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CADERNO ESPECIAL
Promoção
Online de
Destinos
TENDÊNCIAS
Turísticos
Internet
of Things
no turismo
Destaque
O TURISMO
E O DESAFIO DA
SUSTENTABILIDADE
EDITORIAL 3
TURISMO’20_anuário de tendências
4 EDITORIAL ESPINHO | PORTUGAL V. N. GAIA | PORTUGAL
Anuário de tendências
o trabalho e o talento. Um destino para investir e
visitar, num país inclusivo e tecnológico que se po-
TURISMO’20
siciona como hub especializado para o turismo. Há DIRETOR
destaque para as políticas de capacitação, qualifica- António Jorge Costa
E porque viajar é, cada vez mais, uma experiência SMIITY - Smart Interative City M
que envolve e integra os turistas com a comunidade Caroline Couret - Creative Tourism Network
PRAIA DA ROCHA | PORTUGAL CHAVES | PORTUGAL
local, encerramos este número com um artigo sobre
Y
Alfonso Vargas - Sánchez- Universidade de Huelva -
Professor Catedrático
“Viagens com Estória” da autoria de Ricardo Pinto. Peter Tarlow - Presidente das Empresas Tourism & More e
CM
O Anuário foi, mais uma vez, o resultado de um pro- Carlos Costa - Economista,
CY
Administrador Grupo NAU Hotels & Resorts
cesso vivo e participado, onde procuramos olhar para
Ricardo Jorge Pinto - jornalista LUSA CMY
CONSULTOR EDITORIAL
Richard Teare
COPYRIGHT
IPDT
Rua Rainha D. Estefânia, 246, 3º
4150-303 Porto
T. +351 226 097 060
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www.ipdt.pt
TURISMO’20_anuário de tendências
www.solverde.pt
6 Sumário Sumário 7
60 64 72
08 14 20 78 80 96
TURISMO 2020
Em cada cinco euros de receitas que eram gera- empresas do turismo que acabam de sair de uma
das em Portugal, um euro provinha do turismo. A época baixa e se veem, de um momento para o ou-
conclusão é do barómetro anual do World Travel & tro, sem procura, revela-se particularmente grave,
RUMO À RETOMA:
Tourism Council (WTTC), relativo a 2018, que elo- sobretudo nas organizações de dimensão mais pe-
giou a estratégia nacional do turismo e o seu contri- quena que, por isso, têm maior dificuldade em lidar
buto para o crescimento económico do país. com o imprevisto - as microempresas representam
RESISTIR, INOVAR
cerca de 95% do setor.
Os dados revelam que o turismo em Portugal
cresceu em 2019, registando-se valores históricos. Atento a este quadro, o Governo lançou um con-
Portugal recebeu 27 milhões de hóspedes em 2019 e junto de medidas em larga escala absolutamente
TURISMO’20_anuário de tendências
14 BARÓMETRO DO TURISMO BARÓMETRO DO TURISMO 15
DO TURISMO
atividades de turismo nacional face aos desafios da COVID-19
PESSOAS E EMPRESAS
EDIÇÃO ESPECIAL • Salvaguardar as empresas através de políticas
de apoio financeiro
• Preservar e qualificar os recursos humanos
SEGURANÇA SANITÁRIA
No entanto, com o surgimento da crise sanitária que travou o setor • Reafirmar a imagem de Portugal como destino seguro
a fundo, assistiu-se à passagem brusca de um contexto de overtourism • Definir planos de gestão das praias e dos eventos
para zerotourism, o que alterou radicalmente a organização, os resul-
• Sensibilizar os turistas
tados e as atividades do ecossistema turístico. Perante este cenário,
o IPDT realizou uma nova auscultação ao Painel para compreen-
der a perceção sobre esta nova realidade e para pedir contributos
e soluções concretas para a retoma do turismo nacional. COMUNICAÇÃO
Ao lançar esta consulta, o IPDT pretende promover um momento de • Estruturar uma estratégia de promoção evolutiva
discussão aberta (e contínua) sobre formas de lidar com este problema, • Manter canais digitais ativos e com mensagens
procurando respostas para a seguinte pergunta: Que ações devem ser positivas/otimistas
tomadas para alavancar a recuperação do turismo nacional face aos im-
pactos do COVID-19? Os resultados deste inquérito são agora partilhados. • Canal online dedicado 24h para apoio aos turistas
TURISMO’20_anuário de tendências
18 BARÓMETRO DO TURISMO
®Beautiful Destinations
Comunicação HOJE
SONHAMOS
Estruturar uma estratégia Canal online dedicado 24h para SAIR PARA...
de promoção evolutiva apoio aos turistas
No que concerne à comunicação, o Barómetro Sabendo da importância de cativar e recuperar os
considera que uma das medidas mais importantes turistas nesta fase de retoma, o painel defende a
para retomar as atividades de turismo de âmbito criação de uma plataforma online para apoiar em
nacional é o desenvolvimento de uma estratégia de permanência os turistas, nomeadamente, através
promoção sobre a evolução nos mercados de proxi- do esclarecimento de dúvidas sobre viagens, des-
midade e nos mercados emissores, nomeadamente: tinos e transportes e ainda sobre as possibilidades
que existem para a utilização dos vouchers que lhes
• Portugal e Espanha foram atribuídos no momento do adiamento das
viagens durante o período de emergência. •
• Europa e América do Sul
O turismo mundial fechou 2019 com 1.500 milhões de chegadas de a hospitalidade e o lazer vão cres-
turistas internacionais, mais 4% do que no ano anterior, e registou cer principalmente pelo papel que
dez anos consecutivos de crescimento (Organização Mundial do Tu- terão na sociedade futura.
rismo). O ano de 2020 prometia ser um dos melhores de sempre aos
olhos dos agentes turísticos e também dos viajantes. Mas de repente, O crescendo da procura de expe-
tudo mudou. A pandemia de COVID-19 travou a fundo o setor que riências e da adaptação das marcas
se viu obrigado a reinventar-se e a pensar em formas de retomar o turísticas ao novo modelo “directed
mercado. to consumer” ajudam ainda a sus-
tentar o modelo de turismo posi-
Neste contexto, quais são as grandes tendências para 2020? tivo com uma maior tranquilida-
Apesar de ser um ano atípico há uma certeza: os turistas vão querer de para a comunidade local.
continuar a viajar quando lhes for possível. Com os hábitos de vida e
de saúde pública a mudarem, com os turistas cada vez mais conscientes As novas perceções populares so-
e informados, com um novo segmento de viajantes a chegar e com o bre a importância de uma vida ati-
pensamento ecológico a ganhar terreno, como se prevê o futuro daqui va e saudável aliadas ao surgimen-
para a frente? A estratégia principal será continuar a trabalhar nas prefe- to de novas doenças vão ajudar
rências dos turistas e apostar numa comunicação digital, assertiva, cons- a transformar e fortalecer novos
tante e positiva. O Turismo Positivo será o conceito-chave do ano 2020. mercados.
passou, do que está a acontecer e a transformar o mundo e A tendência é clara: os destinos para se manterem competitivos e atra- 73%
tivos nos próximos anos terão que começar a proteger as suas comu- dos viajantes pretende ficar
do que está por vir. O turismo continua a estar no centro das nidades e o capital cultural. A mudança exigirá uma reformulação no pelo menos uma vez em
atenções pelas oportunidades que cria e pela importância cruzamento entre o marketing e a gestão dos destinos com a integração
dos stakeholders locais.
ambiente ecológico.
TOP 5 de cidades
verdes
As viagens ecológicas estão
a ganhar notoriedade.
A Tourism Review
Lisboa
apresentou as cinco cidades
europeias mais ecológicas e
que atualmente se encontram
Sustentabilidade, Autenticidade O NOVO LUXO ASSENTE NA Copenhaga Amesterdão preparadas para corresponder
às exigências dos turistas
e Solidariedade SUSTENTABILIDADE, Clima E SAÚDE que procuram experiências
Para lidar com o aumento da pressão sobre As mudanças climáticas e a segurança da amigas do ambiente:
os destinos que apresentam uma tendência saúde pública são dos temas mais debatidos
de overtourism e de forma a encontrar um nos últimos anos. Episódios de calor extremo,
Copenhaga
equilíbrio entre o custo-benefício associados furacões e o surgimento de novas doenças Amesterdão
ao desenvolvimento do turismo – sobretudo estão a afetar o quotidiano da sociedade.
após uma pandemia – é necessário adotar Não obstante ser uma preocupação de todos, Estocolmo
algumas medidas: a forma como habitamos o mundo está a Reiquiavique
afetar os destinos. O que deve ser feito?
Lisboa
1
Estocolmo Reiquiavique
O sucesso do turismo passará por colocar um • F
avorecer produtos que minimizem o impacto
maior enfoque na preservação do meio am- negativo e maximizem o impacto positivo nas
biente e da promoção da sustentabilidade no dimensões ambiental, sociocultural e económica.
sentido de trazer benefícios para a comunidade
local. • F
acilitar a incorporação de boas práticas de tu-
rismo sustentável por parte de operadores e pres-
Os hotéis verdes
e a sua ascensão: 2. AS SMART CITIES
s políticas para o setor devem ser pensadas em
2 Atrês dimensões: local, regional e nacional. Estas
tadores de serviços.
• P
romover processos de desenvolvimento que pro-
Com uma crescente procura de
formas de estar mais saudáveis os
NA CRIAÇÃO DE VALOR
ações devem ir ao encontro das estratégias eco-
nómicas em estreita colaboração com o tecido
tejam a natureza e as paisagens.
• R
ealizar ações que melhorem a capacidade de
hotéis verdes estão em franco cres-
cimento. Muitas modalidades de PARA O TURISMO
empresarial dos países e a sociedade. turismo verde estão a vincar o seu
gestão do turismo nas áreas protegidas. compromisso com os objetivos de A atratividade das smart cities para os turistas que procuram experiên-
3 Ode s compreender • F
omentar a inclusão equitativa dos grupos mino- desenvolvimento sustentável nas cias dinâmicas, inteligentes e soluções criativas e de design apelativo é
governos devem legislar também no sentido
ritários no mercado de trabalho. redes sociais. cada vez mais evidente. Esta é uma das maiores apostas estratégicas para
os impactos do turismo e in-
a retoma do turismo. As inovações, os projetos de open data e novos
tegrar a sustentabilidade nas práticas do setor. • C
riar canais para a participação da comunidade As ações e valores da empresa são
negócios de base tecnológica serão uma grande oportunidade para me-
local no controlo do desenvolvimento do tu- elementos distintos que inspiram
importante criar uma agenda que garanta a
4 Émonitorização rismo ecológico. os visitantes. Oferecer e comunicar
lhorar a experiência global do turista e permitir um maior usufruto dos
destinos.
e o acesso constante aos dados experiências reais e locais que proje-
que informem e guiem os agentes turísticos na • Valorizar o património da região. tem o respeito ambiental é o novo P Os turistas procuram uma experiência nativa. As comunidades locais
tomada de decisão e planeamento assertivo dos • C
riar mecanismos de benefícios económicos dire- do marketing verde. Os próximos são uma mais-valia para o desenvolvimento do turismo e das regiões.
destinos turísticos. tos e indiretos nas comunidades locais. anos serão a grande oportunidade Não é por acaso que, no planeamento turístico, devem ser contempla-
Fonte: OCDE de crescimento deste segmento. das as seguintes ações: uma monitorização constante do impacto do tu-
3. CARBON OFFSETTING:
Em primeiro lugar é importante saber que não existe • H
otéis Smart: o cliente
um caminho linear. A oferta turística de cada cidade, pode, por exemplo,
a maturidade enquanto destino de férias e a capaci-
AS NOVAS FORMAS
controlar o sistema de luz
dade de investimento são fatores que condicionam a e som através de aplicações
estratégia. No entanto existem algumas tecnologias
• H
otéis com assistência
que aumentam a visibilidade dos destinos turísticos:
digital: assistentes de
DE TRANSPORTE
entro de Informações Turísticas
1 Desenvolver
C
tradução ou chatbots
• E
xperiências de realidade
um novo conceito com uma forte O turismo é responsável por 5% das emissões de CO2. Atualmente em
aumentada/realidade
base tecnológica e capacidade de comercializar muitas empresas do setor já vigoram programas ambiciosos para erradi-
virtual
destinos em tempo real e que devem possibi- car o uso de plásticos descartáveis. A indústria do turismo está também
• P
rodutos e opções a apostar na utilização de materiais recicláveis.
litar e incentivar o download de aplicações de
sustentáveis
turismo e viagens, além de serviços de reserva e A par disto é importante olhar para a mudança da tomada de deci-
de venda. são dos viajantes na reserva de viagens. De acordo com um estudo
i-fi gratuito
2 Um
W
da Booking, a consciência social dos viajantes europeus tem vindo a
influenciar as suas viagens desde 2019. As tendências incluem agora os
dos serviços mais pedidos pelos turistas e conceitos de troca cultural e comunitária, ativismo ecológico, agentes
moradores é a possibilidade de ter conexões virtuais e uma abordagem assente na filosofia “menos é mais”.
Wi-fi gratuitas. Além do tráfego de informações
que gera, contribui significativamente para o O setor da aviação já está a tomar medidas de compensação para promo-
desenvolvimento online das empresas. ver uma pegada neutra. O impacto desta mudança de paradigma poderá
ser expressivo nos próximos anos A Big Data entra aqui com um papel fundamental na Graças aos dados, as empresas conhecem o volume
com a operação em aviões mais
leves que ajudam a poupar com-
bustível e o ambiente.
4. TURISMO DE A a Z: A BIG criação de vantagem competitiva e permite fidelizar
o cliente a partir de uma maior adaptação e customi-
zação da oferta de serviços e produtos. No entanto,
real de clientes, os seus hábitos e preferências e, com
base nisso, podem prever, por exemplo, o preço que
melhor se adequa a cada cliente e ainda melhorar
O conceito de voos comerciais elé- DATA CONTINUARÁ A SER A é importante reter que é necessária uma utilização
correta. Um dos maiores desafios é fazer uma triagem
sua experiência.
39% nos
planeiam visitar pelo menos três continentes diferentes
próximos 10 anos
69% p ossuem uma lista de locais
para visitar antes de morrer.
