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Página 06
Editorial - Recados para Tite e a seleção de futebol
Página 08
WTTC Global Summit -
Sutentabilidade é obrigação do Turismo
Página 21
Braztoa - Como foram a Convenção e
Prêmio Braztoa no MS
Página 28
Melhores Promotores -
Hotelaria Nacional e Internacional
Página 36
Luiz Araújo - A trajetória de um dos principais
executivos da Disney para o Brasil
Página 51
Uruguai - Verão em Punta del Este
vai além de praias e festas
Página 61
TMCs - Veja como foi a 1ª Convenção Avipam
Página 63
Espaço Alagev - A hora e a vez dos avatares
PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta
GESTÃO
José Guilherme Condomí Alcorta
RECADOS PARA
TITE E A SELEÇÃO
DE FUTEBOL
Quem se importa? Queremos mesmo mandar recados para o próximo ministro do Turismo,
para nós mesmos do trade, para profissionais, entidades e empresários dessa indústria.
Em 2023, o Ministério do Turismo, criado por Lula em seu primeiro governo, lá no longínquo
2003, completará 20 anos e nem nós, nem o governo aprendemos a lidar com ele.
O governo, em muitas vezes, em todos os partidos que comandaram o ministério, ou olhou
a pasta como moeda de troca política ou sem entender para que servia. Se o MTur teve um
começo promissor, com Walfrido dos Mares Guia e sua equipe, que, mesmo delirando nos
números e projeções iniciais (vamos culpar o entusiasmo inicial) tinham um projeto interes-
sante, completo, abrangente e continuado, logo depois sofreu com a inconstância.
Os ministros ficavam, em média, um ano e meio no cargo, usado como trampolim político. A
cada novo ocupante da cadeira, começávamos tudo de novo e quando houve troca de partido
no comando do governo, a tragédia se formou. Não avançamos.
Nem o ministério, a cada hora apontando para um caminho e uma política. Nem o trade,
sempre com um tom mais bajulador, temeroso, e de raras críticas, com medo de represálias,
como não ajudar na aprovação de medidas ou leis (no Congresso) que beneficiassem o setor.
Um bom ministro do Turismo, pasmem, passou a ser quem conseguia falar com frequência
com o presidente da República. Era usado, então, para apagar incêndios apenas. Com o ma-
cro praticamente igual há décadas. Os gargalos idênticos aos de 20 anos atrás e os poucos
avanços frutos de outros setores (como a Economia ou a Aviação) ou da dinâmica do merca-
do, com a mão quase sempre eficiente e ativa do empresariado do Turismo.
Queremos um ministro, sim, que seja atendido pelo presidente, não por amizade, mas porque
o Turismo será estratégico para o governo. E que tenha um projeto consistente e conversado
com o setor. Um ministro político, ou com trânsito político, e com os melhores técnicos, de
dentro e de fora do MTur, em suas secretarias, coordenações e equipes.
Queremos um trade sem medo de represálias do governo. Vejam, as medidas provisórias que
geraram os benefícios durante a pandemia (como o prazo de reembolso) foram ações de so-
brevivência do setor. Se o ministro do Turismo, e os demais, não estão lá para isso (defender
a sobrevivência do setor que representam), então algo está muito errado. Apresentar ao Con-
SUSTENTABILIDADE
É OBRIGAÇÃO DO TURISMO
O
s caminhos pelos quais o Tu- dos, sobretudo em termos ambientais,
rismo global precisa percorrer mas também virou mais páginas a res-
nos próximos anos para que a peito do impacto negativo da pande-
indústria continue como um dos mia de covid-19 de Viagens e Turismo,
mais importantes vetores econômicos mostrando que os próximos capítulos
globais foram indicados no começo de têm tudo para ser considerados oti-
dezembro em Riad, Arábia Saudita. mistas.
Foi lá que aconteceu um dos maiores País "aberto" aos visitantes internacio-
eventos mundiais do setor, o WTTC nais em 2019, a Arábia Saudita foi anfi-
Global Summit, do Conselho Mundial triã de um evento para 55 ministros de
de Viagens e Turismo, em sua 22ª edi- Turismo, 250 CEOs de grandes corpo-
ção, encontro que mapeou com mais rações e 60 embaixadores no suntuoso
detalhes os desafios a serem supera- Ritz-Carlton de Riad. No total, foram
de CO2 pelo setor em 2019, ano imedia- de energia renovável em nossas redes elé-
tamente pré-pandemia, quando Viagens tricas nacionais para, quando acendermos
e Turismo teve seu melhor desempenho a luz em um quarto de hotel, estarmos
mundialmente. usando uma fonte de energia sustentável.
"Precisamos ter uma narrativa única quan- Essa indústria superou a crise da pande-
do se trata de sustentabilidade em Via- mia e agora precisa ir além", reforça Julia
gens e Turismo, e esta nova metodologia Simpson.
vai unificar os dados, nos dar um bom Depois de transporte (38%), o consumo de
entendimento do nosso patamar atual e energia elétrica é o maior responsável pela
poderá ser dividida por país, por segmen- emissão de gases poluentes (20%) no Tu-
to, por iniciativas", justifica a presidente e rismo, seguido pelo setor industrial (15%),
CEO do WTTC, Julia Simpson. "Com o ESR, agricultura e alimentação (11%). O setor de
teremos um grande mapeamento de onde hospitalidade tem 2% desta responsabili-
estamos errando e acertando mais. Temos dade, nos cálculos do órgão.
de dar múltiplos passos para vencermos Contudo, apesar do impacto ambiental
esse desafio, e esse é apenas o primeiro considerável do setor de Viagens e Turis-
passo." mo no meio ambiente, existe uma diver-
Uma das soluções é o SAF, combustí- gência entre o crescimento econômico do
vel sustentável de aviação. Isso porque a setor e sua pegada climática entre 2010 e
emissão do transporte foi responsável por 2019. Segundo o WTTC, a indústria está se
38% do total de emissões de gases de efei- dissociando de suas emissões de gases de
to estufa em 2019, segundo o novo estudo. efeito estufa.
