Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MEIO AMBIENTE
2ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Meio Ambiente e Sustentabilidade................................................ 7
CAPÍTULO 2
Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental.................... 47
CAPÍTULO 3
Gestão Ambiental.......................................................................... 85
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico, bem-vindo! Sabemos que nossos hábitos diários in-
fluenciam o ambiente em que vivemos, não é mesmo? A degradação do meio
ambiente pelo homem vem ocorrendo há anos e em função de diferentes causas,
tais como ocupação desordenada, lançamento de efluentes nos corpos hídricos,
lançamento de gases na atmosfera, dentre outras ações.
Bons estudos!
8
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A qualidade de vida no planeta pode ser entendida como um equilíbrio en-
tre população, recursos naturais e poluição. Contudo, o crescimento populacio-
nal, aliado aos hábitos de vida, do desenvolvimento industrial e tecnológico e do
consumo desenfreado resultam em insuficiência de recursos, levando a graves
impactos ambientais em função das demandas desenfreadas, da exploração de
recursos naturais e do consumo de combustíveis fósseis. O homem, ao longo
de sua evolução, tem se relacionado de diferentes formas com o ambiente onde
vive, entretanto, a partir da Revolução Industrial vem intensificando a degradação,
a poluição, o consumo de recursos naturais de forma indisciplinada, lançando
efluentes, resíduos e outros componentes sem tratamento prévio, sem considerar
a conservação dos recursos.
9
Proteção do Meio Ambiente
2 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
CONTEXTO AMBIENTAL
Vivemos em um contexto de degradação ambiental agravada, na qual os re-
cursos naturais são limitados. Esta crise impulsiona problemas ambientais, de saú-
de e de planejamento urbano, onde cada vez mais tornam-se necessárias medidas
e ações que reduzam os impactos das atividades humanas no meio ambiente.
10
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
11
Proteção do Meio Ambiente
12
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Além destes, a Lei Federal nº 4.771 de 1965 alterou o Código Florestal brasi-
leiro existente desde 1934, tornando-a uma das primeiras legislações sobre meio
ambiente no mundo, visando preservar os diferentes biomas (POTT; ESTRELA,
2017). Nos Estados Unidos, em 1969, foi formalizada a Lei da Política Ambiental
(do inglês, National Environmental Policy Act – NEPA) que trouxe inovação para
esta temática com o estabelecimento da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), a
qual incorporou a análise ambiental na tomada de decisões envolvendo planos,
programas e projetos de intervenção (POTT; ESTRELA, 2017).
A partir disso, tanto os Estados Unidos quanto outros países passaram a in-
corporar a avaliação de impactos como ferramenta na preservação destes bem,
visando, de certo modo, garantir a proteção do meio ambiente. No Brasil, a AIA
teve início a partir de requisições de órgãos financiadores internacionais. A primei-
ra AIA, então, foi em 1972 para financiamento da Usina Hidrelétrica de Sobradi-
nho como exigência do Banco Mundial (RINCÃO; TRIGUEIRO, 2018).
13
Proteção do Meio Ambiente
Além disso, no Brasil, em 1988 foi alterada a Constituição Federal, que esta-
belece em seu Art. 170 a proteção do meio ambiente como um dos princípios de
ordem econômica. Já no Art. 225 define que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qua-
lidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988, p. 8).
15
Proteção do Meio Ambiente
16
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
17
Proteção do Meio Ambiente
Neste contexto, Braga et al. (2005) alegam que a qualidade de vida no plane-
ta depende do equilíbrio entre população, recursos naturais e poluição. No que diz
respeito à população, quanto maior a população, maior é a demanda por recur-
sos naturais e, consequentemente, a degradação ambiental. A população mundial
apresentou um crescimento de 1,13% ao ano no período de 1950 a 2002, confor-
me curva de crescimento exponencial apresentada na Figura 2.
18
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Os recursos naturais, por sua vez, são os elementos necessários para ma-
nutenção da existência de diferentes espécies. Segundo Venturi (2006, p. 15),
é definido como “qualquer elemento ou aspecto da natureza que esteja em de-
manda, seja passível de uso ou esteja sendo usado direta ou indiretamente pelo
Homem como forma de satisfação de suas necessidades físicas e culturais, em
determinado tempo e espaço”. A fim de exemplificar o consumo de recursos na-
turais, pode-se citar as necessidades energéticas da sociedade ao longo de sua
evolução (Figura 3).
Por fim, no que tange à poluição, esta pode ser entendida como o resultado
da utilização dos recursos naturais pela população. Veremos sua definição no pró-
ximo tópico deste capítulo. Os efeitos da poluição podem ter caráter localizado,
19
Proteção do Meio Ambiente
regional ou global, sendo que os mais perceptíveis são aqueles observados local-
mente, resultantes, normalmente, de grande densidade populacional e/ou indus-
trial (BRAGA et al., 2005).
