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GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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EDUCAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS Núcleo de Educação a Distância

Educação, Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.


LACERDA, Prof.ª Aline Cristiane Rocha.
Foz do Iguaçu - PR 2019.
28 p.

Graduação - EaD

CDU: 504.06
_________________________________________________________________________________

NEAD – Núcleo de Educação a Distância


Av. Bartolomeu de Gusmão, 1324 - Centro – CEP: 85.852-130
Foz do Iguaçu – Paraná / ead.udc.br / 3574-6900

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PÓS-GRADUAÇÃO

APRESENTAÇÃO

Prezado(a) Acadêmico(a),

Bem-vindo(a) à Graduação na modalidade à distância, ofertado pelo Centro


Universitário Dinâmica das Cataratas – UDC. Sabemos que o seu percurso de
aprendizagem necessita ser acompanhado e orientado, para que você obtenha
sucesso nos estudos e construa um conhecimento relevante à sua formação
profissional e acadêmica.
Preparamos este material didático, possibilitando, assim, guiá-lo no autoestudo da
disciplina e na realização das atividades. Além disso, você conta com o ambiente
virtual de aprendizagem como espaço de estudo e de participação ativa no curso.
Nele você encontra as orientações para realizar atividades e avaliações on-line,
além de recursos que vão enriquecer a proposta deste material didático, tais como
links para sites da Internet, vídeos gravados pelo professor e outros por ele
sugeridos, textos, animações, ilustrações, dentre outras mídias.
Lembre-se, no entanto, de que você deve se organizar para criar sua própria
autonomia de estudo. Isso inclui o planejamento do seu tempo de dedicação ao
estudo individual e de participação colaborativa no ambiente virtual.
Este material é o seu livro-texto e apoio importante no percurso de aprendizagem!

Bom estudo!
Reitoria UDC

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 2
UNIDADE I – INTRODUÇÃO A QUESTÃO AMBIENTAL ..................................... 4
1.1 FATOS HISTÓRICOS ....................................................................................... 4
1.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS EM ESCALA GLOBAL ......................................... 8
UNIDADE II – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .......................................... 3
2.1 SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES ................................................. 3
2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................ 3
2.3 O PARADIGMA DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES ................. 4
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 4

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UNIDADE I – INTRODUÇÃO A QUESTÃO AMBIENTAL

1.1 FATOS HISTÓRICOS

Tornar um mundo um lugar é


uma missão diária e que nunca acaba.
Antes de cobrar ações do próximo, o
melhor caminho é ser o próprio
exemplo. Não é necessário pensar
globalmente, comece a mudança pelo
que está perto de você, exatamente ao
seu alcance, e deixe que as suas
próprias atitudes falem por si e
influenciem todos ao seu redor
Fonte: Ratier (2013 (Acesso em 24/02/2019)

O que você acaba de ler está no site de uma das maiores empresas do mundo,
a Apple, que produz um dos produtos mais cobiçados do mercado de tecnologia, o
Iphone. Recomendo que você acesse a página e verifique como a preocupação
ambiental está presente nas organizações, está publicação é de 2015, mas para
chegarmos neste nível de consciência ecológica um caminho longo foi percorrido,
nesta aula vamos estudar como ocorreu esta evolução.
Muitas foram as discussões acerca do pensamento ambiental durante anos a
fio. Podemos dizer que a evolução do pensamento ambiental está associada a própria
evolução das ciências.
Uma das teorias que contempla a relação do homem com o meio ambiente foi
desenvolvida por James Lovelock, chamada de Teoria de Gaia (deusa grega que
representa o planeta) defendendo que a Terra é um “sistema complexo adaptativo e
auto organizado”. (MARIOTTI, 2013)
Até então as teorias desenvolvidas eram mecanicistas que encaravam as
ciências bem como o meio em partes dissociadas, não existe um pensamento linear
que possa descrever o sistema Terra e as relações que não eram consideradas.

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Segundo Lovelock apud Mariotti (2013 tudo está ligado a tudo e compõe uma imensa
rede: “se fracassarmos em cuidar da terra ela certamente cuidará de si mesma, o que
significará que nós, humanos, já não seremos bem-vindos. ”
Ele afirma ainda que o homem é um subsistema (parte) de um sistema maior
Gaia e que os homens não se podem considerar separados dele e ter ímpetos
predatórios que criam muitos problemas na organização de Gaia.
Há que se considerar que desde os períodos pré-históricos o homem interfere
de alguma forma em seu ambiente natural, aliás, conforme cita Dias (2017) a espécie
humana sobreviveu justamente por esta capacidade. Teve que desenvolver
ferramentas capazes de mantê-los vivos e alimentados, do contrário seriam extintos.
Contudo o crescimento das populações tornou a interferência do homem cada
vez mais necessária e, portanto, os problemas ambientais são decorrentes do “uso do
meio ambiente para obter os recursos necessários para produzir bens e serviços que
estes necessitam e dos despejos de materiais e energia não aproveitados no meio
ambiente”. (BARBIERI, 2016)
Assim as discussões sobre estas circunstâncias levaram ao desenvolvimento
de duas correntes de pensamento ambiental descritas na sequência. Malthus
desenvolveu sua teoria denominada Malthusiana que representava uma visão
pessimista das intervenções no ambiente natural.
Teoria de Malthus: a população crescia em progressão geométrica e a
produção de alimentos em progressão aritmética. daí o crescimento populacional seria
28 vezes maior que o de alimentos disponíveis em um período de dois séculos, ou
seja, não haveria alimento para suprir as necessidades de toda a população, gerando
uma grande calamidade mundial, onde a humanidade morreria de inanição (estado
de debilidade provocada pela falta de alimento), além da propagação de doenças,
guerras por territórios para expansão de produção alimentícia, desestruturação da
vida social e outros problemas.

