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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

TEMA:

Relatório resumo sobre processo Avaliação de Impacto Ambiental-


(Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro)

NOMES DOS CANDIDATOS:


JOÃO FILIPE
PASTILHA EMILHO
DANIEL NAVALHA

CURSO:
LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
RURAL
III° Ano/I° Semestre de 2023

TRABALHO DA CADEIRA DE:


Avaliação de Impacto Ambiental

CHIMOIO, ABRIL DE 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DA CHIMOIO

TEMA:

Relatório resumo sobre processo Avaliação de Impacto Ambiental-


(Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro)

DOCENTE:
Msc: JOSÉ MARIZANE

REALIZADO POR:
JOÃO FILIPE
PASTILHA EMILHO
DANIEL NAVALHA
CURSO:
LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
RURAL
III° Ano/I° Semestre de 2023

TRABALHO DA CADEIRA DE:


Avaliação de Impacto Ambiental
CHIMOIO, ABRIL DE 2023

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Table of Contents
Indice
Cont Pag

1.0 Introdução..............................................................................................................................................4
1.1. Objectivos.........................................................................................................................................4
1.2. Objectivo geral.................................................................................................................................4
1.4. Metodologia..................................................................................................................................5
1.5 Pronlematização.............................................................................................................................5
2.0 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................................................6
2.1 Evolução histórica da Avaliação de Impacto Ambiental........................................................................6
3.0 Funções de Avaliação de Impacto Ambiental........................................................................................6
4.0 Especificamente o processo de AIA deve providenciar:........................................................................8
5.0 As Principais etapas do processo de Avaliação de Impacto Ambiental são:..........................................9
5.0 Estudo de Impacto Ambiental................................................................................................................9
5.1 Termo de Referência........................................................................................................................10
5.2 Diagnóstico Ambiental................................................................................................................10
6.0 Estudos Ambiental para actividades de Categoria C............................................................................11
6.1 Estudo Ambiental Simplificado para actividades Categoria B.........................................................12
6.2 Estudos de Impacto Ambiental para actividades de Categoria A ou A+......................................13
7.0 Auditoria Ambiental e a Inspeção Ambiental no processo AIA..........................................................14
8.0 Directiva Geral para o Processo de Participação Publica no processo de AIA - Diploma Ministerial
nº130/2006................................................................................................................................................16
9.0 Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental.....................................................................................17
11.0 Conclusão..........................................................................................................................................18
10.0 Referências bibliográficas.................................................................................................................19

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1.0 Introdução
O presente trabalho visa o estudo de vários conteúdos relacionados com A Avaliação de Impacto
Ambiental é uma ferramenta poderosa para antecipar e prevenir os efeitos negativos da
implantação e operação de um empreendimento ou actividade que possa causar significativos
impactos. A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), através de um conjunto de procedimentos,
visa assegurar o conhecimento dos possíveis impactos ambientais de uma acção proposta
(projecto, programa, plano ou política), e de suas alternativas, bem como as medidas
mitigadoras, com o objectivo de impedir ou minimizar os impactos.
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem como objectivo determinar os efeitos de uma
determinada actividade a curto, médio e longo prazo, fornecendo subsídios para tomadas de
decisões a respeito da viabilidade ambiental. Assim, a AIA é um exercício metodológico para a
previsão de potenciais impactos, identificando-os e quantificando-os (prognóstico), a partir do
conhecimento do meio (diagnóstico) e das características dos empreendimentos (caracterização).
Busca-se prever uma situação, que posteriormente deve ser acompanhada/ averiguada, para
avaliar a previsão inicialmente realizada e os ajustes necessários, em um processo de melhoria
contínua.