"Precisamos acelerar e avolumar a produ- Isso porque as emissões vêm caindo desde
ção de SAF, e tecnologia para isso já existe. 2010, como resultado de desenvolvimento
Temos urgência por colaboração pública tecnológico e da introdução de um grande
e privada no engajamento do SAF, pois o número de medidas de eficiência energéti-
combustível sustentável é realmente uma ca em vários segmentos do Turismo.
solução. Precisamos de coragem dos go- Entre 2010 e 2019, o PIB global de Viagens
vernos, como está tendo o da Arábia Sau- e Turismo cresceu em uma média de 4,3%
dita. Também precisamos de um uso maior anualmente, enquanto sua pegada am-
BAN-KI-MOON
O ex-secretário-geral da ONU Ban
Ki-Moon também participou de
discussão sobre o futuro sustentá-
vel das viagens. Segundo ele, o Tu-
rismo deu e dá uma contribuição
substancial para o progresso so-
cial e econômico da humanidade.
“Pertença você à Arábia Saudita,
China, Estados Unidos ou Coreia
do Sul – não há fronteiras para
estas preocupações, pois precisa-
mos nos tornar cidadãos globais”,
afirmou.
“Temos tantos problemas – ques-
tões de saúde, questões políticas,
questões ambientais – mas com
a cidadania global podemos re-
solvê-los. Vamos trabalhar como
cidadãos globais para tornar este
mundo mais sustentável, para
transformá-lo e passá-lo para as
próximas gerações de uma manei-
ra melhor do que o encontramos.”
UNIÃO E ATENÇÃO AO
TURISMO SUSTENTÁVEL
Finalistas, júri, equipe Braztoa e autoridades posam para foto no auditório do Bioparque Pantanal em Campo Grande, MS
A
Convenção e o Prêmio Braztoa de Susten-
tabilidade 2022/2023 não podiam ter tido
um palco mais significativo esse ano para
acontecer: o Estado referência em ecoturis-
mo no Brasil, o Mato Grosso do Sul.
De 1º a 4 de dezembro, profissionais do setor, dire-
tores e associados Braztoa, finalistas do prêmio e
autoridades representantes do Sebrae, da Fundtur-
MS e do Ministério do Turismo se reuniram em
Campo Grande para discutir sobre os desafios do
mercado turístico brasileiro atual, as tendências de
futuro, as soluções e os caminhos para reposicio-
nar o Turismo em um patamar mais competitivo.
O evento começou com uma sessão de negócios Roberto Nedelciu,
presidente da Braztoa
entre operadores e empreendedores locais, coor-
denado pelo Sebrae MS, seguido pelo ciclo de pa-
lestras SEEDS – Semeando a Excelência do De-
senvolvimento Sustentável, que reuniu gestores e
líderes de empresas especializadas em viagens de
lazer com o objetivo de compartilhar informações
e provocar reflexões.
O ciclo de palestras SEEDS consiste em pequenas
conversas que visam deixar um legado em Turis-
mo responsável para a região anfitriã do evento.
Por meio de painéis interativos, presenciais e on- ao mesmo tempo que competem. Segundo ele,
line, os debates giraram em torno do desenvol- a tendência para 2023 é muito positiva já que os
vimento sustentável. Foram abordados temas clientes estão viajando muito mais e mais vezes
como a forma de reduzir a poluição plástica a durante o ano, a chamada demanda reprimida,
partir do Turismo, destinos inteligentes, a hos- pois perceberam que ficar dois anos trancados
pitalidade como indicador para um destino tu- em casa não é uma experiência muito agradável.
rístico, o lançamento de um mapa do Turismo E ainda, estão buscando novos destinos, mais
responsável e o fato de Bonito passar a ser o pri- abertos, de ecoturismo, sendo o Mato Grosso do
meiro destino carbono neutro do mundo. Sul um verdadeiro paraíso nesse sentido.
As viagens em família também estão em alta, e
CELEBRANDO A RECONEXÃO também as internacionais, que algumas vezes
A convenção aconteceu um dia depois a por- estão em promoções ainda mais atraentes que
tas fechadas no Hotel Deville Prime em Campo as nacionais. O aumento das viagens em geral
Grande, restrita apenas à diretoria e aos asso- abre caminho para o Brasil, pois as viagens in-
ciados Braztoa. ternas são mais curtas e fáceis de fazer. Segun-
O presidente da associação, Roberto Nedelciu, do Nedelciu, há espaço de sobra para todos os
abriu os trabalhos frisando uma palavra que, no perfis, basta achar o nicho que se quer trabalhar,
seu entender, representa tudo o que vem acon- o nicho que agrada mais o operador, o que ele se
tecendo no momento: reconexão. Segundo ele, acha melhor pra vender.
o reencontro presencial é ainda mais importante Existe uma tendência que diz que as viagens es-
para os que trabalham com o Turismo. Estar jun- tão se distribuindo durante o ano. Antes, a con-
to nesse momento de reconexão significa voltar centração era nas férias de verão e de julho. Hoje
a conviver com amigos, parceiros, operadores, a procura é mais distribuída e o ano que vem
instituições, enfim, voltar a fazer negócios. será de muitos feriados. Haverá uma maior dis-
Nedelciu fez um convite para que todos pensem tribuição durante o ano e isso será bom para to-
coletivamente e estrategicamente e que os pro- dos, operadores, setor de hotelaria e receptivos.
fissionais do Turismo possam cooperar entre si Apesar das dificuldades, Nedelciu acredita que o
Turismo se consolida cada vez mais e terá uma im- potencial, tem esperteza para contornar todas es-
portância muito maior no Brasil futuramente. O País sas situações. Nedelciu acredita que é possível do-
ainda está aquém das suas possibilidades compara- brar a porcentagem no PIB e chegar a 14%, perto do
do a outros países com potenciais menores. Apenas agronegócio, que detém 20%.