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Fonte: Rampazzod.2012 (Acesso em 24/02/2019)


A consequência disso seria a falta de alimentos para abastecer as
necessidades de consumo do planeta, e as mortes, doenças, guerras civis, disputas
por territórios entre outras. Podemos resumir que a principal seria a fome.
Segundo a teoria de Malthus controle da natalidade através da abstinência
sexual, ou seja, o homem e a mulher não devem casar antes de possuir condições
econômicas para sustentar a sua família. Reduzir a população levaria a uma
diminuição da pobreza, contudo o que se observa nas sociedades é que não existe
essa relação direta. Países onde o controle de natalidade foi efetivado não
apresentam melhores condições de renda.

Aprofunde seu conhecimento lendo:


Veja mais em https://educacao.uol.com.br/ disciplinas/geografia/teorias-
demograficas-malthusianos-neomalthusianos-e-reformistas.htm?cmpid

E não é uma preocupação somente da época em que foi desenvolvida a


teoria, em meados de 1798, na Revista Exame em julho de 2013 um artigo chamava
atenção para alimentação x crescimento populacional em 2050. Como alimentar nove
bilhões de pessoas em 2050? Especialistas indicam caminhos para garantir a

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segurança alimentar de uma população que não para de crescer.1 O artigo diz que até
2050 teremos que aumentar em até 70% a produção de alimentos, e o Brasil é o único
lugar no planeta com mais terra agricultável em ambiente de estabilidade política.
Portanto a produção agrícola no país tende a aumentar gerando cada vez mais
exportações.
O mesmo artigo propõe que as soluções para suprir essa demanda seriam os
alimentos transgênicos que tem uma produtividade muito maior aliada a produção de
alimentos orgânicos que condiz com plantios sustentáveis.
Já a revista Veja pública em junho de 2012 publica o artigo: Superpopulação
é tabu que precisa ser enfrentado. Um enorme contingente de pessoas - um problema
real e urgente - pode não ser tão devastador se houver uma transição adequada para
uma economia que permita o crescimento e ao mesmo tempo poupe o ambiente 2.
Contudo se o modelo atual de desenvolvimento e consumo não sofrer alterações
significativas de fato a situação pode ser dramática. No infográfico do artigo vemos
que com o crescimento da população de forma insustentável precisaríamos de vários
planetas para sustentar-nos.

Figura 1 – Controle de Natalidade x Demanda por recursos naturais


Fonte: Alves (2012)

1
LIBÓRIO, B. P. Como alimentar nove bilhões de pessoas em 2050? Especialistas indicam caminhos para garantir
a segurança alimentar de uma população que não para de crescer. 12 de julho de 2013. Disponível em:
http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/como-alimentar-nove-bilhoes-de-pessoas-em-
2050?page=1. Acessado em 28 de novembro de 2013
2
ALVES, J. E. D.: Superpopulação é tabu que precisa ser enfrentado. Um enorme contingente de pessoas - um
problema real e urgente - pode não ser tão devastador se houver uma transição adequada para uma economia
que permita o crescimento e ao mesmo tempo poupe o ambiente. 17 de junho de 2012. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/gente-um-tabu-a-ser-enfrentado. Acessado em: 28 de novembro de
2013.

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Contradizendo Malthus surge a Teoria Cornucopiana que defendia com um


otimismo exagerado que qualquer problema relacionado às necessidades de
subsistência poderia ser superado pela tecnologia.
Que sempre teremos alimentos disponíveis ou insumos para os processos
produtivos. Que da mesma forma que os animais, os humanos se multiplicam
proporcionalmente aos meios de subsistência, dizia Adam Smith em “A Riqueza das
Nações”.
Disse ainda que os alimentos sempre irão demandar trabalho e sempre
haverá alguém disposto a produzi-los, de modo que a terra irá sempre produzir uma
quantidade de alimentos mais que suficiente para remunerar o trabalho e repor o
capital. (BARBIERI, 2016). Aliás, em muitos autores apenas o capital e o trabalho tem
sido considerados como fatores de produção e a Terra não é mencionada.
Estas teorias contribuem para as discussões, mas não são verdades
absolutas, a grande questão, por exemplo, do crescimento populacional está na má
distribuição da riqueza, que aumenta os níveis de pobreza e miséria que de fato
contribuem para aumento dos níveis de poluição, falta de acesso a sistemas de
saneamento básico, educação, moradia, torna cada vez mais problemática a relação
pobres x meio ambiente.
O que exigir de um indivíduo que não tem se quer comida a mesa, um teto ou
as mínimas condições de higiene.

Faça um esforço e leia o livro:


Megatendências Mundiais 2030: O que entidades e personalidades internacionais
pensam sobre o futuro do mundo?
Disponível em: http://ppgtic.ufsc.br

E os embates teóricos continuam com as posições antropocêntricas e


ecocêntricas.
A posição antropocêntrica considera o homem como centro do universo e
qualifica o meio ambiente apenas como um instrumento de subsistência e que o
homem, portanto tem direito absoluto sobre o meio. As preocupações com o meio
ambiente existem apenas quando há um problema que os afeta. Os cornucopianos
compartilham deste pensamento.

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Já a posição ecocêntrica defende que não temos qualquer direito a mais.


Coloca os homens em posição de igualdade de condições com o meio ambiente.
Considera que a Terra tem capacidade finita com capacidades de carga e absorção
de poluentes limitada e que desta forma o crescimento econômico também deve ter
um limite.
Os adeptos desse pensamento indicam a restrição de o mínimo de ações para
com o meio ambiente evitando a degradação e sugerem que se deve retornar a vida
campestre, em comunidades fechadas. Segundo eles nenhum avanço tecnológico
será capaz de conter a escassez de recursos.
Além das discussões acerca do pensamento ambiental, os grandes desastres
ambientais contribuíram significativamente para a evolução das discussões sobre
problemas ambientais. Dentre muitos que aconteceram vamos ver os que tiveram
maior repercussão internacional descritos no quadro 1.

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Quadro 1 – Desastres ambientais


Desastre
Derrame do Prestige - Em novembro de 2001 o petroleiro Prestige despejou 11 milhões
Presente de grego de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias
e matou mais de 20 mil aves.