1.1. Objectivos

1.2. Objectivo geral


 Conhecer Destacar a importância da AIA enquanto instrumento para tomada de decisão,
na viabilidade ambiental de uma obra.
1.3. Objectivos específicos:
 Relatar a história da AIA;
 Relacionar os vários métodos para AIA;
 Descrever a AIA como um recurso indispensável em um planejamento estratégico
juntamente com estudos específicos como o EIA, RIMA, que auxiliam na tomada de
decisão com relação à relevância de um impacto, e sua viabilidade no meio ambiente.

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1.4. Metodologia
Para a realização do presente estudo foi efetuada revisão bibliográfica em livros, teses, sites,
artigos e trabalhos de conclusão de curso, com o objetivo de analisar e selecionar as informações
de maior relevância, e reuní-las de forma ordenada a evidenciar o tema “A Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA) como instrumento na tomada de decisão”.
O processo de revisão da literatura é uma parte muito importante na investigação acerca do tema,
que vai desde o levantamento bibliográfico até a redação final do texto do estudo. Esse processo
envolve localizar, analisar, sintetizar e interpretar a investigação prévia de (livros, sites, revistas
cientificas, teses, resumos, etc.) que tenham relação com a sua área de estudo; é, portanto, uma
análise bibliográfica detalhada, que visa obter a fundamentação teórica necessária, referente a
tudo o que já foi publicado sobre o tema.
Em busca do melhor resultado possível, a adoção da avaliação de impacto ambiental tem sido
comumente utilizada na elaboração de projetos. Desempenhando um papel de extrema
importância para o equilíbrio entre a sociedade e o ambiente construído, tornou-se um elemento
indispensável no controle da qualidade ambiental e nas avaliações das decisões a serem tomadas.

1.5 Pronlematização
Avaliar os riscos decorrentes da manifestação humana se faz necessário, para que haja um
equilíbrio entre a geração atual e a geração futura, para que aquela não prejudique o futuro desta.
Em decorrência disso, podemos concluir que a AIA é um dos principais instrumentos para a
defesa do meio ambiente, pois, quando feita de maneira correta, certamente, a decisão será a
mais sensata possível.

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2.0 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Evolução histórica da Avaliação de Impacto Ambiental


O papel e a importância da AIA foram formalmente reconhecidos na Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro. O princípio 17 da
declaração da Rio 92 diz que a Avaliação de Impacto Ambiental deve ser realizada para todas as
actividades susceptíveis de causar impactos adversos ao meio ambiente e que estão sujeitas a
tomada de decisão pelas autoridades nacionais competentes (Hambrey et ai, 2000).
Na África, o processo de AIA vem sendo implementado como um instrumento para promover o
desenvolvimento sustentável em diferentes países (Ramasar et al, 2003).
O comprometimento dos países africanos ao princípio 17 da Rio-92 foi reafirmado na
conferência de Durban, África do Sul em Junho de 1995. A AIA foi estabelecida como
procedimento de rotina em 24 países da África Subsaariana, incluindo Moçambique (Banco
Mundial, 2005). O Banco Mundial, em resposta á pressão de grupos ambientais e de
desenvolvimento, adoptou os procedimentos da Avaliação de Impacto Ambiental em 1989,
sendo estes posteriormente revistos em 1991.
Em Moçambique a Legislação Ambiental foi implementada em 1997 pela lei n° 20/97 de
01/10/1997 o regulamento sobre o processo de AIA é pela primeira vez aprovado pelo decreto n°
76/98 de 29/12/1998 sendo posteriormente revogado em 2004 pelo Decreto 45/2004.
A AIA é um dos instrumentos de que se dispõe para a implementação de uma política ambiental.
Portanto, sua aplicação é determinada pelos objectivos e princípios que norteiam essa política e
pelo quadro institucional que a sujeita.

3.0 Funções de Avaliação de Impacto Ambiental


A Avaliação de Impacto Ambiental tem sido vista como um instrumento de planeamento, isto é,
como um instrumento de prevenção de danos ambientais e como um procedimento definido no
âmbito das políticas públicas, usualmente associado a alguma forma de processo decisório, para
o licenciamento ambiental de um projecto que venha a causar danos ao ambiente, incluindo ao
ser humano.