Neste contexto, com o surgimento de novos desafios, cada vez mais com-
plexos, abrangendo uma ampla gama de questões globais, a Organização das
Nações Unidas (ONU) adotou a “Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentá-
vel” em 2015, que consiste em uma declaração formal aceita pelos membros da
ONU para enfrentar os desafios sustentáveis. A Agenda possui 169 metas e indi-
cadores e é orientada por 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) que
abrangem as dimensões econômica, ambiental e social. Na Figura 4 são apresen-
tados os ODS.
20
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
A partir da Figura 4 é possível constatar que são 17 ODS, além disso, tem-se
169 metas e 244 indicadores relacionados a estes, as quais abordam os desafios
globais de mudança climática, desigualdade social e degradação ambiental. Os
ODS representam uma evolução sobre como a sustentabilidade pode ser aborda-
da globalmente entre 2015-2030. Busca evidenciar a necessidade de ponderar as
pessoas, o planeta, a prosperidade, a paz e a parceria como alicerce para que o
desenvolvimento sustentável global seja alcançado.
3 CONCEITOS BÁSICOS
No subtópico anterior, vimos que o aumento da população humana interage
com os ambientes locais e globais e tende a esgotar a biodiversidade e os recur-
sos dos quais os humanos dependem, desafiando os valores sociais centrados no
crescimento e na confiança e na tecnologia para mitigar o estresse ambiental. O
homem se relaciona diretamente com o meio ambiente desde os primórdios dos
tempos e, além disso, esta relação varia tanto ao longo do período histórico quan-
to de acordo com diferentes sociedades e culturas.
Sob a perspectiva jurídica, segundo a PNMA (BRASIL, 1981, p. 1), meio am-
biente é o “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Além desta legislação, apenas a ISO 14.001 (ABNT, 2004) abordou o termo meio
ambiente com a circunvizinhança da gestão ambiental e define meio ambiente
21
Proteção do Meio Ambiente
como a circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo,
recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.
Há quem confunda meio ambiente com ecologia, sendo assim, vamos con-
ceituar ecologia também, mesmo não tendo abordado este tema ainda, ele vol-
tará a ser comentando nos próximos capítulos do nosso livro didático. Ecologia
é a ciência que estuda as interações entre organismos e seu ambiente (CAIN;
BOWMAN; HACKER, 2018) e, a partir deste conhecimento, pode-se entender
como o planeta está estruturado, visando, assim, compreender como a ação hu-
mana interfere e prejudica os demais seres vivos.
22
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Tendo isso colocado, outra questão muito debatida sobre meio ambiente é
seu caráter enquanto fornecedora de recursos: a discussão permeia o pensamen-
to, predominante até meados do século XX, de que o meio ambiente era algo à
parte da sociedade humana, ou seja, a sociedade não fazia parte deste e este
era um fornecedor dos recursos necessários para seu desenvolvimento. Em con-
trapartida, em 1972 nasce o pensamento de ambiente integral ou global, no qual
todos os elementos interagem entre si e estão dependentes uns dos outros, inclu-
sive o homem, sendo, diante disso, uma conexão entre meios naturais e urbanos,
qualificado como o meio de vida, e, então, tudo que o afetar, atingirá igualmente
seus componentes, incluindo os seres humanos.
23
Proteção do Meio Ambiente
que, uma vez consumidos, não podem ser reaproveitáveis, como, por exemplo,
combustíveis fósseis, petróleo, gás natural e carvão.
Para a Lei Federal no 6.938/81 em seu Art. 3o, inciso III, poluição é:
24
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
A PNMA, em seu art. 3º, define a degradação ambiental como “alteração ad-
versa das características do meio ambiente” (BRASIL, 1981, p. 2).
25
Proteção do Meio Ambiente
26
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
28
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
4 ASPECTOS LEGAIS E
INSTITUCIONAIS
A relação do homem com o meio ambiente acontece desde os primórdios dos
tempos, conforme vimos até aqui. A legislação referente às questões ambientais
foi criada com o objetivo de disciplinar essas relações, os chamados “produtos da
natureza”: a água, o solo, as florestas, o ar e os animais. A constatação foi per-
cebida quando a produção em larga escala passou a interferir na disponibilidade
destes recursos (em quantidade e qualidade).
29
Proteção do Meio Ambiente
30
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
É importante ressaltar que boa parte dos estudos desenvolvidos sobre polí-
tica ambiental no Brasil define como ponto inicial a década de 1970, pela criação
da Secretaria Especial do Meio Ambiente.
Em janeiro de 1967 foi instituída a Lei no 5.197 que dispunha sobre proteção
à fauna e em seu Art. 1º define animais silvestres como “animais de quaisquer es-
pécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora
do cativeiro”. Tanto a fauna silvestre quanto ninhos, abrigos e criadouros naturais
“são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, des-
truição, caça ou apanha” (BRASIL, 1967, p. 1).