Queima de petróleo “Saddam Hussein ordenou a destruição de cerca de 700 poços


no golfo Pérsico de petróleo no país. Mais de 1 milhão de litros de óleo foram
(1991) - Crime de lançados no golfo Pérsico ou queimados. Como a fumaça dos
guerra poços bloqueou a luz do Sol e jogou um mar de fuligem no ar, ao
menos mil pessoas morreram de problemas respiratórios. A
mancha viscosa de 1 500 km2 matou 25 mil aves e emporcalhou
600 quilômetros da costa. Como o petróleo se infiltrou no solo,
as sementes não germinam, 40% da água subterrânea foi
contaminada e a terra quase não absorve água.”

Derrame do errame do Causou o despejo de 40 milhões de litros de óleo incluiu 100 mil
Exxon Valdez (1989) - aves mortas e 2 mil quilômetros de praias contaminadas. A
Gelada ecológica limpeza mobilizou 10 mil pessoas, mas cerca de 2% do petróleo
continuam poluindo a costa da região.

Poluição em A empresa lançou durante quatro décadas 27 toneladas de


Minamata (1956) - mercúrio no oceano, contaminando peixes e frutos do mar. Mais
Vergonha oriental de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A região só
foi declarada livre de mercúrio em 1997.

Vazamento Bhopal Toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de


(1984) - Omissão fatal agrotóxicos da Union Carbide, em Bhopal, na Índia. Depois do
acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500
pessoas morreram pelo contato com as substâncias letais.
Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmões.
Até hoje o local é contaminado.

Explosão de Foi liberada uma radiação 90 vezes maior que a das bombas de
Chernobyl (1986) - O Hiroshima e Nagasáki. Além das 32 pessoas que morreram na
preço do descaso hora, outras 10 mil perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem
nuclear que atingiu a Europa contaminou milhares de
quilômetros de florestas e causou doenças em mais de 40 mil
pessoas.

Bombas de bombas Duas explosões de agosto de 1945 mataram entre 150 mil e 220
de Hiroshima e mil japoneses — as estimativas não são precisas porque os
Nagasáki (1945) - documentos militares da época foram destruídos. Até 1
Pesadelo atômico quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e
plantas morreram com as ondas de choque e calor. Em 58 anos,
a radiação aumentou em 51% a ocorrência de leucemia. Hoje, as
duas cidades já possuem índices de radiação aceitáveis.
Poluição em Cubatão Na época, as indústrias cuspiam mil toneladas de gases tóxicos
produziu bebês sem por dia, alimentando uma névoa venenosa que afetava o sistema
cérebro e chocou a respiratório e gerava bebês com deformidades físicas. A sujeira
opinião pública do também contaminou a água e o solo da região, trazendo chuvas
planeta ácidas e deslizamentos na serra do Mar.

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1.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS EM ESCALA GLOBAL

Impacto ambiental é uma mudança no


meio ambiente causada pela atividade
do ser humano. Os impactos
ambientais podem ser dos tipos
positivo ou negativo, sendo que o
negativo representa uma quebra no
equilíbrio ecológico, que provoca
graves prejuízos no meio ambiente

Fonte: Ratier (2013 (Acesso em


24/02/2019)
.

O homem em uma visão antropocêntrica precisa aprender a melhorar as


condições de vida e diminuir os impactos provocados ao meio ambiente. Em uma
visão quase apocalíptica, para evitar a exaustão total dos recursos naturais,
necessário que seja considerada a hipótese de se criar um certo “retrocesso
tecnológico” com vistas a melhorar as condições ambientais dos grandes centros.
Deve-se, ao menos, como sociedade, que se exijam maiores investimentos em
tecnologias limpas e renováveis, como a solar e a eólica, afastando o consumo de
combustíveis fósseis e a emissão de CO2, um dos principais gases do efeito estufa.
A revolução industrial fez com que a capacidade produtiva das empresas
aumentasse consideravelmente, o que antes tinha que ser realizado como um
trabalho manual e que demorava mais tempo e, portanto produzia menos, depois da
invenção da máquina a vapor as indústrias começaram a automatizar seus processos
(dentro da tecnologia existente na época) e produzir cada vez mais.
Como crescimento da população e a urbanização foi preciso também achar
meios de se produzir mais alimentos, era necessário fazer com que as perdas na
agricultura por meio das pragas naturais fossem eliminadas e que o solo produzisse
continuamente, desta forma também era preciso a reposição de algumas substâncias.
Foram desenvolvidos então os defensivos agrícolas. Nos centros urbanos aumentou
a população e suas atividades poluidoras.

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Hoje, 5 problemas por motivos antrópicos (ações humanas) têm sido uma
constante em todos os tempos e representam grandes ameaças, que devem ser
resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies: 1
poluição do ar, 2-desmatamento, 3-extinção de espécies, 4-degradação do solo e 5-
superpopulação (BARBIERI, 2016).
Poluição do ar é a introdução de qualquer
substância que, devido a sua
concentração, possa a se tornar nociva à
saúde e ao meio ambiente, conhecida
também como poluição atmosférica
refere-se à contaminação do ar por gases,
líquidos e partículas sólidas em
suspensão, materiais biológicos
e até mesmo energia.

Fonte:https://www.ecycle.com.br.(Acesso
em 24/02/2019)

Ações como o desmatamento para obtenção da madeira, lenha, aumento


dos espaços para agricultura, indústrias e assentamentos humanos provocam
alterações no clima local, como complementa o autor.
Outra fonte de alterações no clima são os veículos automotores, que Mariotti
(2013) chama a atenção para os automóveis e sua proliferação. O que era para ser
um transporte rápido, confortável e seguro tem se tornado nos últimos anos uma
ferramenta de autodestruição, pois o volume de automóveis aumenta
exponencialmente, o trânsito das cidades fica cada vez mais caótico, as estatísticas
de acidentes são desanimadoras.
E a emissão de gases provoca o efeito estufa que é um fenômeno natural de
aquecimento térmico da Terra, essencial para manter a temperatura do planeta em
condições ideais para a sobrevivência dos seres vivos. Sem o efeito estufa natural, a
Terra seria muito fria, dificultando o desenvolvimento das espécies. e o aquecimento
global mas quando nossas ações aumentam esse calor temos graves problemas.

