medidas Ambientais
Medidas mitigadoras e ou potencializadoras são aquelas capazes de diminuir o impacto
negativo e potencializar os impactos positivos quando da ação ambiental. Essas devem ser
classificadas de acordo com sua natureza (preventiva ou corretiva), fase do empreendimento,
fator ambiental, prazo de permanência e responsabilidade por sua implementação (Silva, 1996).
É importante ressaltar que essas medidas devem ser implantadas e adaptadas às diferentes fases
do licenciamento ambiental.
Dessa forma, as medidas ambientais devem ter como finalidade básica minimizar os
danos ambientais previstos, e sua proposição deve refletir a avaliação desenvolvida e apresentar
certa correspondência com o nível de prevenção, capacidade e factibilidade de controle dos
impactos ambientais identificados.
Em relação às suas características, as medidas ambientais devem apresentar prever ou
corrigir os danos ambientais, caracterizados pelo seu grau de magnitude, bem como pela

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redução do potencial dos impactos qualificados na avaliação realizada. A factibilidade delas


deve ser prevista segundo seu grau de viabilidade econômica e institucional, e os encargos
atribuídos ao poder público, configurados pela natureza e intensidade de suas responsabilidades,
observando-se a compatibilidade, pertinência e capacidade de implantação das instituições
governamentais envolvidas.

6 - Métodos de Avaliação de Impactos Ambientais

São normalmente denominados de técnicas ou métodos de avaliação de impactos


ambientais os instrumentos que visam identificar, coletar, analisar, comparar, avaliar, organizar
e sumarizar os impactos de um determinado projeto ou programa, além de avaliar as técnicas
que definirão a forma e o conteúdo das informações a serem consideradas. Podem ser aplicados
para ordenar (p. ex., “check list”), agregar (p. ex., matrizes, diagramas), quantificar (p. ex.,
modelos de simulação, análises multicritérios) e representar graficamente (p. ex., “overlays”,
matrizes, diagramas) as informações geradas nos estudos.
Embora exista um grande número de métodos de avaliação de impactos ambientais, se
percebe, em linhas gerais, que todos apresentam vantagens e limitações quanto à sua
adoção,valendo ressaltar as características do empreendimento, a disponibilidade de dados e o
objetivo final desses estudos .
A escolha do método de AIA deve atender aos requisitos e normas legais exigidos; ao
tempo disponível para a execução dos trabalhos; aos recursos técnicos e financeiros que podem
ser investidos e também aos dados disponíveis.
Conforme apresentado por vários autores, as principais características que definem os
tipos clássicos de métodos de avaliação de impactos ambientais são:

6.1 - Método Ad Hoc


É um método que reúne vários especialistas de diversas áreas, com o objetivo de obter
dados e informações em tempo reduzido e quando há carência de dados. Estes especialistas
deverão ser escolhidos de acordo com as características da proposta sob análise, devendo
possuir conhecimento científico e experiência profissional suficiente para dar maior respaldo
científico ao estudo. Embora a legislação vigente no país não o considere um método de
Avaliação de Impacto Ambiental, é utilizado quando se deseja reduzir o custo e o tempo.
Entretanto, apresenta as desvantagens de não promover a análise sistemática dos impactos e
fornecer os resultados com alto grau de subjetividade.

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6.2 - Método da Listagem de Controle (“Check List”)


Foi um dos primeiros métodos de avaliação de impactos ambientais, devido,
principalmente, à sua facilidade de aplicação. Serve de guia para o levantamento dos dados e
informações necessários ao estudo, podendo ser acompanhado ou não de uma caracterização de
cada indicador listado (base científica a ser escolhida e relação com os demais indicadores). São
técnicas preponderantemente de identificação, mas podem também incorporar escalas de
valoração e ponderação dos valores. As listagens podem ser: simples, descritiva, escalar e
escalar ponderada. As listagens de controle simples agrupam apenas os fatores ambientais, às
vezes, associados a parâmetros que fornecem as medidas para o cálculo da magnitude dos
impactos. As listagens descritivas agrupam e orientam a análise dos impactos ambientais sob a
forma de questionários e, como na listagem simples, são aplicados em diagnóstico ambiental da
área de influência, além de apresentarem também a análise dos impactos. As listagens escalares
agrupam os impactos e os fatores em uma escala de valores ou em símbolos para cada fator
ambiental, incorporando o grau de importância nas escalares ponderadas. Ambas são aplicadas
no diagnóstico ambiental, na valoração de impactos e na comparação de alternativas. A técnica
ajusta-se bem ao método “ad hoc”, pois em um esforço multidisciplinar pode-se efetuar uma
listagem dos impactos mais relevantes, mesmo com limitação de dados. ( Anexos 2 e 3)

6.3 - Método de Matrizes de Interação.