No início dos anos 1970, alguns recursos naturais, antes abundantes, torna-
ram-se escassos em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil. Um exemplo
é a bacia do alto Tamanduateí, na região do ABC paulista, onde se concentram
ainda hoje inúmeras indústrias. Nessa região, a água estava tão poluída que era
imprópria para abastecimento industrial. Já se notavam também problemas de
poluição do ar em grandes cidades. Por outro lado, havia nessa época todo um
contexto internacional que trouxe pela primeira vez a questão ambiental para o
rol das principais preocupações da sociedade (SANCHEZ, 2013) e, apesar de
ser considerada uma década de destaque na política ambiental brasileira, esta
foi específica para determinados setores industriais, não compreendeu as regiões
menos povoadas e, ainda, não levou em consideração os impactos ambientais
em longo prazo (FERREIRA; SALLES, 2016), tal como veremos a seguir:
É importante enfatizar que até 1973, quando foi criada a SEMA, não havia
um órgão voltado exclusivamente à questão ambiental no Brasil. Entretanto, “sob
o ponto de vista institucional, a criação do órgão não representou de imediato
uma mudança na estrutura da tomada de decisão sobre as questões ambientais
mais relevantes, em especial, a localização industrial ou tecnologias utilizadas na
produção” (FERREIRA; SALLES, 2016, p. 4). Em função do seu papel secundário
no que tange ao controle das ações impactantes, medidas de controle foram mais
delimitadas no II PND.
32
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Acerca disso, Borges, Rezende e Ferreira (2009) apontam que nos anos 1980
observam-se alguns dispositivos legais com abrangência nacional que utilizam,
pelo menos formalmente, a estratégia do “planejamento territorial” inaugurada nos
anos 1970. As ações do governo federal visando empregar o planejamento territo-
rial como instrumento para prevenir a degradação do meio ambiente inclui a Lei nº
6.766, de 19 de dezembro de 1979, versada como Lei Lehman, que aborda o par-
celamento do solo urbano e a Lei nº 6.803, de 2 de julho de1980, que institui diretri-
zes para o zoneamento industrial em áreas críticas de poluição (SANCHEZ, 2013).
33
Proteção do Meio Ambiente
34
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
e Locais. O CONAMA, por sua vez, é um dos órgãos que faz parte do SISNAMA,
responsável pela sua esfera consultiva. Dentre os órgãos, tem-se o CONAMA. O
CONAMA, por sua vez, tem por finalidade assessorar, estudar e propor ao Conse-
lho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e pa-
drões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
sadia qualidade de vida, competindo a este órgão:
36
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
A partir desse momento, a gestão dos recursos ambientais passa a ser inte-
grada, pois até então, as questões ambientais eram cuidadas por diferentes se-
tores/ministérios e com visões contraditórias, muitas vezes. A criação do IBAMA
atinge um fim muito mais amplo que o alcançado pela SEMA, uma vez que assu-
miu as pertinências de diferentes órgãos que antes eram responsáveis pelo cum-
primento da política ambiental de forma fragmentada (FERREIRA; SALLES, 2016;
MOREIRA et al., 2021).
37
Proteção do Meio Ambiente
tentáveis e que tenham valoração ambiental. Com respeito aos aspectos legais e
institucionais, pode-se citar:
38
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Em 2006, surge uma legislação específica sobre a Mata Atlântica com en-
foque no uso e na proteção da vegetação nativa deste bioma. Este enfoque visa
promover o desenvolvimento sustentável e a preservação da “biodiversidade, da
saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico
e da estabilidade social” (BRASIL, 2006, p. 3).
39
Proteção do Meio Ambiente
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O modelo de economia baseada no acúmulo de riquezas, no aumento da
produtividade e no crescimento desenfreado resultou em impactos ao ambiente,
suas condições ecológicas e sociais, interferindo na capacidade deste. O homem,
com o passar dos anos, percebeu que para continuar se desenvolvendo precisa
enxergar-se como parte do ambiente e não como um elemento externo e, dessa
forma, passou a buscar formas de preservar o ambiente.
40
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
41
Proteção do Meio Ambiente
REFERÊNCIAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO
14.001:2004. Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para
uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 27 p.
42
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
43
Proteção do Meio Ambiente
44
Capítulo 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade
45
Proteção do Meio Ambiente
46
C APÍTULO 2
Licenciamento e Avaliação De
Impacto Ambiental
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
48
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior, vimos que durante muitos anos, o desenvolvimento eco-
nômico decorrente da Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais
fossem considerados na tomada de decisão. Do mesmo modo, a poluição e os
impactos ambientais decorrentes deste período eram vistos como algo necessário
para o desenvolvimento. Foi apenas a partir da década de 1970 que passou a se
pensar em um desenvolvimento mais equilibrado social, econômica e ambiental-
mente, denominado desenvolvimento sustentável.
