Você está na página 1de 58

Educação Ambiental

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Conselho Nacional

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Departamento Nacional

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor Geral

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações
Confederação Nacional da Indústria
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional

Educação Ambiental

Ariane Sirugi de Souza Cunha

Brasília

2010
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Design Gráfico e Diagramação


Luciano Mattiazzi Baumgartner - Equipe de Desenvolvimento de Recursos
Departamento Regional do SENAI/SC Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis

Coordenador de EaD – SENAI/MS Design Educacional, Ilustrações e Revisão


Maise Rodrigues Sá Giacomeli – DITEC/COED – Textual
SENAI/MS FabriCO

Coordenador de EaD – SENAI/SC em Fotografias


Florianópolis Banco de Imagens SENAI/SC
Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em http://www.sxc.hu/
Florianópolis http://office.microsoft.com/en-us/images/
http://www.morguefile.com/
http://www.photoxpress.com/
http://www.everystockphoto.com/

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis

C972e
Cunha, Ariane Sirugi de Souza
Educação ambiental / Ariane Sirugi de Souza Cunha. Brasília:
SENAI/DN, 2010.
58 p. : il. color ; 30 cm.

Inclui bibliografias.

1. Meio ambiente. 2. Educação ambiental. 3. Poluição. 4.


Desenvolvimento sustentável. I. SENAI. Departamento Nacional. II.
Título.

CDU 504

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Nacional

Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C


Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF
Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190
http://www.senai.br
Sumário

Apresentação do curso.................................................................................. 07
Plano de estudos............................................................................................. 09
Unidade 1: Desenvolvimento Sustentável x Desenvolvimento
Industrial............................................................................................................. 11
Unidade 2: Poluição dos Recursos Naturais........................................... 27
Conhecendo o autor ..................................................................................... 55
Referências ....................................................................................................... 57
Educação Ambiental

Apresentação
do Curso

Prezado aluno, seja bem-vindo ao curso Educação


Ambiental!

Para dar início ao nosso percurso, vamos nos cons-


cientizar do seguinte: se compreendermos as cau-
sas e as consequências que a degradação ambiental
traz para o meio ambiente, perceberemos o quanto
de nossos consumos são desnecessários e o quanto
podemos estar prejudicando o meio ambiente.

Por isso, necessitamos discutir essa e tantas outras


questões ambientais, pois nos levará a refletir e
contribuirá para uma mudança em nossos posi-
cionamentos e em nossos padrões de consumo,
contribuindo para o fortalecimento de um desen-
volvimento sustentável e para a construção de uma
política sustentável.

Este curso está dividido em duas unidades, cada


uma abordando um tema específico. Elas são com-
postas, predominantemente, de explanação do
assunto-objeto de aprendizagem, seguida de uma
proposta de atividade para prática do conteúdo
visto.

Espero que você perceba a importância da preser-


vação do meio ambiente e os benefícios que ela
trará para sua vida pessoal, social e profissional, por
meio dos conteúdos apresentados e das atividades
que você desenvolverá.

Desejo a você um ótimo aproveitamento dos conte-


údos, uma boa leitura e um ótimo aprendizado!

7
Educação Ambiental

Plano de Estudos

Carga horária:
12 horas

Ementa
Meio ambiente; crise ambiental; desenvolvimento
industrial; desenvolvimento sustentável; educação
ambiental; degradação ambiental; poluição dos re-
cursos naturais.

Objetivos
Objetivo Geral

‡‡ Conhecer os processos de intervenção antrópica


que ocorrem no meio ambiente, suas consequên-
cias e as características das atividades produtivas
geradoras de resíduos sólidos, efluentes líquidos e
emissões atmosféricas.

Objetivos Específicos

‡‡ Conhecer as origens das atividades antrópicas que


impactam diretamente no meio ambiente e como
essas atividades geram os grandes impactos que
interferem no contexto da sociedade.
‡‡ Examinar as principais ferramentas de gestão am-
biental disponíveis para a melhoria contínua dos
padrões de qualidade ambiental.

9
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

‡‡ Avaliar
os efeitos ambientais causados por resíduos sólidos, emissões at-
mosféricas e efluentes líquidos, identificando suas consequências sobre a
saúde humana e sobre a economia.

10
1
Educação Ambiental

Desenvolvimento
Sustentável x
Desenvolvimento
Industrial

Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:

‡‡ compreender o conceito de meio ambiente e


como sua preservação é essencial ao desen-
volvimento do planeta;
‡‡ analisar
a evolução da crise ambiental para
que os mesmos erros do passado e do pre-
sente não voltem a ser cometidos e para que
um futuro melhor seja garantido às próximas
gerações;
‡‡ conheceros princípios ambientais (desenvol-
vimento sustentável e educação ambiental)
que necessitam ser implantados para preser-
vação e conservação do meio ambiente.

Aulas
Acompanhe nesta unidade as seguintes aulas:

‡‡ Aula 1 – Meio ambiente


‡‡ Aula2 – Crise ambiental: desenvolvimento
industrial x meio ambiente
‡‡ Aula 3 – Desenvolvimento sustentável
‡‡ Aula 4 – Educação ambiental

11
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Para Iniciar
Você está iniciando a primeira unidade do curso Educação Ambiental.
Nesta etapa, você estudará conceitos sobre meio ambiente e como os
consumos prejudicam e esgotam os recursos naturais que o meio am-
biente fornece.

Você conhecerá a evolução da crise ambiental e como ela ajudou a


ampliar as legislações que regem o meio ambiente, além de como os
países estão desenvolvendo convenções em favor do desenvolvimento
sustentável e da educação ambiental.

Aula 1
Meio ambiente
Nesta aula, você estudará um pouco sobre o meio ambiente e os instrumentos
que podem ser implantados para a proteção desse valioso recurso disponível
aos seres humanos.

O principal objetivo desta aula é que você conheça as conceituações sobre o


meio ambiente e os principais instrumentos de proteção e preservação ambien-
tal, como o princípio da educação ambiental e o princípio do desenvolvimento
sustentável.

Reflita um pouco sobre o meio ambiente como condição de vida.

12
Educação Ambiental

Pergunta
O que é meio ambiente?

É a condição de existência da vida na Terra! É tudo


que está à sua volta (fauna, flora, ar, solo, água, ar)
e que permite o desenvolvimento, pois os recursos ÁGUA:
que ele oferece são necessários para a sobrevivên-
cia. O conceito de meio ambiente é global, e isso recurso natural presen-
é percebido nas relações de equilíbrio entre os te em 70% da superfície
diversos elementos. terrestre, sob a forma
de mares, lagos e rios,
Os seres humanos necessitam sempre utilizar os e essencial à vida. Veja
recursos naturais que o meio ambiente oferece. mais informações no site
Exemplo disso é a dependência da água para o as- Amigo da Água <www.
seio, a alimentação e para a manutenção da vida. amigodaagua.com.br>.

Desse modo, pense nas três questões a seguir:

‡‡ Seas pessoas dependem do meio ambiente


para se desenvolverem, por que é que não dão
o devido valor a ele?
‡‡ Porque as pessoas necessitam explorar tanto
os recursos naturais até esgotá-los?
‡‡ Porque as pessoas não dão o devido valor ao
seu maior tesouro: o meio ambiente?

Reflita
Cuidar do meio ambiente é um assunto que
diz respeito a toda população mundial e
o melhor caminho é fazer o uso correto e
com equilíbrio dos recursos naturais, que
estão se tornando escassos pelo consumo
excessivo e desequilibrado.

Unidade 1 13
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

O meio ambiente que se procura proteger é um meio ambiente humano, vis-


to que os indivíduos ocupam determinado espaço e necessitam dos recursos
disponíveis.

A preservação do meio ambiente vem se tornando cada vez mais imprescindí-


vel na sociedade, tendo em vista a crescente devastação que tem sido gerado e
que pode gerar cada vez mais consequências negativas significativas à qualida-
de de vida dos seres que habitam o planeta.

Para ampliar seus conhecimentos sobre o que é o meio ambiente e quais ins-
trumentos podem ser utilizados para sua preservação e seu monitoramento,
seu conceito será definido em bases legais, isto é, o que os legisladores do país
conceituam sobre meio ambiente.

Nota
A Lei Federal no 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, conceitua meio ambiente como
sendo “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas” (BRASIL, 1981, artigo 3º, inciso I).