A Matriz de Interação foi originalmente elaborada por Leopold et al. (1971), consiste em
listagens de controle bidimensionais, dispondo nas linhas e nas colunas os fatores ambientais e
as ações resultantes do projeto. A interseção dessas linhas representa a relação de causa e efeito,
ou seja, o impacto ambiental. As matrizes podem ser qualitativas ou quantitativas. A matriz é
qualitativa quando são utilizados os seis critérios de classificação qualitativa de impactos
ambientais para preencher as possíveis relações de impacto entre as suas linhas e colunas. A
matriz é quantitativa quando são utilizados critérios relativos à magnitude e à significância dos
impactos, por meio do uso de números ou cores. O termo magnitude é usado no sentido de grau,
extensão ou escala. A importância (isto é, a significação) de cada impacto ambiental específico
deve incluir considerações sobre as conseqüências de mudar a condição particular sobre outros
fatores do ambiente.( Anexos 4, 5 , 6 e 7 )

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6.4 - Método das Redes de Interação (“Networks”).


As Redes de Interação representam um avanço em relação às técnicas anteriores, pois ao
estabelecerem relações do tipo causa-condição-efeito, permitem melhor identificação dos
impactos e de suas interrelações.
Essas redes consistem de gráficos ou diagramas que representam a seqüência e as
conexões entre os vários efeitos ambientais desencadeados por uma ação humana. Elas
apresentam abordagem integrada na análise dos impactos e suas interações, embora não sejam
destacadas as importâncias relativas, os aspectos temporais e espaciais, a magnitude e a
dinâmica dos sistemas ambientais.
Trata-se de uma técnica preponderantemente de identificação de efeitos, que parte da
caracterização de diferentes usos de solo, os quais se desdobram em diversos fatores causais
que, por sua vez, acarretam impactos ambientais classificados em condições iniciais,
conseqüências e efeitos. Além de apresentar uma rede composta dos diversos ramos de efeitos,
o método indica igualmente ações corretivas e mecanismos de controle. ( Anexos 8 e 9)

6.5 - Método da Superposição de Cartas ("Overlay mapping")


Esse método se associa à técnica de Sistema de Informações Geográficas – SIG, que
deve contemplar o uso do computador, permitindo a aquisição, o armazenamento, a análise e a
representação de dados ambientais. A essência desse método é a elaboração e a posterior
sobreposição de cartas temáticas (aspectos físicos, bióticos e antrópicos) de uma determinada
área. Para obtenção de resultados confiáveis, se exige que as cartas temáticas sejam
apresentadas em uma mesma escala e com um mesmo padrão de detalhamento. A sobreposição
dos temas, que representa o diagnóstico ambiental, permite a escolha de alternativas de menor
impacto, considerando os temas apresentados e as restrições preestabelecidas.

6.6- Método dos Modelos Matemáticos


Funciona como modelos matemáticos computadorizados (simulações, regressão,
probabilidade, multivariado, etc.), desde os mais simples aos mais complexos, que permitem
simular a estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais, pela consideração de todas as
relações biofísicas e antrópicas possíveis de serem compreendidas no fenômeno estudado.
Possibilita diagnosticar e prognosticar a qualidade ambiental da área de influência. Considera a
dinâmica dos sistemas ambientais, permitindo a comparação de cenários, além de incluir um
grande número de variáveis quantitativas e qualitativas.

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Avaliação de Impactos Ambientais
17

7 - Licenciamento Ambiental

De acordo com a Lei Estadual Nº 7.772 de 8 de setembro de 1980, alterada pela Lei Nº
15.972 de 12 de janeiro de 2006, o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo
por meio do qual o poder público autoriza a instalação, ampliação, modificação e operação de
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou
potencialmente poluidores
Independente de ocorrer no âmbito da União, dos estados ou dos municípios, o processo
de licenciamento ambiental é dividido em três etapas:
Licença Prévia (LP): é concedida na fase preliminar de planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando, mediante fiscalização prévia obrigatória ao local, a
localização e a concepção do empreendimento, bem como atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidas nas próximas fases de
sua implementação. Tem validade de até quatro anos.
Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. Tem validade de até seis anos.
Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após
fiscalização prévia obrigatória para verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores, tal como as medidas de controle ambiental e as condicionantes porventura
determinadas para a operação. Ela é concedida com prazos de validade de quatro ou de seis anos
estando, portanto, sujeita à revalidação periódica. A LO é passível de cancelamento, desde que
configurada a situação prevista na norma legal.