7% do PIB brasileiro é para o Turismo, por isso existe
espaço para crescimento. O número de turistas es- EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS
trangeiros que chega ao Brasil é o mesmo há mui- As atividades de trabalho entre associados Braztoa
to tempo. É preciso, segundo ele, mudar o foco para contaram ainda com mais três palestras conduzi-
aumentar esse fluxo e encontrar juntos um caminho. das pela psicóloga Flávia Cunha, da Casa Causa, es-
Segundo o boletim Braztoa lançado em novembro, pecializada em desenvolvimento humano e trans-
um dos principais desafios é a retomada dos custos formação em empresas, que abordaram temas
aéreos. A passagem aérea no Brasil é mais cara que importantes para os operadores.
muitos outros lugares do mundo. Também devemos Fábio Trabulsi Aschar, escritor e professor univer-
pensar na retomada da malha aérea, principalmente sitário que vive em Miami e é fundador da Life at
a internacional, que não voltou ao normal. Campus, empresa de programas educacionais de
O boletim ressalta também que os custos de hospe- curta duração, falou sobre o desafio de uma empre-
dagem aumentaram, talvez por causa da inflação, e sa em concorrer com outra mais poderosa. Em sua
isso é prejudicial para o Turismo, assim como a ins- palestra, ele usou o exemplo da estratégia da Uni-
tabilidade política, a instabilidade sanitária, sempre versal para se diferenciar da empresa mais amada
com a possibilidade de chegada de novas variantes que é a Disney. Com isso, os operadores aprendem
da covid, o câmbio, conflitos e guerras. a como enfrentar os líderes do mercado.
Outro problema que, na sua opinião, dificulta o cres- Já o consultor de marketing digital Thiago Akira
cimento é a falta de mão de obra especializada para mostrou como as marcas no Turismo podem pla-
trabalhar em operadoras, hotéis e companhias aé- nejar melhor o seu posicionamento através da seg-
reas. Esses serviços apresentam carência de pes- mentação, diferenciação, comunicação, identidade
soas e qualificação. e entrega.
Mas o Turismo é um setor que, além de um imenso E Jaqueline Gil, CEO da Amplia Mundo, apresentou o
bioma maravilhoso que é o Pantanal e Bonito. co iniciativas. O Cafezal em Flor Turismo e Cafés
Isso agrega valor. Eu tenho certeza que nós Especiais, de São Paulo, um pequeno negócio
estamos bem melhor do que muitos destinos familiar que une hospitalidade, gastronomia,
no mundo”, afirma ele. conhecimento agrícola, produção de cafés es-
“Para os operadores de um modo geral, o peciais e práticas sustentáveis. A Estância Mi-
produto Mato Grosso do Sul, Campo Grande, mosa EcoTurismo, um atrativo em Bonito, MS,
Bonito e Pantanal está muito bem estruturado que oferece passeios sustentáveis incentivando
e organizado, pronto para comercializar. É um a agricultura familiar e a restauração florestal.
produto que você pode colocar na prateleira e A Florin Experience no Espírito Santo, que pro-
vender tranquilamente”, conclui. move cursos e visitas técnicas para mostrar
a importância das abelhas e da polinização na
DEZ ANOS DE PRÊMIO BRAZTOA produção de alimentos saudáveis. O Programa
DE SUSTENTABILIDADE de Turismo regenerativo Biofábrica de Corais
A cerimônia do Décimo Prêmio Braztoa de Sus- em Pernambuco, uma startup voltada para a re-
tentabilidade 2022/2023 aconteceu no auditório constituição recifal. E a Quinta da Estância, no
do maior aquário de água doce do mundo, den- Rio Grande do Sul, com ações de educação que
tro Bioparque Pantanal em Campo Grande. valorizam a mão de obra local, fornecedores re-
Estavam presentes, além dos finalistas ao prê- gionais e estudantes carentes.
mio, diretoria, funcionários e associados Braz- Foram dois os vencedores na categoria Opera-
toa. A premiação contou com um show de mú- dores. A Ambiental Turismo, do Projeto Yaripo
sica pantaneira, vídeos sobre Mato Grosso do de Amazônia Yanomami, um projeto de Turis-
Sul e sobre os dez anos do prêmio, terminando mo protagonizado pelos indígenas com geração
com um coquetel no saguão do aquário para to- de renda e preservação. E o Programa de Capa-
dos os convidados. citação em Turismo Sustentável da CVC Corp,
Na categoria Parceiros Institucionais foram três com foco no desenvolvimento turístico através
vencedores dp Prêmio Braztoa de sustentabili- de experiências criativas, inclusivas e sustentá-
dade, o roteiro Quilombo Cultural de São Luís no veis.
Maranhão, uma iniciativa da Prefeitura da cidade E, por fim, três Menções Honrosas vencedoras.
para valorizar a memória quilombola. O Turismo Na categoria Academia, a Mandioteca, do Dis-
de base comunitária em São Sebastião, São Pau- trito Federal, uma cartografia das farinhas para
lo, um projeto de Turismo sustentável que gera promover seu uso mazônia m o e turístico. E um
renda e coloca a comunidade caiçara protagonis- estudo feito pelo professor Osiris Marques da
ta do seu próprio negócio. E o Programa Parques UFF sobre Nudges, uma aplicação da economia
Paraná, uma iniciativa do governo para promover comportamental que visa tomada de decisões
o Turismo sustentável em unidades de conserva- e liberdade de escolha. E na categoria Menção
ção, integrando a comunidade do entorno. Honrosa de Mídia conquistada pelos textos
A categoria Parceiros de Negócios premiou cin- inspiradores e informativos sobre Turismo sus-
tentável feitos por Elaine Villatoro, da Live More Travel ayahuasca, a sananga e o rapé, misturas ancestrais
More, que podem e devem ser acessados através do feitas com árvores, folhas e cipós que buscam a cura
site: www.livemoretravelmore.com ou pelo Instagram e a espiritualidade.
@livemoretravelmore A Ayshawã Travel, segundo Pontes, dá todo o suporte
para o turista passar uns dias dentro de uma comu-
UM FINALISTA ESPECIAL DE nidade indígena. Toda a logística até chegar na aldeia
UMA REGIÃO A SE DESCOBRIR é feita com muita atenção e cuidado. “Nós acom-
Fora dos holofotes dos vencedores, mas com um tra- panhamos o turista desde a sua chegada na capital
balho inovador e ousado, Victor Pontes, da Ayshawã Rio Branco, fazemos o transfer, hospedagem e os
Travel, um dos operadores finalistas do Prêmio Bra- acompanhamos também em sua estada na aldeia. E
ztoa de Sustentabilidade 2022/2023, desenvolve no depois os acompanhamos de volta”, garante ele.
Acre o etno-Turismo e a etno-vivência dentro das al- A maioria dos interessados nesse tipo de Turismo são
deias indígenas de sua região. Segundo ele, é um Tu- estrangeiros que buscam a expansão da consciência,
rismo de base comunitária que vem se destacando a possibilidade de cura e de conhecimentos ances-
dentro de um novo conceito de Turismo, o de viven- trais. Tudo isso somado à alegria da natureza em sua
ciar o cotidiano de uma aldeia indígena e se elevar ao plenitude. No seu entender é uma experiência única
mesmo tempo. viver a simplicidade da floresta da Amazônia acreana.