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A avaliação de impacto ambiental é um instrumento de defesa do meio ambiente, constituído por
um conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que visam à realização da análise
sistemática dos impactos ambientais da instalação ou operação de uma actividade e suas diversas
alternativas, com a finalidade de embasar as decisões quanto ao seu licenciamento. (FARIAS,
2013, p.68). Tem as seguintes funções AIA:
Conhecimento: o estudo deve caracterizar-se por conhecimento profundo e extenso da acção,
dos factores ambientais afetados e das incidências da acção ou projecto numa dada localização.
Coordenação e Racionalização: deve haver uma coordenação em relação aos mecanismos
tradicionais de controlo, pois que as multiplas disciplinas de AIA obriga a abordar a
consideração dos impactos ambientais desde o ponto de vista global, por isso são involucrados
diferentes sectores associados ao projecto e a avaliação com um profundo estudo técnico
científico.
Flexibilidade: a avaliação de impactos ambientais deve levar uma flexibilização muito maior
que a rigida aplicação da legislação geral por Consenso: cada dia resulta mais necessário contar
com a participação pública no processo de decisão, pois os grandes projectos apresentam sempre
conflitos frequentes de interesses, principalmente no uso de território, problemas de efeitos
ambientais desses projectos.
Dentro do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, um dos itens mais importantes é o
desenvolvimento e a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento.
“A função do estudo e do relatório de impacto ambiental, bem como de qualquer estudo
ambiental, é apontar medidas que possam evitar ou mitigar os impactos ambientais negativos”.
(Farias, 2013, p.90).
Consenso: cada dia resulta mais necessário contar com a participação pública no processo de
decisão, pois os grandes projectos apresentam sempre conflitos frequentes de interesses,
principalmente no uso de território, problemas de efeitos ambientais desses projectos.
Dentro do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, um dos itens mais importantes é o
desenvolvimento e a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento.
“A função do estudo e do relatório de impacto ambiental, bem como de qualquer estudo
ambiental, é apontar medidas que possam evitar ou mitigar os impactos ambientais negativos”.
(Farias, 2013, p.90).

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4.0 Especificamente o processo de AIA deve providenciar:
 A selecção das acções - para determinar se uma proposta deve ou não ser submetida a
AIA e, caso seja, com que nível de pormenor;
 A definição do âmbito - para identificar as possíveis questões e os possíveis impactos
que se revelam mais importantes e para estabelecer os termos de referência da AIA;
 O exame de alternativas - para estabelecer a melhor opção para atingir os objectivos
propostos;
 A análise de impactos - para identificar e prever os possíveis efeitos da proposta -
ambientais, sociais e outros;
 A mitigação e a gestão de impactos – para estabelecer as medidas necessárias para
evitar, minimizar ou compensar os impactos adversos previstos e, quando adequado, para
incorporar esta medidas num plano ou num sistema de gestão ambiental;
 A avaliação do significado - para determinar a importância relativa e a aceitabilidade
dos impactos residuais (ou seja, dos impactos que nã podem ser mitigados);
 A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – para documentar com clareza
e imparcialidade os impactos da proposta, as medidas de mitigação propostas, o
significado dos efeitos, as preocupações do público interessado e das comunidades
afectadas pela proposta;
 A revisão do EIA - para determinar se o EIA cumpre os termos de referência, se
constitui uma avaliação satisfatória da proposta e se contém a informação requerida par a
decisão;
 A decisão - para aprovar ou rejeitar a proposta e estabelecer o termos e as condições da
sua concretização;
 O seguimento - para assegurar que os termos e as condições de aprovação são
cumpridas; para monitorar os impactos da proposta de desenvolvimento e a eficácia das
medidas de mitigação; para fortalecer futuras aplicações da AIA e das medidas de
mitigação; e, quando requerido, para efectuar auditorias ambientais e avaliações do
processo para optimizar a gestão ambiental.

