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A relação entre as culturas

O avanço das tecnologias permite ultrapassar fronteiras de modo mais rápido e em


maior frequência. Se você for de São Paulo a Porto Alegre de ônibus, o percurso levará
por volta de 24 horas, mas se você for de avião, a duração da viagem é menor do que
duas horas, o que facilita e oportuniza o deslocamento. Ainda que diferentes lugares
do mundo estejam mais acessíveis, em grandes metrópoles, você pode escolher
conhecer culturas que estão mais próximas, e isso não significa que elas sejam tão
semelhantes às suas.
Esse contato pode evidenciar elementos culturais que você considere estranhos,
causando certo estranhamento sobre o modo de vida do outro. Às vezes, pode até
mesmo achar engraçado o modo como as pessoas de outras sociedades falam, se
vestem ou mesmo dançam. Estranhar, em um primeiro momento, é como não
entender direito o porquê a pessoa age de determinada forma, fala diferente ou
mesmo come algum tipo de prato típico da região.
Podemos dizer que nascemos etnocêntricos e, com o passar do tempo, podemos
aprender a relativizar o que temos como referência. Nesse sentido, o comportamento
etnocêntrico pode até ser depreciativo em relação aos padrões culturais diferentes dos
seus, julgando-os como imorais, aberrações ou equívocos. (BARROSO, 2018).
Deste modo, temos de cuidar para que não apreendamos atitudes discriminatórias de
diferentes ordens com a cultura do outro. Entendemos que, em um mundo que
possibilita cada vez mais encontros, temos de saber conviver, relativizar e entender os
diferentes modos de vida. Nem todos vão ter o mesmo certo e o mesmo errado, e,
então, para que sejamos respeitados nos nossos pensamentos é preciso que
respeitemos o certo e o errado do outro. Com o tempo e com o convívio cultural, o
que era diferente pode se tornar compreensível quando analisado a partir de outros
modos de vida. O meu certo e meu errado podem ser diferentes do certo e do errado
do outro. Por isso, o nosso contato pode permitir uma negociação de sentidos,
entendimentos e leituras sobre a sociedade que nos possibilite ampliar a formas de ver
o mundo. (BARROSO, 2018).
Pesquisa sobre: Universalismo, relativismo e multiculturalismo
Universalismo é um conceito e um construto filosófico e
teológico que advoga o ponto de algumas ideias terem aplicação
ou aplicabilidade universal. Uma comunidade que se chama a si
própria universalista pode enfatizar os princípios universais da
maioria das religiões e aceitar outras religiões de uma forma
inclusiva, a crença universal de reconciliação entre a humanidade
e o divino. Algumas formas de religiões Abraâmicas reivindicam o
valor universal de sua doutrina e dos seus princípios morais, e,
assim, “sentem-se incluídos”.

Universalismo Cristão é centrado na ideia fundamental de


Reconciliação Universal, também conhecida como a Salvação
Universal — a doutrina de que toda alma humana é chamada a
reconciliar-se com Deus, por causa do Seu divino amor e
misericórdia.[1]

Universalismo Unitarista propõe que religião é uma qualidade


humana universal, e, assim, centra-se nos princípios universais
da maioria das religiões conhecidas. Nessa perspectiva, ele aceita
todas as religiões, de uma forma praticamente todo inclusiva
Relativismo é uma corrente de pensamento que questiona as
verdades universais do homem, tornando o conhecimento
subjetivo.
O ato de relativizar é levar em consideração questões cognitivas,
morais e culturais sobre o que se considera verdade. Ou seja, o
meio que se vive é determinante para construir essas
concepções.
A relativização é a desconstrução das verdades pré-
determinadas, buscando o ponto de vista do outro. Aquele que
relativiza suas opiniões é aquele que acredita que existam outros
tipos de verdade, de perspectivas para as mesmas coisas, e que
não há necessariamente um certo ou errado.
O primeiro passo na aplicação do relativismo é não julgar. O
estranhamento de uma outra verdade ou comportamento ajuda
na desconstrução do paradigma, e é importante para repensar os
fatores que influenciaram naquela construção.
O relativismo é associado principalmente ao conhecimento das
Ciências Humanas, como a Antropologia e a Filosofia.
Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos acadêmicos
quanto as políticas institucionais que se desenvolvem em torno
das questões trazidas pela emergência das sociedades
multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um
mesmo território, abriga povos de origens culturais distintas
entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e
tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história
da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo
Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura
dominante do território é imposta ou se impõem para todas as
outras. A convivência entre culturas diferentes não é uma
questão nova, mas que se se intensificou nos últimos anos
devido a acontecimentos marcantes.
Não é possível entender o multiculturalismo fora do contexto do
fenômeno da globalização. O desenvolvimento acelerado dos
meios de transporte e das tecnologias de comunicação
aproximaram diferentes regiões do mundo, criando redes
industriais e financeiras complexas e uma economia
multinacional, interdependente e insubmissa às fronteiras
nacionais. Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos passam a
hegemonizar culturalmente todo o planeta. Seus produtos,
filmes, músicas e formas de ver as coisas se espalham
globalmente gerando o que se chama de “americanização” do
mundo. Frente a esse fenômeno de hegemonização dos padrões
culturais globais, as culturas tradicionais se fortaleceram,
reagindo contra a massificação dos modos de ser. Por outro lado,
apesar da massificação, vemos que essas comunidades culturais
locais são capazes de se apropriar de partes da cultura
americana, transformando-as em uma algo novo e diferente do
original. No Brasil, o funk e rap são um exemplo claro dessa
possibilidade.

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