Pode-se dizer que o conceito de meio ambiente é bastante amplo e abrange


toda a natureza, ou seja, as belezas naturais (fauna, flora, ar, solo, água, ar), e o
ambiente artificial, isto é, o patrimônio humano, ou cultural (histórico, artístico,
paisagístico e arquitetônico), do planeta Terra.

É o conjunto de condições, leis e influências que agem sobre os organismos


vivos e os seres humanos. É o conjunto de elementos naturais e culturais que
proporciona o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas.

Já a Constituição Federal, em seu capítulo VI, Do meio ambiente, no artigo 225,


esboça o conceito de meio ambiente como sendo de caráter patrimonial, ao
afirmar que

[...] todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder público e á coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988,
Capítulo VI, artigo 225).

14
Educação Ambiental

Contudo, Milaré (2004, p.114), observa que

[...] tanto a Lei 6.938/1981 quanto a Lei Maior (Constituição Federal)


omitem-se sobre a consideração essencial de que o ser humano,
considerado como indivíduo ou como coletividades, é parte
integrante do mundo natural e, por conseguinte, do meio ambiente.
Essa omissão pode levar facilmente à ideia de que o meio ambiente é
algo extrínseco e exterior à sociedade humana, confundindo-o, então,
com seus componentes físicos bióticos e abióticos, ou com recursos
naturais e ecossistemas.

Se você parar para pensar no que realmente é o meio ambiente, vai se deparar
com a ideia de que é a condição de existência de vida no planeta, pois o meio
ambiente é tudo que cerca a vida humana e que possibilita o desenvolvimento.

Para Silva (1995, p. 29), o “meio ambiente é, assim, a interação do conjunto


de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento
equilibrado da vida em todas as suas formas”. O autor, partindo desse conceito,
trabalha com a existência de três aspectos do meio ambiente: o meio ambiente
artificial (espaço urbano); o meio ambiente cultural (patrimônio histórico, artís-
tico, arqueológico, paisagístico, turístico); e o meio ambiente natural, ou físico
(constituído pela interação dos seres vivos com seu meio).

Unidade 1 15
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Contudo, Rocha (1997, p. 25) faz a seguinte classificação do meio ambiente:

a natural (“aquele constituído pelo solo, pela água, pelo ar atmosférico, pela
fauna e pela flora”);
b artificial (“espaço físico transformado pela ação continuada e persistente do
homem com o objetivo de estabelecer relações sociais, viver em sociedade”),
que pode ser dividido em urbano, periférico e rural;
c cultural (“constituído por bens, valores e tradições aos quais as comunida-
des emprestam relevância, porque atuam diretamente na sua identidade e
formação”);
d do trabalho, isto é, o ambiente no qual se desenvolvem as atividades labo-
rais.

Aula 2
Crise ambiental: desenvol-
vimento industrial x meio
ambiente
Para dar início a esta aula, reflita sobre o seguinte pensamento:

Reflita
O homem é parte da natureza e sua guerra contra a natureza é
inevitavelmente uma guerra contra si mesmo... Temos pela frente um
desafio como nunca a humanidade teve, de provar nossa maturidade e
nosso domínio, não da natureza, mas de nós mesmos (Rachel Carson).

Os olhares para o meio ambiente começaram quando o crescimento econômico


e o processo de industrialização estavam trazendo resultados predatórios ao
planeta. Nesse momento, a humanidade interagia com o meio ambiente, pro-
vocando efeitos negativos (em maior ou menor grau) por causa do avanço do
desenvolvimento industrial e econômico.

16
Educação Ambiental

Foi essa crescente industrialização que a degrada-


ção global, o avanço da poluição da água, do ar
e do solo e o acúmulo de resíduos gerados fize-
Poluição:
ram com que a Suécia propusesse a realização de
uma Conferência Internacional à Organização das degradação ambiental
Nações Unidas (ONU), visando a discutir os princi- provocada pelo lan-
pais problemas ambientais que já alcançavam uma çamento, liberação ou
dimensão global. disposição de qualquer
matéria ou energia nas
Em 1972, foi realizada em Estocolmo, na Suécia, a
águas, no ar, no solo ou
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Am-
no subsolo.
biente Humano, com a participação de 113 países,
250 organizações não governamentais (ONGs) e
organismos da ONU. Essa conferência foi o marco
inicial, com representações de diversas nações,
onde foram discutidos os problemas ambientais,
sendo consolidada a relação entre desenvolvi-
mento e meio ambiente. Seu principal objetivo
era conscientizar os países sobre a importância de
promover a não poluição atmosférica nos grandes
centros urbanos, o combate à poluição das águas
e a preservação dos recursos naturais.

O final da Conferência das Nações Unidas sobre


o Meio Ambiente Humano teve como resultado
a criação do Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi,
no Quênia, e a aprovação da Declaração sobre o
Meio Ambiente Humano. Essa, conhecida como
Declaração de Estocolmo, contém 26 princípios
que servem como inspiração e guia para preservar
e melhorar o meio ambiente humano aos povos
do mundo.

A partir desse marco, a questão ambiental tornou-


se preocupação mundial e passou a fazer parte
das negociações internacionais.

Unidade 1 17
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

No Brasil, sem um ordenamento jurídico específi-


co até então, nasceu o conceito jurídico de meio
ambiente em 1981, presente na Lei Federal no
6.938, de 31 de agosto, que dispõe sobre a Políti-
ca Nacional de Meio Ambiente, criando o Sistema
Nacional do Meio Ambiente, onde foram estabele-
cidas as competências administrativas e legislativas
para as diferentes instâncias de poder constituídas
(União, estados, Distrito Federal e municípios).

Em 1988, a Constituição Federal Brasileira rea-


firmou o conceito de meio ambiente e deu mais
ênfase à Lei Federal no 6.938, fixando os princípios
em relação ao meio ambiente e estabelecendo as
Degradação condutas e as atividades lesivas a ele, onde infra-
ambiental: tores, pessoas físicas ou jurídicas ficariam sujeitos
às sanções penais e administrativas e, além disso,
alteração adversa das obrigados a reparar o dano causado.
características do meio
ambiente, resultante de Após esse período, em 1992, no Rio de Janeiro, foi
atividades que, direta ou realizada a II Conferência das Nações Unidas sobre
indiretamente: Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, mais
conhecida como Rio 92, ou Eco 92, que teve como
a) causem prejuízos à tema principal de discussão o desenvolvimento
saúde, à segurança e ao sustentável e como reverter o processo de
bem-estar da população; degradação ambiental, e buscava meios de
conciliar o desenvolvimento socioeconômico com
b) causem danos aos a conservação e a proteção dos ecossistemas da
recursos ambientais e aos Terra.
materiais;
Essa conferência teve como principal objetivo dis-
c) criem condições adver- cutir as conclusões e propostas do relatório Nosso
sas às atividades sociais e Futuro Comum, produzido em 1987 pela Comissão
econômicas; Mundial sobre Meio Ambiente, criada pela ONU no
final de 1983, por iniciativa do PNUMA. Esse rela-
d) afetem as condições
tório busca o equilíbrio entre o desenvolvimento
estéticas, de imagem
e a preservação do meio ambiente, por meio dos
urbana, de paisagem ou
recursos naturais, destacando o conceito de de-
sanitárias do meio am-
senvolvimento sustentável.
biente;
Durante essa conferência, uma série de conven-
e) infrinjam normas e pa-
ções, acordos e protocolos foram firmados e assi-
drões ambientais estabe-
nados pelos governantes dos países participantes,
lecidos.
ratificando o compromisso de adotar um conjunto
de atividades e procedimentos para melhorar a
qualidade de vida global.

18
Educação Ambiental

Nota
Na Rio 92, consagrou-se a elaboração dos seguintes documentos: Carta
da Terra; Convenção da Biodiversidade, Desertificação e Mudanças
Climáticas; Declaração de Princípios sobre Florestas; Declaração do Rio
sobre Ambiente e Desenvolvimento; e Agenda 21 (que serviu de base
para que cada país desenvolvesse seu plano de preservação do meio
ambiente).

A Agenda 21 é um documento que se compromete a refletir, global e local-


mente, sobre de que forma governos, empresas, ONGs e todos os setores da
sociedade podem cooperar no estudo de soluções para os problemas socio-
ambientais. Também compromete as nações a adotarem métodos de proteção
ambiental, justiça social e eficiência econômica, criando um fundo para o meio
ambiente para ser o suporte financeiro das metas fixadas.

Enquanto a pobreza tem como resultado determinados tipos de


pressão ambiental, as principais causas da deterioração ininterrupta
do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de
consumo e produção, especialmente nos países industrializados.
Motivo de séria preocupação, tais padrões de consumo e produção
provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios (BRASIL,
2000, capítulo 4).