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5.0 As Principais etapas do processo de Avaliação de Impacto Ambiental são:
De acordo com o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, no seu artigo 4 as fases
do processo de AIA para projectos que exige a sua realização são organizado
em ordem:
1. Concepção da proposta do projecto;
2. Pré- avaliação da proposta;
3. Definiçãoo de âmbito;
4. Se a proposta prevê o EIA ou EAS;
5. Relatório de EIA ou EAS;
6. Revisão de Relatório;
7. Decisão;
8. Participação Pública;
9. Monitorização e Auditoria.

5.0 Estudo de Impacto Ambiental


Em Moçambique, o regulamento sobre o processo de AIA (Decreto n° 45/2004) dispõe sobre as
actividades sujeitas á realização de AIA. As actividades que se enquadram na categoria A
necessitam de EIA completo. Os principais empreendimentos sujeitos à exigência de estudo e
respectivo relatório de impacto ambiental conforme previsto no Decreto n° 45/2004 são:
As actividades inseridas na categoria B diferem das da categoria A principalmente pela escala
dos impactos. São em geral actividades que não afectam significativamente populações humanas
em áreas ambientalmente sensíveis. Os impactos resultantes destas actividades permitem uma
definição e aplicação de medidas de mitigação, relativamente fácil, pelo que somente requer um
EIA simplificado.
Na categoria C inserem-se as actividades em que os impactos negativos são negligenciáveis,
insignificantes, mínimos ou mesmo inexistentes. Entre outras citam-se:
 Actividades de assistência técnica automóvel;
 Indústria panificadora;
 Armazenamento, tratamento, transporte e deposição de lixos
hospitalares de centros e postos de saúde e clínicas privadas;

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Todas as actividades susceptíveis de causar impactos sobre o ambiente, que não constem em
nenhuma das categorias, deverão na mesma ser objecto de uma pré-avaliação a ser efectuada
pelo MITADER.

5.1 Termo de Referência


De acordo com o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro no seu artigo 10 número 5 disse que:
Os Termos de Referências constituem um guião eu preside a elaboração de EIA que deve conter
o mínimo:
a) Descrição dos estudos especializados identificados como necessários durante EPDA e
efectivar durante o EIA, para o caso de actividades de categoria A+ e A;
b) Metodologia de avaliação de serviços de ecossistema actualmente providenciados;
c) Descrição das alternativas viáveis identificados e que devem ser investigados no EIA;
d) Metodologia de investigação e avaliação dos impactos ambientais nomeadamente os impactos
nas Mudanças climáticas e na biodiversidade, incluindo impactos residuais e socias na fase de
onstrução, operação e desactivação;
e) Requisitos de informação adicional necessária.

5.2 Diagnóstico Ambiental


Esta é uma das principais etapas do EIA. A legislação vigente determina que seja realizado o
diagnóstico ambiental da área de influência do projecto com uma completa descrição e análise
dos recursos ambientais e suas interacções, tal como existem, de modo a caracterizar a situação
ambiental actual da área, antes da implantação do projecto. Este diagnóstico servirá de base para
a identificação, previsão e análise de impactos, as medidas mitigadoras e o plano de
monitoramento, que são as quatro principais actividades a serem desenvolvidas pelo EIA/RIMA.
Para Sánchez (2006), o diagnóstico ambiental é o que garante os subsídios necessários para a
elaboração do EIA. Assim sendo, esta parte do estudo é responsável por toda a caracterização do
ambiente antes da instalação do empreendimento, de tal maneira que os impactos ambientais
requeridos para essa área possam ser determinados, pelo menos em parte, mediante sua leitura.
Então, se pode concluir que um diagnóstico ambiental ineficiente, com ausência de informações
importantes, interferirá de maneira substancial na avaliação de impactos ambientais.