Os Z’s são mais individuais, mas são, ao mesmo tempo, globais, e viajam
para contar histórias, falar sobre a sua experiência e as suas emoções.
30% e speram estudar ou viver num outro país que não o de origem; 23% m
ostram-se ansiosos por
cumprir a sua lista de
Procuram com as viagens dar a sua visão sobre o mundo porque que-
rem inspirar os outros e sentirem-se úteis. Querem ser parte das comu-
intenções de viagens para
56% pporrocuram uma experiência de aventura durante a viagem, como
exemplo, fazer salto de paraquedas ou bungee jumping. poderem adicionar novos
nidades locais e mudar o mundo. Os sinais para onde vamos caminhar
já começam a aparecer e, com o arranque da década, o setor do turismo
locais. necessita de estar atento à geração Z para ficar um passo à frente.
6. VIAJAR PARA
a inovação e com as plataformas digitais para deta-
lhar a comunicação de oferta de produtos e serviços.
aumentando o número de viagens ao longo Há um maior interesse
do ano.
Cabe às marcas oferecer conteúdo e soluções ino- nas cidades secundárias
vadoras. Algumas companhias aéreas já começam a
dar os primeiros passos nas plataformas mais utili-
Um aspeto interessante a considerar são os
novos padrões de viagem das famílias. Cerca
UMA CIDADE que se reflete também
no número de novas rotas
zadas (Snapchat, Whatsapp e Instagram). A Transa-
via e a WOW air têm uma comunicação assente no
engagement em que os novos viajantes são os maio-
de 95% dos viajantes considera que manter
a família entretida e feliz durante a viagem
é uma prioridade. Já cerca de 85% afirma
SECUNDÁRIA É para esses destinos
res embaixadores das marcas através da partilha de
conteúdo inspirador.
que as atividades ao ar livre e o planeamento
de férias escolares são também um fator de
O NOVO NORMAL Experiências mais tradicionais
extrema importância com uma grande valo-
COMO DEVEM ATUAR AS MARCAS JUNTO rização das atrações e atividades temáticas.
A crescente preocupação ambiental e o apareci- e únicas e menos dispendiosas
mento do Instagram alteraram a criação de valor no
Fonte: Grupo Expedia
DESTE SEGMENTO? setor do turismo. No final de 2010, cidades como Dado que as pessoas procuram, cada vez mais, que-
brar as tendências e mergulhar na cultura local, há
Veneza e Amesterdão começaram a impor algumas
• U
tilizar as Tecnologias de Informação restrições às atividades turísticas. agora uma maior procura por estadas mais curtas e
e Comunicação como ferramenta principal mais regionais. As viagens low cost são também res-
de comunicação com estes públicos; O overtourism traz efeitos diretos nas infraestruturas, ponsáveis por esta flexibilidade.
no património cultural e nas populações. Assim, ao
• D
esenvolver uma estratégia adequada para as entrarmos numa nova década há um novo caminho Os Millenials e a Geração Z são os grandes impul-
redes sociais; a considerar: o aumento das viagens para as cidades sionadores das viagens para cidades secundárias que
secundárias, com o desígnio de se explorar destinos oferecem aquilo que mais procuram: autenticidade.
• M
onitorizar frequentemente o impacto dos Z’s menos populares e proteger o meio ambiente. De acordo com a STA Travel, a maior empresa de
na redefinição e criação dos modelos de negócio; viagens para jovens e estudantes do mundo, o cres-
Segundo um relatório da Booking, cerca de 51% cimento desta tendência deve-se ao facto de haver
• D
esenvolver um plano para promover atividades dos viajantes afirma que trocaria o seu destino pre- uma maior vontade em satisfazer a necessidade de
turísticas. Devem ser enaltecidos os atributos- ferencial por uma alternativa semelhante se isso se visitar e conhecer novas culturas, gastronomias e
-âncora que constituem a base e a essência traduzisse num impacto ambiental menor. É aqui tradições.
da oferta turística e devem ser reforçadas as que o Alojamento Local e o Turismo de Habitação
características distintivas do destino. podem ganhar espaço.
7. ADAPTAÇÃO Abertura
Em novos cenários revela-se necessário empregar
abordagens diferentes. Sendo um elemento sensível
Stephen Hawking disse que a "inteligência é a capa-
e imprevisível, as expectativas têm vindo a ser traba-
cidade de se adaptar às mudanças", e a pandemia de
lhadas para que exista uma maior colaboração, fecho
COVID-19 fez com que as empresas se deparassem
de parcerias e novas oportunidades.
com uma enorme mudança – e o setor do turismo
não é exceção. Conceitos como o teletrabalho ou tra-
balho remoto, reuniões virtuais e ferramentas como Relação triangular
Microsoft Teams, Zoom e Skype tornaram-se no
novo normal. A cadeia de valor do turismo pode ser vista como
uma linha que vai desde o visitante ao destino, pas-
Exige-se que tenham uma postura pró-ativa, inte- sando pelos consultores, operadores turísticos, trans-
ligente, sustentável, responsável e adaptativa. Aqui portes e estada, entre outros que trabalham com o
abre-se a porta a outra questão: é fundamental que apoio de alguns serviços públicos. No entanto, sur-
as empresas conheçam as diversas tecnologias que giu um novo grupo de muito peso, os residentes, que
lhes permitem dar resposta aos desafios do mercado. vieram alterar a forma como as relações se estabele-
É importante investir na formação para que os ati- cem. Existe agora uma relação triangular entre as ad-
vos da empresa possam retirar o máximo proveito da ministrações públicas, o setor privado e a comunida-
inovação e da tecnologia existente. de local que se posiciona como parte ativa na gestão
dos destinos.
A conjugação destes fatores são elementos cruciais
para promover o crescimento do turismo à escala É recomendado para destinos comprometidos com
global. Efetivamente, será fundamental identificar novos mecanismos e estratégias promovidas pelas ad-
novos parceiros, novos modelos de negócio e estudar ministrações a facilitar esta inter-relação entre todas
tecnologias disruptivas e facilitadoras do trabalho e as partes envolvidas.
do conhecimento do mercado.
A estratégia deve ser desenhada com todos e deve
ser transversal, dinâmica e participada, atendendo ao
Liquidez: adaptação mercado e às suas tendências. Um caminho em que
ao meio ambiente todos assumem o seu papel. •
• E
quipas multidisciplinares e capacitadas.
• L
iderança transformacional e distribuída.
NO SETOR DO
2013 2018
TURISMO EM
emprego total emprego total
PORTUGAL
2016 e 11% em 2017. Importa referir que dos 329
mil empregos no turismo em 2018, mais de 247 mil
são na área de restauração e bebidas e 81 mil na
área do alojamento turístico. (Fonte: AHRESP)
O turismo é um importante setor para a criação de riqueza e geração 2013 - Homens 2018 - Homens
de emprego em Portugal. Nº de pessoas 120 Mil Nº de pessoas 138 Mil
Quota 41,5% Quota 41,9%
Em 2018, representava 8,2% 2013 - Mulheres 2018 - Mulheres
do PIB nacional e era responsável Nº de pessoas 169 Mil Nº de pessoas 191 Mil
Em 2018 mais de 143 mil trabalhadores do turismo
por 329 mil empregos, segundo Quota 58,5% Quota 58,1% tinham habilitações secundário/pós secundário e
superior, um aumento de mais 51 mil em relação ao
dados do Turismo de Portugal. As mulheres têm uma representação superior quan-
to ao emprego no turismo e a preponderância tem
ano de 2013. Em 2018, a quota deste nível de esco-
laridade era de 43,7%. Estes dados demonstram que
vindo a crescer: são mais de 21 mil desde 2013 e entre 2013 e 2018 os recursos humanos em turismo
O turismo tem registado um crescimento contínuo e constitui-se representavam, em 2018, 58,1% do total de colabo- reforçaram significativamente as suas qualificações.
como um eixo estratégico para o desenvolvimento sustentado por radores. Ainda que nos anos de 2014 e 2015 se tenha
todo mundo. Em 2019, o Dia Mundial do Turismo comemorou-se registado, em termos absolutos, uma queda de 6% A valorização das profissões do turismo e a formação
sob o tema Tourism and jobs: a better future for all. O tema teve como e 5%, respetivamente, nos anos de 2016 e 2017 os de recursos humanos - aumento das qualificações
objetivo analisar a capacidade do setor na criação de mais e melhor valores voltaram a subir (+7% e +8%). no Turismo - é uma das áreas de aposta da Estra-
emprego e, assim, contribuir para a construção de um futuro melhor tégia 2027. Tendo por base a edição especial do
para milhões de pessoas em todo o mundo. EMPREGO NO TURISMO P/ ESCOLARIDADE: Barómetro do Turismo para o anuário Turismo
em 2019, o painel apontou também a escassez/
Mas, para que o crescimento económico seja uma realidade, é funda- 2013 - Secundário/ pós 2018 - Secundário/ pós
secundário e superior secundário e superior redução de qualidade dos recursos humanos e do
mental que o setor tenha recursos humanos disponíveis em diferen-
serviço/produto prestado, como um dos fatores que
tes áreas. Neste artigo, o IPDT apresenta uma breve caraterização das Nº de pessoas 92 Mil Nº de pessoas 144 Mil
teria um impacto mais negativo no desenvolvimen-
pessoas que trabalham no turismo em Portugal, através dos dados do Quota Quota
do nível de 31,9% do nível de 43,7% to do turismo português durante o ano de 2019.
INE - Instituto Nacional de Estatística e do Turismo de Portugal. escolaridade escolaridade
SUSTENTÁVEL
DIFICULDADE DE
RETENÇÃO DE RH
PRÓXIMO
EM CERTAS REGIÕES
recrutar, mas o salário mínimo é
a referência para cada vez mais
trabalhadores, pois os salários
médios não estão a acompanhar
o seu aumento. Por outro lado, o
O capital humano é um recurso importante
aumento de emprego e salários é
para a competitividade das empresas turísticas e contrabalançado pelo aumento
para o desenvolvimento da indústria do turismo. de rendas e do custo de vida, sobre- AUTÊNTICO
A VIDA
lhores salários, face à boa situação
se revistam de suma importância.
económica do setor. Com efeito,
O capital humano constitui um aspeto estratégico de os proveitos totais dos alojamen-
competitividade no setor do turismo e hotelaria, sendo
imprescindível ter recursos humanos qualificados e
tos turísticos, entre os anos de
2013 e 2018, aumentaram cerca de
É AGORA!
dois mil milhões de euros, o que
motivados para prestar um serviço de qualidade. representa uma subida de 92,8%. O Centro de Portugal está
Ou seja, os estabelecimentos de
A escassez de recursos humanos dedicados ao turismo, a dificuldade de
hotelaria, turismo e restauração
+ sustentável
captação, retenção e formação de pessoas é sentida por empresários ho-
teleiros, em todos os destinos nacionais. A situação é ainda mais comple- quase duplicaram os seus provei- + humano
xa no interior do país. A sazonalidade e a precaridade dos contratos de tos em apenas cinco anos. Verifi- + próximo .
trabalho são duas explicações possíveis para o problema que impacta o cou-se igualmente um aumento
setor, sobretudo em zonas mais afetadas pela sazonalidade. muito significativo do rendimen- + seguro
to médio por quarto que, nestes
O desemprego em Portugal caiu nos últimos anos e os setores ligados cinco anos, se cifrou em 86%. •
ao turismo, como a restauração ou a construção, têm dificuldade em
HISTÓRIA
SOFIA PEREIRA
tradicionais contribuíram
para o caráter distintivo
da cidade.
Socióloga
Coordenadora do Grupo
de Trabalho Lojas com História
Este conselho é constituído por Atualmente Lisboa conta com 142 lojas distinguidas.
representantes de setores asso-
ciativos, empresariais, culturais, O programa de Lisboa foi o embrião, da Lei 42/17 que vem estabele-
académicos ou movimentos de cer o “Regime de reconhecimento e protecção de estabelecimentos e
cidadania, que são convocados entidades de interesse histórico e cultural ou social local”, aprovada
a deliberar sobre os trabalhos e publicada em junho de 2017. Esta lei entre outros benefícios esta-
desenvolvidos no âmbito do belece regras de protecção e salvaguarda no âmbito dos contratos de
programa, nomeadamente o pro- arrendamento.
cesso de distinção.
Para apoiar a manutenção das características genuínas deste impor-
O procedimento inicia-se com a tante setor do comércio, o Município criou o Fundo Municipal “Lojas
submissão da candidatura, após a com História”, publicado em 2017. E que prevê apoios financeiros às
qual o estabelecimento é sujeito lojas distinguidas nomeadamente ao nível da reabilitação dos imóveis.
a uma primeira triagem para
A Câmara Municipal de Lisboa, com a colaboração da Faculdade de
verificação de alguma questão
Belas Artes de Lisboa, promoveu a criação da identidade visual do pro-
impeditiva do prosseguimento
grama. O logótipo do programa Lojas com História faz referência a
da mesma. Segue-se depois a
imagens do comércio tradicional: às montras, às prateleiras, aos letrei-
recolha de documentação por
valeriam um ponto, com excepção para a longevidade que seria majo- ros. É um logótipo evocativo de espaços e experiências que fazem parte
parte do grupo de trabalho, visita
rada até um máximo de 3 pontos (1 por cada 25 anos). da memória coletiva dos visitantes e habitantes da cidade de Lisboa,
ao estabelecimento e entrevista
e ao mesmo tempo consciente da relevância contemporânea do pro-
ao proponente da candidatura
Quis-se premiar a resiliência e a consistência e a outros indivíduos consi-
grama e do seu objeto de estudo.
da atividade económica instalada no mesmo espaço derados relevantes para o pro- No âmbito desta identidade foram desenvolvidos suportes de comu-
físico ao longo dos anos. cesso, passa-se à fase de análise nicação de natureza variada, um website, um livro, uma exposição e a
da candidatura, para verificação presença em redes sociais como Facebook e Instagram, potenciando a
Os critérios de atribuição da distinção “Lojas com História” foram
do cumprimento dos critérios presença de todas as lojas nestas plataformas. Para sinalização das lojas
aprovados em fevereiro de 2016. Passou-se à aplicação destes crité-
do Regulamento das Lojas com foi desenvolvido um elemento físico em Latão.
rios de avaliação a uma seleção de 100 lojas dos mais variados ramos
História, e elaboração do relató-
de atividade económica. Todas as lojas foram visitadas pelas equipas, A distinção de uma Loja é prestigiante para vários atores, o comer-
rio final de avaliação, respetivo
entrevistados os intervenientes necessários, e depois de recolhida e ciante que vê reconhecido o seu trabalho, o proprietário que tem uma
parecer e proposta de projeto de
analisada a documentação, em julho de 2016 e fevereiro de 2017, valorização do seu imóvel e a própria cidade que mantém uma parte
decisão.
sob proposta do Grupo de Trabalho, e depois de ouvido o Conselho importante da sua identidade. •
Consultivo, a Autarquia aprovou a atribuição da distinção “Lojas com Todos os projetos de decisão são
História” a um conjunto de respetivamente 63 e 19 estabelecimentos presentes ao conselho consultivo.
comerciais. As propostas colhem, de harmo-
nia com o Regulamento, parecer
A partir de Maio de 2017, por publicação do Regulamento Munici-
deste órgão. As lojas que tenham
pal de Atribuição da Distinção “Lojas com História” o procedimento
proposta de distinção seguem
deixa de ser de iniciativa municipal e passa a ser por candidatura, que
para a fase de audição às Juntas
pode ser apresentada por iniciativa dos comerciantes, proprietários
de Freguesia em cuja circunscri-
ou sociedade civil.