Aula 3
Desenvolvimento
sustentável
Vamos agora entender o que é desenvolvimento sustentável.

Pergunta
Você sabe quando surgiu o termo “desenvolvimento sustentável”?

Unidade 1 19
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Esse termo surgiu em 1987, lançado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente
e Desenvolvimento. Ela defende que as necessidades geradas no presente de-
vem ser atendidas, tendo-se sempre em mente que as necessidades do futuro
não podem deixar de ser atendidas também.

De acordo com o Relatório Brundtland, “O desenvolvimento sustentável é


aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibili-
dade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades” (WORLD
COMMISSION, 1987).

Atenção
O desenvolvimento sustentável enfatiza a necessidade de atender
às necessidades básicas da geração presente, sem comprometer o
atendimento das futuras populações.

Isso implica que, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, a proteção


do ambiente tem de ser entendida como parte integrante do processo de de-
senvolvimento e não pode ser considerada isoladamente.

O princípio do desenvolvimento sustentável, decorrente do Princípio 5 do Pro-


tocolo de Estocolmo de 1972, foi reafirmado pela Declaração do Rio de Janeiro,
Rio 92, em 1992, quando estabeleceu que “o direito ao desenvolvimento deve
ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as neces-
sidades de gerações presentes e futuras”.

O conceito de desenvolvimento sustentável foi firmado na Agenda 21 e incor-


porado em outras agendas mundiais de desenvolvimento e de direitos huma-
nos.

20
Educação Ambiental

Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), os


objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão rela-
cionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do
uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades produtivas. Entre
esses objetivos estão:

‡‡ Crescimento renovável.
‡‡ Mudança de qualidade do crescimento.
‡‡ Satisfação
das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento
e saneamento básico.
‡‡ Garantia de um nível sustentável da população.
‡‡ Conservação e proteção da base de recursos.
‡‡ Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco.
‡‡ Reorientação das relações econômicas internacionais.

A água é fundamental para a vida na Terra!

A água é fundamental para a vida na Terra, em relação à sobrevivência humana


básica e ao sistema produtivo.

Dica
O consumo sustentável e responsável otimiza o desperdício do uso dos
recursos naturais e preserva a qualidade desses recursos.

No campo das discussões para o alcance do desenvolvimento sustentável, um


tema em destaque é o uso adequado dos recursos naturais. O uso indiscrimi-
nado dos recursos não renováveis pode levar todo o planeta a um colapso e,
consequentemente, inviabilizar a vida.

Poupe para que as gerações futuras possam usufruir, optar, gerenciar e decidir!

A água está no planeta de forma bem diferenciada. Devido a razões naturais,


algumas regiões têm em abundância e outras não. Mas, independentemente
dessa distribuição natural, outros fatores impedem que todos nós tenhamos
acesso irrestrito ao mínimo necessário desse recurso. A falta desse recurso com-
promete não só uma vida saudável, mas também as possibilidades de desenvol-
vimento de uma região.

Unidade 1 21
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

O PNUMA estima que até 2025 a disponibilidade per capita de água fique em
torno de apenas 5 mil metros cúbicos, colocando 3 bilhões de pessoas em situ-
ação de grave estresse hídrico. Essa possibilidade de escassez deve-se não só
ao crescimento populacional, mas também ao mau uso e ao não gerenciamento
da água disponível.

Pergunta
Qual é a quantidade de água que você consome para lavar seu carro ou
sua calçada? Não é desperdício?

Aula 4
Educação ambiental
No capítulo 36 da Agenda 21, a educação ambiental é definida como o proces-
so que busca:

[...] desenvolver uma população que seja consciente e preocupada


com o meio ambiente e com os problemas que lhes são
associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades,
atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e
coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e
para a prevenção dos novos (BRASIL, 2000, capítulo 36).

Conforme a Lei Federal no 9.795 (BRASIL, 1999, art. 1o),

[...] educação ambiental pode ser definida como os processos por


meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

A educação ambiental é o elemento de sensibilização da população e da neces-


sidade da promoção do uso racional dos recursos naturais e do papel do cida-
dão nesse processo de transformação.

Para que isso ocorra, há dois exemplos práticos que podem ser aplicados à
educação ambiental, tanto nas residências como nos locais de trabalho. Veja!

22
Educação Ambiental

‡‡ Emprimeiro lugar, nas residências: verifique se há vazamentos; se sim, elimi-


ne-os. Aprenda a administrar e racionalizar o uso da água em atividades não
essenciais, como regar jardim e lavar veículos.
‡‡ Depois,
em seu trabalho: racionalize o uso de copos de plástico e o uso de
qualquer insumo de fornecimento externo.

Reflita
A educação ambiental é um instrumento de conscientização da sociedade
no trato das questões de racionalização e administração da utilização
dos recursos ambientais, contribuindo para transformar o cidadão em
proativo quanto ao trato adequado da conformidade ambiental na
coletividade.

É muito importante tratar os recursos naturais como uma problemática, como


vem sendo enfrentada dentro da educação ambiental, pois aumentam cada vez
mais as preocupações com resíduos sólidos, esgoto, rios e empresas que se
instalam sem estrutura adequada.

A seguir, estão expostos os objetivos da educação ambiental. Lembre-se sempre


de que a educação é a base para fortalecer e transformar os futuros cidadãos
sustentáveis.

‡‡ Oestímulo de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e


social que está cada vez mais exposta.
‡‡ Oincentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável,
na preservação do meio ambiente, entendendo-se que a defesa da qualida-
de ambiental é um valor inseparável e inestimável no exercício da cidadania.
‡‡ O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis micros
e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambiental-
mente equilibrada, fundada nos princípios de liberdade, igualdade, solida-
riedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade.
‡‡ O fortalecimento da integração da educação com a ciência e a tecnologia.
‡‡ Ofortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade
como fundamentos para o futuro da humanidade.

A educação ambiental visa não só ao desenvolvimento sustentável, como tam-


bém ao consumo sustentável, ou seja, busca mudar hábitos na sociedade para
possibilitar que as gerações futuras também possam fazer uso dos recursos
naturais. Podem-se citar como exemplos as degradações que o meio ambien-
te está sofrendo com a poluição, o desperdício dos recursos hídricos (água), a
geração de resíduos sólidos e sua destinação final incorreta.

Unidade 1 23
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Colocando em prática
Você chegou ao final da primeira unidade! Caso tenha ficado com dúvi-
das, retorne ao conteúdo e entre em contato com seu tutor, pois certa-
mente ele ajudará você. Agora, acesse o ambiente virtual de aprendiza-
gem (AVA) e realize as atividades para testar seus conhecimentos!

Relembrando
Nesta unidade, você viu que meio ambiente é o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Estudou tam-
bém que o meio ambiente é bastante amplo e abrange toda a natureza
e o ambiente artificial do planeta Terra. Assim, compreende o solo, a
água, o ar, a flora e a fauna (as belezas naturais) e o patrimônio huma-
no, ou cultural (histórico, artístico, paisagístico e arquitetônico).

Observou que o desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as


necessidades da geração presente sem comprometer as possibilidades
das gerações futuras em satisfazer suas necessidades.

Você percebeu como é necessário desenvolver uma população que seja


consciente em relação ao meio ambiente e aos problemas que lhe são
associados e que seja preocupada com eles. Ou seja, uma população
que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compro-
missos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções
para os problemas existentes e para a prevenção dos novos.

Você está finalizando a primeira unidade do curso Educação Ambien-


tal. No decorrer de seu estudo, você recebeu importantes informações
sobre o que é meio ambiente e como a educação ambiental e o de-
senvolvimento sustentável auxiliarão os seres humanos a aproveitar os
recursos naturais disponíveis, mas sem prejudicar as próximas gerações.
Garanta que você vai utilizá-los, mas que também vai deixá-los disponí-
veis para o nosso futuro.

Aproveite e aplique esses conhecimentos!

24
Educação Ambiental

Saiba mais
Acesse o site <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constitui%C3%A7ao.htm>, para compreender melhor o capítulo VI, Do
meio ambiente, da Constituição Federal.

Para obter mais informações sobre a Declaração da Conferência de


ONU no Ambiente Humano, acesse <www.mma.gov.br/estruturas/
agenda21/_arquivos/estocolmo.doc>.