2 FUNDAMENTOS E ETAPAS DO
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
No capítulo anterior, vimos que a preocupação com as questões ambientais
teve início após a década de 1960 em decorrência dos impactos ambientais, con-
sequentes das ações humanas e da forma de desenvolvimento. O meio ambiente
49
Proteção do Meio Ambiente
50
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
51
Proteção do Meio Ambiente
52
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
É importante citar, aqui, que nem todos os municípios podem licenciar. Além
disso, a competência pode ser definida em razão da localização do empreendi-
mento. Algumas atividades, por terem uma importância estratégica, são licencia-
das obrigatoriamente pelo IBAMA, são elas:
53
Proteção do Meio Ambiente
FONTE: A autora
55
Proteção do Meio Ambiente
56
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
57
Proteção do Meio Ambiente
A Licença de Operação (LO), por sua vez, como o nome sugere, é a licença
necessária para que empreendimentos operem. Esta será concedida após com-
provação de atendimento dos requisitos, condicionantes e medidas, bem como do
estabelecimento dos planos e programas solicitados durante o processo de obten-
ção das licenças anteriores. Além disso, o empreendedor deve implantar todos os
PPP exigidos durante a vigência da LI e executar o cronograma físico-financeiro
do projeto de compensação ambiental requerido. Após obtida a LO, o empreendi-
mento deve atender às medidas de controle e demais condicionadas, caso contrá-
rio, a LO poderá ser cancelada ou suspensa pelo órgão emissor (BRASIL, 2007).
58
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
59
Proteção do Meio Ambiente
3 MÉTODOS QUALIQUANTITATIVOS
DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL
Iniciaremos este subtópico abordando o contexto geral e as etapas da ava-
liação de impacto ambiental (AIA) para, então, adentrarmos no universo dos mé-
todos de avaliação. A AIA tem por objetivo levar em consideração os impactos
ambientais prévios à tomada de decisão sobre o processo de licenciamento de
empreendimento que potencialmente resulte em significativa degradação ambien-
tal. No Capítulo 1 vimos que a degradação ambiental é a perda da qualidade am-
biental resultante das consequências das ações humanas, lembra-se? E o concei-
to de impacto ambiental, ainda está claro? Segundo a Resolução CONAMA 001
de 1986, impacto ambiental é:
60
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
A AIA foi iniciada em 1969 a partir da Lei de Política Ambiental (NEPA) dos
Estados Unidos e abrange o processo de identificação, prevenção, avaliação e
mitigação dos impactos ambientais antes que decisões importantes sejam toma-
das (IAIA, 2012). Essa legislação foi implementada como resposta política a fato-
res como a mudança de escala e natureza do desenvolvimento industrial pós-Se-
gunda Guerra Mundial, à crescente inquietação pública sobre as consequências
ambientais do desenvolvimento econômico e o fracasso das ferramentas de deci-
são existentes para abordar adequadamente tais preocupações.
A legislação envolvendo AIA foi adotada por mais de 100 países e por diver-
sas agências bilaterais e multilaterais de financiamento. A rápida internacionaliza-
ção e institucionalização tornou a NEPA uma das principais inovações políticas do
século XX e como a legislação americana que causou maior impacto internacional
(CASHMORE, 2004).
61
Proteção do Meio Ambiente
62
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
empreendimentos que possam causar impactos significativo, mas que não estão
definidos na legislação.
Entretanto, para que a AIA seja capaz de garantir seu papel de auxiliar a toma-
da de decisão de forma ambientalmente adequada, é estruturada por um conjunto
de etapas sequenciais, encadeadas logicamente sob a forma de um sistema. Um
sistema de AIA é o “mecanismo legal e institucional que torna operacional o proces-
so de AIA em uma determinada jurisdição (um país, um território, um Estado, um
município ou qualquer outra entidade territorial administrativa)” (SANCHEZ, 2013,
p. 29). Enquanto o processo de AIA é entendido como as etapas necessárias para
uma análise ambiental preventiva suficiente e útil (SANCHEZ, 2013).
63
Proteção do Meio Ambiente
Podem ser determinados dois tipos de princípios para a AIA: Básicos e Ope-
racionais. Os princípios básicos são os que caracterizam a AIA, tidos como uma
lista única aplicável a todas as avaliações e interdependentes.
A aplicação de métodos possibilita que seja feita uma análise mais detalhada
dos impactos, porém, não existe um método que seja aplicável a qualquer estudo,
tendo em vista que nenhum atende a todas suas etapas. Dessa forma, é válido
considerar que cada método apresenta limitações e potenciais e a escolha do mé-
todo depende das condições para elaboração do estudo (pessoas disponíveis e
seus conhecimentos, recursos e tempo para desenvolvimento, dados disponíveis
e características da atividade ou empreendimento) (STEIN et al., 2018).
65
Proteção do Meio Ambiente
3.1.2 Checklist
Os checklists, também chamados como listas de verificação ou listagens de
controle, são considerados instrumentos práticos e fáceis de utilizar na avaliação
de impacto ambiental. As listas são consideradas uma evolução do método Ad
hoc (BRAGA et al., 2005; SANCHEZ, 2013). Considera-se uma forma preliminar
de avaliar os impactos gerados no meio em análise. O ideal é aplicar o checklist
em cada etapa do projeto, nas fases de implantação, operação e desativação.
66
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
67
Proteção do Meio Ambiente
68
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
69
Proteção do Meio Ambiente
70
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
Por fim, é importante lembrar que a seleção do método mais apropriado de-
pende, acima de tudo, da comparação com outros estudos e consequente iden-
tificação dos mais comumente utilizados. Logo, não há o mais perfeito método
ou aquele aplicável a todos os casos. Ao considerar as individualidades de cada
estudo será possível identificar o método mais adaptável ao contexto em questão.