O turista que compra os seus pacotes participa da Pontes sonha em difundir seu Estado e sua proposta
parte cultural da aldeia, aprende suas danças e tradi- turística também para brasileiros que não conhecem
ções, artesanato, pinturas corporais, mas também é ou não ouviram falar desse pedaço do Brasil que fica
convidado a fazer parte da cerimônia de experimen- esquecido diante de tanta oferta que o nosso País
tação da medicina sagrada da floresta. São usadas a apresenta.
Bruno Wendling, presidente do Fundtur-MS, res- tória e trabalha com cota praticamente zero, permi-
ponsável pelo Turismo do Estado, é também um tindo ao pescador levar apenas um peixe para casa,
entusiasta da “pérola” que ele tem em mãos para e o Turismo de soft adventure de Bonito, que quebra
trabalhar. A Fundação de Turismo de Mato Grosso o paradigma de que aventura é apenas para jovens
do Sul, em seu entender, tenta trabalhar indo além e aventureiros.
da política pública. É um Turismo leve, as atividades são todas certifi-
“Havia uma lacuna entre o produto turístico e a for- cadas com ISO e isso transmite segurança para o
ma como ele estava sendo oferecido na prateleira cliente. O Pantanal é um destino autêntico, as pou-
das operadoras. Há quatro anos essa relação estava sadas pantaneiras são fazendas de verdade. Já
defasada, e estavam sendo oferecidos produtos que Campo Grande é considerada a capital mais segura
nem existiam mais. Nós começamos a descobrir que do Brasil.
alguns operadores que vendiam o Estado nem o co- O Estado do Mato Grosso do Sul merecia sediar o
nheciam. Impossível vender sem conhecer. Foi então Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, acrescenta
que começamos a ocupar esses espaços criando Bruno Wendling, já que desde 2016 é desenvolvido
um programa de relacionamento com operadores do no destino o projeto do carbono neutro.
País. Trouxemos os gerentes de produtos para co- “Inauguramos o Bioparque Pantanal em março des-
nhecer a fundo a nossa região, descobrimos que tipo se ano, juntamente com o maior aquário de água
de ação esses gerentes faziam para vender, colamos doce do mundo, e acabamos de entregar a certifi-
neles on-line e off-line e começamos a subir produtos cação de Bonito como o primeiro destino de ecotu-
que os interessavam. Já trouxemos convenções de rismo no mundo. Esses feitos redesenham a oferta
operadores para cá, participamos de alguns feirões turística do Estado”, diz ele.
onde eles realizam e fomos nos aproximando cada Segundo Wendling, o Pantanal é um dos biomas
vez mais uns dos outros”, diz Bruno Wendling. mais conservados do mundo e Bonito é considerado
Os objetivos e estratégias do Fundtur-MS visam ze- o melhor destino de ecoturismo do Brasil, com res-
rar o impacto das emissões de carbono até 2030, peito a sua capacidade de suporte, operação com
melhorar a qualidade dos produtos e serviços turís- 100% de guias cadastrados e especializados em
ticos, consolidar a imagem do Mato Grosso do Sul atrativos naturais, e um sistema de voucher eletrô-
como um dos melhores destinos turísticos de ecotu- nico que controla a capacidade de carga.
rismo do País e aumentar o número de produtos sul- “Aqui nós fazemos uma transição equilibrada do
mato-grossenses nas prateleiras. Inovar e diversifi- agro para a floresta e para o Turismo. Alguns vence-
car a oferta turística, e promover continuamente os dores do prêmio são fazendeiros, produtores rurais
destinos turísticos com campanhas segmentadas e e empresários do Turismo. Somos um Estado que é
branding também são metas do Fundtur. agro, é Turismo, é indústria e que trabalha de forma
O ecoturismo é a grande atração do Estado, mas responsável”, finaliza. n
REINVENÇÃO PARA
SEGUIR VENDENDO
P
rofissionais responsáveis por fazer a posturas que pass aram a fazer parte da lista
ponte entre hotelaria e agências de de predicados que esses profissionais preci-
viagens e operadoras, os executivos de saram adquirir numa área que teve seu con-
contas ou representantes comerciais tingente de profissionais reduzido nos dois
de meios de hospedagem são mais um tipo últimos anos. Outras características que pre-
de profissional que teve que mudar seus há- cisaram ser incorporadas ao trabalho desse
bitos e métodos de trabalho para se adaptar tipo de profissional foram a maior disponibi-
a uma nova realidade. No mercado mudado lidade para atender rapidamente as deman-
pela pandemia, o contato virtual e a agilida- das, o olhar mais humano para interagir com
de nas responstas passaram a ser requisitos parceiros comerciais e a compreensão de
indispensáveis para a função, como eles pró- que a venda é compartilhada e os eventuais
prios relatam. problemas que possam aparecer em uma
"De modo geral, todos nós tivemos que nos viagem têm que ter soluções conjuntas entre
capacitar, buscar novas habilidades e conhe- a agência que fez a venda e o hotel.
cimento para estarmos aptos para atuar em "Tivemos que incluir no nosso perfil uma
áreas distintas dentro de nosso mercado", postura e ação mais resolutivas, de abraçar a
afirma o representante comercial do Nan- agência, entender que também podemos ser
nai Beach Resort, Alex Andrade, que há 30 parte da solução e nos envolver com ela", re-
anos vive o mercado de Turismo e viu a área sume Suellen Bandeira, profissional do Turis-
se transformar depois da pandemia. "Nada mo há 20 e representante comercial há pelo
substitui o presencial, mas com as ferra- menos metade da sua carreira.
mentas tecnológicas disponíveis, com as A compreensão é parecida com a de Renata
webinars, lives e calls que fizemos durante Leite, que há 15 anos trabalha com represen-
este período, fomos capazes de aumentar de tação comercial. "Avaliando o cenário como
forma significativa nossa capilaridade e al- um todo, é possível perceber que tivemos
cançar um número recorde de capacitações", muitas saídas de profissionais e quem ficou
reforça. no mercado precisou ter capacidade de resi-
Outro profissional que compartilha da estraté- liência e se adaptar para fazer mais com me-
gia é o gerente de Vendas dos hotéis Ritz La- nos. Unir forças foi essencial", disse.
goa da Anta e Ritz Suítes, ambos em Alagoas, Tanto Suellen e Renata, quanto Andrade e
Wagner Barros. Ele apostou no aumento da Barros, que fizeram considerações acerca
criação de conteúdo distribuído digitalmente da mudança do perfil do profissional que lida
e multiplicou a quantidade de clientes alcan- com a área Comercial em hotéis, estão em
çados. "Hoje tenho 25 listas de transmissão uma lista de executivos de destaque em sua
(6 mil agentes alcançados). Passamos ainda área. São nomes citados no top 3 de Promo-
a trabalhar com a criação de conteúdos per- tores da Hotelaria, escolhidos por agentes de
sonalizados para atender cada perfil de agên- viagens que votaram em um levantamento
cia", pontua. feito pela PANROTAS.