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Aquecimento global é o
processo de aumento da
temperatura média dos oceanos e
da atmosfera da Terra causado
por massivas emissões de gases que
intensificam o efeito estufa,
originados de uma série de
atividades humanas,
especialmente a queima
de combustíveis fósseis e
mudanças no uso da terra, como
o desmatamento, bem como de
várias outras fontes secundárias.
Fonte:https://www.colegioweb.com.br (Acesso em 24/02/2019)

O aquecimento global está associado à emissão de gases do efeito estufa


que aumenta a retenção das radiações infravermelhas mantendo a atmosfera
aquecida. O aumento da temperatura leva a mudanças nos regimes de chuvas e
circulação de ar, aumento da frequência de turbulências climáticas como furacões,
maremotos ou tsunamis.
A elevação no nível dos oceanos pelo derretimento das geleiras pode inundar
regiões litorâneas onde vivem mais de 6 bilhões de humanos.
Para diminuir este impacto foi criado em dezembro de 1997 o Protocolo de
Quioto, no qual fica designado que os 55 países participantes da Convenção sobre a
mudança do clima tenham concordado com a implementação de ações de mitigação
destas emissões. Este entrou em vigor somente em 2005. No protocolo estão
descritos os processos que geram maior emissão e que, portanto para estes devem
ser desenvolvidas ações de controle. Verifique no Quadro 2.

Gases do efeito Dióxido de Carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso(N2O),


estufa hidrofluorcarbonos (HFCs) perfluorcarbonos (PFCs) e
hexafluoreto de enxofre (SF6)
1. Queima de combustível: setor energético,
Setores e tipos de
Energia indústria da construção e da transformação,
fonte de emissão
transportes e outros fatores.

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de gases do 2. Emissões fugitivas de combustíveis sólidos,


efeito estufa petróleo, gás natural e outros.
Produtos minerais, indústria química, produção
Processos
de metais, produção e consumo de halocarbonos
Industriais
e hexafluoreto de enxofre, entre outros.
1. Agricultura: fermentação entérica, tratamento
de dejetos, cultivo do arroz, solos agrícolas,
Uso de solventes
queimadas prescritas em regiões de savanas,
e outros
queima de resíduos agrícolas.
produtos
2. Resíduos: disposição no solo, tratamento de
esgoto, incineração e outros.
Quadro 2 – Protocolo Quioto – Anexo A: gases do efeito estufa e fontes de emissões
Fonte: Barbieri (2008)

A destruição da camada de
ozônio outro problema global
decorrente da emissão de gases nos
centros urbanos pelos automóveis e na
emissão de CFCs produzidos
comercialmente desde 1930 em
equipamentos de refrigeração e ar
condicionado, solventes e aerossóis.

Fonte: http://lea2012.blogspot.com( Acesso em 24/02/2019)


Os raios UV-B provocam queimaduras nos seres humanos, afetam o sistema
imunológico, causam câncer de pele, doenças oculares e outros males. Depois de 40
anos é que se chegou à conclusão de que estes gases eram nocivos e assim o buraco
na camada de ozônio era do tamanho da Antártida.
A Política Nacional Meio Ambiente, que traz conceitos fundamentais,
princípios, diretrizes, objetivos e instrumentos de controle ambiental, é composta por
órgãos de proteção ambiental. Dentre esses órgãos, qual o órgão deliberativo da
Política Nacional do Meio Ambiente é o CONAMA- Conselho Nacional do Meio
Ambiente, criado pela Lei Federal nº 6.938/81, é o órgão colegiado brasileiro
responsável pela adoção de medidas de natureza consultiva e deliberativa acerca do
Sistema Nacional do Meio Ambiente.
O Protocolo de Montreal foi o documento assinado por países para que
sejam tomadas medidas de redução das emissões dos gases CFCs. A Resolução

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Conama nº 267, de 14 de setembro de 2000 dispõe sobre a proibição da utilização de


substâncias que destroem a Camada de Ozônio. A situação no Brasil hoje é uma
redução significativa após a lei, verifique na figura 2.
solucionados no ambiento
global. Segundo Barbieri (2008)
estima-se que exista um total de
espécies em mais de 20, 30 ou
40 milhões. E que muitas ainda
não foram descobertas. A
biodiversidade é responsável
pela reciclagem de nutrientes,
estabilidade climática.
Fonte:http://envolverde.cartacapital.co Regulação hídrica e muitos
m.br (Acesso em 24/02/2019) outros. A perda da
biodiversidade diminui a
A proteção da biodiversidade possibilidade de o ambiente
também figura entre os recuperar-se após um impacto.
problemas que precisam ser

Extinção das espécies: em biologia e


ecologia é o total de desaparecimento
de espécies, subespécies ou grupos de
espécies. O momento da extinção é
geralmente considerado sendo a morte
do último indivíduo da espécie. ... As
causas das extinções sempre podem
ser estudadas por meio da evidência
fóssil

. Fonte: www.coladaweb.com. ( Acesso em 24/02/2019)

A superpopulação, por sua vez, é representada por um número exagerado de


indivíduos de determinada espécie (animal ou vegetal) numa determinada área.

A biodiversidade é motivo de conflitos entre países que detém conhecimentos na área


de biotecnologia que podem explorar a biodiversidade e produzir os mais diversos

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componentes de cosméticos a medicamentos. O Brasil é considerado o país da


"megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão
aqui.3
Problemas ambientais decorrentes das atividades humanas não se resumem a
estes, no Brasil, por exemplo, a falta de saneamento básico é o nosso principal
problema. Além do saneamento a má gestão dos resíduos e a deposição incorreta
levam a uma probabilidade maior de contaminação das populações afetadas. Veja a
situação da produção do resíduo no Brasil na figura 3.