71
Proteção do Meio Ambiente
4 PREVENÇÃO, ATENUAÇÃO,
POTENCIALIZAÇÃO E MITIGAÇÃO
DE IMPACTOS
Partindo do pressuposto de que a AIA é formada por um conjunto de fer-
ramentas que ajudam na identificação dos impactos e, consequentemente, para
que a decisão mais ambientalmente adequada seja tomada, vamos estudar, nes-
te subtópico, medidas para prevenir, atenuar, potencializar ou mitigar impactos
ambientais. Vimos que no Brasil, a AIA é uma das etapas necessárias para o li-
cenciamento ambiental. Ao olhar para o impacto ambiental sob a perspectiva do
licenciamento, podemos relacioná-lo com a situação do ambiente sem e com o
projeto, conforme apresentado na figura a seguir.
72
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
I. Estradas de rodagem com duas IX. Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no
ou mais faixas de rolamento; Código de Mineração;
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de
resíduos tóxicos ou perigosos;
II. Ferrovias;
Xl. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a
fonte de energia primária, acima de 10 MW;
XII. Complexo e unidades industriais e agroindustriais
III. Portos e terminais de minério,
(petroquímicos, siderúrgicos, cloro-químicos, destilarias de
petróleo e produtos químicos;
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
IV. Aeroportos; XIII. Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha,
V. Oleodutos, gasodutos,
em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir
minerodutos, troncos coletores e
áreas significativas em termos percentuais ou de importância
emissários de esgotos sanitários;
do ponto de vista ambiental;
73
Proteção do Meio Ambiente
74
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
75
Proteção do Meio Ambiente
• Reversível
Reversibilidade • Reversível a médio/longo prazo
• Irreversível
• Temporário
Duração
Atributos de magnitude • Permanente
• Direta
Incidência
• Indireta
• Curto
Prazo para ocorrência
• Médio a longo
• Cumulativo
Cumulatividade
• Não cumulativo
• Simples
Sinergia
• Indutor
Atributos de relevância • Muito pequena
• Pequena
Importância • Média
• Grande
• Muito grande
• Pontual
Abrangência • Local
• Regional
• Contínua
Atributos complementares Formas de
• Descontínua
manifestação
• Cíclica
• Real
Ocorrência
• Potencial
FONTE: Adaptado de Brasil (1986), Sanchez (2013) e Rincão e Trigueiro (2018)
76
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
77
Proteção do Meio Ambiente
78
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim do Capítulo 2 do nosso livro didático, somos capazes, a
partir de agora, de ter a compreensão do processo de licenciamento ambiental
e da apresentação das principais metodologias de avaliação de impacto, aplicar
79
Proteção do Meio Ambiente
REFERÊNCIAS
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: O desafio do
desenvolvimento sustentável. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
81
Proteção do Meio Ambiente
82
Capítulo 2 Licenciamento e Avaliação De Impacto Ambiental
83
Proteção do Meio Ambiente
84
C APÍTULO 3
Gestão Ambiental
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
86
Capítulo 3 Gestão Ambiental
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior, vimos que as atividades poluidoras ou com potencial de
gerar impactos negativos ao ambiente precisam passar pelo processo de licencia-
mento ambiental para operar, o que pode ser feito em nível federal, estadual ou
municipal. Como principal atividade deste processo, tem-se a avaliação de impac-
to ambiental (AIA), demandada para atividades previamente definidas pela legis-
lação (Resolução Conama 237). Durante este processo são realizados estudos
ambientais para atingir ao solicitado pelo órgão ambiental responsável e obter a
licença ambiental, que consiste em um documento de caráter preventivo que au-
toriza o funcionamento e/ou operação de atividade ou empreendimento.
Conforme vimos até aqui, os impactos ambientais são resultantes das ações
do homem ao alterar o ambiente interferindo na qualidade ambiental. As altera-
ções resultantes dos processos produtivos, novos empreendimentos e desenvol-
vimento urbano de forma geral, interferem nos sistemas ambientais e resultam
em poluição destes sistemas, podendo acontecer na água, no solo ou no ar. A
problemática da questão ambiental inicia-se a partir dos usos conflitantes provo-
cados tanto pelas diferentes demandas da sociedade referente a algum recurso
ou sistema ambiental quanto pelas próprias mudanças das condições ambientais
resultantes das atividades humanas.
2 POLUIÇÃO AMBIENTAL E
SISTEMAS DE TRATAMENTO
Já está claro pelo que aprendemos até aqui que para atender as suas neces-
sidades básicas, o homem intervém no ambiente, alterando suas condições, in-
87
Proteção do Meio Ambiente
2.1 ÁGUA
A água é tida como o principal componente ambiental, sendo em maior abun-
dância na biosfera. Entretanto, sua distribuição é em diferentes estados (sólido,
88
Capítulo 3 Gestão Ambiental
líquido ou gasoso), sendo que 97,2% do total encontra-se nos oceanos. A distri-
buição do total de água doce disponível é bastante heterogênea no espaço e tem-
po, sendo que a maior parte se encontra em geleiras (68,7%), seguido por água
subterrânea (31,01) e, por fim, água superficial (0,29%) (DERISIO, 2012).