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6.0 Estudos Ambiental para actividades de Categoria C
O Anexo III do Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro contém a lista de actividades classificadas
como Categoria C. A Categoria C: Correspondem projectos que não necessitam de Avaliação
Ambiental, mas que estão sujeitos à observância das normas constantes de directivas especificas
de boa gestão ambiental. O artigo 4 do Decreto n° 54/2015 de 31 de Dezembro difine da
Categoria C – as actividades descritas no Anexo IV e as avaliados como sendo de categoria
C, que estão sujeitas à apresentação de procedimentos de Boas Praticas de Gestão Ambiental a
serem elaborados pelo proponente do projecto e aprovados pela entidade que superintende a área
de AIA.
De acordo com o Regulamento do Processo de AIA são acções que provocam impactos
negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos. Não existe impactos irreversíveis nesta
categoria e os positivos são superiores e mais significativos que os negativos. Nesta categoria
podemos citar:
a) Sistemas de irrigação com área individual ou cumulativa entre 50 a 100ha;
b) Hoteiss, hotéis – residencial, motéis, pensões e lodges em cidades e vilas;
c) Torres de telecomunicações;
d) Produção de sacos plásticos com espessura superior a 30 micrómetros;
e) Exploração para, uso de recursos de água subterrânea incluindo a produção de energia
geotérmica que implique a extracção de mais ou menos de 200m3/ano;
f) Instalação de equipamentos dentro de áreas ferro portuárias já
existentes;
g) Consolidação de linhas férreas;
h) Reabilitação de equipamentos ferro – portuário fixo diverso;
i) Actividades de construção de parques de estacionamento em propriedade horizontal;
j) Carpintaria domestica e Marcenaria;
k) Fabricas de bolachas, massas, biscoites e doces;
l) Indústrias panificadoras;
m) Indústria de conservação de frutos e hortícolas produção igual ou inferior a 300t/dia;
n) Fabrico de painéis de fibra, partículas e compactadas;
o) Instalação de frigoríficos;
p) Linhas de transmissão de energia de 33kv;

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6.1 Estudo Ambiental Simplificado para actividades Categoria B
O Regulamento de AIA define a estrutura dos relatórios de EPDA e EIA requeridos para
projectos de Categoria A, bem como para o relatório de Estudo Ambiental Simplificado (EAS)
requerido para projectos classificados como de Categoria B. Categoria B: corresponde a
projectos que poderiam apresentar impactos negativos de curta duração, intensidade, extensão,
magnitude e/ou significância, necessitando de um Estudo Ambiental Simplificado (EAS) e Plano
de Gestão Ambiental (PGA).
O decreto 54/2015 de 31 de Dezembro define como as de Categoria B – as actividades descrita
no Anexo III e as avaliadas como sendo de categoria B, que estão sujeitas a realização de um
Estudo Ambiental Simplificado. As actividades de categoria B são acções que afectam
significativamente seres vivos em áreas ambientalmente sensíveis comparativamente as
actividades de Categoria A, nesta incluem:
a) Fabrica ou processamento de madeira;
b) Fabrica de processamento de tintas e vernizes;
c) Fabrica de processamentos de alimentos e bebidas com produção superior a 10ton/dia;
d) Áreas de armazenamentos de sucatas com mais de 5ha;
e) Linhas de transmissão e distribuição de energia abaixo de 66Kv;
f) Recauchutagem de pneus;
g) Infra-estruturas de abastecimentos de combustíveis;
h) Fabrica de produção de ração com produção igual ou inferior a
1000ton/mês;