Licenciamento Preventivo e Corretivo


Se o requerimento de licença ambiental é apresentado quando o empreendimento ou
atividade está na fase de planejamento, ou seja, antes que qualquer intervenção seja feita no
local escolhido para sua implantação, diz-se que está ocorrendo o licenciamento preventivo.
Quando o empreendimento ou atividade está na fase de instalação ou de operação, diz-se
que está ocorrendo o licenciamento corretivo. Nesse caso, dependendo da fase em que é
apresentado o requerimento de licença, tem-se a licença de instalação de natureza corretiva
(LIC) ou a licença de operação de natureza corretiva (LOC).

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18

Prazos
Independente do tipo de licença requerida, o prazo regimental para que o órgão
ambiental se manifeste acerca do requerimento é de até seis meses, ressalvada a hipótese de
requerimentos instruídos por EIA/Rima, quando o prazo é de até 12 meses. Com relação aos
requerimentos de revalidação de LO, o prazo regimental é de até 90 dias. Não é computado
nesses prazos o tempo gasto pelo empreendedor para apresentar informações complementares.
Os empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental são apresentados a seguir:
Classes 1 e 2: impacto ambiental não significativo – Autorização Ambiental de Funcionamento
(AAF)
Classes 3 e 4: impacto significativo (médio) – licenças Prévia (LP), de Instalação (LI) e de
Operação (LO).
Classes 5 e 6:impacto significativo (grande) – licenciamento ambiental: LP,LI,LO.

De acordo com a DN 74/04 , os empreendimentos e atividade modificadoras do meio


ambiente são enquadradas em seis classes que conjugam o porte e o potencial poluidor ou
degradador do meio ambiente(1,2,3,4,5,6) conforme especificado na Tabela a seguir;

Potencial poluidor/degradador
Geral da atividade
P M G
Porte do P 1 1 3
Empreendimento M 2 3 5
G 4 5 6

8 - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental

O Estudo de Impacto Ambiental foi introduzido no sistema normativo brasileiro, pela


Lei Nº6.803 de 2 de julho de 1980, no seu artigo 10, § 3º, que tornou obrigatória a apresentação
de “estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto” para a localização de pólos
petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos e instalações nucleares.
Posteriormente, a Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu a exigência de elaboração
de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
para o licenciamento de diversas atividades modificadoras do meio ambiente, bem como as
diretrizes e atividades técnicas para sua execução.

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19

O EIA e o RIMA são exigidos para as atividades listadas nas Resoluções CONAMA
001/86, 011/86, 006/87, 009/90 e outras definidas na legislação de nível estadual e municipal. A
Resolução CONAMA 001/86 fornece orientação básica para a elaboração do EIA/RIMA,
estabelecendo definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente.
De acordo com a Resolução CONAMA 001/86, o EIA/RIMA deve ser realizado por
equipe multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente do
projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados (art. 7º), sendo que os
custos referentes à realização do EIA/RIMA correrão à conta do proponente (art. 8º).
O EIA é um instrumento de política ambiental destinado a fazer com que os impactos
ambientais de projetos, programas, planos ou políticas sejam considerados, fornecendo
informações aos órgãos licenciadores e ao público, fazendo-o participar e adotando medidas que
reduzam, a níveis toleráveis, esses impactos.
O EIA deve indicar de forma bastante clara para a comunidade os prováveis impactos da
ação sobre o meio ambiente, quer sejam positivos ou negativos, tanto em nível local como
regional e mesmo nacional. A atenção dada aos diferentes fatores ambientais deve variar
conforme a importância, natureza, escala e localização da ação proposta.
O RIMA refletirá as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental, devendo ser
apresentado ao público interessado de forma objetiva e adequado à sua compreensão, a partir de
linguagem acessível, pois na maioria das vezes, para a população afetada pelo empreendimento,
a linguagem técnica não é acessível. Esse documento deve ser ilustrado por mapas, cartas,
quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as
vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua
implantação
Nesse ínterim, qualificar e, quando possível, quantificar antecipadamente o impacto
ambiental é o papel reservado ao EIA como suporte para um adequado planejamento de obras
ou atividades relacionadas com o ambiente. É certo que, muitas vezes, a previsão dos efeitos
danosos de um empreendimento pode ser muito delicada, pois algumas modificações do
equilíbrio ecológico só aparecem muito tarde. Disso decorre a consideração de que o EIA é um
“procedimento administrativo de prevenção e de monitoramento dos danos ambientais”. O EIA,
em síntese, é “um estudo das prováveis modificações nas diversas características
socioeconômicas e biofísicas do ambiente que podem resultar de um projeto proposto”.