ção se localize o estabelecimento.
O grupo de trabalho Lojas com História é composto por representantes Após um período de consulta
dos pelouros da Economia e Inovação, do Urbanismo e da Cultura. É pública as decisões são subme-
este grupo de trabalho que constitui a equipa municipal dedicada aos tidas à Câmara Municipal para
lojistas. Estando incumbido de conduzir todo o processo de candida- deliberação final.
tura até à apresentação ao Conselho Consultivo.
Faz Frio História História”. Desde a escultura do Lisboa. O estatuto de Loja Com
marinheiro que foi concebida por História foi atribuído ao “Faz
Mário Cesariny, e que se encon- Frio” pelas suas caraterísticas
A Antiga casa Faz Frio faz parte
DESDE 1872 tra à entrada do restaurante, como únicas, valor histórico, artístico e
das lojas inscritas no programa
os compartimentos que se manti- cultural. •
de Lojas com História desde
veram cheios de gravuras das
Jorge MArques Com portas abertas 2017. Em Outubro de 2018, a
Restaurante Faz Frio várias profissões desenhadas a
“Antiga Casa Faz Frio” passou
desde 1872, o Faz Frio a designar-se apenas “Faz Frio”.
carvão. O candeeiro com cachos
já foi cenário de tertúlias, de uvas encontra-se no bar e os
Os pratos do dia mantiveram-se,
Um restaurante tipicamente português, onde a tradição azulejos foram replicados com
porto de muitos bem como os traços caraterísti-
saboreia sem pressas. Feitas as contas o Faz Frio é o que os motivos originais. O armário
marinheiros e palco
sempre foi. Uma tasca portuguesa onde não falta
vinho e pão sobre a mesa. de animados serões
ao som de guitarras.
Em 2018, renasceu como
PorquE Faz Frio? DE ONDE VEM? um espaço para lembrar
o passado e celebrar
A localização (no alto da colina, onde faz mais frio) e a porta das trasei- o presente. Hoje,
ras sempre entreaberta – para ajudar nas fugas intempestivas – foram cozinham-se receitas
as responsáveis por gerar as célebres correntes de ar que deram o nome
quase perdidas no
ao espaço. Entretanto, a porta já está fechada e já não “faz frio”, apenas
um postigo entreaberto para deixar a brisa da história entrar. À mesa, tempo, marinadas
os petiscos servem-se sempre fumegantes, prontos a aquecer o corpo no frio do passado mas
e a alma. com sabor do presente.
O desenvolvimento do setor
do turismo é indissociável
do território, conforme aliás
é patente na atual estratégia
- Estratégia para o Turismo
2027 (ET27).
O papel do ordenamento do
Entidades Regionais de Turismo e da sociedade civil), bem como a
discussão pública, que é parte integrante do procedimento, propor-
cionam o contexto adequado e o envolvimento de todos os agentes na
prossecução de uma estratégia partilhada com o objetivo comum de
território na implementação afirmação do turismo como uma atividade que concorre para o desen-
volvimento sustentável dos territórios.
territorial, organizado em quatro âmbitos territo- são a sazonalidade e a coesão territorial. Também
riais, do nacional (programa nacional da política de nestas vertentes, os IGT assumem um contributo
ordenamento do território - PNPOT -, programas decisivo, quer direcionando a oferta para produtos
VIAJE DEPOIS
setoriais e programas especiais) ao municipal (pla- suscetíveis de combater a sazonalidade, quer in-
nos diretores municipais, planos de urbanização e corporando disposições que discriminem positiva-
planos de pormenor), passando pelo regional (pro- mente as áreas menos desenvolvidas.
gramas regionais de ordenamento do território) e
pelo intermunicipal (programas ou planos que en- Contudo, o principal desafio que se coloca ao desen-
volvem territórios de mais do que um município), volvimento do setor do turismo é o da sustentabi-
incorpora uma sucessiva aproximação da escala lidade, nas suas diversas vertentes, desde logo con-
siderando o elevado crescimento da atividade e os
São Tomé e Príncipe
nacional, mais estratégica, à local, mais operativa,
proporcionando a concretização de políticas de de- inerentes impactes em alguns territórios mais sen-
senvolvimento turístico ajustadas às diversas reali- síveis, mas também, e em especial, o da mitigação e
dades territoriais. da adaptação às alterações climáticas, que requerem
uma atuação planeada e diferenciada no território.
No nosso sistema de gestão territorial o PNPOT
assume particular relevância uma vez que estabe- Este é um desafio para o setor do turismo, mas tam-
lece as opções estratégicas e o modelo de estrutu- bém para o planeamento territorial, no sentido de
ração territorial nacional, constituindo o quadro promover modelos de ordenamento turístico que
de referência para os demais IGT. O PNPOT foi concorram para a atratividade de novos territórios e
recentemente revisto (Lei 9/2019), integrando as para o estabelecimento de adequados mecanismos
linhas de orientação estratégica da ET27 no respe- de monitorização, que garantam a qualidade da
tivo Programa de Ação, destacando-se em especial a experiência do turista e, simultaneamente, acaute-
Medida 3.3 - Afirmar os ativos estratégicos turísticos lem a utilização sustentável dos recursos e dos inte-
nacionais, bem como a Medida 3.4 - Valorizar os resses das comunidades locais, mas sobretudo que
ativos territoriais, na qual se inserem programas de integrem disposições que contribuam para uma
revitalização de património cultural para fins turís- resposta adequada às alterações climáticas. •
ticos como é o caso do REVIVE.
residentes com que interage. tados aos seniores, para que as pessoas possam
população europeia.
continuar a viver, o máximo de tempo possível, uma Analisando o lado económico e quantificando o
vida autónoma na comunidade onde se inserem. A número médio de viagens que estes turistas habi-
acessibilidade é uma das componentes essenciais tualmente fazem assim como as receitas por eles
deste conceito. Tendo em conta a forte correlação geradas, constatamos que se atingem valores na
entre deficiência e envelhecimento, a acessibilidade ordem de quase 800 milhões de viagens e de mais
• Respondem a um
nível de competências pessoais de
cada um, estaremos a garantir a to-
oferta inclusiva e que pacitar a oferta turística nacional, criar rotei-
ros acessíveis em todo o país, divulgar a oferta
mercado crescente de
dos melhores condições de acesso
aos espaços e ao seu conteúdo.
os Destinos Turísticos acessível de Norte a Sul e promover Portugal
como destino inclusivo para todos. Refere-se
turistas com necessidades
de acessibilidade, As condicionantes que envolvem
se devem apetrechar ainda que a Estratégia para o Turismo 2027
tem mais de quinze referências explícitas ao
alcançando um maior cada pessoa, em cada experiência
ou visita, irão impactar (positi-
para acolher a diferença, turismo acessível e inclusivo. •
número de clientes,
potenciais e efetivos;
va ou negativamente) na forma é já um movimento com
contornos mundiais.
como frui da oferta, apreende a
mensagem, interage com o con-
experiências
estão guardadas
para si.
INTERNET
A IoT permite conectar “tudo e todos” à web. A IoT
consiste, de forma muito geral, numa rede de ob-
jetos físicos (dispositivos, veículos, equipamentos)
OF THINGS
que têm incorporados sensores/chips/wearables que
possibilitam a recolha de dados.
TURISMO’20_anuário de tendências
facebook.com/visitfeira instagram.com/visitfeira #visitfeira
TURISMO’20_anuário de tendências
54 TENDÊNCIAS TENDÊNCIAS 55
A implementação desta tecnologia visa melhorar a experiência do está a torná-las dorsal de qualquer conceito de
cidade inteligente e impulsiona
Prédios:
hóspede a partir do momento em que entra no quarto, já que muitos
aspetos (iluminação, temperatura, ecrãs) são adaptados às necessidades
mais seguras, as inúmeras iniciativas que po-
construções com eficiência ener-
gética que economizam energia e
dem melhorar a eficiência e o
do mesmo. eficientes, amigas quotidiano.
reduzem emissões de CO2.
É possível desenvolver sistemas
O futuro do turismo será moldado por esta do ambiente, Para tornar as cidades do futuro de transporte, de controlo de re-
rede digital. A informação que vai gerar trará contribuindo sustentáveis, as tecnologias inte- síduos, de energia, e até de execu-
ção das leis que sejam movidos a
vantagens competitivas às organizações que ligentes precisam de lidar com
liderem a sua implementação. De acordo com
para melhorar a problemas centrais da vida urba- dados para torná-los mais eficien-
tes e melhorar a qualidade de
o Statista (The Statistics Portal), o mercado qualidade de vida na, como:
vida nas cidades. Podemos intera-
global da IoT vai atingir $8.9 biliões em 2020
e vão existir 75 mil milhões de dispositivos
de quem lá vive. Meio ambiente e segurança:
monitorização baseada em senso-
gir e recolher informações desses
sistemas inteligentes através de
conectados em 2025. O mercado vai crescer res - da poluição ao escoamento smartphones, relógios e outros
e as oportunidades são inúmeras. excessivo de água e às condições wearables. Mais do que isso, os
estruturais de pontes e estradas. sistemas vão comunicar entre si.
está a implantar um sistema Com uma das áreas para o Estacionamento que
de leitura automatizada de metropolitanas mais populares disponibiliza informações em 9. Hong Kong
medidores em larga escala para do mundo e com uma e com tempo real. Em 2015, a cidade A cidade possui um índice
obter uma visão melhor do uma taxa de produtividade também introduziu contentores elevado de inovação - quase
consumo de água, oferecendo elevada, a cidade destacou-se inteligentes como parte de um 100% da população possui
aos clientes uma ferramenta útil particularmente no ranking programa de gestão inteligente dispositivos móveis. Também
para consultar o consumo diário. pela economia e capital de resíduos. se destaca pelo número de
A cidade também se focou humano. Escolhida para sediar utilizadores de redes sociais e
nos repositórios de lixo os Jogos Olímpicos de 2020, 7. Seul pelo número de telemóveis per
“inteligentes” movidos a energia Tóquio vai usar a tecnologia capita. Hong Kong desenvolveu
Seul anunciou que vai instalar
solar, que monitorizam os níveis de reconhecimento facial para ainda um novo sistema de
50 mil sensores inteligentes
de lixo e garantem a recolha melhorar a segurança, enquanto identificação eletrónica (e-ID).
em toda a capital até 2020 para
regular. que táxis sem motorista deverão
recolher informações sobre
transportar atletas e turistas.
poeira fina, tráfego e outros 10. Amesterdão
2. Londres 5. Reykjavik
problemas relacionados com a O projeto Amsterdam Smart
É a capital e a cidade mais vida dos cidadãos. Além disso, City (ASC) é promissor
populosa do Reino Unido e é Recentemente, a cidade a cidade, este ano, pretende e a cidade tem vindo a
um centro de artes, comércio, promoveu uma aplicação também promover um serviço trabalhar junto das empresas
educação, entretenimento, de transporte público para de estacionamento de partilha e corporações locais para
moda, finanças, investigação, autocarros urbanos na área que recorre aos sensores de IoT testar soluções sustentáveis no
turismo e transporte. O relatório da grande Reykjavík, para permitir que os utilizadores Utrechtsestraat, uma importante
destacou Londres como denominada Straetó. consultem a disponibilidade avenida comercial da cidade. As
a cidade melhor posicionada Aplicação incentiva dos estacionamentos públicos. iniciativas da “Climate Street”
em termos de capital humano os cidadãos a fazerem uso incluíram iluminação com
e também foi reconhecida dos autocarros com maior 8. Toronto eficiência energética, redução de
pela mobilidade e transporte, frequência. A capital islandesa resíduos, entre outros, ajudando
Como parte dos seus
alcance internacional, economia, procurou promover uma a reduzir o consumo energético
investimentos enquanto cidade
governança, tecnologia discussão aberta através do em 10%.
inteligente, a Sidewalk Labs
e planeamento urbano.
esperar do e perspetivas
futuras
luções permitem uma melhor utilização da infraestrutura existente e
reduzem o número de acidentes, monitorizando e controlando o fluxo
de tráfego e o estacionamento de forma mais inteligente e eficiente. A
futuro?
melhoria das condições ambientais e a redução do consumo de ener-
gia estão subjacentes a estes sistemas.