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6.2 Estudos de Impacto Ambiental para actividades de Categoria A ou A+
O Regulamento sobre Processo de Avaliação de Impacto Ambiental no seu artigo 4 categorizas
as actividades de seguinte forma:
a) Categoria A+ as actividades descritas no Anexo I e as actividades como sendo de categoria
A+, que estão sujeitas a realização de um EIA e supervisão por Revisores Especialistas
independentes com experiencia comprovada.
b) Categoria A – as actividades descritas no Anexo II e as avaliadas como sendo de categoria A
que estão sujeitas a realização de um Estudo de Impacto Ambiental.
Exemplos para projectos dessas categoria são: Projecto de gás de Palma em Cabo Delgado,
projecto da terminal de óleo alimentar bruto da OLAM MOÇAMBIQUE LDA na Provincia de
Sofala e Projecto da Construçao Vila Olímpica na Província de Maputo.
Actividades de Categoria A+
De acordo com o Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental no seu Anexo I,
classifica como categoria A+ aquelas que devido a sua complexidade, localização e/ou
irreversibilidade e magnitude dos possíveis impactos, merecem não só um elevado nível de
vigilância social e ambiental, mas também, o envolvimento de especialistas nos processos de
AIA e fazem parte desta categoria as actividades com características abaixo apresentadas:
a) Deslocamento físico e económico de famílias que não corresponde ao modelo de
reassentamento pre-definido no Regulamento sobre Processo de Reassentamento resultante de
actividades Económicas;
b) Actividade localizadas em áreas com elevado valor de biodiversidade;
c) Actividades com impactos potenciais irreversíveis antes de aplicação de medidas de
mitigação, em áreas cuja actividade humana não tenha modificado substancialmente as funções
ecológicas nativas e a composição das espécies da área;
d) Actividades cuja localização seja em áreas de conservação e proteção e nas suas áreas tampão,
com excepção de actividades propostas pela própria entidade gestora da referida Área de
Conservação, quando destinadas a melhorar sua gestão;
e) Actividades cuja implementação afecte directamente recifes de coral e dunas primárias,
mangal, zonas húmidasne ervas marinhas sempre que os mesmos sejam afectados numa área
superior a 1 ha;

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f) Areas povoadas onde actividade poderá implicar níveis de poluição ou outro tipo de distúrbio
que afete significativamente as comunidades locais;

7.0 Auditoria Ambiental e a Inspeção Ambiental no processo AIA


A Lei do Ambiente (Lei nº 20/97, de 1 de Outubro) também estabelece que uma avaliação
ambiental deve ser realizada para todos os projectos de desenvolvimento, políticas, planos e
programas que possam ter um impacto significativo no meio ambiente, e reconhece a
necessidade de garantir a participação das comunidades locais e utilizar seus conhecimentos e
recursos na proteção do meio ambiente.
No contexto do processo AIA, foi introduzido um Diploma Ministerial nº 130/2006 (Directiva
Geral para o Processo de Participação Pública) para salientar a necessidade e importância do
processo de participação pública, que procura integrar as opiniões de não-especialistas no
processo de tomada de decisão de um EIA, permitindo que os indivíduos e a sociedade civil
possam expressar suas preocupações com relação à sustentabilidade ambiental dos projectos
propostos.

A Auditoria Ambiental e a Inspeção Ambiental são regulamentadas pelos Decretos nº 32/2003


(de 20 de agosto) e nº 11/2006 (de 15 de julho), respectivamente. O Regulamento 97 Inspecção e
auditor.
O EAS deve ser apresentado para revisão à Autoridade de AIA relevante que, por sua vez,
convocará a Comissão Técnica de AIA para efeitos de revisão do EAS. A Comissão Técnica
deve tomar em consideração todas as declarações escritas e orais feitas no âmbito do processo de
participação pública apresentado às autoridades locais. Durante a revisão, a Autoridade de AIA
pode solicitar informações suplementares para abordar aspectos dos TdR aprovados que não
tenham sido integralmente cumpridos. Na sequência da revisão, a Comissão Técnica elaborará
um relatório de revisão que constituirá a base para a decisão da Autoridade de AIA sobre o
licenciamento ambiental. Este processo de revisão demora 30 dias úteis.
O artigo 15 do Regulamento de AIA estabelece os requisitos para a participação pública durante
o processo de AIA. A participação pública é obrigatória para os projectos incluídos nas
Categorias A+, A e B. Devem ser realizados pelo menos dois conjuntos de reuniões de consultas
públicas em cada local, sendo o primeiro para apresentação do projecto de relatório do EPDA, os