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20

Com base na Resolução do CONAMA 01/86 os EIA/RIMA devem conter, no mínimo,


as seguintes informações:
A - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, abordando temas ligados aos
meios físico, biótico e antrópico.
B - Contemplação das alternativas tecnológicas e de localização do projeto,
confrontando-as com a hipótese de sua não-execução.
C - Identificação e análise dos impactos ambientais gerados nas fases de implantação e
operação das atividades ligadas ao empreendimento.
D - Delimitação dos limites geográficos a serem direta e indiretamente afetados pelos
impactos, denominando área de influência direta do projeto, considerando-se, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza, e indireta, conforme critérios ambientais
previamente estabelecidos em função da magnitude a abrangência do empreendimento.
E - Definição das medidas minimizadoras e potencializadoras dos impactos negativos e
positivos, respectivamente, decorrentes da ação proposta e de suas alternativas.
F - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.

Quanto ao Relatório de Impacto Ambiental, seu conteúdo mínimo deve conter as


seguintes características e procedimentos:
A - O RIMA deverá refletir as conclusões do EIA, e suas expressões técnicas devem ser
emitidas em linguagem acessível ao público.
B - Devem ser definidos os objetivos e as justificativas do projeto, sua relação e
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais.
C - Devem ser descritos os projetos e suas alternativas tecnológicas e locacionais, com
apresentação de uma síntese do diagnóstico ambiental da área de influência do projeto.
D - Os impactos ambientais, considerando-se os projetos, suas alternativas, os horizontes
de tempo e incidências dos impactos e indicação dos métodos, as técnicas e critérios adotados
para identificação, quantificação e interpretação, devem ser definidos.
E - Deve-se fazer uma caracterização da qualidade ambiental futura das áreas de
influência, comparando-se as diferentes situações de adoção do projeto e de suas alternativas,
bem como a hipótese de sua não-realização.
F - Deve ser feita a descrição dos efeitos esperados e das medidas mitigadoras em
relação aos impactos negativos, mencionando-se aqueles que não puderam ser evitados e o grau
de alteração esperado.
G - Estabelecer programas de acompanhamento e monitoramento.

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21

O artigo 2º da Resolução 001/86 define que o EIA/RIMA deve ser submetido à


aprovação do órgão estadual competente e, em caráter supletivo, do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A esse cabe, também, a aprovação do
EIA/RIMA para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente que, por lei,
seja de competência federal.
Os artigos 10 e 11 dessa Resolução estabelecem os procedimentos para manifestação de
forma conclusiva do órgão estadual competente ou do IBAMA ou, quando couber, do
Município, sobre o RIMA apresentado. Sempre que julgarem necessário, esses órgãos realizarão
Audiência Pública para informar sobre o projeto e seus impactos ambientais e discutir o RIMA.
A Constituição Federal de 1988, finalmente, fixou, através de seu artigo 225, inciso IV, a
obrigatoriedade do Poder Público exigir o Estudo Prévio de Impacto Ambiental para a
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, despontando como a primeira Carta Magna do planeta a inscrever a obrigatoriedade
do estudo de impacto no âmbito constitucional.

8.2 - Outros documentos técnicos necessários ao Licenciamento Ambiental

8.2.1 - O Plano de Controle Ambiental - PCA


O Plano de Controle Ambiental é exigido pela Resolução CONAMA 009/90 para
concessão de Licença de Instalação-LI de atividade de extração mineral de todas as classes
previstas no Decreto-Lei 227/67. O PCA é uma exigência adicional ao EIA/RIMA apresentado
na fase anterior (Licença Prévia).
Esse documento deve conter os projetos executivos de minimização dos impactos
ambientais avaliados através de EIA/RIMA na fase de Licenciamento Prévio.
No caso específico da extração mineral da Classe II, existe a possibilidade de
substituição do EIA/RIMA pelo Relatório de Controle Ambienta(RCA) a critério do órgão
ambiental competente (Resolução CONAMA 009/90).
A legislação não prevê PCA, RCA e PRAD para outras atividades que não esteja na
categoria “extração minieral”. Todavia, esses documentos técnicos têm sido exigido por alguns
órgãos estaduais de meio ambiente também para o licenciamento de outros tipos de atividade,
além da mineração.