Em Portugal, já há muitos
A proliferação de sensores é notória e continua a crescer e agora, que
casos de boas práticas em Recolha de resíduos porta-a-porta
não nos faltam dados, estamos num nível de maturidade em que já os
vários municípios: Alguns municípios portugueses estão já a avançar com projetos de
sabemos processar em grande escala e de forma eficiente. recolha de lixo porta-a-porta. O objetivo é permitir que os muníci-
pes abrangidos pelo novo sistema, possam pagar apenas os resíduos
Por sua vez a infraestrutura de comunicações já é suficientemente que efetivamente produzem, pagando menos se reciclarem mais.
abrangente, diversificada e acessível para conseguir conectar os senso- Atualmente os munícipes pagam uma taxa de resíduos que é calculada
res e transportar os seus dados com a robustez e a velocidade exigidas. em função do consumo de água. Com este novo sistema, denominado
PAYT (Pay-as-You-Throw), as pessoas pagam apenas os sacos destinados
Além disso, a sociedade parece estar pronta. A digitalização extrema a
aos resíduos indiferenciados (lixo).
que fomos expostos nos últimos anos mudou o nosso comportamento
e a forma como aceitamos e adotamos soluções novas. A abundância
de equipamentos, aplicações, e a nossa crescente cultura de mobilida- Ciclovias e sistemas de partilha de bicicletas
de e de partilha são agora o catalisador perfeito para a próxima etapa. Em 2019 Portugal viu nascer um índice que mede o grau de prepa-
A McKinsey prevê que, em 2020, existam, pelo menos, 600 cidades a ração dos municípios para a utilização da bicicleta enquanto modo
usar “smart technologies” no planeta. Até 2050, estes clusters urbanos de transporte - o Bike Friendly Index (BFI). A Murtosa é o municí-
vão representar cerca de 70% do GDP e o mercado para essas cidades pio português mais amigo da bicicleta. Com uma classificação de 6,1
rondará os 700 mil milhões de dólares por ano. Durante a próxima (num máximo de dez), o município destacou-se, sobretudo, no capítu-
década, todas as grandes cidades do mundo vão-se digitalizar e inter- lo da utilização da bicicleta como modo de transporte, representando
-conectar-se entre elas. 16,9% do total de todas as deslocações – a maior taxa de utilização de
todo o país. •
SMiity
Receber uma notificação push ao aproximar-me de
A aplicação permite a compra/venda direta um monumento; receber uma notificação ao passar
de produtos. Como funciona este modelo junto de uma loja histórica; estes são alguns exem-
de gestão? plos do que cada vez mais irá acontecer, moldando
Smart Interactive City
A aplicação permite aos utilizadores a compra, por assim a experiência não só de turistas como dos pró-
prios cidadãos. A Internet of Things já se estabeleceu em
Como funciona a SMIITY? exemplo, de bilhetes para espetáculos. A SMIITY
pleno no turismo, em comparação com
A SMIITY é um ecossistema de turismo. Por ser um tem já parceria com uma das principais redes de
outros setores de atividade? Ou há margem
sistema que ajuda comunidades, municípios, cida- bilhética nacionais, no entanto os subscritores da
plataforma, as comunidades, municípios, cidades, para mais inovação? E em Portugal, o que
des, entre outros, a comunicarem melhor com os
seus cidadãos e turistas, apelidamos de ecossistema podem também comunicar outras atividades e adi- esperar?
de smart tourism. Este ecossistema integra a vertente cionar essa possibilidade de venda. Há muita margem para mais inovação. Os prin-
das aplicações móveis, para cidadãos e turistas, e a cipais projetos de IoT prendem-se de facto com a
vertente da plataforma de gestão de conteúdos, para Que objetivos têm para o futuro? gestão diária da própria cidade, caixotes do lixo,
comunidades, municípios, cidades, entre outros. Que projetos na área do turismo? semáforos, postes de iluminação, entre outros, mas
não propriamente para o turista. A capacidade de
Desconcentrar a visita turística é um dos principais
agregar dados provenientes de todas estas intera-
A aplicação está disponível em todo o país? objetivos nacionais.
ções das pessoas para que os gestores do território
Sim, e em qualquer ponto do país irá encontrar possam atuar é algo que pode ainda crescer mui-
conteúdos. Como é que a APP trabalha para "levar" to! Por exemplo, eu quero ir aos Pastéis de Belém,
os turistas para áreas menos turísticas? mas a minha aplicação, porque tem uma rede de
A aplicação tem custos para o utilizador? Apesar de encontrar conteúdos em qualquer pon- dados analíticos por trás e sabe que nesta altura está
Não, a aplicação é gratuita para o utilizador (ci- to do país, temos já subscritores fora dos grandes lotado, aconselha-me a ir primeiro ao Oceanário e
dadãos e turistas). A vertente da plataforma para centros urbanos e é com eles que temos estado a fa- voltar depois a Belém. Da mesma forma, estes dados
comunicação e gestão do território disponibilizada zer crescer a base de clientes. Elvas, Aljustrel, Ponte servem para os gestores criarem ações e dinâmicas
às comunidades, municípios e cidades é que tem de Sor, Óbidos, Sabugal ou Cinfães são alguns dos que promovam a disseminação das pessoas pelas
uma subscrição mensal ou anual. exmplos e outros irão aderir em breve. regiões. •
O TURISMO
E O DESAFIO DA
SUSTENTABILIDADE
As alterações climáticas são uma séria
ameaça ao futuro da humanidade.
Muitos investigadores projetam que
o mundo estará significativamente
mais quente e mais seco já em 2050.
Existem quatro grandes categorias de impactos das
alterações climáticas que afetam os destinos turísticos:
Cidades com temperaturas mais baixas e localizadas
no hemisfério norte vão aproximar-se do clima de 1. os impactos climáticos diretos (o clima);
cidades situadas 1000 quilómetros mais perto do
Equador. Projeções mais drásticas vaticinam mesmo 2. s impactos indiretos das alterações ambientais
o
o fim da vida humana num futuro próximo se nada (perda de biodiversidade, aumento de desastres
for feito. naturais, erosão costeira, entre outros);
Segundo estudos recentes, a queda dos ecossistemas,
20 dias por ano de temperaturas elevadas e letais 3. os impactos das políticas de mitigação
para os seres vivos, o degelo dos glaciares, cidades na mobilidade turística;
submersas e um terço do planeta desertificado, bem
como largos milhões de refugiados - são alguns dos Relação com o turismo 4. os impactos indiretos na sociedade (instabili-
potenciais cenários que podem devastar as socieda- dade política, agitação social, risco de segurança
des dentro de 30 anos. O clima, enquanto recurso, é um fator decisivo e um interna e externa). Segundo este estudo, 530 de entre estas 620 cidades,
elemento-chave na atratividade dos destinos. Em ou seja, uma população de 517 milhões de pessoas,
No cerne destas mudanças estão os chamados gases muitos casos, o contexto ambiental é a atração turís- Com efeito, o clima representa, tanto um recurso vi- sentem nesta altura problemas decorrentes das al-
com efeito de estufa, cujas emissões têm sofrido um tica em si e a principal razão para os turistas viajarem tal a ser explorado, como um importante fator limi- terações climáticas. Só que apenas cerca de metade
aumento acentuado. O CO2 (dióxido de carbono) para determinadas regiões. tante que representa riscos a serem geridos pelo setor. delas, 336, avaliam as suas vulnerabilidades.
é o principal gás negativo dos designados efeito de
estufa, consequência direta do uso de combustíveis A segurança e o conforto também são afetados pelo O estudo recente “Cidades em Risco” do Carbon As cidades terão de estar preparadas desde já para
fósseis como o carbono, o petróleo e o gás com fins estado do tempo, como é o caso de eventos extremos Disclosure Project (CDP) analisou de que forma lidar com inundações, calor extremo e secas mais
de produção energética. Uma aposta efetiva e con- (furacões, inundações ou vagas de calor), pelo que, as alterações climáticas estão já a afetar centenas de prolongadas. Para além de efeitos derivados: au-
sequente nas energias verdes deve estar, por isso, na em regra, regiões onde as catástrofes climáticas são destinos no mundo, tendo como base dados de 620 mentarão dificuldades para as populações mais vul-
agenda do dia. frequentes tornam-se incompatíveis com o turismo. cidades. neráveis, nomeadamente os riscos de doença.
Incêndios na Austrália:
impactos reais no turismo
Islândia tem um memorial ainda por apurar
para lembrar OK, um glaciar
Fogos de proporções inéditas fustigaram a Austrá-
que derreteu lia, matando pelo menos 25 pessoas e cerca de 500
A memória de Ok, um antigo glaciar, foi congelada milhões de animais, deixando 100 mil pessoas sem
na Islândia, numa placa onde se lê um alerta: “Este casa. Os especialistas atribuíram a temporada de in-
monumento serve para reconhecer que nós sabe- cêndios mais severa de sempre ao aquecimento pro-
Turismo de icebergs cresce mos o que está a acontecer e o que é preciso fazer.” vocado pelas alterações climáticas. Com efeito, 2019
foi o ano mais quente no país desde que há registo.
alimentado pelas alterações Na placa, além da data, está ainda gravado um outro Segundo dados do departamento de meteorologia
climáticas dado: 415 ppm (partes por milhão), valor recorde
dos níveis de dióxido de carbono, atingido em maio
australiano, as temperaturas no país aumentaram
1,5ºC em relação ao período pré-industrial, supe-
A abundância de icebergs que deslizam do Polo de 2019. Um número muito mais elevado do que Veneza em crise depois das rior à média do planeta, que registou um aumento
Norte para o sul gerou uma nova atração turística em qualquer outra altura nos últimos 800 mil anos. inundações: reservas de de 1º C.
no Canadá e no Alasca, estreitamente vinculada à
aceleração do aquecimento global. Em 2018, mais Mais recentemente o país também proibiu a nave- turistas não param de cair David Beirman, professor da Universidade de Tec-
de 500 mil turistas visitaram a província de Terra gação de navios cruzeiros que usem fuelóleo. Isto nologia de Sydney, especialista em riscos turísticos e
porque durante a combustão do fuelóleo, grandes Depois das cheias recorrentes no último outono e
Nova, a mesma quantidade de residentes, e contri- gestão de crises, estima que as perdas para o setor do
quantidades de fuligem são libertadas para a atmos- inverno – as piores desde que há registos - muitas
buíram para a economia local com cerca de 570 mi- turismo vão representar muitos milhões de dólares,
fera. As partículas acabam por ficar nos glaciares e marcações foram canceladas e os empresários do se-
lhões de dólares canadianos (385 milhões de euros), uma vez que os incêndios afetaram a época alta e
acelerar o derretimento do gelo. tor revelaram que, em épocas como o Carnaval, as
segundo estimativas do governo local. esvaziaram regiões turísticas inteiras.
reservas estavam anormalmente fracas.
pelas alterações
coordenada na Universidade de
Sydney, mostra que o turismo é
Em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho com 85,2 pontos, seguindo-se a
Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) apresentaram conjuntamente Suécia, a Finlândia, a França e a
um programa para implementar ações de sustentabilidade no setor de Áustria.
turismo e mitigar as mudanças climáticas.
Segundo os especialistas,
O plano da ONU e do WTTC inclui, entre outras iniciativas: identifi- “ainda é possível alcançar
cação e implementação de novas estratégias de sustentabilidade e mo-
o bem-estar humano e
delos de negócios inovadores; alinhar os esforços de desenvolvimento
erradicar a pobreza na
sustentável aos objetivos da ONU; priorizar a sustentabilidade estabe-
lecendo prazos específicos; colaborar e compartilhar dados e melhores Terra – cuja população
práticas para desenvolver a sustentabilidade, além de produzir um re- deverá atingir 8,5
latório de ação anual, que articule e mostre o movimento tangível em biliões de pessoas até
direção a uma jornada ecológica. 2030”, no entanto, isso
apenas acontecerá se
O programa também inclui o desenvolvimento e o intercâmbio de
estudos e evidências sobre como as empresas de viagens e turismo po-
“houver uma mudança
dem reduzir as emissões de dióxido de carbono e investir em medidas fundamental – e urgente –
para reduzir a poluição. no relacionamento entre
pessoas e natureza”.
A nível nacional há já destinos
em evidência em matéria de
No rumo da sustentabilidade sustentabilidade, como é o caso
dos Açores, que se tornaram no
De acordo com o ranking Global Sustainable Development Report
primeiro arquipélago do mundo
2019, elaborado por 15 especialistas indicados pelas Nações Unidas,
certificado como destino turísti-
Portugal obteve 76,4 pontos, em 100 possíveis, ascendendo ao 26o lu-
co sustentável. O processo de cer-
gar numa vasta lista de 162 países, cujo desempenho nos 17 objetivos
-tificação dos Açores contou com
de desenvolvimento sustentável foi avaliado.
a assessoria do IPDT – Turismo e
A melhor avaliação do nosso país refere-se ao ponto das energias reno- Consultoria. •
váveis e acessíveis. Este resultado foi obtido com a percentagem da po-
pulação com acesso a eletricidade, a combustíveis limpos e tecnologia
para cozinhar, quantidade de dióxido de carbono (CO2) lançado pela
queima de combustíveis ou eletricidade e a percentagem de energia
renovável utilizada no consumo de energia.
TURISMO’20_anuário de tendências
72 DESTAQUE DESTAQUE 73
Climática
porária ou estaremos a assistir a um novo
paradigma na pegada ecológica de todos?
pandemia do novo coronavírus Ambientalistas defendem CREA estima que as concentrações de dióxido de
azoto (NO2) e de partículas finas (em suspensão no
trouxe uma diminuição da "estado de emergência climática" ar tóxicas) diminuíram 37% e 10% respetivamente. A
poluição e das emissões de gases após a pandemia par disto, a qualidade no ar evitou, em abril, cerca de
609 mortes em Portugal. Numa perspetiva mais oti-
com efeito de estufa. Os ambientalistas defendem que, uma vez termi- mista, o número de mortes poderia situar-se apenas
nado o estado de alarme declarado a propósito da em 440 e, numa perspetiva pessimista, podia chegar
crise pandémica de COVID-19, o retorno à norma- a 887, segundo o mesmo estudo. A Alemanha evitou
lidade deve colocar o meio ambiente e as pessoas no 2.083 mortes prematuras, o Reino Unido 1.752, a Itá-
centro e ter em consideração os critérios de justiça lia 1.490, França 1.230 e Espanha 1.081.
social e climática. Defendem também que o retor-
no à vida quotidiana seja feito com uma drástica Quanto ao impacto na redução dos principais po-
redução nas emissões de gases com efeito de estufa, luentes do ar, em resultado das medidas de emer-
englobando a necessidade em assumir o estado de gência, Portugal surge como o país onde a redução
emergência climática e tomar medidas ambiciosas. é maior (mais de 50%), tanto no dióxido de azoto
como nas partículas finas. Espanha foi o segundo
As medidas para combater a pandemia de COVID-19 país que mais reduziu os níveis de poluição, seguida
conduziram à desaceleração da economia. Assistiu-se da Noruega e França.