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TdR da AIA e a recolha de comentários e sugestões (durante a fase do EPDA), e o segundo para
apresentação do relatório de AIA antes de ser submetido ao Governo. O público tem o direito de
ser consultado ou de ter os seus interesses representados em reuniões públicas e o processo de
participação pública deve ser realizado na presença da Autoridade de AIA e dos representantes
do sector relevante para salvaguardar a actividade.
As convocatórias para reuniões ou audiências públicas devem ser publicadas, o mais tardar,
quinze dias antes da data da reunião, utilizando meios adequados à localização do projecto.
Deve ser elaborado um relatório final no prazo de quinze dias após cada etapa de participação
pública.
Pode ainda realizar-se uma audiência pública a pedido de cidadãos, de organizações ambientais
legalmente constituídas ou de entidades públicas ou privadas, directa ou indirectamente afectadas
pela actividade em análise, se, na opinião de pelo menos 50 cidadãos, a natureza de alguma
actividade, as suas características e os seus impactos previsíveis o justificarem.
Todos os relatórios técnicos produzidos durante o processo de AIA devem estar disponíveis para
consideração pública, a fim de assegurar uma ampla divulgação da informação sobre o projecto e
a participação de todas as partes interessadas. A Autoridade de AIA é responsável por difundir os
documentos aos departamentos governamentais relevantes para comentários. Após a aprovação

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8.0 Directiva Geral para o Processo de Participação Publica no processo de AIA - Diploma
Ministerial nº130/2006
Tanto a Constituição como a Lei do Ambiente determinam os direitos dos cidadãos a ter
informação sobre e participar na tomada de decisões sobre asdo projecto, todos os relatórios
finais, incluindo a AIA, o EPDA, o Plano de Gestão de Compensações de Biodiversidade, os
Planos de Reassentamento e Compensação e os Planos de Gestão da Biodiversidade, são
considerados do domínio público.
Nos termos do artigo 26.° do Regulamento de AIA, as Autoridades de AIA devem efectuar
inspecções regulares aos estaleiros de construção para detectar novas actividades e operações das
instalações existentes. Se a situação for complexa ou se as condições ambientais o justificarem,
as Autoridades podem solicitar a realização de uma auditoria ambiental. Todos os projectos de
Categoria A+ e A devem ser inspeccionados e auditados pelo menos uma vez por ano durante a
execução do projecto. Todas as auditorias devem ser realizadas de acordo com os requisitos do
Regulamento de Auditoria Ambiental (Decreto Nº 25/2011). actividades que poderão afectar o
ambiente. O processo de participação pública identifica e consulta as partes interessadas e
afectadas. O Processo de Participação Publica no processo de AIA é regulada pelo Diploma
Ministerial nº130/2006). O envolvimento público deve ser uma parte integrante de
qualquer Processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Devem ser obtidas visões dos grupos de
interesse público e privado e outros que podem ser directamente ou indirectamente afectados
pelo projecto (UNEP, 2002, p.3-1).
A Audiência Pública é o instrumento utilizado para a democratização do licenciamento efectuado
através de EIA/RIMA. O procedimento consiste em uma primeira fase de comentários, quando o
RIMA fica a disposição do público junto ao Órgão Ambiental e onde mais se fizer necessário
para o alcance dos interessados.
Na fase de participação pública da AIA espera-se identificar as partes interessadas e afectadas,
divulgar a informação no seio delas, gerir um diálogo com o proponente da actividade, assimilar
e tomar em conta os comentários públicos recebidos e retroalimentar os resultados do diálogo e
das contribuições para mostrar como estas foram tomadas em conta no desenho da actividade. A
participação pública é parte integrante da AIA e não deve terminar com a emissão da licença
ambiental mas deve continuar durante as fases de construção e de operação da actividade
planeada.