A utilização das tecnologias, como men- Veja a seguir o Top 3 de Hotelaria Nacional e
cionado por Andrade e Barros, foi umas das Internacional e o ranking dos mais votados:
Tempo de Turismo
26 anos e os últimos oito dedicados ao
Ritz Lagoa da Anta e Ritz Suítes
Quem te inspira?
As pessoas que me inspiram até hoje são pessoas
que eu considero verdadeiros coachs corporativos.
Alfredo Rebelo, do Maceió Atlantic, Paulo Dias, da
rede Pestana, Marialda Ribeiro, do Fiesta Bahia, e
Valter Patriani, fundador da Construtora Patriani e
ex-CVC.
Tempo de Turismo
30 anos e há sete no Nannai
Quem te inspira?
São muitos os profissionais que respeito e
admiro em nosso mercado. Vou mencionar
aqui três pessoas que fizeram e fazem par-
te da minha trajetória ao longo destes qua-
se 30 anos de atuação no Turismo. São eles:
Valter Patriani (o maior vendedor do Turismo
de todos os tempos), Maria Helena Santana
(diretora no Tivoli Praia do Forte) e Rodrigo
Lins (gerente comercial do Nannai). Cada um
deles com suas características próprias me
inspira a me tornar um profissional melhor a
cada dia.
Como a falta da mão de obra qualificada no Como a PANROTAS faz parte do seu dia a dia?
Turismo provocada pela pandemia impacta Ela é a principal fonte de informação do trade,
seu trabalho? leio a PANROTAS desde que entrei no Turismo
Acredito que de um modo geral, todos nós em março de 1993 (lembro-me do Guia PANRO-
tivemos que nos capacitar, buscar novas ha- TAS, onde consultávamos rotas aéreas, tarifas,
bilidades e conhecimento para estarmos ap- frequências e horários de voos. Além de endere-
tos para atuar em áreas distintas dentro de ços de consulados e documentação necessária
nosso mercado. Num momento como este, a para obtenção de vistos...bons tempos). Através
flexibilidade e a disposição para encarar no- da PANROTAS me mantenho informado sobre
vos desafios são essenciais. tudo o que acontece em nosso mercado.
Tempo de Turismo
15 anos de Turismo, sendo 10 dedicados à Iberos-
tar, onde foi gerente de Contas para São Paulo e Santa
Catarina. Desde agosto deste ano faz parte da equipe
ViagensPromo.
Quem te inspira?
Muitos colegas me inspiram mas poderia citar um que
hoje estou próxima novamente, que é o Renato Kido, da
ViagensPromo. Já havia trabalhado com ele na Visual
Turismo e hoje estamos juntos de novo. Kido é alguém
que gosto e confio, uma pessoa muito visionária e co-
rajosa.
Também tenho como inspiração o Orlando Giglio, que
esteve comigo no Iberostar e sempre me apoiou. Agra-
deço aos dois pelo carinho pela confiança no meu tra-
balho.
Tempo de Turismo
20 anos, sendo os últimos seis dedicados à RCD
Quem te inspira?
Muitas pessoas me inspiram. desde profissionais
do Turismo a pessoas que sigo. Uma que pode-
ria citar é a Monja Coen, que com seus relatos me
ajudou bastante no período da pandemia. Tam-
bém tenho como inspiração o trabalho feito pelas
principais operadoras de Turismo.
Tempo de Turismo
11 anos, com passagem por uma agência de viagens da
família antes de chegar à rede Sandals.
Quem te inspira?
Minha primeira inspiração é Deus, que acredita em nós,
e minha família, que me impulsiona. Mas também tenho
como ispirações a minha diretora, Alenes Garcia, que
cuida do mercado de América Latina no Sandals, e uma
amiga minha Ingrid Azenha, que também trabalha aju-
dando pessoas a viajar.
Tempo de Turismo
20 anos, com cinco deles dedicados à Interep Viagens
em duas passagens, atualmente é executiva da Contas
da TBO.com
Quem te inspira?
Minha família, que é inspiração e motivação. Mas tam-
bém tenho como inspiração quem me deu a primeira
oportunidade, que foi o Carlos Barbosa, que atualmente
representa Aruba. Ele botou fé em mim. Outra pessoa
que gostaria de citar é a Mariana Saul, que era minha lí-
der na Interep, ela sempre me deu a mão e confiou muito
no meu trabalho.
HOTELARIA INTERNACIONAL
1 - RENATA LEITE - Iberostar
2 - GLAUCIA BARBOSA - RCD Hotels
3 - RENATA SALINA - Sandals
SULLEN BANDEIRA - Interep (hoje TBO)
4 - LEANDRO BOLZONI - Best Buy
5 - CLAUDIO BRITO - E-HTL
6 - CARLOS EDUARDO AUGUSTO - Best Buy
L
uiz Antônio Araújo Jr., 43 anos, curi- ras tatuagens são marcas que lembram
tibano e global, americano da Cali- de suas experiências ou palavras para que
fórnia morando na Flórida e amante lembre do que passou, do que tem de fa-
das praias e da natureza, é cidadão zer, de seus propósitos. Tatuagens que co-
do mundo, como muitos que trabalham meçaram após a experiência no Exército.
com Turismo, porém, acima de tudo, A primeira foi uma fênix, simbolizando o
uma pessoa que está sempre olhando renascimento, e vocês entenderão melhor
para a frente, além, para o que está por lendo um pouco de sua história aqui nes-
vir. E para as pessoas. Ele se preocupa sas páginas. Ah, e sempre com seu amigo
com quem está a seu lado, a sua frente. Boni, de Curitiba, o autor de todas as tatua-
Da família aos colegas de trabalho, dos gens que tem pelo corpo.