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22

8.2.2 - Relatório de Controle Ambiental - RCA


O Relatório de Controle Ambiental é exigido pela Resolução CONAMA 010/90, na
hipótese de dispensa do EIA/RIMA, para a obtenção de Licença Prévia-LP de atividade de
extração mineral da Classe II, prevista no Decreto-Lei 227/67. Deve ser elaborado de acordo
com as diretrizes estabelecidas pelo órgão ambiental competente.
O RCA tem sido exigido por alguns órgãos de meio ambiente também para o
licenciamento de outros tipos de atividade.

8.2.3. - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD


O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas tem sido utilizado para a recomposição de
áreas degradadas pela atividade de mineração. É elaborado de acordo com as diretrizes fixadas
pela NBR 13030, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, e outras normas pertinentes.
Não há diretrizes para outros tipos de atividade.
A análise do Estudo Ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, etc.) tem como
propósitos: verificar se foram cumpridas todas as exigências contidas no Termo de Referência,
na Resolução CONAMA 001/86 e nos outros instrumentos legais pertinentes que tratam da
proteção do meio ambiente; • identificar eventuais falhas e omissões no estudo apresentado e
sugerir a sua complementação antes da Audiência Pública, quando convocada; • extrair os
condicionantes para o licenciamento das atividades; • identificar os agentes envolvidos na fase
de monitoramento dos impactos negativos.

REFERÊNCIAS
CUNHA, S. B. da.; GUERRA, A. J. T. (Orgs.). Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2012.284 p.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS


RENOVÁVEIS. Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas.
Brasília: IBAMA, 1995. 136p.

SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo:
Oficina de Textos, 2006. 495 p.

SILVA, E. Avaliação de Impacto Ambiental de Projetos Hidroagrícolas. Brasília: ABEAS,


1996. 94 p.

SEMAD- Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.


http://www.meioambiente.mg.gov.br/

ANEXOS de 1 a 9

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 1

Matriz de Avaliação da Importância em Impactos

MAGNITUDE
ALTA MÉDIA BAIXA
FREQUÊNCIA ALTA ALTA ALTA MÉDIA
MÉDIA ALTA MÉDIA MÉDIA
BAIXA MÉDIA MÉDIA BAIXA

Critérios de Importância de Impactos

Localizado, causando mudanças pontuais nos meios físico, biótico e/ou


socioeconômico, com efeitos de apenas poucos dias até meses. A recuperação é
plena, sem efeitos residuais. Ocorre de forma eventual durante a fase do
BAIXA empreendimento avaliado e é baixa a intensidade de alteração do fator
ambiental

Mudanças locais significativas sobre os meios físico, biótico e/ou


socioeconômicos, com duração de alguns meses até 2 anos. Entretanto, sua
recuperação é praticamente completa. Resulta de um impacto de ocorrência
constante ou durante parte da fase do empreendimento, mas com uma
MÉDIA intensidade de alteração baixa; ou de uma ação de ocorrência eventual mas
com intensidade elevada ou mediana de alteração do fator ambiental em
avaliação; ou ainda de um impacto que é percebido durante parte do período e
com alteração mediana do fator ambiental

Com extensão mais ampla, as alterações são significativas sobre os meios


físico, biótico e/ou socioeconômico, sendo que os efeitos podem durar mais de
2 anos. Resulta de um impacto de ocorrência constante ou pelo menos em uma
ALTA parte da fase do empreendimento, com conseqüente elevada alteração do fator
ambiental. Pode ser resultado também de um evento de ocorrência constante
mas que cause elevadas ou mediana alteração no fator ambiental em avaliação.

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ANEXO 2

EXEMPLO DE CHECK-LIST 7. Fatores Biológicos


a) Fauna: Inventário de Biótopos, Biocenoses e
A - FATORES CORRESPONDENTES suas Correlações; Inventário de Espécies
AO IMPACTO BIOGEOFÍSICO Características.

1. Contaminação Atmosférica b) Flora: Inventário de Espécies Características e


Fatores Quantitativos: Vegetação Natural; Espécies em Perigo;
Partículas Sólidas; Gases; Vapores; Aerossóis; Sub Diversidade de Espécies; Estabilidade do
stâncias Tóxicas; Qualidade; Ecossistema.
Alteração do Microclima .
B. FATORES CORRESPONDENTES AO
2. Contaminação das Águas (Águas IMPACTO SOCIOECONÔMICO.
Continentais, Superficiais e Subterrâneas, e
Marítimas) 1. Território
Fatores Quantitativos: Caudal; Variações de Fluxo Uso Inadequado do Território e dos Recursos
Naturais
Fatores Qualitativos: Modificações no Uso do Território
a) Físicos: Temperatura; Turbidez; Densidade; Alternativas de Uso para o Território e os Recursos
Sólidos Dissolvidos e em Suspensão; Naturais
Aspectos Organolépticos (Cor, Odor, Sabor) Expropriações dos Terrenos