89
Proteção do Meio Ambiente
70% do volume de água, seguido por usos industriais (20%) enquanto o domésti-
co é 7%. Além disso, 3% do consumo é referente a perdas (DERISIO, 2012).
Além dessa classificação por usos, a Resolução CONAMA 357 de 2005 clas-
sifica as águas em função da sua salinidade, sendo: “I - águas doces: águas com
salinidade igual ou inferior a 0,5 %; II - águas salobras: águas com salinidade
superior a 0,5 % e inferior a 30 %; III - águas salinas: águas com salinidade igual
ou superior a 30%” (BRASIL, 2005, p. 1). Ainda, as águas doces, salobras e sa-
linas são caracterizadas, de acordo com a qualidade solicitada para seus usos
principais, mas as águas de classe especial devem ter sua condição natural, não
sendo aceito o lançamento de efluentes, mesmo que tratados. As águas de classe
especial são destinadas a “uso nobres” por serem destinadas ao abastecimento
humano, preservação de comunidades aquáticas e preservação destes ambien-
tes em unidades de proteção.
90
Capítulo 3 Gestão Ambiental
91
Proteção do Meio Ambiente
metros que indicam suas características e que são determinados em campo ou por
meio de ensaios laboratoriais, sendo os principais descritos no quadro a seguir:
92
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Representa a
quantidade de
Demanda
oxigênio necessária
Química de
para decompor
Oxigênio (DQO)
quimicamente a
matéria orgânica
Série de
nitrogênio
Indicam a quantidade
(nitrogênio
do componente
orgânico,
químico
amônia, nitrito e
nitrato)
Fósforo
Cloretos
Ferro
Manganês
Metais
Presença de
hidrocarbonetos,
gorduras, ésteres,
entre outros que
- Óleos e graxas
indicam presença de
despejo, esgotos,
resíduos industriais
etc.
Caracterizam
presença de efluentes
industriais, colas e
adesivos, resinas
Fenóis
impregnantes,
componentes elétricos
(plásticos) e as
siderúrgicas etc.
Analisa a presença
de substâncias
Surfactantes tensoativas que
reagem com Azul de
Metileno
93
Proteção do Meio Ambiente
Outra forma de classificar a poluição hídrica é por sua origem e efeitos, po-
dendo ser classificada em:
94
Capítulo 3 Gestão Ambiental
95
Proteção do Meio Ambiente
FONTE: <https://blog.brkambiental.com.br/wp-content/uploads/2019/02/
tratamento-de-agua.jpg>. Acesso em: 23 abr. 2022.
96
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Após estes processos é realizada uma nova filtragem (6), estruturada em:
areia grossa, areia fina, cascalho, pedregulho e carvão, a fim de retirar flocos ou
partículas sólidas menores que ainda possam ter ficado na água. A água agora
está livre de sólidos e pode seguir para as próximas etapas. Então, a água é dire-
cionada para adição de componentes químicos (7) para pós-alcalinização, desin-
fecção e fluoretação, que tem por objetivos corrigir o pH da água, remover vírus,
bactérias e microrganismos e, por fim, aplicar flúor para auxiliar a prevenir cáries
na população.
Por fim, a água é armazenada em reservatório (8) para, então, ser direciona-
da para a rede de distribuição. Estas unidades de tratamento podem ser agrupa-
das em quatro categorias:
97
Proteção do Meio Ambiente
2.2 SOLO
Os solos se formam a partir da combinação de cinco fatores, sendo eles: cli-
ma, natureza dos organismos, material de origem, relevo e idade. Clima, natureza
dos organismos, material de origem e relevo definem características que permi-
tem identificar estágios de sucessão por meio “de sua profundidade, composição
e propriedades e do que se denomina horizontes do solo” (BRAGA et al., 2005, p.
128). No que tange à formação do solo ao longo dos anos, é possível identificar
estágios neste processo.
FONTE: <https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2020/07/
formacao-dos-solos.jpg>. Acesso em: 23 abr. 2022.
98
Capítulo 3 Gestão Ambiental
99
Proteção do Meio Ambiente
Além disso, em seu Art. 23, a resolução estabelece que ao abordar áreas
contaminadas, devem ser definidas atividades que busquem investigar e geren-
ciar as causas da contaminação, contemplando as seguintes etapas: identifica-
ção, diagnóstico e intervenção. Na etapa de identificação é feita uma avaliação
preliminar para detectar contaminações suspeitas, e onde forem constatados indí-
cios de contaminação, é necessária uma investigação de confirmação.