Alongue-se
Agora, tire um tempo para você. Relaxe! Chame um amigo para dar um
passeio, tome um suco bem refrescante, escute uma música agradável!
Quando estiver relaxado, retorne aos seus estudos. Faça isso sempre que
sentir que seu estudo não está rendendo, para aproveitar ao máximo nos-
so curso!

Unidade 1 25
2
Educação Ambiental

Poluição dos
Recursos Naturais

Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:

‡‡ Avaliar
as causas da degradação ambiental
que começou com a Revolução Industrial e
como seus resultados influenciaram o meio
ambiente.
‡‡ Conhecer e diagnosticar as poluições atmos-
féricas, do solo e da água.

Aulas
‡‡ Aula1 – Degradação ambiental: crescimento
socioeconômico x meio ambiente
‡‡ Aula 2 – Poluição dos recursos naturais

27
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Para Iniciar
Nesta segunda unidade, serão abordadas as causas
da degradação ambiental e como suas consequên-
cias influenciam em nosso meio ambiente.

Você conhecerá as causas e os efeitos da poluição


dos recursos naturais (ar, solo e água) pela interfe-
rência do ser humano no meio ambiente.

Aula 1
Degradação
ambiental:
crescimento
socioeconômico
x meio ambiente
Nesta primeira aula da segunda unidade, você
encontrará um conteúdo voltado à questão am-
biental, tendo como marco a Revolução Industrial
Meio ambiente: e como seus resultados influenciaram na constru-
ção do que se convencionou chamar de desenvol-
conjunto de condições,
vimento sustentável.
leis, influências e inte-
rações de ordem física, O principal objetivo desta aula é que você conheça
química, biológica, socio- a construção histórica da degradação ambiental,
econômicas e culturais para que saiba que há muito tempo a relação dos
que permitem, abrigam e seres humanos com o meio ambiente deixou de
regem a vida em todas as ser harmoniosa e está cada vez mais nociva.
suas formas.

28
Educação Ambiental

Os problemas ambientais fazem parte do cotidiano e isso é bastante percep-


tível, não é mesmo? Basta abrir uma revista ou navegar pela internet que eles
estão lá. Algumas vezes, basta olhar pelas janelas das casas para se deparar
com lixo nos terrenos baldios, com poluições atmosféricas etc.

Atualmente, a questão ambiental possui um grande destaque na sociedade


mundial devido à industrialização, à concentração de pessoas no meio urbano
e à crescente produção fabril. O meio ambiente está cada vez mais em foco nas
discussões ambientais, que buscam zelar sempre pela manutenção de um meio
ambiente saudável para as presentes e futuras gerações.

Nada do que foi será


De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa tudo sempre passará…
Tudo o que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo… (Nelson Motta e Lulu Santos)

Podem-se considerar três aspectos básicos para a crise ambiental: o crescimen-


to populacional, a demanda por energia e a consequente geração de resíduos,
que pode ser denominada poluição.

De acordo com Leff (2001, p. 9),

A degradação ambiental, o risco de colapso ecológico e o avanço


da desigualdade e da pobreza são sinais eloquentes da crise do
mundo globalizado. A sustentabilidade é o significante de uma falha
fundamental na história da humanidade, crise de civilização que
alcança seu momento culminante na modernidade, mas cujas origens
remetem à concepção do mundo que serve de base à civilização
ocidental. A sustentabilidade é o tema do final da transição da
modernidade truncada e inacabada para uma pós-modernidade
incerta, marcada pela diferença, diversidade, democracia e
autonomia.

Desde a Revolução Industrial, o meio ambiente tem sido transformado inten-


samente pelas atividades humanas. Apesar da melhoria das condições de vida
proporcionadas pela evolução tecnológica, observam-se diversos fatores ne-
gativos: explosão populacional; concentração crescente da ocupação urbana; e
aumento do consumo com a utilização em maior escala de matérias-primas e
insumos (água, energia, materiais auxiliares de processos industriais).

Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), o Brasil vem suportando gran-


des modificações em detrimento do crescimento demográfico e de seus alicer-
ces de desenvolvimento. Esse célere ritmo de industrialização e agrupamento
de contingentes populacionais em espaços urbanos passou a provocar fortes
impactos ambientais. Com isso, a produção de resíduos oriundos das atividades
humanas foi se tornando excessiva, gerando desequilíbrio no meio ambiente.

Unidade 2 29
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

A humanidade vive um grande desafio: o de realizar um projeto civilizatório,


ecologicamente sustentável, sem provocar a miséria humana e ambiental, asse-
gurando a manutenção da vida no planeta.

Podem-se citar como as principais fontes de alterações no meio ambiente as


queimadas; os resíduos sólidos domésticos, industriais e hospitalares diaria-
mente depositados no solo e nos rios de forma inadequada, sem o devido
tratamento; o aumento dos gases do efeito estufa, causado pelos gases pro-
venientes da queima de combustíveis fósseis (petróleo), que permitem que
a radiação solar penetre na atmosfera, retendo grande parte dela e gerando
aumento de temperatura; a utilização de agrotóxicos; e o desmatamento desen-
freado.

A população vem se deparando com um problema que afeta o mundo, que é a


degradação do meio ambiente.

Pergunta
Você sabe como acontece a degradação do ambiente?

A degradação se dá pela exaustão dos recursos naturais. Com o crescimento


econômico que está em desequilíbrio com a proteção do meio ambiente, os
esforços para mudar tal situação são válidos a partir do momento em que se
estuda a possibilidade de um modelo sustentável de desenvolvimento. A degra-
dação do meio ambiente implica ameaça direta à humanidade, o que significa
atingir o próprio homem.

30
Educação Ambiental

A influência do homem no meio ambiente se


configura como um método contínuo e acelerado.
A ideia que prevalece no mundo atual concebe o
meio ambiente como uma fonte inesgotável de
recursos, que, no entanto, é limitada e finita. Além
disso, já se sabe que muito desses recursos pode-
rão se esgotar em um futuro próximo.

De acordo com a Lei Federal no 6.938 (BRASIL,


1981), é possível classificar os recursos ambientais
em: atmosfera, águas interiores, superficiais e sub-
terrâneas, estuários, mar territorial, solo, subsolo,
elementos da biosfera, fauna e flora.

Esses recursos que estão sendo referenciados


são os recursos naturais. Como já estudamos na
primeira unidade, recurso natural é tudo aquilo
que é necessário ao homem e está disponível na
natureza, como água, solo, ar, biomassa, combus-
tível fóssil, entre outros. Esses recursos podem ser Biomassa
classificados em renováveis e não renováveis.
é formado pelos com-
ponentes bióticos de um
ecossistema: produtores,
Nota

consumidores e desinte-
Recursos renováveis gradores.

São aqueles que a natureza consegue


regenerar por meio de seus processos,
que, depois de serem utilizados, ficam
disponíveis novamente graças aos ciclos
naturais. Exemplo: a água (com seu ciclo
hidrológico), a biomassa, o ar e a energia
eólica.

Unidade 2 31
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Recursos não renováveis

São aqueles que existem em quantidade


fixa no planeta para uso do ser humano,
embora a natureza consiga renová-los
em milhões de anos. Convencionou-se
chamá-los de não renováveis porque a
escala temporal de vida do ser humano
não permite esperar essa renovação. Um
exemplo é o combustível fóssil. Podem-
se identificar também duas classes: a dos
minerais não energéticos (fósforo, cálcio)
e a dos minerais energéticos (combustíveis
fósseis e urânio).

A utilização dos recursos naturais está presen-


Recursos ambientais: te em todas as atividades humanas: obtenção de
energia, disponibilização da água para atendimen-
recursos naturais como o to das necessidades diárias, fabricação de mate-
ar e a atmosfera, o clima, riais para diversos usos etc.
o solo e subsolo; as águas
interiores e costeiras, Nessas diversas utilizações, há a possibilidade de
superficiais e subterrâne- aproveitá-los de forma racional, adequando-os à
as, os estuários e o mar necessidade a ser atendida, como: uso de recursos
territorial; a paisagem, a renováveis para geração de energia; substituição
fauna, a flora, bem como de fontes energéticas; redução, reúso e reciclagem
o patrimônio histórico- de materiais; e gerenciamento de resíduos.
cultural e outros fatores
condicionantes da salubri- As diversas atividades produtivas desenvolvidas
dade física e psicossocial pelo homem geram inúmeros resíduos e poluentes
da população. para o ar, os rios e os mares e contaminam o solo.
A poluição atmosférica provocada pelos gases
CFC está criando buracos na camada de ozônio,
aumentando a incidência de raios ultravioleta na
superfície do planeta, aquecendo a temperatura
média da Terra.