b) Químicos Inorgânicos: Oxigênio; pH


(Hidrogênio); Nitrogênio; Fósforo; Metais Alcalino 2. Alteração da Paisagem
ferrosos; Enxofre; Halogênicos; CarbonoInorgânico; Destruição ou Alteração da Paisagem
Silício; Metais Pesados. Destruição de Sistemas Naturais

c) Químicos Orgânicos Biodegradáveis: Hidratos 3. Aspectos Humanos e Socioculturais


de Carbono, Graxas e Proteínas Padrões Culturais
Destruição ou Alteração da Qualidade de Vida em
d) Não Biodegradáveis: Termos de Aspectos Culturais, Históricos, etc.
Pesticidas, Detergentes, Hidrocarbonetos e Produto Moléstias Decorrentes de Congestionamento
s Petroquímicos Persistentes. Urbano e de Tráfego
Alteração dos Sistemas ou Estilo de Vida
d) Biológicos Tendências de Variações Demográficas
Organismos Patogênicos; Organismos Locais Históricos e Artísticos que podem ser
Eutrofizantes; DBO; Outros Afetados

3. Solo 4.Aspectos Econômicos


Precipitação; Deposição; Sedimentação; Estabilidade Econômica Regional
Contaminação por Resíduos Sólidos, Líquidos Renda e Gastos para o Setor Público
ou Gasosos; Alteração do Revestimento Vegetal; Consumo e Renda Per Capita
Outros Empregos que podem ser Gerados na Fase de
Construção do Projeto
4. Substâncias Radioativas Empregos Fixos Durante o Funcionamento do
Projeto
5. Ruído Incremento Econômico de Atividades Comerciais,
Serviços, etc. durante a construção e o
6. Recursos Naturais funcionamento do Projeto
a) Vegetação Natural: Moradias
Flora; Exploração Vegetal; Uso Agrícola do Solo e p Infraestrutura de Transportes
/ Pastagem; Recursos Minerais; Espaços Infraestrutura Sanitária
Destinados a Usos Recreativos; Paisagem. Serviços Comunitários e
Equipamentos Urbanos
b) Meio Aquático: Recursos Pesqueiros Outro

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 3

LISTAGEM DE CONTROLE ( Check-List )

ORDENAMENTO DAS ALTERNATIVAS


PARÂMETROS Nenhuma Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
ação

Qualidade da água
- Alcalinidade(pH) 5 2 4 1
- Ferro e Manganês 5 2 4 1
- Dureza total 2 2 4 1

Ecologia
- Aquática 5 2 4 1
- Terrestre 4 5 3 1

Estética
- Biota Terrestre 4 5 3 1
- Biota Aquática 5 4 3 1
- Estruturas construídas 1 5 3 2

Economia
- Atividade Econômica 5 1 4 2
- Formação do capital 5 1 3 4
- Rendas e emprego 5 1 4 2
- Valor das propriedades 5 4 3 1

Social
- Serviços individuais 5 4 3 1
- Serviços comunitários 1 3 5 2

Custo Público
- Construção 1 4 2 5
- Operação e Manutenção 1 5 3 2

Classificação: (1) o mais desejável e ( 5) o menos desejável

Fonte: Adaptado de Hessel et all, 1972

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 4

MODELO SIMPLIFICADO DE MATRIZ DE INTERAÇÃO

ATIVIDADES FATORES AMBIENTAIS


IMPACTANTES MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO ANTRÓPICO
Aquisição de Terras
Desmatamento
Preparo do Terreno
Plantio

Características Qualitativas

Valor Ordem Espaço


Positivo (P) Direto (D) Local (L)
Negativo (N) Indireto (I) Regional (R)
Estratégico (E)

Tempo Dinâmica Plástica


Curto Prazo (C) Temporário (T) Reversível (V)
Médio Prazo (M) Cíclico (C) Irreversível (I)
Longo Prazo (O) Permanente (P)

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 5 - MODELO DE MATRIZ DE INTERAÇÃO

Impacto Ambiental
Positivo Negativo
Componente Característica
Magnitude Importância Duração Magnitude Importância Duração Indefinido
P M G 1 2 3 4 5 6 P M G 1 2 3 4 5 6
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Subtotal

P – Pequena; M – Média; G – Grande; 1 – Não significativa; 2 – Moderada; 3 – Significativa; 4 – Curta; 5 – Média; 6 – Longa.
Componente: atmosfera, solo, córrego, população, economia, etc.
Características
1. 2.
3. 4.
5. 6.
7. 8.
9. 10.