Figura 3 – Resíduos Sólidos Urbanos produzidos por dia

Fonte:http://2020sustentavelresiduossolidosurbanos.blogspot.com.br/2010/09/brasileiro-produz-tanto-
lixo-quanto.html( Acesso em 24/02/2019)
As empresas são consideradas agentes fundamentais no desenvolvimento de
produtos e serviços para atender aos desejos e necessidades dos consumidores e
assim são responsáveis pelo ciclo de vida desses produtos, bem como a destinação
de forma adequada de seus resíduos. Neste contexto, estão obrigadas assim a
desenvolverem tecnologias limpas, produtos e serviços preocupados com a questão
ambiental. Todos estes aspectos devem fazer parte de sua estrutura organizacional
para manter a política ambiental em busca da sustentabilidade (BARBIERI, 2011).
Porém, ainda hoje as empresas contribuem em grande parte ao processo de
poluição ambiental, discutiremos sobre essas questões nas próximas unidades. Além
da poluição dos resíduos, das águas ainda temos a poluição visual e a sonora em
grandes concentrações humanas. Veremos nas próximas unidades.

3
Disponível em: http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biodiversidade/

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2.1 SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

Secretário-geral da ONU apresenta síntese dos Objetivos de Desenvolvimento


Sustentável pós-20154

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas ONU, Ban Ki-moon,


apresentou, nessa quinta-feira (4), aos 193 Estados-Membros da Assembleia Geral,
uma síntese do relatório O caminho para a dignidade até 2030: acabando com a
pobreza, transformando todas as vidas e protegendo o planeta, sobre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) pós-2015.
O documento final será apresentado no dia 31 de dezembro e deve guiar as
negociações dos países membros para construção de uma nova agenda global
centrada nas pessoas e no planeta, baseada nos direitos humanos, que será
aprovada em 2015.
Sobre o relatório, Ban disse que “nunca antes uma consulta tão ampla e
profunda tinha sido feita sobre a questão do desenvolvimento”. Ele lembrou que o
documento vem sendo elaborado há dois anos, desde a Conferência Rio+20 e conta
com a colaboração dos governos, de todo o Sistema da ONU, de especialistas, da
sociedade civil e de empresários. O secretário-geral agradeceu o projeto do grupo de
trabalho que apresentou os 17 ODS com 169 alvos de atuação. Para ele, o resultado
expressa o desejo dos países de ter uma agenda que possa acabar com a pobreza,
alcançar a paz e a prosperidade e proteger o planeta.
“Em 2015, anunciaremos medidas de longo alcance sem precedentes que vão
assegurar o nosso bem-estar futuro”, disse Ban Ki­moon, ao falar sobre a nova agenda
global que irá suceder os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que visam
a reduzir a pobreza extrema e a fome, promover a educação, especialmente para as
meninas, combater doenças e proteger o meio ambiente, cujo prazo expira em 2015.
Ele também pediu aos países para serem inovadores, inclusivos, ágeis e
determinados nas negociações, e reforçou a “responsabilidade histórica” para

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Disponível em: https://nacoesunidas.org/secretario-geral-da-onu-apresenta-sintese-dos-objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel-pos-2015/

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entregar uma agenda transformadora. “Estamos no limiar do ano mais importante para
o desenvolvimento desde a fundação da própria ONU. Temos que dar sentido à
promessa desta organização que reafirma a fé na dignidade e no valor da pessoa
humana e dar ao mundo um futuro sustentável”, disse Ban. Temos uma oportunidade
histórica e o dever de agir de forma corajosa, enérgica e rápida”.
Ele afirmou que a agenda pós-2015 deve ser construída tendo como base a
cooperação global e a solidariedade, pedindo que as metas levem em consideração
as diferentes realidades das nações e os níveis de desenvolvimento de cada uma e
respeitar políticas nacionais.
O chefe da ONU disse que em julho de 2015, em Adis-Abeba, na Etiópia, os
países devem formar uma nova parceria global. Em setembro do próximo ano, em
Nova York, a comunidade internacional deve chegar a um acordo sobre os ODS e,
em dezembro, em Paris, as autoridades devem chegar a um consenso nas
negociações sobre o clima.
A intervenção do homem sobre a natureza é tão antiga quanto sua própria
existência e, com efeito, convergiu amiúde para uma linha de ação predatória que
resultou em degradação ambiental. O homem sempre necessitou da natureza para
extrair os recursos necessários para subsistência humana, tanto para obtenção de
alimentos, quanto para a matéria-prima para construção de cidades, produção de
bens e energia, dentre outros.
No entanto, foi a Revolução
Industrial que determinou novos
comportamentos e padrões de
preocupação, seguida da Revolução
Científica que se processava.
Indubitavelmente, foi a partir de então
que os sinais da degradação ambiental
começaram a ficar mais evidentes para
Fonte: https://www.estudarfora.org. (Acesso
um número maior de pessoas, porém
em 25/02/2019)
movimentos ambientalistas
começaram a tomar forma em meados
do século XX.

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Três amplas mudanças acontecidas nas últimas décadas que


influenciaram a relação do homem com o meio ambiente, sendo estas:
 A Explosão demográfica, que hoje acrescenta à população mundial o
equivalente a uma China a cada dez anos.
 A Revolução Científica e Tecnológica, que aumentou o poder do homem de
manipular a natureza e sua capacidade de causar impacto sobre o mundo à
sua volta.
 A mudança de pensamento sobre esta relação, infelizmente para pior, na
medida em que a humanidade cede às fortes pressões para recusar a
responsabilidade pelas consequências futuras de seus atos atuais.