32
Educação Ambiental

Por tudo isso, vive-se hoje sob uma grande crise


ambiental de âmbito mundial. Essa crise se mani- Aquecimento global
festa por meio de fenômenos como secas, chuvas (definição de Walter Tesck):
torrenciais, maremotos, aquecimento da atmos-
na linha do IPCC (Painel
fera terrestre, diminuição da camada de ozônio,
Internacional de Mudanças
poluição por resíduos nucleares etc.
Climáticas), o inglês Nicho-
Economizar os recursos naturais implica usá-los de las Stern, chefe do serviço
forma econômica e racional, para que os renová- econômico do governo de
veis não se extingam por mau uso e os não reno- seu país (Inglaterra), rece-
váveis não se extingam. beu uma tarefa colossal há
16 meses: medir o impac-
to do aquecimento global
na economia mundial. Ex-

Aula 2
economista chefe do Banco
Mundial e diplomado pelas
universidades de Cambridge

Poluição e Oxford, Stern lançou mão


de modernos modelos ma-

dos recursos temáticos e econômicos na


tentativa pioneira de estimar

naturais
os prejuízos decorrentes do
chamado efeito estufa – o
acúmulo de gases poluen-
tes na atmosfera, que está
fazendo a temperatura da
De acordo com a Lei Federal no 6.938 (BRA- Terra subir assustadora e ra-
SIL,1981, art. 3o, inciso III), poluição é definida pidamente. O ambicioso tra-
como: balho resultou num relatório
batizado de “Estudo Stern”,
[...] a degradação da qualidade lançado na Inglaterra e
ambiental resultante de atividades recebido com barulho pelos
que direta ou indiretamente:
ambientalistas. Nele, Stern
prejudiquem a saúde, a segurança
e o bem-estar da população; criem discorre sobre os prejuízos
condições adversas às atividades econômicos no mundo com
sociais e econômicas; afetem o aquecimento global, que
desfavoravelmente a biota; afetem chegam à cifra monumental
as condições estéticas ou sanitárias dos sete trilhões de dólares,
do meio ambiente; lancem matérias
e faz um alerta urgente: “É
ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos.
preciso agir agora”. A cidade
de São Paulo aprovou, em
junho de 2009, o que deve
ser a primeira lei municipal
no Brasil que busca controlar
as emissões poluentes.

Unidade 2 33
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Pode-se ainda conceituar poluição como a alteração indesejada ao meio am-


biente natural, causada pela introdução de materiais que comprometem a qua-
lidade ambiental, contaminando os recursos ambientais que estão disponíveis
ao consumo.

De acordo com Braga et al. (2002, p. 6),

A poluição é uma alteração indesejável nas características físicas,


químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera,
provocada pelas atividades e intervenções humanas no meio
ambiente, que possa causar dano à sobrevivência ou às atividades
dos seres humanos e outras espécies, ou ainda deteriorar materiais.
Os poluentes são os resíduos gerados pelas atividades humanas que
causam um impacto negativo no meio ambiente.

Desse modo, a poluição está associada à concentração de poluentes presentes


no ar, na água ou no solo.

34
Educação Ambiental

Poluição atmosférica
A poluição atmosférica se refere a alterações da atmosfera susceptíveis de cau-
sar impacto no meio ambiente ou na saúde humana, por meio da contaminação
por gases, partículas sólidas ou líquidas em suspensão, material biológico ou
energia.

Conforme a Resolução Conama no 3, de 28 de junho de 1990, considera-se

[...] poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com


intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características
em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam
tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente
ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades
normais da comunidade (BRASIL, 1990, artigo 1, parágrafo único).

Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua


concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando
inconveniente ao bem-estar público; danos aos materiais, à fauna e à flora ou
sendo prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade, e às atividades
normais da comunidade.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o


nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias po-
luente presentes no ar. A variedade das substâncias que podem ser encontradas
na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma
classificação.

Unidade 2 35
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Pergunta
Você sabe como os poluentes são divididos?

Para facilitar a classificação, os poluentes são divididos em duas categorias, de


acordo com a CETESB:

‡‡ Poluentesprimários: aqueles que são emitidos diretamente pelas fontes de


emissão. Exemplo: os gases que provêm do tubo de escape de um veículo au-
tomóvel ou de uma chaminé de uma fábrica.
‡‡ Poluentessecundários: aqueles formados na atmosfera por meio da reação quí-
mica entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera.
Ainda conforme classificação da CETESB (2006), os poluentes podem ser de mate-
rial particulado (MP) e gases.

Materiais particulados

Nos materiais particulados, encontram-se um conjunto de poluentes constituídos


de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém sus-
penso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. O material particulado
também pode se formar na atmosfera a partir de gases como dióxido de enxofre
(SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs), que são
emitidos principalmente em atividades de combustão, transformando-se em partí-
culas como resultado de reações químicas no ar.

Podem ser classificado como:

‡‡ Partículastotais em suspensão (PTS): aquelas em que diâmetro aerodinâmico é


menor que 50 µm. Uma parte dessas partículas é inalável e pode causar proble-
mas à saúde. Outra parte pode afetar desfavoravelmente a qualidade de vida
da população, interferindo nas condições estéticas do ambiente e prejudicando
as atividades normais da comunidade.

36
Educação Ambiental

‡‡ Partículas
inaláveis (MP10): aquelas em que o
diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm.
As partículas inaláveis podem ser classificadas
como:
a finas, ou MP2,5 (< 2,5 µm): devido ao seu
tamanho diminuto, podem atingir os alvéolos
pulmonares;
b grossas (2,5 a 10 µm): ficam retidas na parte
superior do sistema respiratório.
‡‡ Fumaça (FMC): está associada ao material
particulado suspenso na atmosfera provenien-
te dos processos de combustão. O método de
determinação da fumaça é baseado na medi-
da de refletância da luz que incide na poeira
(coletada em um filtro), o que confere a esse
parâmetro a característica de estar diretamente
relacionado ao teor de fuligem na atmosfera.
‡‡ Dióxido de enxofre (SO2): resulta principal-
mente da queima de combustíveis que contêm
enxofre, como óleo diesel, óleo combustível
industrial e gasolina. É um dos principais for-
madores da chuva ácida. O dióxido de enxofre
pode reagir com outras substâncias presentes
Chuva ácida:
no ar, formando partículas de sulfato.
é a chuva contaminada
pelas emissões de óxidos
Atenção de enxofre na atmosfera,
decorrentes da combus-
O tamanho das partículas está diretamente
associado ao seu potencial para causar tão em indústrias e, em
problemas à saúde, sendo que, quanto menor grau, dos meios de
menores, maiores os efeitos provocados. transporte.
O particulado pode também reduzir a
visibilidade na atmosfera.

Unidade 2 37
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Efeitos gerais
Efeitos gerais
Poluente Fontes principais ao meio
sobre a saúde
ambiente
Processos industriais,
Partículas veículos motorizados Danos à vegeta-
totais em (exaustão), poeira de rua Doença pulmonar, asma ção, deterioração
suspensão ressuspensa, queima de e bronquite. da visibilidade e
(PTS) biomassa. Fontes natu- contaminação do
rais: pólen, aerossol mari- solo.
nho e solo.

Partículas Processo de combus- Danos à vegeta-


tão (indústria e veículos Aumento de atendimen-
inaláveis ção, deterioração
automotores, aerossol tos hospitalares e mor-
(MP10) e da visibilidade e
secundário (formado na tes prematuras.
fumaça contaminação do
atmosfera). solo.

Desconforto na respira-
ção, doenças respira-
tórias, agravamento de Pode levar à for-
Processos que utilizam
doenças respiratórias mação de chuva
Dióxido queima de óleo combustí-
e cardiovasculares já ácida, causar
de enxofre vel, refinaria de petróleo,
existentes. Pessoas corrosão aos ma-
(SO2) veículos a diesel, polpa e
com asma, doenças teriais e danos à
papel.
crônicas de coração e vegetação.
pulmão são mais sensí-
veis ao SO2.

Quadro 1 – Fontes, características e efeitos dos principais poluentes na atmosfera


Fonte: Adaptado de CETESB (2006).

Gases

‡‡ Monóxido de carbono (CO): é um gás incolor e inodoro que resulta da quei-


ma incompleta de combustíveis de origem orgânica (combustíveis fósseis,
biomassa etc.). Altas concentrações de CO são encontradas em áreas de
intensa circulação de veículos.