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 5 - MODELO DE MATRIZ DE INTERAÇÃO (cont.)

Impacto Ambiental
Tipo de Impacto Meio Afetado Total Magnitude Importância Duração
P M G 1 2 3 4 5 6
Físico
Biótico
Positivo
Antrópico
Subtotal
Físico
Biótico
Negativo
Antrópico
Subtotal
Indefinido Subtotal
Total Geral

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 6 - Modelo de Matriz de Impactos Ambientais

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 7 – Matriz de Interação – Leopold, 1971

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Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 7 – Matriz de Leopold,1971

• A matriz mais antiga é a “Matriz de Leopold” (Leopold, 1971), que tem 88 características
ambientais nas linhas e 100 atividades de projetos na coluna.

• Nessa matriz se considera cada atividade e o seu potencial para causar impacto.

• O número de características e de atividades pode aumentar o reduzir de acordo com o tipo de


projeto ou empreendimento.

• Os atributos (magnitude e importância) dos impactos são assinalados nas celulas da matriz.

• A magnitude da interação é descrita por meio de escala numérica de 1 (baixa) a 10 (alta). A


atribuição do número e baseada em fatos e dados disponíveis.

• Similarmente, atribui-se uma escala de importância que varia de 1 (baixa) a 10 (alta). A


atribuição desse número se baseia na experiência ou julgamento do especialista ambiental.

• O somatório das células possibilita análise e interpretação mais profunda sobre os impactos nas
diferentes fases do projeto.

• Essa matriz é eficaz para a identificação dos impactos mais importantes.

• E uma técnica visual para apresentar os elementos ambientais impactados e as suas causas.

2 UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais


Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 7 – Matriz de Leopold,1971

RELAÇÃO DAS AÇÕES


( Coluna Vertical )

A. Modificação do Regime c Lavoura de alimentos


a Introdução de flora ou fauna exótica d Produção de laticínios
b Controles biológicos e Geração de energia
c Modificação do habitat f Processamento mineral
d Alteração da cobertura terrestre g Indústria metalúrgica
e Alteração da hidrologia de lençóis freáticos h Indústria química
f Alteração da drenagem i Indústria têxtil
g Controle do rio e modificação do fluxo j Automóveis e aviões
h Canalização k Refinarias
i Irrigação l Alimentação
j Modificação do clima m Serrarias
k Queimadas n Papel e celulose
l Superfície ou pavimentação o Armazenamento de produtos
m Ruído e vibração
E. Alteração do Terreno
B. Transformação do Território e Construção a Controle de erosão e cultivo em tabuleiros
a Urbanização b Controle de resíduos e fechamento de minas
b Sítios industriais e edifícios c Reabilitação de minas abertas
c Aeroportos d Paisagem
d Rodovias e pontes e Dragagem de portos
e Estradas e trilhas f Aterros e drenagem
f Estradas de ferro
g Cabos e elevadores F. Recursos Renováveis
h Linhas de transmissão, dutos e corredores a Reflorestamento
i Barreiras, inclusive cercas b Gerenciamento e controle da vida de animais
j Dragagem e reforço de canais selvagens
k Revestimento de canais c Recarga no lençol freático
l Canais d Aplicação de fertilizantes
m Barragens e represas e Reciclagem de resíduos
n Terminais marítimos, marinas e ancoradouros
o Estruturas off-shore G. Mudanças no Tráfego
p Estruturas recreativas a Estradas de ferro
q Dinamitação e perfuração b Automóveis
r Desmonte e enchimentos Túneis e estruturas c Caminhões
subterrâneas d Navios
e Aviões
C. Extração de Recursos f Tráfego fluvial
a Dinamitação e perfuração g Esportes náuticos
b Escavações superficiais h Trilhas
c Escavações subterrâneas i Cabos e elevadores
d Perfuração de poço e remoção de fluido j Comunicações
e Dragagem k Dutos
f Exploração florestal
g Pesca comercial e caça H. Disposição e Tratamento de Resíduos
a Depósito marítimo
D. Processamento b Aterro
a Agricultura c Disposição de resíduos de minas
b Criação de gado e pastagem d Armazenamento subterrâneo
e Disposição de sucata