É uma lista
Veneza Ho Chi Minh
redutora e há Apesar de a cidade italiana Basta um aumento de 1,5 graus
muitos mais
estar a submergir há mais de na temperatura para que o
cem anos, é desde a década de nível do mar suba até aos 3,1
destinos
90 que se têm intensificado as metros, atingindo grande parte
ocorrências, sendo as cheias dos monumentos históricos e
cada vez mais frequentes. 29% da população vietnamita.
em risco.
Grande Barreira Bangkok
de Corais Mesmo que a Terra sofra um
aquecimento de apenas 2 graus
A barreira australiana contém até 2100, 42% da capital da
um dos mais fascinantes Tailândia será submersa devido
ecossistemas do mundo, mas à subida de quase 5 metros do
também um dos mais vulnerá- nível das águas do mar.
veis ao aumento da tempera-
tura da água. Estudos indicam
que poderá desaparecer nas
próximas 4 décadas.
Amesterdão
Partes desta cidade holandesa
já estão 4 metros abaixo
Alpes do nível do mar e o futuro
não se afigura risonho. Se a
Cientistas europeus preveem temperatura subir cerca de 4
que parte do gelo dos Alpes graus, a subida do nível das
poderá desparecer até 2050 águas do mar poderá desalojar
devido ao significativo decrés- 98% da população.
cimo na média de nevões na
região nas últimas décadas.
Pólo Norte
Maldivas Os glaciares estão a
derreter a uma velocidade
Se as emissões de carbono impressionante. Acredita-se
continuarem os cientistas que, em apenas uma geração,
acreditam que, em 100 anos, desapareçam para sempre,
as 1.200 ilhas do arquipélago condenando à extinção das
terão desaparecido. espécies como o urso polar.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS:
A neve no mais alto pico da
África pode desaparecer em Miami já é comum, no entanto,
10 anos, de acordo com os se a temperatura da Terra subir
especialistas. As pessoas que 4 graus, 93% dos habitantes
DESTINOS EM RISCO
vivem na base da montanha da cidade norte-americana
vão sofrer significativamente, poderão ver-se desalojados.
já que dependem da água do
degelo para sobreviver.
best in travel
Cada vez mais digitais, os consumidores apresen- pelas DMO’s – Destination Management Organi-
tam, atualmente, novas formas de pensar e agir que zations, a páginas de operadores turísticos, agências
premeiam formas de comunicação mais dinâmicas, de viagens, blogs e redes sociais.
rápidas e 100% acessíveis.
Os conteúdos gerados pelos utilizadores tornaram-
Com efeito, também a comunicação é moldada -se, por isso, elementos de significativa importância
por novos conceitos, onde a disponibilização digi- para o marketing e tendem a ser utilizados pelas or-
tal se tornou primordial para a sustentabilidade de ganizações como forma de incluir os consumidores
qualquer negócio. Hoje, as empresas que operam nas suas iniciativas de promoção de produtos e de
fora do meio digital veem cingidas as suas áreas de destinos turísticos.
atuação a mercados de proximidade, não aprovei-
tando o potencial de escala que a internet permite Deste modo, deve ser prioritário – para todos os
alcançar. destinos – trabalhar a componente digital e asse-
gurar que as plataformas da sua responsabilidade
A presença digital representa uma grande opor- (website, app’s, redes sociais), oferecem ao poten-
tunidade para qualquer negócio. Como área alta- cial turista informação simples, apelativa, atrativa e
mente dinâmica, o turismo não é exceção. Aliás, o que estimule o desejo de viajar e comprar.
turismo tem-se revelado como um dos setores que
mais tem potenciado a digitalização dos serviços. A
revolução tecnológica permitiu, por exemplo, que
grande parte da população mundial acedesse, de-
senvolvesse e distribuísse conteúdos sem recurso a
intermediários.
A promoção online
serviço de forma presencial, praticamente tudo o
que está associado a esse usufruto – alojamento,
operação turística, agências de viagens, compa-
de destinos turísticos
nhias aéreas, empresas de animação – opera quase
na totalidade no mundo digital.
Contudo, é importante alertar que a presença digi- Nesta perspetiva torna-se evidente que, hoje em o destino atue em toda a escala da comunicação
tal de um destino e a informação que fica disponí- dia, a internet e as redes sociais são fundamentais online, potenciando maior número de referências
vel para consulta não deve ser estática. Pelo contrá- no processo de decisão de compra do turista. As- digitais, que possibilitem aos turistas sentirem-se
rio. Atualmente, o turista valoriza o facto de poder sim, os destinos turísticos devem preparar as suas apoiados durante todo o processo de viagem.
aceder à informação de forma fácil e que a mesma ferramentas de comunicação online da forma mais
seja apresentada num formato atrativo. abrangente possível, o que inclui redes, websites
oficiais, mas também novas plataformas digitais e
Ter um website ou uma blogs, entre outros.
página de Facebook não Por outro lado, as marcas têm apostado cada vez
mais na promoção dos seus produtos através de
significa, porém, que influencers (bloggers, instagrammers, youtubers),
e no turismo assiste-se ao mesmo fenómeno. A
estamos a comunicar crescente importância dos influencers no processo
de tomada de decisão não deve ser ignorado pelas
com o potencial turista. empresas e decisores da atividade turística.
O posicionamento do destino
tem sido acolhido e divulgado por 2. Presença Omnicanal
bloggers e influencers que visitam 3. A importância das
Além do website, os destinos de-
Melgaço, contribuindo em larga vem propagar a sua área de atua-
“Referências isentas”
medida para a sua promoção. ção. Estarem presentes nas redes Ter bloggers e opinion makers a re-
sociais e plataformas digitais mais ferenciar um destino é uma das
frequentadas pelos potenciais con- práticas mais valorizadas pelos
sumidores são requisitos básicos turistas. O nível de credibilidade
que os turistas procuram num e apoio que o turista sente através
destino. destes mecanismos é altamente
1. Ter um website para determinante para a decisão de
200% o turismo adaptado Por forma a evitar a dispersão da viagem.
informação transmitida nos vários
155% BRASIL a todos os dispositivos canais, aconselha-se que os desti- Uma forma de aumentar estas
Pode parecer trivial, mas esta é ain- nos prevejam um Plano Comuni- referências é promover junto da
da uma prática muito descuidada. cacional e de Marketing que possa comunidade influencer, trips que
R. UNIDO Possuir um website de fácil consul- identificar os principais mercados- apresentem o destino e a sua ofer-
50% ta, atrativo e adaptável aos diversos -alvo e as mensagens promocio- ta, criando boas experiências, mas
dispositivos de consulta é uma das nais identitárias do destino. Atuar que possam ser vividas por todos.
ESPANHA sobre uma “marca” (ex: Visit... ou Após a sua viagem os influencers
estratégias fundamentais para au-
MAIOR CRESCIMENTO ELEVADO CRESCIMENTO DESTINO DO PARQUE NACIONAL mentar a credibilidade do destino Descubra...) e definir um conjunto transmitem aos seus seguidores as
DE DORMIDAS NO EM MERCADOS-ALVO DA PENEDA-GERÊS COM MAIOR junto dos turistas. A não adaptação de hashtags são algumas das ferra- suas experiências, gerando junto
ALTO MINHO CRESCIMENTO DA ESTADA MÉDIA mentas que possibilitam aos desti- destes maior credibilidade e segu-
do website aumenta considera-
velmente a taxa de abandono do nos e aos consumidores comunica- rança para a decisão de viagem.
mesmo. rem entre si em maior escala.
os destinos municipais •
•
Página de Instagram para o turismo
Página de Twitter para o turismo
nacionais em matéria Passamos de seguida à análise dos dados obtidos
de promoção online? por variável e NUT III.
No que diz respeito à distribuição dos perfis Em todo o caso, após análise Website para o turismo vez, as regiões do Douro, Aveiro, Coimbra, Beiras
de Instagram por NUT III, verifica-se que as e Serra da Estrela e Alentejo Central são as que
regiões da A. M. Lisboa, Ave, Oeste, Cávado da presença municipal nas A proporção de municípios que têm um website apresentam menor percentagem de municípios a
e A.M. Porto são as que tendem a ter maior 3 redes sociais ao nível do próprio dedicado à promoção e divulgação turística apostarem em websites exclusivamente dedicados
é de, aproximadamente, 2 em cada 10 municípios.
número de perfis de Instagram. Em contra-
conteúdo das publicações, à promoção do turismo.
partida, as regiões do Alentejo Central (21
por cento), do Douro (42 por cento), Aveiro verifica-se que muitos
30% Outros canais de promoção turística
municípios, embora não
ALTO
(45 por cento) e Médio Tejo (46 por cento) MINHO ALTO
TÂMEGA
22%
são as que têm menos municípios com perfis 33% 25% 17%
tendo perfis sociais dedicados A proporção de municípios que possuem outros
TERRAS DE
CÁVADO TRÁS-OS- MONTES
AVE
nesta rede social. canais de promoção turística é de 32,5 por cento.
exclusivamente à comunicação 53%
36%
TÂMEGA
0% Entre esses canais elencam-se Youtube, LinkedIn,
turística, dedicam parte dos
E SOUSA DOURO
A.M.
PORTO
Pinterest e App’s de promoção turística.
Página de Twitter municipal conteúdos publicados à
VISEU
DÃO LAFÕES
REGIÃO BEIRAS
14%
promoção do turismo.
E SERRA
A nível nacional, 50,3 por cento dos municí- AVEIRO
DA ESTRELA
0% 7% ALTO20%
pios têm perfis de Twitter. No entanto, destes, MINHO ALTO
TÂMEGA
11%
43,2 por cento correspondem a contas sem 5 REGIÃO
% COIMBRA 0% 0%
CÁVADO 0% TERRAS DE
TRÁS-OS- MONTES
publicações ou desatualizadas. AVE
0 - 10
Logótipo Para promoção do turismo
REG.
9% 5%
LEIRIA
MÉDIO
23% 11 - 20 A.M.
E SOUSA DOURO
50
VISEU
% turismo, os resultados são bastante diferentes. Dos ALTO 21 - 30
REGIÃO
DÃO LAFÕES
BEIRAS
47%
7% Perfis
Atrativos 18 que desenvolveram logótipos com objetivo de
promoção turística.
18%
28% 41 - 50 5 REGIÃO
% COIMBRA
7
18%
A. M. ALENTEJO
Com logótipo 51 - 60
No que diz respeito à distribuição dos per- 0 - 10
LISBOA % CENTRAL REG.
para turismo
fis de Twitter por NUT III, verifica-se que as
LEIRIA
15% 81 - 90 0% DO TEJO
60% 31 - 40
tejo Central (7 por cento), do Médio Tejo (23 MADEIRA 36%
por cento) e Douro (26 por cento) são as que 36% 91 - 100 41 - 50
têm menos municípios com perfis nesta rede 82,1% Sem logótipo
para turismo
83%
A. M.
64% ALENTEJO
social.
ALGARVE 31% LISBOA CENTRAL 51 - 60
54% 81 - 90
para a promoção do turismo. Em contrapartida as No que respeita à distribuição geográfica, o desta- MADEIRA
regiões de Aveiro, Coimbra, Beira Baixa e Baixo que vai para a Área Metropolitana do Porto, onde 45% 91 - 100
Alentejo são as regiões que registam menor número metade dos municípios já possuem um website
dedicado à promoção do turismo. As regiões de
ALGARVE 75%
de municípios a apostarem no desenvolvimento de
logótipos para a promoção turística. Tâmega e Sousa e da Madeira surgem na segunda
posição, com 36 por cento dos municípios a terem Municípios que possuem outros canais dedicados à promoção do
websites dedicados à promoção turística. Por sua turismo, por NUT III [em 2019]
10% 0% BEIRA
BAIXA
mil seguidores).
MÉDIO
8% 11 - 20
suem perfis de Facebook dedicados à promoção do TEJO
17% TERRAS DE
CÁVADO
de publicação pouco regulares ou estão desatuali- 22% 41 - 50 AVE
TRÁS-OS- MONTES
0% 0% BAIXO
ALENTEJO 9%
DA ESTRELA
13%
e Porto (mais de 47 mil seguidores). 8% 81 - 90 11 - 20
MADEIRA 11 REGIÃO
% COIMBRA
27% 91 - 100 21 - 30
REG. No que se refere à distribuição geográfica, verifica-
ALGARVE 25%
LEIRIA
10% 0% BEIRA
BAIXA
31 - 40
-se que as regiões de Tâmega e Sousa e Cávado são
8%
MÉDIO
TEJO 41 - 50 as que têm maior percentagem de municípios que
ALTO
apostam em perfis de Instagram dedicados à pro-
Municípios que possuem perfis de Facebook dedicados à promoção do
OESTE LEZÍRIA ALENTEJO 51 - 60 moção exclusiva do turismo.
turismo, por NUT III [em 2019] 8% DO TEJO
0%
9% 61 - 70
No que concerne à distribuição geográfica, ve- Twitter para o Turismo
11%
rifica-se que as regiões de Tâmega e Sousa, Área 71 - 80
5% 0% BAIXO
ALENTEJO
Municípios que
8% possuem perfis
de. Os restantes têm periodicidades de publicação
MADEIRA de Instagram pouco regular ou estão desatualizados. A nível glo-
27% dedicados à
bal, os municípios que possuem perfis de Twitter
promoção do
turismo, por têm uma média de pouco mais de 6 mil seguidores.