clientes aos agentes de viagens e ope- “As experiências militares e de comba-
radores do trade, dos amigos de infância te mudaram minha vida; elas me fizeram
aos novos amigos, Luiz é um expert em uma pessoa melhor. Aprendi a valorizar
pessoas. Apaixonado por elas e sempre ainda mais minha família, meus amigos e
disposto a adicionar. as coisas simples da vida às quais às ve-
Com uma trajetória rica em experiências zes não damos atenção, como uma refei-
das mais diversas – do empreendedo- ção quentinha, uma cama limpa para dor-
rismo no Paraná à participação, como mir, ou o simples fato de estar vivo, e capaz
soldado do Exército dos Estados Unidos, de trabalhar”, disse ele à PANROTAS.
na Guerra do Iraque – Araújo hoje é uma Segundo Luiz, tudo o que aprendeu du-
das caras (felizes) da Disney no Brasil, o rante seu período nas forças armadas ele
homem de vendas que te convence com usa até hoje. “A disciplina que trago da
sorriso no rosto e determinação, duas de formação militar me ajuda a me preparar
suas marcas. para enfrentar quaisquer obstáculos da
Quem cruza com ele nos eventos, na su- vida, a me concentrar na minha saúde e
perficialidade do dia-a-dia, acha que não a enfrentar os desafios que a vida trará.
tem tempo ruim com Luiz. E não tem mes- A experiência de combate me ensinou a
mo, pois o mais importante é como ele vê prestar atenção ao meu redor. Aprendi a
a vida e como lida com esses problemas manter o foco, agilidade e rapidez o tem-
e intempéries, alguns muito pesados e po todo.” E como ele aplica esses ensina-
complexos, como ir para a guerra, arma mentos no trabalho, vendendo parques
em punho, ou outros pessoais que teve temáticos, cruzeiros e alegria?
de enfrentar ao longo do caminho. Sem- “No trabalho, isso me ajuda a ser estra-
pre olhando para frente, sem desrespeitar tégico em nossos negócios e fortalecer
o passado, cujo legado ele preserva com minha confiança com os companheiros
carinho, e resolvendo de maneira objetiva de trabalho (os cast members Disney) e
e prática os percalços, algo que o Exército colegas”, explica, ressaltando a importân-
lhe ensinou. cia do trabalho em equipe, ainda mais em
Em bate papo com a PANROTAS, mesmo uma organização tão grande e repleta de
emocionado ao falar desses momentos nuances e produtos como a Disney.
mais difíceis, Araújo vê tudo como apren- “Consequentemente, gosto de acreditar
dizado e com lições que leva para a vida, que sou um melhor líder, pai, membro da
e muitas vezes para a pele. Suas inúme- equipe e solucionador de problemas.”
Reprodução Instagram
As tatuagens não permitiram que ele
fosse salva-vidas em seu primeiro
empresa na Disney, mas ele conse-
guiu um lugar trabalhando com o
serviço rápido de comida no parque
aquático Disney’s Typhoon Lagoon,
em Walt Disney World. Seu primeiro
emprego na Disney, onde acaba de
completar dez anos como membro
do elenco, o nome que a empresa dá
a seus funcionários (cast member).
“Eu amo meu trabalho. É um prazer
trabalhar em um lugar divertido com
pessoas incríveis”, afirma ele, o que é
visível em suas apresentações para
agentes de viagens, eventos do tra-
de, famtours e encontros. Sua energia
vem dessa positividade, dos valores
Hoje, com as mudanças na cultura da Disney,
Luiz já pode exibir algumas de suas tatuagens
NO CAMINHO
Depois de enfrentar dramas pes-
soais, um ano e meio na guerra e o
desafio de começar uma nova vida
em um país estranho, entre outros
desafios, a pandemia de covid-19
foi mais um grande obstáculo para
Luiz Araújo atravessar, e também
aprender e aplicar o que aprendeu
na vida.
“Esses anos de Disney me permi-
tiram conhecer tantas pessoas in-
críveis. Aprendi muito através das
muitas experiências incríveis das
quais participei. Os últimos anos (de
pandemia) não foram fáceis para
muita gente. Mas durante a pande-
mia, sempre usei minha positividade
para enfrentar as mudanças e seguir
em frente para melhorar nosso fu-
turo. Acredito que temos que honrar
nosso passado e o que aprendemos
ao longo dos anos. Para abraçar as
mudanças e o futuro, também preci-
samos aprender a deixar ir, desape-
gar. Isso faz parte da jornada de vida
que aprendi durante meu tempo nas
Forças Armadas.”
E como foi essa volta, depois de um
tempo parado por causa da pande-
mia, quando, pela primeira vez na
história, lemos nas manchetes que
os parques temáticos da Disney es-
tavam fechados, por dias, meses...?
“Sempre continuarei a aprender,
melhorar e levar nossa equipe e
parceiros comerciais ao sucesso.
Depois da pandemia, quando vol-
tei a trabalhar, estava pronto para
as mudanças que aconteceram e
focado em ajudar meus clientes e
minha equipe”, afirma.
Depois dessa volta, vimos Luiz
Araújo em todas as feiras de Tu-
rismo no Brasil, em treinamentos
próprios da Disney, nos eventos nos Claudia Gobetti (mulher), Tainá M. Araujo (filha mais velha), Luara M. Araujo (segunda filha) e Maria Eduarda G. Malfatti (enteada)
EM CURITIBA
“Amizade, infância, MTV, muito tempo “Minha mãe sugeriu que eu fosse para
com os amigos... Lembranças boas os Estados Unidos estudar. E eu fui. Foi
de Curitiba. Nunca foi fácil, minha mãe a primeira vez que fui sendo america-
era professora, exigia muito da gen- no. Passei um ano em San Diego, na
te, não ganhava tanto, mas fazíamos Califórnia. Queria voltar para o Estado
tudo juntos. Meu pai, como piloto, ti- onde nasci e onde tinha praia, sempre
nha vantagens e todo ano eu estava adorei o mar. E a escola de San Diego
na Disney. Tinha documentação, pas- cabia no meu bolso”, explica.
sagem aérea, então era fácil”, lembra A mãe, grande referência na vida de
Luiz. “Tenho fotos na Disneyland na Luiz, foi quem incentivou e pagou
Califórnia com minha mãe, a primeira pela ida. “Minha mãe sempre fez tudo
que conheci. E depois em Walt Disney por mim e por minha irmã. Sempre
World.” presente. Meu pai, claro, era piloto, e
Quando chegou a hora de ir para a também estava presente quando po-
faculdade, Luiz escolheu engenha- dia. Mas a minha mãe é a minha refe-
ria química. Por adorar a matéria, as rência desde a infância. O sonho dela
ciências exatas. Fez um ano e viu que é melhorar o ensino o Brasil e ela se
não era o que queria. Ou melhor, que- dedicou muito a nos ensinar.”
ria mais. A fase adulta havia chegado, O carisma de Luiz, aliás, pelo que ele
a família já seguia rumos diferentes, conta, veio da mãe. E o espírito des-
ele queria ir além. bravador, do pai.