2.2.1 Tratamento
O tratamento de solos contaminados tem sido motivo de preocupação para
a área ambiental, tanto pela complexidade dos tipos de solo e suas estruturas
quanto pela dinâmica dos poluentes nestes locais. A técnica a ser adotada para
tratamento da área depende de fatores como: tipo e organização do solo, tipo e
concentração do contaminante, tempo de poluição.
100
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Uma das tecnologias que vem sendo adotada é o Processo Oxidativo Ati-
vado (POA), adotado em poluentes tóxicos e recalcitrantes. Apesar de eficiente,
resulta em impactos ambientais como solubilização de metais, destruição da ma-
téria orgânica, redução do pH, morte de microrganismos, redução de nutrientes e
aumento da toxicidade (MATIAS; SOBRINHO, 2020).
2.3 AR
A atmosfera é uma camada gasosa que envolve a Terra e é formada por di-
ferentes gases. Além dos usos metabólicos naturais do ar pelo homem, pelos ani-
mais e pela vegetação, e dos benefícios dos fenômenos naturais meteorológicos,
outros usos importantes devem ser adicionados: comunicação, transporte, com-
bustão, processos industriais e, principalmente, o emprego do ar como receptor e
transportador de resíduos da atividade humana (DERISIO, 2012).
102
Capítulo 3 Gestão Ambiental
como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), ozônio (O3), vapor de água e ou-
tros” (WRI BRASIL, 2021, p. 5).
103
Proteção do Meio Ambiente
Outra classificação é com relação ao estado físico, podendo ser fumo, poei-
ra, fumaça, névoa, vapores e gases. Fumos são resultantes de condensação ou
sublimação de gases de metais fundidos. As poeiras são resultantes da desinte-
gração mecânica de corpos sólidos. Fumaças originam-se a partir da combustão
incompleta de materiais orgânicos.
104
Capítulo 3 Gestão Ambiental
105
Proteção do Meio Ambiente
106
Capítulo 3 Gestão Ambiental
2.3.1 Tratamento de ar
Os equipamentos de tratamento e controle da poluição do ar podem ser or-
ganizados em dois grandes grupos, conforme o conteúdo a ser retirado da atmos-
fera: i) material particulado em suspensão nas correntes gasosas; ii) poluentes
gasosos das correntes gasosas. Os equipamentos de controle para material par-
ticulado que veremos são: câmara gravitacional, ciclone, filtro de mangas, precipi-
tador eletrostático e lavador Venturi. Para o controle de poluentes gasosos, vere-
mos: condensador, absorvedor, adsorvedor, incinerador, separador de membrana
e biofiltro (CALIJURI; CUNHA, 2013):
107
Proteção do Meio Ambiente
3 PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO
AMBIENTAL
Vimos que durante muito tempo, a avaliação de impacto ambiental (AIA) era
utilizada para reduzir as consequências negativas dos empreendimentos públicos
e privados. A Conferência Rio 92 estimulou governos nacionais, organizações in-
ternacionais e o setor empresarial a reconhecer o papel da avaliação de impacto
na busca pelo desenvolvimento sustentável. Hoje, o objetivo e a função da avalia-
ção são muito mais amplos, pois permitem uma análise, sob inúmeras variáveis,
para a recuperação da qualidade ambiental, para o desenvolvimento social e eco-
nômico de uma região. Com base na avaliação de impacto ambiental, deve-se
iniciar a construção das medidas de mitigação, de compensação ambiental e da
definição dos programas ambientais (GARCIA, 2014; SANCHEZ, 2013).
108
Capítulo 3 Gestão Ambiental
(PGA), por exemplo, é solicitado durante o licenciamento ambiental que faz parte
da etapa de acompanhamento da AIA de atividades ou de empreendimentos, e
consiste em um documento técnico (IBAMA, 2020).
109
Proteção do Meio Ambiente
110
Capítulo 3 Gestão Ambiental
111
Proteção do Meio Ambiente
Programa Objetivo
Programa de Gerenciamento Programa adotado pelas organizações com o intuito de gerenciar os riscos
de Riscos (PGR) existentes no local de suas atividades.
Programa de Comunicação Implementar as diretrizes para divulgação das atividades do empreendimento,
Social permitindo a participação e envolvimento das partes interessadas.
112
Capítulo 3 Gestão Ambiental
O plano de ação pode ser dividido em duas partes: plano de ação para pre-
venção de riscos (PAPR) e plano de ação para emergências (PAE). No PAPR de-
vem ser indicadas quais as medidas que devem ser introduzidas, aprimoradas ou
mantidas para controle dos riscos (GARCIA, 2014; SESI, 2021). O PAE permite
dimensionar adequadamente as tipologias de acidentes, os recursos e as ações
necessárias para reduzir os impactos. Além disso, fornece um conjunto de infor-
mações e diretrizes para minimizar os impactos em emergências em nível local e
regional (CETESB, 2021).