ALGARVE 19% NUT III
Neste aspeto particular, destaque para o perfil do
[em 2019]
município de Lisboa (mais de 74 mil seguidores).
ainda assim longe dos números desejáveis, sendo a Em termos absolutos, e de acordo com
ALTO
MINHO
10%
ALTO
utilização do Twitter muito residual. dados do INE, as regiões que regista- 12%
11% ram mais hóspedes em 2018 foram a ALTO MINHO
CÁVADO
17% 0%
TÂMEGA
17% TERRAS DE
TRÁS-OS- MONTES
Em cima destes dados, quisemos compreender A.M. Lisboa (7,5 milhões), Algarve (4,7
ALTO
TÂMEGA
6%
AVE
qual a evolução do desempenho do setor do turis- milhões) e a A.M. Porto (3,3 milhões). 9% 11% TERRAS DE
12%
18%
TÂMEGA
0% mo nas regiões elencadas. Os números disponibili- CÁVADO
AVE
6% TRÁS-OS- MONTES
12%
MÉDIO
TEJO 41 - 50 6% a 10%
ALTO que registou maior crescimento de hóspedes ao
OESTE
0%
LEZÍRIA
DO TEJO
ALENTEJO
0%
51 - 60 longo de 2018. Curiosamente, esta é também a re- 11% a 15%
4% REGIÃO DE
COIMBRA
0% 61 - 70
gião com alguns dos melhores resultados a nível 16% a 20%
nacional relativamente à aposta em promoção tu-
6% 71 - 80 rística nas redes sociais:
REG.
A. M.
LISBOA 0 ALENTEJO
% CENTRAL
1%
LEIRIA BEIRA
BAIXA 4%
81 - 90
47% dos municípios desenvolveram logótipo -11%
ALENTEJO
LITORAL 91 - 100 para promoção do turismo; MÉDIO
TEJO
AÇORES
0% 0% BAIXO
ALENTEJO 36% dos municípios têm perfil de Facebook;
OESTE
ALTO
ALENTEJO
0% LEZÍRIA
MADEIRA 36% dos municípios têm perfil de Instagram; 7% DO TEJO
10%
9%
18% dos municípios têm perfil de Twitter;
-3%
6%
ALGARVE
-se que as regiões de Tâmega e Sousa, Alto Tâmega tável em 2018. Em termos de aposta em promoção
turística nas redes sociais, os dados apurados são os
7% BAIXO
e Cávado são as que têm maior percentagem de ALENTEJO
municípios que apostaram em perfis de Twitter de- seguintes:
dicados à promoção exclusiva do turismo. MADEIRA
5%
23% d os
municípios desenvolveram logótipo
-1%
Após análise da presença municipal nas 3 redes para promoção do turismo;
sociais, ao nível do conteúdo das publicações com
vista à promoção do turismo, verifica-se que a per- 8% dos municípios têm perfil de Facebook;
centagem de municípios que aposta neste tipo de
0% d os municípios têm perfil de Instagram;
ALGARVE 5%
comunicação ainda é baixa. O Facebook acaba por
Hóspedes nos estabelecimentos nacionais,
ser a rede social onde mais municípios apostam, Nenhum dos municípios têm perfil de Twitter; por NUT III [variação 2017-2018]
28% d os municípios têm 31% dos municípios têm 53% dos municípios têm Com uma paisagem de rara beleza, onde o verde é
recortado pelas linhas de água do rio Vouga e seus
forno e o cabrito, assim como a doçaria regional, onde
o mirtilo e a laranja prevalecem, fazem as delícias de
website exclusivo website exclusivo website exclusivo afluentes, bem como quedas de água, convidando à quem saboreia, mantendo-se viva a tradição dos sabo-
dedicado à promoção dedicado à promoção dedicado à promoção aventura e ao descanso, os turistas sentem-se atraídos res e saberes genuínos como o artesanato que atraves-
turística; turística; turística; por Sever do Vouga. sam gerações.
Sever do Vouga tem uma localização privilegiada, pró- A oferta anual de eventos, faz Sever do Vouga aconte-
22% d os municípios 25% dos municípios 35% dos municípios ximo de cidades como Aveiro, Coimbra, Porto e Viseu e cer em diferentes vertentes. É exemplo disso a Rota da
têm perfil de Facebook; têm perfil de Facebook; conta com uma área de 130Km2 atravessada pelo rio Lampreia e da Vitela, o Ralicross de Sever do Vouga,
têm perfil de Facebook; Vouga. Possui cerca de 70% de mancha florestal, com com provas pontuáveis para o campeonato nacional, a
monumentos e estações arqueológicas que confirmam Feira Quinhentista/Foral, o Festival de Cinema “Paisa-
11% d os municípios 19% dos municípios 29% dos municípios a passagem de povos pré-históricos. Já os pelourinhos, gens”, em maio, a Feira Nacional do Mirtilo e Festim, a
têm perfil de Instagram; têm perfil de Instagram; têm perfil de Instagram; moinhos de água, eiras comunitárias e espigueiros, são FicaVouga, o Festival Internacional Guitarras Mágicas e
outros exemplos do seu património histórico. a Rota do Cabrito, que neste momento que atravessa-
mos ficam a aguardar por novas programações.
6% d os municípios 6% d os municípios 12% dos municípios Os turistas podem visitar as Cascatas da Cabreia e da
têm perfil de Twitter; têm perfil de Twitter; Frágua da Pena ou Fílveda, os rios Lordelo e Gresso, as Sever do Vouga foi considerado como um dos “melhores
têm perfil de Twitter; aldeias, com destaque para a Aldeia dos Amiais e a sua municípios para viver” pelo trabalho relativo ao turismo
Eira Comunitária, o Morro do Castêlo, rio Vouga e a Ponte sustentável, especialmente através do projeto “Feira
do Poço de S. Tiago, o ex-líbris do concelho. Nacional do Mirtilo”. Ao criar-se uma dinâmica que me-
lhorou a economia local e a criação da marca “Capital
A riqueza paisagística projeta-se ainda em outros pon-
do Mirtilo”, contribuiu-se de forma decisiva para a proje-
Os municípios Notas Finais tos de interesse turístico, como a Praia Fluvial Quinta
ção turística do concelho que se tem vindo a consolidar
do Barco, Os Passadiços do Gresso, o Parque do Areei-
com maior número Esta análise não permite estabelecer uma relação de causa e efeito entre a ro, o rio Alfusqueiro, as Pedras Talhadas e a Ecopista
como destino turístico de eleição dentro do território
“Montanhas Mágicas®” e da “Ria de Aveiro.
de hóspedes já aposta em promoção nas redes sociais e um incremento efetivo de hóspe-
do Vouga que atravessa todo o concelho de Sever do
Vouga. O Parque Urbano da Vila é também um ícone de
comunicam de forma des nas regiões, uma vez que incide numa análise por NUT III. referência paisagística, potenciado pelo Parque Geriá-
trico, pela Biblioteca e pelo Museu Municipal.
assídua e eficaz na No entanto, se considerarmos a escala municipal, constatamos que os mu-
As áreas verdes do desativado Complexo Mineiro do
vertente digital. nicípios com maior número de hóspedes já comunicam de forma assídua Braçal e da Malhada, são o cenário ideal para a prática
e eficaz na vertente digital (ex. VisitLisboa, VisitPorto e VisitAlbufeira). dos desportos de natureza e de observação, associado
a uma rede de percursos pedestres. Os desportos de
Ainda à escala municipal, verifica-se que alguns dos municípios que mais natureza também têm um palco privilegiado para di-
cresceram a nível de hóspedes em 2018, também já apostam na comu- ferentes atividades no rio Vouga, que oferece, ainda,
nicação digital, nomeadamente via redes sociais. Exemplos disso são os um dos produtos gastronómicos mais emblemáticos, a
lampreia, a qual, a par da vitela assada com arroz do
municípios de Melgaço (+32 por cento), Viseu (+19 por cento) e Maia
(+18 por cento).
TURISMO’20_anuário de tendências
96 TENDÊNCIAS TENDÊNCIAS 97
Vietname
viajantes e residentes
criativas e em plena interação com as comunida-
tradicional, acabam por se tornar os sítios mais pro-
des locais do espaço visitado.
curados pela autenticidade que mantêm e pelas ex-
periências genuínas e diferentes que possibilitam. Neste tipo de oferta turística existe uma interação
potencial criativo através da participação ativa se limita a recursos tangíveis, Estas experiências podem, ainda, promover a distri-
em cursos e experiências de aprendizagem, como museus, belezas naturais e buição geográfica, com a inclusão de áreas diferentes
das convencionais nos roteiros turísticos, promo-
monumentos, valorizando coisas
que são caraterísticas do destino de férias intangíveis, como estilo de vida,
vendo a melhor distribuição do fluxo de visitantes
durante o ano em lugares onde os turistas se con-
para onde são levados. identidade, narrativas, atmosfera
centram em determinada época. O investimento em
atrações intangíveis ajuda a evitar a sazonalidade, que
e a conexão entre pessoas. é um problema em muitos destinos.
Rede de Cidades
1.
pios portugueses. A adesão à Rede
A UNESCO Creative Cities Network – UCCN foi de Cidades Criativas da UNESCO
E se falar sobre
De facto, há alguns anos os projetos eram planeados
ao longo de uma década e agora devem ser imple-
mentados em poucos meses, alguns casos semanas,
sob pena de não estarem alinhados com a realidade.
turismo criativo
O setor do turismo em geral, e o turismo criativo em
particular, não foram poupados às mudanças pro-
vocadas pelas “revoluções” que surgiram no sistema
capitalista nos últimos anos. O modelo monográfico
e “fordista” do turismo está a ser gradualmente subs-
significasse não
tituído por uma (re)organização satélite, refletindo o
surgimento de economias como a economia da ex-
periência, a economia criativa, a economia circular
ou economia de partilha. Cada um deles contribui,
turismo…
suas necessidades, entre as mais diversas e específicas.
Cusco, Peru
102 TENDÊNCIAS
O artesão terá, portanto, que considerar restrições institucional, e ajudará a criar vínculos entre residen-
conceptuais, espaciais e temporais, e pensar num for- tes e visitantes, mesmo antes da estadia, tornando os
mato, pedagogia e narrativa que vão ao encontro das habitantes locais em embaixadores diretos do destino.
exigências desses novos turistas.
Loulé (Algarve) e Barcelos (Porto e Norte) são dois
A tarefa não é fácil, sobretudo porque o setor turís- modelos de desenvolvimento do turismo criativo à
tico-criativo ao qual se destinam ainda é vago. É por escala global. Os dois municípios portugueses não só
isso que a maioria desses “criadores de sonhos” re- foram capazes de identificar os recursos culturais e
cebe formação, que os ajuda a converter o seu talento criativos que os ajudariam a diferenciar-se e aumen-
artístico num negócio turístico. tar a atratividade, como também criaram uma cadeia
de valor que beneficia as populações locais, garan-
Esse desafio constitui uma oportunidade, graças à tindo o desenvolvimento do turismo sustentável.
qual podem diversificar as suas atividades, ofere-
cendo oficinas, especialmente fora de época, e for- Em ambos os casos, o turismo criativo ajudou a cana-
mação a vários níveis do desenvolvimento de expe- lizar e estimular uma estratégia de desenvolvimento
riências turística, do marketing, do atendimento aos baseada no património imaterial, artesanato e indús-
turistas, idiomas, entre outros. trias criativas. A co-criação de experiências por parte
dos habitantes locais tornou possível recuperar tradi-
ções enquanto atraía o turismo fora de temporada,
À escala do destino, todo
mas também criar centros de design, que se tornaram
o território beneficia do verdadeiros polos de talento a nível internacional. A
desenvolvimento de competências influência dessas duas cidades foi, portanto, alimen-
ao nível dos recursos humanos, tada pela criatividade - um recurso tão sustentável -
ao usar o turismo (criativo) como uma ponte entre
através da participação das tradições e modernidade, entre residentes e turistas.
comunidades locais em seminários.
Outros destinos, membros da Creative Tourism
O desenho de experiências criativas Network®, também contam com o turismo cria-
desde o início, ou seja, um exercício tivo para atender à crescente procura de viajantes
de co-criação entre atores locais que querem experiências únicas e relações humanas,
de vários setores, também permite como também para oferecer soluções face a eventos
externos negativos frequentemente ligados ao tu-
criar sinergias, mas acima de tudo, rismo, como a sazonalidade, a perda de identidade,
recuperar a identidade e o ADN o folclore da oferta, a exclusão, só para citar alguns.
do lugar, de acordo com a visão Assim, pese embora as disparidades entre si, desti-
dos próprios habitantes. nos como Loulé, Barcelos, Medellín, Ibiza, Toscana,
Recife, Biot ou Ilhas Magdalen, veem o turismo
Daqui surgem também algumas oportunidades. criativo como o canivete suíço que oferece soluções
Desde já consciencializar as populações sobre o pa- adaptadas a esse novo turismo e paradigma social, e
trimónio e as tradições locais, mas também envolvê- não hesitam em colocar a criatividade no centro das
-las ativamente na criação de uma narrativa comum suas estratégias de desenvolvimento. •
para o destino que não seja formatada e com a qual
se sintam identificados.
TURISMO’20_anuário de tendências
104 TENDÊNCIAS TENDÊNCIAS 105
Bruno, um estudante finalista da licenciatura em turis- M: O professor referiu que muitas empresas po-
mo, está a fazer um estágio numa unidade hoteleira dem falir. A verdade é que, na minha unidade
gerida por Mafalda. Embora Mafalda já possua al- hoteleira, já estamos em modo sobrevivência. A
guma experiência profissional, os dois estão abala- nossa prioridade é aguentar este período em que
dos com a situação criada pela COVID-19. Perante continuamos a suportar as despesas mesmo sem
a situação, ambos procuram ligar para um docente existir faturação. E, ainda que possamos recorrer
e investigador na área do turismo com o objetivo de aos sistemas de apoio do Estado, parece-me que
falar e esclarecer o tema. será difícil aguentar.