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9.0 Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental
Os métodos de AIA são baseados em critérios e indicadores desenvolvidos para diferentes tipos
de impactos ambientais incidentes no meio socioeconómico, bióticos e abióticos. A escolha de
métodos de AIA depende dos seguintes critérios básicos:
 Tipos de projecto avaliado;
 recursos técnicos e financeiros disponíveis;
 Quantidade e qualidade dos dados e informação disponível;
 O tempo da duração para realizar o estudo;
 Termo de Referencia e os requisitos básicos legais a serem atendidos;
 Actividades, projectos ou empreendimentos que estarão sendo estudados.
Todovia, é de fundamental importância a incorporação de um conjunto de critério básicos dos
métodos de analise, dentre os quais: integração dos aspectos físicos, biológicos e
socioeconómicos; inserção de factor tempo; um mecanismo que permite somar impactos parciais
para se obter impacto total sobre o local; capacidade de extrapolação e de arquivamentos de
dados para aplicação em outras áreas a serem estudadas; aplicação de diferentes escalas,
participação pública na tomada de decisões. Todos esses critérios, tornam cada vez mas eficazes
a avaliação e interpretação do ambiente, permitindo a consequente análise da viabilidade e
identificação de possíveis alternativas para a prevenção, a recuperação ou a reconstituição
ambiental. Todovia, é de fundamental importância a incorporação de um conjunto de critério
básicos dos métodos de analise, dentre os quais: integração dos aspectos físicos, biológicos e
socioeconómicos; inserção de factor tempo; um mecanismo que permite somar impactos parciais
para se obter impacto total sobre o local; capacidade de extrapolação e de arquivamentos de
dados para aplicação em outras áreas a serem estudadas; aplicação de diferentes escalas,
participação pública na tomada de decisões. Todos esses critérios, tornam cada vez mas eficazes
a avaliação e interpretação do ambiente, permitindo a consequente análise da viabilidade e
identificação de possíveis alternativas para a prevenção, a recuperação ou a reconstituição
ambiental.

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11.0 Conclusão
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem como objectivo determinar os efeitos de uma
determinada actividade a curto, médio e longo prazo, fornecendo subsídios para tomadas de
decisões a respeito da viabilidade ambiental. Assim, a AIA é um exercício metodológico para a
previsão de potenciais impactos, identificando-os e quantificando-os (prognóstico), a partir do
conhecimento do meio (diagnóstico) e das características dos empreendimentos (caracterização).
Busca-se prever uma situação, que posteriormente deve ser acompanhada/ averiguada, para
avaliar a previsão inicialmente realizada e os ajustes necessários, em um processo de melhoria
contínua.
O processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) visa a identificação e a previsão dos
potenciais impactos sobre o meio ambiente, decorrentes das actividades antrópicas, e
sistematicamente propor medidas de redução e eliminação dos impactos negativos (GLASSON
et al., 2012, p. 76; MORGAN, 2012, p. 5). Nas últimas décadas, a AIA tem sido aplicada em
todo o mundo como uma ferramenta de gestão ambiental, mostrando-se eficaz na prevenção da
degradação do meio ambiente e no aumento da qualidade de vida humana proporcionando um
conjunto de informações essenciais para o processo de tomada de decisão a respeito da
viabilidade ambiental dos projectos (JAY et al., 2007, p. 288).

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10.0 Referências bibliográficas
1.Decreto 11/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre a Inspecção Ambiental.
2.Decreto 45/2004, de 29 de Setembro, Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental.
3.Decreto 54/2015, de 31 de Dezembro, Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental.

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