38
Educação Ambiental

‡‡ Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos: oxidante fotoquímico é o nome que


se dá à mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os
óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz
solar, sendo estes últimos liberados na queima incompleta e evaporação de
combustíveis e solventes. O principal produto dessa reação é o ozônio, por
isso mesmo utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes
fotoquímicos na atmosfera. Tais poluentes formam a chamada névoa foto-
química ou “smog fotoquímico”, que possui esse nome porque causa dimi-
nuição da visibilidade na atmosfera.
‡‡ Nitrogênio: gás marrom avermelhado, com odor forte e muito irritante. Pode
levar compostos orgânicos tóxicos. É encontrado em processos que utilizam
óleo ou gás, como incinerações.

Processos que utilizam Aumento da sensibilidade Pode levar à formação


Nitrogênio

óleo ou gás, incinera- à asma e à bronquite, de chuva ácida, danos à


(NO2)

ções. redução da resistência às vegetação e à colheita.


infecções respiratórias.
Altos níveis de CO estão
Monóxido de car-

Combustão incompleta associados a prejuízo aos Pode levar à formação


bono (CO)

em veículos automo- reflexos, à capacidade de chuva ácida, danos à


tores. de estimar intervalos de vegetação e à colheita.
tempo, ao aprendizado,
ao trabalho visual.
Não é emitido direta-
mente na atmosfera. Irritação nos olhos e vias
É produzido fotoqui- respiratórias, sensação Danos às colheitas, à
Ozônio (O3)

micamente pela ra- de aperto no peito, tosse vegetação natural, às


diação solar sobre os e chiado na respiração. O plantações agrícolas e às
óxidos de nitrogênio e O3 tem sido associado ao plantas ornamentais.
compostos orgânicos aumento de admissões
voláteis. hospitalares.

Quadro 2 – Fontes, características e efeitos dos principais poluentes na atmosfera


Fonte: Adaptado de CETESB (2006).

Unidade 2 39
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Consequências da poluição atmosférica

‡‡ Efeito estufa

O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar
refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes
na atmosfera. Como consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado
para o espaço. O efeito estufa é de vital importância, pois serve para manter o
planeta aquecido, e assim garantir a manutenção da vida.

Consequências:
1 Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo,
está em curso o derretimento das calotas polares.
2 Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca
a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecos-
sistemas. Somando-se a isso o desmatamento que vem ocorrendo princi-
palmente em florestas de países tropicais, a tendência é aumentar cada vez
mais as regiões desérticas do planeta Terra.
3 Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas têm sofrido com as ondas
de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa
onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.

40
Educação Ambiental

‡‡ Destruição da camada de ozônio

A camada de ozônio situa-se na estratosfera e tem por finalidade filtrar as


radiações ultravioletas emitidas pelo sol, de forma a proteger a vida na Terra.
Diversas substâncias químicas acabam destruindo o ozônio quando reagem
com ele. Essas substâncias contribuem também para o aquecimento do planeta,
conhecido como efeito estufa.

Pergunta
Você sabe que substâncias são essas?

Os óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores dos veículos e o CO2


produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo,
são as principais substâncias que causam problemas para a camada de ozônio.
Porém, em termos de efeitos destrutivos sobre a camada de ozônio, nada se
compara ao grupo de gases chamado clorofluorcarbonos (CFCs).

Consequências:

1 Aumento dos casos de câncer de pele.


2 Ataque ao sistema imunológico, minando a resistência humana a doenças
como herpes.
3 Diminuição da produção agrícola, o que reduziria a oferta de alimentos.
4 Alteração de ecossistemas.

‡‡ Chuva ácida

As queimadas de combustíveis fósseis (carvão ou derivados de petróleo) libe-


ram óxidos de nitrogênio (NxOy), carbono (Cox) e enxofre (SOx) que, combina-
dos com a água, formam os ácidos nítrico (HNO3) e sulfúrico (H2SO4), presentes
nas precipitações de chuva. As águas da chuva, ao caírem na superfície, alteram
a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares,
destroem florestas e lavouras e atacam estruturas metálicas, monumentos e
edificações.

Unidade 2 41
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Um dos problemas das chuvas ácidas é o fato de elas poderem ser transporta-
das por meio de grandes distâncias, podendo vir a cair mesmo em locais onde
não há queima de combustíveis, prejudicando-os como se houvesse.

A poluição que sai das chaminés é levada pelo vento, sendo que uma parte dela
pode permanecer no ar durante semanas, antes de se depositar no solo. Nesse
período, pode ter viajado muitos quilômetros. Quanto mais a poluição perma-
nece na atmosfera, mais sua composição química se altera, transformando-se
em um complicado coquetel de poluentes que prejudica o meio ambiente.

Pergunta
Você já refletiu sobre as consequências das chuvas ácidas? Vamos vê-las!

Consequências:

1 Alteração de ecossistemas.
2 Corrosão de monumentos históricos e prédios públicos e particulares.
3 Prejuízos à saúde humana: liberação de metais tóxicos que estavam no solo,
que podem alcançar rios e ser utilizados pelo homem, causando sérios pro-
blemas de saúde.
4 Acidificação de lagos: perdendo toda a sua vida.

42
Educação Ambiental

‡‡ Inversão térmica

A inversão térmica é um fenômeno natural meteorológico que ocorre mais


facilmente no final da madrugada e no início da manhã e, principalmente, nos
meses de inverno. Manifestam-se quando o ar quente retido nas altitudes im-
pede a elevação do ar frio que, por ser mais denso e pesado, encontra grandes
dificuldades para subir.

Esse processo ainda faz com que os poluentes lançados na atmosfera permane-
çam retidos nela juntamente com o ar frio.

Tal fenômeno tende a acontecer com mais facilidade em regiões onde o solo
recebe mais calor durante o dia e perde mais calor durante a noite.

‡‡ Smog

Smog é um fenômeno fotoquímico caracterizado pela formação de uma espécie


de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos quími-
cos. A palavra smog é de origem inglesa, formada pela união de smoke (fumaça)
e fog (neblina, nevoeiro).

Geralmente, o smog se forma em grandes cidades, onde a poluição do ar é ele-


vada e provocada, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis (gaso-
lina e diesel) pelos veículos automotores. Em regiões com grande presença de
indústrias poluidoras, o smog industrial também ocorre.

Unidade 2 43
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Além do vapor de água, pode-se encontrar em um smog a presença de alde-


ídos, dióxido de nitrogênio, ozônio, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos e
outros compostos orgânicos voláteis.

O smog causa um efeito visual característico, deixando uma camada cinza de ar


sobre a cidade. Nas situações mais extremas, em função das baixas condições
visuais, inviabiliza o trânsito de veículos, aviões e helicópteros.

Formas de combate à poluição do ar

Pergunta
Você tem pensado em formas de diminuir a poluição do ar? Faz alguma
coisa para ajudar nosso planeta? Então observe seu dia a dia e reflita se
há alguma maneira de você contribuir no combate à poluição do nosso
ar!

Verifique algumas formas para ajudar nests combate:

‡‡ Usode transporte coletivo: desse modo, o número de carros em trânsito


diminui e, como conseqüência, a quantidade de poluentes também.
‡‡ Utilização de fontes de energia menos poluentes: hidrelétrica, geotérmica,
eólica.
‡‡ Purificação
dos escapamentos dos veículos: utilizar gasolina sem chumbo
e adaptar um conversor catalítico; utilizar combustíveis com baixo teor de
enxofre.

Poluição do solo
O uso da terra para centros urbanos e para as atividades agrícola, pecuária e in-
dustrial tem tido como consequências elevados níveis de contaminação do solo.

Essa contaminação tem se tornado uma das preocupações ambientais, uma vez
que, geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área afetada
(solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo
estar na origem de problemas de saúde pública.

44
Educação Ambiental

O solo atua frequentemente como um “filtro”, tendo a capacidade de depuração


e imobilizando grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa
capacidade é limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do solo, devido
ao efeito cumulativo da deposição de poluentes atmosféricos, à aplicação de
defensivos agrícolas e fertilizantes e à disposição de resíduos sólidos industriais,
urbanos, materiais tóxicos e radioativos.

Nota
A poluição do solo é a alteração das características naturais da camada
superficial do solo, causando malefícios diretos ou indiretos à vida
humana, à natureza e ao meio ambiente em geral.

Os principais poluentes do solo são: adubos, herbicidas, pesticidas usados nas


explorações agrícolas, resíduos urbanos (lixo doméstico), resíduos industriais e
esgotos urbanos e industriais.