O TURISMO
para as empresas (algumas enfrentam já a dura o prenúncio de uma nova ordem, significa que
realidade e possibilidade de falir) e para os orça- uma janela de oportunidade se abre para repen-
mentos dos Estados com um aumento considerá- sar a indústria do turismo e reconstruí-la a partir
vel da despesa e da dívida pública. de uma nova visão mais alinhada com os grandes
desafios da humanidade. Espera-se que a resiliên-
SOBREVIVERÁ, MAS
Perante este contexto, o turismo ficou cia do turismo se torne novamente evidente, bem
no limbo, o que parece inédito. O setor como um novo comportamento por parte dos
já enfrentou outras crises, nomeadamente governos, turistas e operadores do setor.
a crise financeira de 2008, mas sempre
M: Na minha opinião, após o momento crítico de
P: Eu diria que num mundo tão volátil, a capaci- • Cada problema possui o seu contexto particu-
dade de aprendizagem é a única fonte de van-
tagem competitiva sustentável (com a sua con-
sequente tradução em termos de flexibilidade
e agilidade na resposta). Embora não saibamos
lar que deve ser tido em consideração quando
procuramos as soluções. É fundamental acei-
tar o problema com a sua própria complexi-
dade, o que requer estudá-lo e trabalhá-lo me-
MADEIRA
de outra mra.
quanto tempo durará a pandemia, existem algu- diante o seu contexto específico. A tendência
mas lições que já podemos considerar: para aplicar a mesma receita a todos os desti- Nós não fomos feitos para ficar no interior.
É contra-natura.
nos deve ser colocada em quarentena. Nós somos exploradores.
A importância dos sinais de deteção Nós precisamos do exterior.
• Em momentos críticos, a empresa deve com-
precoce de fenómenos com um nível Nós precisamos da natureza.
portar-se, mais do que nunca, como um bom Mas também precisamos uns dos outros.
de impacto elevado nos fluxos turísticos cidadão corporativo, ajudando os seus funcio- Por isso, por favor, fique em casa.
e com um nível de urgência de resposta. nários, clientes, fornecedores e a comunidade Isto não significa que tenhamos de parar de sonhar.
Por outras palavras, a transcendência da qual faz parte. É uma questão de solida- Devemos sonhar mais do que nunca.
de uma cultura proativa que incentive riedade, mas também de reputação, credibili- Sonhar com os caminhos que tencionamos fazer.
Com as emoções que ambicionamos sentir, e todas
uma análise aprofundada dos sinais dade da marca e construção de organizações
as experiências que queremos ter.
e o desenvolvimento de protocolos baseadas em valores que fortalecem o vínculo
com os stakeholders. Por agora, ficamos em casa. Entretanto sonhamos
de prevenção e planos de contingência online
que permitam reagir rapidamente. C
B: Desculpe interrompê-lo, mas nos nossos planos disponibilizado algumas unidades hoteleiras Y
de estudos não existe qualquer disciplina rela- para, em caso de necessidade, acolher doentes du-
tiva à gestão de crises. Acredita que esta é uma
CM
O Turismo:
de ação. Porém, o que tenho vindo a ler e a ouvir decisivas e que vão influenciar as decisões polí-
por parte dos responsáveis da gestão dos destinos ticas. Ao combinarmos estes fatores, tendo em
turísticos resume-se ao adiamento de eventos e à conta as suas intensidades, podemos projetar vá-
procura de maior orçamento para a promoção rios cenários em função das informações dispo-
Do Fracasso
dos destinos/marcas turísticas. Ou seja, pouco se níveis e da evolução da doença. Mas há que con-
fala de outras ações. Não acha que esta é uma vi- siderar que a recuperação da confiança será um
são demasiado curta? fator-chave, pois será a grande prioridade para os
destinos e empresas.
P: N
ão obstante da importância da promoção, a es-
tratégia deve focar-se também na reconfiguração M: Alguns gestores do setor pensam que em pouco
ao Sucesso?
da oferta mediante a nova realidade social que tempo os turistas vão esquecer esta situação e que
resultou da COVID-19. Note bem que o maior tudo voltará aos padrões habituais. Concorda?
inimigo do negócio é a incerteza. Isto porque,
perante a incerteza é fácil existir confusão o que P: No meu entendimento, se governos e pessoas
nos pode conduzir a dois caminhos: o da inércia mudarem a sua relação com o turismo, as em-
(em que estamos sem saber o que fazer e não ino- presas e destinos vão ser forçados a mudar as suas
vamos) ou o da criatividade (como um método estratégias. Mesmo na própria cadeia de distri-
Peter Tarlow
para encontrar novas formas de atuarmos e de buição turística podem surgir novos equilíbrios.
Presidente das Empressas Tourism & More e SaferTourism
nos posicionarmos para responder aos atuais e Tendo em conta as características desta crise, pa- Chefe da segurança para o African Tourism Board
novos desafios). Estamos num tempo que exige rece ser mais plausível pensar em mudanças es-
criatividade, flexibilidade e agilidade extremas. truturais do que conjunturais. No entanto, com
uma perspetiva mais visionária, o novo modelo
B: N
as suas aulas, o professor dizia que o método que virá não será baseado apenas nos resultados
dos cenários é uma ferramenta eficaz para lidar dos efeitos desta pandemia, mas também na re-
com a incerteza. volução tecnológica que está a avançar a passos
largos. E aqui abrimos outra discussão: será que
P: S
im, é extremamente relevante para avaliarmos os esta "guerra" vai deixar as empresas e os governos
possíveis cenários do pós-coronavírus. com músculo financeiro suficiente para realizar
M: E consegue antecipar-nos esses cenários? os investimentos necessários? Ou a pressão com-
petitiva vem acelerá-los? O fator tecnológico fará
P: Numa primeira reflexão, parece que são dois os uma grande diferença nos produtos e serviços
fatores externos que podem condicionar os ce- turísticos. Bruno, podes também pensar numa
nários pós-coronavírus. Por um lado, temos a formação complementar neste tema.
"Política Governamental", isto é, a forma como
os governos vão reagir ao movimento de pessoas B: Sim, estou convicto que as tecnologias são funda-
(Espaço Schengen, política de vistos, passaportes mentais para alavancar os esforços e as ações que
sanitários, entre outros). Por outro lado, temos respondem aos grandes desafios desta pandemia.
o “Comportamento do Turista” em que devem A Inteligência artificial passará, cada vez mais, a es-
ser considerados fatores como o novo comporta- tar integrada nos negócios e no nosso quotidiano
mento dos turistas e os riscos de viajar, isto por- e criará oportunidades. Para já, esta crise pandé-
que, os turistas podem tornar-se mais cautelosos mica veio também demonstrar a importância dos
e sensíveis aos aspetos que se relacionem com a sistemas de saúde na sociedade.
segurança e a saúde pública. Deve-se considerar P: Verdade! E teremos que distinguir entre a fase pré-
ainda que a duração do confinamento e do dis- -vacina e fase pós-vacina para perceber quais os reais
tanciamento físico, bem como o custo em vidas impactos da COVID-19 no turismo. Deixo este
humanas e o impacto económico, serão questões tema para a nossa próxima conversa, que dizem? •
Durante a crise provocada pelo vírus H1N1, que a indústria da aviação obrigada a parar e milhares
de pessoas desempregadas. Mas, neste campo não
Neste momento estamos perante um cenário in-
certo. Para já não é possível, nem sensato, prever
ocorreu em 2009, previu-se que o mundo, inclusive se pode culpar os profissionais do turismo, pois
como refere Thomas Paine “These are the times that
com precisão quantos negócios vão deixar de exis-
tir, quais serão os números reais do impacto no em-
o setor do turismo, não estava preparado para try men’s souls” (Estes são tempos que testam a alma prego, quando o mundo e as sociedades vão voltar à
de cada um). normalidade ou quando as economias vão retomar.
enfrentar uma doença à escala global.
Atualmente vemos cidades-fantasma vazias de pes- De notar que o turismo não pode estar
soas. Os destinos já não estão a rebentar de turis- em hibernação de forma prolongada.
Na verdade, nos últimos anos, sucederam-se os avisos para a possibilidade tas. E parece adequado relembrar a frase célebre do É fundamental que se comece a projetar
de aparecer uma nova pandemia com impactos económicos e sociais Livro das Lamentações: os modelos de retoma dos negócios e uma
devastadores, com vários críticos a publicarem artigos de reflexão sobre o tema. nova forma de pensar e exercer as atividades
Não obstante a preocupação com os efeitos de uma nova crise pandémica, Eichah yashvah ha’ir turísticas. Debaixo das lentes da análise
ao turismo na história moderna podemos
existia já um alerta específico dirigido à indústria do turismo. Uma vez que turismo,
e em particular o de lazer, depende diretamente de uma economia forte badad rabati am…/que encontrar quatro grandes tendências:
e sustentada, alertava-se para o facto de que “quando as economias mundiais
“espirram”, o turismo adoece de “pneumonia””.
solitária fica a cidade, 1 O turismo de luxo e de nichos que marcou o
uma vez cheia de gente setor até à Segunda Guerra Mundial. Esta forma
de turismo dirigia-se essencialmente à classe
social alta e adaptava o serviço/produtos/destinos
(Sefer Eicha 1:1)
E, em 2020, o setor assistiu e sofreu as consequências que as previsões às necessidades do segmento, com um padrão de
apontavam. para evidenciar que as culpas não podem ser atri- qualidade premium.
buídas a ninguém, nem aos governos, nem aos pro-
Há cerca de quatro meses debatiam-se os impactos do overtourism que fissionais do setor do turismo que se veem também 2 turismo de classe média que emergiu após a
O
estavam a causar a saturação de certos destinos que se viam desvirtua- a braços dados com a imprevisibilidade. Segunda Guerra Mundial e persistiu até ao final
dos do seu património cultural resultante do enorme fluxo de turistas. da primeira década do Século XXI. Esta atividade
Em fevereiro, o novo coronavírus alterou o padrão a que estávamos focava sobretudo as famílias e apresentava
habituados, impondo uma nova organização mundial e a necessidade serviços que contemplavam uma estada em
de sobrevivência de muitos negócios, sobretudo do turismo. Exemplo hotéis de qualidade a preços moderados, bem
disso, foram os números divulgados pelo World Travel and Tourism como um ajuste nos preços praticados pelas
Council (WTTC) que não deixaram dúvidas: “Prevê-se que o setor do companhias aéreas. Nesta fase, assistia-se à
turismo irá perder cerca de 100 milhões de postos de trabalho devido procura por parques de atrações, como por
à pandemia de COVID-19”. Estes indicadores revelam o aumento do exemplo a Disneylândia, em Paris, e de férias em
desemprego no setor durante o mês de abril e a severidade que esta cruzeiros a preços equilibrados.
crise representa.
A sanitária ou a
mento do futuro, então assistiremos a um novo
paradigma do turismo. Até lá, é fundamental traba-
Turismo
Foi o suficiente para se levantarem algumas vozes mica que congrega uma “constelação” de setores -
contra o alegado peso excessivo do Turismo na eco- para citar a feliz expressão do saudoso Prof. Ernâni
nomia nacional. Alguns exemplos: Lopes – de que se destacam a hotelaria e o aloja-
mento em geral, a restauração, os transportes aéreos,
a mais ou
Catarina Martins, líder do BE, questionada pelo marítimos e rodoviários, as agências de viagens, os
jornal Expresso (10/4) sobre “quando deve ser operadores turísticos, a animação turística, os cam-
lançada a estratégia de retoma da economia pos de golfe, o rent-a-car, os casinos, os organizado-
portuguesa”, responde que “A próxima fase vai res de eventos e congressos, entre outras.
exigir muito investimento público e uma es-
Para quantificar o contributo
Economia
tratégia que não passe por o turismo ter este
peso no PIB.” desta miríade de setores na
Economia, a Organização Mundial
Luís Todo Bom, em artigo publicado no Jornal do Turismo (OMT) concebeu
a menos?
de Negócios (6/4), intitulado “Uma economia
uma ferramenta metodológica – a
baseada no turismo?”, refere que “O turismo em
Portugal já representa 12% a 15% do PIB (…) Conta Satélite do Turismo (CST) –
em atividades de baixo valor acrescentado (…) que permite aferir a importância
A continuação do seu crescimento, baseado no desta atividade nos principais
mesmo modelo de valor acrescentado, típico
dos países subdesenvolvidos, representa um
agregados macroeconómicos
Carlos Costa risco acrescido.”. E conclui dizendo que “Uma de cada país. Em Portugal, os
Economista, Administrador economia excessivamente dependente do tu- dados da CST são produzidos
Grupo NAU Hotels & Resorts
rismo tem um risco inaceitável.”.
e divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE).
José Reis, professor da Universidade de Coimbra,
A pandemia de COVID-19 gerou um surto em artigo publicado no jornal Público (11/4), a
Consultando os dados mais recentes da Conta Satélite
propósito da economia portuguesa fala em “ex-
sanitário e uma crise económica sem posição desmedida ao turismo”, atividade que do Turismo (ver quadro) facilmente se conclui que:
precedentes à escala planetária. Em Portugal, representa “18% do PIB” e “cuja promoção foi
• O
Valor Acrescentado Bruto gerado
o Turismo é, de longe, a atividade mais afetada. tão insensata”.
diretamente pelo Turismo representa 8% do VAB
Sem mercado interno, com os portugueses da Economia Nacional (dados de 2018), tendo
confinados em casa, e sem os habituais fluxos Diga-se, em abono da verdade, que estes comentá- duplicado o seu peso numa década;
rios não são novos. Integram-se numa corrente de
turísticos internacionais, com o transporte opinião que vem diabolizando a atividade turística, • O
Emprego nas atividades caraterísticas
aéreo em lockdown e os aviões em terra, a com o argumento de que Portugal tem Turismo e do Turismo corresponde a 9% do total
do emprego nacional e as Remunerações
atividade turística viu interrompida a cadeia turistas a mais. Independentemente da opinião que
a 8,3% (dados de 2017).
possamos ter, esta tese da “turistificação” assenta
de abastecimento e entrou em hibernação. num postulado que carece, desde logo, de demons- Agregados 2008 2016 2017 2018
tração: o de que em Portugal a atividade do Turismo
VAB 4,1% 6,9% 7,7% 8%
Declarado o Estado de Emergência e com a economia parcialmente assume um peso excessivo na economia.
fechada, Portugal vê-se arrastado para a recessão, com uma contração Emprego 8,3% 8,6% 9,0% nd
esperada de -8% do PIB no final de 2020. Mas qual é, afinal, o real contributo do Turismo Remunerações — 4,1% 4,1% nd
para a Economia Portuguesa? Importa começar por
esclarecer que o Turismo é uma atividade econó- Fonte: Conta Satélite do Turismo (INE)
Sejamos claros:
em Portugal não há
Turismo a mais na
Economia, nem excesso
de turistas.