113
Proteção do Meio Ambiente
Programas Projetos
Remanejo e compensação da população atingida
Reestruturação e revitalização das comunidades
Socioeconômico e cultura Resgate e preservação do patrimônio histórico-cultural, paisagístico
ou arqueológico
Educação ambiental
Observação das condições hidrológicas e climatológicas
Hidrologia, climatologia e
Monitoramento das condições físicas e químicas da água
qualidade da água
Ações integradas de conservação do solo e da água
Monitoramento sismológico, exploração dos recursos minerais e
Geotecnologia aquíferos
Monitoramento da estabilidade dos taludes marginais
Manejo e salvamento de flora e fauna
Meio Biológico
Reflorestamento
Limpeza da bacia de acumulação
Meio Físico
Gerenciamento e recomposição ambiental das áreas
114
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Gestão do reservatório
Gerencial Monitoramento e avaliação da implantação do PBA
Comunicação Social
FONTE: Adaptado de GEAB (2001)
4 AUDITORIA AMBIENTAL
Os países desenvolvidos começaram a conduzir auditorias de meio ambiente
de forma voluntária na década de 1970 em função da constatação dos impactos
negativos decorrentes das ações industriais. No final da referida década, mais
especificamente em outubro de 1979, a Agência de Proteção Ambiental (Environ-
mental Protection Agency – EPA) dos Estados Unidos da América instituiu uma
diretiva, autorizando a inspeção, amostragem e análise de organizações por “au-
ditores ambientais” e os resultados da auditoria deveriam ser comunicados ao
governo (SANTOS, 2017).
115
Proteção do Meio Ambiente
116
Capítulo 3 Gestão Ambiental
117
Proteção do Meio Ambiente
118
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Frente aos conceitos apresentados, auditoria pode ser definida, então, como
a ferramenta que possibilita uma avaliação metódica, recorrente, documentada e
objetiva dos sistemas de gestão e performance de equipamentos de uma empre-
sa a fim de controlar as ações que impactem o meio ambiente.
Esse sistema permite, então, que uma organização monitore e mapeie seus
riscos, produzindo como resultado, medidas para mitigação de impactos. Além
disso, permite a inclusão de um olhar sistêmico para os aspectos ambientais.
SGA não é um ato e sim um processo, que deve ser dinâmico já que será avaliado
contínua e periodicamente, para conferência de objetivos e metas definidos, o
alcance e efetividade das medidas propostas.
119
Proteção do Meio Ambiente
FONTE: A autora
120
Capítulo 3 Gestão Ambiental
121
Proteção do Meio Ambiente
122
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Hoje, é vista como um processo objetivo que visa estimar os aspectos am-
bientais relacionados a um produto, processo ou atividade, identificando e quan-
123
Proteção do Meio Ambiente
124
Capítulo 3 Gestão Ambiental
125
Proteção do Meio Ambiente
Mas você deve estar se perguntando: toda ACV engloba todas as fases do ciclo
de vida? Não! O limite do sistema é determinado com base no objetivo do estudo, ou
seja, se esse é o objetivo, quais etapas são necessárias? Bom, é preciso entender o
impacto ambiental das matérias-primas, processo, componentes ou o produto final.
Uma forma de definir uma P+L é comum conjunto de regras com o desígnio
de proteger o meio ambiente e tornar mínimo o desperdício, que vai desde os
processos de fabricação a todo o ciclo de vida de um produto. Este conceito pode
até ser aplicado em um nível pessoal, abordando o estilo de vida e as escolhas
diárias de cada um (SILVA; GOUVEIA, 2020).
127
Proteção do Meio Ambiente
128
Capítulo 3 Gestão Ambiental
Apesar dos fatores limitantes, aspectos tidos como motivadores estão impul-
sionando as empresas e até mesmo indústrias a mudarem seus atuais métodos,
melhorando sua pegada ecológica geral, ao mesmo tempo em que, em muitos ca-
sos, promovendo simultaneamente economia de custos devido à otimização glo-
bal de toda a cadeia de processo, garantindo a proteção ambiental dos processos
de forma geral.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim do nosso terceiro capítulo e, consequentemente, do Livro
Didático da disciplina de Proteção do meio ambiente. Somos capazes, a partir do
conteúdo visto neste capítulo, de diferenciar os Programas de Avaliação Ambien-
tal (tal como Plano de Gestão Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental, Progra-
ma de Gerenciamento de Riscos, Programa de Educação Ambiental, Plano de
Controle Ambiental, Plano Básico Ambiental, entre outros) e relacionar poluição
ambiental e uma apresentação dos sistemas de tratamento.
129
Proteção do Meio Ambiente
REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR ISO 14001:2015 –
Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro, 2015.
130
Capítulo 3 Gestão Ambiental
CHAU, C. K.; LEUNG, T. M.; NG, W. Y. A review on Life Cycle Assessment, Life
Cycle Energy Assessment and Life Cycle Carbon Emissions Assessment on
buildings. Applied Energy, [S.L.], v. 143, p. 395-413, abr. 2015.
132
Capítulo 3 Gestão Ambiental
133
Proteção do Meio Ambiente
SESI (Brasil). Guia sobre o PGR para a pequena e média indústria. 2021.
Disponível em: https://www.sesirs.org.br/sites/default/files/guia_pgr.pdf. Acesso
em: 4 dez. 2021.
134