A seguir veja algumas das principais fontes poluidoras dos solos e as suas con-
sequências.

‡‡ Desmatamento: é uma prática de eliminação da cobertura vegetal do solo,


pela destruição de florestas, matas e campos nativos, com finalidades diver-
sas, como a exploração comercial da madeira e a abertura de novas pasta-
gens e áreas agrícolas.
O desmatamento desordenado tem influência sobre a degradação do solo,
pois a chuva compacta o solo quando cai por causa da força que as gotícu-
las de água imprimem em solo desmatado. Com a compactação do solo, a
água da chuva que cai, em vez de infiltrar, corre, causando erosão dos solos,
inundação nos rios, não alimentação das águas subterrâneas, solos secos e
pobres (pois a chuva não umedeceu a superfície), vegetação pobre e des-
truição dos habitats onde os animais ficarão sem alimentos e abrigo.
‡‡ Fertilização:consiste no uso de adubos, geralmente minerais. A agricultura
moderna utiliza doses cada vez maiores de adubos sintéticos em troca dos
adubos tradicionais, como o esterco. A consequência é a redução no teor de
húmus e a degradação da estrutura do solo. Quando utilizados em excesso,
ocorre verdadeiro desperdício de nutrientes do solo: alguns são arrastados
pelas chuvas e eutrofizam as águas (aumento excessivo de nutrientes em
uma massa de água provocando o aumento de algas, diminuindo o oxigênio
da água e sua qualidade); outros se acumulam em vegetais, como o espi-
nafre, que no intestino humano é transformado em tóxicos e em nutrientes
cancerígenos. O excesso de adubos no solo perturba a fisiologia dos ve-
getais, que acabam florescendo mal e produzindo menos frutos e menos
sementes.

Unidade 2 45
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

‡‡ Queimada: é uma técnica comum utilizada para a limpeza de pastos e cam-


pos. A vantagem de promover a limpeza rápida do terreno e o enriqueci-
mento do solo com as cinzas tem perpetuado essa prática em várias regiões
do mundo. Embora seja método barato em curto prazo, é muito caro em
longo prazo, pois promove a decadência do solo com a perda de minerais
que são queimados ou diluídos pelas águas de chuva ou de irrigação.

A queimada controlada raramente é maléfica, por não roubar do solo sua co-
bertura morta, eliminando somente o excesso de vegetação. Entretanto, quan-
do feita de forma descontrolada, torna-se maléfica por:

46
Educação Ambiental

1 eliminar, pelo calor excessivo, os microrganis-


mos presentes no solo, os quais são responsá-
veis por sua fertilidade;
2 destruir, pelo calor, sementes, caules e raízes de
plantas que voltariam a se desenvolver, recons-
tituindo a cobertura vegetal original;
3 eliminar a cobertura vegetal, expondo o solo
ao impacto das chuvas, favorecendo aos fenô-
menos de erosão.

‡‡ Agrotóxicos: agrotóxicos, defensivos agrícolas,


ou pesticidas, são produtos químicos, natu-
Agrotóxicos:
rais ou sintéticos utilizados pelo homem com
a finalidade de eliminar “pragas” animais ou produtos químicos usa-
vegetais. dos na agricultura para
A ação dos agrotóxicos pode ser resumida nos combater pragas que ata-
seguintes tópicos, se utilizados sem os devidos cam diversas espécies.
cuidados:
1 destruição do solo;
2 acumulação nos ecossistemas, podendo perdu-
rar por vários anos;
3 armazenamento nos alimentos e, em certas
quantidades, produção de efeitos danosos à
saúde;
4 aparecimento de espécies resistentes que se
tornam mais difíceis de serem eliminadas;
5 formação de resíduos tóxicos que, em certas
doses, provocam a mortandade de peixes e
outros animais aquáticos quando lançados em
corpos d’água;
6 contaminação dos alimentos, por meio de
resíduos remanescentes no solo (originários de
culturas anteriores e absorvidos pelas novas
culturas) ou através de doses excessivas;
7 interferência no tratamento das águas nas esta-
ções;
8 distúrbios a curto e longo prazo à saúde huma-
na;
9 poluição indistinta da água, do ar e do solo.

Unidade 2 47
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

O uso dos agrotóxicos tem inúmeros benefícios, como: aumento das colheitas;
aumento da produção de leite e de carne; diminuição das perdas de alimentos
em armazéns; diminuição da mão de obra nas atividades agrícolas; erradicação
de epidemias perigosas; melhor higiene pessoal, e desinfecção de instalações
e equipamentos. Tais usos justificam sua aplicação, desde que seja observada a
legislação oficial sobre o assunto.

‡‡ Resíduos sólidos (lixo): é todo material resultante das atividades humanas,


sem valor para ser conservado pelos seus geradores e que não pode fluir
diretamente para a água, o ar ou o solo.

A objeção do lançamento do lixo no ambiente se dá por quatro razões princi-


pais, você sabe quais são? Vamos ver:

1 Risco à saúde pública: o lixo abriga microrganismos infecciosos e vetores de


doenças e polui o ar, a água e o solo, representando sérios riscos à saúde e
à segurança da população.
2 Estética: o acúmulo do lixo causa danos à paisagem, como no caso do lixo
abandonado em ruas, terrenos baldios e estradas ou depositados a “céu
aberto” em grandes áreas. O vento e a chuva podem dispersar parte desses
materiais, causando problemas em áreas distantes.
3 Espaço: o lixo, onde quer que seja lançado, ocupa espaço. Quando chega
à área destinada à disposição final, o valor das terras se torna muito baixo,
pois a digestão do lixo com geração de gás pode prejudicar a utilização da
terra por muitos anos, mesmo após o abandono da área.

48
Educação Ambiental

4 Degradação dos recursos naturais: o manejo


inadequado do lixo causa poluição das águas
(pelo chorume, que altera a sua qualidade e os
sólidos que entopem corpos d’água); poluição Chorume:
do solo (pela alteração da sua composição quí-
mica e presença de material tóxico); e poluição efluente líquido prove-
do ar (pelos gases tóxicos e mal cheirosos, com niente de vazadouros de
consequências diretas e indiretas sobre a fauna lixo e aterros sanitários.
e flora locais, e sobre o próprio homem).

Poluição da água

De acordo com a Declaração de Dublin, na Irlanda


(BRASIL, 1992, Princípio no 1), “A água é um recur-
so natural, finito, estratégico, essencial à vida, ao
meio ambiente e ao desenvolvimento econômico e
social, sendo necessário controlá-la e preservá-la”.

Assim, são indispensáveis a conservação e o con-


trole da qualidade da água, pois os recursos hídri-
cos são objetos de demanda crescente, devido ao
grande desenvolvimento populacional. Para isso, é
necessário que a água esteja em quantidade sufi-
ciente e em qualidade adequada.

Padrões de qualida-
Conforme Porto (1991, p. 378), de:

A utilização de padrões de as medidas de intensida-


qualidade atende a dois propósitos: de e de concentração de
a) manter a qualidade do curso
poluentes presentes nas
d’água ou definir uma meta a ser
atingida; b) ser a base para definir
águas, no solo ou no ar,
os níveis de tratamento a serem que, ultrapassadas, po-
adotadas na bacia, de modo que derão afetar a saúde, a
os efluentes lançados não alterem segurança e o bem-estar
as características do curso da água da população, bem como
estabelecidas pelo padrão. ocasionar danos à flora
e à fauna, aos materiais
e ao meio ambiente em
geral.

Unidade 2 49
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Na legislação brasileira, existe o Padrão de Potabilidade da Água para o Con-


sumo Humano. Essa legislação é a Portaria no 518/GM de 25 de março de 2004,
que estabelece os procedimentos e as responsabilidades relativos ao controle e
à vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de pota-
bilidade, em seu caput.

De acordo com a Portaria no 518/GM (BRASIL, 2004, artigo 4, inciso I), “Água
Potável é a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos,
físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não
ofereça riscos à saúde”.

O homem utiliza a água para inúmeros fins, pois depende dela para sobreviver.
A água é um bem fundamental nas indústrias, na agricultura, nos lares e em
todas as atividades humanas.

Dica
A água pode ser utilizada para diversos fins pelo homem: abastecimento
doméstico e industrial; irrigação; navegação; geração de energia elétrica;
recreação; preservação da fauna e da flora; e diluição e afastamento dos
despejos, sendo que o uso mais nobre é o abastecimento doméstico e o
menos nobre, porém também bastante antigo, a diluição dos despejos.
Este, devido à forma desordenada como vem sendo feito, tem gerado a
poluição hídrica.