A comprová-lo está o facto de a capacidade de carga
Sendo diretamente responsável por 8% do PIB (que estar longe do esgotamento. Há é Economia a me-
é o somatório dos VAB setoriais) e 9% do Emprego, nos. E sem Turismo, ou com menos atividade turís-
infere-se que o Turismo é efetivamente uma ativi- tica, a equação económica não se resolve, agrava-se.
dade importante e em expansão na economia na- O próprio Primeiro-ministro o confirma: “Há pou-
cional, sendo mesmo estratégica em alguns destinos cos meses discutia-se se não tínhamos um excesso
– como são os casos do Algarve, da Madeira ou da ci- de turistas, receio que agora vamos chorar muito a
dade de Lisboa. Mas está longe de assumir um peso falta de turistas.” (Expresso, 18/4).
excessivo, contrariando a narrativa daqueles que
apregoam estar Portugal refém do Turismo, como A prosperidade registada em Portugal no quin-
se estivéssemos numa economia de monoprodução. quénio 2015-2019 deve-se, em grande medida, ao
êxito da atividade turística, traduzida na geração
Mas, então, como explicar as percentagens de 12%, de riqueza, na criação de postos de trabalho e no
15% e até 18% (!) invocadas por vários articulis- aumento das exportações. Insensato seria não tirar
tas? Há de tudo, desde quem confunda o peso do partido deste ciclo de crescimento nem das vanta-
Turismo no PIB com o contributo da atividade gens competitivas que o Turismo oferece, com base
para o total de exportações nacionais, a quem, cer- nos recursos naturais do nosso país. Tomara que a
tamente por desconhecimento dos conceitos de Economia tivesse beneficiado de desempenhos si-
Contabilidade Nacional, não distinga “procura tu- milares em setores como a agricultura, as pescas, a
rística” de “valor acrescentado bruto”. fileira florestal, as indústrias transformadoras e ex-
trativas e mesmo os serviços. Estaríamos todos bem
O resultado do equívoco é conhecido: políticos,
melhor. Se não estamos, a culpa não foi nem é do
académicos, quadros da administração pública do
Turismo.
turismo, dirigentes associativos, jornalistas e pro-
fissionais de turismo assumiram como boa esta in- Terminamos com um apelo aos
formação e interiorizaram que o turismo tem um
peso na Economia muito acima do seu real valor. portugueses para que façam férias
E, como diria Goebbels, “uma mentira repetida mil em 2020, mas “vão para fora,
vezes torna-se verdade”… cá dentro”. •
TURISMO’20_anuário de tendências TURISMO’20_anuário de tendências
120 Caderno especial Caderno especial 121
de COVID-19
bastante inferior à registada durante a crise finan-
janeiro de 2020 que ceira de 2008/2009.
• A
tecnologia fará parte do quotidiano de todos
e terá impacto nas atividades de marketing das
empresas do turismo e até mesmo na reserva
A recuperação dos destinos
será desigual VOLTAR À APROVEITAR
direta de viagens.
Assistimos diariamente ao surgimento de novos e NORMALIDADE? O MOMENTO
COMO FAZER DA CRISE
• E
xistirá uma captação das reservas que ficaram distintos fatores que influenciam o desenvolvimen-
em aberto na expectativa da retoma após a pan- É necessário desenvolver um novo modelo de turis-
to da pandemia. O rigor e o tempo das medidas de
demia. Não obstante será necessário adaptar o mo que será impulsionado pelas vantagens do refi-
propósito e os requisitos da viagem.
contingência, a capacidade dos sistemas de saúde
de cada país, o clima e outros fatores vão determi-
nar diferentes espaços temporais de recuperação
UMA OPORTUNIDADE namento do marketing e a comunicação aliadas à
capacitação dos recursos humanos e competências
• A
natureza provavelmente será um dos pontos das empresas. Este posicionamento será a base para
dos destinos turísticos. Durante uma crise há sempre uma oportunidade
mais atrativos para os viajantes pós COVID-19. rever e atualizar o portefólio de produtos que será
de melhoria dos processos e da própria organização
Os destinos, as marcas e os operadores devem No pós-crise há um regresso natural às viagens e ao inevitavelmente diferente no futuro.
da sociedade. Como podemos transformar a crise
adaptar-se a essa realidade para poderem pros- turismo, mas com um sentimento maior de preo- numa oportunidade? Este é o momento ideal para
perar. cupação com a segurança (principalmente em ter- refletir, na esperança de construir um futuro me- Estas ações vão sustentar
• Os dados e as fontes de informação vão permi-
mos de saúde). lhor quando a pandemia terminar.
a implementação de uma
tir uma maior e melhor adaptação aos novos pa-
Trata-se, sobretudo, de adotar uma abordagem dife- nova visão e modelo de
drões de consumo. Portugal e não o Norte de África rente à prospeção de cenários negativos e melhorar
o próprio negócio no sentido de se estabelecerem crescimento pós crise assente
Nos últimos anos a retoma dos países do Norte de
Para viajar será necessário mais África têm diminuído o crescimento do turismo,
novas metas a serem alcançadas. O coronavírus numa forma de Turismo
pode ser visto como uma oportunidade para:
do que um simples documento sobretudo no Algarve. As razões de segurança (que Positivo – mais sustentável,
Portugal oferece como fator diferenciador) e a pro- • Agir em prol de um bem comum
A entrada de turistas será mais controlada, com en- cura por destinos de sol e mar podem alavancar o autêntico e inclusivo. A
foque no país de residência do viajante. A não ser
que o viajante possua um certificado de imunidade
turismo em Portugal. • A
postar na proteção e no reforço dos recursos antecipação e o planeamento
económicos, materiais e humanos alocados à
ou a toma de uma vacina, o fluxo de viagens não
saúde pública. Os sistemas de saúde pública são
vão permitir um modelo de
Os seguros de viagem vão assistir
será tão facilitado como anteriormente, exigindo-se
o principal escudo contra uma pandemia. crescimento seletivo.
agora outras medidas de controlo. Esta mudança
poderá significar maior burocracia.
a uma nova realidade
• R
epensar o modelo de turismo que queremos
A procura por novas modalidades de seguros vai
para o futuro. A crise do coronavírus provou que
disparar, o que obrigará também a uma adaptação
As viagens serão feitas por das agências a esta nova realidade.
as mudanças climáticas são reais e veio demons-
trar a importância da nossa posição perante este
estações assunto. Nem sempre é fácil transformar uma
O Imperial College London acredita que os deciso-
Carvoeiro, Algarve
crise numa oportunidade, especialmente quan-
res políticos, perante o surgimento de novos picos do existem áreas cinzentas que nos impedem de
da doença, vão ativar e desativar sistemas de blo- identificar aspetos positivos numa situação de
queio e regras de confinamento de forma a equili- larga escala. Mas assim que a crise acabar, o de-
brar os sistemas de saúde. Isto traz a questão para safio será aplicar as lições aprendidas e trabalhar
outro patamar: muito provavelmente existirão jane- para um futuro melhor.
las de oportunidade de viagem que vão durar apenas
algumas semanas. Segundo o mesmo estudo, o setor
da aviação também sofrerá algumas restrições, no-
meadamente, número limitado de passageiros e au-
mento dos preços mediante os assentos nos aviões.
• Apoiar a liquidez das empresas O mundo reagiu ao coronavírus O setor do turismo está a ser um dos mais afetados. Mas estamos certos
• R
ever os impostos, taxas e regulamentos que têm impacto no com mensagens de esperança. As de que, tal como em 2009, será o motor de crescimento da maioria das
setor dos transportes e turismo marcas turísticas aproveitaram o economias mundiais (exemplo disso é o caso português).
momento para promover o seu
• Garantir a proteção e a confiança do consumidor destino e intensificar a comuni- O confinamento vai aumentar o desejo de viver, experimentar, co-
cação com os visitantes com o nhecer e explorar. Quando todas as condições de segurança e saúde
• P
romover o desenvolvimento de novos empregos e skills,
objetivo de moldar a oferta a um pública estiverem novamente garantidas haverá um novo crescimento
particularmente relacionadas com a digitalização
futuro que se espera próximo. A turístico.
• Incluir o turismo nos planos económicos de emergência, mensagem principal parece ser
a nível regional e nacional Perante um cenário destes a melhor resposta assenta na definição e
unânime: sensibilizar para a im-
implementação de um modelo de crescimento seletivo com base num
• Criar mecanismos e estratégias de gestão de crises portância da salvaguarda no mo-
Turismo Positivo, em que os destinos se apresentem mais autênticos,
mento atual, na certeza de que
• Fornecer estímulo financeiro ao investimento turístico mais solidários e mais sustentáveis.
viagens e destinos continuarão a
• Facilitação prévia de viagens esperar por eles após a pandemia.
• I ntegrar a sustentabilidade ambiental em estímulos e pacotes Os destinos optaram por passar Que passos a dar a seguir?
de recuperação uma mensagem de esperança e
• C
ompreender o mercado e agir rapidamente para restaurar a atrair potenciais viajantes no fu- Planear a estratégia de crescimento
turo. Alguns claims que marca-
confiança e estimular a procura
ram a agenda da comunicação do
e continuar a comunicar com os
• Impulsionar ações de marketing, eventos e reuniões setor durante a pandemia: turistas para nos mantermos numa
• Investir em parcerias
África do Sul: posição privilegiada na mente deles.
• Reforçar a governança do turismo em todos os níveis Forfeit Today's Travel, So É importante manter a presença e
You Can Travel Tomorrow
• Investir em capital humano e desenvolvimento de talentos
a confiança que são conseguidos
• Colocar o turismo sustentável firmemente na agenda nacional México:
We Are the Greatest através de uma comunicação
• Transição para a economia circular
Coincidence positiva, contínua e frequente
Fonte: OMT
Noruega: junto dos mercados, dando sinais
Dream Now, Visit Later
de confiança, na certeza que todos
Portugal:
Can’t Skip Hope
estamos preparados para
Reino Unido: receber o futuro. •
Bringing Britain to You
Suíça:
Be Safe, Stay Home
Inspirado numa frase do estadista Horace Viagens com O filósofo suíço residente em
Londres Alain de Botton conta
um projeto de viagem para os
meus alunos de Comunicação a
Greeley e convencido pelas ideias do filósofo estórias dentro, que um dia foi convidado pelo que chamei de “Young Reporters
Alain de Botton, em 2016 criei um projeto de
viagem para os meus alunos de Comunicação
procurando CEO e fundador da Airbnb,
Brian Chesky, para o visitar na
Go West”. Trata-se de uma viagem
com estórias dentro, procurando
a que chamei de “Young Reporters Go West”. que os jovens sua casa em Estocolmo, ouvin- que os jovens candidatos a jorna-
candidatos do-o acerca de uma tipologia de
turismo que ele pretendia intro-
listas conheçam a mais avançada
sociedade mediática do planeta, a
a jornalistas duzir no seu serviço ‘online’ de dos Estados Unidos.
conheçam a hospedagem.
Durante uma semana, todos
mais avançada Chesky queria a opinião do autor
do livro “A Arte de Viajar” sobre
os anos, levo os meus alunos
a visitar Redações de jornais e
sociedade como melhor levar os turistas a agências noticiosas, estúdios de
mediática do explorar as cidades onde se hos-
pedavam, na esperança de que
Rádio, empresas de comunicação
digital; a ouvirem professores de
planeta, a dos eles se demorassem mais alguns jornalismo e a conversarem com
VIAGENS
O fundador do popular jornal em 2017 o percurso passou tam-
New York Tribune queria incen- bém por Boston, com o mesmo
tivar os jovens europeus que che- espírito de olhar para dentro do
gavam ao Novo Mundo a povoar sistema mediático norte-america-
o interior dos Estados Unidos e no, conhecendo de perto as suas
COM ESTÓRIAS
pensou que nada melhor do que estórias.
lhes criar a narrativa da aventura
da exploração, contando-lhes es- Alain de Botton está certo: nada
tórias do oeste selvagem. melhor do que criar estórias para
envolver as pessoas nos locais
Inspirado na frase de Horace que visitam. Nada melhor do que
Ricardo Jorge Pinto Greeley e convencido pelas ideias do que viajar para criar boas es-
JORNALISTA _ LUSA
de Alain de Botton, em 2016 criei tórias. E não há nada que seduza
restaurantes, as ruas mais curio- nestas edições passaram pela lhão do Madison Square Garden.
sas, as vistas mais românticas, os Redação da Associated Press al-
cafés mais carismáticos. guma vez mais esquecerá o relato A minha experiência de cinco
sobre a cobertura noticiosa da anos com o “Young Reporters Go
O projeto “Young queda das torres gémeas, em 11 West” leva-me a acreditar que
cada vez mais as pessoas não se
Reporters Go West” de setembro de 2001, feito por
vão limitar a viajar para des-
jornalistas que lá estiveram e que
é uma espécie transmitiram a emoção do acon- cansar ou para conhecer paisa-
de extensão das tecimento, enquanto mostravam gens. As pessoas precisam de
uma narrativa que os mova.
minhas salas de pelas salas da janela do edifício
da agência (que fica mesmo ao “Go West, young man, go West!” •
aula e uma das mais
lado do agora ‘ground zero’) onde
eficazes, porque a tudo se passara. Será difícil que
melhor forma de algum daqueles jovens volte a
conhecimento é a ouvir uma emissão dos famosos
‘Tiny Desk Concerts’ sem se lem-
que se experimenta brar da demonstração de profis-
nos sítios onde ele sionalismo que está por detrás do
trabalho da equipa da National
acontece e permanece.
Public Radio. E nenhum deles
voltará a ver pela televisão um
Tenho a certeza de que nenhum jogo da NBA sem voltar a sentir a
dos mais de 100 alunos que emoção vivida no fantástico pavi-
TURISMO’20_anuário de tendências
Livro do desassossego, 1982
Fernando Pessoa