Contudo, os questionamentos relacionados ao meio ambiente até então


referenciavam às indústrias, as quais representavam a ideia de que os riscos da
degradação ambiental eram maiores, visto que alguns acidentes ocorridos na época
trouxeram danos incalculáveis ao meio ambiente. A título de exemplo, podem-se citar
os desastres ocorridos em Bhopal-Índia, com o vazamento em 1984 de metil-
isocianato, causando a morte de muitas pessoas; o vazamento de óleo do navio Exxon
Valdez, 1989, com graves danos ao ecossistema costeiro do Alasca; além de
Chernobyl e Basel, que provocaram indiretamente um crescimento da preocupação
ambiental em toda a Europa e Estados Unidos (LERIPIO, 2001).
Todavia, de acordo com Callenbach et. al. (1993, apud BOGO, 1999), os
danos ambientais causados por estes acidentes citados são pequenos quando
comparados aos danos cumulativos, em sua maioria inobservados, resultado de um
enorme número de poluentes menores que geram grandes volumes de resíduos
sólidos, efluentes líquidos (que poluem solo e água) e omissões gasosas, como o
metano, o dióxido de carbono, o clorofluocarboneto (CFC).
Tais elementos interferem na camada de ozônio produzindo o efeito estufa e
SO que causa chuva ácida, resultantes de quaisquer atividades de produção ou
serviços inseridos no modelo de sociedade onde são estimulados o consumo, a
industrialização e o gasto de energia.

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A chuva ácida é gerada pela e se transformam em ácidos que caem


liberação de poluentes no ar, como na terra junto com a chuva, neblina ou
óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de nevoeiro.
carbono (CO2) e do dióxido de enxofre
(SO2), pela queima do carvão mineral e
de outros combustíveis fósseis. Esses
poluentes reagem com o vapor d’água

Fonte: https://www.candeiasbahia.net.
( Acesso em 25/02/2019)

Os conflitos gerados pela busca pelo desenvolvimento versus os problemas


ambientais emergiram provocando uma crescente pressão que fez com que
ocorressem grandes mudanças nas diretrizes e políticas com relação ao meio
ambiente, resultando em legislações mais restritivas, preocupadas em conter a
degradação ambiental, criar novos sistemas de controle e responder às novas
demandas da sociedade pela melhoria na qualidade de vida.
Consequentemente, as organizações passam a perceber a necessidade de
incorporar a variável ambiental, o que era considerado até então uma ação que
geravam aumento de custos, investimentos que não poderiam ser facilmente
recuperados, o que impedia o crescimento. Gradativamente, as empresas
perceberam que a questão ambiental torou-se uma oportunidade de investimento e
ganhos futuros, as empresas não mais poderiam ignorar a variável ambiental sob o
risco de aumentar os custos e perder oportunidades de mercado.
A principal ferramenta gerencial adotada pelas empresas corresponde à
gestão ambiental, que é estruturada de acordo com as normas da série ISO 14.000 e
pode ser entendida como as diferentes atividades administrativas e operacionais inter-

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relacionadas com o objetivo de abordar os problemas ambientais atuais ou para evitar


que eles ocorram no futuro (BARBIERI, 2011).
De acordo com Bateman & Snell (2011) as principais razões que levaram
as empresas a incorporar o meio ambiente na gestão foram:
 A necessidade de obedecer às leis.
 Tornar-se mais eficaz reduzindo custos com reciclagem, diminuição do
consumo de matérias-primas, energia e evitando desperdícios.
 Ser mais competitiva e abrir novos mercados.
 Não correr o risco de comprometer sua imagem junto à opinião pública,
associando suas atividades com poluição e degradação ambiental.
 A responsabilidade social e ética das empresas com a sociedade no
presente e no futuro.

Apesar das pressões sofridas pelas empresas, muitos setores empresariais


ainda não estão muito conscientes da importância da incorporação da variável
ambiental, por muitas vezes limitam-se às exigências dos sistemas de fiscalização do
poder público.
Todavia, atualmente as pressões afetam também as empresas que têm como
finalidade a prestação de serviços, incorporadas neste contexto pela necessidade
latente de mudanças dos padrões de produção. Quaisquer empresas que sejam elas
de bens ou serviços geram impactos ambientais. O processo de produção é realizado
de forma sistêmica em ambos os casos, onde temos entradas, processos e saídas,
diferenciando-se as atividades de serviços pela ocorrência simultânea do processo de
saída.
Para a consolidação definitiva da área de meio ambiente, a organização deve
potencializar ao máximo suas atividades, buscando integração profissional e madura
com todos os demais setores da empresa a fim de que os objetivos organizacionais
sejam atingidos. A área de meio ambiente dentro da organização requer a execução
de estudos especiais, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e/ou estudos
específicos para a avaliação da quantidade e da qualidade de efluentes. Vários
aspectos dessa integração dependem da disponibilidade de recursos, da atuação e
da reputação do responsável no meio ambiente.

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2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável
Significa obter crescimento econômico
necessário, garantindo a preservação
do meio ambiente e o
desenvolvimento social para o presente
e gerações futuras.

Fonte: https://www.todamateria.com.br. (Acesso em 25/02/2019)

A sustentabilidade ambiental aparece como uma necessidade de restabelecer


o lugar da natureza na teoria econômica e nas práticas do desenvolvimento,
internalizando condições ecológicas da produção que assegurem a sobrevivência e
um futuro para a humanidade (LEFF, 2011).
A partir da década de 70, a humanidade começou a tomar consciência dos
seus impactos sobre a natureza, devido principalmente as consequências econômicas
que as reações da natureza a esses impactos geravam, como mais gastos com saúde
pública. Isso levou ao surgimento de uma nova abordagem de desenvolvimento
econômico conciliatório com a preservação ambiental, surgiu assim o conceito de
desenvolvimento sustentável. Na visão de Tachizawa (2011), tais fatos são
evidenciados por um novo sistema de valores com percepções que agregam os
princípios da sustentabilidade às práticas empresariais, instaurando, assim, um novo
paradigma no âmbito corporativo.
Na Conferência Mundial Humano de 1972, a discussão em torno dos
problemas ambientais foi ampliada, englobando diferentes segmentos sociais e
políticos. “Governos, universidades, agências multilaterais e empresas de consultoria
técnica introduziram, em escala e extensão crescentes, considerações e propostas

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que refletem a preocupação com o “esverdeamento” de projetos de desenvolvimento”


(RATTNER, 2002, p.1).
Na caminhada em busca do seu desenvolvimento, o ser humano vem criando
alternativas para melhorar sua qualidade de vida no planeta. A natureza vem sendo
utilizada para criar novos materiais. A industrialização trouxe desenhos diferenciados
de produtos. A ciência e a tecnologia estão modificando a forma de vida das pessoas.