O consumo da água tende a crescer com o aumento da população, o desenvol-


vimento industrial e as demais atividades humanas. Cada vez mais água límpi-
da é retirada do meio, resíduos líquidos (esgoto) são gerados e quando estes
retornam para a água, alteram sua qualidade.

50
Educação Ambiental

A poluição da água pode ser definida como a introdução de qualquer matéria


ou energia em um corpo de água que venha a alterar as propriedades dessa
água, afetando, ou podendo afetar, por isso, a “saúde” das espécies animais ou
vegetais que dependam dela ou que tenham contato com ela ou que venham a
provocar modificações físico-químicas nas espécies minerais contatadas.

De acordo com Motta (2000, p. 112), “A poluição da água resulta da introdução


de resíduos na mesma, na forma de matéria ou energia, de modo a torná-la
prejudicial ao homem e a outras formas de vida, ou impróprias para um deter-
minado uso estabelecido para ela”.

Fontes de poluição da água

Vamos ver agora as principais fontes de poluição da água em águas superficiais


e em águas subterrâneas.

‡‡ Em águas superficiais (rios, mares, lagos): esgoto doméstico e industrial,


águas pluviais (carregando impurezas das superfícies do solo ou esgotos
lançados nas galerias), resíduos sólidos (lixo), pesticidas, fertilizantes, deter-
gentes e poluentes atmosféricos.
‡‡ Emáguas subterrâneas (aquíferos): infiltração dos esgotos, infiltração do
chorume (esgoto dos lixos), infiltração dos pesticidas, fertilizantes e deter-
gentes.

Consequências da poluição das águas

De acordo com Motta (2000), a poluição dos recursos hídricos provoca muitos
problemas, que tendem a se agravar por causa do uso incorreto que o homem
faz da água e das atividades que desenvolve em suas margens. As consequên-
cias negativas da poluição da água podem ser de caráter sanitário, ecológico,
social ou econômico, podendo-se causar:

‡‡ prejuízos ao abastecimento de água, tornando-a veículo de transmissão de


doenças;
‡‡ prejuízos a outros usos da água: industrial, irrigação, pesca, recreação etc.;
‡‡ agravamento dos problemas de escassez de água de boa qualidade;
‡‡ elevação
do custo do tratamento de água, refletindo-se no preço a ser pago
pela população;

Unidade 2 51
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

‡‡ assoreamento dos mananciais, resultando em problemas de diminuição da


oferta de água e de inundações;
‡‡ proliferação de algas e vegetações aquáticas e suas consequências negati-
vas;
‡‡ degradação da paisagem;
‡‡ impactos sobre a qualidade de vida da população.

Colocando em prática
Parabéns! Você chegou ao final de mais uma unidade, a última do
nosso curso. Acesse o AVA e realize a atividade relacionada aos temas
estudados. Em caso de dúvidas, entre em contato com seu tutor.

Relembrando
Chegamos ao final do curso Educação Ambiental!

No estudo desta unidade você recebeu importantes informações sobre


como a degradação ambiental está esgotando os recursos ambientais e
como a poluição ambiental prejudica a saúde da população mundial.

Vamos agora relembrar alguns tópicos estudados:

‡‡ A degradação do meio ambiente implica ameaça direta à humanida-


de, o que significa atingir o próprio homem, que é a única espécie que
pode provocar sua autodestruição.
‡‡ A influência do homem no meio ambiente se configura como um méto-
do contínuo e acelerado. A ideia que prevalece no mundo atual conce-
be o meio ambiente como uma fonte inesgotável de recursos, mas já
se sabe que ela é limitada, finita e em um futuro próximo muito desses
recursos poderão se esgotar.
‡‡ Recurso natural é tudo aquilo que é necessário ao homem e que está
disponível na natureza. São exemplos a água, o solo, o ar, a biomassa, o
combustível fóssil, entre outros. Os recursos naturais podem ser classi-
ficados em renováveis e não renováveis.
‡‡ Recursos renováveis são aqueles que a natureza consegue regenerar,
por meio de seus processos.

52
Educação Ambiental

‡‡ Recursosnão renováveis são aqueles que existem em quantidade fixa


no planeta para uso do ser humano, embora a natureza consiga reno-
vá-los em milhões de anos. Convencionou-se chamá-los não renováveis
porque a escala temporal de vida do ser humano não permite esperar
essa renovação.
‡‡ Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de ativida-
des que, direta ou indiretamente, prejudicam a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; criam condições adversas às atividades sociais
e econômicas; afetam desfavoravelmente a biota; afetam as condições
estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lançam matérias ou energia
em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Desejo que você aproveite esses conhecimentos e os aplique!

Saiba mais
Para obter mais informações sobre o Padrão de Potabilidade da Água
para o Consumo Humano, acesse <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/
PORTARIAS/Port2004/GM/GM-518.htm>.

Alongue-se
Antes de seguir para o desafio, que tal parar um pouco e relaxar?
Levante-se, beba água, observe o movimento na rua. Pense em coisas
boas, nos seus planos e, quando estiver preparado, volte sua atenção
para seus estudos novamente. Concentre-se para o próximo desafio!

Desafio
Chegou o momento de você realizar o desafio! Lembre-se de que você
se dedicou ao estudo e é esta questão vai garantir sua certificação.
Então, agora, acesse o AVA, observe a questão com calma e faça o que
é pedido.

Unidade 2 53
Educação Ambiental

Conhecendo a
autora
Ariane Sirugi de Souza Cunha é graduada em
Engenharia Sanitária e Ambiental (UCDB), especia-
lizada em Planejamento e Gestão Ambienta. Possui
experiência em elaboração de projetos de abasteci-
mento de água e esgotamento sanitário em conces-
sionária de abastecimento de água e esgotamento
sanitário; licenciamento ambiental em usina de açú-
car e álcool, e supervisão de educação e tecnologia
do CETEC SENAI Dourados.

55
Educação Ambiental

Referências

ANDRADE, R. O. B.; TACHIZAWA, T.; CARVALHO,


A. B. de. Gestão ambiental: enfoque estratégi-
co aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2.
ed. São Paulo, SP: Makron Books, 2002.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia am-


biental. São Paulo, SP: Pearson Prentice Hall,
2002.

BRASIL. Lei no 6.938/81: Política Nacional do


Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de for-
mulação e aplicação, e dá outras providências
– Legislação de 31 de agosto de 1981. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Brasília, 31 ago. de 1981.

______. Constituição (1988). Constituição da


República Federativa do Brasil. Brasília: Senado
Federal, 1988.

______. CONAMA no 003, de 22 agosto de 1990.


Conselho Nacional de Meio Ambiente. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Brasília, 22 ago. 1990.

______. Declaração de Dublin. Conferência


Internacional sobre Água e Meio Ambiente.
Organização das Nações Unidas, Irlanda, janei-
ro 1992.

______. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999.


Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, 27 abr. 1999.

57
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

______. Portaria no 518/GM em 25 de março de 2004 Estabelece os procedimen-


tos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água
para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília,
25 mar. 2004.

______. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 do Brasil. Disponível


em: <www.mma.gov.br>. Acesso em: 9 maio 2010.

CETESB. Relatório Anual de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo –


2006. São Paulo, SP: CETESB, 2006.

LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,


poder. Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis: Vozes, 2001.

MILARÉ, E. Direito do ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 3.


ed. São Paulo, SP: Revista dos Tribunais, 2004.

MOTA, S. Introdução à engenharia ambiental. Rio de Janeiro, RJ: ABES,


2000.

PINHEIRO, C. Direito ambiental. São Paulo, SP: Saraiva, 2008.

PORTO, M. F. A; BRANCO, S. M. & LUCA. Caracterização da qualidade da


água. In: PORTO, R. L. L. (Org.). Hidrologia Ambiental. São Paulo, SP:
Universidade de São Paulo: Associação Brasileira de Recursos Hídricos,
1991.

ROCHA, J. C. S. Direito ambiental e meio ambiente do trabalho: dano,


prevenção e proteção jurídica. São Paulo, SP: 1997.

SILVA, G. E. N. Direito ambiental internacional: meio ambiente, de-


senvolvimento sustentável e os desafios da nova ordem mundial. Rio de
Janeiro, RJ: Thex; Biblioteca Estácio de Sá, 1995.

WORLD COMMISSION on Environment and Development. Our common


future. Oxford: Oxford University Press, 1987.

58

Você também pode gostar