3 UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais


Avaliação de Impactos Ambientais
f Descarga de poços de petróleo d Solução
g Disposição em poços profundos e Sorção (troca de íons, complexos)
h Descarga de água de refrigeração f Compactação e assentamento
i Descarga de resíduos municipais g Estabilidade (deslizamentos, quedas)
j Descarga de efluentes líquidos h Sismologia (terremotos)
k Tanques de estabilização e oxigenação i Movimento do ar
l Fossas sépticas, comerciais e domésticas
m Emissão de gases residuais B. Condições Biológicas
n Lubrificantes utilizados 1 Flora
a Árvores
I. Tratamentos Químicos b Arbustos
a Fertilização c Grama
b Descongelamento de rodovias, etc. d Safras
c Estabilização química do solo e Microflora
d Controle de vegetação silvestre f Plantas aquáticas
e Controle de insetos (pesticidas) g Espécies ameaçadas
h Barreiras
J. Acidentes i Corredores
a Explosões
b Vazamentos e perdas 2 Fauna
c Falhas operacionais a Aves
b Animais terrestres, inclusive répteis
K. Outros c Peixes e moluscos
d Organismos bentônicos
RELAÇÃO DE FATORES AMBIENTAIS e Insetos
( Horizontal) f Microfauna
g Espécies ameaçadas
A. Características Físicas e Químicas h Barreiras
i Corredores
1 Terra
a Recursos minerais C. Fatores Culturais
b Material de construção 1 Uso do território
c Solos a Espaços abertos e selvagens]
d Geomorfologia b Zonas úmidas
e Campos magnéticos e radioatividade de fundo c Silvicultura
f Fatores físicos especiais d Pastagem
e Agricultura
2 Água f Zona residencial
a Continental g Zona comercial
b Oceânica h Zona industrial
c Subterrânea i Minas e canteiros
d Qualidade
e Temperatura 2 Recreação
f Recarga a Caça
g Neve, gelo e geadas b Pesca
c Navegação
3 Atmosfera d Natação
a Qualidade (gases, particulados) e Acampamento e caminhada
b Clima (micro, macro) f Excursão (piqueniques)
c Temperatura g Resorts

4 Processos 3 Interesses humanos e estéticos


a Inundações a Vistas e paisagens panorâmicas
b Erosão b Natureza (qualidades da floresta)
c Deposição (sedimentação, precipitação) c Qualidades de espaços abertos

4 UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais


Avaliação de Impactos Ambientais
d Desenho da paisagem
e Agentes físicos especiais
f Parques e reservas
g Monumentos
h Espécies ou ecossistemas especiais
i Sítios e objetos históricos ou arqueológicos
j Presença de desarmonias

4 Nível cultural
a Padrões culturais (estilo de vida)
b Saúde e segurança
c Emprego
d Densidade populacional

5 Serviços e infraestrutura
a Estruturas
b Rede de transporte (movimento, acesso)
c Rede de serviços
d Disposição de resíduos sólidos
e Barreiras
f Corredores

D. Relações Ecológicas
a Salinização de recursos hídricos
b Eutrofização
c Vetores de doenças (insetos)
d Cadeias alimentares
e Salinização de materiais superficiais
f Invasão de ervas daninhas
g Outro

E. Outros

5 UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais


Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 8

MODELO SIMPLIFCADO DA REDE DE INTERAÇÃO

ATIVIDADES
IMPACTANTES

IMPACTO IMPACTO IMPACTO


+/- +/- +/-
Nível 1

IMPACTO IMPACTO IMPACTO


+/- +/- +/-
Nível 2

IMPACTO IMPACTO IMPACTO


+/- +/- +/-
Nível N

UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais


Avaliação de Impactos Ambientais
ANEXO 9 – MODELO DE REDES OU FLUXOGRAMAS ( NETWORKS)

Métodos de redes/fluxogramas (Networks)

Vantagens

- Pode ser usado em conjunto com outros métodos


- Acomodam impactos de diferentes ordens
- Identificam relações causais
- Identificam interações entre atividades e componentes
- Ilustra a relação causa - efeito das atividades do projeto e
características ambientais
- Permitem predições qualitativas de impactos cumulativos
- Comunicação com o público

Desvantagens:

- Não fazem projeções espaciais e temporais quantitativas


- Requer tempo e capacidade humana consideráveis
- Complexos
- Dificuldade de distinguir e quantificar os vários impactos

1 UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais


Avaliação de Impactos Ambientais
Exemplo de Rede/Fluxograma de Avaliação de Impacto Ambiental
2 UFMG/ICA – Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais
Avaliação de Impactos Ambientais

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