Banerjee (2011) afirma que além dos desafios da sustentabilidade é


necessário também a compreensão dos contextos particulares em que determinadas
forças econômicas, ambientais e sociais operam, bem como as dinâmicas de poder
entre diferentes atores e instituições que constituem esse disputado terreno
Desenvolvimento e sustentabilidade são questões ambientais que requerem uma
visão holística e sistêmica Dentro dessa perspectiva Laville (2009) descreve que o
desenvolvimento sustentável é quase sempre representado sob a forma de um
triângulo com os três objetivos a serem alcançados:
• Econômico – criação de riquezas para todos através de modos de
produção e de consumo duráveis;
• Ecológico – conservação e gestão dos recursos;
• Social – ligado à habitação, educação, saúde e segurança relativos ao
capital humano de uma empresa ou sociedade.
Segundo o portal Dinâmica Ambiental (2015), "pensar de maneira
socialmente sustentável não implica apenas na aplicação de recursos financeiros para
desenvolvimento de projetos sociais, mas na mudança de atitude, quebra de
paradigmas e busca de ações e soluções que possam contribuir para o
desenvolvimento social da região ou país onde a empresa atua".

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Fonte: http://www.administradores.com.br. ( Acesso em 25/02/2019)

As três dimensões da sustentabilidade são complementares umas às outras,


a ideia é que os objetivos sejam alcançados simultaneamente, por exemplo, uma
empresa não deve lucrar e promover ações sociais devastando.
O engajamento do empresariado nessas questões deve-se a ampla discussão
a respeito do agravamento das tensões sociais e da degradação dos recursos
naturais. Tal discussão faz com que a sociedade se organize na busca por
mecanismos eficazes de preservação da qualidade de vida e do meio ambiente.
O primeiro passo para uma mudança sustentável é investir na criação de
sistemas, processos e políticas. Essa é uma estratégia que ajudará a transformar a
sociedade e a fortalecer o setor privado, pois o investimento no capital humano, a
valorização das cadeias produtivas e a preservação dos recursos naturais são
elementos essenciais para que possamos trilhar o caminho do crescimento em
harmonia com a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social.
Portanto, para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que haja
uma harmonização entre o desenvolvimento econômico, a preservação do meio
ambiente, a justiça social (acesso a serviços públicos de qualidade), a qualidade de
vida e o uso racional dos recursos da natureza (principalmente a água).

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No âmbito individual

Tornar um mundo um lugar é uma missão diária e que nunca acaba. Antes de
cobrar ações do próximo, o melhor caminho é ser o próprio exemplo. Não é
necessário pensar globalmente, comece a mudança pelo que está perto de você,
exatamente ao seu alcance, e deixe que as suas próprias atitudes falem por si e
influenciem todos ao seu redor. Comece sua parte:
1. Plante, pelo menos, uma árvore
2. Cuide do seu próprio lixo
3. Evite o desperdício
4. Pense e repense antes de comprar
5. Cuide das pessoas e dos animais
6. Vote consciente, acompanhe e cobre ações dos candidatos
7. Economize água e energia
8. Cuide do local onde você mora
9. Use os meios de transporte de maneira consciente
10. Passe adiante essas ideias
Rosa (2016)

2.3 O PARADIGMA DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

A desconsideração das dimensões da sustentabilidade das organizações


representa um paradigma a ser quebrado pela sociedade atual. Nesse sentido pode-
se descrever para um melhor entendimento o que seria considerado um paradigma?
Paradigma, segundo Leonardo Boff, poderia ser definido como “toda uma constelação
de opiniões, valores, métodos, símbolos... participados pelos membros de uma
determinada sociedade, fundando um sistema disciplinado, na qual está sociedade se
orienta a si mesma e organiza todo o conjunto de suas relações”.
Portanto, quando se engloba a ideia da sustentabilidade dentro das suas cinco
dimensões, confrontando com uma problemática atual e principalmente com a nítida
falta de uma visão sistêmica entre as dimensões social, econômica e ambiental,
aquela seria o fato gerador da quebra do paradigma.
Na questão ambiental ainda se faz muita confusão entre os termos: Eco
desenvolvimento e Desenvolvimento sustentável
O conceito de eco desenvolvimento foi primeiramente inaugurado e
difundido no ano de 1974, após a Conferência de Estocolmo, pelo Secretário da
conferência Maurice Strong. Segundo Mauricie Strong, o ecodesenvolvimento pode

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ser compreendido como um desenvolvimento dependente de suas forças próprias,


cujo objetivo é responder a evidente problemática da harmonização dos objetivos
econômicos e sociais provenientes do desenvolvimento, com uma gestão
ecologicamente prudente, tanto dos recursos como do meio. Tem seu foco na
preocupação com aspectos econômicos, sem, ao mesmo tempo, desconsiderar
aspectos e contextos ambientais e sociais.