PRIMEIRO
TRABALHO
Para continuar a estudar em San Die- entrando para estudar Tecnologia.
go, Luiz Araújo trabalhou como entre- Pai presente? “Total. Sou tão presen-
gador de pizza. Segundo ele, informal- te, que quando separei da mãe delas,
mente ele sempre trabalhou desde os Rafaela, elas tinham dois e três anos,
16 anos, por exemplo vendendo peixes elas continuaram comigo. Fui pãe...
que pescava na Ilha do Mel (PR). pai e mãe das duas ao mesmo tem-
Seis meses depois retornou ao Bra- po”, responde ele, que contará mais
sil, reencontrou a namorada Rafaela, dessa história adiante.
que havia deixado lá, casou e teve a E para sustentar a família, o lado
primeira filha, aos 19 anos. Em vez empreendedor aflorou ainda mais
de voltar para engenharia química, e ele abriu uma lanchonete em
fez biologia. Também não gostou e Curitiba, dentro de uma academia,
passou a fazer administração, curso focada em alimentação natural.
concluído. E a segunda filha chegou Foram dois anos, mas sempre de
nesse meio tempo, quando ele tinha olho no que podia ganhar nos Es-
20 anos. Tainá Miranda Araújo e Lua- tados Unidos, em dólar.
ra Miranda Araújo aceleraram, por- Em 2001, então, ainda casado com
tanto, o amadurecimento do jovem Rafaela, resolveu voltar aos Esta-
surfista, pescador, filho do aviador e dos Unidos, para apostar na vida
da professora. Tainá (primeiros raios em seu país natal. O dinheiro só
de sol, em tupi) e Luara (lua rara) são, dava para uma passagem para
segundo o pai coruja, o dia e a noi- Miami e lá chegou com US$ 400.
te. As duas hoje moram em Newport As meninas ficaram com a mãe,
Beach, na Califórnia. Tainá se for- com a promessa de todas irem en-
mando em Saúde Pública e Luara contrar com ele muito em breve.
CONTRATANDO
Luiz começou a trabalhar em hotéis Vi a dimensão de tudo. Vi o impacto
de Miami, como ajudante. Mas sabia, nos meus colegas, como a instituição
como a mãe ensinara, que precisa- reagiu. Foi muito forte. Minha reali-
ria estudar e se qualificar para poder dade era outra, era o Brasil, e ali eu vi
ganhar mais e estar com a família. que estava em outro mundo a partir
Ao procurar uma escola de inglês viu de então”, relembra. A partir daí o trei-
uma placa de “contrata-se”, entrou e namento, já em sua base, na Carolina
mudou sua vida para sempre. do Norte, onde ficou por cinco anos,
A tal placa buscando funcionários mudou de foco, pois a possibilidade
nada mais era que Tio Sam em pes- de guerra era iminente.
soa, alistando voluntários para o Nos dois primeiros anos no Exército,
Exército. Araújo saiu de lá com uma “vida que pedi a Deus”. Família, estu-
proposta de emprego (US$ 18 mil por do, treinamentos. Emprego. Até que
ano), a promessa de regularização veio a Guerra do Afeganistão e em se-
de sua família nos Estados Unidos e guida a Guerra do Iraque e ele foi con-
algumas opções de trabalho, que de- vocado para esta última, onde ficou
penderiam ainda de testes, mas tudo por quase um ano e meio, atuando
caminhava para ser motorista de veí- como motorista de veículos de guerra
culos militares e paraquedista (ele já e soldado do Exército americano.
havia tirado brevê de piloto em Curiti- A família, mulher e as duas filhas, fi-
ba, seguindo os passos do pai). caram nos Estados Unidos e não ha-
Tudo caminhou como planejado, oito via, como em alguns filmes, aquelas
semanas de treinamento, curso de pa- folgas para visitá-las. Temporada de
raquedismo... E uma tragédia mundial guerra que ele enfrentou com deter-
muda os cursos dos acontecimentos, minação e devoção à causa abraçada
com os ataques às torres gêmeas do ao ingressar no Exército. A instituição
WTC e ao Pentágono em 11 de setem- exerce até hoje grande fascínio nele e
bro de 2001. é uma das bases dos ensinamentos
“Ali eu vi do que estava fazendo parte. que leva para a vida.
TRABALHO
COM O TRADE
Migrar do call center para cuidar de
Vendas no Brasil, a convite do ex-
diretor para América Latina Angel
Sarria, foi um grande desafio para
Luiz Araújo. “É um mercado enorme,
comecei no final de 2017 e levei um
tempo para entender as nuances do nho do trade com o Luiz em to- -americano e adaptávamos para
Brasil. Ainda mais com uma pande- dos os eventos de que participa. o brasileiro. Hoje a sinergia está
mia no meio. Aprendi com todos vo- “Por mais que meu foco sejam os muito maior. E estamos apenas
cês do mercado”, explica. operadores, quem compra deles começando no que podemos
Araújo entrou no lugar de Patrick é o agente de viagens. Então eu fazer juntos para os agentes de
Yvars, que estava há 12 anos na po- preciso estar próximo e entender viagens”, analisa.
sição. O que aumentou o desafio. esse profissional. E vamos trazer Luiz começou seu doutorado
“Chega um menino que veio do call novidades para melhorar o tra- durante a pandemia e está es-
center, com back-up militar... Muita balho deles”. crevendo sua tese sobre distri-
gente se pergunta como esse cara Hoje, segundo Luiz, o time de buição pelo trade de Turismo.
apareceu lá?”, brinca ele. Vendas está bastante integra- “Nosso agente de viagens pre-
Hoje ele diz se sentir mais bem pre- do, como nunca foi. “Eu, Debora cisa de muita coisa, de gestão a
parado para ajudar o agente de via- (Baldin), Manu (Bopp) e Barbara incentivo. Temos conteúdo, mas
gens, pois entende suas necessi- (Modenesi), a gente pensa como também quero ajudar com ges-
dades, conversa muito com eles. O se fosse um time só. Antes não tão, com outras coisas”, finaliza,
começo de aprendizado com o trade tínhamos isso pro mercado bra- prometendo um 2023 ainda mais
já rende frutos. E vemos esse cari- sileiro. Era pro mercado latino- próximo do trade brasileiro.