Já o “desenvolvimento
sustentável” teve sua difusão a partir
da década de 1980, sendo um termo
originariamente anglo-saxão
(Sustainable Development), utilizado
pela IUCN (International Union for
Conservation Nature).
Fonte: https://pontobiologia.com.br/( Acesso
em 25/02/2019)

A sua ideia principal está enraizada na noção de ecologia, uma vez que o
desenvolvimento sustentável visualiza a natureza com seus próprios valores de ciclos,
ordem e padrões, que devem ser sumariamente respeitados a fim de que não sejam
esgotadas tanto suas possibilidades como suas fontes de recursos, tanto para essa
geração como para as gerações futuras que dele dependerão.
As organizações sejam elas prestadoras de serviços ou de manufatura,
considerando-se esta nova visão, teriam o dever de englobar estas características em
seus negócios para que pudessem garantir a sobrevivência.
No Brasil a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) define em seu artigo 3º a logística reversa como sendo um
mecanismo de desenvolvimento econômico e social que se caracteriza por um
conjunto de ações que incluem a redução e restituição dos resíduos sólidos do setor
empresarial para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou
outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010).
Neste contexto, surge a política dos 3 R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar),
ponto de partida para todas as possíveis soluções. Para Jabbour e Jabbour (2016),

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os três R’s, podem ser definidos como: a) Reduzir o consumo de materiais e


componentes e consequentemente reduzir a geração de resíduos; b) Reutilizar os
materiais que ainda são úteis aos processos produtivos; e c) Reciclar os materiais e
componentes que não foram reutilizados ou não tiveram seu consumo reduzido.
Sustentabilidade empresarial é um conjunto de ações que uma empresa
toma, visando o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da
sociedade. Vai de encontro a esta nova postura, a qual leva ao avanço em busca da
sociedade sustentável, o fato de que há inúmeros obstáculos representados numa
crise mundial.
Sustentabilidade empresarial é importante porque além de respeitar o meio
ambiente, a sustentabilidade empresarial tem a capacidade de mudar de forma
positiva a imagem de uma empresa junto aos consumidores. Com o aumento dos
problemas ambientais gerados pelo crescimento desordenado nas últimas décadas,
os consumidores ficaram mais conscientes da importância da defesa do meio
ambiente. Cada vez mais os consumidores vão buscar produtos e serviços de
empresas sustentáveis.

Você sabia?
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) criou um Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE). É uma importante ferramenta de análise e
comparação das empresas que mantém ações na Bolsa de Valores, visando
esclarecer os investidores sobre como estas corporações estão adotando práticas de
desenvolvimento sustentável.

Os 6 maiores desafios para implementar um modelo de negócios sustentável são:

1- Deixar de ser uma iniciativa de gestão focada no aumento de


lucratividade/valor de mercado (e, potencialmente, não ser aceita pela equipe). A
sustentabilidade nas empresas bem-sucedidas começa com a revisões estratégicas
lideradas pelo CEO que deixam a visão interna (o que temos, como vendemos), para
focar na visão externa (para onde o mundo vai e qual nosso papel).
Quais são as demandas dos públicos de interesse internos e externos
2- Olhar a cadeia de valor por completo considerando tanto os impactos no planeta
(carbono, energia, água e resíduos), como nas pessoas (incluindo condições de

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trabalho), da concepção e distribuição de produtos/serviços até a disposição após o


final de ciclo de vida;
3- Tornar a sustentabilidade uma prioridade do Conselho: de acordo com vários
estudos o envolvimento do Conselho ainda é baixo. Isso deve-se a vários fatores,
como: dificuldade dos gestores mostrarem impactos financeiros, falta de
conhecimento dos conselheiros sobre sustentabilidade, muitas “prioridades”, foco no
curto prazo, e a visão de aumento de valor do negócio para os acionistas somente.
4- Ganhar apoio dos colaboradores menos comprometidos com a causa. Para
isso, recomenda-se: estabelecer e acompanhar metas (potencialmente, aliando
desempenho de gestores à compensação anual), dar permissões, remover barreiras,
enfatizar resultados, além, de treinamento e empoderamento, acertando coração e
cérebro!
5- Tornar sustentabilidade parte do trabalho diário de todos , ou seja, traduzir a
estratégia corporativa em táticas e tarefas envolvendo todos os colaboradores.
6-Colaboração ao invés de competição: grandes e complexas questões na cadeia
de valor (como, por exemplo, o desflorestamento), demandam esforços conjuntos de
várias empresas. Para isso é crítico que as empresas foquem no desafio em questão,
lutando pela sustentabilidade e pelos públicos de interesse envolvidos e não somente
pelo próprio negócio.
Vale apena ressaltar que, sustentabilidade empresarial não são atitudes
superficiais que visem o marketing, aproveitando a chamada “onda ambiental”. As
práticas adotadas por uma empresa devem apresentar resultados práticos e
significativos para o meio ambiente e a sociedade como um todo.

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REFERÊNCIAS

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instrumentos. 4ª. ed. Atual e ampliada. São Paulo: Saraiva, 2016.

BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração – management: construindo


a vantagem competitiva. 2ª ed. Reimpr.São Paulo: Atlas, 2011.

BANERJEE, S. B. Embedding sustainability across the organization: a critical


perspective. Academy of Management Learning & Education, v. 10, n. 4, 2011DIAS,
Reinaldo. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo:
Atlas, 2017.

JABBOUR, Ana Beatriz Lopes De Souza; JABBOUR, Charbel José Chiappetta.


Gestão ambiental nas organizações: fundamentos e tendências. 1 ed. São Paulo:
Atlas, 2016.

LAVILLE, Élisabeth. A empresa verde. São Paulo: ÕTE, 2009.

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade,


poder/ Enrique Leff; tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. 8Ed. – Petrópolis, RJ:
Vozes, 2011.

LERÍPIO, Alexandre de Ávila. GAIA – Um método de gerenciamento de aspectos e


impactos ambientais. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção),
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

MARIOTTI, Humberto. Complexidade e Sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2013.

RAMPAZZOD. Rampazzo- Material sobre economia. Disponível em:


https://rampazzod.wordpress.com. Acessado em: 25.02.2019

Mayra Rosa-Redação CicloVivo. 2 de março de 2016


disponível em: ttps://ciclovivo.com.br acesso em: 25-02-20019

TACHIZAWA, Takeshy. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social


Corporativa. 7ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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