VERÃO EM
Praia Mansa
MACA
O Museo de Arte Contemporáneo Atchugarry (Maca), inaugura-
do há pouco menos de um ano na fundação sem fins lucrativos
criada pelo artista plástico uruguaio Pablo Atchugarry (1954),
tem tudo para se tornar uma das principais atrações de Punta
del Este. Instalado em uma construção envidraçada e integra-
da à natureza, desenhada pelo arquiteto uruguaio Carlos Ott (o
mesmo da Opéra Bastille, em Paris), o museu foi erguido com
mão de obra local. O Maca tem entrada gratuita e está em meio
a um Parque de Esculturas contemporâneas, uma espécie de pe-
queno Inhotim, que sozinho já é um passeio imperdível. Agora o
programa está completo e vale algumas horas. Saiba mais em
www.fundacionpabloatchugarry.org/es/la-fundacion
CASAPUEBLO
Quando o tema é arte, não podemos deixar de mencionar um
dos cartões-postais de Punta, a casa escultura sem linhas
retas que o artista plástico Carlos Páez Villaró (1923-2014)
começou a erguer no final da década de 1950 em Punta Bal-
lena. Casapueblo merece ser percorrida com calma para ir se
encantando não apenas com as esculturas e cerâmicas do
artista, mas também com as referências aos muitos amigos,
vários deles brasileiros. Vá de tarde para admirar o pôr do
sol. Além de museu, Casapueblo continua sendo a casa da
família Villaró e tem também hotel e restaurante aberto ao
público. Saiba mais em https://casapueblo.com.uy/
ARBORETUM LUSSICH
Em Punta Ballena, é um oásis de frescor em meio ao calorento
verão na região. Com mais de 400 espécies de árvores de dife-
rentes partes do mundo plantadas onde antes era uma região
árida, o arboretum foi criado pelo empresário marítimo (dono
de uma empresa especializada em resgates de naufrágios), es-
critor e naturalista Antonio Lussich (1848-1928). A visita pode
começar pelo museu multimídia, instalado na antiga casa da
família. Depois, faça uma das trilhas que levam a diferentes
mirantes com vistas panorâmicas. Na volta, vale parar na lo-
jinha do museu, que reúne objetos de design de artistas locais
com foco em materiais sustentáveis e naturais. Saiba mais em
http://www.arboretumlussich.uy/
Belvedere hotel
AVIPAM:
75 ANOS, 1ª CONVENÇÃO E
META DE VENDAS BILIONÁRIA
O presidente da AVIPAM, Antonio Fernando Slomp, e o
vice-presidente de Operações da TMC, Peterson Prado
U
ma das principais agências de vendas anteriormente, mas esta é a pri-
viagens corporativas e grupos de meira vez que conseguimos reunir toda
Viagens e Turismo do País, a AVI- a empresa e os nossos parceiros, cele-
PAM celebra 75 anos de história brando o ano de retomada mas também
em 2022 de forma memorável: a TMC alinhando os nossos objetivos para
realizou, no Royal Palm Tower Anhan- 2023”, comenta o vice-presidente de
guera, em Campinas (SP), a 1ª Conven- Operações da AVIPAM, Peterson Prado.
ção AVIPAM, que reuniu 300 funcionários O evento também contou com uma
provenientes de São Paulo, Rio de Janei- homenagem aos funcionários com
ro, Curitiba e outros mercados do Brasil. mais tempo de casa, além do momen-
“O objetivo principal desse evento é reu- to “Noite das Estrelas”, no qual foram
nir todos os colaboradores em nível Bra- destacados cinco colaboradores in-
sil. Já realizamos outras convenções de fluencers de 2022.
MA NTENEDORES ALAGEV
A HORA E
A VEZ DOS
AVATARES
De um lado, os organizadores de eventos
ávidos por novas tecnologias que enga-
jem os participantes e transmitam con-
teúdo de forma dinâmica. Do outro, os
participantes, que buscam novas manei-
ras de estar presentes nos eventos. Na li-
nha de convergência dessas duas neces-
sidades, surge uma solução: os avatares.
Até pouco tempo atrás, a palavra ava-
tar nos lembrava apenas o nome de um
filme que mostrava uma realidade futu-
rista, talvez muito distante, na qual seres
humanos podiam habitar outro mundo
(chamado Pandora) por meio de proje-
ções de si mesmos.
Hoje, podemos dizer que o mundo de
Pandora já faz parte do setor de eventos,
mas com outro nome: metaverso. Trata- de pessoas criando suas versões avatariza-
se de um universo virtual que busca re- das e postando nas redes sociais”, comenta
produzir a realidade, usando tecnologias o CEO da Flex Interativa, Ney Neto (veja seu
como realidade virtual e aumentada. E avatar acima).
é nesse ambiente digital que seres hu- “Nós já nos acostumamos a criar uma ima-
manos podem criar perfis virtuais de si gem de perfil. Temos imagens para o Linke-
mesmos para participar de eventos e até din, para o Instagram, e é natural que na era
conduzi-los. da internet mais imersiva, tridimensional, te-
“Os seres humanos não podem ser subs- nhamos também uma representação digital
tituídos, mas podem ter sua presença ex- 3D para acessar esses ambientes. Podemos
pandida no mundo digital. Nada substitui escolher reproduzir nossa própria anatomia,
a experiência de convívio. Mas recente- ou então criar uma representação digital que
mente vimos a explosão do aplicativo de não corresponda à nossa imagem real”, des-
Inteligência Artificial Lensa, com milhares taca Neto.
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